27 de setembro de 2009

DAVI


Lições Bíblicas Mestre Jovens e Adultos

4º Trimestre de 2009

A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.

No 4º trimestre de 2009, estaremos estudando o tema Davi - As Vitórias e as derrotas de um homem de Deus
Comentarista: Pastor José Gonçalves

SUMÁRIO DA LIÇÃO:

1- Davi e a sua vocação
2- Davi enfrenta e vence o Gigante
3- Davi na Corte Real - Vivendo com Sabedoria
4- Davi e o tempo de Deus em sua vida
5- Davi e sua equipe de liderados
6- Davi unifica o Reino de Israel
7- A expansão do Reino Davídico
8- O pecado de Davi e suas consequencias
9- A restauração espiritual de Davi
10- Davi e o preço da negligência na família
11- Davi e a restauração do culto a Jeová
12- Davi e o seu Sucessor
13- Davi - Um Homem segundo o coração de Deus

DAVI UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

“E tendo tirado a este, levantou-lhes o rei Davi, do qual também, dando testemunho, disse: Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade”, At 13.22.

A nossa cultura ocidental tem por hábito cultuar os seus heróis. Somos uma sociedade carente e dependente de heróis. Esses seres, idealizados em nossos inconscientes, são perfeitos e capazes de se manterem imunes aos erros. Todavia, essa nossa forma de pensar sofre um duro contraste quando posta diante da cultura judaico-cristã.

A Bíblia está cheia de histórias de grandes líderes, estadistas, guerreiros e príncipes, todavia a forma como ela apresenta suas vidas e obras está bem longe daquele modelo que estamos habituados a ver Isso fica bem claro quando analisamos a vida de Davi.

Mais do que qualquer outro homem no Velho Testamento, embora tenha desenvolvido as habilidades e qualidades de um herói, Davi não pode ser identificado como tal. Ele possuía muitas virtudes como a própria Escritura deixa claro, mas, por outro lado, estava cercado, da mesma forma, de muitos erros. Davi acertava, mas também errava.

Vejamos um perfil mais detalhado que a Escritura mostra sobre Davi a fim de que possamos conhecer quem foi esse homem “segundo o coração de Deus” (At 13.22).

Davi, o homem

Davi era humano, demasiado humano! Foi Nietzsche quem usou essa expressão em um outro contexto, Todavia, acredito que ela se aplica bem a Davi. Ele era tudo aquilo que podemos identificar como humano. Um homem espiritual, mas humano. Um guerreiro forte, mas ao mesmo tempo um líder quebrantado (Sl 34.18). Um homem que sabia pensar e ao mesmo tempo chorar (2 Sm 12.22).

Davi, às vezes, se mostra extremamente racional e, em outras, um homem altamente emocional. Davi era humano! É comum ficarmos com um sentimento de decepção quando encontramos Davi se emaranhando nas teias do pecado sexual. Evidentemente que a Escritura reprova veementemente essa ação de Davi, todavia isso nos mostra um outro lado da moeda Davi era um homem! E como tal estava sujeito a falhas.

Ele não era um anjo, ou um semideus, ou ainda um dos heróis antigos, mas um homem que amava a Deus mesmo com todas as suas fragilidades.

Não podemos esquecer que, ao escolher Davi, o profeta Samuel, por direção divina, disse: “O Senhor buscou para si um homem que lhe agrada”, l Sm 13.14.

Deus procurou um homem e não um semideus ou herói. Não devemos esquecer a nossa humanidade. Às vezes, encontramos crentes que não querem ser mais humanos, eles buscam um projeto de espiritualidade destituído da parte humana. Isso é extremamente perigoso. Devemos ser crentes espirituais, mas não esquecendo que ainda habitamos nesse tabernáculo (2 Pe 1.14).

Mas, há mais uma verdade que devemos aprender com a humanidade de Davi. Por sermos humanos como ele, devemos aprender com a sua história para não cometermos os mesmos erros. Davi já era um rei quando se expôs à tentação no caso de Bate-seba. Era um rei, mas um rei humano. Não teria Davi esquecido esse fato naquele momento? Não estaria ele autoconfiante ao ponto de esquecer que sua estrutura era pó ( Sl 103.14)? Por sermos humanos, a Escritura diz: “Fortalecei-vos no Senhor e na força de seu poder”, Ef 6.10.

Davi, o guerreiro

“Ele adestrou as minhas mãos para o contate, de sorte que os meus braços vergaram um arco de bronze”, SL 18.34. Davi foi um guerreiro habilidoso. Mesmo durante sua primeira passagem pelo palácio real, quando ainda era um garoto, suas qualidades de guerreiro já eram vistas pelo povo. Quando Saul estava oprimido e foi aconselhado a procurar um músico, alguém se lembrou de Davi, que além da habilidade com instrumento de cordas era “forte e valente, homem de guerra” (l Sm 16.18). Em uma cultura onde manusear bem a espada era garantia de sobrevivência, Davi se destacou como um exímio guerreiro.

Todavia, é interessante observarmos que Davi atribui essa habilidade de soldado a uma graça concedida por Deus. Ele diz que foi o Senhor que “adestrou suas mãos para a batalha” (SL18.34). Davi fez muitas guerras, venceu muitas batalhas, mas ele atribui sempre essas vitórias ao Senhor (Sl 24.7-8 e S1 20.7).

Há alguns extremos que devemos evitar em toda batalha espiritual. No duelo entre Davi e Golias, observamos como Davi manteve uma visão equilibrada daquele episódio. Ele não superestimou o gigante nem tampouco o minimizou (1Sm 17.32; 34-35). Quantos guerreiros tombaram na batalha porque subestimaram o inimigo! Já vi crentes e até mesmo pregadores presunçosos desafiando o Diabo.

Pedro já era apóstolo, mas Satanás pediu para peneirá-lo. Qual a visão que devemos ter de nosso adversário? Aquela que a Escritura nos revela: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”, Tg 4.7.

A nossa vitória sobre o inimigo está diretamente relacionada à nossa submissão ao Senhor. Qualquer outra postura que vá além disso é pura presunção e, conseqüentemente, fracasso espiritual.

Davi, o poeta

Os poetas são pessoas sensíveis e isto os diferencia das demais. De fato, a Escritura mostra que uma das funções da música é proporcionar sensibilidade. Isso é visto quando o profeta Eliseu se vale da música antes de profetizar (2 Rs 3.15). A música, de certa forma, ambientou o profeta para que ele recebesse a inspiração profética naquela ocasião. Por que as poesias de Davi, conforme demonstradas nos Salmos atribuídos a ele, não são meramente poesias, mas verdadeiras mensagens proféticas? Davi era um poeta inspirado!

O livro de 2 Samuel revela que o Espírito Santo é quem está por trás da inspiração do homem segundo o coração de Deus: “O Espírito do Senhor fala por meu intermédio, e a sua palavra está na minha língua”, 2 Sm 23.2. Como seria bom se os nossos músicos fossem poetas e os nossos poetas fossem profetas!

Infelizmente, a nossa música hoje está pobre. Há bons músicos e excelentes poetas, mas essa proporção ainda é muito pequena quando se leva em conta o grande universo de cantores. A música, além da função de produzir sensibilidade espiritual, deve promover a adoração. Os Salmos de Davi são verdadeira adoração. Qualquer música que não tem esse fim é pobre.

Mas, há mais alguma coisa que devemos destacar em Davi corno músico-poeta: a sua habilidade: Ele não era apenas um poeta, mas um músico habilidoso. O vocábulo hebraico “sabe”, na expressão “sabe tocar”, significa possuir habilidade em. Davi possuía habilidade com instrumentos musicais.

