22 de março de 2010

SOLENES ADVERTÊNCIAS PASTORAIS

TEXTO ÁUREO = "Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos" (2 Co 13.5a).

VERDADE PRÁTICA = Uma das responsabilidades pastorais é disciplinar a igreja com amor, a fim de que esta desenvolva-se espiritualmente sadia.

INTRODUÇÃO

O PASTOR

A função pastoral para os tempos modernos é representada através da metáfora bíblica do pastor e da ovelha. A idéia de um líder religioso na função de pastor é comum tanto no Velho como no Novo Testamento. Em o Novo Testamento encontramos Cristo como o Bom Pastor, Jo 10.11,14 e o bom pastor é aquele que guarda o rebanho para que o lobo não venha e trague suas ovelhas, Jo 10.12; e a promessa do verdadeiro pastor tem cumprimento na relação dos anciãos ou presbíteros da Igreja no tocante ao rebanho, At 20.17,28; e na lista da função pastoral como um dos ofícios do ministério do N.T. em Ef 4.11.

Seward Hiltner divide a função do ministro em três categorias: a) pastorear; b) comunicar; e) organizar. Diz ele que cada uma destas funções tem o seu lugar na vida do pastor. Hiltner ainda acrescenta: “. ..A palavra pastorear não descreve a função total da pessoa que chamamos pastor. Ele também é uma pessoa que transmite o evangelho aos outros e organiza a comunhão dos santos, O pastor é aquele que vive em contato constante com o rebanho que Deus colocou em suas mãos; por tais contatos é que o pastor pode conhecer os problemas reais de seu rebanho. Para melhor compreendermos o assunto vamos mencionar alguns pontos importantes:

I - O PASTOR E SEU SENHOR.

O pastor, disse um homem experimentado, “é o servo do povo, mas o povo não é o seu mestre, há somente um que é seu mestre, a saber, o Senhor Jesus Cristo”. O pastor deve sempre obter novas idéias, mas se ele não tiver cuidado, pode tornar- se vítima das pressões dos seus membros. Ele pode encontrar-se fazendo coisas, não porque sejam certas, mas porque se sente intimidado. Se os pastores são chamados para um ministério de fervor e dinamismo, devem ser líderes; devem ter a convicção de que estão fazendo exatamente aquilo que o Mestre tem ordenado. De acordo com Ef 4.11, a liderança ministerial não é uma idéia proveniente do ser humano. Ele é dom de Cristo para a Igreja. Desta forma, os pastores devem sempre colocar Cristo como cabeça da Igreja, Cl 1.15,18; = Ef 5.23, de tal maneira que nenhum pensamento de primazia venha refletir no seu ministério.

Vemos que os 5 dons dados à Igreja foram para o “aperfeiçoamento dos santos”. Por conseguinte, o pastor deve claramente compreender a natureza do seu trabalho.

Os títulos dados aos pastores chamam a nossa atenção para a natureza de suas responsabilidades. O termo “cuidar do rebanho” em At 20.28 pode ser traduzido também da seguinte maneira: “pastoreai a Igreja”, que no grego do N.T., significa “protegei à Igreja do Deus Vivo”. Esse não é um ministério mecânico, mas sim, de fidelidade e amor. O trabalho do pastor é contínuo, até que cheguemos à unidade da fé, Ef 4.13. Há três expressões nesta passagem: unidade da fé, conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito. A tarefa do pastor não será completa até que estes objetivos tenham sido alcançados e é certo dizer que só acontecerá quando Cristo vier buscar os seus redimidos.

II - PARENTESCO

Na oração sacerdotal, Cristo orou da seguinte maneira: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo”, Jo 17.18. Por esse fato, cada pastor deve passar tempo suficiente estudando o ministério de Cristo com o propósito de tornar-se um padrão em Cristo. E muito importante que o pastor saiba que ele é ungido pelo Espírito para pregar o evangelho, da mesma forma que Cristo foi, Lc 4.18; = At 10.38; = J0 20.21 e, que esta responsabilidade será requerida um dia, Mt 24.45-51. Se Deus está enviando o pastor da mesma maneira que Cristo foi enviado, o Espírito do Senhor está sobre ele para o ministério, Lc 10.35. Quando o Espírito Santo vem sobre um homem com uma unção especial, Deus passa a realizar trabalhos através dele que jamais seriam feitos de outra forma.

Sansão era um homem comum até que o Espírito do Senhor o tomou. Pelo Espírito Santo ele rasgou um leão, matou 30 homens de uma só vez, Jz 14.19, quebrou prisões facilmente, Jz 15.14, matou mil filisteus com uma queixada de jumento, Jz 15.15,16, arrancou as portas de Gaza que pesavam 30 toneladas, Jz 16.3 e libertou o seu povo, Jz 16.30. Quando um pastor ministra no poder do Espírito, ele torna-se um gigante, possuindo poder com Deus e com os homens. Em outras palavras, ele tem um poder sobrenatural na sua administração.

III - O INTERESSE DE DEUS.

Deus está interessado em todos os aspectos da vida do Obreiro, incluindo o aspecto espiritual, mental, físico e material. Deus está ao seu lado para o ajudar em suas tarefas cotidianas, Mt 28.20: “Eis que estou convosco todos os dias...”

IV - O PASTOR E A CHAMADA

Quando Deus chama alguém para o ministério pastoral, Ele também o prepara. Quando o homem está disposto a servir-lhe, nunca falta trabalho.

Existem aqueles que sendo chamados saem para abrir trabalhos em campos virgens e são felizes na fundação de novas igrejas. Uns saem por fé, outros saem assalariados. A chamada feita a um pastor por uma igreja, para pastoreá-la, é um desafio de grande responsabilidade. Muitas vidas, inclusive a do pastor e sua família, serão influenciadas durante o período que o pastor ali permanecer. Neste caso, tanto um como outro devem procurar a vontade de Deus para o preenchimento daquela lacuna. Quando assim procedem, tanto o pastor como a igreja podem esperar um crescimento miraculoso em todas as áreas do trabalho do Senhor.

V - O PASTOR E SUA VIDA PESSOAL.

O Deus que tira o homem do trono e o coloca no pó, como fez com Nabucodonosor, é o mesmo que tira o homem do pó e o coloca no trono, como fez com José do Egito. Esse Deus pessoal se preocupa mais com o trabalhador em sua vinha que com o trabalho do mesmo. A atitude dos seus colaboradores é que fala mais alto na seara do Mestre. Quando Jesus mencionou a parábola dos servos e seus talentos Ele aludiu a três tipos de Obreiros: o primeiro recebeu cinco talentos e com eles negociou mais cinco, e por isto foi chamado de bem-aventurado. O segundo recebeu dois talentos e com eles granjeou mais dois e por sua atitude e dedicação foi chamado de servo fiel. Porém, o terceiro trabalhador recebeu da mão de seu Senhor um talento e o enterrou. Por isso foi lançado ao desprezo eterno, Lc 19.11-27. Por esta razão Deus disse a Samuel quando da escolha de um jovem entre os filhos de Jessé: “Deus não olha para a aparência e sim para o coração”, 1 Sm 16.7. Em outras palavras, Deus se preocupa com as nossas atitudes. Se formos fiéis em nossa mordomia. Ele nos retribuirá fielmente e benignamente.

Se o ministro toma-se orgulhoso, vaidoso, arrogante, rebelde, vagaroso ou imoral. Deus poderá removê-lo, como fez com o rei Saul. Poderá puni-lo como fez com o rei Davi; ou poderá impedi-lo de galgar o seu alvo como fez com Moisés no tocante à entrada na terra que “mana leite e mel”. O ministro deve ter sua vida devocional com Deus todos os dias. Ele deve estar à sós com Deus nas primeiras horas do dia antes de estar em atividades com os homens. Se eu sou o que Deus deseja que eu seja, Ele me ensinará aquilo que deseja que eu saiba, e me ajudará a fazer aquilo que deseja que eu faça.

Essa verdade é ilustrada na vida de José. Ele nunca estudou administração, organização, leis, ciência militar, economia ou finanças; no entanto, tudo aquilo que desejamos saber sobre a vida de um líder nacional encontramos na vida deste servo de Deus. Desde a idade de 17 aos 30 anos, ele viveu como um estrangeiro, um escravo e, um prisioneiro. De repente, ele inspirou confiança nos lideres egípcios e se tornou um poderoso líder. Ele se conduziu admiravelmente. Qual foi a razão de tudo isto?

