8 de janeiro de 2010

O CONSOLO DE DEUS EM MEIO Á AFLIÇÃO

O CONSOLO DE DEUS EM MEIO Á AFLIÇÃO

TEXTO ÁUREO = “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação” (2 Co 1.3)

VERDADE PRÁTICA = No verdadeiro cristianismo, a consolação não pode ser um mero discurso: é um ministério que o genuíno discípulo de Cristo deve exercer.

LEITURA BÍBLICA == 2 CORÍNTIOS 1.3-11

INTRODUÇÃO

1 - O MINISTÉRIO DA CONSOLAÇÃO

Foi em Corinto que Paulo enfrentou um dos maiores desafios de seu apostolado. Teve de doutrinar e disciplinar uma igreja que, apesar de seus muitos e graves problemas, era embalada por um orgulho espiritual sem precedentes na história do Cristianismo Primitivo. Essa igreja chegou, inclusive, a colocar em dúvida, o apostolado de Paulo. Apesar da arrogância dos coríntios, encontramos o apóstolo, nesta lição, disposto a esquecer todas as ingratidões. E mais: apresenta-se ele agora pronto a exercer um grande e elevado ministério: a consolação. Sem esse ministério, jamais nos firmaremos como discípulos de Cristo.

1 - O QUE É A CONSOLAÇÃO

A palavra consolação vem do vocábulo latino consolatione, e significa alívio, conforto e lenitivo. Consolar é suavizar o sofrimento e a aflição de alguém.

As Escrituras Sagradas foram inspiradas por Deus a fim de proporcionar consolo e edificação através de seus vários livros. No Antigo Testamento, a consolação era dirigida prioritariamente a Israel. Mas, no Novo, a consolação é direcionada indistintamente a todos: judeus e gentios.

1. No Antigo Testamento. A essência da consolação no Antigo Testamento acha-se centrada no aparecimento do Messias. Quando de seu advento, haveria de, entre outras coisas, “apregoar o ano aceitável do Senhor e consolar todos os tristes’ (Is 61.2). A consolação, pois, não seria administrada apenas a Israel, mas a todos os povos.

2. No Novo Testamento. As expectativas proféticas do Antigo Testamento com respeito ao Messias cumpriram-se totalmente em Cristo. Inaugurando o seu ministério, o Senhor Jesus declarou que o caráter de sua missão era, justamente, ministrar as consolações divinas: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 4.18).

Vê-se, por conseguinte, que não pode haver cristianismo sem o ministério da consolação. Quem ama, consola, porque Deus é amor.

O CRISTIANISMO É A RELIGIÃO DA CONSOLAÇÃO

O Cristianismo é a única religião capaz de proporcionar o consolo de que a alma humana tanto necessita. Pois a sua essência acha-se no amor que Deus manifesta a toda a humanidade através de Cristo Jesus.

1. Crista, o exemplo máximo da consolação. Durante o seu ministério terreno, o Senhor Jesus pôs-se a consolar os cansados e oprimidos. Ele evangelizava os pobres, libertava os oprimidos de Satanás, curava os enfermos, ressuscitava os mortos (Mc1.21 - 34). Jesus exerceu o ministério da consolação de maneira plena; ninguém jamais havia dispensado tantas consolações (Jo 20.30).

2. Paulo, o apóstolo da consolação. Depois de sua conversão, Paulo dedicou-se não apenas a evangelizar como também a consolar as igrejas de Deus. Ou seja: exortar, edificar e reconfortar os fiéis. A este mister, ele dá o nome de ministério da consolação. Paulo dedicava-se de modo sacrificial e amoroso à consolação (2 Co 1.4). Por isso, teve completo êxito em seu ministério. Os pastores, hoje, precisam retomar este aspecto do serviço cristão.

Sem consolação, não pôde haver ministério bem sucedido.

3. Barnabé, o filho da consolação. Embora não pertencesse ao grupo dos doze (como Paulo também não o pertencia), Barnabé destacou- sena Igreja Primitiva por seu espírito conciliador e amoroso {At 4.36}, Ele sabia consolar, Para este apóstolo, a consolação não era um mero adorno do caráter cristão; era a sua essência. A consolação, para Barnabé, era um ministério. Que o senhor levante, em nossos dias, muitos Barnabé, pois a Igreja de Cristo nunca precisou de tanta consolação quanto hoje. Você pode ser classificado como filho da consolação?

OS MEIOS DA CONSOLAÇÃO

Como exercer o ministério da consolação? Para que sejamos bem sucedidos neste mister, é necessário que utilizemos os meios da graça. Sem estes recursos, não há consolação.

1-A Palavra de Deus. É nas Sagradas Escrituras que encontramos o meio mais eficaz de se ministrar as consolações. Na Palavra de Deus, Davi buscava a consolação em temos de angústia (SI 119.76). E, por acaso, não sé acha esta Palavra, hoje, ao nosso alcance? Deleite-se em Romanos 10.1-10. Era com a Palavra de Deus que Paulo consolava as igrejas de Cristo (2 Co 5.19)

Se quisermos igrejas fortes e sadias, ternos de nos voltar ao ensino sistemático da Palavra de Deus. Infelizmente, em muitas igrejas, a pregação da Palavra de há muito já está relegada a um plano bem terciário.

E hora de se retomar o ensino da Palavra de Deus. Ela é a fonte de todas as consolações. A Bíblia não pode ser substituída.

2. A oração. Era na oração que os salmistas buscavam consolação em tempos de tribulação e angústia (SI 120.1,2). Em sua epístola, Tiago deixou bem explícito que a oração é um dos meios mais eficientes para se realçar o ministério da consolação: “Está aflito alguém entre vós? Ore’ (Tg 5.13). De igual modo, precisamos aplicar o princípio das orações, súplicas e clamores, não somente para a nossa própria consolação. mas principalmente para a consolação dos aflitos e necessitados. Somente assim, estaremos cumprindo de forma integral esse ministério tão precioso conforme preconizado pelo apóstolo Paulo.

3. A oração pelos enfermos. A oração pelos enfermos também é parte essencial do ministério da consolação. Eis o que recomenda Tiago: “Está doente algum de vós? Chame os anciãos da igreja, e estes orem sobre ele, ungido-o com óleo em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, co Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação” (Tiago 5: 14-16).

Mesmo que não esteja nos planos de Deus curar determinado enfermo, devemos estar junto a este e orar por ele, Pois assim, estaremos demonstrando-lhe nosso amor e afeição. O amor é um bálsamo que consola e alivia as dores mais atrozes.

4. Evangelização. A evangelização também é um dos meios mais eficientes de se ministrar a consolação. Durante a sua estada na terra, o Senhor Jesus exerceu de maneira plena o ministério da consolação. Ele anunciou as boas novas aos pobres, proclamou libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, e pôs em liberdade os oprimidos (Lc 4.18). Quando se evangeliza, não somente se proclama as verdades referentes ao Reino de Deus, mas também se leva a cura divina, a libertação dos possessos etc. Quanto mais se evangeliza, mais se realça o ministério da consolação.