Habilidade não é alguma coisa nata, isto é, que nascemos com ela, mas um hábito que se adquire. Como ser um excelente profissional, se não há dedicação para esse fim? A Bíblia destaca um dos músicos de Davi, cujo nome era Quenanias, como sendo um homem perito na sua profissão: “Quenanias, chefe dos levitas músicos, tinha o encargo de dirigir o canto, porque era perito nisso”, 1 Cr 15.22. A idéia no hebraico é de alguém que sabe o que está fazendo. Não é fazer de qualquer jeito, mas fazer bem feito.

Davi, o rei

Davi foi um rei que se diferenciou de muitos monarcas de sua época não apenas por fazer grandes conquistas e ampliar as suas fronteiras, mas pela sua forma de administrar e governar.

Davi foi acima de tudo um homem generoso. Generosidade não era algo tão comum nos monarcas do antigo oriente. Na verdade, os reis e imperadores eram tratados como semideuses ou até deuses mesmo. Basta pensarmos na cultura egípcia, que sacrificava todos os serventuários de um faraó quando este morria.

A crença era que o monarca morto continuaria reinando na eternidade e que, por isso mesmo, necessitava de súditos para o servirem. Davi foi um rei que foi servido, mas que também serviu.

“A generosidade serve como remédio contra a avareza. Quem é avarento não pode ser generoso”

Quando Davi ascendeu ao trono de Israel, o mais comum era que ele se livrasse de todos os descendentes de Saul por considerá-los uma ameaça ao seu reino. Isso já havia sido intentado por Saul quando, por inúmeras vezes, procurou matar Davi por considerá-lo uma ameaça. Seria algo considerado normal naquela cultura se Davi agisse como agiria qualquer monarca investido de sua autoridade. Todavia, o que vemos é um Davi generoso para com os seus antigos desafetos. Vejamos, por exemplo, o caso de Mefibosete, descendente da linhagem real de Saul. Quando Davi se torna rei de Israel, manda chamar Mefibosete para dentro de sua casa afim de que ele tenha o privilégio de comer na sua mesa!

Mas, quando Davi institui a lei da partilha dos despojos de guerra, ele também demonstra ser um homem extremamente generoso (l Sm 30.24). A generosidade serve como remédio contra a avareza. Quem é avarento não pode ser generoso, e quem é generoso não é avarento. Escrevendo aos coríntios, o apóstolo Paulo diz: “Portanto, julguei conveniente recomendar aos irmãos que me precedessem entre vós e preparassem de antemão a vossa dádiva já anunciada, para que esteja pronta como expressão de generosidade e não de avareza”, 2 Co 9.5.

Davi, o servo

“Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção”, At 13.36. Esse texto da Bíblia mostra que Davi foi um homem que viveu para servir. Ele serviu a Deus e sua própria geração. Em palavras mais simples, Davi viveu para cumprir o propósito de Deus para sua geração. Acredito que Deus deu a cada um de nós uma missão a cumprir dentro da nossa geração.

Não adianta apenas apontar os erros das gerações passadas ou ficar a imaginar o que ocorrerá com as vindouras. Necessitamos cumprir a nossa missão com esta geração, assim como Davi cumpriu com a dele. Jesus chegou até mesmo a corrigir a crença dos discípulos que estavam muito preocupados com a geração vindoura e esqueciam a deles.’Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures o reino a Israel?

“Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”, At 1.6-8. O que estamos fazendo na nossa geração? Essa é a pergunta certa que deve ser feita. Sem dúvida alguma, Davi foi um homem segundo o coração de Deus porque amou a Deus e viveu para servir. Servir à sua geração.

Ensinador Cristão 4º. Trimestre de 2009


15 de setembro de 2009

COMPORTAMENTO DO CRENTE

Comportamento do Crente

Uma vez que o crente recebe a justificação por meio de Jesus Cristo, deve andar “de modo digno da vocação a que fostes chamados”. Isso será demonstrado através de sua conduta, o seu viver diário.A Palavra de Deus nos fornece inúmeros modelos para aplicarmos em nossa vida. Devemos ser cidadãos dignos. A conduta do crente deve refletir a de uma pessoa transformada, que foi lapidada pelo poder do Espírito Santo. Somente por meio da Palavra de Deus é que iremos saber se o comportamento do crente é correto ou não. Baseados nisso, iremos verificar alguns princípios que, se forem seguidos, com toda certeza farão uma grande diferença na vida daquele que praticar, bem como na vida das pessoas que estão a sua volta. Há uma grande necessidade de mantermos uma conduta exemplar.

Para tanto, é mister grande empenho para atingir tal objetivo. Somos exortados, pela Palavra de Deus, como deve ser a nossa conduta “para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15).

I. O SERVIÇO CRISTÃO

Paulo instrui princípios sadios de como deve ser o comportamento do cristão em várias áreas. O crente deve manter um padrão exemplar de conduta, para que em tudo, Cristo venha a ser glorificado. Primeiramente, somos instruídos de que o “Eu” (aquilo que realmente eu sou) deve ser sacrificado. Sacrifício é algo que por natureza, nós não estamos acostumados a fazer. Custa muito sacrificar. Mas é necessário.

1. Em Relação a Deus
A conduta cristã está baseada em ter-se uma atitude certa para com Nosso Deus. A atitude com que fazemos, realizamos, recebemos as coisas demonstra como está o nosso nível para com Deus. O crente fora justificado, no entanto, deve procurar viver uma vida de santidade. A primeira cláusula de importância nessa etapa da conduta cristã é “Apresentar-se a Si mesmo a Deus”.

Isso significa que por meio de nossas próprias forças não somos capazes de realizar algo ou alguma coisa (Rm 12.1,2; comparação 1Co 6.19,20). “Como por um ato de rendição nossa, alcançamos o poder da cruz, para uma vida separada, assim agora, por um ato semelhante, entramos numa vida de serviço. Isto feito segue-se a atitude de prontidão para qualquer serviço que Ele requeira de nós. Assim o ato torna uma atitude constante, de toda a vida, sempre se rendendo, desejando e esperando fazer a vontade dELe”.[1]

As implicações de se apresentar a Deus são várias, notemos:

1) é voluntária: Deus deseja que apresentemos nossos corpos, isso cabe a cada um de nós. Não é uma obrigação, mas isso implica necessariamente em viver de acordo com a Vontade de Deus. Se não se apresenta o corpo voluntariamente o resultado é derrota e falta de fruto.

2) é pessoal: cada um deve apresentar o seu próprio corpo, não o de seu amigo, não de sua amiga, namorada, esposa, pai ou mãe, mas, sim, o seu próprio corpo.

3) é sacrificial: sem sacrifício não há recompensas, sem um sacrifício vivo não existe conquistas e vitórias espirituais.

4) é racional: não é uma entrega insensata, mas uma entrega da razão, a pessoa sabe exatamente o que está fazendo. É um culto prestado pela mente e pelo coração. Com toda certeza o maior exemplo desta entrega total do corpo, sem reservas, fora a do Senhor Jesus Cristo, que quando estava nesta terra, fez exatamente aquilo que o Pai Se agradava, pois não procurou fazer a Sua vontade e, sim, a do Pai.

2. Em Relação a Nós Mesmos

O crente não deve procurar estimar-se mais do que lhe é próprio. “Não pense de si mesmo, além do que convém” (Rm 12.3). É uma ordem! Caso uma pessoa pense de si mesma, além do lhe convém, com toda certeza, começará a causar problemas e atritos entre os irmãos e entre o corpo de Cristo, a Igreja. Pessoas assim se tornam orgulhosas, cheias de ambição e justiça própria, logo entrarão em desacordo com a liderança. Ao contrário, o crente que se submete ao poderio do Espírito Santo, sabe de suas forças e das suas limitações. Este procura sempre buscar o auxílio de Deus para exercer o seu dom e nunca o usará fora daquilo que lhe cabível ou concernente. “Nunca ficamos mais úteis por servirmos em trabalhos para os quais não somos idôneos”.[2]

3. Em Relação à Igreja

A Igreja é um organismo e não uma organização. Aqui verificamos que os crentes prestam seus serviços na Igreja de Deus por meio de seus dons espirituais. Uma analogia feito com o corpo humano, que tendo muitos membros, cada um diferente do outro, no entanto é um, cada membro opera em conjunto para o perfeito funcionamento do todo (1Co 12). Assim, deste modo, deve ser o Corpo de Cristo, muitos membros, muitas pessoas com diferentes qualidades, dons, personalidades, mas todas devem agir para um só benefício, para um só bem comum, que é o aperfeiçoamento dos santos e a glorificação de Nosso Deus.