Através dos anos foi sempre aquele obreiro que Deus desejou, e Deus ensinou o que José deveria saber e o ajudou naquilo que ele precisava fazer. É certo dizer que José resistiu à tentação da imoralidade, mas também a tentação de ser ofensivo, imperdoável, vingador e malévolo. Em troca do mal ofereceu o bem; recusou carregar consigo um sentimento invariável, e segundo a palavra de Deus foi ainda mais longe que tudo isso. Ajudou seus inimigos e providenciou recursos para aqueles que queriam ceifar sua vida. Não é à toa que a Bíblia fala de José como sendo “separado de seus irmãos”, Gn 49.26. Ele não era separado deles somente através da distância geográfica, mas também em caráter, determinação, devoção e obediência à vontade de Deus. Depois de 25 anos de ministério perguntaram a Billy Graham, que mudança ele faria, se vivesse esses 25 anos outra vez. A resposta foi esta: “Se eu tivesse a oportunidade de vivê-los outra vez, passaria mais tempo lendo a Bíblia do que qualquer outro livro”. E através da Bíblia que aprendemos a viver a vida que Deus deseja que vivamos.

Um missionário experiente na obra, indica três fórmulas para o sucesso no ministério:

a) vida consagrada ao trabalho;

b) dedicação à Palavra de Deus e à oração;

c) persistência.

Em cada área da vida que o homem deseja exceder, a persistência é importantíssima. Isto é verdade com o atleta, com o cientista, com o inventor, com o homem de negócios e também com o pastor.

VI - A PEDAGOGIA PASTORAL

“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou-o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”, Os 4.6.

Reconheço, e dou ênfase, que o pastor à frente da sua comunidade assume o papel de pedagogo. E, como diz o dicionário, um “prático da educação”. Noutras palavras, diria que o pastor é o professor, mestre e educador da sua igreja. Aí está uma séria condição a ser apresentada aos aspirantes ao ministério da Palavra, porque a igreja sob os cuidados de um pastor sem essas qualidades viria a sofrer danos irreparáveis.

Permitam-me citar o caso do professor que se encontra à frente de sua classe o ano inteiro. Já imaginaram o desastre a que ela estaria exposta se ele não a ensinasse corretamente? Agora, respondam- me: O que será de uma igreja sem o ensino adequado da Palavra de Deus, uma igreja mal ensinada? O próprio Deus responde: “O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento”. Mas o Senhor adverte: “Ai do pastor inútil que abandona o rebanho...”, Zc 11.17.

Por outro lado, só posso crer que um pastor que não assume a responsabilidade de educar não está capacitado para tal ou se esqueceu das palavras do Senhor Jesus Cristo, que disse: “... ide, ensinai...”, Mt 28.1. Um belo exemplo encontramos no tempo de Neemias e Esdras, quando homens capazes ensinavam o povo (Ne 8.1- 9) e diz a Palavra de Deus: “... declarando e explicando o sentido...”, v.8.

Mas uma coisa que hoje deveria ser observada pelos líderes é se o candidato é afeiçoado a aprender, se é humilde quando corrigido, porque sem isto jamais será um bom ensinador. Quando digo “bom ensinador”, evidentemente não quero dizer que seja um poliglota ou bacharel em teologia, porém, que possua o mínimo de conhecimento com o qual possa sair-se bem no ensino. Devemos ensinar na congregação até as mínimas coisas. Por exemplo, que não devemos dizer “saúdo”, mas “saúdo”; quando se lê uma palavra erradamente etc., notadamente aos cooperadores e obreiros, em particular.

Tenho me preocupado também com o aspecto cívico. Já participei de cultos festivos e até de Convenções de Obreiros que, ao toque do Hino Nacional Brasileiro, muitos, ou a maioria, portam-se inadequadamente: Uns conversam, outros ainda cruzam os braços.

Todavia, o que é de lamentar, é muitos acharem que o pastor só precisa saber dirigir um culto. E isso é mesmo bom, para se evitar o disparate. Mas o pior é quando o líder não sabe, não aprende e nem quer aprender. Vemos na Bíblia que Deus deu vitória a Israel contra os midianitas porque os 300 homens escolhidos aprenderam e guardaram o ensino dado por Gideão: Jz 7. 16-20. Por outro lado, há o perigo do obreiro sem experiência até envenenar O povo, como fez Geazi: 2 Rs 4.38-41. Mas, acima de tudo, ele pode ser rejeitado por Deus e, nesse caso, tanto sofre a igreja como o ministério.

VII - OLHAI, VIGIAI E ORAI

“Olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo”, Mc 13.33.

O texto de que extraímos o versículo acima diz que Jesus falou aos discípulos acerca das últimas coisas, ao se apresentar, pela última vez, no templo em Jerusalém. Referindo-se à sua segunda vinda, Jesus demonstrou a necessidade dos seus discípulos aguardarem vigiando em oração, a fim de não serem apanhados de surpresa.

De fato, é bastante lógica a necessidade de vivermos santamente aqui na terra, vigiando, enquanto aguardamos o arrebatamento. Ora, se havemos de habitar com Jesus, na presença de Deus, devemos estar preparados. Está escrito que sem santidade ninguém verá o Senhor. Quanto mais, permanecer eternamente em sua gloriosa presença!

Convém lembrarmos sempre de que Jesus, em sua segunda vinda, arrebatará para a gloria apenas os fieis que o esperam para a salvação; isto significa que os descuidados s9frerão os horrores da grande tribulação, que terá lugar após o arrebatamento da Igreja. Jesus disse que a sua vinda será semelhante ao relâmpago, Por isso, alertou: Olhai vigiai e orai’ É nosso dever obedecer lhe a instrução para não sermos surpreendidos na sua segunda vinda que está muito próxima, e podermos dizer como o apóstolo João: “Ora vem, Senhor Jesus”.

VIII - OS PASTORES E SEUS DEVERES

Atos 20.28 = “Olhai, pois, por nós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” Nenhuma igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação local, cheia do Espírito, buscando a direção de Deus em oração elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em 1 Tm 3:1-7; = Tt 1: 5-9. Na realidade é o Espírito que constitui o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros de Efeso (20: 17-35) e um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o exercício do ministério de pastor dc uma igreja local.

IX - PROPAGANDO A FÉ.

(1) Um dos deveres principais do dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação de Deus, que Ele comprou para si como sangue precioso do seu Filho amado (cf. 20.28; = 1 Co 6.20; = 1 Pe 1: 18,19; = Ap5.9).

(2) Em 20.19-27, Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios (20.27). Daí, ele poder exclamar: estou limpo do sangue de todos” (20.26; ver nota). Os pastores dc nossos dias também devem instruir suas igrejas em todo o desígnio de Deus. Que “pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina, (2 Tm 4:2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo que estes desejam ouvir (2 Tm 4.3).

X - GUARDANDO A FÉ.

Além de alimentar o rebanho de Deus o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantara falsos mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagas e humanistas.

Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica do povo de Deus. Paulo os chama de “lobos cruéis, indicando que são fortes difíceis de subjugar, insaciáveis e perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de Paulo (20: 28-31) impõe uma solene obrigação sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opor-se aos que distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.

(1) A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Palavra de Deus. Por isso, é de grande importância na preservação da pureza da igreja dc Deus que os seus pastores mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2 Tm 4.1-4; = Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra de Deus e ao testemunho apostólico (20.30).

(2) Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e porem prática todo o conselho de Deus para a igreja (20.27) principalmente quanto a vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo do sangue de todos” (20.26, ver nota; cf. Ez 34.1-10). Deus o terá por culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele deixado de proteger o rebanho contra os falsificadores da Palavra (ver também 2 Tm 1.14 nota-, Ap 2.2 nota).

(3) É altamente importante que os responsáveis pela direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos, seminários, editoras e demais segmentos administrativos da igreja (2 Tm 1.13,14).

(4) A questão principal aqui é nossa atitude para com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de Deus, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina (20.28-31; ver Gl 1.6 nota; 1 Tm 4.1; = 2 Tm 3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão (2 Jo 9-11; ver GI 1.9 nota).

(5) A igreja que perde o zelo ardente do Espírito Santo pela sua pureza (20.18-35). Que se recusa a tomar posição firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar os que minam a autoridade da Palavra de Deus, logo deixará de existir como igreja neotestamentária (ver 12.5 nota).

XI - QUALIFICAÇÕES MORAIS DO PASTOR

1 Tm 3.1,2 = “Esta é rima palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher; vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”

Se algum homem deseja ser “bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3:1). E necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus (3.1-10; = 4.12) e pela igreja (3.10), porque Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos. Quem se disser chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos de ( 3.1-13; = 4.12; = Tt 1.5-9).

