24 de maio de 2010

A trágica decisão do STJ que permitiu a adoção de crianças por homossexuais

Por que a decisão do STJ de permitir a adoção por casal homossexual é um grande equívoco?

Trágica. É assim que podemos definir a decisão dos Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, por unanimidade, negaram recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul e mantiveram a decisão que permitiu a adoção de duas crianças por um casal de mulheres.

Sob o ponto de vista jurídico e levando-se em consideração uma interpretação sistemática da nossa Lei Maior (CF), pode-se dizer que tal decisão é claramente inconstitucional. O artigo 226, § 3º, da Constituição Federal, estabelece que "para a proteção do Estado é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar...". Isto é, a união estável somente poderá ser reconhecida pelo relacionamento de pessoas de sexos distintos, a qual será considerada como entidade familiar. Daí dizer que sob a vigência da atual Carta Magna a união homossexual não é considerada como família e muito menos como uma união estável.

Com isso em mente, leiamos o artigo 29 do Estatuto da Criança e do Adolescente que assim dispõe: "Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado".

Observe que a lei diz "ambiente familiar adequado". Ora, se o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo não é considerado juridicamente como família e nem mesmo como união estável, tal sociedade pode ser considerada como um ambiente familiar adequado apto a uma adoção?

Direito de Família pós-moderno

A questão é que nos dias atuais o Direito (ciência jurídica) tem sofrido imensas transformações. Algumas mudanças são positivas, outras, porém, são verdadeiros absurdos. O Direito pós-moderno ou pós-positivista - tão incensado na seara jurídica da atualidade - evocou a supremacia dos princípios em relação às normas; a análise individual ao invés da geral. Com isso, a Lei, concebida como a manifestação da soberania do povo através dos seus representantes, se vê hoje em desvantagem, já que se abre aos magistrados a possibilidade de julgar conforme princípios que às vezes se chocam contra a própria legislação.

Charles Colson e Nancy Pearcey, em O Cristão na Cultura de Hoje (CPAD), denominam essa situação de imperialismo judicial, de juízes que interpretam arbitrariamente as leis e as aplicam contra os padrões morais objetivos.

Conforme os autores, “... estamos em uma situação sem saída, onde os juízes conservadores dizem que as cortes não podem consultar a moralidade, que é o papel do povo transformar a moralidade em lei – enquanto, ao mesmo tempo, os juízes liberais anulam leis que expressam as convicções morais do povo, até mesmo desqualificando essas convicções como uma simples ‘animosidade pessoal´”. (p.206).

O problema maior é que os princípios geralmente utilizados pelos magistrados liberais são construções ideológicas, inflados às vezes pelo sopro de idéias obtusas e extravagantes, aplicados em conformidade com a conveniência do julgador. O (super)princípio da dignidade da pessoa humana, por exemplo, vai se transformando em "arroz de festa"; de tanto ser invocado e utilizado erroneamente tem agora o seu valor original desconfigurado, servindo a interesses de uma minoria. Tenta-se a todo custo legitimar comportamentos antinaturais e imorais sob o manto da “dignidade da pessoa humana”.

Nesse mesmo foco o Direito de Família se envereda por um túnel obscuro. O jurista Eduardo de Oliveira Leite, citado por Flávio Tartuce no livro Direito de Família (Método, p.22/23), ao apontar algumas das suas principais alterações lista a dessacralização como uma de suas características atuais. Ou seja, é o desaparecimento do elemento sagrado da família. Com isso, a família que sempre foi considerada como uma instituição sagrada é agora concebida como um simples contrato; apenas um negócio jurídico.

De volta à adoção...

Além de trágica sob a visão jurídica, é também sob a perspectiva moral e bíblica.

Se a união entre pessoas do mesmo sexo já representa algo antinatural (Rm. 1.27); a adoção de crianças por homossexuais possui ainda maior gravidade. Isso porque, a união homossexual [pelo menos] pressupõe a consciência das pessoas maiores em tomarem tal decisão. Como mesmo afirmam: trata-se de uma orientação. São escolhas do livre arbítrio.

A adoção, por outro lado, consiste em ato que não leva em consideração a consciência moral da criança, que ainda não sabe a diferença entre o certo e o errado. Nesse caso, "a voz da conciência" é o próprio Estado, que diz o que é o melhor para a criança, a qual no final das contas não tem nenhuma escolha; senão aceitar aquilo como sendo algo normal.

A aceitação de tal adoção, como se vê, é mais uma aplicação do pragmatismo pelo Estado. Tenta-se resolver um problema social com os olhos voltados basicamente para o utilitarismo, sem considerar a ética e a moralidade.

Fonte:- E Agora, Como Viveremos?

