15 de fevereiro de 2010

EXORTAÇÃO À SANTIFICAÇÃO – Primeira Parte

EXORTAÇÃO À SANTIFICAÇÃO – Primeira Parte

TEXTO AUREO “Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodela e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta” (Hb 12.1).

VERDADE PRÁTICA = A vitória na vida cristã é para os que correm com paciência rumo ao encontro final com Cristo nos céus.

LEITURA BÍBLICA = Hb 12. 1,2,6-8,12,13

INTRODUÇÃO

Os dois últimos capítulos de Hebreus encerram a epístola com exortações e orientações aos crentes sobre como perseverar na fé e na doutrina, com disciplina, amor e santidade. Estes temas atualmente são desprezados em muitos lugares, por causa do “vírus” do relativismo. Mas a Palavra de Deus é como um “martelo que esmiúça a penha” (Jr 23.29), e dissipa os “ventos” contrários a sã doutrina, fortalecendo e edificando os que hão de concluir a carreira cristã.

I. A CARREIRA COM PACIÊNCIA

1. Uma nuvem de testemunhas (v. 1). O escritor nos leva a outros aspectos da vida cristã, ressaltando que estamos rodeados de “uma tão grande nuvem de testemunhas”. Quem são essas testemunhas? Pelo contexto entendemos que aqueles são heróis diante do Todo-poderoso que testemunham a sua fidelidade. Aqui, a palavra testemunha, originalmente martys, denota a experiência dos antepassados da fé. Por outro lado, podemos dizer que em nossa carreira cristã estamos sendo observados por muitas testemunhas. Umas visíveis: os homens, crentes e descrentes; outras, invisíveis: os anjos e os demônios. (Ver Sl 34.7; Hb 1.13,14; 1 Pe 5.8.) Diante dessa realidade devemos ter muito cuidado com o nosso comportamento.

2. Deixando o pecado e o embaraço (v.2). Somos exortados a deixar “todo o embaraço e o pecado que tão de perto nos rodela”. O embaraço certamente não é pecado, mas pode tomar-se num impedimento, ou num atraso à nossa vida e carreira espiritual, e aí sim, conduzir-nos ao pecado. Um crente embaraçado é facilmente atingido pelo Diabo.

A televisão, por exemplo, mesmo transmitindo programas de cunho informativo ou cultural, pode embaraçar o crente se este deixar de ir à casa de Deus para prostrar-se diante dela. Há crentes que se embaraçam com dívidas, amizades, esportes, lazer, etc. Ademais disso, não podemos esquecer que a Bíblia nos manda remir o tempo (Ef 5.15,16).

3. Correndo com paciência. Aqui o escritor toma uma figura de linguagem emprestada, provavelmente dos jogos olímpicos, para comparar a vida cristã a uma maratona. Numa corrida, é necessário ter paciência para se alcançar a chegada (cf. Hb 10.36).

No caso da fé, a carreira não é escolhida pelo cristão, e sim proposta por Deus. O crente precisa correr e chegar ao final vitorioso. Para que isso aconteça só existe um segredo segundo as Escrituras: perseverança e paciência (Rm 5.3-5).

4. Olhando para Jesus (v.2). Numa corrida de resistência, o atleta precisa olhar para frente, caso contrário, poderá perder o tempo e o rumo. Na vida cristã, mais ainda, o crente não pode perder de vista o alvo, Jesus. Ele é o autor e também o consumador de nossa fé. Deu-nos o exemplo, suportando a cruz, desprezando a afronta, até assentar-se à direita de Deus, “pelo gozo que lhe estava proposto”. A historia da Igreja está cheia de exemplos de homens e mulheres, que corajosamente desprezaram os prazeres e as glórias do mundo por amor a Cristo.

5. A correção com amor (vv.3- 11). Nesta primeira parte do texto, o escritor exorta os crentes hebreus à perseverança, dizendo que ainda não haviam resistido “até o sangue no combate contra o pecado” (v.4). Parece que o escritor tinha em mente que seus destinatários poderiam ignorar um pouco da palavra de Deus, e cita Provérbios 3.11- 12, onde a Palavra de Deus anima os crentes a não se esquecerem da exortação do Pai, e a não desanimarem ao serem repreendidos. No v.6, o autor diz que se alguém está sem disciplina não é filho, mas bastardo, ou filho ilegítimo (vv.7,8). E conclui falando do valor da correção: “porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que o recebe por filho” (vv.10,1 1). Trata-se da correção com amor.

II. EXORTAÇÃO À SANTIFICAÇÃO

1. Levantando as mãos cansadas (v.12). Na vida cristã, pode haver momentos de cansaço e esgotamento espiritual. Mas existe um remédio para isso: Os que estão firmes pela graça de Deus, ao invés de dificultarem ainda mais a caminhada dos mais fracos, devem ajudá-los a levantarem-se (cf. Jó 4.3; = Is 35.3). E, Deus tem o poder necessário para nos renovar e restaurar (Is 40.29-31).

2. Seguindo a paz e a santificação. Santidade é o estado de quem se destaca pela pureza. Santificação é a prática. E só é possível através da Palavra de Deus e mediante o sangue de Cristo (Jo 17.17; 1 Jo 1.7). A santificação é a salvação em andamento, em processo. A doutrina equivocada de que “uma vez salvo para sempre salvo” não passa de falácia, para justificar a pretensiosa doutrina da predestinação absoluta, segundo a qual uns nascem “carimbados” como “salvos” e outros como “perdidos”. Uma vez salvo, o cristão precisa fazer sua parte: separar-se do mundo e dedicar-se totalmente ao serviço do Reino de Deus.

III – FESTAS JUNINAS == Texto: 2 Coríntios 6.14-18

Texto Para memorizar: “E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo de Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” 2 Co 6.16

Estamos numa época do ano em que acontecem, como em todos os anos, as ditas festas juninas, que apesar do nome acontecem também no mês de julho. Festas estas consideradas como folclóricas, mas que tem as suas raízes na idolatria.