Isso significa que a igreja não deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu mediante o Espírito Santo. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por amor ao nome de Deus, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada posição de ministro.

(1) Os padrões bíblicos do pastor. como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou graus acadêmicos, O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10).

Partindo daí, o Espírito Santo estabelece o elevado padrão pala o candidato), i.e., que ele precisa ser um crente que se tenha mantido Firme e fiel a Jesus Cristo e aos seus princípios de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade e pureza.

Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar o ensino de Cristo em Mt 25:21 de que ser “fie] sobre o pouco” conduz à posição de governar “sobre o muito”.

(2) O líder cristão deve ser, antes demais nada, “exemplo dos fiéis” (4.12; cf. 1 Pe 5.3). Isto é: sua vida cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação como dignas de imitação.

(a) Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a Cristo e ao evangelho (4.12,15).

(b) O povo de Deus deve aprender a ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de Deus, mas também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a Cristo pode ser tomada como padrão ou exemplo (cf. 1 Co 11.1; = Fp 3.17; = 1 Ts 1.6; = 2 Ts 3.7,9; = 2 Tm 1.13).

(3) O Espírito Santo acentua grandemente a liderança do crente no lar, no casamento e na família (3.2,4,5; = Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família de Deus, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de Deus?” (3.5). Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão denota que o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua esposa.

(4) Conseqüentemente, quem na igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de Deus, mas perderam a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e na pureza (4.11-16;= Tt 1.9). Já no AT, Deus expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (ver Gn 49.4 nota; Lv 10.2 nota; 21.7,17 notas; Nm 20.12 nota; 1 Sm 2.23 nota; Jr 23.14 nota; 29.23 nota).

(5) A Palavra de Deus declara a respeito do crente que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não significa que nem Deus nem a igreja perdoará tal pessoa. Deus realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo Deus e arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o Espírito Santo está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo mesmo depois do perdão (cf. 2 Sm 12.9-14).

(6) Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e de homicídio (2 Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de Deus, mesmo tendo, violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por vários motivos.

(a) O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro espiritual da igreja de Jesus Cristo, segundo o NT, são duas coisas inteiramente diferentes Deus não somente permitiu a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada com o sangue de Jesus Cristo, requer padrões espirituais muito mais altos.

(b) Segundo a revelação divina no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1 Cc 22,8; = 28.3). Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos de Deus blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo testo da sua vida (2 Sm 12.9-14).

(7) As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações justas exigidas por Deus para seus pastores e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. E dever de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza” (4.22).

XII - PASTORES E CUIDADO PASTORAL = 1 PEDRO 5: 2

Os apóstolos mandaram todos os cristãos velar uns pelos outros com amorosa solicitude e oração (GI 6.1-2: = Hb 12:15-16; = 1 J0 3:16-18; = 5.1 6), mas também designaram para cada congregação tutores chamados de “presbíteros” (“anciães”) (At 14.23; Tt 1.5), que deviam cuidar do povo como os pastores cuidam das ovelhas (At 20,28-31; = 1Pe 5: 1-4), conduzindo-os, mediante seu exemplo, (1 Pe 5.3) longe de tudo o que é nocivo para tudo o que é bom.

Em virtude de seu papel, os presbíteros são também chamados de”pastores” (Ef 4: 11) e bispos” (“supervisores”) (At 2O,28; cf.v. 17; = Tt 1: 7; cf.v, 5; = 1Pe 5: 1-2) e são chamados por outros termos que expressam liderança (l Ts 5.12; = Hb 13.7,= 17,24), A congregação, por seu lado) deve reconhecer a autoridade dada por Deus a seus líderes e seguir a orientação deles ( Hb 13.17).

Esse modelo já aparece no Antigo Testamento, onde Deus é o pastor de Israel (SI 80.1), e onde reis, profetas, sacerdotes e anciãos (dirigentes locais) são chamados a agir como agentes de Deus no papel de pastores subordinadas (Nm 11: 24-30; = Dt 27: 1; = Ed 5:5; = 6;14; 10:8; SI 77:20; = Jr23: 1-4; = Ez 34; = Zc 11: 16-17). No Novo Testamento, Jesus, o Bom Pastor (Jo 10: 11-30), é também o Supremo Pastor (l Pe 5.4), aos presbíteros são seus subordinados. O apóstolo Pedro chama-se a si mesmo um “presbítero” sujeito a Cristo (1 Pe 5.1), lembrando talvez que o pastorear foi a tarefa específica que Jesus lhe deu, quando o restaurou ao ministério (Jo 21: 15-17).

Alguns presbíteros, mas não todos, ensinam (l Tm 5:17; = Tt 1,9; Hb 13,7), e Ef 4:11-16 diz que Cristo deu à Igreja “pastores e mestres” para equipar cada um para o serviço, por meio da descoberta e aperfeiçoamento dos dons espirituais de cada um (vs. 12-16).

Na visão apostólica de liderança congregacional, pode ter havido mestres que não eram presbíteros, bem como presbíteros que não ensinavam, e, também, pode ter havido aqueles que tanto ensinavam quanto governavam.

O papel pastoral dos presbíteros exige caráter cristão maduro e estável e uma bem ordenada vida pessoal (l Tm 3:1-7; = Tt 1: 5-9). O presbítero que serve fielmente será recompensado (Hb 13.17; = I Pe 5,4; cf. l Tm 4.7-8)

XIII - O PASTOR E OS NEGÓCIOS SECULARES

Tivemos a oportunidade de escrever um pequeno artigo sobre o pastor e a política, cujo objetivo é mostrar a inconveniência de o ministro de Deus meter-se no labirinto da política secular, uma vez que o trabalho dele é cuidar da parte espiritual do homem. Deus chama o pastor para apascentar a igreja que Ele comprou com seu próprio sangue, At 20.28.

Neste despretencioso artigo queremos falar com respeito ao pastor e aos negócios seculares. Usamos a palavra negócio porque ela adapta-se mais ao nosso objetivo, achamos o termo mais abrangente.

O pastor deve ser um ganhador de almas para o reino de Deus. Este é o principal objetivo da sua chamada, Mt 4.19; Mc 1.17; Lc 5.10. Deus chama para sua obra homens de todas as atividades temporais. Essa regra vem desde os tempos do Velho Testamento. Uma vez colocado na obra divina, o ministro deve desvencilhar-se de qualquer atividade material e entregar-se inteiramente à obra para a qual foi chamado.

O apóstolo Paulo escrevendo a Timóteo disse, com respeito ao trabalhador do Evangelho: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra”, 2 Tm 2.4. É inegável que qualquer negócio que um pastor tente fazer será um sério embaraço ao seu ministério e à sua vida espiritual. O resultado refletirá com grande prejuízo na vida da igreja. Negócio é um meio de ganhar dinheiro e é lícito a qualquer pessoa, mesmo que seja um crente, desde que seja honesto, mas não é compatível com a vida ministerial, função que, além de exigir a total entrega do homem ao serviço da Igreja, não é de caráter lucrativo.

A Escritura diz: “Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males e nessa cobiça alguns se desviaram da fé... Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual foste chamado...” 1 Tm 6.9-12.

Este é um assunto muito claro na Bíblia, isto é, que o pastor não deve ser um homem embaraçado com negócios, para que possa correr com paciência a carreira que lhe está proposta, Hb 12.1.

Salvo em situações especiais, em início de trabalho, quando for necessário à sua manutenção, e à própria sobrevivência da obra, não deve o pastor negociar. Acabada a exceção, o Obreiro deve dedicar-se exclusivamente aos negócios da causa do Senhor, que é ganhar almas para o reino de Deus.

O Senhor Jesus chamou isso mui acertadamente de “os negócios de meu Pai”, Lc 2.49. Este é o negócio que deve empolgar todo pastor que seja um Obreiro aprovado. Cada Obreiro tem recebido certo número de talentos do Senhor, para com eles negociar! Na parábola, o que recebeu como talentos negociou e com eles ganhou outros cinco; o que recebeu dois procedeu da mesma forma, e ambos foram aprovados no dia do acerto de contas, Mt 25.30. Também chamando dez servos seus deu- lhes dez minas e disse-lhes: “Negociai até que eu venha”.

Nesta parábola, da mesma forma dois foram aprovados e um terceiro reprovado, Lc 19.11-27. Não vá o leitor pensar que estas parábolas falam dos negócios desta vida. Não, elas falam da nossa vida espiritual. Tenhamos cuidado que a vinda do Senhor se aproxima!

