21 de março de 2010

PAULO CONCLUI A CARTA

PAULO CONCLUI A CARTA, 13.11-14

O apóstolo conduz esta difícil e custosa carta ao seu final de um modo espontâneo e carinhoso: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus... sejam com vós todos” (14) Exortação (11), saudações (12-13), e bênção (14) se seguem rapidamente, como se viessem a se encaixar uma na outra.

1. Exortação e Saudações (13.11-13)

Juntamente com suas palavras de despedida (11), o apóstolo acrescenta as advertências finais das quais os seus irmãos coríntios necessitam (12.20). Elas consistem de quatro frases retóricas, em dois pares (cf. 11.23).

Essas advertências estão todas no presente do imperativo, indicando continuidade de ação. Mas as duas primeiras podem estar na voz passiva ou reflexiva. Nós as interpretamos da mesma forma que Lenski, como passivas. A expressão sede perfeitos, então, conectando-se com a oração de Paulo para a “perfeição” deles (9), significaria: “Aperfeiçoem-se constantemente” em graça e ética.

A expressão sede consolados (cf. 1.3) deveria, provavelmente, ser traduzida em termos do outro significado de parakaleisthe, “permiti que sejais exortados”. O significado é esse na versão RSV: “Prestem atenção ao meu apelo”. Os coríntios são exortados a receberem as advertências que os levarão ao aperfeiçoamento de sua vida, como parte do corpo de Cristo. Os fatores que estão envolvidos são a qualidade do relacionamento deles com Cristo, e a sua crescente manifestação dentro da comunhão da igreja.

O segundo par de imperativos está junto, da mesma forma que o primeiro par. Sede de um mesmo parecer (“tenham em mente as mesmas coisas”, Lenski; cf. Rm 12.16; 15.5; Fp 2.2; 4.2) se refere a um compromisso comum com o amor e a verdade do evangelho de Cristo. O segundo, vivei em paz, os encoraja a trabalhar na comunhão de crentes, ou seja, o compromisso anterior.

Essas duas exortações são combinadas por Paulo, de uma forma bela, quando ele escreve aos Filipenses (2.5): “Haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Se as advertências anteriores forem observadas continuamente, a promessa encorajadora será: O Deus de amor e de paz será convosco. A frase o Deus de amor é exclusiva deste versículo, mas “o Deus de paz” ocorre freqüentemente. Somente canalizando o amor e a paz de Deus para outros é que os coríntios poderão continuar a gozar a bênção da presença do Deus de amor e paz (cf. At 5.32). A continuidade da promessa com os dois imperativos anteriores é altamente sugestiva. Talvez também possamos dizer que o segundo par de imperativos revela o modo dos dois primeiros.

O versículo poderia, então, ser analisado em seqüência como mostrando “A Vida em Cristo”:

1) O chamado;
2) O método;
3) Os resultados.

O amor fraternal a que o apóstolo os exorta deve ser selado com ósculo santo (12). Este símbolo exterior não é meramente um sinal de afeição. É santo (hagio) porque foi trocado entre adoradores cristãos (hagioi), como sinal de sua irmandade em Cristo. A prática foi adotada pela igreja cristã a partir das sinagogas, onde as pessoas de diferentes sexos eram separadas durante a adoração. Nos cultos cristãos os homens só beijavam homens, e as mulheres só beijavam outras mulheres, como garantia de que o ósculo ou beijo se manteria santo. À luz da importância deste costume nos primórdios do cristianismo e do judaísmo, a natureza pérfida do beijo traiçoeiro de Judas é claramente evidente (Mc 14.45).

Todos os santos (13), ou seja, todos os cristãos na Macedônia, onde Paulo escreveu a carta, enviavam suas saudações aos coríntios. Os cristãos macedônios embora em sua maioria nunca tivessem conhecido os coríntios pertenciam, junto com eles, ao corpo de Cristo, que é a igreja universal. Eles estão unidos em Cristo. O apóstolo explicou qual era o comportamento exigido da igreja, não apenas por meio de seu apelo direto, mas também pela menção de um costume cristão, e pela lembrança da igreja como uma comunhão mais ampla.

2. A Bênção Tríplice (13.14)

Finalmente, o apóstolo expressa o seu mais profundo desejo aos coríntios, a bênção completa da salvação de Deus com todas as suas implicações éticas: A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos (14). A palavra amém é acrescentada apenas pelos manuscritos mais recentes. A bênção normal de Paulo contém somente a primeira frase (1 Co 16.24; Gl 6.18; Fp 4.23; 1 Ts 5.28; 2 Ts 3.18; Fm 25).

A inclusão da outra expressão, neste caso particular, sem dúvida se deveu à condição da igreja de Corinto. A tríplice oração do apóstolo é inteiramente expressa em termos da experiência e da fé da igreja primitiva. Isto explica o fato de a ordem Jesus Cristo, Deus, Espírito não ser propositadamente trinitariana. A ordem é a da experiência da salvação. E importante notar que quando Paulo quis resumir seu evangelho, essas palavras vieram à sua mente muito naturalmente e, quando desenvolvidas de forma lógica, formam a base da doutrina da Trindade.

O fato de em uma única sentença o nome de Jesus, apenas trinta anos após a sua morte, ser encontrado junto ao do Espírito Santo e ao Nome de Deus em uma oração, indica que “a doutrina completa da Trindade tem as suas raízes teológicas na adoração a Jesus Cristo”.

Parcialmente a partir deste pequeno resumo, Cullmann observa que “a teologia cristã inicial é, na realidade, quase exclusivamente uma Cristologia”. Os homens do NT estavam primeiramente preocupados com a história redentora, que para eles era um “processo ligado a Cristo”. Teologicamente, as três frases formam uma simetria paralela e progressiva. A graça do Senhor Jesus Cristo na qual o amor de Deus é revelado, foi experimentada por Paulo através da “participação no Espírito Santo” (RSV, marg.). Os dois primeiros genitivos são subjetivos, e o último é objetivo. O equilíbrio entre o dom e o Doador nas duas primeiras expressões continua na terceira, quando é reconhecido que o Espírito Santo, em si, é tanto o Dom como o Doador. Ele é o Fundador desta comunhão que é constituída pela nossa participação no Espírito Santo (cf. At 2.42; Fp 2.1).

Esta “participação no Espírito Santo” traz à realidade subjetiva na experiência da igreja, a atividade salvadora de Deus, aquela realidade redentora inerente à pessoa de Cristo em virtude de sua crucificação, ressurreição e exaltação (cf. 1 Co 1.9; 1 Jo 1.3). A identidade entre ambos é, desse modo, uma dinâmica redentora, uma identidade arraigada no fato de que o Espírito como a Vida do Senhor ressuscitado e exaltado (13.4; Rm 1.4; 6.4; 8.11; 1 Co 6.14; 15.45) é da mesma forma o Canal da vida do Senhor em uma ação redentora (3.17; 1 Co 12.3).

A ênfase da oração do apóstolo está na reciprocidade da participação, a diferença ética que isto fará na vida da igreja. A realização prática da graça do Senhor Jesus Cristo e do amor de Deus, à medida que os coríntios abrem cada vez mais a sua vida ao Espírito Santo, produzirá o aperfeiçoamento (9) que Paulo lhes deseja. Sua “comunhão no Espírito Santo” (NEB) é o compartilhamento no Espírito que permite a Ele, como Dom e Doador, tornar efetiva a unidade e o amor mútuo que devem permear a vida ética da igreja como o corpo de Cristo.

De fato, é somente a experiência comum deles em um Espírito que os torna o corpo de Cristo (1 Co 12.12-13). Paulo fornece as evidências, com a sua própria atitude, daquilo pelo que está orando, pois ele deseja o mesmo para todos. Não há reservas, ressentimentos; apenas um amor que transcende todas as barreiras humanas e deseja o melhor que Deus tem para eles.

O maior bem deles, expresso em um empolgante resumo da fé cristã, é:

1) a graça de Cristo
2) revelando o amor de Deus
3) pela comunhão deles no Espírito Santo, que é capaz de transformar a qualidade de suas vidas em comunidade. Com as suas mãos espirituais estendidas sobre os coríntios, em uma atitude abençoadora, a voz do após tolo cai no silêncio.

Cada faceta das palavras de encerramento de Paulo revela o seu coração apostólico:

1) Seu conselho de encerramento,
2) sua atenção para com as formalidades da cortesia cristã, e
3) sua bênção de boa vontade, estão todas relacionadas ao progresso do evangelho de Cristo em Corinto.

Pelo fato de este evangelho estar genuinamente em ação em Corinto, Paulo está
confiante. Ele acredita que a franqueza do seu testemunho quanto à natureza de seu ministério seja uma reação aos que resistem à sua autoridade apostólica, 10.1—12.14.

O seu serviço a Cristo

1) não depende da metodologia de uma estrutura terrena de poder, 10.1-18; mas, antes,

2) ele expressa a sua jactância no poder do Cristo vivo, que encontra o seu espaço naquilo que o mundo chama de fraqueza, 11.1—12.13; e

3) esta é a maneira pela qual o apóstolo, como sempre, continuará a se tornar conhecido dos coríntios, 12.14—13.14.

Esta carta chegou até nós vindo da agonizante e purificadora fornalha do conflito interpessoal. Estavam em jogo a integridade e a autoridade do ministério de Paulo entre os coríntios. Uma iluminada apresentação do ministério cristão é arrancada de sua alma pela suspeita de seus convertidos.