5. Louvor. Quando Paulo e Silas encontravam-se presos em Filipos, foram eles buscar consolação no louvor: “Pela meia-noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, enquanto os presos os escutavam. De repente houve um tão grande terremoto que foram abalados os alicerces do cárcere, e logo se abriram todas as portas e foram soltos os grilhões de todos” (At 16.25,26).

O louvor é um dos meios mais eficazes não somente para a nossa consolação, como também para a consolação daqueles que nos acercam. A Igreja, através do louvor, vem se firmando como a comunidade adoradora por excelência. Nenhuma religião canta como o Cristianismo. Mesmo nos momentos mais difíceis e calamitosos, os cristãos consolam-se com os salmos e hinos.

2 - O Ministério de Consolação

Não seria interessante sabermos o que aconteceu quando Timóteo e os irmãos que o acompanhavam chegaram a Corinto com a carta de Paulo para a igreja? Qual foi a reação dos crentes coríntios? Foi frutífero o ministério de Timóteo entre eles? Solucionou-se o problema de partidarismo na igreja? Os membros se humilharam numa atitude de submissão aos seus líderes? Passaram a praticar a autodisciplina, respeitando-se uns aos outros devidamente no corpo de Cristo? Francamente, não sabemos.

A segunda carta de Paulo aos Coríntios (que passamos a estudar agora), nos dá, contudo, uma idéia parcial do que sucedeu à recepção da primeira epístola. Timóteo parece haver visitado Corinto (veja 1 Co 16.10,11) para entregar a carta destinada àquela congregação e ajudar a igreja pela operação do seu próprio ministério. Após isso, Timóteo voltou a Efeso, onde estava Paulo com seu relatório sobre as condições na igreja coríntia. Embora Paulo planejasse uma viagem a Corinto mais tarde, resolveu ir imediatamente por causa dos problemas relatados por Timóteo. Foi uma situação difícil, que ameaçou inclusive destruir o ministério de Paulo entre os coríntios. Profundamente desgostoso, o apóstolo voltou a Éfeso muito necessitado do consolo de que escreve posteriormente em 2 Coríntios.

Neste capítulo, estudaremos mais alguns eventos que fizeram com que o apóstolo Paulo escrevesse como nessa segunda carta. Nela, vemos mais claramente do que na primeira epístola o sofrimento do grande pregador, a sua humanidade e a força emocional com que defende o seu ministério e apostolado. Através disso tudo, aprendeu a consolar os outros como foi consolado. Que os nossos sofrimentos possam dar o mesmo fruto!

Às vezes, enfocamos tão especificamente determinado trecho bíblico que esquecemos o seu contexto e não conseguimos apreciar plenamente o livro inteiro onde se encontra. Para bem apreciarmos uma carta, devemos lê-la do início ao fim, antes de examinarmos detalhadamente cada parágrafo dela numa cuidadosa releitura. Assim, gostaria que você lesse de uma vez, desde já, a 2 epístola aos Coríntios. Faça de conta que é um dos novos convertidos de Paulo em Corinto e sente uma grande lealdade para com o apóstolo. Talvez sinta-se até chamado para o ministério e deseje seguir o exemplo de Paulo. Repare bem nos seus sentimentos ao ler a carta e tente compreender o que Paulo está sentindo ao escrevê-la.

2. Ocasião e propósito

Paulo escreveu 2 Coríntios por volta do ano 56 d.C. (um ano depois da composição de 1 Coríntios). Não sabemos exatamente o que ocorreu nesse intervalo, mas a seguinte seqüência de eventos parece provável:

1. Paulo mandou Timóteo a Corinto, conforme o plano já traçado (1 Co 16.10,11).

2. Timóteo voltou, contando sobre uma situação bem séria.

3. Paulo resolve apressar a sua própria viagem a Corinto (1 Co 16.5-7), e foi sem avisar aos irmãos da sua chegada.

4. Paulo sentiu em Corinto tanta oposição ao seu ministério, que deixou a cidade, prometendo voltar logo, rumo a Macedônia (2 Co 1.15,16).

5. Paulo achou melhor não voltar tão cedo a Corinto. Para poupar os crentes, escreveu-lhes “no meio de muitos sofrimentos e angústias de coração” (2 Co 2.1-4,9).

6. Paulo mandou essa carta aos coríntios através de Tito, e ficou esperando notícias (2.12).

7. A igreja em Corinto aceitou os conselhos dados na carta de Paulo, arrependeu-se e castigou o membro que tinha chefiado a resistência ao apóstolo (7.5-16; 2.5-8).

8. Paulo deixou Éfeso rumo a Macedônia, detendo-se em Troas para pregar, na expectativa de se encontrar lá com Tito (At 20.1-3; 2 Co 2.12).

9. Paulo entristeceu-se porque Tito não estava em Troas, então dirigiu-se a Macedônia e lá se encontraram.

10. Paulo se alegrou sobremaneira com o relatório trazido por Tito. Escreveu logo 2 Coríntios para animar os crentes, esclarecer qualquer mal-entendido nas suas relações e preparar o terreno para sua terceira visita (12.14;13.l).

A segunda visita de Paulo foi difícil e de pouco êxito por causa de alguns “falsos apóstolos, obreiros fraudulentos” (11.13) que tinham visitado Corinto. Esses tinham atacado a credibilidade de Paulo, bem como seu ministério e apostolado. Os falsos apóstolos tinham chamado Paulo de covarde (10.10), observando que ele não portava cartas de recomendação das igrejas (3.1) e que se comportava conforme critérios mundanos (10.1).

Esses obreiros fraudulentos também quiseram insinuar que o apóstolo Paulo procedeu desonestamente com relação à distribuição dos bens aos crentes na Judéia (8.20-23). Esse grupo consistia em crentes judaicos que, como os pregadores judaizantes da Galácia, quiseram pregar um “evangelho diferente” (11.3,4; Gl 1.6-9). Esses falsos apóstolos não tentaram obrigar os gentios crentes a se circuncidarem, mas quiseram dominá-los, usando de uma autoridade mais severa que a do próprio apóstolo Paulo.

Mas Paulo não ia abandonar a causa divina; estava disposto a defender o bem-estar espiritual dos seus filhos na fé. Apesar da rejeição que esses lhe mostraram por ocasião da sua visita, ele ainda podia escrever-lhes uma carta (2.4). Naquela época, as cartas eram mandadas pelos amigos, pois não havia serviço de correio como em nossos dias. Paulo enviou essa carta por Tito, um obreiro treinado por ele, e Deus o usou para produzir o efeito desejado.

Paulo, muito animado pelos resultados, escreveu mais uma vez aos coríntios, a fim de prepará-los para sua terceira visita. Ele usou de várias técnicas de aproximação: consolo, animação e a sua autodefesa às acusações dos falsos apóstolos. Essa defesa “violenta” e emocionante se encontra essencialmente nos capítulos 10, 11 e 12 dessa epístola.