Quais os negócios que mais embaraçam os pastores? — Isso depende do lugar e da oportunidade. Mencionamos alguns:

1. Muitos gostam de negociar com automóveis, comprando, vendendo e trocando. Tenho visto alguns destes serem chamados pelos moradores das cidades onde moram de “marreteiros”.

2. Outros entregam-se à prática de minifúndio ’ isto é, compra de chácaras e sítios para vender mais tarde com grandes lucros. Compram ainda terrenos nas zonas urbanas das cidades em desenvolvimento, para vender algum tempo depois por preços multiplicados.

3. Outros compram casas velhas, reformam e vendem com grandes lucros, e assim por diante.

4. Há outros que se dedicam à venda de discos e livros, prejudicando os que são estabelecidos com livrarias.

Além de tudo isso, o maior inconveniente de o pastor negociar é que o comércio, via de regra, envolve a mentira, o engano e, com isso, vêm os escândalos: “Nada vale, nada vale, dirá o comprador, mas, indo-se então se gabará”, Pv 20.14. Creio que pastores assim estão no ministério como peças colocadas fora do devido lugar. Melhor seria que renunciassem ao ministério e se dedicassem à vida comercial, já que para isso se sentem atraídos. Assim, talvez, fossem mais úteis à obra de Deus, contribuindo com os dízimos e prestando outros serviços que não os do pastorado.

É bom que fique bem definido que ministério não é negócio, mas chamada divina. Mas, graças a Deus, que o número dos que procedem da maneira aqui descrita é, nas Assembléias de Deus no Brasil, infinitesimal.

XIV - PASTORES INFIÉIS, AI DE VÓS!

Quem disse que Deus dorme no ponto? Ele tem uma mensagem toda especial para os pastores que andam em uma vida irregular diante dele, cometendo vários erros ministeriais, prejudicando a sua noiva, a igreja. O noivo vem, com toda a sua glória, e irá punir aqueles que afligiram e se aproveitaram de sua noiva. Estudemos as palavras do Senhor, através do profeta Ezequiel, em Ez. 34.1-10:

1) Pastores que apascentam a si mesmos:

"Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor DEUS: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas?" (v. 2). O primeiro alerta do Senhor é contra aqueles pastores que pastoreiam apenas a si mesmos. Estão à frente de um ministério, mas não se preocupam com suas ovelhas. - Dizem não ter tempo pra aconselhamento. - Não participam de um evangelismo. - Não visitam os pobres e necessitados. - Não visitam os membros de sua igreja. - Somente se preocupam com sigo mesmos. Ai de vós, pastores egoístas. O Senhor te pergunta: Não deveriam estar apascentando as suas ovelhas?

2) Se enchem do dinheiro, e dos benefícios materiais da casa de Deus:

"Comeis a gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais as ovelhas." (v.3). Estes pastores, são raças más. Ou se consertam ou vão para o inferno, lamento.Eles engordam com os bens da igreja. Vestem-se de lã, ou seja, dos melhores ternos, dos mais caros. Compram bens com o dinheiro da igreja, com o alto salário oferecido pelos humildes membros, mas não apascentam as ovelhas.Observe como Deus está preocupado com sua noiva. Ele mais uma vez repetiu, o pastor deve priorizar apascentar a igreja. Muitos pensam apenas no crescimento financeiro da igreja, que é importante concordo. A igreja se torna uma igreja rica, com poltronas confortáveis, ótimos instrumentos musicais, perfeita infra-estrutura... Mas não apascentam as ovelhas!

3) Tipos de ovelhas carentes, que os pastores devem estar voltados e atenciosos:

"As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza." (v. 4).

- Ovelhas fracas: "as fracas não fortalecestes" Muitas vezes alguns crentes se enfraquecem na fé, precisam de uma ajuda do mais forte, precisam de uma injeção de ânimo. O pastor tem unção e força para ministrar renovo, e até carregar no colo a ovelha enfraquecida.

No versículo acima Deus fala que os pastores infiéis esqueceram as ovelhas fracas, não as fortalecendo.

- Ovelhas doentes: "a doente não curastes" O crente doente precisa de cura; a cura espiritual e a cura física. O pastor deve estar atencioso e voltado para esse tipo de ovelhas. O doente espiritual precisa ser esclarecido, e liberto das chagas do mal. O doente físico, precisa ser ajudado pela igreja, até muitas vezes com remédios, se necessário. Não sejamos hipócritas. Precisamos cuidar das ovelhas doentes, conforme disse o profeta.

- Ovelhas quebradas: "A quebrada não ligastes:" Isso é profundo. Penso que o Espírito Santo pode usar de meios tremendos para quebrar (quebrantar) o coração da ovelha, mas é necessário uma ministração especial do pastor, para fazer essa pessoa apresentar o seu pecado, e arrependimento, diante de Deus. Quando o pastor deixa a ovelha de lado, muitas vezes ela se quebranta, mas não encontra coragem e força para prosseguir na caminhada, se consertando na presença de Deus.

- Ovelhas desgarradas: "a desgarrada não tornaste a trazer". Ao deixar as ovelhas abandonadas, muitas se chateiam, se escandalizam, e se afastam da casa de Deus, e até da presença de Deus. Se tornam ovelhas desgarradas, soltas; presas fáceis para Satanás. O pastor fiel deve trazê-la de volta, mas o pastor infiel, citado pelo profeta, não as trouxe de volta.Eu vi isso pessoalmente, e conheço muitas ovelhas desgarradas. Ai de vós pastores infiéis; descuidaram com a noiva do Cristo. Ele virá, com justiça e amor, porém punirá aos infiéis. Corrija-se! -

Ovelhas perdidas: "e a perdida não buscastes". A ovelha abandonada, maltratada ou ignorada, se perde. Fica sem direção. Conhecemos a parábola bíblica, das 100 ovelhas. O pastor fiel deixa as 99 em lugar seguro, e corre em busta da única ovelha que está perdida. Deus é individualista, e quer salvar um por um. O pastor infiel não buscou a ovelha perdida, mas Deus nos dá um bom exemplo. Ovelha perdida, para Ele, é prioridade.

4) Pastores infiéis dominam com rigor e dureza:

No final do versículo 4, o profeta de Deus diz que o pastor infiel domina suas ovelhas com RIGOR e DUREZA. Não age com amor, mas prioriza a doutrina. Não age com carinho, mas prioriza a punição. É jugo pesado, é fardo cansativo. A ovelha não suporta tal agressividade. Vi um dia na televisão, a cena de um pastor andando de Jet Ski, em uma mini praia, dentro de sua casa.

Achei muito legal, tive até vontade de mergulhar; só tem um problema. Este pastor, é o mesmo que proíbe que suas ovelhas nadem em piscinas, vejam televisão, e usem roupas de praia. Certamente este está engordando com a gordura do templo, mas não apascenta as ovelhas!

5) As ovelhas acabam se espalhando, tornando-se prezas para Satanás e seus demônios:

"Assim se espalharam, por não haver pastor, e tornaram-se pasto para todas as feras do campo, porquanto se espalharam." (v. 5). Observe o versículo acima. As ovelhas cansaram deste destrato, jugo pesado; e se espalharam. Conseqüência disso se tornaram pasto para as "feras do campo". Entendemos claramente, que da mesma forma que os crentes são considerados ovelhas, os demônios são as feras do campo. Eles estão ao nosso derredor, buscando a quem possa tragar. Ovelhas abandonadas, vão para o mundo. No mundo, o diabo as pega. Ele não quer mais oferecer propostas ao crente desviado. Ele quer destruir, matar. Ele sabe que a ovelha perdida conhece a verdade, e jamais poderá ser uma "serva do diabo". Por isso ele coloca enfermidades, provas, lutas, etc. Esta ovelha, por estar enfraquecida espiritualmente, em crise, magoada, chateada, escandalizada...

Torna-se isca fácil para o diabo. O sangue de JESUS tem poder! Mais uma vez, Deus reclama o descuido com suas ovelhas: "As minhas ovelhas andaram desgarradas por todos os montes, e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse." (v. 6).Observe, que há crente afastado em todos os montes, todo alto outeiro. Monte parece refúgio. Tudo indica que esse crente está refugiado, está bem, até dentro da igreja. Mas há tempos estão desgarrados. Como diria uma música gospel: "estão perdidos na casa do pai". Ninguém as buscou!!!!!!