Este é um ministério

1) cuja integridade é, simplesmente, a do evangelho que ele proclama, capítulos 1—7; e

2) cuja autoridade é somente a da presença de Cristo, capítulos 10—13. O enfoque deste ministério é o Cristo crucificado e ressuscitado a fraqueza da sua humilhação e o poder da sua ressurreição.

Estes princípios básicos do ministério apostólico de Paulo devem ser também os de todos aqueles que servem em nome de Cristo. Nosso comissionamento no evangelho é uma continuação do de Paulo e de seus colaboradores. Esta carta extremamente crucial para o nosso entendimento do ministério cristão poderia ser lida, estudada, ou até pregada seqüencialmente, com proveito, perguntando-se:

“De que modo os cristãos devem relacionar Cristo e o evangelho com o mundo no qual vivem?” Ao longo desta carta, de um modo extraordinariamente relevante, o testemunho é apoiado “pela verdade, da qual ninguém pode fugir, de que a missão da igreja como corpo de Cristo é o ministério de entrega, de sacrifício e de sofrimento de Jesus”.

“De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida” (4.12).
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico Beacon

PAULO PLANEJA UMA TERCEIRA VISITA

PAULO PLANEJA UMA TERCEIRA VISITA, 12.14—13.1O

Quando Paulo se aproxima do final de sua carta aos coríntios, o apóstolo prepara o para a sua terceira visita: Estou pronto... para ir ter convosco (12.14). Para esse fim, ele expressa a natureza de sua futura conduta em consonância com os princípios básicos de seu ministério entre eles (12.14-18). Mas ele está apreensivo quanto à condição moral e espiritual na qual os encontrará (12.19-21). Eles podem estar certos de que ele será tão firme, em sua disciplina, quanto a situação deles exigir (13.1-10).

1. O Comportamento Proposto de Paulo em Corinto (12.14-18)

A questão do dinheiro deve ter sido bem sensível (como sempre!) no relacionamento de Paulo com a igreja em Corinto. Ela teve um papel importante nos capítulos 11-12, e ele retorna ao assunto. Paulo insiste em que não vai mudar seu método operacional agora. Esta última etapa da defesa de seu ministério relaciona-se com a sua terceira visita que se aproxima (14). A primeira visita foi na época em que ele lhes levou o evangelho pela primeira vez (At 18.1-18). A segunda foi a dolorosa visita (2.1) que se seguiu à escrita de 1 Coríntios. Como sempre, e como acontece todas as vezes que está com eles, ele não lhes será pesado. Muito embora anteriormente Paulo tenha sido mal entendido neste ponto (11.7-12), seus princípios permanecem firmes. Há duas razões para isto.

A primeira é que aquilo que ele exige deles é maior do que o dinheiro: Não busco o que é vosso, mas, sim, a vós. Ele continuamente (zeto) lhes pede o melhor que têm a dar a si mesmos, para que Paulo possa apresentá-los a Cristo como uma “virgem pura” (11.2), uma oferta aceitável de seu ministério a Deus (cf. Rm 12.1; 15.16). A segunda é que se trata de uma responsabilidade normal dos pais proverem para os seus filhos, e não os filhos para os pais. O apóstolo faz uso desta analogia apenas como uma ilustração da razão pela qual ele não tira vantagem de seu direito como um ministro do evangelho (1 Co 9.6-12b,14).

Ele não quer dizer com isso que filhos crescidos não tenham obrigação com relação a seus pais idosos, quando estes necessitarem (cf. Mc 7.10-13).
Pelos coríntios, o apóstolo deseja ir além (de) da mera obrigação. Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas (15; lit., vossas almas; isto é, seu bem-estar espiritual). O eu (ego) é enfático. O tempo, o dinheiro e a força do apóstolo são deles gratuitamente, mesmo com o empobrecimento de sua própria saúde e vida.

Mantendo a analogia com as imagens utilizadas por Paulo em Filipenses 2.17 (“Ainda que eu seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós”). Wendland traduz este texto do seguinte modo: “Eu, entretanto, de muito bom grado ofereceria um sacrifício; na verdade, permitirei ser completamente oferecido como um sacrifício por vós”.

A última parte do versículo, seguindo os mais antigos manuscritos, deve ser lida como: “Se eu vos amo demasiadamente, devo ser menos amado”? (NEB).” Como Filson destaca, esta triste pergunta responde àquela de 11.11, e indica como seria desnaturado para os coríntios responderem com um amor decrescente à crescente manifestação do amor do apóstolo por eles.

Pelo fato de não lhes ser pesado (16), Paulo estaria admitindo, mesmo com gratidão: “Muito bem, seja assim, dirão vocês, concordando que eu não vivi às vossas custas; mas isto nada mais foi do que astúcia para que eu vos enganasse com mais astúcia ainda” (Bruce). A acusação sussurrada por seus oponentes era que o aparente sacrifício do apóstolo pelos coríntios era apenas mais um truque de sua natureza astuta para enganá-los. Aquilo que o apóstolo se recusou a receber pessoalmente, ele “embolsara” através de seus agentes, a quem pusera como responsáveis pela coleta para Jerusalém.

Ele realmente não ficou sem receber nada. Mas quem eram, na realidade, os astutos (cf. 11.2-4, 13, 15)? Como escreve Calvino: “E costume dos mal-intencionados atribuir, sem pudor, aos servos de Deus o que eles costumam fazer, quando têm o poder ou a ocasião de fazê-lo”. Os intrusos egoístas em Corinto gostariam muito de colocar, sem dúvida, as próprias mãos na oferta. Mas, em vez disso, eles foram postos sob uma luz embaraçosa pela recusa do apóstolo em aceitar o sustento pessoal; assim, eles retornaram às mentiras astutas para minar a confiança que os coríntios tinham na autoridade apostólica de Paulo.

A essas suspeitas inventadas contra o apóstolo, ele responde com uma série de quatro perguntas (17-18). O problema principal, asperamente colocado pela NEB, é: “Quem dos homens que vos enviei foi usado por mim para vos enganar?” (17) E é apoiado por uma segunda pergunta: Tito se aproveitou de vós? (18) Estas duas primeiras questões são feitas com a partícula negativa me, que implica em um “não” como resposta. O verbo aproveitar, nas duas perguntas, como em 2.11, tem a conotação de “tirar vantagem de” (ASV). Essas perguntas, escreve Plummer, são absurdas.’85 Os coríntios têm que admitir, quando pressionados, que Tito e o irmão enviado por Paulo haviam se conduzido com uma integridade inquestionável quando iniciaram a coleta.”

Em seguida, Paulo assumiu a completa responsabilidade pela coleta e relacionou a sua integridade à de seus emissários. Assim como os enviados, é quem os enviou. Eles não agiram com o mesmo espírito? Eles não seguiram as mesmas pisadas? Esta dupla de perguntas usa ou, indicativo de que Paulo esperava um “sim” como resposta. Tanto Paulo como os seus mensageiros eram inocentes em seus motivos e ações. As suspeitas dos coríntios estavam em contradição com o que eles tinham visto com os seus próprios olhos. O apóstolo é capaz de se defender e se apoiar no princípio básico de seu ministério entre eles em relação ao dinheiro, porque 1) seu motivo é simples e sinceramente o sacrifício de si mesmo pelos outros; e 2) seu gerenciamento do delicado assunto da coleta é capaz de passar pelo teste de uma inspeção rigorosa.
2. A Apreensão de Paulo (12.19-21)

Terminada a sua exposição, a verdadeira razão de Paulo para esta defesa é registrada aqui. Uma série de alertas segue o que compreensivélmente surge da ansiedade de Paulo em relação à sua visita que se aproxima. Será que sua terceira visita será tão dolorosa quanto a segunda (1.23; 2.1)? Isto está nas mãos deles.
Os coríntios não são os verdadeiros juízes da defesa que Paulo fez nos capítulos anteriores. O verbo desculpar (19) seria melhor traduzido como “defender”.

O julgamento de Paulo não é feito por eles, mas sim com eles em Cristo perante Deus (cf. 1 Co 4.3). Em contraste com o que eles possam ter pensado “todo esse tempo”, ele não está se defendendo diante deles por motivos de auto-estima ou autoproteção.”° A postura de Paulo, comenta Hughes, “muito longe de ser egoísta ou auto-suficiente é, de forma indireta, ‘cristocêntrica’“Ele fala somente em Cristo (2.17; 12.2; cf. 5.17), “uma ligação que o guarda do orgulho, do exibicionismo e de trapacear com esperteza”.

Deus é seu único e verdadeiro Juiz (1.18, 23; 4.2; 5.11; 7.12; 11.11, 31), e aquilo que ele é em Cristo é a sua única motivação (5.14). Assim, os coríntios, longe de serem seus juizes de acusação, são seus caríssimos amados, uma expressão que ele só emprega em relação a eles nessa carta aqui e em 7.1. Todas as coisas que o apóstolo fala, ele fala em Cristo... para edificação dos coríntios. Foi a sua zelosa preocupação pelo bem espiritual deles (11.2) que o levou a um procedimento que eles poderiam entender erroneamente.

O termo porque (gar) introduz uma longa sentença (20-21), que explica a preocupação de Paulo. O crescimento gradual é uma forma suave de expressar as necessidades deles! Mas o que ele tem a dizer é dito com a carinhosa moderação de um pai: .. .receio que... que... que....” Ele não denuncia, mas anuncia a sua apreensão. Seu medo de encontrar um comportamento eticamente deficiente é expressado de duas maneiras.