Nenhum membro desse corpo deve procurar o que lhe é do agrado, mas, sim, aquilo que beneficia aos outros. “A marca das obras das mãos de Deus é a diversidade, não a uniformidade. Assim é com a natureza; é assim também com a graça, e em nenhum lugar mais do que na comunidade cristã. Nesta há muitos homens e mulheres das mais diversas espécies de origem, ambiente, temperamento e capacidade. E não só isso, mas, desde que se tornaram cristãos, são também dotados por Deus de uma grande variedade de dons espirituais.

Entretanto, graças a essa diversidade e por meio dela, todos podem cooperar para o bem do todo”.[3] Cada crente em Cristo Jesus possui um ou vários dons espirituais. Estes dons foram concedidos com o propósito de edificarmos a cada um, para fazermos com que o corpo funcione. Assim, desta forma, com a união de cada um em torno de Cristo, corpo funciona. Paulo nos apresenta neste trecho (Rm 12.4-8) sete destes dons, indicando assim uma perfeição.

É claro que o número de dons concedidos pelo Espírito não é somente sete, mas estes são os que o apóstolo considerou na Epístola:

1) dom de profecia, a ministração das verdades espirituais.
2) dom do ministério se refere ao serviço prestado ao Mestre.
3) dom de ensino, explicação da Palavra para o povo.
4) dom de exortação, encorajamento para se fazer o que é certo, chamar a atenção para faltas.
5) dom de contribuição deveria exercer com liberalidade, sem interesses próprios. 6) dom de presidir, aquele que governa, chefia ou guia o povo de Deus.
7) dom de misericórdia, cuidar dos necessitados, com o intuito de confortar.

II. EXORTAÇÕES PRÁTICAS

Paulo apresenta uma série de exortações para os crentes. Esse modo de viver deve marcar a conduta do crente. Este é exortado a praticar o amor para com todos sem discriminação, somente assim, será capaz de ter uma conduta adequada perante as pessoas (Rm 12.9). Temos então uma oportunidade de servir na sociedade que vemos a nossa frente.

1. Conduta em Relação à Sociedade

O crente tem um dever de viver uma vida digna perante os demais. “Vivei, acima de tudo, por modo digno do Evangelho de Cristo” (Fp 1.27). O Amor deve ser o elemento que governa as nossas atitudes (Rm 12.9) para com o nosso próximo. “Se não tiver amor, nada serei” (1Co 13.2).

Esse amor em nossos corações deve fazer com amemos uns aos outros com amor fraternal (Rm 12.10), não buscando honras para si mesmo, mas sim honrando aos demais (Fp 2.3-5). “A razão por que é o amor de tão alta importância reside no fato de que o amor é o cumprimento de toda lei e a lei é o próprio fundamento do Estado.

Nenhum crente está isento da lealdade; ... quem ama ao próximo não fará coisa alguma em detrimento do próximo, ao contrário, para com ele cumprirá tudo que a lei exige”.[4] Sendo zelosos (Rm 12.11), ou diligentes, em seus serviços, quer sejam espirituais, quer sejam materiais. O crente será fervoroso se praticar isso em sua vida (At 18.25). Uma vida frutífera leva a uma vida de esperança, a esperança da Vinda de Cristo (Rm 12.12).

Trará um cultivo a paciência, seja em tribulações, seja em qualquer outra área da vida, pois uma vida direta com o Senhor em comunhão com Cristo na oração fará crentes mais maduros. O cristão não vacila, ao invés de dar lugar à aflição, ele descarrega suas preocupações em Deus por meio da oração (Fp 4.6). Compartilhar as necessidades (Rm 12.13) é muito mais do que simplesmente dar algo para nosso irmão, mas é, também, sentirmos o que ele sente, é sentirmos as suas necessidades (At 4.32).

Devemos também demonstrar hospitalidade para com todos, indiscriminadamente de quem quer que seja. Uma exortação difícil de ser feita é a de abençoar os perseguidores (Rm 12.14). Não é qualquer que pode fazer isso, e não somente abençoar, mas também não amaldiçoar (Mt 5.44,45; Lc 6.28). Alegria deve andar com o crente (Rm 12.15). Ele se alegra com seus irmãos em Cristo, mas também chora com eles, participa com eles de seus sofrimentos.

Deve-se ter o mesmo sentimento (Rm 12.16; comp. Fp 2.2-8), ou seja, ninguém é superior a ninguém, deve-se procurar viver em harmonia com todos, não ser orgulhoso, mas sim humilde, um contraste notável. Sabedoria deve ser aplicada a cada situação e não se engrandecer ou achar que pode alguma coisa por si mesmo, não ser sábio aos próprios olhos.

Não praticar mal por mal (Rm 12.17; comp. Mt 5.44; 1Pe 3.9), é seguir o exemplo de Cristo que não revidava com ultraje e nem injuriava a ninguém (1Pe 2.21-23). O crente deve ter uma vida exemplar, quer em costumes, vestimentas, negócios, palavras, por está sendo observado por outros.

As pessoas do mundo podem não ler a Bíblia, mas certamente lerão a vida do crente, que deve ser uma carta viva a testemunhar de seu Criador. Em relação ao convívio do crente com aqueles que lhe são inimigos (Rm 12.18-20), o crente deve procurar viver em paz, se possível com todos. Caso não seja possível, não deve se vingar de ultrajes sofridos, mas sim, depender de Deus (Dt 32.35; Pv 25.21-22; Hb 10.30). Pelo amor, o crente vence o mal com o bem, ele não se deixa influenciar pelas artimanhas. O filho de Deus deve mostrar sempre o seu amor e a sua graça para com todos.

2. Conduta em Relação às Autoridades

Para com as autoridades civis, o dever do cristão é obedecer. O crente não está isenta para com as suas responsabilidades perante o seu País. Somos exortados pelas Escrituras a nos submetermos as autoridades legalmente constituídas, pois a pessoa que resiste a tais autoridades está resistindo a Deus (Rm 13.1-2). “Os crentes cheios do Espírito, descritos em Romanos 13, vivem pela lei do amor e da fé. Portanto, o que vão dizer e fazer muitas vezes será superior à sociedade que os rodeia. Mas muitas vezes serão incompreendidos pela sociedade. Quando a humanidade é corrupta e os governos são injustos e egoísticos, a cristandade pode ser perseguida. É aqui que se concretiza a cruz diária do crente. A única solução para este problema é a eterna dívida de amor do homem para com Deus e o próximo”.[5] O cristão tem por consciência ser submisso a autoridade constituída (Rm 13.5).

O governo humano é fundamental para a convivência do homem na sociedade e é perfeitamente aprovado por Deus. O cristão tem como obrigação garantir o cumprindo das leis. O cristão deve se submeter às autoridades, não somente por encargo de consciência, mas também devido ao castigo que é imposto àqueles que são infratores das leis estabelecidas pelo governo. É óbvio que não se torna um bom testemunho para o cristão que é achado em falta ou em estado de insubmissão para com o governo, pois primeiramente não está sendo insubmisso para com o governo, e sim, para com Deus, que foi Quem o constituiu (Rm 12.1; 13.1,2; Dn 4.25-35; 5.21; Tt 3.1).

Nem toda autoridade é cristã. Há e certamente haverá muitos que são ímpios, tiramos, estes responderão pessoalmente a Deus (Ap 20.12). Agora, está também claro na Palavra de Deus que se a autoridade civil, legalmente constituída, for contra o que a Bíblia ensina, o cristão deve antes, obedecer a Deus do que aos homens (At 5.29).