6) Deus não dorme no ponto. EIS A SUA JUSTIÇA contra os pastores infiéis:

"Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que, porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas; e os pastores apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos demandarei as minhas ovelhas, e eles deixarão de apascentar as ovelhas; os pastores não se apascentarão mais a si mesmos; e livrarei as minhas ovelhas da sua boca, e não lhes servirão mais de pasto." (versículos 7-10) Assim disse o Senhor! Não preciso falar mais nada

CONCLUSÃO

Na igreja do NT há apenas uma Fonte de autoridade: Jesus Cristo. Ele confere sua autoridade pela sua presença em seus apóstolos, ministros, professores, administradores, etc., que exercem sua autoridade em consonância com as suas várias funções. Tal autoridade não é, meramente, entregue de forma oficial, mas deve autenticar a si mesma em seu exercício: “Viveremos com ele pelo poder de Deus que é dirigido a vós

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Revista o Obreiro 1980

Bíblia de Estudo Genebra

Bíblia de Estudo Pentecostal

Comentário Bíblico Beacon

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21 de março de 2010

PAULO CONCLUI A CARTA

PAULO CONCLUI A CARTA, 13.11-14

O apóstolo conduz esta difícil e custosa carta ao seu final de um modo espontâneo e carinhoso: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus... sejam com vós todos” (14) Exortação (11), saudações (12-13), e bênção (14) se seguem rapidamente, como se viessem a se encaixar uma na outra.

1. Exortação e Saudações (13.11-13)

Juntamente com suas palavras de despedida (11), o apóstolo acrescenta as advertências finais das quais os seus irmãos coríntios necessitam (12.20). Elas consistem de quatro frases retóricas, em dois pares (cf. 11.23).

Essas advertências estão todas no presente do imperativo, indicando continuidade de ação. Mas as duas primeiras podem estar na voz passiva ou reflexiva. Nós as interpretamos da mesma forma que Lenski, como passivas. A expressão sede perfeitos, então, conectando-se com a oração de Paulo para a “perfeição” deles (9), significaria: “Aperfeiçoem-se constantemente” em graça e ética.

A expressão sede consolados (cf. 1.3) deveria, provavelmente, ser traduzida em termos do outro significado de parakaleisthe, “permiti que sejais exortados”. O significado é esse na versão RSV: “Prestem atenção ao meu apelo”. Os coríntios são exortados a receberem as advertências que os levarão ao aperfeiçoamento de sua vida, como parte do corpo de Cristo. Os fatores que estão envolvidos são a qualidade do relacionamento deles com Cristo, e a sua crescente manifestação dentro da comunhão da igreja.

O segundo par de imperativos está junto, da mesma forma que o primeiro par. Sede de um mesmo parecer (“tenham em mente as mesmas coisas”, Lenski; cf. Rm 12.16; 15.5; Fp 2.2; 4.2) se refere a um compromisso comum com o amor e a verdade do evangelho de Cristo. O segundo, vivei em paz, os encoraja a trabalhar na comunhão de crentes, ou seja, o compromisso anterior.

Essas duas exortações são combinadas por Paulo, de uma forma bela, quando ele escreve aos Filipenses (2.5): “Haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Se as advertências anteriores forem observadas continuamente, a promessa encorajadora será: O Deus de amor e de paz será convosco. A frase o Deus de amor é exclusiva deste versículo, mas “o Deus de paz” ocorre freqüentemente. Somente canalizando o amor e a paz de Deus para outros é que os coríntios poderão continuar a gozar a bênção da presença do Deus de amor e paz (cf. At 5.32). A continuidade da promessa com os dois imperativos anteriores é altamente sugestiva. Talvez também possamos dizer que o segundo par de imperativos revela o modo dos dois primeiros.

O versículo poderia, então, ser analisado em seqüência como mostrando “A Vida em Cristo”:

1) O chamado;
2) O método;
3) Os resultados.

O amor fraternal a que o apóstolo os exorta deve ser selado com ósculo santo (12). Este símbolo exterior não é meramente um sinal de afeição. É santo (hagio) porque foi trocado entre adoradores cristãos (hagioi), como sinal de sua irmandade em Cristo. A prática foi adotada pela igreja cristã a partir das sinagogas, onde as pessoas de diferentes sexos eram separadas durante a adoração. Nos cultos cristãos os homens só beijavam homens, e as mulheres só beijavam outras mulheres, como garantia de que o ósculo ou beijo se manteria santo. À luz da importância deste costume nos primórdios do cristianismo e do judaísmo, a natureza pérfida do beijo traiçoeiro de Judas é claramente evidente (Mc 14.45).

Todos os santos (13), ou seja, todos os cristãos na Macedônia, onde Paulo escreveu a carta, enviavam suas saudações aos coríntios. Os cristãos macedônios embora em sua maioria nunca tivessem conhecido os coríntios pertenciam, junto com eles, ao corpo de Cristo, que é a igreja universal. Eles estão unidos em Cristo. O apóstolo explicou qual era o comportamento exigido da igreja, não apenas por meio de seu apelo direto, mas também pela menção de um costume cristão, e pela lembrança da igreja como uma comunhão mais ampla.

2. A Bênção Tríplice (13.14)

Finalmente, o apóstolo expressa o seu mais profundo desejo aos coríntios, a bênção completa da salvação de Deus com todas as suas implicações éticas: A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos (14). A palavra amém é acrescentada apenas pelos manuscritos mais recentes. A bênção normal de Paulo contém somente a primeira frase (1 Co 16.24; Gl 6.18; Fp 4.23; 1 Ts 5.28; 2 Ts 3.18; Fm 25).

A inclusão da outra expressão, neste caso particular, sem dúvida se deveu à condição da igreja de Corinto. A tríplice oração do apóstolo é inteiramente expressa em termos da experiência e da fé da igreja primitiva. Isto explica o fato de a ordem Jesus Cristo, Deus, Espírito não ser propositadamente trinitariana. A ordem é a da experiência da salvação. E importante notar que quando Paulo quis resumir seu evangelho, essas palavras vieram à sua mente muito naturalmente e, quando desenvolvidas de forma lógica, formam a base da doutrina da Trindade.

O fato de em uma única sentença o nome de Jesus, apenas trinta anos após a sua morte, ser encontrado junto ao do Espírito Santo e ao Nome de Deus em uma oração, indica que “a doutrina completa da Trindade tem as suas raízes teológicas na adoração a Jesus Cristo”.

Parcialmente a partir deste pequeno resumo, Cullmann observa que “a teologia cristã inicial é, na realidade, quase exclusivamente uma Cristologia”. Os homens do NT estavam primeiramente preocupados com a história redentora, que para eles era um “processo ligado a Cristo”. Teologicamente, as três frases formam uma simetria paralela e progressiva. A graça do Senhor Jesus Cristo na qual o amor de Deus é revelado, foi experimentada por Paulo através da “participação no Espírito Santo” (RSV, marg.). Os dois primeiros genitivos são subjetivos, e o último é objetivo. O equilíbrio entre o dom e o Doador nas duas primeiras expressões continua na terceira, quando é reconhecido que o Espírito Santo, em si, é tanto o Dom como o Doador. Ele é o Fundador desta comunhão que é constituída pela nossa participação no Espírito Santo (cf. At 2.42; Fp 2.1).

Esta “participação no Espírito Santo” traz à realidade subjetiva na experiência da igreja, a atividade salvadora de Deus, aquela realidade redentora inerente à pessoa de Cristo em virtude de sua crucificação, ressurreição e exaltação (cf. 1 Co 1.9; 1 Jo 1.3). A identidade entre ambos é, desse modo, uma dinâmica redentora, uma identidade arraigada no fato de que o Espírito como a Vida do Senhor ressuscitado e exaltado (13.4; Rm 1.4; 6.4; 8.11; 1 Co 6.14; 15.45) é da mesma forma o Canal da vida do Senhor em uma ação redentora (3.17; 1 Co 12.3).

A ênfase da oração do apóstolo está na reciprocidade da participação, a diferença ética que isto fará na vida da igreja. A realização prática da graça do Senhor Jesus Cristo e do amor de Deus, à medida que os coríntios abrem cada vez mais a sua vida ao Espírito Santo, produzirá o aperfeiçoamento (9) que Paulo lhes deseja. Sua “comunhão no Espírito Santo” (NEB) é o compartilhamento no Espírito que permite a Ele, como Dom e Doador, tornar efetiva a unidade e o amor mútuo que devem permear a vida ética da igreja como o corpo de Cristo.

De fato, é somente a experiência comum deles em um Espírito que os torna o corpo de Cristo (1 Co 12.12-13). Paulo fornece as evidências, com a sua própria atitude, daquilo pelo que está orando, pois ele deseja o mesmo para todos. Não há reservas, ressentimentos; apenas um amor que transcende todas as barreiras humanas e deseja o melhor que Deus tem para eles.