Primeiro que ele não os ache como deseja. Segundo, que ele não seja achado pelos coríntios como eles desejam, ou seja, como alguém que terá que exercer uma severa disciplina. A referência é, sem dúvida, a uma minoria na igreja (2.5-6). Paulo lista em quatro pares aquilo que ele teme encontrar em Corinto. Lenski sugere que “quatro é usado comumente para designar uma integridade retórica; e a multiplicação de cada um dos quatro intensifica a integralidade”. Cada membro de um par lançaria uma luz sobre o outro.

Seguindo a tradução da versão NASB, os pares seriam

1) “briga, inveja”,
2) “iras, disputas”,
3) “difamação, mexericos”, e
4) “arrogância, tumultos”.

À medida que o apóstolo continua a falar de seus temores sobre a sua futura visita, ele se expressa de uma forma incomum: receio... que... o meu Deus me humilhe para convosco (21). O oposto seria o esperado; que os coríntios sofressem humilhação e vergonha. Entretanto, Paulo teme que ele vá descobrir que não houve arrependimento dos pecados anteriores por parte dos coríntios.

Ele seria, então, obrigado a se lamentar de tristeza por eles. O apóstolo teria falhado em fazer com que eles se arrependessem, o que seria uma derrota para ele. Se for assim, ele aceitará sua humilhação como vinda de Deus. Esta lamentação sobre a ruína deles é indicativa de seu coração apostólico. O único remédio para esta falta de arrependimento será, sem dúvida, a exclusão da igreja (13.2; cf. 1 Co 5.1-5). A conduta imoral deles não pode ser permanentemente tolerada.

A grosseira imoralidade de alguns membros da igreja em Corinto é descrita por
Paulo em três palavras que se sobrepõem. Imundícia (akatharsia) é um termo genérico para impureza e vida desregrada; prostituição (ou fornicação; porneia) refere-se à promiscuidade no relacionamento sexual; e desonestidade (ou lascívia; aselgia) indica o desacato deliberado da decência em público. Estes pecados são exatamente os mesmos que deram ocasião à escrita de 1 Cormntios.

O problema moral básico na igreja de Corinto pode não ter sido solucionado na época em que Paulo escreveu a carta. Todavia, a atitude da maioria era tal que, se a minoria não se arrependesse e se afastasse de seu comportamento insolente, o apóstolo poderia lidar com eles de maneira severa sem precipitar outra “visita dolorosa” (2.2).

O palpitar do coração de um autêntico ministro cristão está, mais uma vez, abertopara nós.

Na 1) perspectiva divina, ele está

a) aberto ao julgamento de Deus, e
b) controlado por uma relação transformadora com Cristo, l9ab.

Na 2) perspectiva humana, a situação consiste em

a) uma desgastante preocupação pelos outros,
b) exercida com tanto carinho que a humilhação e a dor podem ser a sua recompensa, 19e-21.

3. A Determinação de Paulo de Ser Firme (13.1-10)

O apóstolo apresenta agora sua advertência final aos coríntios — que quando vier pela terceira vez, ele será tão severo em sua disciplina quanto a condição moral e espiritual deles exigir. Se isso for o que os coríntios querem, eles terão a prova de que Cristo fala por meio dele! Mas o apóstolo tem a esperança de que eles corrijam a situação antes que ele chegue, e que ele não seja obrigado a empregar sua autoridade com tanta rigidez.

Com a ênfase da repetição (12.14,20-21), Paulo menciona novamente que ele está indo a Corinto pela terceira vez (1). Além disso, ele está indo para fazer justiça no meio deles. As acusações serão examinadas e julgadas de acordo com o princípio mosaico estabelecido em Deuteronômio 19.15, a saber: “Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda palavra”. Este procedimento foi aprovado por Cristo na solução de casos de disciplina ou disputa na igreja (cf. Jo 8.17; 1 Tm 5.19; Hb 10.28; 1 Jo 5.8). A igreja cristã continuou a se utilizar do princípio do AT de que um homem não podia ser condenado pelo testemunho de uma só pessoa. Duas, no mínimo, e preferencialmente três, eram necessárias. Paulo iria não apenas obedecer a este princípio, mas também tiraria proveito dele.

A advertência que o apóstolo lhes havia feito em sua segunda visita é repetida agora (2). AARC traduz bem este versículo: Já anteriormente o disse e segunda vez o digo, como quando estava presente; mas agora, estando ausente, o digo aos que antes pecaram e a todos os mais que, se outra vez for, não lhes perdoarei.

Esta segunda menção daqueles que pecaram (cf. 12.21), e o fato de a igreja os tolerar, nos lembra como era difícil para os cristãos gentios romperem com a liberalidade sexual característica do seu ambiente (cf. 1 Co 5.1-2; 6.12-20; 1 Ts 4.3-7). O padrão cristão de pureza sexual não se originou dos gregos, mas do AT e dos judeus. Paulo avisa essas pessoas e a todos os demais que, quando vier, não perdoará aqueles que se recusarem a se arrepender (cf. 10; 10.6). Se encontrar resistência, ele os excomungará da igreja.

Com uma referência final ao intercâmbio entre fraqueza e força no apóstolo de Cristo, Paulo fornece a razão pela qual ele não será leniente quando vier (3). Ele agora está pronto para dar, a seus oponentes e a todos os que lhes deram ouvidos, a prova de que Cristo fala nele. Possivelmente em vista da riqueza de dons espirituais dos coríntios (1 Co 12 e 14), eles tenham se recusado a perceber o poder de Cristo na vida de Paulo, enquanto o apóstolo esteve presente com eles (cf. 10.10). Dessa forma, eles agora terão o sinal decisivo que querem, mas não da forma como querem. A disciplina severa será um sinal claro de que, através do ministério de Paulo, Cristo não é fraco para com eles, mas é poderoso entre eles (cf. Rm 15.18). Como diz Denney: “Ao desafiarem Paulo a ir e exercer sua autoridade.., presumindo o que eles chamavam de sua fraqueza, estavam, na verdade, desafiando a Cristo”.

O que o apóstolo está realmente dizendo é que o modelo de seu ministério é simplesmente o de seu Senhor: Porque, ainda que (kai gar) Cristo tenha sido crucificado por fraqueza, vive, contudo (alia), pelo poder de Deus (4). Como resultado (ex) de sua condição de fraqueza encarnada, Cristo sofreu a “morte de cruz” (Fp 2.8), o máximo da humilhação e fraqueza. Contudo... pelo (ek, como resultado do) poder de Deus Ele agora vive “pela ressurreição dos mortos” (Rm 1.4).

No ministério de Jesus em beneficio dos pecadores, a extremidade de sua fraqueza tornou-se o ponto no qual Deus, pela ressurreição de seu Filho, e da maneira mais convincente, revelou o seu poder de resgatar os homens dos seus pecados (cf. At 2.22-36; Rm 4.25; 5.10; 1 Co 15. 16-17). Denney, de uma forma bela, nos conduz até o ponto que Paulo quer chegar: “A cruz não esgota a relação de Cristo com o pecado; Ele passou da cruz para o trono e, quando voltar, virá na condição de Supremo Juiz. Assim, “quando Cristo voltar, Ele não poupará ninguém. As duas coisas se unem nele: a infinita paciência da cruz, e a inexorável justiça do trono”.

O mesmo é verdadeiro para os ministros de Cristo: Porque nós também (kai gar) somos fracos nele, mas (alia)203 viveremos com ele pelo poder de Deus em vós. Uma vez que a vida ressuscitada de Cristo está em ação no ministério de Paulo (4. 10-14), o apóstolo será capaz de ir a eles com a autoridade do Cristo vivo. Por causa da natureza integral deste poder, ele não poderá poupar, e não poupará, o pecador não arrependido. O poder de Deus no evangelho de Cristo (Rm 1.16) atua nas duas direções:

“Para uns, na verdade, cheiro de morte para morte, para outros, porém, cheiro de vida para vida” (2.16, NASB). Paulo, como apóstolo de Cristo, é um instrumento deste poder. E este poder será manifestado aos coríntios. O poder, e não a fraqueza, marcará a sua iminente visita. Wendland observa que estes versículos (3-4) definem precisamente a fundamentação de tudo que Paulo disse sobre sua fraqueza e sofrimento. Seu poder, residente em sua fraqueza, é semelhante ao do seu Senhor crucificado e ressuscitado.

Então, a sua fraqueza pode ser a sua jactância; então, também, Cristo age através de seu apóstolo, e a vida de Cristo flui a partir dele. O “outro evangelho” (11.4), aquele que era pregado por seus oponentes, é caracterizado pelo fato de não incluir este paradoxo, esta oposição entre a Cruz e a Ressurreição, entre o sofrimento e o poder de Deus, os quais mesmo assim são um só. Por essa razão, os seus oponentes não compreendem a fraqueza de Paulo; eles eram tolos se supunham que descartariam o apostolado de Paulo usando o argumento de que ele não era “nada” (12.11).