“Podemos ver, então, que a submissão do crente às autoridades manifesta-se de quatro maneiras:

a) a obediência às leis do país (ou do município). b) o civismo: ‘fazendo bem’ como cidadãos, respeitando os direitos dos outros, não sendo desordeiros nem estragando os jardins, os parques e as outras propriedades públicas (Rm 13.3).

c) o pagamento de impostos e taxas legais; a pessoa que rouba o governo está roubando o ‘ministro de Deus’ (Rm 13.4-7).

d) a honra (ou respeito) para com os oficiais do governo, conforme a sua posição (Rm 13.7)”. [6] Para que uma pessoa tenha uma vida bem sucedida nos dias de hoje, é fator importante verificar qual é a sua capacidade em verificar a mão de Deus nas atitudes, nas ações, bem como nas reações daqueles que estão investidos de autoridade sobre a nossa vida.

Verdades absolutas a reconhecer em autoridade:

1) a autoridade dos pais exerce o mais forte impacto na vida de uma pessoa, quer seja positiva, quer seja negativa. A atitude do filho para com a autoridade dos pais no presente, ou quando este os deixa, influenciará fortemente o seu futuro (Pv 6.20-23).

2) é nosso dever reconhecer na autoridade a mão de Deus, quando esta está de acordo com os padrões do Mestre. Rebelar-se contra as autoridades que Deus colocou na vida trará frustrações intensas. A pessoa, portanto, tem que saber receber ordens, para então, depois poder vir a guiar e dar orientação também (Pv 30.17).

3) muitos pensam que a liberdade está em escapar da autoridade quando antes melhor. Porém, aprendemos de Deus que o segredo está em se estabelecer um relacionamento correto e procurar reagir positivamente para com a autoridade que Ele colocou sobre a nossa vida. Um princípio claro, portanto é: Resistir a autoridade é resistir a Deus. “O grande erro consiste em que o indivíduo não aceitar a verdade de que o próprio Deus está por trás da autoridade”.[7]

4) a autoridade dos pais advém de Deus. Ele é responsável pelos pais que lhe concedeu, e Deus é maior que seus pais (Pv 21.1). A autoridade dos pais é para obediência dos filhos, para que este venha a ter maturidade por meio dela (Cl 3.20). Quando os pais verificam que seu filho se submete à sua autoridade, sendo-lhes obediente, eles passam a verificar que já podem ter confiança em seu filho para deixar que este venha a tomar as suas próprias decisões. Por causa da maturidade que muitos jovens aceitam a autoridade de seus pais, como colocada por Deus, estes conquistam sua liberdade muito antes de casarem.

5) em todos os nossos relacionamentos existe a figura da autoridade, esta é claramente enfatizada pelas Escrituras Sagradas: Deus exerce autoridade sobre o homem (1Co 11.3); o homem sobre a mulher (1Co 11.3; 1Pe 3.1-5); os pais exercem sua autoridade sobre os filhos (Ex 20.12; Ef 6.1-3); Deus exerce autoridade sobre os senhores empregadores (Ef 6.9); os servos devem obedecer a autoridade de seus patrões (Ef 6.5); os cidadãos devem obedecer a autoridade do Governo (Rm 13.1-7; Mt 22.21; 1Pe 2.13-18).

3. Conduta em Relação aos Cidadãos

Como cidadãos, os cristãos também têm deveres em sua conduta para com todos aqueles com quem tem contato em sua vida diária. Ele deve, portanto, cumprir bem o seu papel de cidadão. A única dívida que o cristão pode ter é o amor para com todos (Rm 13.8). Muitas vezes, o emprestar dinheiro traz profundas mágoas, pode estragar amizades, arruinar a vida de uma pessoa. Deve-se tomar cuidado com essa prática. O amor do cristão para com seus semelhantes deve ser o mesmo, sem favoritismo ou exclusividade. “Se é verdade que esse amor cristão deve caracterizar nossa atitude para com os demais crentes, não menos o é o fato de que temos de mostrar essa mesma disposição para com todos os homens”.[8] A Parábola do Bom Samaritano é uma ilustração belíssima do exemplo de amor para com o nosso próximo (Lc 10.30-37).

A lei está resumida no amor para com Deus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” e no amor para com o próximo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37; Lc 10.27; Rm 13.9; Lv 19.18). Obviamente que quem ama a Deus amará a seu próximo (1Jo 2.10,11; 4.11,12).

Além do amor, um outro motivo para sermos bons cidadãos é que a Vinda do Senhor está próxima (Rm 13.11; Lc 21.28). Com isso, a grande esperança do cristão está cada vez mais próxima, isto traz responsabilidade por parte do cristão, de viver uma vida digna e de acordo com os padrões divinos. Na sua vinda, seremos então tirados da atual conjuntura do pecado e das condições atuais, bem como do derramamento da ira vindoura (Rm 8.23,24; 1Ts 1.10; 4.13-17; 5.9). Por isso não devemos estar andando nas obras das trevas e sim, “revestindo-nos das armas da luz”. Quando Ele voltar, como nos achará? Andando nas trevas do pecado, ou como bons cidadãos dos céus, amando a Deus e ao nosso próximo?

4. Conduta em Relação aos Fracos na Fé

Em se tratando da matéria moral, as suas dúvidas, o apóstolo Paulo estabelece três grandes princípios de grande valia:

1) não devemos julgar os outros (14.1-12);

2) não devemos tentar uns aos outros (14.13-23);

3) seguir o amor de condescendência e amor de Cristo (15.1-13). No capítulo 14 de Romanos, Paulo trata de questões duvidosas. Fala das responsabilidades do forte para com o irmão fraco, bem como do irmão fraco, para com o irmão forte. No entanto, deixa claro que cada um comparecerá perante Deus (v.12). “No idólatra Império Romano, faziam-se sacrifícios de animais aos deuses pagãos. Depois, a carne era vendida nos mercados e açougues (1Co 10.25).

Sendo essa carne associada à idéia de culto pagão, alguns dos novos convertidos não conseguiam comê-la, sem sentirem profunda perturbação interior. Outros, porém, já criam que todas as coisas pertencem a Deus, e, assim sendo, comiam-na sem nenhum problema. Afinal, ‘ao Senhor pertence toda a terra’.[9] Aqui, o irmão “débil na fé” estava escandalizado pela liberdade que o mais forte tinha. O problema é a falta de sabedoria quanto a liberdade que temos em Cristo.

Essas pessoas não tinham convicção na aplicação de sua liberdade em Cristo. Nos dias de hoje seria o fato de alguém que se converteu do catolicismo para o cristianismo e não sabe com certeza se pode ou não comer carne da “sexta-feira santa”, pelo simples fato de ainda não entender muito bem a sua liberdade em Cristo. “O erro do irmão fraco consiste em julgar e condenar aos irmãos ‘fortes’, isto é, os que reconhecem que são livres dessas proibições ritualísticas acerca de dias e comidas; e os fortes podem errar também, em desprezarem a seus irmãos fracos, ofendendo-os desnecessariamente na ostentação da liberdade”.[10]

O apóstolo Paulo faz uma alusão muito importante aqui, um princípio que deve ser seguido, o princípio do amor, ele fala que amar ao próximo é muito mais importante do que a nossa liberdade nestas coisas. “Também, é mais importante ser ‘conhecido’ por Deus do que ‘conhecer’ o que se refere a ídolos! Se não estamos interessados na maneira como nossa ‘sabedoria’ afeta a nosso irmão, então nosso conhecimento nos encheu de soberba.