O maior bem deles, expresso em um empolgante resumo da fé cristã, é:

1) a graça de Cristo
2) revelando o amor de Deus
3) pela comunhão deles no Espírito Santo, que é capaz de transformar a qualidade de suas vidas em comunidade. Com as suas mãos espirituais estendidas sobre os coríntios, em uma atitude abençoadora, a voz do após tolo cai no silêncio.

Cada faceta das palavras de encerramento de Paulo revela o seu coração apostólico:

1) Seu conselho de encerramento,
2) sua atenção para com as formalidades da cortesia cristã, e
3) sua bênção de boa vontade, estão todas relacionadas ao progresso do evangelho de Cristo em Corinto.

Pelo fato de este evangelho estar genuinamente em ação em Corinto, Paulo está
confiante. Ele acredita que a franqueza do seu testemunho quanto à natureza de seu ministério seja uma reação aos que resistem à sua autoridade apostólica, 10.1—12.14.

O seu serviço a Cristo

1) não depende da metodologia de uma estrutura terrena de poder, 10.1-18; mas, antes,

2) ele expressa a sua jactância no poder do Cristo vivo, que encontra o seu espaço naquilo que o mundo chama de fraqueza, 11.1—12.13; e

3) esta é a maneira pela qual o apóstolo, como sempre, continuará a se tornar conhecido dos coríntios, 12.14—13.14.

Esta carta chegou até nós vindo da agonizante e purificadora fornalha do conflito interpessoal. Estavam em jogo a integridade e a autoridade do ministério de Paulo entre os coríntios. Uma iluminada apresentação do ministério cristão é arrancada de sua alma pela suspeita de seus convertidos.

Este é um ministério

1) cuja integridade é, simplesmente, a do evangelho que ele proclama, capítulos 1—7; e

2) cuja autoridade é somente a da presença de Cristo, capítulos 10—13. O enfoque deste ministério é o Cristo crucificado e ressuscitado a fraqueza da sua humilhação e o poder da sua ressurreição.

Estes princípios básicos do ministério apostólico de Paulo devem ser também os de todos aqueles que servem em nome de Cristo. Nosso comissionamento no evangelho é uma continuação do de Paulo e de seus colaboradores. Esta carta extremamente crucial para o nosso entendimento do ministério cristão poderia ser lida, estudada, ou até pregada seqüencialmente, com proveito, perguntando-se:

“De que modo os cristãos devem relacionar Cristo e o evangelho com o mundo no qual vivem?” Ao longo desta carta, de um modo extraordinariamente relevante, o testemunho é apoiado “pela verdade, da qual ninguém pode fugir, de que a missão da igreja como corpo de Cristo é o ministério de entrega, de sacrifício e de sofrimento de Jesus”.

“De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida” (4.12).
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico Beacon

PAULO PLANEJA UMA TERCEIRA VISITA

PAULO PLANEJA UMA TERCEIRA VISITA, 12.14—13.1O

Quando Paulo se aproxima do final de sua carta aos coríntios, o apóstolo prepara o para a sua terceira visita: Estou pronto... para ir ter convosco (12.14). Para esse fim, ele expressa a natureza de sua futura conduta em consonância com os princípios básicos de seu ministério entre eles (12.14-18). Mas ele está apreensivo quanto à condição moral e espiritual na qual os encontrará (12.19-21). Eles podem estar certos de que ele será tão firme, em sua disciplina, quanto a situação deles exigir (13.1-10).

1. O Comportamento Proposto de Paulo em Corinto (12.14-18)

A questão do dinheiro deve ter sido bem sensível (como sempre!) no relacionamento de Paulo com a igreja em Corinto. Ela teve um papel importante nos capítulos 11-12, e ele retorna ao assunto. Paulo insiste em que não vai mudar seu método operacional agora. Esta última etapa da defesa de seu ministério relaciona-se com a sua terceira visita que se aproxima (14). A primeira visita foi na época em que ele lhes levou o evangelho pela primeira vez (At 18.1-18). A segunda foi a dolorosa visita (2.1) que se seguiu à escrita de 1 Coríntios. Como sempre, e como acontece todas as vezes que está com eles, ele não lhes será pesado. Muito embora anteriormente Paulo tenha sido mal entendido neste ponto (11.7-12), seus princípios permanecem firmes. Há duas razões para isto.

A primeira é que aquilo que ele exige deles é maior do que o dinheiro: Não busco o que é vosso, mas, sim, a vós. Ele continuamente (zeto) lhes pede o melhor que têm a dar a si mesmos, para que Paulo possa apresentá-los a Cristo como uma “virgem pura” (11.2), uma oferta aceitável de seu ministério a Deus (cf. Rm 12.1; 15.16). A segunda é que se trata de uma responsabilidade normal dos pais proverem para os seus filhos, e não os filhos para os pais. O apóstolo faz uso desta analogia apenas como uma ilustração da razão pela qual ele não tira vantagem de seu direito como um ministro do evangelho (1 Co 9.6-12b,14).

Ele não quer dizer com isso que filhos crescidos não tenham obrigação com relação a seus pais idosos, quando estes necessitarem (cf. Mc 7.10-13).
Pelos coríntios, o apóstolo deseja ir além (de) da mera obrigação. Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas (15; lit., vossas almas; isto é, seu bem-estar espiritual). O eu (ego) é enfático. O tempo, o dinheiro e a força do apóstolo são deles gratuitamente, mesmo com o empobrecimento de sua própria saúde e vida.

Mantendo a analogia com as imagens utilizadas por Paulo em Filipenses 2.17 (“Ainda que eu seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós”). Wendland traduz este texto do seguinte modo: “Eu, entretanto, de muito bom grado ofereceria um sacrifício; na verdade, permitirei ser completamente oferecido como um sacrifício por vós”.

A última parte do versículo, seguindo os mais antigos manuscritos, deve ser lida como: “Se eu vos amo demasiadamente, devo ser menos amado”? (NEB).” Como Filson destaca, esta triste pergunta responde àquela de 11.11, e indica como seria desnaturado para os coríntios responderem com um amor decrescente à crescente manifestação do amor do apóstolo por eles.

Pelo fato de não lhes ser pesado (16), Paulo estaria admitindo, mesmo com gratidão: “Muito bem, seja assim, dirão vocês, concordando que eu não vivi às vossas custas; mas isto nada mais foi do que astúcia para que eu vos enganasse com mais astúcia ainda” (Bruce). A acusação sussurrada por seus oponentes era que o aparente sacrifício do apóstolo pelos coríntios era apenas mais um truque de sua natureza astuta para enganá-los. Aquilo que o apóstolo se recusou a receber pessoalmente, ele “embolsara” através de seus agentes, a quem pusera como responsáveis pela coleta para Jerusalém.

Ele realmente não ficou sem receber nada. Mas quem eram, na realidade, os astutos (cf. 11.2-4, 13, 15)? Como escreve Calvino: “E costume dos mal-intencionados atribuir, sem pudor, aos servos de Deus o que eles costumam fazer, quando têm o poder ou a ocasião de fazê-lo”. Os intrusos egoístas em Corinto gostariam muito de colocar, sem dúvida, as próprias mãos na oferta. Mas, em vez disso, eles foram postos sob uma luz embaraçosa pela recusa do apóstolo em aceitar o sustento pessoal; assim, eles retornaram às mentiras astutas para minar a confiança que os coríntios tinham na autoridade apostólica de Paulo.

A essas suspeitas inventadas contra o apóstolo, ele responde com uma série de quatro perguntas (17-18). O problema principal, asperamente colocado pela NEB, é: “Quem dos homens que vos enviei foi usado por mim para vos enganar?” (17) E é apoiado por uma segunda pergunta: Tito se aproveitou de vós? (18) Estas duas primeiras questões são feitas com a partícula negativa me, que implica em um “não” como resposta. O verbo aproveitar, nas duas perguntas, como em 2.11, tem a conotação de “tirar vantagem de” (ASV). Essas perguntas, escreve Plummer, são absurdas.’85 Os coríntios têm que admitir, quando pressionados, que Tito e o irmão enviado por Paulo haviam se conduzido com uma integridade inquestionável quando iniciaram a coleta.”