Vejamos: o Apóstolo João e o Apóstolo Pedro foram homens que serviram fielmente ao Senhor, mas eram homens comuns como nós que nasceram, cresceram, trabalharam, envelheceram e morreram (João de morte natural e Pedro foi crucificado de cabeça para baixo), mas nenhum deles ressuscitou como Jesus. Se não ressuscitaram estão mortos aguardando a volta do Senhor que virá buscar a Sua Igreja.

Veja 1 Tessalonicenses 3: 16-17 que diz: "Pois o mesmo Senhor descerá do Céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor”.

Ora, se festejarmos ou participarmos destes eventos, até mesmo simplesmente com a nossa presença, estamos sendo participantes de festa de ídolos, o que é contrário à Palavra de Deus que diz em Êxodo 20: 4-5 "Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás, pois Eu, sou o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam". Isto é maldição.

Em Atos 15: 20 Lucas diz que devemos nos abster das contaminações dos ídolos. Em 1 Coríntios 8: 1-13, o Apóstolo Paulo fala que "quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só", no versículo 7 deste capítulo o Apóstolo diz que a nossa consciência poderá ficar contaminada.

Também baseado na Palavra de Deus, tenho a considerar que qualquer festividade ou homenagem de caráter religioso a alguém que não seja o Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é idolatria. E quando louvamos, buscamos, veneramos, idolatramos ou consultamos a alguém morto, estamos praticando a necromancia (culto aos mortos) o que é abominação ao Senhor, baseado no capítulo 18 de Deuteronômio.

No Salmo 119: 11 o salmista diz: "Escondi a Tua Palavra do meu coração, para não pecar contra Ti". E baseado nesta Palavra orientamos aos nossos discípulos que se abstenham de participar, organizar, freqüentar estas festas, pois será laço para sua vida espiritual. Oriente também aos seus filhos e discípulos a não participarem de danças, quadrilhas e não comerem as comidas, não vender rifas. Ao participar estarão firmando uma aliança com os chamados padroeiros. “Filhinhos guardai-vos dos ídolos. Amém.” 1 João 5.21

Abaixo a transcrição de texto retirado do site da Uol, o que demonstra que não temos parte nestas ditas festas folclóricas, que na verdade são rituais pagãos. A nossa orientação é que não participem, não permita que seus filhos participem, que vendam rifas e comam comidas típicas (são comidas consagradas a ídolos – At 15.29). A idolatria é abominação diante de Deus - Ap 21.8.

"A tradição de celebrar o mês de junho é bem velha. Há mais de dois mil anos, os povos antigos da Europa já festejavam nesta época do ano o início das colheitas. Fogueiras, danças e muita comida sempre fizeram parte destes rituais pagãos.

No Brasil, a data é celebrada desde 1583. O costume foi trazido para cá pelos portugueses e espanhóis, ainda como uma forma de agradecer pelas colheitas, mas também como uma maneira de homenagear os santos do mês de junho. O Dia de Santo Antônio, 13 de junho, costuma marcar o início dos festejos. Também são homenageados São João, no dia 24/6, e São Pedro, no dia 29/6.

Aos poucos, outros elementos foram sendo introduzidos nas festas juninas. A quadrilha, por exemplo, chegou ao Brasil no século 19, trazida pela corte portuguesa. O costume de acender uma fogueira, por sua vez, vem de uma lenda: Santa Isabel, grávida de São João, era prima de Maria, mãe de Jesus. Ela estava morando nas montanhas e, para poder avisar Maria quando seu filho nascesse, combinou de acender uma fogueira. Desde então, a prática virou costume e é realizada no dia 23 de junho.

Os fogos e as biribinhas também têm sua razão de ser: eles são utilizados para espantar o mau-olhado. Os balões -que são muito legais de fazer, mas que não se deve soltar, para evitar queimadas e acidentes- surgiram com o intuito de enviar mensagens a São João. Atualmente, cada região do país possui seus próprios costumes. No Nordeste, por exemplo, festa junina é sinônimo de forró. Já no Sul do país, no lugar de roupas caipiras as pessoas usam trajes típicos, com direito a bombacha e chimarrão"

IV – EXORTAÇÃO A SEPARAÇÃO = = II Co. 6:14-15

Qualquer pessoa que se disponha a ler tais palavras, logo se verá confrontado por essas perguntas desafiadoras. Elas nos levam a pensar com seriedade, e nos chama à subordinação. De outra forma, responda a Deus os motivos de sua rebeldia.

Diga-lhe que Seu mandamento é pesado; e indo contra a própria natureza. Diga-lhe que a boa sorte do fiel é de se unir ao infiel; e que a paz e a harmonia reinará na sociedade da justiça com a injustiça. Diga a Deus e explique a ciência, como a luz e as trevas podem pousar simultaneamente debaixo do mesmo teto; explique como pode haver concórdia entre Cristo e Belial; e diga-lhe como é possível o fiel e o infiel compartilhar dos mesmos sonhos, andarem juntos, em um mesmo Espírito, em um só coração, rumo a conquista do mesmo alvo. ?Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis?.

Que fruto dará tal união? Certamente, um lar sem padrões harmônicos definidos, sem estruturas sólidas, frustração mútua, insatisfação, filhos confusos por causa dos ensinamentos divergentes entre os pais, e a desaprovação total do Deus santo, por tal ato de pecado e rebeldia contra Ele. O crente foi feito filho de Deus, e deveras é fiel, justo, luz, e um com Cristo. E se o tal persistir em casar-se com um incrédulo, estará estabelecendo uma união para toda a vida com um filho do Diabo, e para o resto de sua existência, terá por sogro a Satanás.

Por conseguinte, eu suplico ao leitor, em nome do Senhor Jesus, que dê a devida atenção a esta palavra de amor. Mesmo que ela venha a ferir seu coração, ainda assim, é a espada do Espírito, usada para o seu próprio bem. ?Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis?.