3. Tema e conteúdo

O tema principal de 2 Coríntios é o ministério cristão. Encontramos também nessa carta outros assuntos importantes, como por exemplo, a vida após a morte, consolo, reconciliação, contribuições e outras referências aos problemas em Corinto. E, possivelmente, a mais íntima das epístolas de Paulo.

Relata bastante as suas experiências; mesmo contendo importantes doutrinas, é mais pessoal que doutrinária. O apóstolo nos desvenda o seu ministério cristão através dos gentios, deixando transbordar os seus mais íntimos sentimentos ao defender sua autoridade espiritual, apelando para os crentes em Corinto.

NATUREZA E ORIGEM DA CONSOLAÇÃO = (1.1-7)

Consolo — (do latim — “fortalecer grandemente”) apoio que fortalece; alegar em momentos de luto e tribulação.

As palavras consolo, consolação, consolar e suas formas relacionadas aparecem nove vezes em 2 Coríntios 1.3-7; por isso precisamos entender claramente o seu significado. Paulo usa a palavra grega parakaleo, que é muito expressiva; é composta dos elementos para “ao lado de”, “ao pé de”, e kaleo “chamar”. Assim, significa literalmente “chamar ao pé de si”. Leva também o significado da função da pessoa chamada, ou seja, “consolar”. O substantivo paraklesis significa “consolação”, “exortação”, e a pessoa chamada ou invocada nesse contexto é o parakletos ou “consolador”, “advogado”, “conselheiro”. Foi essa palavra empregada por Jesus referente ao Espírito Santo.

Ele é nosso parakletos celestial, que nos socorre quando o invocamos e habita em nós para nos fortalecer, aconselhar e animar no caminho do bem. Ele nos consola na tristeza, dá alegria e infunde coragem. Já que vive em nós, quer também agir por nosso meio, proporcionando a outros o mesmo consolo que temos recebido dEle (Jo 14.16,17,26; 2 Co 1.3-5). Um lindo exemplo disso é a ocasião em que Paulo animava aos passageiros e marinheiros durante a tempestade, consolando-os com o conforto que tinha recebido do anjo do Senhor (At 27 .21-26).

Parakaleo — “chamar ao pé de si”

Parakalesis — “conforto, consolação, exortação”

Parakletos — “advogado, consolador”

Consolar, pois, é mais que dar os pêsames a uma pessoa enlutada; implica também em fortalecer e apoiar os outros com palavras ao mesmo tempo lógicas e simpatizantes, estando ao lado deles nos momentos de provação. Podemos identificar a fonte da nossa consolação de misericórdia: “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação” (1 Co 1.3). Ele está sempre ao nosso lado para nos fortalecer.

1. Consolação necessária e outorgada

Como é maravilhoso o ministério da consolação — fortalecer e animar àqueles que estão sofrendo! Como é necessário esse ministério! Mas ele só pode nascer do nosso próprio sofrimento e da nossa recepção pessoal da consolação de Deus. Vemos Paulo bem no meio desse processo, mostrando nas suas reações, toda a sua humanidade. Mas ali encontra a graça e a paz dessa bênção para outros sofredores (1 .3).

2. No sofrimento e perigo

Paulo não especifica a natureza das tribulações por ele sofridas. Talvez incluíssem doenças, ataques à sua vida e o motim de Efeso. Veja também 2 Co 11.23-29. Deus tinha feito maravilhas por toda aquela província pelo ministério de Paulo. Todos tinham ouvido o Evangelho e presenciado o milagroso poder das Boas Novas (At 19.8-12). Mas sempre que Deus usa grandemente uma pessoa, Satanás ataca o seu trabalho e ministério. As grandes oportunidades e a oposição vão sempre de mão dadas (1 Co 16.9).

O sofrimento de Paulo ultrapassou as dificuldades físicas (naufrágios, prisões, açoites, apedrejamento etc.), suportadas com tanta coragem. Ele parece sobrecarregado de preocupações pelo bem-estar e segurança das igrejas, e confessa:

“Em tudo fomos atribulados, lutas por fora, temores por dentro” (2 Co 7.5). Ele e seus companheiros sentiam intimamente “a sentença de morte” (1.9). O diabo estava tentando destruir as igrejas por meio da perseguição e das falsas doutrinas. Seria em vão o labor do grande apóstolo? Valeu o sofrimento passado?

Você alguma vez se sentiu assim? O sofrimento físico, o aborrecimento constante e o perigo iminente nos afetam no espírito e nas emoções. Algumas pessoas ficam amarguradas e ressentidas em relação a Deus. Outras aproximam-se mais e mais dEle, como conseqüência das aflições. Como devemos agir quando pressionados “acima das nossas forças” (1.8)? O que fazer quando falta todo apoio humano? Leia a resposta no Salmo 42. Onde o Salmista diz: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? (v. 2). Ele manda à sua alma: “Espera em Deus” (v. 5).

E Paulo fez assim. Sentiu o apoio das orações dos outros irmãos em seu favor e depositou toda a sua confiança “em Deus que ressuscitou dos mortos” (2 Co 1.9-11).

Geralmente, Deus nos ajuda a solucionar nossos problemas, vencer as tentações por meio da coragem, dos conselhos, do bom senso, apoio e das orações dos nossos irmãos em Cristo. As vezes, entretanto, tudo e todos parecem falhar. Nesses momentos, precisamos confiar exclusivamente em Deus.

Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, Meu Salvador e Deus meu (Sl 42.5).

3. Nas acusações e mal-entendidos

Uma das piores ações humanas é conferir, por motivos errados, às pessoas e ao seu procedimento, nossa atribulação. E fácil fazermos assim quando não gostamos de um determinado indivíduo. Se mantivermos uma atitude crítica, tudo que aquela pessoa faz parece mal feito ou feio por motivos errados. Ou nós mesmos podemos ser assim acusados, como aconteceu no caso de Paulo. Os seus inimigos criticavam toda a ação dele, ao tentarem usurpar a sua função e posição entre as igrejas.

Alguns dos crentes coríntios já criticaram a pregação direta e simples do apóstolo Paulo. Eles adoravam a filosofia e a eloqüência. Paulo preferia pregar ao nível de entendimento do povo, para que a fé dos crentes fosse fundamentada no poder de Deus e não na sabedoria de Paulo (1 Co 2.1-5). Ele salienta agora que não agiu conforme a sabedoria mundana, mas de acordo com a graça de Deus. Mesmo assim, os coríntios parecem não entender o que ele diz. Ele continua, pois, tentando esclarecer o assunto. O fato de Paulo mudar os planos da sua viagem, parece haver motivado novas acusações: “Vocês não podem depender dele porque ele não cumpre as promessas. Não é sincero. E covarde e tem medo de voltar. E não se comporta devidamente”, teriam dito alguns.