20 de maio de 2010

O Poder da Verdadeira Profecia

O Poder da Verdadeira Profecia

Texto Áureo: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva” (Is. 8.20).

Comentários: Jimmy Bruno dos Santos Silva e Jonathan Bruno dos Santos Silva, membros da Igreja Assembléia de Deus, Ministério Belém, de Dourados-MS

I - Introdução

Tal estudo tem por objetivo aprofundar um pouco a temática abordada na lição em análise. Lição com um teor belíssimo, mas toda recoberta de um teor crítico para com os atuais “profetas”, que muitas vezes utilizam do nome de Deus em vão, de modo a escandalizar a palavra de Deus, muitas vezes ridicularizando-a.

II - O que é um Profeta

Do grego prophetes, que significa “aquele que fala em lugar de outrem”, profeta, de modo geral, segundo a Pequena Enciclopédia Bíblica de Orlando Boyer, pode ser visto como um porta-voz de Deus, aquele que fala no lugar de Deus as palavras que dEle provém. Em Ez. 33, 7 encontramos: “A ti, pois, ó filho do homem, te constitui por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca e lha anunciarás da minha parte” (grifo nosso).

Duas são as palavras hebraicas utilizadas na Bíblia para referir-se ao profeta, quais sejam: Ro’eh, traduzido como “vidente", o que significa em português a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros; e Nabi’, a mais utilizada para fazer menção a profeta. Tal termo tem uma origem não muito clara, todavia, levando-se em consideração que o verbo hebraico “profetizar” significa emitir palavras abundantemente da parte de Deus, por meio do Espírito Santo, notamos que Nabi’ era o porta-voz que transmitia palavras advindas do Espírito de Deus.

1. Funções de um verdadeiro profeta

A mensagem profética pode ter diversas funções, dentre elas: 1)- função de admoestação (citada pela lição), pela qual o profeta tem a incumbência de falar qual a vontade de Deus aos homens, com o objetivo de fazer com que eles possam seguir a vontade de Deus; e 2)- função de predição, que é o fato de dizer antecipadamente o que vai acontecer no futuro, através de sonhos, visões e revelações. Muitos exemplos bíblicos nos mostram ambas as funções supracitadas, como é o caso do próprio Jeremias que teve grande função de admoestação, e também das várias profecias ligadas ao nascimento de Cristo, como as feitas pelo profeta Isaias.

2. Atributos de um verdadeiro profeta

Podemos identificar quatro principais: 1)- zelo pela pureza da igreja; 2)- ter sensibilidade diante do mal e discernimento para identificar a iniquidade; 3)- compreensão do perigo dos falsos ensinos; e 4)- validade de sua mensagem na Palavra de Deus. Tais atributos podem ser observados em todo verdadeiro profeta, assim como em sua mensagem e vida.

Muitas vezes, porém, mediante a existência clara de falsos profetas, ficamos confusos, sem saber ao certo se estamos lidando com um verdadeiro ou um falso profeta. Primeiramente, temos que sempre em nossas orações rogarmos a Deus por discernimento, para que saibamos identificar os verdadeiros e falsos profetas, assim como as verdadeiras ou falsas profecias e doutrinas. Em segunda análise, portanto, podemos analisar um profeta ou mestre (atualmente pregadores ou dirigentes de igreja) sob 5 aspectos, conforme se encontra na Bíblia de Estudo Pentecostal, no estudo sobre Falsos Mestres: 1)- discernir o caráter da pessoa, analisando dentre outras coisas se ele ama aos pecadores, detesta o mal e ama a justiça; 2)- discernir os motivos da pessoa, tais como conduzir a igreja à santificação, salvar os perdidos, honrar a Deus, além de proclamar e defender o evangelho; 3)- observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa; e 4)- analisar até que ponto a pessoa se baseia na Bíblia. Observando-se tais aspectos e pedindo discernimento a Deus podemos sempre identificar aquilo que advém ou não de Deus.

III - O Profeta Hananias

A Bíblia não dá muitos detalhes sobre a vida de Hananias. Sabemos porém que era um profeta “profissional”, ou seja, era um dos profetas ligados ao rei. A sua passagem no capítulo 28 do livro de Jeremias é base da lição em análise dado o fato de ele ser um grande exemplo de um falso profeta e das consequências que sofre aqueles que assim agem.