As posições agora estão trocadas. Com a ameaça de julgamento que surge da certeza de que Cristo está agindo em sua vida e através dele, o apóstolo exorta os membros da igreja em Corinto a se examinarem continuamente, para verificar se permanecem na fé (5). Eles têm que provar a si mesmos. As duas expressões a vós mesmos recebem a ênfase por virem primeiro na língua grega. Paulo tem a esperança de obter deles o comportamento desejado ao lembrá-los de que são cristãos: “Ou não sabeis, quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais, de fato, reprovados!” (texto de Lenski). Se já estiverem reprovados, não aplicarão o teste. A pergunta de Paulo os testa, pois se eles forem crentes verdadeiros, não se ressentirão de um teste real.
A forma da pergunta (ei meti) indica que Paulo acreditava que ainda estivessem saudáveis de coração. As expressões na fé e Jesus Cristo... em vós interpretam uma à outra: “Fé é a realidade da presença de Cristo, é a vida de Cristo naqueles que crêem ... (cf. Gl 2.20; Ef 3.17). O teste da autenticidade do relacionamento deles com Cristo representa a qualidade ética do seu comportamento.

Da mesma forma que os coríntios são capazes de detectar a presença de Jesus Cristo em si mesmos, Paulo espera que eles sejam capazes de reconhecer que ele e seus cooperadores no ministério não estão reprovados (6). Eu espero (lit., elipizo). O apóstolo espera que eles encontrem, no relacionamento salvador que desfrutam com Cristo, a desejada “prova” de que Cristo fala (3) através de Paulo. Talvez, então, ele não tenha que visitá-los com rigor.

Em consonância com esta esperança, ele roga a Deus que eles não façam mal algum (7). Paulo acredita que eles farão aquilo que é honesto (kalon, moralmente correto), e não se alinharão com os pecadores impenitentes em Corinto. Esta é a motivação de sua oração, e não apenas que ele e seus companheiros possam ser achados aprovados. De fato, ele e seus companheiros estariam até mesmo dispostos a parecer reprovados, desde que os coríntios fizessem o que era certo. Ele deseja dispensar a oportunidade de demonstrar, através da ação disciplinar, a “prova” (3) de que Cristo está falando nele com o poder de Deus. Paulo não se compraz com uma punição severa a seus filhos espirituais.

Até mesmo o direito do apóstolo a uma justificativa clara e pessoal tem que ceder diante da verdade (8), isto é, diante do progresso do evangelho em Corinto. Todo interesse próprio é barrado (5.14). Ele quer apenas a obediência, a pureza e a unidade da igreja. Exercer a sua autoridade apenas por vaidade seria prostituir o seu apostolado. O correto recebimento do evangelho é o grande objetivo da sua vida, em torno do qual giram todas as demais coisas. Dessa forma, Paulo, aquele em quem “a verdade de Cristo” estava (11.30), não era capaz (dynametha) de fazer nada contra a verdade.

Em vez disso, Paulo explica que se regozija de estar fraco, quando eles estão fortes (9). Ele se regozija por perder a oportunidade do uso legitimo do seu poder de punir, e assim demonstrar a sua força, desde que isso seja feito por causa da força moral e espirituais deles. O desejo de Paulo é uma oração. Sua oração é pela perfeição (katartisis) deles, pela restauração de tudo que estava fora de ordem em suas vidas, como membros do corpo de Cristo.

A idéia básica contida na palavra é a de estar apropriadamente equipado e organizado para um funcionamento harmonioso e eficiente. Delling escreve que, aqui, katartisis “denota força interior, seja da comunidade em seu relacionamento orgânico, ou de seus membros, isto é, a maturidade deles como cristãos”. A preocupação é semelhante à de 7.1. Como Wesley comenta, é a perfeição “na fé que trabalha por amor”.

A oração compreende

1) a total aceitação da graça, e
2) a expressão efetiva da santidade cristã.

O apóstolo escreveu esta carta para ajudar os coríntios (10). Ele a conclui com sua resposta às acusações que recebeu de ser forte em suas cartas, mas fraco em sua presença pessoal (10.10), tema que tem sido abordado desde 10.1. Ele escreve estando ausente para que quando estiver presente não tenha que agir com rigor. Isto não é uma negação de sua autoridade, mas seu exercício obediente. O poder que o Senhor lhe deu não era para destruição, mas para edificação (10.8; 12.19). Sua autoridade tem a finalidade de “edificar e não devastar” (Lenski). Mas ele será rígido se eles não agirem. Amaneira como o apóstolo agirá é decisão deles. Paulo está esperançoso.

A autoridade do apóstolo Paulo, como ministro de Cristo, 1) inclui o poder de disciplinar a igreja quando o arrependimento é persistentemente recusado, porque 2) este é o poder da vida de Cristo, mas 3) seu uso é sempre controlado pelos propósitos maiores do evangelho (cf. Mt 16.19; 18.15-18; Jo 20.23; At 5.1-6; 1 Co 5.5).

Na igreja do NT há apenas uma Fonte de autoridade: Jesus Cristo. Ele confere sua autoridade pela sua presença em seus apóstolos, ministros, professores, administradores, etc., que exercem sua autoridade em consonância com as suas várias funções. Tal autoridade não é, meramente, entregue de forma oficial, mas deve autenticar a si mesma em seu exercício: “Viveremos com ele pelo poder de Deus que é dirigido a vós” (4, NASB).

Em 12.14—13.10, Paulo nos confronta com um ministério que é

1) Consistente em seus princípios motivadores, 12.14-18;
2) Misericordioso em seu compromisso com o bem- estar da igreja, 12.19-21; e 3) Confirmado pela autoridade que tem para manter a integridade do corpo de Cristo, 13.1-10.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico Beacon

19 de março de 2010

VISÕES E REVELAÇÕES DO SENHOR


TEXTO ÁUREO = "Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor" (2 Co 12.1). VERDADE PRÁTICA = As experiências espirituais são importantes, mas não devem ser o principal requisito para o reconhecimento ministerial de um obreiro.

INTRODUÇÃO

A REVELAÇÃO QUE PAULO TEVE DO CÉU == (2 Co 12.1—6)

No capitulo 12, Paulo apresenta as evidências da autenticidade do seu ministério, a saber, as revelações que ele teve de Cristo (vv.1-6). Temos ainda o fato do seu “espinho na carne” (vv.7—18) e, por fim sua coragem ao tratar do pecado dos coríntios (vv.19-21). No relato do seu “espinho na carne” temos o versículo que talvez mais do que nenhum outro comunica ao crente, da parte de Deus, mais consolo, mais esperança e mais segurança: “Á minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (v. 9).

A Visão de Paulo (vv.1-6)

“Passarei as visões e revelações do Senhor”. Paulo agora está para descrever a hora mais sagrada da sua vida, e a mais alta honra da sua carreira. Foi urna experiência tão profunda e íntima que ele manteve silêncio durante 14 anos. Sabemos bem pouco do caso. Deste texto aprendemos as seguintes coisas:

1. Paulo experimentou uma riqueza de “visões e revelações” divinas (v. 1). Paulo não fala de “uma visão”, mas, de “visões”. Paulo era profundo na experiência de. visões e revelações no Senhor. Deus lhas concedeu, para orientação, instrução é revelação. Vemos que Paulo não se gloria nas suas visões. Não vai de igreja em igreja, querendo ser mais do que os outros, e contando tudo em qualquer lugar e à toda hora.

2. A visão ocorrera há “quatorze anos” antes de Paulo escrever a epístola. A data do fato teria sido cerca de 44 d.C. Neste tempo, Paulo estava provavelmente em Antioquia. É possível que a visão teve lugar logo antes da sua primeira viagem missionária (At 13.1-3), a fim de prepará-lo para tão grande tarefa.

3. Paulo declara: “Se no corpo ou fora do corpo, no sei” (v.2). Ele está dizendo que não sabia se fora levado em corpo para os lugares celestiais, ouse apenas seu espírito fora arrebatado, enquanto seu corpo permaneceu inconsciente na terra.
Vemos, portanto, que Paulo crê em arrebatamento do corpo, além de crer em arrebatamento do espírito, este fora do corpo. Lembramos aqui de dois arrebatamentos de corpo, no Antigo Testamento: o de Enoque (Gn 5.24), e o de Elias (2 Rs 2.11).

4. “Um homem... foi arrebatado ate ao terceiro ceu” (v.2). Paulo fala assim, acerca de si mesmo, por causa da sua humildade. O termo “terceiro céu” significa aqui a própria habitação de Deus, dos anjos, e dos santos que já partiram.
Paulo passou pela imensidão do espaço até chegar ao terceiro céu, “arrebatado”.

Paulo também chama este lugar de paraíso (v.4) .0 paraíso e o céu são termos sinônimos. “Paraíso” é uma palavra persa, e originalmente referia-se a um belo e aprazível parque ou érea ajardinada. É empregada mais duas vezes no Novo Testamento (Lc 23.42; Ap 2.7), significando “céu”. No Paraíso, Paulo deve ter visto e experimentado muita coisa maravilhosa. Aqui ele fala o mínimo daquilo que viu no céu. Podemos supor quê ele viu os redimidos que já morreram. Viu o estado venturoso e bem-aventurado deles, isto é, o próprio céu.

Ali estavam com Deus, longe do pecado e do sofrimento, e no lar celestial, com Cristo, aguardando apenas a glorificação de seus corpos pela ressurreição. Paulo teve permissão de ver tudo isto, e muito mais, Foi levado diretamente à presença de Deus e Cristo, enquanto estava no seu ministério terrestre. Não é de admirar que Paulo às vezes tinha um intenso desejo de partir e estar com Cristo.