As promessas a presença de Deus constituem nosso sustento e consolo principal em momentos de aflição. Deus disse: “De maneira alguma te deixarei, nunca, jamais te abandonarei” (Hb 13.5). Será que conseguimos apreciar plenamente o significado do “Emanuel” — Deus conosco? E provável que não, pelo menos até chegarmos à Cidade Santa, à Nova Jerusalém (Ap 21.2). Mas Deus está conosco agora. Não somente existe, mas também se revela a nós como o Deus de toda consolação, aquEle que nos fortalece e sustenta.

Deus estava presente, revelando-se a Abraão, Moisés, Elias, Isaías e muitos outros santos do Antigo Testamento. O verbo ressurreto e exaltado à destra de Deus Pai, mandou o Consolador (Paracleto), “a fim de que esteja para sempre” conosco (Jo 14.16).

Estava com Paulo quando esse sofria as falsas acusações dos supostos apóstolos em Corinto e está conosco agora. Deus está agindo em nossos dias! Ele atua conforme seu próprio plano eterno (Ef 3.11) e em resposta à nossa necessidade, à sinceridade e à fé com que o invocamos. Ele é o Deus que cumpre as suas promessas por meio de Jesus Cristo (2 Co 1.20). Um dos grandes milagres do Cristianismo é que Deus responde ao rogo da humanidade e nos infunde força e coragem quando estamos sobremaneira atribulados. A presença do nosso Deus transforma e liberta.

4. Nas relações difíceis

O capítulo 2 relata dois casos de relações difíceis em que era necessário uma infusão de consolo. Os versículos 1-4 falam da mágoa do apóstolo Paulo após a sua visita penosa aos coríntios (2.1). Ele não queria prolongar aquele tipo de relacionamento, e fala da tristeza da igreja inteira e do irmão que pecara e estava sendo castigado pela congregação.

Veja nos versículos 1-4 as palavras de reconciliação que Paulo oferece aos crentes coríntios. Ele se refere a uma carta dura que lhes mandou em mãos de Tito. Teria sido bem mais fácil para Paulo abandonar os coríntios à sua própria sorte e dedicar a sua atenção a outras igrejas. Mas ele os amou, e não podia deixá-los abandonados ao erro. Ele os colocou frente a frente com o seu problema e pecado, mas não agiu de forma vingativa, e sim com amor e com lágrimas. Essa sua expressão de amor e confiança, junto à exortação dada, incentivou os coríntios a confessarem, contritos, a sua falta.

Os versículos 5-11 são de interesse e desafio. Não sabemos bem quem pecou e agora recebia perdão e consolo. Uns poucos estudiosos acham que foi aquele incestuoso de 1 Coríntios 5.1-5, mas a maioria acha que foi outro indivíduo. Qual teria sido o pecado desse?

2 Coríntios 2.5 parece indicar que o pecado foi cometido contra Paulo e contra a igreja. Seria o pecador um dos falsos apóstolos de 2 Coríntios 11.13? Talvez fosse um forasteiro metido na congregação que insultava Paulo e desafiava a autoridade dele, ganhando para si uns seguidores. Fosse como fosse, ele acabou castigado pela igreja, fato que lhe magoou grandemente. Embora saibamos muito pouco sobre o pecador e seu pecado, percebemos ao menos o seguinte:

Ele havia caído num pecado bem grave. Tinha ofendido a igreja e fora castigado. A disciplina surtira efeito, e agora, chegara o momento de restauração e reconciliação. E Paulo quem chama a igreja para perdoar e consolar o irmão caído.

No seu gesto de perdoar o pecador e convidar a igreja a perdoá-lo da mesma forma, Paulo aplicava o princípio que ele mesmo tinha ensinado em 1 Coríntios 13.

5. De Deus —> para você—> aos outros

Amor Amor

Perdão Perdão

Consolo Consolo

O amor, o perdão e o consolo devem ter caráter vertical (de Deus para nós) e horizontal (de nós para os outros).

“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é de Deus” (1 Jo 4.7; leia também 4.19-21). Não podemos compartir aquilo que não possuímos. “Amamos porque Ele nos amou primeiro”. Ninguém pode ensinar o que não aprendeu. Paulo diz:

“Recebi do Senhor o que também vos ensinei” (1 Co 11.23).

Já vimos que o verbo parakaleo “consolar”, significava “estar ao lado de alguém, apoiando e às vezes animando”, isso inclui o perdão. O pecador, em Corinto, precisava de consolação, perdão e amor. Estava realmente magoado e arrependido. E esse o propósito da verdadeira disciplina, seja no lar ou na igreja conduzir ao arrependimento.

Alcançando o arrependimento do culpado em Corinto, competia a igreja perdoá-lo, tanto por causa da congregação como por causa do pecador.

Ao perdão, segue-se a restauração. Satanás é esperto e gosta de explorar algo bom como a disciplina ou o arrependimento, tornando-o em coisa ruim. Quando não se pratica o perdão e a restauração, Satanás pode desanimar o pecador arrependido, levando-o ao desalento e ao ressentimento. Isso tornaria nulo o propósito da disciplina e inútil o arrependimento.

RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS COM AMOR

1. Encarar o problema 2. Comunicação com amor 3. Disciplina, se preciso 4. Arrependimento expressado 5. Perdão expressado 6. Consolação — o amor assegurado 7. Restauração completa

Resultados: alegria, mais amor, triunfo de Cristo e em Cristo 2 Co 2.1-11, 14.

Na igreja, no lar e onde quer que estejamos “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando- vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). As vezes é difícil perdoar, mas devemos nos lembrar de que é pecado recusarmos o perdão quando o ofensor está genuinamente arrependido.

1. Nas preocupações e contratempos

O versículo 12 prossegue com a apresentação da necessidade do próprio apóstolo Paulo. Ele tinha ido de Efeso a Troas (uns duzentos quilômetros) pregar, enquanto viajava para a Macedônia. Paulo esperava encontrar-se com Tito em Troas, mas ficou desapontado porque ele não estava lá. Mesmo com uma boa “porta aberta” em Troas, Paulo não estava tranqüilo. O que podemos fazer em momentos assim?

Em primeiro lugar, não devemos perder a esperança. A ação também pode nos ajudar. Paulo fez o que pode para resolver o seu problema. Continuou viagem a Macedônia em busca de Tito e para visitar as igrejas conforme seu plano original. Deu graças a Deus por sua fidelidade e vitória.

Finalmente, vem a consolação ao nos submetermos integralmente à vontade de Deus, seja na vida ou na morte, confiantes em que Cristo está nos guiando e a sua divina causa prevalecerá. Em 2.14-16, Paulo compara isso a procissão triunfal de um general romano. Veja 1 Coríntios 4.9 e os comentários sobre esse trecho no seu livro, onde é relatado que alguns presos sobreviveriam para serem escravos e outros morreriam na arena. O incenso da procissão simbolizava vida para uns e morte para outros.