Se não nos preocupamos com os sentimentos de nosso irmão, provamos que, em vez de sermos sábios, realmente nada sabemos”.[11] Cabe aqui notar que os crentes de romanos eram oriundos do paganismo, estavam envoltos com uma cultura pagã. Por isso, tinham suas dificuldades em relação a estes assuntos controvertidos. Paulo fala da comida e da observância religiosa de certos dias. Para Paulo, e também outros irmãos, o comer qualquer alimento não havia problema algum, ao passo que para outros, os irmãos mais fracos na fé, isso era escândalo.

Da mesma sorte, com relação aos dias, alguns consideravam que cada dia era igual ao outro, não faziam distinção entre os dias que eram mais ou menos sagrados, consideravam cada dia como sendo “santo ao Senhor”, ainda outros achavam que certos dias eram mais santos do que outros. O que é que deve ser feito, visto que na mesma comunidade havia cristãos com tão diferente pontos de vista? Cada qual deveria resolver em sua mente e em sua consciência. “Aquele que desfruta maior liberdade não deve menosprezar o outro julgando-o espiritualmente imaturo.

Quem tem escrúpulos de consciência não deve criticar o seu irmão na fé por praticar o que aquele não pratica.[12] Paulo “nos fornece o verdadeiro meio de decidir todas aquelas questões casuais que tão freqüentemente aparecem na vida cristã, e que levam tantos crentes a ficarem embaraçados. Posso admitir a mim mesmo esta ou aquela diversão? Sim, caso possa desfrutá-la para o Senhor, ao mesmo tempo que possa agradecer-Lhe pela mesma. Não, se não puder recebê-la como presente de Suas mãos e bendizê-lo por causa da mesma. Essa maneira de solucionar tais problemas respeita tanto os direitos do Senhor como a liberdade do indivíduo”.[13]

III. PRINCÍPIOS ACERCA DE QUESTÕES DUVIDOSAS


1. Decisões Acertadas. A Palavra de Deus é rica para com todas as questões, verificaremos, a seguir alguns princípios que cabem em situações duvidosas. Quando Deus dá um mandamento específico, torna-se fácil saber o que Ele quer de nós. Mas há muitos aspectos em que não existem mandamentos específicos. Deixar de agir coerentemente nesses assuntos duvidosos pode facilmente minar a dedicação da pessoa a Deus. As seguintes indagações podem ser usadas como teste ao fazer decisões difíceis:

1.1 Entrega Total. Como primeiro e principal requisito deve-se perguntar a si mesmo: “Entreguei todos os aspectos da minha vida a Deus?” Para seguir nosso caminho diante de Deus, torna-se como fator essencial uma entrega total de nossa vida, de todos os aspectos, de todo o ser a Deus. “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. RECONHECE-O EM TODOS OS TEUS CAMINHOS, e Ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio a teus próprios olhos: teme ao Senhor e aparta-te do mal” (Provérbios 3.5-7 ).

1.2 Sacrificar Meus Desejos. Será que eu estou pronto a sacrificar meus desejos em favor da vontade de Deus? Uma das condições básicas do discipulado é o sacrifício. Quando se tem uma escolha entre duas oportunidades é essencial verificar estes princípios já citados. Qual deve ser a escolha certa? Escolher entre uma atividade que irá oferecer oportunidade para a pessoa servir a Deus ou entre uma atividade pelo qual não lhe será permitido fazê-lo? “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará” (Lucas 9.23,24).

2.1 Será Deus Louvado?

TUDO QUE EU FIZER DEVE GLORIFICAR A DEUS Glória significa “uma opinião, uma estimativa”. Podemos colocar como sendo uma opinião ou uma estimativa que as pessoas têm acerca de Deus, por causa da nossa atitude, da nossa vida exemplar ou não. Se formos servos fiéis a Deus, isso resultará na glorificação do nome de Nosso Grandioso Deus. “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (I Coríntios 10.31).

2.2 Posso Agradecer a Deus por esta Atividade?

O PRÓPRIO JESUS APROVARIA MINHA DECISÃO? Quando faço algo devo verificar se isto agradaria ou não ao nosso Mestre. “E tudo o que fizerdes, seja em palavras, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Colossenses 3.17). 2.3 Será que Pode me Advir Algum Resultado Espiritual desta Atividade?

ELA DEVE MELHORAR MEU CARÁTER CRISTÃO? Posso crescer espiritualmente com esta atividade ou ela resultará em perdas para a minha pessoa, deve ser o nosso pensamento. “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém (é proveitoso, vantajoso). Sim, tudo me é permitido, mas nem tudo é edificante. (Contribui para o caráter espiritual e o crescimento)” (I Coríntios 10.23) 2.4 Eu Ficaria Aborrecido se não o Fizesse? “Tudo me é permitido, o que não significa que tudo seja bom. Tudo me é permitido, mas não devo ser escravo, seja do que for” (I Co 6.12). 2.5 Levarei um Crente mais Fraco a Pecar?

SOU RESPONSÁVEL A DEUS POR CRENTES MAIS FRACOS O apóstolo Paulo declara que se o simples fato de eu vir a comer uma carne que o novo convertido em Cristo costumava oferecer aos ídolos, antes da sua conversão, irá levá-lo a se escandalizar com minha atitude, então eu devo abrir mão desse privilégio de comer aquele carne. A vida espiritual de meu irmão deve ser muito mais importante do que qualquer comida ou atividade que eu venha a desempenhar para o meu próprio benefício.

Algo que deve ficar em nossa mente é que quando eu, por meus modos, ou por minhas atitudes, ou palavras, enfraqueço o meu irmão mais novo na fé, estou pecando contra Deus, por não estar edificando a este irmão. “Mas vede que essa liberdade não seja DALGUMA maneira escândalo para os fracos... pecando assim contra os irmãos, e ferindo a sua fraca consciência, pecais contra Cristo.

PELO QUE, SE O MANJAR ESCANDALIZAR a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize (I Coríntios 8.9-13) 2.6 Estou em Dúvida? Não Devo Fazê-lo!

PRECISO TER A CONVICÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NAQUILO QUE ESTOU FAZENDO É claro que o que não provém da fé é pecado, relacionado a isso está a dúvida, se ela existe não faça. “As vossas convicções pessoais são assunto de fé, entre vós e Deus, e podeis dar-vos por felizes se não tiverdes escrúpulos acerca daquilo que vos é permitido comer. Se não se come carne com a consciência tranqüila, não é bom sinal, porque tal procedimento não provém da fé, e o que é feito à parte da fé é pecado” (Rm 14.22,23). 2.7 Terei eu a Aprovação Final de Deus?

PRECISO DAR CONTAS A DEUS DE TODAS AS MINHAS AÇÕES Cada ato que pratico, um dia prestarei contas a Deus por eles, por isso, devo procurar fazer o máximo possível para agradar a Ele. “Pela minha vida, diz o Senhor; que todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus” (Romanos 14.11,12). Podemos sempre provar que estamos certos, mas estará o senhor convencido? (Pv 16.2). 2.8 O que os Outros Pensam é Importante?

MEU COMPORTAMENTO DEVE EVITAR TODA A APARÊNCIA DO MAL “Abstende-vos de toda aparência do mal” (I Tessalonicenses 5.22). Raramente pensamos no que os demais pensam a respeito de tal coisa ou assunto, mais isso deve ser relevante da mesma forma. “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus” (Efésios 5.15,16).

CONCLUSÃO A maneira de se comportar, a conduta do crente, é um fator de muita importância. Ela pode ou edificar ao irmão que nos rodeia ou até mesmo enfraquecê-lo. Portanto, torna-se necessário vigiarmos nossas atitudes para que possamos viver de vidas dignas. A conduta ideal é aquela que está permeada pelos princípios bíblicos. Uma vida que honra a Cristo e onde o Seu amor é derramado em nosso coração. O princípio do amor deve andar lado a lado conosco, para que com isso possamos edificar a nosso irmão. A conduta certa, o modo de viver certo, o comportamento correto, tudo isso depende única e exclusivamente de uma submissão de nosso próprio ser ao senhorio de Jesus Cristo. Só assim, seremos capazes de praticar os princípios contidos em Sua Palavra.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar) Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS www atosdois.com.br

28 de agosto de 2009

O CRENTE E A BENÇÃOS DA SALVAÇÃO

O CRENTE E A BENÇÃOS DA SALVAÇÃO

INTRODUÇÃO

A doutrina da salvação é, ao mesmo tempo, simples e complexa.