5. Paulo ouviu e viu coisas quê, muitas delas não podiam ser relatadas ao mortal (v.4). Deviam ser mantidas em sigilo durante toda a sua vida. Mesmo assim, talvez, mediante a inspiração do Espírito Santo, Paulo pode comunicar algumas destas verdades nos seus escritos.
Deus sabia quanto Paulo iria suportar e sofrer na causa de Cristo. Essas visões e revelações divinas ocorreram “para o benefícios do próprio Paulo, porque alguém que ia ter dificuldades tão árduas pela frente, suficientes para esmagar mil corações, precisava ser fortalecido por meios especiais, de modo que não recuasse, mas sim perseverasse resolutamente” (Calvino). Mas acabou sendo benefício não somente para Paulo, pois a sua vida e o seu testemunho têm trazido fortalecimento e exemplo para inumeráveis cristãos. Paulo experimentou a realidade do céu, e portanto, isso tornou—se mais certo e real para nós.

Pense na inestimável influência que isto teve na vida e no ministério de Paulo, a serviço de Cristo. Que consolo, encorajamento e inspiração isto lhe trouxe. Certamente aí está uma explicação do seu zelo infatigável e perseverança à toda prova no sofrimento em prol do Evangelho. Daí, porque as coisas espirituais eram mais reais para Paulo, do que as terrenas.
Mesmo assim, acerca desta experiência, Paulo diz que não se gloriará. Prefere gloriar-se nas suas fraquezas.

O Que Podemos Aprender Desta Experiência de Paulo?

1. Deus nos prepara para a tarefa à qual fomos chamados. Deus sabe o que enfrentaremos e nos dará o encorajamento de que necessitamos.

2. Há certas experiências com o Senhor, que são tão profundas e pessoais que só podem ser relatadas depois de passado o seu impacto.

3. Ao depararmos com este fato de Paulo, devemos nutrir a esperança de um dia sermos arrebatados como ele foi. Algum dia estaremos face a face com Nosso Senhor.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
EETAD - Epístolas Paulinas III - 1 e 2 Coríntios

17 de março de 2010

Visões e revelações do Senhor

Visões e revelações do Senhor

Texto Áureo = “Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor” 2 Co 12.1

Introdução:

Visões e revelações são experiência do campo das manifestações espirituais que não se constituem em doutrinas, mas são possíveis à vida do crente desde que estejam em conformidade com a bíblia. Paulo vinha de um confronto onde os seus oponentes procuravam desacreditar seu ministério. Eles se vangloriavam de possuírem um conhecimento divino e uma espiritualidade superior à do apóstolo. Paulo se viu obrigado a responder que tinha ainda mais razões do que eles para orgulhar-se, mas não faria isso. Preferia gloriar-se em relação às suas fraquezas, as quais o poder de Deus havia convertido em experiências gloriosas (12.9,10).

Conforme diz o Pr Altair no seu Blog os “surperobreiros”. No decorrer da lição falaremos mais sobre isso.

I – A glória Passageira de sua biografia (VV.11-13)

1) A glória maior de Paulo não está em sua biografia, e sim no sofrimento padecido por causa do Evangelho.

Cabe aqui um comentário dos dias atuais aonde observamos que obreiros pastores de “renomes” gloriam-se de suas “visões” suas pregações para 10, 20, 30 mil pessoas, no cachê que ganha e não no sofrer pela palavra de Deus, ser perseguido por amor ao evangelho, conforme registro de Atos 5. 41 "Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus."

2) Paulo se opõe à arrogância dos judeus-cristãos.

¹Em todas as épocas, assim como nos dias do apóstolo Paulo, existiram obreiros que se sentiam acima da média. São estes os "superapóstolos", "superbispos", "superpastores", "superevangelistas", "superpresbíteros", "superpregadores", "superprofessores", "superprofetas" e etc. Os Judeus-cristãos que se orgulhavam de sua herança abraâmica tinham inveja de Paulo, por esse ter sido escolhido por Deus, para anunciar aos gentios e não eles. É Como um filho ilegítimo “bastardo” os outros o desprezam, assim eles faziam com Paulo. Embora fosse ele Judeu, da tribo de benjamim conforme: 2 Co 11:22 São hebreus? também eu. São israelitas? também eu. São descendência de Abraão? também eu.

Fl 3:5 Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus...

A história se repete, opositores dentro da igreja, porque é filho do pastor, neto, nora etc. os mandões, que afundam igrejas inteiras, com sua arrogância ainda estão no tempo da monarquia “Pai passa para filho o reino” e isso tem prejudicado algumas igrejas, pois tomam posse sem ter a chamada para tal.

3) Paulo responde contrastando os falsos mestres.

Mais uma vez, aparece os “supercrentes” com seus números, ou conforme a lição os que diziam “ministros de Cristo” vejam os números deles:

- Milhões de telespectadores

- Dezenas de livros

- Centenas de cidades

- Milhares de mensagens pregadas

- Milhares de e-mails recebidos

- Milhões de acesso em sua página na internet

- Milhares de DVD's vendidos

- Centenas de curas e milagres.

Agora observe a lista do apóstolo Paulo:

-Muitos trabalhos

-Muitas prisões

-Açoites sem medidas

- Perigos de morte

- Trinta e nove chicotadas em cinco ocasiões

- Três pisas com vara

- Um apedrejamento

- Três naufrágios

- 24 hs boiando no mar

- Muitas jornadas (algumas a pé)

- Perigos de ladrões

- Perigos de rios

- Perigos de perseguições por judeus e não-judeus

- Perigos na cidade

- Perigos nos desertos

- Perigos em alto mar

- Perigos entre os falsos irmãos

- Muitos trabalhos e canseiras

- Muitas noites sem dormir

- Fome e sede muitas vêzes

- Falta de casa, comida e roupa

- Muitas preocupações com as igrejas do Senhor

II- A glória das revelações e visões espirituais (12. 1-4).

1) Visões e Revelações do Senhor(12.1) Meus amados irmão como é importante observarmos a palavra de Deus nesses últimos dias, o povo se impressiona por tudo, aonde há “Visões” “Revelações” “Curas” algo sobrenatural Chove de gente, sem nem saber a origem, observamos o crescimento das igrejas neo-pentecostais, em cima do “sobrenatural”, e como os “Superespirituais”do tempo de Paulo conquistavam os coríntios, assim também em nossos dias esse espírito de “Supercrente” tem passeado em algumas cabeças no nosso meio. Deus já havia alertado a respeito dos falsos “Profetas” "E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam." (Jeremias 14 : 14)

Paulo sabia que as visões e revelações do Senhor, são experiências sobrenaturais que permitem a um ser humano ver algo que outros não podem ver, e muitas das vezes essas experiências não são para ser contadas 2 Co 12:1-4 ... Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar. Mas os “Supercrentes”contam afim de serem reconhecidos como “espirituais” gostam de aplausos, de serem filmados, fazem questão de dar autógrafos, não sabem eles que a palavra diz: Não seja sábio aos seus próprios olhos? Jesus disse aprendei de mim que sou manso e humilde

2) O Paraíso na teologia paulina.(V12.2-4) ²[Do Gr. Paradeizo] Originalmente, esta palavra servia para designar os jardins fechados, onde os reis persas passavam o inverno. Com a expansão do helenismo, passou a ter uma conotação mais transcendental. E agora, que o apóstolo Paulo escreve os últimos capítulos de sua segunda Epístola aos Coríntios, o vocábulo serve para descrever o mais excelso dos céus, onde está o trono de Deus. Essa é nossa esperança em um dia morarmos no paraíso com cristo, Ap 21.4 E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. Desse paraíso falou Jesus ao ladrão da cruz. "E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." (Lucas 23 : 43) o Apóstolo João também falou da visão que teve na ilha de Patmos sobre o Paraíso, conforme o Senhor lhe falara. "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus." (Apocalipse 2 : 7)

Portanto, é um lugar aguardado pelos santos.

3- A atualidade das experiências espirituais. Hoje não vemos tantos testemunhos de irmãos que tiveram a experiência de ser arrebatados, ter visões espirituais, revelações do Espírito. Porém, tem se levantado homens e mulheres, falsos profetas que dizem que tiveram tais revelações, por exemplo. O Pastor Oriel de Jesus. ³Depois do livro Triunfo Eterno da Igreja( o qual iremos chamar de TEI a partir de agora) o pastor Ouriel de Jesus trouxe “revelações” que no mínimo são estranhas e totalmente fora do contexto bíblico. O livro repudiado pela liderança evangélica da Assembléia de Deus trouxe escândalos e uma prática da qual muitas denominações estão repudiando.

Já na capa, o livro deixa a entender que irá trazer as revelações do livro selado pelo profeta Daniel para o tempo do fim, as revelações das coisas que o Apóstolo Paulo ouviu no Paraíso e também as revelações do livro comido pelo Apostolo João.

"A sra. White afirmou que, em uma visão, contemplou a arca do céu. Nela teria visto as duas tábuas de pedra contendo os Dez Mandamentos, sendo que o quarto mandamento se destacava dos demais, circundado por uma auréola de luz. Devido a esse fato, os sabatistas insistem no fato de que toda a humanidade deve observar (guardar) o sábado"."(CABRAL, 1999, 203),

O Apóstolo Mórmon Hugh B. Brown declarou: "A Primeira Visao do Profeta Joseph Smith constitui a base da Igreja que mais tarde foi organizada. Se esta Primeira Visao foi apenas uma ficçao da imaginaçao de Joseph Smith, entao a Igreja Mórmon é o que seus caluniadores declaram ser - uma impostura ímpia e deliberada" (The Abundant Life [A Vida Abundante], pp. 310-311).