Paulo se considerava cativo (escravo) de Cristo, que é o vencedor Todo- Poderoso. Mas agora servia com alegria no exército do Mestre. A pregação do Evangelho trazia a muitos o perfume da vida, mas àqueles que o rejeitavam, era o cheiro do julgamento e da morte. A batalha é sempre árdua (2.16), mas o nosso Deus concede a vitória. Vamos agir como “enviados de Deus” e prosseguir à vitória!

A consolação de Paulo foi completa, quando encontrou Tito e recebeu as boas notícias acerca do amor dos coríntios. Leia 7.14- 16 e sublinhe as palavras que expressam a sua alegria. O “Deus de toda consolação” transformou os temores internos de Paulo numa alegria bem maior!

CONCLUSÃO

Nestes dias tão difíceis, urge que retomemos o ministério da consolação. O brado do profeta continua a ecoar: “Consolai, Consolai o meu povo! Diz o vosso Deus” (Is 40.1). É através da consolação que conseguimos demonstrar o amor que o Espírito Santo derramou em nossos corações. A consolação é um ministério a ser exercitado por todo o povo de Deus. Você está nesse ministério?

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Lições bíblicas CPAD 1987

Comentário Bíblico 1 e 2 Coríntios Thomas Reginald Hoover

6 de janeiro de 2010

O Consolo de Deus em meio à Aflição.

O Consolo de Deus em meio à Aflição.

“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus”. (1º Pedro 4. 12-14).

A palavra Aflição vem do latim afflictione, sendo um substantivo feminino, em nossos dicionários significa, entre outros: Profundo sentimento moral produzido por um revés da fortuna, uma circunstância penosa, etc; pena, agonia; Estado de grande desalento, de profunda tristeza ou mágoa; desgosto; Grande preocupação ou inquietação; ansiedade, angústia; Padecimento físico; tortura.

Por sua vez Consolação, do latim consolatione e do grego paraklesis; têm significado de Alívio, lenitivo, conforto, etc...

I - “Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR o livra de todas”. (Salmos 34:19)

A palavra sofrer vem do latim sufferere, por sufferre, significando ser atormentado, afligido, etc... E em nossos dias a vida pós-moderna, não permite em sua filosofia que o sofrimento venha fazer parte da vida das pessoas, ou seja, ninguém gosta de sofrer, mas na verdade deveríamos dizer assim: “- Grande parte das pessoas não admitem que estão sofrendo”.

As pessoas estão sofrendo por causa do pecado, dos vícios, das drogas, do álcool, da prostituição; por causa das doenças, das pestes; e o pior ainda é que estão sofrendo porque inventaram novas formas de supostamente “servir” ao Senhor Deus, mas não da maneira descrita em SUA Santa Palavra, mas sim de acordo com o que é mais conveniente para si próprios. Mas o Deus Bendito Eternamente não aceita tal posição, sendo necessário os homens reconhecerem o Cristo Salvador da humanidade, para a remoção de tamanho sofrimento.

Já por sua vez, olhando para as igrejas, a tão falada teologia da prosperidade, está adquirindo cada vez mais adeptos, inclusive pastores presidentes e obreiros auxiliares, que deixaram a verdadeira explanação das Escrituras. É um tal de NÃO ACEITE ISSO; DECLARE AQUILO; DETERMINE ASSIM, ETC... Outros têm a coragem de dizer que o crente em Jesus não pode passar por circunstâncias adversas, tais como enfermidades, situação financeira inferior, inclusive afirmando que o irmão que está em tal situação encontra-se em pecado (COISA ABSURDA E SEM RESPALDO BÍBLICO), etc...

Mas o irmão Tiago (4. 13 ao 16) diz: “Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas agora vos gloriais em vossas presunções; toda a glória tal como esta é maligna”.

Mas o versículo acima citado pelo salmista Davi mostra que até mesmo o justo passa por tribulações, vejamos bem que é plural, não apenas uma tribulação, mas tribulações. Será que a bíblia dá exemplos disso? Vejamos alguns:

O que dizer do justo Jó? Que almejava apresentar-se diante do Seu Redentor, por causa de tamanha dor...Abel era justo, mas foi afligido por seu irmão Caim (Gn 4.8); Abraão muitas vezes (peregrinação, guerra, etc... Gn 12.10; 14. 14-17); Ló afligido em Sodoma/Gomorra (2º Pe 2.7); e o que falar de Isaque e Jacó?... O justo José foi vendido pelos próprios irmãos, preso sem dever nada; Já Moisés enfrentou muitas dificuldades com o povo de Israel; Josué não descansou das batalhas; Samuel foi rejeitado; Davi perseguido pelo próprio Saul;... Faltaria tempo para falar dos profetas Isaías, Jeremias, Daniel, entre outros... O Grande JUSTO Jesus Cristo então, sem pecado algum... Pedro, Tiago, João e até mesmo o próprio Paulo...Resumindo com o que está escrito em Hebreus (11. 33-38): “Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos. As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra”.

Não fugiram das aflições e foram vitoriosos não somente nesta vida, mas alcançaram testemunhos de que verdadeiramente o Justo passa por aflição, mas o Senhor livra de todas.

II - “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. (João 16:33)

Muitos se dizem discípulos de Jesus, e até alguns pregadores usam as palavras de Paulo em Colossenses 1.24, quando diz: “... cumpro o resto das aflições de Cristo...”.

Creio no que a Bíblia diz que somos participantes de tais aflições (2º Co 1.5-7; 2º Tm 2.3, 4.5; Hb 10.32; 1º Pe 4.13, 5.9), mas muitos usam isto mais como uma lamentação, uma lamúria, demonstrando-se mais vítimas, do quê verdadeiros soldados do exército de Cristo, e assim não vão muito longe em seus ministérios, desistindo no “meio do caminho”.

O fato é que nem todas as aflições que passamos é por causa do nome de Jesus Cristo, mas sim, diversas vezes por causa de nossa própria escolha, nossas desobediências à Palavra do Senhor, nossa falta de vigilância, falta de prudência e paciência, etc...Por outro lado, em 1º João 2.6, nos é dito: “Aquele que diz que está Nele também deve andar como Ele andou”...Se Jesus Cristo foi perseguido e afligido, quanto mais nós, que não somos nem um pouco melhores do que ELE: “Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu SENHOR. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa (João 15.20)”.

Agora! Quando sofremos por amor da Justiça e por causa do nome do Senhor Jesus, então nosso galardão é grande: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. (Mateus 5. 10-12)” “Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal. E qual é aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem? Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; antes, santificai ao SENHOR Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo. Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal. (1º Pe 3. 12-17)” “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte... Portanto também os que padecem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem. (1º Pe 4. 12-16 e 19)”.

Jesus venceu este mundo, e agora pode perfeitamente nos ajudar a vencer também (Hb 2.18).

III - “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”. (Romanos 8:18)

Mas o melhor de tudo isso é que um dia, todas esta aflições terão um fim. O próprio apóstolo Paulo, afligido muitas vezes pelos falsos irmãos em Corinto, disse assim: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente. (2º Co 4.17)”. Pois ele sabia, que tem um lugar reservado no céu, aonde não há lágrimas, nem dor, nem pranto, quando o próprio Senhor Jesus enxugará de nossos olhos todas as nossas lágrimas e nos consolará de todas as nossas aflições (Ap 21.4).