De um lado, a maioria dos cristãos pode citar João 3:16 de cor, ou a resposta de Paulo ao carcereiro de Filipos sobre o que é necessário para a salvação (At 16:31).

Por outro lado, quem pode explicar como um Deus-homem santo poderia tornar-se pecado e morrer por amor a homens pecadores e rebeldes?

É essencial entender corretamente a salvação. A Bíblia coloca um anátema (maldição) sobre qualquer um (incluindo anjos e pregadores) que se atreva a ensinar um evangelho da salvação diferente daquele ensinado nas Escrituras (Cl 1:8). O que, então, é a verdadeira salvação? Como ela é oferecida? Como pode ser alcançada? Quais são os seus benefícios e as suas bênçãos?

A verdadeira salvação é oferecida pelo próprio Deus pela morte sacrificial de seu Filho Jesus Cristo. Não há outro meio pelo qual alguém possa ser salvo da condenação eterna e receber vida eterna (At 4:1 2).

ALGUNS RESULTADOS DA MORTE DE CRISTO

Foi uma substituição pelo pecado.

O significado da morte de Cristo apresenta muitas facetas, porém, a mais central — sem a qual as demais não teriam nenhum sentido eterno — é a substituição. Isto simplesmente significa que Cristo morreu no lugar dos pecadores. O uso da preposição grega anti ensina claramente essa verdade, pois tal preposição significa “em lugar de”.

Ela é usada com esse sentido, por exemplo, em uma passagem sem nenhuma relação com a morte de Cristo (Lc 11:11).

Mais significativo, porém, é seu uso em passagens que apresentam a interpretação do próprio Senhor Jesus Cristo para a sua morte (Mt 20:28; = Mc 10:45). Nas palavras de Cristo, sua morte seria um pagamento em lugar de muitos.

Outra preposição grega, huper, também é usada no Novo Testamento e apresenta dois significados: em algumas ocasiões, significa “em benefício de” e, em outras, significa “em lugar de”. Sem dúvida alguma, a morte de Cristo foi, ao mesmo tempo, um ato realizado em nosso lugar e em nosso benefício, e não há razão para que huper não inclua ambas as idéias ao ser usada em relação á morte de Cristo (veja, por exemplo, 2 Co 5:21 e IPe 3:18).

Ofereceu redenção do pecado.

A doutrina da redenção é edificada sobre três palavras do NT A primeira é uma palavra simples que significa “comprar, adquirir ou pagar um preço por alguma coisa”. E usada com este sentido comum e cotidiano na parábola do tesouro escondido num campo, que levou o homem a comprar (redimir) o campo (Mt 13:44). Em relação à nossa salvação, a palavra significa pagar o preço que nosso pecado exigiu para que pudéssemos ser redimidos.

A segunda palavra provém do mesmo radical do termo mencionado acima, precedido de uma preposição que lhe intensifica o sentido. Em nossa língua, o termo adquire o sentido de “pagar o preço para tirar do mercado”. Assim, a idéia dessa segunda palavra é que a morte de Cristo, além de pagara preço do pecado, retirou-nos do mercado de escravos do pecado para nos dar plena certeza de que jamais voltaremos a ser submetidos à servidão e às penalidades do pecado,

A terceira palavra para redenção é totalmente distinta. Seu sentido básico é “soltar”, e isto significa que a pessoa resgatada é libertada no sentido mais completo da palavra. Essa libertação é obtida pela ação substitutiva realizada por Cristo (veja l Tm 2:6, onde esta terceira palavra é precedida da preposição anti): sua base é o sangue de Cristo ( Hb 9:12): o resultado desejado é a purificação de um povo zeloso de boas obras (Tt 2:14).

Assim, a doutrina da redenção significa que os cristãos foram comprados, libertados da escravidão e postos em plena liberdade por causa do derramamento do sangue de Cristo.

Produziu reconciliação

Reconciliar significa “mudar”. A reconciliação produzida pela morte de Cristo significa que o estado de alienação do ser humano em relação a Deus foi alterado, de modo que ele agora pode ser salvo (2Co 5:lg). Quando o homem crê, seu antigo estado de alienação de Deus é transformado, e ele se torna membro da família de Deus,

Oferece propiciação

Propiciar significa “apaziguar ou satisfazer um deus”. Isto naturalmente levanta a questão: Por que a divindade precisa ser apaziguada? A resposta bíblica a esta pergunta é simplesmente que o verdadeiro Deus está irado com a humanidade por causa de seu pecado. O tema da ira de Deus aparece freqüentemente ao longo da Bíblia, inclusive nos ensinamentos de Cristo (Mc 3:29; 14:21).

Ira não é apenas o desdobramento impessoal e inevitável da lei da causa e efeito, mas também a intervenção pessoal de Deus na vida da humanidade (Rm 1:18; - Ef 5:6).

A morte de Cristo permitiu que Deus desviasse sua ira e recebesse em sua família aqueles que colocam sua fé naquele que a satisfez, Jesus Crista. A extensão da obra propiciatória de Cristo é universal (l Jo 2:2), e a base da propiciação é o seu sangue derramado (Rm 3:25),

Pelo fato de Crista ter morrido, Deus está satisfeito. Portanto, não devemos nem precisamos pedir a alguém que realize alguma coisa para satisfazê-lo. Isso significaria tentar apaziguar alguém que já está apaziguado, algo totalmente desnecessário. Antes da cruz, não havia corno o individuo ter certeza de que Deus ficaria satisfeito com a oferta que lhe era feita. Por isso o publicano orou:

“O Deus, sê propício a mim, pecador” (Lc 18:13). Hoje, tal oração seria desperdício de fôlego, pois Deus já foi propiciado pela morte de Crista. Assim, a nossa mensagem aos homens hoje não deve sugerir de modo algum que eles podem agradar ou satisfazer a Deus praticando alguma ação, mas que podem alegrar-se e descansar com o sacrifício de Crista, que satisfez completamente a ira de Deus,

Julgou a natureza pecaminosa

A morte de Crista nos trouxe um beneficio importante ao tornar inoperante o poder prevalecente de nossa natureza pecaminosa (Rm 6:1-l0). Embora este conceito não seja fácil de entender, Paulo diz que nossa união com Crista pelo batismo envolve a participação em sua morte, de modo que estamos mortos para o pecado. Esse batismo deve ser o batismo com o Espírito Santo, pois nenhuma água, independentemente da quantidade, poderia realizar o que esses versículos descrevem. A idéia de morte, tão proeminente nessa passagem, não significa extinguir ou cessar, mas, como sempre na Bíblia, separar.

A crucificação do cristão com Cristo significa separação do domínio do pecado sobre sua vida. A pergunta “Permaneceremos no pecado...?” é respondida com um enfático não, com base em nossa morte com Cristo (Rm 6:1).

Isso “destruiu” o corpo do pecado. “Destruir” não significa aniquilar, pois, se fosse o caso, a natureza pecaminosa seria erradicada, um fato que nossa experiência dificilmente comprova. Antes, significa tornar ineficaz a natureza pecaminosa.

O cristão está livre, portanto, para viver uma vida agradável a Deus. Embora ainda seja possível ouvir e seguir as instigações do pecado, ele nunca será capaz de reconquistar o domínio e o controle que possuía antes da conversão,

Trouxe o fim da Lei.

O fato de que a morte de Crista trouxe afim da Lei de Moisés é ensinado claramente no NT (Rm 10:4; - Cl 2:14).