Cuidemos para que não caiamos no conto do vigário, as visões e revelações devem ser aferidas com a Palavra de Deus e não o contrário, sempre quando surge uma nova “denominação” foi porque o seu líder teve uma nova revelação ou uma nova visão.

III – A glória dos sofrimentos por causa de Cristo.

1- O Espinho na Carne

Quero aqui, contrastar as experiências de Paulo através do Sofrimento vivido pelo mesmo, com as palavras dos “Superpregadores” que defendem a teologia da prosperidade, da regressão, da saúde física(quem não tem está em pecado) etc.

Pedro e os apóstolos depois de serem acoitados saíram muito alegres, "Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus." (Atos 5 : 41)

Essa passagem já causou muita confusão quanto o espinho na carne de Paulo, uns dizem que era um demônio para lhe atormentar, outro é uma enfermidade tudo mera especulação, essa expressão referia-se a um tipo de sofrimento que lhe foi imposto por causa das revelações, afim de ele não se ensorbebecer.

2- Paulo reafirma que se gloria na fraqueza.

Talvéz alguém pense que Paulo era defensor do masoquismo (Masoquismo é uma tendência ou prática parafílica, pela qual uma pessoa busca prazer ao sentir dor ou imaginar que a sente) A igreja católica talvéz por essa passagem e o sofrimento na cruz por cristo utilizam do alto-flagelo O papa polonês João Paulo II, conhecido por sua popularidade e suas viagens pelo mundo, se flagelava com um cinto, segundo Oder, e em várias ocasiões dormia no chão como um ato de penitência”. O verdadeiro Cristão entende muito bem porque Paulo se gloriava na fraqueza, quem nunca foi xotado, por pregar o evangelho? Caluniado, mal tratado por amor a cristo? Quem já passou por isso ficou se sentiu útil a obra, percebeu que está no caminho, que a palavra de Deus está se cumprindo nele, quando disse que Lc 21.12,17,18 Mas antes de todas estas coisas lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e presidentes, por amor do meu nome. E de todos sereis odiados por causa do meu nome.

Mas não perecerá um único cabelo da vossa cabeça”.

Conclusão:

Ao escrever sobre suas fraquezas Paulo tinha a intenção de glorificar a Deus, porquanto somente Ele é capaz de aperfeiçoar seu poder através da fragilidade humana.

Biografia:

1 Blog do Pr Altair

2 Dicionário Teológico Correa de Andrade, Claudenor CPAD

3 Blog pensar e orar PR Alexandre Farias

4 CABRAL, J. Religiões, seitas e heresias. Ed. Gráfica Universal, 1ª ed., São Paulo, 1998.

Elaboração pelo:- Pb. Josenildo Cardoso Cavalcante

14 de março de 2010

Não pise sobre nenhum ser humano

Não pise sobre nenhum ser humano

"Os judeus não pisariam de bom grado no menor pedaço de papel em seu caminho, antes o levariam consigo, pois, possivelmente, dizem eles, o nome de Deus pode estar nele. Embora haja um pouco de superstição nisso, ainda assim contém boa prática religiosa se a aplicarmos aos homens. Não pise sobre nenhum ser humano; pode haver algum trabalho da graça em andamento nele que você não saiba. O nome de Deus pode estar incrustrado nessa pessoa; ela pode ser uma alma pela qual Cristo se importou tanto a tal ponto de dar seu próprio sangue por ela; portanto, não a despreze."

S.T. Coleridge, em Aids to reflection.
tradução: Chicco Sal

10 de março de 2010

Características de um autêntico líder

Características de um autêntico líder

Data: 14 de Março de 2010

TEXTO ÁUREO

Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo(2 Co 11.2).

VERDADE PRÁTICA

Um líder cristão autêntico é aquele que tem por objetivo maior servir a Deus e à sua Igreja.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Ef 5.18

Paulo, um líder cheio do Espírito Santo

Terça - 2 Co 1.1

Paulo, um líder comissionado pelo Senhor

Quarta - 2 Co 2.4

Paulo, um líder que amava os crentes coríntios

Quinta - 2 Co 4.1,16

Paulo, um líder perseverante

Sexta - 2 Co 6.8-10

Paulo, um líder que permaneceu fiel a Deus sob todas as circunstâncias

Sábado - 1 Co 11.1

Paulo, um líder exemplar

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Coríntios 10.12-16; 11.2,3,5,6.

2 Coríntios 10

12 - Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas esses que se medem a si mesmos e se comparam consigo mesmos estão sem entendimento.

13 - Porém não nos gloriaremos fora de medida, mas conforme a reta medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós;

14 - não nos estendemos além do que convém, como se não houvéssemos de chegar até vós, pois já chegamos também até vós no evangelho de Cristo;

15 - não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios; antes, tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra,

16 - para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós e não em campo de outrem, para nos não gloriarmos no que estava já preparado.

2 Coríntios 11

2 - Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.

3 - Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.

5 - Porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos.

6 - E, se sou rude na palavra, não o sou, contudo, na ciência; mas já em tudo nos temos feito conhecer totalmente entre vós.

INTERAÇÃO

Professor, você é um líder à frente de sua classe. Por isso, esteja atento a alguns aspectos importantes da liderança de Paulo que serão apresentados nesta lição. Ele era um líder autêntico, compromissado com Deus e com a sua Obra. Suas credenciais de ministro de Deus são evidenciadas através do seu trabalho árduo, do sofrimento e da preocupação com as ovelhas do Senhor. Como líder ele era exemplo, e sabemos que a liderança na igreja é repleta de desafios. Não menos difícil é o seu papel amado professor, mas confie em Deus, Ele está contigo!

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

· Compreender que o líder cristão autêntico é aquele que não perde o senso de dependência de Deus.

· Distinguir as características de um verdadeiro líder.

· Descrever os tipos de lideranças encontradas no seio da igreja.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para a aula de hoje sugerimos que você reproduza o quadro abaixo no quadro-de-giz. Junto com os alunos analise cada tópico relacionado no quadro. Apresente as principais diferenças entre os falsos apóstolos e Paulo, líder autêntico. Enfatize o fato de que os falsos líderes eram arrogantes. Gabavam-se por serem eloquentes e terem conhecimento. Sabemos que não há nada errado em ser eloquente e ter conhecimento, porém o líder autêntico depende unicamente de Deus. Leia todas as referências, enfatizando as principais diferenças entre os falsos apóstolos e os autênticos.



COMENTÁRIO

introdução

Palavra Chave

Líder: Indivíduo que chefia, comanda e/ou orienta em qualquer ação.

Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da organização.

Assim, o líder diferencia-se do chefe, que é aquela pessoa encarregada por uma tarefa ou atividade de uma organização e que, para tal, comanda um grupo de pessoas, tendo autoridade de mandar e exigir obediência.

Para os gestores atuais, são necessárias não só as competências do chefe, mas principalmente as do líder.

Paulo é um dos maiores exemplos de liderança do Novo Testamento. Seu modelo máximo é Jesus. E o apóstolo ajustou sua liderança conforme o conhecimento que adquiriu acerca do Mestre. Nesta lição, ele prossegue defendendo o seu apostolado contra os ataques dos falsos apóstolos, e reafirma sua igualdade com os demais apóstolos em termos de autoridade e liberdade para pregar o Evangelho. Porém, a fim de mostrar sua autoridade e liderança em Cristo, Paulo ressalta não ser sua intenção exercer domínio sobre a fé dos coríntios, pelo contrário, ele está pronto a ser humilhado para que eles fossem exaltados (2 Co 11.7).

I. OS DESAFIOS DO APOSTOLADO PAULINO (10.9-18)

1. O desafio da oposição (10.9-11). Nesses quatro últimos capítulos, observamos que se destacam três personagens principais: o apóstolo, os opositores e os coríntios. Nos versículos 9 e 10, o apóstolo discorre sobre a carta que enviara aos coríntios.

Uma regra básica ao escrever cartas, naquela época, é que essas deviam corresponder à personalidade de quem as enviara. Como Paulo havia sido severo na redação de suas cartas, era acusado, agora, de não ter a mesma postura enquanto estava presente entre eles. Os oponentes insinuavam que o apóstolo não tinha coragem ou era incoerente. Na realidade, eles apenas buscavam mais uma oportunidade para o acusarem. Paulo, porém, foi incisivo e firme (vv.11,12).

Observa-se que um homem comissionado e chamado por Deus sempre enfrenta resistências externas, de falsos líderes, profetas, pregadores, etc...

Por exemplo:

- Jeremias que enfrentou falsos profetas que profetizavam o que o povo queria ouvir;

- Elias que enfrentou os 400(quatrocentos) profetas de Baal e 450 (quatrocentos e cinqüenta) de Assera;

- Neemias que enfrentou a oposição de Sambalá e Tobias;

- E agora Paulo que enfrentava a oposição dos Falsos Apóstolos;

2. O desafio do orgulho (10.12,13). Nestes versículos, Paulo demonstra a importância de o líder exercer a autocrítica. Ele fala da arrogância dos que se sentiam superiores a ele. Refutando tal orgulho, Paulo admite não estar disposto a classificar-se entre os que louvam a si mesmos.