Então, quando formos criticados, perseguidos, afligidos, etc... Em lugar de apontar o irmão fulano, vamos entender o trabalhar de Deus em nossa vida, e igual (19.25) vamos dizer assim: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra”.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. (2º Co 1. 3,4)”.

Que o Senhor console os nossos corações através de sua Santa Presença! Amém.

Thiago Rodrigues Teixeira

Cooperador do Evangelho.

31 de dezembro de 2009

A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO.

A DEFESA DO APOSTOLADO DE PAULO.

Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco. Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis; e espero que também até ao fim as reconhecereis”. ( II Cor. 1.12,13)

Introdução

A segunda carta de Paulo aos Coríntios elenca em seu aspecto mais amplo, o desejo do homem de Deus, pela obra do Senhor. Escrever sobre o apóstolo Paulo se torna um desafio, ao passo que este homem se identificou com o evangelho de Jesus Cristo, em relação aos gentios, como nenhum outro apóstolo. Paulo tornou-se uma referência para todos os obreiros que vieram após ele, e muitos são os servos de Senhor que foram tocados pela história de vida deste obreiro.

Paulo em todas as épocas contribuiu, através dos seus escritos, de uma maneira gloriosa para manutenção das doutrinas bíblicas. Com poderíamos falar, sem os escritos de Paulo, sobre o casamento? Sobre a ressurreição? Sobre a fé? Sobre a segunda vinda de Jesus? Sobre tantas outras doutrinas que inspiradas pelo Espírito Santo foram deixadas para igreja? Não, de maneira nenhuma, este apóstolo se tornou, mesmo que se considerando como o menor (I Cor. 15.9), um marco para igreja de nosso Senhor Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo que tivera uma vida exemplar vem através de sua nesta segunda carta convencer os seus pares, neste caso os da própria igreja que estava em Corinto, que tudo quanto fizera está dentro de um plano maior, isto é, a salvação das almas; Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação e salvação é, a qual se opera suportando com paciência as mesmas”. (II Cor. 1.6). Desta forma, o apóstolo inicia a sua epístola falando sobre as consolações que são produzidas pelo Espírito Santo na vida daqueles que se entregam ao serviço do Senhor.

A cidade de Corinto.

Uma das quatro cidades mais importantes do Império Romano, segundo alguns estudiosos considerada a cidade mai opulentas do Império.

Terrivelmente afetada pela licenciosidade, este era um dos seus maiores aspectos quanto à imoralidade praticada pelos seus habitantes. Situada aproximadamente 64 quilômetros a sudoeste de Atenas, na península do Peloponeso. Ficava numa posição estratégica e privilegiada, pois facilitava o acesso aos portos de trocas existentes naquele período. Possivelmente os grandes fluxos de pessoas vindas das várias partes do Império Romano circulavam pela cidade diariamente.

Outro aspecto importante a elencar, é que esta cidade era dominada pela idolatria e por toda forma ritos pecaminosos. O apóstolo chegou nesta cidade em sua segunda viagem missionária, como se lê em Atos 18.1,18. O evangelista encontrou grande dificuldade para ministrar a palavra de nosso Senhor Jesus aos judeus e gregos vers.6. Paulo permaneceu ali um ano e seis meses (Atos 18.11), ensinando a palavra do Senhor. Observemos que foi a partir da fundação da igreja em Corinto, pelo apóstolo Paulo, que a pregação aos gentios tornou-se mais evidente, no seu ministério. E foi pela ordenação do Senhor que Paulo inicia em Corinto a busca por aqueles que realmente necessitavam de salvação (Atos 18.6,10).

Uma cidade corrompida.

Paulo chegou a Corinto provavelmente em 57 d.C, e com certeza encontrou uma população envolvida com uma vida de extrema pobreza espiritual. O aspecto religioso daquele período mostra-nos que Corinto além de ser uma cidade importante para comércio servia como um centro de adoração a deusa Venus, uma entidade cultuada pelos habitantes daquela cidade. Segundo alguns estudiosos o templo em Corinto abrigava mais de mil prostitutas que praticavam todo o tipo de torpezas. Existiam ainda vários outros deuses que eram adorados em muitos templos espalhados pela cidade. Quiçá num ambiente tão hostil, isto falamos dos rudimentos aos quais aquele povo fora criado (Gl 4.3; Cl 2.8;Cl 2.20), seja fácil compreendermos a dificuldade de Paulo em combater o pecado e as divisões dentro da igreja. E isto é evidenciado na angústia que Paulo sentia ao escrever sua primeira carta aos irmãos em Corinto. No capitulo 5 de 1° Coríntios, fica evidenciado até a que ponto aqueles crentes foram influenciados pela corrupção social existente. Paulo condenou a prática daquele pecado.

E desta forma escreve o versículo que diz; “Geralmente se ouve que há entre vós fornicação, e fornicação tal, que nem ainda entre os gentios se nomeia, como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação” (1° Cor. 5 1,2), percebe-se que aqueles irmãos não fizeram nada para combater aquele pecado.

Contudo, nos parece que o pecado em si não fosse o mais agravante para aqueles irmãos, pois numa sociedade corrompida, todo o fato que causa estranheza é tratado como atípico e facilmente tolerável. E isto se enquadra também as leis que agem na sociedade e podem influenciar a igreja. Portanto, o mesmo pecado cometido naquela sociedade, isto tido como normal, pode infiltrar-se na igreja e ao menos tempo ser “tolerado”. E se considerarmos os “tais rudimentos” poderíamos dizer que aquela igreja refletia no seu interior aspecto de uma sociedade que precisava urgentemente de socorro espiritual.

Paulo e a sua autoridade.

Ao iniciar sua segunda carta, Paulo trás para seus leitores um sentimento de consolo em relação às tribulações que aquele momento necessitava. Naquele momento havia a necessidade do apóstolo defender o seu ministério, ou seja, falar de si mesmos, abrindo a oportunidade para que aqueles que ali estavam pudessem conhecer realmente o desejo amoroso que Paulo nutria pelos seus irmãos. Paulo apela para o princípio maior da consolação que é proveniente da salvação; “E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação”. (I Cor. 1.7).

Paulo nos ensina que em relação às dificuldades, todos nós participamos das tribulações, e com certeza participaremos das consolações. Este princípio de coletividade está bem delimitado neste versículo. Pois é através da coletividade, que ocorre dentro do corpo que é a igreja, onde é gerido o reino de Deus na terra. A coletividade nos sofrimento, que são causados pelas tribulações, afeta toda a igreja.