Existe ainda aquela tentação de darmos tiro no escuro, e entregarmos a nossa própria vida à Sorte, a Loteria, a um Talvez, Se, Quem sabe... Há uma tendência que nos leva a confiarmos mais nas trevas do que na luz da vontade revelada de Deus que se irradia da Palavra. Caindo em tal armadilha, pessoas têm crido que podem desobedecer a Deus, com o pretexto de que podem ganhar os seus pretendidos para Cristo, e esta tem sido uma ilusão fatal.

Conta-se que certa vez uma senhorita visitou o senhor Spurgeon e lhe apresentou esse argumento. Como resposta, ele mandou-a sentar-se sobre a mesa. Espantada, a moça acabou fazendo o que ele pedia. Depois, Spurgeon pediu-lhe que o erguesse.

?Impossível?, disse ela.

?Exatamente?, disse o pregador; !mas eu posso puxá-la para baixo?.

Dito e feito: Num segundo ela estava no chão.

Com toda a gravidade o servo de Deus advertiu-a de que se ela desobedecesse ao Senhor, jamais levantaria o moço, mas ele, sim, a rebaixaria!

Dois não podem andar juntos a menos que estejam de acordo.

Cuidado com tal embaraço nos seus relacionamentos, pois os mesmos deveriam ser estabelecidos para a glória de Deus, e não para a sua ofensa!

O homem e a mulher crentes, são livres para casarem-se com quem quiserem? contanto que seja no Senhor?. I Co. 7:39 Com tantos filhos da luz no mundo, porque haveríamos de compartilhar o nosso tempo, as nossas maiores intimidades, e construir uma família, justamente com um filho das trevas?

Para mim, além de ser rebeldia, não me parece algo são, e a minha consciência não me permite aprovar ou ficar indiferente a tal atitude, pois também é a morte do bom senso e o louvor da decadência espiritual.

V – UMA EXORTAÇÃO A UMA VIDA SANTIFICADA (6.14—7.1)

Abruptamente, depois da explosão de afeto do coração do apóstolo, vem um apelo para uma separação ética radical da igreja do seu ambiente pagão. Kling sugere que “é a verdadeira natureza de um amor tão ardente, tão momentâneo, e agora tocado com um pouco de ciúme, que faz estas transições súbitas”. A necessidade da separação está na própria natureza da igreja como o templo e a família de Deus. O caráter ético da igreja deve “ser marcado, não por regras exteriores, mas pela pureza interior”.

Paulo pode estar ligando a sua exortação de 6.17 e 7.1 a este apelo para “não receber a graça de Deus em vão” (6.1). E um chamado para que os coríntios não se prendam a um jugo desigual com os infiéis (14). O tema de ambos é a santidade da vida que deve resultar da recepção da palavra de reconciliação (5.20-21). O apóstolo sem dúvida está usando como imagem as proibições do Antigo Testamento contra “lavrar com boi e jumento” (Dt 22.10), e contra o cruzamento de animais de diferentes espécies (Lv 19.19).

Incluídos na metáfora estão o casamento (1 Co 7.12-15) e pelo menos todos os problemas éticos de que se tratou na primeira carta aos coríntios (6.5-10; 10.14; 14.24). O chamado tem a finalidade de evitar estes relacionamentos íntimos com os pagãos que comprometem a coerência cristã no culto e na ética (cf. 1 Co 5.9-13). Não se pretende nenhuma exclusividade farisaica. Com a finalidade de ganhar almas, Paulo procurava se adequar ao padrão de cultura em que ele se encontrava (1 Co 9.19-23) mas não às custas da integridade da fé cristã e dos seus padrões morais.

Com a retórica de um pregador, Paulo reforça a sua proibição com uma série de perguntas antitéticas. As quatro primeiras (14-15) estão dispostas em pares e a última pergunta conclui a série e afirma a premissa do que vem a seguir.215 A incoerência é total entre a justiça do cristão (5.21) e a injustiça (lit., “ilegalidade”) do pagão (cf. Si 45.7; Hb 1.9). O contraste está entre o reino da luz e o das trevas (cf. 4.6; Ef 5.7-11). A segunda série de contrastes é mais concreta e pessoal; primeiramente os líderes dos dois remos, Cristo e Be1ia1216 são contrastados, depois o fiel com o infiel. Não existe sociedade (metoche), nem comunhão (koinonia), nem concórdia (symphonesis) — absolutamente nada “em comum” (RSV) entre o que é peculiar aos respectivos remos.

A última pergunta antitética é: E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? (16) Paulo apela ao rompimento completo do judaísmo com a idolatria (cf. Rm 2.22), que os crentes gentios devem imitar (cf. At 15.20; 1 Co 6.9; 10.14; 1 Ts 1.9). Eles devem efetuar esta ruptura porque a igreja217 é o templo do Deus vivente. O termo templo (naos) se refere ao santuário interno onde a Presença Divina estava localiza da, como distinção de toda a área do templo (hieron).

Paulo demonstra o que ele quer dizer com uma citação do Antigo Testamento que combina Levítico 26.11-13 e Ezequiel 37.26-27, descrevendo a presença de Deus com o seu povo e o seu concerto com eles. A igreja é agora o povo de Deus, e a ela pertencem todas as promessas do Antigo Testamento. A idolatria e a corrupção moral resultante dela são, desta forma, irreconciliáveis com a vida da igreja. A igreja do Novo Testamento como o templo de Deus é uma imagem familiar (1 Co 3.16-17; Ef 2.20-22), relacionada com a igreja como o corpo de Cristo. Nós vimos isto em 5.14. Também vimos ali que o uso de Paulo estava relacionado com o próprio uso feito por Jesus de “templo” como o seu corpo, o qual ressuscitaria (Jo 2.2 1; cf. At 6.13; 7.48; 17.24).