A importância deste fato está relacionada com a justificação e a santificação, sendo mais fácil perceber a primeira que a segunda. A razão é que a Lei simplesmente não podia justificar o pecador (At 13:39; - Rm 3:20); portanto, se os homens devem ser justificados, outro caminho precisa ser providenciado. A Lei pode mostrar ao homem a sua necessidade, mas não pode prover uma resposta a essa necessidade (GI 3:23-25). Assim, a morte de Cristo ofereceu o meio da justificação pela fé exclusiva nele.

No entanto, a relação do fim da Lei com a santificação é mais difícil de compreender. visto que certas partes da Lei de Moisés são repetidas no NT com respeito à santificação do cristão. Além disso, os mandamentos específicos repetidos no NT não provêem de apenas uma seção da Lei (como os Dez Mandamentos).

De fato, nove dos Dez Mandamentos são repetidos, assim como outras partes da Lei (Rm 13:9). Isto torna impossível dizer que a Lei foi abolida, com exceção dos Dez Mandamentos.

Além do mais, a passagem de 2 Coríntios 3:7-11 afirma claramente que os Dez Mandamentos (“gravados com letras em pedras”) foram abolidos, Como conciliar todos esses fatos? Acaso o cristão está sob a Lei no que se refere à santificação?

A única solução realista que pareceu coerente a este autor é a que distingue entre um código de leis e as leis nele contidas. A Lei de Moisés foi um dentre vários códigos que Deus outorgou ao homem ao longo da história, e como código está abolida, O código sob o qual o cristão vive é chamado de “a lei de Cristo” (GI 6:2) ou a “lei do Espírito da vida” (Rm 8:2).

Quando um código é revogado e outro instituído, nem todos os mandamentos contidos no novo código serão inéditos e diferentes. A permissão de comer carne na lei de Cristo (l Tm 4:3) também fazia parte do código sob o qual

Noé viveu depois do dilúvio (Gn 9:3).

Da mesma forma, alguns dos mandamentos específicos que faziam parte da

Lei de Moisés foram incorporados à lei de Cristo, e outros não. O código como um todo, porém, foi definitivamente revogado.

É a base para a purificação do pecado do cristão

O sangue (a morte) de Cristo é a base de nossa purificação contínua do pecado (l Jo 1:7). Isto não significa que haja uma recrucificação ou uma imersão em sangue, com o qual o cristão que pecar será tocado. Significa que o sacrifício definitivo de nosso Senhor oferece purificação constante ao cristão quando peca. Nossa posição de membros da família de Deus é mantida pela morte de Cristo; nossa comunhão familiar é restaurada pela confissão do pecado.

ALGUNS BENEFÍCIOS DA MORTE DE CRIST0

Dentre as bênçãos quase incontáveis da salvação, há muitas que são evidentes para os cristãos, pois podem ser experimentadas, como a oração, por exemplo. Muitas outras, porém, não são experimentadas em si mesmas (embora possamos experimentar seus efeitos) e nem sempre são devidamente compreendidas. Apesar disso, são imprescindíveis para uma vida cristã exemplar

Justificação

O tato de a morte de Cristo nos tornar aceitáveis diante de Deus é expresso em doutrinas como a redenção (Rm 3:24), a reconciliação (2 Co 5:19-21), o perdão (Rm 3:25), a libertação (Cl 1:13), a aceitação no Amado (Ef 1:6), a certeza da glorificação futura (Rm 8:30) e a justificação (Rm 3:24).

Justificar significa “declarar justo”. É um termo judicial que indica o anúncio de um veredicto de absolvição, excluindo qualquer possibilidade de condenação. De fato, nas Escrituras o termo justificação é sempre contrastado com condenação (Dt 25:1; - Rm 5:16; - 8:33,34).

As exigências da lei de Deus ao pecador foram plenamente satisfeitas. A justificação não se deve a nenhuma omissão, suspensão ou alteração na justiça de Deus e em suas exigências, mas ao Tato de todas as exigências divinas terem sido cumpridas em Crista. A vida de perfeita obediência à lei por parte de Cristo e sua morte expiatória que pagou a penalidade do pecado são as bases para a nossa justificação (Rm 5:9).

Esta jamais poderia basear-se em nossas boas obras, pois Deus requer perfeita obediência, o que é impossível para o ser humano.

O meio para obter a justificação é a fé (Rm 3:22,25,28,30).

Ela nunca é a base ou causa da justificação, mas o meio ou canal pelo qual a graça de Deus pode imputar a justiça de Cristo ao pecador que crê. Quando cremos, Deus “deposita em nossa conta” tudo aquilo que Cristo é e, assim, somos absolvidos. Logo, Deus pode anunciar legitimamente a nossa absolvição, um pronunciamento chamado “justificação”

Adoção

Adoção é um benefício particularmente maravilhoso da morte de Cristo para o cristão. A doutrina é ensinada de maneira mais clara apenas por Paulo. Quando, nos escritos de João, a palavra “filho” é usada para o cristão (não em relação a Cristo), por exemplo, você sempre deve pensar em filho natural, pois João não fala de filiação legal ou judicial do cristão. Somente Paulo nos revela que somos adotados como filhos. É verdade que somos filhos de Deus pelo novo nascimento, mas também é verdade que somos adotados na família de Deus.

No ato da adoção, uma criança de determinada família é tomada por uma pessoa de outra família, colocada nessa nova família e considerada filha legítima com todos os privilégios e responsabilidades inerentes a esse novo relacionamento.

O quadro retratado pela filiação ou geração espiritual é o do nascimento, crescimento, desenvolvimento e maturidade; a idéia de adoção é a do pleno privilégio na família de Deus. A adoção concede um novo status àquele que recebe a Cristo.

Os resultados da adoção consistem na libertação da escravidão, de tutores e da carne (Gl 4:1-5; - Rm 8:14-17), e é o Espírito Santo que nos capacita para desfrutar dos privilégios de nossa posição

Santificação

A palavra santificar significa “separar”. Para o cristão, a santificação possui três aspectos. Em primeiro lugar, o cristão foi separado por meio de sua posição na família de Deus. A esse aspecto normalmente se dá o nome de santificação posicional. Significa ser separado como membro da família de Deus. Tal fato se aplica a todos os cristãos, a despeito de sua condição espiritual, pois é um estado espiritual (leia 1 Co 6:11 para lembrar quão carnal era a condição daqueles cristãos).

Em Hebreus 10:10, fica evidente que esta santificação posicional está baseada na morte de Cristo.

Sem dúvida alguma, existe também o aspecto experimental da santificação. Uma vez que fomos separados, devemos assim mostrar-nos cada vez mais em nossa vida diária (1 Pe 1:16).

No sentido posicional, ninguém é mais santo que os demais, mas no aspecto vivencial é correto dizer que determinado cristão é mais santo ou mais santificado que outro. Todas as exortações do NT sobre o crescimento espiritual se referem a esta faceta progressiva e experimental da santificação.

Em certo sentido, porém, nenhum cristão será totalmente santificado para Deus até que nossa posição e nossa prática estejam em perfeita harmonia, algo que só ocorrerá quando virmos a Cristo em sua vinda e nos tornarmos semelhantes a ele ( I Jo 3:1-3). Esta é nossa santificação futura ou definitiva, que aguarda nossa completa glorificação num corpo ressurreto (Ef 5:26,27; - Jd 24,25).

TERMOS BÍBLICOS PARA SALVAÇÃO E SEUS BENEFICIOS

Rm 1.16Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.”

Deus nos oferece livremente a vida eterna em Jesus Cristo, mas, às vezes, nos é difícil compreender o processo exato usado para torná-la disponível a nós. Por isso, Deus apresenta na Bíblia vários aspectos da salvação, cada um com sua ênfase exclusiva. Este estudo examina três desses aspectos: a salvação, a redenção e a justificação.

SALVAÇÃO. Salvação (Gr. soteria) significa “livramento”, “chegar à meta final com segurança”. “proteger de dano”.