Pois o sofrimento de um, causa dor em todo corpo, mas quando a alegria chega, todos são beneficiados pelo consolo; “como sois participantes das aflições, assim sereis também da consolação”.A palavra consolação deriva da palavra grega “paraklh,sewj” (parakléseos), que em seu significado literal é conforto. Desta forma, aqueles irmãos estariam conseguindo conforto da parte de Deus no meio das tribulações. Talvez a opção pelo apóstolo em começar a sua carta com uma palavra tão expressiva. Portanto o consolo está simplesmente em confiar em Deus no meio das angustias; “Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo.” (I Cor. 1.5).

A preocupação com a obra do Senhor.

Por esperar uma resposta sobre igreja de Corintos, que era trazida por Tito, Paulo angustiava-se por não ter noticias sobre aqueles irmãos (I Cor. 2.13). Paulo não poderia naquele momento ir até aquela igreja, mas precisava saber o que realmente estava acontecendo. Existe a necessidade do obreiro saber como estão as suas ovelhas, e isto muitas vezes causa inquietação, fadigas, noites de sonos e perturbações na alma. Paula sabia que as coisas não iam muito bem, havia a urgência de transmitir uma resposta para aqueles queriam arruinar o seu ministério e a sua autoridade. “Não tive descanso no meu espírito, porque não achei ali meu irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a Macedônia.” (vers.13).

Hoje com o advento das novas tecnologias, a comunicação ficou muito fácil, e nós podemos estar em qualquer parte do mundo e ter acesso a contas bancárias, email, vídeos ou participar de eventos pela internet. Podemos até, ao ler este pequeno estudo, estarmos falando com alguém a milhares de quilômetros de distância, esta é a vantagem da tecnologia da comunicação, e isto não era possível no tempo de Paulo.

A segunda carta aos Coríntios foi escrita provavelmente na província da Macedônia, possivelmente em Filipos. Filipos ficava ao norte da Grécia, e foi a primeira igreja fundada na Europa (Atos 6.12,40). A distância era enorme e por isso a urgência de informação se fazia necessária.

Nos dias hodiernos existem as tecnologias e vemos como é difícil conseguimos que o evangelho chegue a todas as pessoas. Parece até um paradoxo, temos a forma de enviar a mensagem, mas nunca teremos a certeza de que estaremos sendo compreendidos. “Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis; e espero que também até ao fim as reconhecereis”. ( II Cor. 1.12)

Conclusão

Com certeza tiraremos grandes e preciosos ensinamentos ao estudarmos a segunda carta de Paula aos Coríntios. Somente as ricas misericórdias do Senhor são capazes de nos fazer entender a sua vontade concernente a sua obra.

Que nestes últimos dias o Senhor Jesus possa levantar em nosso meio; homens com coragem, determinação e acima de tudo com caráter, para enfrentas os grandes ardis de satanás. A igreja atual necessita que as mãos do Senhor estejam estendidas sobre ela, e que o Espírito Santo continue a operar grandes maravilhas em nossas vidas.

Bibliografia

BOYER Orlando, Pequena Enciclopédia Biblica. Rio de Janeiro, CPAD.

FOX John, O Livro dos Martires, Trad. Marta Doreto de Andrade e Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro, CPAD 2001.

JOSEFO Flavio, Historia dos Hebreus. Trad. De Vicente Pedroso. Rio de Janeiro, CPAD, 199O.

HENRY Matteu, Comentário Bíblico, Trad. Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro, CPAD 2002.

Novo Testamento Interlinear Grego-Português, Sociedade Bíblica do Brasil. São Paulo 2004.

Elaboração por:- Presb. Juarez Alves

Professor de História.

Formação Teológica ETAD.

28 de dezembro de 2009

A RELEVÂNCIA DA VIDA DE PAULO NA IGREJA DE CORINTO

A RELEVÂNCIA DA VIDA DE PAULO NA IGREJA DE CORINTO

Paulo foi e é um personagem do Novo Testamento que se identifica com a igreja de hoje. Neste primeiro trimestre, estaremos dando seqüência ao estudo das cartas de Paulo aos coríntios. Especialmente a segunda carta tem um caráter bem pessoal e foi escrita quase um ano depois da primeira enviada à igreja de Corinto. Porém, neste artigo, queremos destacar alguns aspectos fascinantes da vida do apóstolo Paulo, os quais deixaram lições preciosas para todos os tempos da vida da Igreja na Terra.

Missionário e plantador de igrejas, especialmente na Asia Menor e Europa, Paulo se destacou pela sua ousadia e amor ao Senhor Jesus. Por causa de seu passado

religioso judeu radical, não lhe faltaram questionamentos, levantados por outros judeus, que duvidavam da autenticidade de seu apostolado e da sua mensagem.Havia quem duvidasse até mesmo de sua conversão a Cristo e, por isso, rejeitavam seus ensinos. Ele enfrentou a influência do helenismo grego através da filosofia do gnosticismo sobre os cristãos espalhados na Ásia Menor e na Europa.

Mas, Paulo enfrentou ameaças de morte porque era capaz de contender com com judeus radicais e com os filósofos de sua época.

No campo da teologia, Paulo tinha uma boa formação da escola judaica quando fi aluno de mestres respeitados como Gamaliel. Reuniu o que sabia e com a revelação do Espírito Santo, foi um sistematizador da teologia do Novo testamento, sem diminuir os demais apóstolos, pais da igreja. Ele deu uma nova roupagem a teologia judaica do Antigo Testamento, apresentando uma teologia nova em que Cristo se tornou o ponto convergente da vida da Igreja

Nos dias de Paulo, no primeiro século da Era Cristã, o Império Romano abrangia parte da Europa, da Asia Menor e norte da Africa.Cesar Augusto ascendeu ao poder romano em 3l aC. e teve um período de quase um século (ate 68 dC) de grande progresso e paz período conhecido como o da pax romana. Havia muito comércio, cultura e religiosidade em todo o império, especialmente em Roma. A religiosidade do povo era politeísta ( I Co 8.5), com os deuses romanos e os gregos representados, não só em templos, mas expostos em obras de escultura nas praças públicas. Paulo enfrentou dificuldades ao pregar que havia apenas um Deus e, por isso, em todo o império, onde ele visitava, grandes polemicas e debates teológicos existiam, conforme o testemunho dos Atos dos Apóstolos e as epístolas e cartas enviadas as igrejas.

As cartas à igreja de Corinto

Corinto tem sua posição geográfica numa estreita faixa de terra entre o Golfo de Corinto e o Golfo Sarônico. Essa posição lhe dava garantias de grande comércio para toda a região ao seu redor.

Segundo os especialistas históricos e geográficos, os comerciantes preferiam fazer seus negócios via Corinto, porque algumas regiões junto ao mar Egeu eram perigosas e rochosas, e provocavam ventos fortes que podiam submergir suas embarcações. Por isso, na rota de Roma para o Oriente, o caminho era facilitado pelo fato de Corinto fazer parte da colônia romana.