Grande era a crise que havia em Judá, e já há muito o profeta Jeremias vinha falando a tal povo exortações que lhe eram passadas por Deus. Dado instante da história, Hananias fala a Jeremias, na Casa da Senhor, perante os olhos dos sacerdotes e de todo o povo: “2Assim fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Eu quebrei o jugo do rei da Babilônia. 3Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da casa do Senhor que deste lugar tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia.” (Jr 28. 2 e 3). Jeremias, ouvindo tais palavras, exortou Hananias de que somente se fossem cumpridas suas palavras é que seria conhecido como aquele a quem Deus enviou. Em decorrência das palavras de Jeremias, Hananias quebrou o jugo do pescoço deste e reafirmou suas palavras perante o povo.

Por fim, como consequência das palavras de Hananias, o profeta Jeremias, como porta-voz de Deus falou a ele: “15(...) não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. 16 Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor” (Jr 28. 15 e 16). O que realmente, como profecia verdadeira que foi, ocorreu, morrendo Hananias no mesmo ano.

Diante de um breve relato da história que se passou, podemos ressaltar o fato de como é prejudicial à igreja e ao povo de Deus a presença de falsos profetas e mestres em nosso meio. Tantas e tantas vezes nos deparamos com pregadores ou dirigentes que, por pior que possa parecer, não tem o temor de Deus no coração, falando coisas que enfraquecem a igreja. Mensagens na maioria das vezes que são populares, porém que não edificam de modo algum. Analisaremos com mais afinco tais falsos profetas no próximo tópico.

IV – Cuidado com os Falsos Profetas

Tendo em vista tudo o que já foi estudado quanto aos verdadeiros profetas, tendo sido, inclusive, apontado alguns passos para que se possa colocá-los em prova, devemos, então, fazer um pequeno estudo quanto aos falsos profetas, incluindo, neste termo, os falsos mestres.

Vemos na Bíblia, em diversos livros do Novo Testamento , advertências quanto ao aparecimento de falsos profetas. No Evangelho de Jesus Cristo segundo escreveu Mateus, no capítulo 24, onde encontramos o sermão profético, no trecho que fala do princípio das dores, lê-se no versículo 11: 11E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos”.

Mais a frente, no mesmo capítulo, lemos no versículo 24: 24porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”.

Dentro dessa perspectiva buscaremos, no presente estudo, explanar não somente sobre falsos profetas no sentido estrito, isto é, de pessoas que proferem profecias falsas, não oriundas de Deus, mas também de falsos profetas em sentido amplo, aquelas pessoas que pregam doutrinas falsas, ou que procuram satisfazer fins pessoais através de palavras persuasivas.

1. Falsos Profetas em Sentido Estrito

Dentro das diversas igrejas encontramos evangélicos com o dom de profecia ou com o dom ministerial de profecia. Entende-se por profecia aquelas mensagens entregues por Deus para admoestação ou predição. Infelizmente, encontramos também muitos pregadores que procuram enganar a muitos através de “profecias” não oriundas de Deus.

Eles fazem isso, na maioria das vezes, por dois motivos: para buscar vantagens pessoais ou para parecer para as pessoas que realmente é usado por Deus.

São inúmeras as vantagens que podem ser buscadas através de falsas profecias, desde dinheiro até um casamento. O segundo motivo acaba se relacionando com o primeiro, isso porque muitos pregadores procuram fazer com que as pessoas vejam neles pessoas verdadeiramente usadas por Deus, a fim de que, desta forma, consigam fama e status.

Nós devemos estar sempre atentos para não sermos enganados por profecias que não provém de Deus. Para tanto, devemos estar sempre atentos aos métodos já mencionados para provarmos os profetas e mestres.

Na Bíblia encontramos ao menos três passagens que trazem formas de identificarmos falsos profetas, considerando aquelas que não falam de falsos profetas que buscam fazer com que nos desviemos dos caminhos de Deus. Além da passagem que vem transcrito no texto áureo da lição em comento, encontramos, no Antigo Testamento, no livro de Deuteronômios, capítulo 18, versículos 21 e 22:

21E se disserem no teu coração: Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou? 22Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta; não tenhas temor dele”.

Esta passagem tomo como pressuposto algo que todo crente que realmente possui fé deve saber: quando Deus usa alguém para profetizar, a profecia se cumpre. Assim vemos claramente na vida de todos os profetas que Deus usou na Bíblia. Um exemplo bem claro encontramos no capítulo do livro de Jeremias que deu base à lição ora estudada, qual seja, o capítulo 28. Neste capítulo vemos, como já mencionado, o “profeta” Hananias proferindo supostas profecias que não foram dados por Deus. Ao final do capítulo, quando após todas as palavras de Hananias, Jeremias ia “tomando o seu caminho”, veio a palavra de Deus a este, entregando-lhe uma verdadeira profecia direcionada ao profeta Hananias, e logo ela se cumpriu:

16Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. 17E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês”.

Em suma, para identificarmos um falso profeta devemos saber as profecias que ele já proferiu e se elas se cumpriram.