Os cristãos do Novo Testamento são construídos como “casa espiritual e sacerdócio santo, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1 Pe 2.5). A resposta ética do cristão é encarada como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1). Desta maneira, segundo as palavras de Robertson, antecipando 7.1: “A santificação cristã... nada mais é que apresentar o homem inteiro como um sacrificio a Cristo”.

Até mesmo a conclusão óbvia (17-18) pode ser expressa em citações das Escrituras. No versículo 17, Paulo combina Isaías 52.11 e Ezequiel 20.34, onde os judeus da Babilônia são tirados do exílio (cf. Jr 51.45;Ap 18.4). O versículo 18 é 2 Samuel 7.8,14, com alguns reflexos de Isaías 43.6 (cf. Jr 3.19; Os 1.10; 2.1). A ruptura deve ser decisiva, pois os tempos são aoristos: saí... apartai-vos... não toqueis. A promessa de que Deus os “receberá” é igualmente decisiva. Eles são agora a família de Deus, e podem precisar deixar as suas próprias casas e famílias (cf. Mt 10.34-37). O termo filhas acrescentado por Paulo ao texto do Antigo Testamento, refletindo talvez a nova dignidade das mulheres em Cristo. Senhor Todo-Poderoso, usado somente aqui e no livro de Apocalipse (1.8; 4.8; 11.17; 15.3; 16.7; 19.6; 21.22), transmite a confiança no poder de Deus para cumprir as suas promessas.

Com base nessas promessas (7.1), Paulo faz uma última exortação aos seus amados coríntios, que resume os apelos anteriores (6.14; 17; cf. 6.1). A ênfase está na vida ética: purifiquemo-nos (cf. Rm 6.13; 12.1; Tg 1.27). Para isto eles devem se candidatar à graça do Espírito transformador (Rm 12.2). Mas isto é algo pelo que eles são responsáveis. A ruptura ética com o antigo modo de vida deve ser decisiva (tempo aoristo) e, ao mesmo tempo, abrangente: toda imundícia da carne e do espírito.

As palavras carne e espírito não são usadas aqui no sentido técnico que Paulo faz dos princípios éticos opostos (Rm 8.1-11; GL 5.16-24), mas na maneira popular da época, para abranger todas as facetas da existência de um homem (cf. 2.13; 7.5; 1 Co 7.34; 1 Ts 5.23). Todos os atos e atitudes que possam comprometer a singularidade da devoção deles à vontade de Deus devem ser completamente evitados. Wesley se refere aqui aos pecados interiores e exteriores.

A ruptura não é apenas decisiva (6.17), mas também deve caracterizar toda a vida deles (6.14; cf. Rm 12.2); a expressão purifiquemo-nos é também interpretada pelo particípio nominativo presente, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus. A palavra aperfeiçoando (epitelein) significa “trazer a um objetivo” e o tempo “durativo” deve ser interpretado como repetitivo: “Nós nos purificamos efetivamente quando, em cada situação que se apresenta, nos afastamos daquilo que pode manchar a carne e o espírito”. Devemos continuar, momento após momento, a procurar atingir o objetivo da resposta ética adequada a um Deus absolutamente santo. Clark definiu este processo de santificação completa como “trazer toda a mente de Cristo à alma... que é o grande objeto de uma genuína busca cristã”.

A palavra santificação (hagiosune, que só aparece em Rm 1.4 e 1 Ts 3.13, além desta passagem), se refere a uma qualidade de vida ética que resulta da reconciliação do homem com Deus em Cristo (5.18-21). A palavra cognata, hagiasmos, que é mais freqüente no Novo Testamento, indica uma “ação santificadora” com um significado ético (cf. Rm 6.19, 22; 1 Co 1.30; 1 Ts 4.4, 7; 2 Ts 2.15; 1 Tm 2.15; Hb 12.14; 1 Pe 1.2). Nesta passagem de Coríntios, o particípio presente aperfeiçoando enfatiza o progresso ético prático em direção à completa semelhança com Cristo (cf. 3.18; 1 J0 3.2).

Esta deve ser uma parte contínua da vida cotidiana daqueles que vivem no temor de Deus (cf. 5.10-11). Existe aqui um paradoxo. Aqueles que foram trazidos a um relacionamento santificado com Deus em Jesus Cristo (cf. 1 Co 1.2, 30; 11h 2.11; 10.10, 14, 29; 13.12) devem procurar atingir o ideal ético daquele relacionamento; a santidade é uma dádiva e, ao mesmo tempo, uma tarefa. Ela significa: “Torne-se aquilo que você é!” Uma atitude assim realizada na vida (cf. Fp 3.12-15) é o respeito e a reverência que devemos a Deus.

Embora o foco da passagem não esteja na crise da santificação completa como tal, a ética da santidade certamente pressupõe a crise. Como Straclian tão acertadamente explica: “Ser ‘santo’... significa que nós pertencemos a Deus. A exigência moral deste relacionamento está determinada pela nossa concepção de Deus, e a extensão da nossa entrega à sua vontade”. Paulo fez um apelo fervoroso contra o mundanismo de qualquer espécie no corpo de Cristo. Uma igreja conformada com o mundo nunca irá liderá-lo. Se a igreja quiser estar verdadeiramente no mundo, ministrando às necessidades do homem, ela deve se purificar do mundo por dentro e por fora, com as armas da sua própria milícia (10.4).

Os versículos 6.14—7.1 nos apresentam:

1)A exigência, 14-16a; 2) a necessidade, 16b; e 3) a motivação para aquela qualidade de vida que, na realidade, consiste em aperfeiçoando a santificação no temor de Deus, 6.17—7.1.