Ele considerava essa atitude uma ousadia incabível no meio da Igreja (v.12). A vaidade dos oponentes era “sem medida” (v.13), e o “critério” de aferição que usavam baseava-se apenas na opinião que os tais tinham de si mesmos. O apóstolo afirma que “esses que se medem a si mesmos e se comparam consigo mesmos estão sem entendimento” (v.12); demonstram falta de lucidez e discernimento espiritual.

Paulo criticou os falso ensinadores que estavam tentando prova sua superioridade comparando a si mesmos com outros e não com os padrões de Deus. Quando nos comparamos com os outros podemos nos sentir orgulhosos por pensarmos ser melhores. Mas quando tomamos por medida os padrões de Deus torna-se óbvio que não temos nenhuma base para o orgulho. Não se preocupe com as realizações das outras pessoas. Em vez disso pergunte a si mesmo:-Como está a minha vida em relação á votade de Deus?- Como a minha vida se compara á de Jesus Cristo? “ Bíblia de Aplicação Pessoal

3. O desafio do respeito aos limites e da autoglorificação (10.14-18). Respeitar os limites alheios é uma atitude indispensável a um líder. Paulo destaca que todo líder deve conhecer a medida certa de suas ações (v.13). Seja do ponto de vista pessoal, ou coletivo, o líder deve respeitar os limites de sua liderança, e não apossar-se da honra de um trabalho realizado por outros (vv.15,16). Se assim agirmos, não correremos o risco de nos autogloriarmos. Gloriemo-nos apenas no Senhor (v.17). O líder realmente chamado por Deus não precisa louvar a si mesmo; o próprio Senhor o fará (v.18).

“MEDEM A SI MESMOS: Comparar-nos aos padrões contemporâneos e á vida dos crentes em nosso redor demonstra que estamos sem a compreensão apropriada da vontade de Deus. O padrão com o qual devemos nos medir é o padrão revelado em Cristo e nas doutrinas dos Apóstolos, no Novo Testamento”

Bíblia de Estudo Pentecostal

“Com sarcasmo, Paulo admite existir um tipo de coragem que ele não possui. Ë o tipo que seus adversários demonstram quando comparam-se e alinham-se com aqueles que se ocupam com auto promoção, vangloriando-se (v 12). Que tolice é considerarem-se o padrão de medidas de outros, e elogiarem a si mesmos como aqueles que alcançaram este padrão. Declarando que não se gloriará fora dos próprios limites, mas que limitará sua vangloria ao limite que lhe foi indicado por Deus, Paulo esta identificando seus adversários como intrusos em Corinto um lugar que Deus o enviou para que estabelecesse Sua Igreja. Como apóstolo para os gentios (gl 2.8 at 9.15), Corinto era uma parte da esfera legitima do ministério de Paulo (2 Cor 10 v13).

Se como sugerido em (2 Cor 11 v 22), esses intrusos forem Judeus, podem ter vindo de Jerusalém, onde a igreja havia previamente e formalmente reconhecido o apostolado de Paulo para os gentios (Gl 2 v1-10). Paulo nega que sua vã gloria seja excessiva, pois os coríntios estão dentro dos legítimos limites da esfera do ministério que lhe foi dado por Deus. Afinal Paulo e seus companheiros foram os primeiros a lhes pregarem o Evangelho (v 14). Paulo, mais tarde nega que tenha se gloriado e tomado o crédito pelo trabalho de outros, o que evidentemente seus adversários estavam fazendo (vv15,16). Porém, sua ambição na obra de Cristo não estava restrita a levar o evangelho apenas a região de Corinto. A esperança de Paulo era que enquanto os Corintos cresciam na fé, a esfera de seu ministério entre eles se expandisse e resultasse na divulgação do Evangelho a outras regiões.

Esta, então, é a verdadeira meta e a fonte de orgulho para o apostólo: levar o Evangelho às pessoas que ainda não tinham ouvido as boas novas. Nisto reside uma causa legitima para se vangloriar, mas é uma vã glória que nunca toma crédito pelo trabalho de outros ou que considera o sucesso do ministério do Evangelho com o seu próprio. Citando Jeremias 9 v 24, Paulo admoesta seus leitores a darem a Deus toda a glória e crédito pelo que é realizado para o Senhor. Nossa verdadeira meta deve ser agradar a Cristo (2Cor 5 v 9), e nossa verdadeira recompensa, ganhar Sua aprovação (2Cor 10 v18, Mat 25 v21), algo inacessível aqueles que se inclinam à própria aprovação”.

A Bíblia nos dá alguns exemplos de homens que não deram a gloria para Deus, como o Rei Nabucodonozor que acabou pastando como um animal (Dn 4), Rei Herodes (At 12 v23).

“O pior afago é afago a si mesmo, Portanto, ao invés de louvarmos a nós mesmos, devemos nos esforçar para ser aprovados por Deus. Gloriemo-nos no Senhor, em nossa salvação e em todas as demais coisas somente como provas de seu amor, ou como meios de fomentar a sua glória. Ao invés de louvarmos a nós mesmos, ou de buscar louvor por parte dos homens, desejemos somente a honra que procede de Deus.”

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Respeitar os limites alheios é uma atitude indispensável a um líder. Todo líder deve conhecer a medida certa de suas ações.

II. AS MARCAS DE UM VERDADEIRO LÍDER (11.2-15)

1. O compromisso de Paulo diante da igreja e de Deus (vv.2-4). Paulo deixa claro que recebeu do próprio Deus sua autoridade apostólica, a fim de edificar, e não dominar, a Igreja de Cristo. Entretanto, os coríntios, influenciados pelos falsos apóstolos, que agiam na ausência de Paulo, demonstravam superficialidade no conhecimento das coisas espirituais (v.4). O fato decepcionou o apóstolo, pois ele tinha por objetivo prepará-los para apresentá-los “como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (v.2).

Zelo. O ciúme de Deus, para com Sua noiva, Israel, se destaca no AT (Is 54 v5, 62 v5 e Os 2 v19-20). Paulo, (o amigo do noivo), (Jo 3 v29) tinha responsabilidades de garantir a castidade e pureza da noiva (2Cor 11 v3) até o casamento. O crente fica desposado única e exclusivamente com Cristo.” (Bíblia Shedd)

Para não incorrermos, nos mesmos erros dos Coríntios devemos estudar sistematicamente as escrituras, ou seja, fazer o que o Senhor ordenou a Josué (Js 1), e assim o nosso caminho será próspero. Aliado a este estudo devemos orar sem cessar (1 Ts 5 v17), para termos discernimento espiritual e sabermos identificar os falsos mestres (apóstolos, profetas etc), que andam em nosso meio se aproveitando do bom coração dos irmãos.

2. Paulo se interessa, antes de tudo, pelo bem-estar espiritual da igreja (vv.5-15). A postura de Paulo de não depender financeiramente da igreja de Corinto, foi utilizada injustamente pelos falsos apóstolos para acusá-lo de não ser ele um apóstolo verdadeiro (vv.5-11). Por sua vez, Paulo afirma que os irmãos da Macedônia (e outras igrejas) haviam-no socorrido em suas necessidades (vv.8,9). O apóstolo dos gentios assim procedeu, a fim de não dar ainda mais ocasião para os seus oponentes o acusarem (v.12).

Naturalmente, é responsabilidade das igrejas sustentar seus pastores. Aquelas congregações, contudo, ainda não tinham condições de assumir tal responsabilidade. Nos versículos 13 e 15, Paulo fica tão irritado com os falsos apóstolos que, para desmascarar-lhes a dissimulação, utilizou a figura de Satanás que, conforme reafirma, disfarça-se até de anjo de luz. É o que faziam os falsos apóstolos.

Na menção destes supostos apóstolos, Paulo passa repentinamente da defesa de usa política como um apóstolo, a desmascará-los e revelar a verdadeira identidade deles. São falsos apóstolos e obreiros fraudulentos, que se mascaram como apóstolos de Cristo.

Ainda mais condenador, são agentes de Satanás, o mestre do engano (Jo 8 v 44) , que esconde a natureza verdadeira de sua obra (1 Pd 5 v8), disfarçando-se como um anjo de luz. É de admirar, então, que seus servos sigam seu exemplo e enganosamente se façam passar por ministros da justiça? A ultima frase do versículo 15 não deixa nenhuma duvida de que Paulo vê a Obra de seus adversários como merecedora do juízo de Deus. A frase: - O fim dos quais será conforme suas obras, significa literalmente de acordo com suas obras. Esta frase é quase idêntica as palavras de Paulo em (2Tm 4 v14), quando condena a oposição de Alexandre, o latoreiro, que causou-lhe muitos males”.

3. Paulo colocou o ato de servir acima dos interesses pessoais (vv.16-33). Paulo expõe, agora, todos os seus sofrimentos físicos e emocionais por amor a Cristo: fome, sede, nudez, açoites, prisões, naufrágios, ameaças e perigos incontáveis. Ele não somente se identificava com aqueles a quem servia, como também por estes interessava-se, a fim de que fossem beneficiados com o Evangelho. Seu amor pelas igrejas de Cristo dava-lhe forças para seguir em sua missão apostólica (v.28). Era um homem de Deus que se identificava com o rebanho de Cristo em todas as situações (v.29).

Isto também demonstra a liderança exercida por Paulo.

“Não tenho necessariamente que gostar de meus jogadores e sócios, mas como líder devo amá-los. O amor é lealdade, o amor é trabaho em equipe, o amor respeita a dignidade e a indivdualidade. Esta é a força de qualquer organização” VINCE LOMBARDI

SINOPSE DO TÓPICO (II)

O líder autêntico coloca o ato de servir acima dos interesses pessoais.