Já no AT, Deus revelou-se como o Salvador do seu povo (Ex 15.2; SI 27.1; 88.1; ver Dt 26.8 nota; SI 61.2 nota; Is 25.6 nota; 53.5 nota).

A salvação é descrita na Bíblia como “o caminho”, ou a estrada através da vida, para a comunhão eterna com Deus no céu (Mt 7.14; Mc 1214; lo 14.6; At 16.17; 2 Pe 2.21; cf. As 9.2; 22.4; Hb 10.20). Esta estrada deve ser percorrida até o fim.

A salvação pode ser descrita como um caminho com dois lados e três etapas:

(1) O único caminho da salvação. Cristo é o único caminho ao Pai (Jo 14.6; - At 4.12). A salvação nos é concedida mediante a graça de Deus, manifesta em Cristo Jesus (3.24). A salvação é baseada na morte de Cristo (3.25; 5.8), sua ressurreição (5.11.)) e sua contínua intercessão pelos salvos (Hb 7.25).

(2) Os dois lados da salvação. A salvação é recebida de graça, mediante a fé em Cristo (3.22,24,25,28). Isto é, ela resulta da graça de Deus (Jo 1.16) e da resposta humana da fé (At 16.31; Rm 1.17; Ef 1.15; 2.8 ).

(3) As três etapas da salvação. (a) A etapa passada da salvação inclui a experiência pessoal mediante a qual nós, como crentes, recebemos o perdão dos pecados (At 10.43: Rm 4.6-8) e passamos da morte espiritual para a vida espiritual (1 Jo 3,14;); do poder do pecado para o poder do Senhor (6.17-23), do domínio de Satanás para o domínio de Deus (At 26.18).

A salvação nos leva a um novo relacionamento pessoal com Deus (Jo 1.12) e nos livra da condenação do pecado (1.16; 6.23; 1 Co 1.18).

(b) A etapa presente da salvação nos livra do hábito e do domínio do pecado. e nos enche do Espírito Santo.

Ela abrange: (i) o privilégio de um relacionamento pessoal com Deus como nosso Pai e com Jesus como nosso Senhor e Salvador (MI 6.9; Jo 14.18-23; ver GI 4.6 nota);

(ii) a conclamação para nos considerarmos mortos para o pecado (6.1-14) e para nos submetermos à direção do Espírito Santo (8.l 16)e à Palavra de Deus (Jo 8.31; 14.21; 2 Tm3.15,l6);

(iii) o convite para sermos cheios do Espírito Santo e a ordem de continuarmos cheios (ver At 2.33-39; Ef 5.18;);

(iv) a exigência para nos separarmos do pecado (6.1-14) e da presente geração perversa (At 2,40; 2 Co 6.1 7); e

(v) a chamada para travar uma batalha constante em prol do reino de Deus contra Satanás e suas hostes demoníacas (2 Co 10.4.5; Ef 6.11,16; 1 Pe 5.8).

(c) A etapa futura da salvação (13.11,12; 1 Ts 5.8,9; 1 Pe 1.5) abrange:

(i) nosso livramento da ira vindoura de Deus (5.9; 1 Co 3.15; 5.5; 1 Ts 1.10; 5.9);

(ii) nossa participação da glória divina (Rm 8.29; 2 Ts 2.13,14) e nosso recebimento de um corpo ressurreto, transformado (1 Co 15.49-52); e

(iii) os galardões que receberemos como vencedores fiéis (ver Ap 2.7 nota).

Essa etapa futura da salvação é o alvo que todos os cristãos se esforçam para alcançar (1 Co 9.24-27; Fp 3.8-14).

Toda advertência, disciplina e castigo do tempo presente da vida do crente têm como propósito preveni-lo a não perder essa salvação futura (1 Co 5,1-13: 9.24- 27; Fp 2.12,16; 2 Pe 1.5-11; ver Hb 12.1 nota).

REDENÇAO. O significado original de “redenção” (gr. apolutrosis) é resgatar mediante o pagamento de uni preço. A expressão denota o meio pelo qual a salvação é obtida, a saber: pagamento de um resgate. A doutrina da redenção pode ser resumida da seguinte forma:

(1) O estado do pecado, do qual precisamos ser redimidos. O NT mostra que o ser humano está alienado de Deus (3.10-18), sob o domínio de Satanás (At 10.38; 26,18), escravizado pelo pecado (6.6; 7,14) e necessitando de livramento da culpa, da condenação e do poder do pecado (At 26.18; Rm 1.18; 6.1-18. 23; Ef 5.8; Cl 1.43; 1 Pe 2.9).

(2) O preço pago para nos libertar dessa escravidão: Cristo pagou esse resgate ao derramar seu sangue e dar sua vida (Ml 20.28; Mc 10.45; 1 Co 6.20; Ef 1.7; Tt 2.14; Hb 9.12; 1 Pd l: 18, 19).

(3) O estado presente dos redimidos: Os crentes redimidos por Cristo estão agora livres do domínio de Satanás e da culpa e do poder do pecado (At 26.18; Rm 6.7,12,14,18; Cl 1.13).

Essa libertação do pecado. no entanto, não nos deixa livres para fazer o que queremos, pois somos propriedade de Deus.

A nossa libertação do pecado por Deus nos torna em servos voluntários seus (At 26.18; Rm 6.18-22; 1 Co 6.19,20; 7.22,23).

(4) A doutrina de redenção no NT já estava prefigurada nos casos de redenção registrados no AT. O grande evento redentor do AT foi o êxodo de Israel (ver Ex 6.7 nota; 12.26 nota).

Também, no sistema sacrificial Levítico, o sangue de animais era o preço pago para expiar o pecado (ver Lv 9.8 nota; estudo O DIA DA EXPIAÇAO, p. 209).

JUSTIFICAÇÃO. A palavra “justificar” (gr. dikaioo) significa ser justo (ou reto) diante de Deus (2.13), tomado justo (5.18,19), “estabelecer como certo” ou “endireitar”. Denota estar num relacionamento certo com Deus, mais do que receber uma mera declaração judicial ou legal.

Deus perdoa o pecador arrependido, a quem Ele tinha declarado culpado segundo a sua lei e condenado à morte eterna, restaura-o ao favor divino e o coloca em relacionamento correto (comunhão) com Ele mesmo e com a sua vontade. Ao apóstolo Paulo foram reveladas várias verdades a respeito da justificação e como ela é efetuada:

(1) A justificação diante de Deus é uma dádiva (3.24; Ef 2.8). Ninguém pode justificar-se diante de Deus guardando toda a lei ou fazendo boas obras (4.2-6; Ef 2.8,9), “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (3.23).

(2) A justificação diante de Deus se alcança mediante a “redenção que há em Cristo Jesus” (3.24). Ninguém é justificado sem que antes seja redimido por Cristo, do pecado c do seu poder.

(3) A justificação diante de Deus provém da “sua graça”, sendo obtida mediante a fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador (3.22,24; cf. 4.3,5; ver o estudo FE E GRAÇA, p. 1704).

(4) A justificação diante de Deus está relacionada ao perdão dos nossos pecados (Rm 4.7). Os pecadores são declarados culpados diante de Deus (3.9-18,23), mas por causa da morte expiatória de Cristo e da sua ressurreição são perdoados (ver 3.25 nota; 4.25; 5.6-10).

(5) Uma vez justificados diante de Deus, mediante a fé em Cristo, estamos crucificados com Ele, o qual passa a habitarem nós (Gl 2.16-21).

Através dessa experiência, nos tornamos de fato justos e começamos a viver para Deus (2.1 9-21).

Essa obra transformadora de Cristo em nós, mediante o Espírito (cf. 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2), não se pode separar da sua obra redentora a nosso favor.

A obra de Cristo e a do Espírito são de mútua dependência.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar) Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS Bíblia de Estudo Anotada Bíblia de Estudo Pentecostal