CONCLUSÃO

Temos uma carreira a percorrer pacientemente, mas esta deve ser livre de embaraços, pois eles, mesmo não sendo o pecado, podem conduzir-nos a ele. Que possamos concluir esta carreira como santos filhos de Deus, e receber do nosso Pai o galardão reservado a cada um de nós.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar) Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Lições bíblicas CPAD 2001 www.montesiao.pro.br www.PalavraPrudente.com.br Comentário Bíblico Beacon

10 de fevereiro de 2010

Paulo, um Modelo de Líder-servidor

PAULO, UM MODELO DE LIDER SERVIDOR

1º Trimestre de 2010

Título: 2 Coríntios - “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas”

Comentarista: Elienai Cabral

Lição 7: Paulo, um Modelo de Líder-Servidor

Data: 14 de Fevereiro de 2010

TEXTO ÁUREO

E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão(2 Co 6.1).

VERDADE PRÁTICA

O líder-servidor não age egoisticamente, antes serve ao povo de Deus com espírito voluntário e solícito.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 2 Co 3.1

Paulo, um líder recomendável

Terça - 2 Co 4.2

Paulo, um líder exemplar

Quarta - Mt 20.26

Paulo, um líder servo

Quinta - Rm 5.3

Paulo, um líder paciente

Sexta - 2 Co 4.5

Paulo, um líder que pregava somente a mensagem de Cristo

Sábado - At 14.22

Paulo, um líder provado pelas adversidades

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 CORÍNTIOS 6.1-10.

1 - E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão

2 - (Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação; eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.);

3 - não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado.

4 - Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias,

5 - nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns,

6 - na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido,

7 - na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda,

8 - por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros;

9 - como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo e eis que vivemos; como castigados e não mortos;

10 - como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo.

INTERAÇÃO

Professor, você é um cooperador de Cristo? Atualmente muitos querem exercer liderança, mas poucos querem servir ao Mestre e a Sua Igreja. Jesus, enquanto homem perfeito, é o nosso exemplo de líder-servidor. Certa vez, Ele declarou que não veio a esse mundo para ser servido, mas para servir (Mt 20.26-28). Paulo foi um homem que seguiu as pisadas do Mestre.

Ele procurou servir a Jesus em todo o tempo. Mesmo sofrendo retaliação e rejeição de alguns, Paulo amou, liderou e serviu a igreja em Corinto.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

· Conscientizar-se de que o líder-servidor não age egoisticamente, antes serve ao povo de Deus com espírito voluntário.

· Compreender que o líder na Igreja de Cristo precisa estar pronto para enfrentar as dificuldades inerentes ao ministério.

· Identificar quais são as armas de ataque e defesa de um líder-servidor.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, sugerimos que você reproduza em uma cartolina o diagrama abaixo. Leve o cartaz para a sala de aula e fixe-o em um local onde todos possam ver. Explique aos seus alunos que todo líder cristão, a exemplo de Paulo, deve ter um método de trabalho, além de observar alguns princípios bíblicos para que sua liderança seja bem-sucedida. Diga que Paulo superou as dificuldades e circunstâncias sem perder de vista a perspectiva divina porque procurou seguir os princípios relacionados.

PRINCÍPIOS

REFERÊNCIAS

Seja firme e corajoso em toda e qualquer situação

2 Co 7.9; 10.2

Seja preciso e honesto

2Co 7:14; 8:21

Seja amável depois de ser firme

2Co 7:15; 13.11-13

Procure utilizar palavras que reflitam a mensagem de Cristo, e não as suas próprias ideias.

2 Co 10.3; 10.12,13; 12.19

Use a disciplina somente quando todos os outros métodos falharem.

2 Co 13.2

Desenvolva um amor incondicional.

1 Co 13

Procure manter a unidade.

Jo 17.23

Tenha uma vida de oração

Ef 6.18

Viva aquilo que prega.

Tg 1.22

Busque adquirir conhecimento, sabedoria.

Pv 4.7

Não faça tudo sozinho.

1 Co 3.6

COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Líder-servidor: Indivíduo que, na moderna administração, é visto como o modelo ideal de liderança, pois, em vez de chefiar friamente, serve aos liderados de modo que constrange-os a trabalhar em prol do bem coletivo.

Neste capítulo, Paulo ainda continua sua defesa, dando provas e descrevendo seu ministério de reconciliação, no qual ele atuava como embaixador de Cristo, representando os interesses do Reino de Deus na terra. Sua liderança é demonstrada em serviço, e ele até se identifica em algumas de suas cartas como servo (Rm 1.1; 2 Co 4.5; Tt 1.1). Seu modelo de líder-servidor era o próprio Jesus, que nos deixou um grande exemplo (Jo 13.1-17; Fp 2.5-8). Por isso, Paulo exortou aos coríntios que o imitassem assim como ele imitava ao Senhor (1 Co 11.1).

Paulo era um homem que se dedicava na obra de modo que seus irmãos o admiravam e acabavam o imitando para a honra e glória do Senhor Jesus, ou seja, todos coperavam de boa vontade para o crescimento da obra pois viam um apóstolo que fazia o mesmo

I. PAULO SE IDENTIFICA COMO SERVIDOR DE CRISTO (6.1,2)

1. Paulo se descreve como cooperador de Deus no ministério da reconciliação (v.1). A organização dos capítulos da Bíblia (não somente das epístolas paulinas) muitas vezes não obedece à estrutura lógica dos versículos. Os dois primeiros versículos do capítulo 6 são um complemento do capítulo cinco. Quando Paulo usa o plural e “nós, cooperando também com ele”, refere-se ao Senhor Jesus que realizou a obra expiatória, pois o Pai o fez pecado por nós (5.21), a fim de pagar a dívida da humanidade, reconciliando-nos com o Criador.

Ao tornar conhecida a obra da redenção, Paulo afirma que estamos cooperando com Jesus Cristo. Deus não depende de ninguém para fazer o que precisa ser feito, mas Ele deseja uma relação de comunhão e serviço em conjunto com o homem, para que este tenha o privilégio de participar do ministério da reconciliação.