III. PAULO, UM LÍDER SEGUNDO A VONTADE DE DEUS

Indiscutivelmente, Paulo foi um líder que demonstrou ampla competência para o exercício do seu ministério. Cada igreja, estabelecida por ele, tinha características próprias e exigia dele habilidades específicas, a fim de lidar com situações bastante particulares. Foi o que o apóstolo demonstrou no trato com os coríntios. Servindo-os humildemente, como fez o Senhor Jesus durante o seu ministério terreno, e externando-lhes um amor que só o verdadeiro líder chamado por Deus possui, demonstrou-lhes ser, realmente, um apóstolo chamado por Cristo Jesus, a fim de levar o Evangelho aos gentios até aos confins da terra.

Paulo aprendera com Jesus: o servir é uma das características mais marcantes de um obreiro. O servir, aliás, é o verdadeiro padrão de liderança neotestamentária. É hora de nos apresentarmos como leais servidores a serviço do Rei. Quem não está pronto a servir jamais estará apto para o Reino de Deus.

“Uma das marcas da liderança do apóstolo Paulo era a sua versatilidade. Percebe-se o quanto ele era versátil na variedade de táticas que ele empregava ao lidar com os diferentes problemas das pessoas e das igrejas. Não foi por acaso que a liderança do apóstolo marcou a vida dos seus discípulos e da igreja. Vejamos como sua versatilidade se manifesta no exercício de sua liderança espiritual:

-Era amávl e paternal: “...nos tornamos dóceis entre vós, qual ama que acaricia os seus próprios filhos”(Its 2:7,8,11)

-Era trovejador, quando necessário: Pelo que bem quisemos uma e outra vez ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu.(IICo13:2)

-Era fraternal:¶ “Nós, porém, irmãos, sendo privados de vós por um momento de tempo, de vista, mas não do coração, tanto mais procuramos com grande desejo ver o vosso rosto, Pelo que bem quisemos uma e outra vez ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu.” (ITs 2:17,18)

- Fazia uso de sarcasmo pungente na esperança de trazê-los a um melhor estado mental: “Já estais fartos! Já estais ricos! Sem nós reinais! E prouvera Deus reinásseis para que também nós reinemos convosco! Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens Nós {somos} loucos por amor de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, ilustres, e nós, vis” (ICo 12:16)

- Era brincalhão, ás vezes: “Mas seja assim, eu não vos fui pesado; mas, sendo astuto, vos tomei com dolo”(IICo 12:16)

- Era genroso no louvor: “Porque vós, irmãos, haveis sido feitos imitadores das igrejas de Deus que, na Judéia, estão em Jesus Cristo; porquanto também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que os judeus lhes fizeram a eles” (ITs 2:14)

-Era insistente, quando necessário: “Não digo isso como quem manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade da vossa caridade”(II Co 8:8)

Sem dúvida, Paulo é um tipo de líder que ninguém esquece, porque uma das marcas que tinha como líder, era a “versatilidade

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O padrão bíblico requer que os líderes aprendam a desenvolver atitudes de parcerias, de compartilhamento com seus liderados.

CONCLUSÃO

Que exemplo nos deixou o apóstolo Paulo! Sua liderança não foi estabelecida por homem algum, mas por Deus. Portanto, ele sabia que no Reino de Deus só há uma alternativa para aqueles que amam a Cristo e a sua Igreja: servir, servir e servir. Não foi exatamente isso que fez o Senhor durante o seu ministério terreno? Por que agiríamos de forma diferente?

Sigamos o exemplo deste homem de Deus que segui o Senhor Jesus Cristo. Por isso podemos afirmar Ele é o admirável Jesus.

VOCABULÁRIO

Aferição: Ação ou efeito de medir, avaliar.

Autogloriar: Gloriar em si mesmo.
Neotestamentário: Relativo ao Novo Testamento

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

GLOUD, H. 9 Coisas que um Líder Deve Fazer. 1.ed. RJ: CPAD, 2009.

GETZ, G. A. Pastores e Líderes: O Plano de Deus para a Liderança da Igreja. 1.ed. RJ: CPAD, 2004.

EXERCÍCIOS

1. Mencione os três principais personagens que se destacam nos quatro últimos capítulos da epístola de 2 Coríntios.

R. O apóstolo, os opositores e os coríntios.

2. Qual era a postura de Paulo em relação a depender financeiramente da igreja?

R. Paulo trabalhava para não ser pesado a ninguém.

3. Descreva alguns dos sofrimentos físicos e emocionais experimentados por Paulo.

R. Fome, sede, nudez, açoites, prisões, naufrágios, ameaças e perigos incontáveis.

4. Qual é o verdadeiro padrão de liderança neotestamentária?

R. Jesus.

5. Que exemplo você pode extrair da liderança de Paulo para a sua vida pessoal?

R. Resposta pessoal.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

Subsídio Bibliológico

“O status apostólico de Paulo (11.5,6)

[...] Os falsos apóstolos estavam pondo-se em evidência como ‘superapóstolos’ (‘os mais excelentes apóstolos’, 2 Co 11.5), humilhando Paulo. Mas Paulo não aceitava as afirmações que eles faziam. Pode ser que fossem oradores bem treinados, aptos a impressionar as pessoas com o vocabulário e o estilo. [...] Embora Paulo fosse treinado como rabino sob as orientações de Gamaliel (At 22.3), ele não fora treinado no estilo grego de oratória artificial e extravagante. Paulo tinha algo mais importante. Tinha ciência ou conhecimento de Deus que eles não tinham, como bem sabiam os crentes coríntios. Paulo havia demonstrado isto em tudo, ou seja, dando-lhes ensinamentos poderosos e ungidos em linguagem clara – não na ‘lógica’ enganosa e na retórica superficial dos falsos apóstolos. A verdade é mais importante que o estilo ou ‘carisma’ do orador. Paulo recusa aceitar pagamento (11.7-12) [...] Ele retoma novamente o fato de que pregou o Evangelho em Corinto ‘de graça’ (veja 1 Co 9). Naqueles dias, até nas universidades os estudantes remuneravam diretamente o professor. É provável que os oponentes de Paulo disseram que o fato de ele não receber contribuições era evidência de que o ensino era de pouco valor e que ele não era verdadeiro apóstolo”.

(HORTON, S. M. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e suas Soluções. RJ: CPAD, 2003, pp.240-41)

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

Subsídio Teológico

“O Exemplo de Paulo ao Líderes

[...] Como um exemplo para os outros líderes, Paulo demonstrou:

• Humildade e compaixão – Apesar de ser perseguido por seus irmãos judeus, Paulo serviu ‘ao Senhor com toda a humildade e com muitas alegrias’ (At 20.19). Ninguém poderia questionar sua dedicação ao Senhor e ao seu povo. É impossível fazer este tipo de afirmação a menos que seja absolutamente verdadeira.

• Ensinos e pregações fiéis – Paulo falou publicamente na escola de Tirano, compartilhando tudo aquilo que pudesse ajudar no crescimento e no fortalecimento da fé cristã dos efésios. No entanto, também ensinava de casa em casa, aparentemente dedicando tempo à família de cada líder (At 20.20).

• Um ministério evangelístico – Paulo pregava as Boas Novas da graça de Deus a todos aqueles que quisessem ouvir – tanto judeus quanto gentios – encorajando-os a abandonar o pecado e a colocar a sua fé no Senhor Jesus Cristo (At 20.21).

• Um ministério de discipulado – Paulo não somente pregou as Boas Novas da graça de Deus, mas também, à medida que as pessoas respondiam com arrependimentos e fé, ensinava estes novos crentes a viver como verdadeiros cristãos (At 20.27).

• Motivos puros – Paulo nunca se aproveitou materialmente destes novos crentes. Neste sentido, ele era um grande exemplo para os líderes. Ele às vezes supria sozinho as suas próprias necessidades, bem como as de seus companheiros missionários (At 20.33-35).

• Ter responsabilidade – Paulo advertiu sobre a necessidade de vigiarem e cuidarem de si mesmos quanto um dos outros.

• Vigiar – Paulo adverte-os, dizendo: ‘Olhai, pois... por todo o rebanho’ – incentivando-os a administrarem bem a igreja como um todo (At 20.28).

• Pastorear – Paulo conclama os pastores a ‘apascentarem a igreja de Deus’ – a cuidarem dos fiéis e certificarem-se de que eles não estejam se deixando enganar por falsos mestres e profetas enganadores, que ele chama de ‘lobos cruéis’”.

(GETZ, G. A. Pastores e Líderes: O Plano de Deus Para a Liderança da Igreja. RJ: CPAD, 2004, pp.105-6)

Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2 Tm 2.15)

BIBLIOGRAFIA:

-Bíblia de Aplicação Pessoal, CPAD

-Bíblia de estudo Pentecostal, CPAD

-Bíblia Shedd, Vida Nova

- Comentário Bíblico Pentecostal, RJ;CPAD; 2 Ed; 2004

-HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de. RJ: CPAD, 5 Ed, 2006;

-GONÇALVES, Josué. 37 Qualidades do Líder, SP;Mensagem para Todos, 6 Ed ,2002;

-HUNTER, James C.; O Monge e o Executivo Uma história sobre liderança; RJ;Sextante,22 Ed, 2004;

Elaboração pelo:- Pb. Miguel Fiuza