Em seguida, Paulo assumiu a completa responsabilidade pela coleta e relacionou a sua integridade à de seus emissários. Assim como os enviados, é quem os enviou. Eles não agiram com o mesmo espírito? Eles não seguiram as mesmas pisadas? Esta dupla de perguntas usa ou, indicativo de que Paulo esperava um “sim” como resposta. Tanto Paulo como os seus mensageiros eram inocentes em seus motivos e ações. As suspeitas dos coríntios estavam em contradição com o que eles tinham visto com os seus próprios olhos. O apóstolo é capaz de se defender e se apoiar no princípio básico de seu ministério entre eles em relação ao dinheiro, porque 1) seu motivo é simples e sinceramente o sacrifício de si mesmo pelos outros; e 2) seu gerenciamento do delicado assunto da coleta é capaz de passar pelo teste de uma inspeção rigorosa.
2. A Apreensão de Paulo (12.19-21)

Terminada a sua exposição, a verdadeira razão de Paulo para esta defesa é registrada aqui. Uma série de alertas segue o que compreensivélmente surge da ansiedade de Paulo em relação à sua visita que se aproxima. Será que sua terceira visita será tão dolorosa quanto a segunda (1.23; 2.1)? Isto está nas mãos deles.
Os coríntios não são os verdadeiros juízes da defesa que Paulo fez nos capítulos anteriores. O verbo desculpar (19) seria melhor traduzido como “defender”.

O julgamento de Paulo não é feito por eles, mas sim com eles em Cristo perante Deus (cf. 1 Co 4.3). Em contraste com o que eles possam ter pensado “todo esse tempo”, ele não está se defendendo diante deles por motivos de auto-estima ou autoproteção.”° A postura de Paulo, comenta Hughes, “muito longe de ser egoísta ou auto-suficiente é, de forma indireta, ‘cristocêntrica’“Ele fala somente em Cristo (2.17; 12.2; cf. 5.17), “uma ligação que o guarda do orgulho, do exibicionismo e de trapacear com esperteza”.

Deus é seu único e verdadeiro Juiz (1.18, 23; 4.2; 5.11; 7.12; 11.11, 31), e aquilo que ele é em Cristo é a sua única motivação (5.14). Assim, os coríntios, longe de serem seus juizes de acusação, são seus caríssimos amados, uma expressão que ele só emprega em relação a eles nessa carta aqui e em 7.1. Todas as coisas que o apóstolo fala, ele fala em Cristo... para edificação dos coríntios. Foi a sua zelosa preocupação pelo bem espiritual deles (11.2) que o levou a um procedimento que eles poderiam entender erroneamente.

O termo porque (gar) introduz uma longa sentença (20-21), que explica a preocupação de Paulo. O crescimento gradual é uma forma suave de expressar as necessidades deles! Mas o que ele tem a dizer é dito com a carinhosa moderação de um pai: .. .receio que... que... que....” Ele não denuncia, mas anuncia a sua apreensão. Seu medo de encontrar um comportamento eticamente deficiente é expressado de duas maneiras.

Primeiro que ele não os ache como deseja. Segundo, que ele não seja achado pelos coríntios como eles desejam, ou seja, como alguém que terá que exercer uma severa disciplina. A referência é, sem dúvida, a uma minoria na igreja (2.5-6). Paulo lista em quatro pares aquilo que ele teme encontrar em Corinto. Lenski sugere que “quatro é usado comumente para designar uma integridade retórica; e a multiplicação de cada um dos quatro intensifica a integralidade”. Cada membro de um par lançaria uma luz sobre o outro.

Seguindo a tradução da versão NASB, os pares seriam

1) “briga, inveja”,
2) “iras, disputas”,
3) “difamação, mexericos”, e
4) “arrogância, tumultos”.

À medida que o apóstolo continua a falar de seus temores sobre a sua futura visita, ele se expressa de uma forma incomum: receio... que... o meu Deus me humilhe para convosco (21). O oposto seria o esperado; que os coríntios sofressem humilhação e vergonha. Entretanto, Paulo teme que ele vá descobrir que não houve arrependimento dos pecados anteriores por parte dos coríntios.

Ele seria, então, obrigado a se lamentar de tristeza por eles. O apóstolo teria falhado em fazer com que eles se arrependessem, o que seria uma derrota para ele. Se for assim, ele aceitará sua humilhação como vinda de Deus. Esta lamentação sobre a ruína deles é indicativa de seu coração apostólico. O único remédio para esta falta de arrependimento será, sem dúvida, a exclusão da igreja (13.2; cf. 1 Co 5.1-5). A conduta imoral deles não pode ser permanentemente tolerada.

A grosseira imoralidade de alguns membros da igreja em Corinto é descrita por
Paulo em três palavras que se sobrepõem. Imundícia (akatharsia) é um termo genérico para impureza e vida desregrada; prostituição (ou fornicação; porneia) refere-se à promiscuidade no relacionamento sexual; e desonestidade (ou lascívia; aselgia) indica o desacato deliberado da decência em público. Estes pecados são exatamente os mesmos que deram ocasião à escrita de 1 Cormntios.

O problema moral básico na igreja de Corinto pode não ter sido solucionado na época em que Paulo escreveu a carta. Todavia, a atitude da maioria era tal que, se a minoria não se arrependesse e se afastasse de seu comportamento insolente, o apóstolo poderia lidar com eles de maneira severa sem precipitar outra “visita dolorosa” (2.2).

O palpitar do coração de um autêntico ministro cristão está, mais uma vez, abertopara nós.

Na 1) perspectiva divina, ele está

a) aberto ao julgamento de Deus, e
b) controlado por uma relação transformadora com Cristo, l9ab.

Na 2) perspectiva humana, a situação consiste em

a) uma desgastante preocupação pelos outros,
b) exercida com tanto carinho que a humilhação e a dor podem ser a sua recompensa, 19e-21.

3. A Determinação de Paulo de Ser Firme (13.1-10)

O apóstolo apresenta agora sua advertência final aos coríntios — que quando vier pela terceira vez, ele será tão severo em sua disciplina quanto a condição moral e espiritual deles exigir. Se isso for o que os coríntios querem, eles terão a prova de que Cristo fala por meio dele! Mas o apóstolo tem a esperança de que eles corrijam a situação antes que ele chegue, e que ele não seja obrigado a empregar sua autoridade com tanta rigidez.

Com a ênfase da repetição (12.14,20-21), Paulo menciona novamente que ele está indo a Corinto pela terceira vez (1). Além disso, ele está indo para fazer justiça no meio deles. As acusações serão examinadas e julgadas de acordo com o princípio mosaico estabelecido em Deuteronômio 19.15, a saber: “Por boca de duas ou três testemunhas será confirmada toda palavra”. Este procedimento foi aprovado por Cristo na solução de casos de disciplina ou disputa na igreja (cf. Jo 8.17; 1 Tm 5.19; Hb 10.28; 1 Jo 5.8). A igreja cristã continuou a se utilizar do princípio do AT de que um homem não podia ser condenado pelo testemunho de uma só pessoa. Duas, no mínimo, e preferencialmente três, eram necessárias. Paulo iria não apenas obedecer a este princípio, mas também tiraria proveito dele.

A advertência que o apóstolo lhes havia feito em sua segunda visita é repetida agora (2). AARC traduz bem este versículo: Já anteriormente o disse e segunda vez o digo, como quando estava presente; mas agora, estando ausente, o digo aos que antes pecaram e a todos os mais que, se outra vez for, não lhes perdoarei.

Esta segunda menção daqueles que pecaram (cf. 12.21), e o fato de a igreja os tolerar, nos lembra como era difícil para os cristãos gentios romperem com a liberalidade sexual característica do seu ambiente (cf. 1 Co 5.1-2; 6.12-20; 1 Ts 4.3-7). O padrão cristão de pureza sexual não se originou dos gregos, mas do AT e dos judeus. Paulo avisa essas pessoas e a todos os demais que, quando vier, não perdoará aqueles que se recusarem a se arrepender (cf. 10; 10.6). Se encontrar resistência, ele os excomungará da igreja.

Com uma referência final ao intercâmbio entre fraqueza e força no apóstolo de Cristo, Paulo fornece a razão pela qual ele não será leniente quando vier (3). Ele agora está pronto para dar, a seus oponentes e a todos os que lhes deram ouvidos, a prova de que Cristo fala nele. Possivelmente em vista da riqueza de dons espirituais dos coríntios (1 Co 12 e 14), eles tenham se recusado a perceber o poder de Cristo na vida de Paulo, enquanto o apóstolo esteve presente com eles (cf. 10.10). Dessa forma, eles agora terão o sinal decisivo que querem, mas não da forma como querem. A disciplina severa será um sinal claro de que, através do ministério de Paulo, Cristo não é fraco para com eles, mas é poderoso entre eles (cf. Rm 15.18). Como diz Denney: “Ao desafiarem Paulo a ir e exercer sua autoridade.., presumindo o que eles chamavam de sua fraqueza, estavam, na verdade, desafiando a Cristo”.