Essa sublime tarefa que os crentes fiéis têm os anjos queriam executar mas não podem, por isso vamos nos aperfeiçoar (IPe 1:12) cada dia mais para que a obra seja feita de uma maneira excelente, pois aí daquele que faz a obra relaxadamente(Jr 48:10).

O apóstolo Paulo foi o exemplo de um homem que abjurou a qualquer recompensa e entregou-se como escravo de Deus. Ele disse na 1ª Carta aos Coríntios 9.14-18:

"Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta esta obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho! E, por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada. Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo". Adiante, no v. 19, ele completa: "Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais". Como vemos, a recompensa esperada por Paulo é ver o seu trabalho bem realizado e frutificante, de maneira que, ao final, satisfeito, ele disse a Timóteo, na 2ª Carta 4.7 e 8: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada".

2. Paulo, um modelo de líder-servidor. Paulo aprendeu com Jesus que o serviço é a postura ideal para quem deseja liderar, pois o Mestre mesmo disse que não tinha vindo ao mundo para ser servido, mas para servir (Mt 20.26-28). O apóstolo dedicou, pois, sua vida e personificou sua liderança como um líder-servidor. Ele procurou imitar o Mestre em tudo, servindo apenas aos interesses da Igreja de Cristo (2 Co 12.15; Fp 2.17; 1 Ts 2.8).

Jesus quando interrogado por quem haveria de ser o maior no Reino dos Céus disse que aquele que fosse o menor este sim é o maior.

O modelo de líder servidor de Paulo, que foi inspirado em Jesus, também vemos sendo aplicado e exemplificado em homens e mulheres de Deus de hoje. Obreiros que muitas vezes abdicam de horas de lazer para servirem suas ovelhas necessitadas. Também se inclui a este grupo os itinerantes que muitas vezes ficam dias e dias longe de casa para levarem a preciosa Palavra seja pregada ou cantada até os confins da terra.

3. Paulo desperta os coríntios para a chegada do tempo aceitável (v.2). O versículo dois é uma citação de Isaías 49.8. Neste vaticínio do profeta messiânico, surge o Servo do Senhor (que é o Cristo profetizado), com a promessa de ajuda no dia em que a salvação for manifestada aos gentios. Paulo usa a profecia para anunciar que o tempo aceitável (favorável) é agora, o dia da salvação é hoje, e a proclamação do Evangelho que pregava está no presente. O tempo aceitável por Deus e pelos homens é agora, e todos podem participar livremente da reconciliação oferecida em Cristo. A parte final do versículo dois evidencia a preocupação paulina com os coríntios em relação à graça de Deus. A graça salvadora é para “agora”, porque este é o momento oportuno de sua aceitação.

Mais um motivo para anunciarmos o evangelho, Jesus quando estava na cruz do calvário disse para um dos ladrões que estava ao seu e reconheceu a sua messianidade:..”Ainda hoje estarás comigo no paraíso”...( Lucas 23:43) Ele não disse amanhã nem daqui a um ano mas hoje. Jesus é mesmo ontem hoje eternamente Ele tem salvação hoje para aqueles que o aceitarem.

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Paulo aprendeu com Jesus que o serviço é a postura ideal para quem deseja liderar na vida eclesiástica, pois o Mestre mesmo disse que não tinha vindo ao mundo para ser servido, mas para servir.

II. A ABNEGAÇÃO DE UM LÍDER-SERVIDOR (6.3-10)

1. O cuidado de um líder-servidor. Paulo volta a descrever as agruras do seu ministério apostólico, a fim de fortalecer o fato de que o líder na Igreja de Cristo precisa estar pronto para enfrentar as dificuldades inerentes ao ministério. O apóstolo afirma essa verdade, com as seguintes palavras: “não dando nós escândalo em coisa alguma” (v.3). Em outras palavras, ele estava dizendo que evitava dar qualquer “mau testemunho”, para que o seu ministério em particular e o de seus companheiros não fossem desacreditados.

Um verdadeiro líder servidor de vê ser um exemplo a ser seguido pelos seus liderados, ou seja, deve sempre dar bom testemunho em todos os lugares.

Há frases no dito popular que ilustram essa idéia. Uma delas é que o “exemplo arrasta” a outra é que um pregador pode pregar muitos minutos e até horas mas a sua vida é que prega 24 hs por dia.

2. Experiências de um líder-servidor (vv.4-6). Nos versículos 4 a 6, Paulo descreve seu ministério apostólico apresentando uma série de seis tribulações e aflições experimentadas por ele. Didaticamente, ele separa esses acontecimentos em três conjuntos, contendo três “experiências” cada. Nos versículos 4 e 5, ele menciona: “aflições, necessidades e angústias” e “açoites, prisões e tumultos”. O primeiro e segundo conjuntos descrevem as várias situações de sofrimento, que causaram danos físicos e materiais ao apóstolo Paulo. Ainda no versículo cinco, ele menciona “trabalhos, vigílias e jejuns”, referindo-se às dificuldades enfrentadas em seu ministério. Porém, apesar de tudo isso, Paulo não se envergonha do Evangelho de Cristo nem desiste de continuar seu trabalho.

Por mais árduo que seja o trabalho na obra do Senhor deve se ter em mente que nossa recompensa não é aqui e Deus tem preparado galardões para presentear os seus dedicados servos.

3. Os elementos da graça que o sustentaram nestas experiências (vv.7-10). Em contraposição às seis dificuldades mencionadas acima, no versículo seis, Paulo apresenta outros seis “elementos” que lhe deram força interior, resultantes da graça, e que o sustentaram, bem como a seus companheiros, naquelas tribulações: “pureza, ciência (conhecimento), longanimidade, benignidade, a presença do Espírito Santo e o amor não fingido (verdadeiro)”.