Corinto era a menos romana de todas as cidades da Ásia Menor. Nela, viviam pessoas de vários povos e nações, por causa do comércio e da cultura desenvolvida na cidade. Corinto era a capital da Acaia. Por essas características cosmopolitas, a cidade atraía gente de todos os lados. Paulo percebeu que era uma oportunidade ímpar para se pregar o Evangelho de Cristo e formar uma igreja naquela cidade.

Paulo cumpre seu papel apostólico na cidade

Ao chegar a Corinto, Paulo vinha de uma experiência um pouco frustrante em Filipos, onde enfrentou grande oposição de judeus fanáticos. Essa oposição não foi menor em Tessalônica e Beréza. Só em Atenas ele conseguiu algum sucesso com a sua pregação Quando foi a Corinto, seus companheiros de ministério, Silas e Timóteo, estavam na Macedônia e ele teve de enfrentar sozinho inicialmente as dificuldades iniciais de semear o Evangelho naquela cidade. Ao chegar a Corinto, tinha conhecimento de um casal de cristãos, Áquila e Priscila, que eram judeus que haviam saído de Roma por causa da expulsão por decreto do Imperador Cláudio. Áquila e Priscila eram fabricantes de tendas e Paulo juntou-se a eles para fabricar tendas para poder subsistir naquela terra.

A despeito da oposição dos judeus à sua presença nas sinagogas da cidade, confrontava a todos com a revelação de que Jesus Cristo era o cumprimento das profecias bíblicas. A igreja foi formada com oposições de todos os lados, mas prosseguiu crescendo em número, tendo Apolo, um expositor veemente da Palavra, como continuador da obra em Corinto (At 18.26-28). Paulo continuou seu ministério itinerante dando assistência a outras igrejas na Ásia Menor.

PAULO ENFRENTOU SERIAS OPOSIÇÕES AO SEU MINISTERIO EM CORINTO

Ao escrever a Primeira Carta aos Coríntios, a referida carta desapareça conforme Paulo cita em l Cormtios 5.9. Posteriormente, ele escreveu outra carta, presumivelmente levada por Estéfanas, Fortunato e Acaico ( I Co 16.17), e nesta carta Paulo foi incisivo acerca de alguns problemas de ordem moral e doutrinaria. Por isso, ele enviou Timóteo para tomar conhecimento dos grandes problemas e procurar amenizar a situação que era grave. Na Segunda Carta, Paulo continuou a tratar de certos problemas, especialmente aqueles que foram levantados com falsas denúncias contra sua vida e que questionavam seu apostolado. Eram pessoas que suspeitavam da sua coerência e boa vontade para com a igreja.

Paternidade literária da Carta

Os críticos literários, estudiosos sérios, que se preocupam com a autenticidade de um documento, chegaram à conclusão deque não há dúvidas quanto à autoria das Cartas aos Coríntios. Na análise textual, os assuntos tratados sugerem a ideia das duas serem uma só carta. Entretanto, os especialistas concordam que as duas cartas diferem em si, e não representam, como entendem, tratar-se de uma compilação de várias cartas. Por essa razão, sugerem algumas divisões de assuntos tratados nas cartas, mas, inevitavelmente, cada uma das cartas tem sua própria linguagem nos assuntos tratados pelo autor. As provas textuais depois de analisadas não deixam dúvidas de que cada uma delas, mesmo sendo dirigidas à mesma igreja, tratam de assuntos parecidos, mas distintos. Não há dificuldade em aceitar a unidade dos assuntos tratados pelo apóstolo.

Propósito da Carta

Ao escrever esta Segunda Carta, Paulo estava preocupado com a vulnerabifidade dos cristãos expostos às influências negativas dos seus oponentes. Ele desejava voltar a estabelecer a confiança que os coríntios tinham quanto à sua pessoa e seu ministério. Havia no seio da igreja amigos fiéis e leais que o conheciam e o amavam, e ele não queria perder essa relação positiva com esses irmãos. Por isso, nesta carta, ele se obriga a fazer uma autorecomendação com uma forma particular de comunicar-se para defender-se das acusações injustas feitas contra ele.

As duas cartas diferem em tom e teor dos assuntos tratados. Na primeira, além dos aspectos doutrinários de ordem moral e de ordem teológica, Paulo doutrinou a igreja acerca dos dons espirituais e como administrá-los. Na segunda, Paulo foi incisivo em defender seu apostolado das acusações injustas que colocavam

“Percebe-se, nos seus escritos,

uma mescla de severidade e

ternura, de exortação e louvor,

de gratidão e indignação, de

humilhação e exaltação”

em dúvida seu ministério apostólico. Alguns oponentes haviam se infiltrado no seio da igreja promovendo dissensões e rejeição a sua pessoa, mas Paulo tratou com firmeza sua posição em nome de Cristo. Ele abordou alguns assuntos teológicos que requeriam clareza e revelação e, graças à sua mente zelosa e à ação do Espírito Santo, esses assuntos se constituem até hoje elementos de doutrina cristã. Ele destacou o ensino sobre a Nova Aliança (2.12 a 4.6); o ministério da reconciliação dado a igreja (5.11-21) e assuntos relacionados com a obra expiatória de Cristo (4.8-12; 6.4-10).

Paulo deu um ensino sobre a administração financeira, ao falar das coletas levantadas em prol da obra, que serve de base para o ensino do assunto na igreja hoje (8.1 a 9.15). A defesa do seu apostolado tem um sentido histórico porque o modo como Paulo fez essa defesa valorizou o ministério pastoral e projetou o cuidado que se deve ter em relação à unção recebida. Quando atingida de forma irracional, essa unção se constitui numa muralha espiritual para aqueles que ministram a Palavra de Deus. Desrespeitar essa unção ofende ao Espírito Santo. Por isso, a autoridade apostólica é aquela que é exercida sob a égide do Espírito Santo.

Paulo era arguto nas ideias que defendia. Sua maneira de falar e de escreve± eram típicas de um coração tocado pelo Evangelho. Ao estudar suas cartas, entramos no seu coração. Vemos seus motivos, suas angústias, suas alegrias, seus temores, suas esperanças, seus sentimentos feridos, seu amor ardente. O estilo como se comunica é irregular, porque transparece um homem de temperamento forte e multo emotivo. A vivacidade do pensamento corre de um ponto para outro com rapidez.

Sua linguagem chega a ser pitoresca, porque abundam metáforas que ilustram as verdades que inundavam seu coração. É evidente que toda a carta foi escrita sob tensão e emoções profundas. Percebe-se, nos seus escritos, uma mescla de severidade e ternura, de exortação e louvor, de gratidão e indignação, de humilhação e exaltação. Todos esses elementos de sua personalidade e espiritualidade revelam um homem como nós, totalmente dependente do Espírito Santo para fazer a obra de Cristo. Acima de tudo, a paixão que o consumia era servir ao Senhor Jesus Cristo de corpo, alma e espírito.

Ensinador Cristão 1º. Trimestre 2010

Elienai Cabral é líder da AD em Sobradinho (DE), articulista, escritor e comentarista deste trimestre das Lições Bíblicas para Jovens e Adultos, que trata de 2Coríntios.