O que o apóstolo está realmente dizendo é que o modelo de seu ministério é simplesmente o de seu Senhor: Porque, ainda que (kai gar) Cristo tenha sido crucificado por fraqueza, vive, contudo (alia), pelo poder de Deus (4). Como resultado (ex) de sua condição de fraqueza encarnada, Cristo sofreu a “morte de cruz” (Fp 2.8), o máximo da humilhação e fraqueza. Contudo... pelo (ek, como resultado do) poder de Deus Ele agora vive “pela ressurreição dos mortos” (Rm 1.4).

No ministério de Jesus em beneficio dos pecadores, a extremidade de sua fraqueza tornou-se o ponto no qual Deus, pela ressurreição de seu Filho, e da maneira mais convincente, revelou o seu poder de resgatar os homens dos seus pecados (cf. At 2.22-36; Rm 4.25; 5.10; 1 Co 15. 16-17). Denney, de uma forma bela, nos conduz até o ponto que Paulo quer chegar: “A cruz não esgota a relação de Cristo com o pecado; Ele passou da cruz para o trono e, quando voltar, virá na condição de Supremo Juiz. Assim, “quando Cristo voltar, Ele não poupará ninguém. As duas coisas se unem nele: a infinita paciência da cruz, e a inexorável justiça do trono”.

O mesmo é verdadeiro para os ministros de Cristo: Porque nós também (kai gar) somos fracos nele, mas (alia)203 viveremos com ele pelo poder de Deus em vós. Uma vez que a vida ressuscitada de Cristo está em ação no ministério de Paulo (4. 10-14), o apóstolo será capaz de ir a eles com a autoridade do Cristo vivo. Por causa da natureza integral deste poder, ele não poderá poupar, e não poupará, o pecador não arrependido. O poder de Deus no evangelho de Cristo (Rm 1.16) atua nas duas direções:

“Para uns, na verdade, cheiro de morte para morte, para outros, porém, cheiro de vida para vida” (2.16, NASB). Paulo, como apóstolo de Cristo, é um instrumento deste poder. E este poder será manifestado aos coríntios. O poder, e não a fraqueza, marcará a sua iminente visita. Wendland observa que estes versículos (3-4) definem precisamente a fundamentação de tudo que Paulo disse sobre sua fraqueza e sofrimento. Seu poder, residente em sua fraqueza, é semelhante ao do seu Senhor crucificado e ressuscitado.

Então, a sua fraqueza pode ser a sua jactância; então, também, Cristo age através de seu apóstolo, e a vida de Cristo flui a partir dele. O “outro evangelho” (11.4), aquele que era pregado por seus oponentes, é caracterizado pelo fato de não incluir este paradoxo, esta oposição entre a Cruz e a Ressurreição, entre o sofrimento e o poder de Deus, os quais mesmo assim são um só. Por essa razão, os seus oponentes não compreendem a fraqueza de Paulo; eles eram tolos se supunham que descartariam o apostolado de Paulo usando o argumento de que ele não era “nada” (12.11).

As posições agora estão trocadas. Com a ameaça de julgamento que surge da certeza de que Cristo está agindo em sua vida e através dele, o apóstolo exorta os membros da igreja em Corinto a se examinarem continuamente, para verificar se permanecem na fé (5). Eles têm que provar a si mesmos. As duas expressões a vós mesmos recebem a ênfase por virem primeiro na língua grega. Paulo tem a esperança de obter deles o comportamento desejado ao lembrá-los de que são cristãos: “Ou não sabeis, quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais, de fato, reprovados!” (texto de Lenski). Se já estiverem reprovados, não aplicarão o teste. A pergunta de Paulo os testa, pois se eles forem crentes verdadeiros, não se ressentirão de um teste real.
A forma da pergunta (ei meti) indica que Paulo acreditava que ainda estivessem saudáveis de coração. As expressões na fé e Jesus Cristo... em vós interpretam uma à outra: “Fé é a realidade da presença de Cristo, é a vida de Cristo naqueles que crêem ... (cf. Gl 2.20; Ef 3.17). O teste da autenticidade do relacionamento deles com Cristo representa a qualidade ética do seu comportamento.

Da mesma forma que os coríntios são capazes de detectar a presença de Jesus Cristo em si mesmos, Paulo espera que eles sejam capazes de reconhecer que ele e seus cooperadores no ministério não estão reprovados (6). Eu espero (lit., elipizo). O apóstolo espera que eles encontrem, no relacionamento salvador que desfrutam com Cristo, a desejada “prova” de que Cristo fala (3) através de Paulo. Talvez, então, ele não tenha que visitá-los com rigor.

Em consonância com esta esperança, ele roga a Deus que eles não façam mal algum (7). Paulo acredita que eles farão aquilo que é honesto (kalon, moralmente correto), e não se alinharão com os pecadores impenitentes em Corinto. Esta é a motivação de sua oração, e não apenas que ele e seus companheiros possam ser achados aprovados. De fato, ele e seus companheiros estariam até mesmo dispostos a parecer reprovados, desde que os coríntios fizessem o que era certo. Ele deseja dispensar a oportunidade de demonstrar, através da ação disciplinar, a “prova” (3) de que Cristo está falando nele com o poder de Deus. Paulo não se compraz com uma punição severa a seus filhos espirituais.

Até mesmo o direito do apóstolo a uma justificativa clara e pessoal tem que ceder diante da verdade (8), isto é, diante do progresso do evangelho em Corinto. Todo interesse próprio é barrado (5.14). Ele quer apenas a obediência, a pureza e a unidade da igreja. Exercer a sua autoridade apenas por vaidade seria prostituir o seu apostolado. O correto recebimento do evangelho é o grande objetivo da sua vida, em torno do qual giram todas as demais coisas. Dessa forma, Paulo, aquele em quem “a verdade de Cristo” estava (11.30), não era capaz (dynametha) de fazer nada contra a verdade.

Em vez disso, Paulo explica que se regozija de estar fraco, quando eles estão fortes (9). Ele se regozija por perder a oportunidade do uso legitimo do seu poder de punir, e assim demonstrar a sua força, desde que isso seja feito por causa da força moral e espirituais deles. O desejo de Paulo é uma oração. Sua oração é pela perfeição (katartisis) deles, pela restauração de tudo que estava fora de ordem em suas vidas, como membros do corpo de Cristo.

A idéia básica contida na palavra é a de estar apropriadamente equipado e organizado para um funcionamento harmonioso e eficiente. Delling escreve que, aqui, katartisis “denota força interior, seja da comunidade em seu relacionamento orgânico, ou de seus membros, isto é, a maturidade deles como cristãos”. A preocupação é semelhante à de 7.1. Como Wesley comenta, é a perfeição “na fé que trabalha por amor”.

A oração compreende

1) a total aceitação da graça, e
2) a expressão efetiva da santidade cristã.

O apóstolo escreveu esta carta para ajudar os coríntios (10). Ele a conclui com sua resposta às acusações que recebeu de ser forte em suas cartas, mas fraco em sua presença pessoal (10.10), tema que tem sido abordado desde 10.1. Ele escreve estando ausente para que quando estiver presente não tenha que agir com rigor. Isto não é uma negação de sua autoridade, mas seu exercício obediente. O poder que o Senhor lhe deu não era para destruição, mas para edificação (10.8; 12.19). Sua autoridade tem a finalidade de “edificar e não devastar” (Lenski). Mas ele será rígido se eles não agirem. Amaneira como o apóstolo agirá é decisão deles. Paulo está esperançoso.

A autoridade do apóstolo Paulo, como ministro de Cristo, 1) inclui o poder de disciplinar a igreja quando o arrependimento é persistentemente recusado, porque 2) este é o poder da vida de Cristo, mas 3) seu uso é sempre controlado pelos propósitos maiores do evangelho (cf. Mt 16.19; 18.15-18; Jo 20.23; At 5.1-6; 1 Co 5.5).

Na igreja do NT há apenas uma Fonte de autoridade: Jesus Cristo. Ele confere sua autoridade pela sua presença em seus apóstolos, ministros, professores, administradores, etc., que exercem sua autoridade em consonância com as suas várias funções. Tal autoridade não é, meramente, entregue de forma oficial, mas deve autenticar a si mesma em seu exercício: “Viveremos com ele pelo poder de Deus que é dirigido a vós” (4, NASB).

Em 12.14—13.10, Paulo nos confronta com um ministério que é

1) Consistente em seus princípios motivadores, 12.14-18;
2) Misericordioso em seu compromisso com o bem- estar da igreja, 12.19-21; e 3) Confirmado pela autoridade que tem para manter a integridade do corpo de Cristo, 13.1-10.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico Beacon