A “pureza”, que é o primeiro elemento, tem a ver com a atitude de um coração íntegro e mãos limpas para realizar a obra de Deus. Ao citar “ciência”, Paulo referia-se ao conhecimento da Palavra de Deus. “Longanimidade” fala da capacidade de suportar injúrias e desprezos, sem nutrir ressentimentos. A “benignidade”, traduzida às vezes por bondade, possibilita o líder cristão a não agir com revanche ou desforra. Fazer algo no Espírito Santo significa reconhecer a sua direção em todas as decisões da nossa vida. Por último, Paulo fala do “amor”, que deve este ser a nossa maior motivação para o exercício ministerial. Todos esses elementos positivos têm sua fonte no Espírito Santo (v.6), o qual produz o amor não fingido.

Jesus se importa conosco a despeito do que o mundo pensa a nosso respeito. Os cristãos não devem ceder á opinião e á pressão do público. Paulo se manteve fiel a Deus, quer o povo o louvasse quer o caluniasse. Ele permanecia alegre e contente nas mais sérias dificuldades. Não deixe que as circunstâncias ou a expectativa das pessoas o controlem. Seja firme, mantenha-se verdadeiro para com Deus e se recuse a ser indulgente em relações aos padrões de vida mundanos. (Bíblia de Aplicação Pessoal, CPAD)

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Paulo não se envergonha do Evangelho de Cristo nem desiste de continuar seu trabalho.

III. AS ARMAS DE ATAQUE E DEFESA DE UM LÍDER-SERVIDOR

1. As armas da justiça numa guerra espiritual (v.7). Quando usa a metáfora de “armas”, a mente de Paulo parece transferir-se para um campo de batalha. Como embaixador de Cristo, sente-se também como “um soldado” preparado para a luta. Suas armas não são materiais ou exteriores; são espirituais (Ef 6.11-17; 1 Ts 5.8). Sua força interior é o “poder de Deus” que o capacita a enfrentar as adversidades sem se render ou transigir em sua integridade moral e espiritual.

Realizando uma análise rápida da armadura descrita por Paulo em sua carta aos Efésios podemos nota-se algumas armas totalmente necessárias na vida do crente:

- Lombos com a verdade: Devemos sempre falar a verdade, o pai da mentira é o diabo, Micaías falou a verdade mesmo desagradando ao rei, porém Deus o honrou como profeta.

- Couraça da Justiça: Devemos em todo o tempo procurarmos ser justos, em todas as atividades, um exemplo disso foi Davi que mesmo tendo a oportunidade de matar seu maior inimigo, viu que estaria transgredindo contra Deus e cometendo assim uma injustiça.

- Calçar os pés na preparação do Evangelho da Paz: Pregar a Palavra a tempo e em fora de tempo, como Paulo, Jonas, Micaías, endemoniado Gadareno, Elias e a Mulher Samaritana. Devemos fazer a vontade de Deus que é cumprir o Ide de Jesus.

- Escudo da Fé: A fé apaga os dardos inflamados do maligno. Devemos ter fé, como Davi ao enfrentar o gigante Golias, como José que falou para o povo não enterrar os seus ossos no Egito, pois o Senhor iria cumprir a sua promessa.

- Capacete da Salvação: Nossa mente deve estar cheia de Salvação, Daniel e seus amigo utilizaram esse capacete, pois não se contaminaram com os manjares do rei.

Espada do Espírito que é a Palavra de Deus: Devemos saber manejar bem a Palavra de Deus, Paulo aconselhou Timóteo quanto a isso. A palavra liberta, alimenta, e aviva, Jesus venceu através da palavra o inimigo (mat. Cap 4 – Luc cap 4)

- Oração: Josué e Ana, são exemplos de pessoas que venceram através da oração

2. Os contrastes da vida cristã na experiência de um líder-servidor (vv.8-10). Nos versículos 8 a 10, o texto mostra alguns paradoxos da experiência de Paulo como servo do Senhor. O Comentário Bíblico Pentecostal da CPAD afirma que Paulo “experimentou louvor e vergonha; foi elogiado e caluniado, visto como um genuíno servo de Deus e como uma fraude enganosa; foi tratado como uma celebridade e também ignorado” (p.1099). Ora, em todas essas ocasiões, Paulo superou as dificuldades e circunstâncias sem perder de vista a perspectiva divina. Essas experiências deram-lhe condições de ter alegria frente à tristeza e, pela pobreza material, ter a certeza da inefável riqueza celestial.

Devemos estar com intima comunhão com o Senhor, para que os obstáculos da vida nos ensine e nos dêem forças para sermos vencedores

3. Paulo dá uma resposta aos adeptos da Teologia da Prosperidade (v.10). “Como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo e possuindo tudo”. Paulo fala literalmente de pobreza material. Não há nada metafórico nessa frase. Ele fortalece o conceito de que a possessão material não é símbolo de riqueza espiritual. Por isso, a riqueza que Paulo podia oferecer era proveniente do Evangelho de Cristo. Dessa forma, o apóstolo demonstra que a pobreza terrena não significa nada, e que ninguém precisa tornar-se pobre para obter riquezas espirituais. A questão aqui é: Qual a nossa prioridade - Deus ou o dinheiro? Pois ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24).

Devemos ter cuidado para que as riquezas materiais não nos afastem do Senhor, pois o Jovem Rico apesar de ter muitos patrimônios e ter um comportamento moral exemplar não conseguiu seguir Jesus , por causa do seu apego as riquezas .

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Paulo superou as dificuldades e circunstâncias sem perder de vista a perspectiva divina. Estas experiências lhe deram condições de ter alegria frente à tristeza e, pela pobreza material, ter a certeza da riqueza celestial.

CONCLUSÃO

Se quisermos servir ao Senhor com inteireza de coração, precisamos seguir os passos de Jesus que foi, é e sempre será o modelo perfeito de líder-servidor. Ele viveu para fazer a vontade do Pai e servir a todos (Mc 10.45).

O evangelho é uma palavra de graça que soa em nossos ouvidos. O dia do Evangelho é um dia de salvação, o meio de graça é o meio de salvação, o oferecimento do Evangelho é a oferta da salvação, e a época presente é o tempo apropriado para aceitar tais ofertas. O amanhã não nos pertence: não sabemos o que acontecerá amanhã, nem onde estaremos. Hoje desfrutamos um dia de graça; então sejamos cuidadosos para não rejeitá-lo. Os ministros do evangelho devem considerar-se como servos de Deus, e em tudo agir de forma conveniente a este caráter. O apóstolo agiu assim por muita paciência nas aflições, atuando sobre a base de bons princípios, e com o devido caráter e conduta. Os crentes deste mundo necessitam da graça de Deus para armarem-se contra as tentações, suportarem a boa opinião do homem sem se ensoberbecerem, e sofrer com paciência as censuras. Eles não têm nada em si mesmos, mas possuem todas as coisas em Cristo.

A vida do cristão é feita de tais diferenças, e através de tal variedade de condições e informações é nosso caminho ao céu; devemos ter cuidado para apresentarmo-nos diante de Deus aprovados em todos os aspectos. O evangelho melhora a condição do homem mais miserável, quando é pregado fielmente e recebido por completo. Eles economizam o que antes gastavam imprudentemente, e empregam o tempo com diligência em propósitos úteis. Eles economizam e ganham pela religião, e deste modo são enriquecidos para mundo vindouro e para este, quando comparados com o estado pecador e dissipado que tinham antes que recebessem o Evangelho.

VOCABULÁRIO

Agrura: Dificuldade, obstáculo.

Injúria: Insulto, ofensa.
Nutrir: Alimentar, sustentar.
Transigir: Ceder, abrir mão.
Vaticínio: Predição, profecia.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

CLOUD, H. 9 Coisas que um Líder Deve Fazer. 1.ed. RJ: CPAD, 2009.
GETZ, G. A. Pastores e Líderes: O Plano de Deus Para a Liderança da Igreja. 1.ed. RJ: CPAD, 2004.

HENRY, MATHEW HENRY. COMENTÁRIO BÍBLICO. 5 ed RJ CPAD, 2006

http://recantodasletras.uol.com.br/discursos/1252352

EXERCÍCIOS

1. De acordo com a lição, como Paulo descreve a si mesmo?

R. Como cooperador de Deus no ministério da reconciliação (v.1).

2. Com quem Paulo aprendeu que o serviço é a postura ideal para quem deseja liderar na vida eclesiástica?

R. Aprendeu com Jesus.

3. Cite as séries de tribulações e aflições experimentadas por Paulo.

R. Aflições, necessidades e angústias e açoites, prisões e tumultos.

4. Transcreva os seis elementos citados por Paulo que lhe deram forças para superar as tribulações.

R. Pureza, ciência (conhecimento), longanimidade, benignidade, Espírito Santo e amor não fingido (verdadeiro).

5. De acordo com a lição, qual a resposta que você daria aos adeptos da Teologia da Prosperidade?

R. Livre.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Bibliológico

“Agora é o Dia da Salvação 6.1,2. Como cooperadores de Deus, que pertencem a Ele, como também trabalham para Ele, e como embaixadores de Cristo (2 Co 5.20), Paulo e sua equipe exortavam os coríntios a não receber a graça de Deus sem resultado algum. Os coríntios tinham recebido a graça de Deus, inclusive a salvação por Cristo, mas eles não deviam supor que a salvação é mantida automaticamente. É possível ‘deixá-la ir por nada’ (2 Co 6.1, NEB). Isto aconteceria se eles voltassem à antiga maneira de viver ou se dessem ouvidos aos críticos ‘superespirituais’ ou aos falsos apóstolos que estavam ensinando um evangelho diferente (cf. 2 Co 11.4; Gl 2.21). Precisamos viver de acordo com a nova vida que nos foi dada (cf. Jo 15.2; Deus tira os ramos que não dão frutos). A seguir, Paulo cita Isaías 49.8 e o aplica aos coríntios. Eles estavam vivendo nos dias em que a profecia estava sendo cumprida. É o dia de Deus, o tempo de Deus. Paulo não diminui a importância da era futura ou as últimas coisas. Mas eles têm de reconhecer que esta é a era final antes da era milenar. Agora é o dia em que Deus torna possível a reconciliação a Ele por Cristo.

Hoje é o dia da salvação (cf. Hb 3.12-15). À medida que nos aproximamos do fim dos tempos também temos de aplicar as observações de Paulo à nossa época, de forma que não recebamos a graça de Deus ‘em vão’ [...]. Nada seria mais triste que ter recebido a graça de Deus e, no fim, se perder”.

(HORTON, S. M. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. 1.ed. RJ, CPAD, 2003, pp.213-14.)

Elaboração pelo:- Pb. Miguel Fiuza

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

9 de fevereiro de 2010

CRUCIFICADO COM CRISTO

CRUCIFICADO COM CRISTO

GÁLATAS: 2=20

Senhor!

Quando me sentir cansado de lidar,

E pesados parecerem os teus mandamentos;

Se minha cruz levar-me a reclamar,

Então, senhor me mostra as tuas mãos,

Tuas mãos fendas

Pelos pregos,

Pungidas

Pelos pregos-

Meu salvador mostra-me as mãos.

Cristo Jesus!

Se alem meus passos resvalarem,

E eu me dispuser a voltar atrás;

Se desertos e espinhos vierem

Então senhor, mostra-me os pés.

Teus pés sangrados,

Teus pés rasgados

Pelos pregos-

Meu Jesus mostra-me os pés!

Senhor!

Quando me encontrar profundamente ferido,

Pelo batalhar e labutar do dia,

E começar a me queixar do meu sofrer,

Então, senhor deixa ouvir a tua voz,

Dizendo:

“ contempla o meu lado,

O meu lado furado

Pela lança,

O meu lado transpassado

Por tua causa, Meu “amigo”,

Meu Deus,

Como me atreveria eu

A mostrar-te meus pés e minhas mãos?

Trad. Pastor- Ermes Gauto