Outra forma que encontramos na Bíblia para identificarmos um falso profeta está em Matheus 7. 15-20, passagem que encontra-se sob a epígrafe “Os falsos profetas” e vale ser integralmente transcrita:

15Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestido como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. 16Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. 18Não pode a Árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons. 19Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. 20Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”.

Aqui, leva-se em consideração o pressuposto de que aqueles que são verdadeiramente usados por Deus produzem bons frutos. Vemos, então, que devem ser observados os frutos dos profetas, para que saibamos se ele é falso ou não. Devemos observar não somente as profecias que ele profere, mas também a vida dele de uma forma geral, seu testemunho cristão, para vermos se é condizente com a Palavra de Deus.

2. Falsos Profetas em Sentido Amplo

Aqui levamos em consideração todas as pessoas que pregam doutrinas erradas, que distorcem a Palavra de Deus a fim de enganar aos outros, que guiam o povo de Deus para o caminho errado, que se passam por pessoas usadas por Deus para arrebanhar inúmeros seguidores. Nesse grupo temos muitos pastores, pregadores, pessoas que se autodenominam profetas, entre outros.

Essas pessoas podem ser divididas entre pessoas que realmente possuem má intenção e outras que, mesmo com boa intenção, pregam doutrinas erradas à luz da palavra de Deus.

Muitos buscam pregar doutrinas que não aparecem na palavra de Deus a fim de arrecadar dinheiro. Essas pessoas, através de palavras que tocam somente a parte emocional da carne, conseguem arrebanhar diversos seguidores, que acabam locupletando àqueles. Vemos nos dias de hoje uma grande onda de criação de igrejas, como diria o brocardo popular, “para todos os gostos”.

E muitas dessas surgem através de líderes que possuem o interesse exclusivo de enriquecer à custa dos “fiéis”. Para tanto, são pregadas doutrinas que mostram um caminho largo para se buscar a salvação. Mas a Palavra de Deus é clara em Mt 7.13 e 14:

13Entrai pela porta estreita, porque larga é aporta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; 14E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem”.

Vemos, também, muitos que acabam “alargando a porta da igreja” a fim de atrair mais membros, mas com a boa intenção de fazer com muitas pessoas, principalmente jovens, entrem na igreja para conhecer a Palavra de Deus e para viver uma vida mais santa. Porém, por causa desse abrandamento feito, muitos são os que acabam ficando em uma igreja simplesmente para ter um estilo de vida mais saudável, sem buscar uma real comunhão com Deus.

Inúmeros são os motivos que levam as pessoas a tomar essas atitudes mencionadas, e muitas são as práticas que são feitas a fim de ludibriar aos evangélicos, de tal forma que seria necessário um estudo mais amplo para tentar abranger todas as possibilidades. Porém foram expostas as práticas mais comuns de forma exemplificativa.

O que se deve ter em mente é que o verdadeiro crente deve conhecer a Palavra de Deus, buscar a sabedoria, a fim de saber quando alguém é ou não um falso profeta, tanto em sentido amplo quanto em sentido estrito, e ter condições de provar se a mensagem vem de Deus ou não. O Apóstolo João já falava da necessidade de provarmos o espírito que guia determinadas pessoas, em I Jo 4.1: “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”.

Aqui, faz-se de grande valia transcrever o belo comentário acerca do versículo supracitado que se encontra na Bíblia de Estudo Pentecostal, edição de 1995, p. 1961:

“[...] O cristão deve testar todos que, sendo cristãos professos, são mestres, escritores, pregadores e profetas, e mesmo todo indivíduo que afirma que sua obra ou mensagem provém do Espírito Santo. O crente nunca deve crer que certo ministério ou experiência espiritual é de Deus, somente porque alguém afirma isto. Além disso, nenhum ensinamento, nem doutrina, devem ser aceitos como verdadeiro somente por causa de sucesso, milagres, ou unção aparente da pessoa (Mt 7.22; 1 Co 14.29; 2 Ts 2.8-10; 2 Jo 7; Ap 13.4; 16.14; 19.20).

(1) Qualquer ensino deve ser testado, comparando-o com a revelação da verdade de Deus, nas Escrituras [...].

(2) É o conteúdo do ensino que precisa ser testado. O ensino tem o mesmo tipo de conteúdo e sentido do ensino apostólico segundo o NT? Deve ser recusado qualquer ensino que alguém afirma ter recebido do Espírito Santo ou de anjo, mas que não pode ser confirmado pela sã exegese bíblica.

(3) A vida do Mestre deve ser averiguada quanto ao seu relacionamento com o mundo ímpio [...], e quanto ao senhorio de Cristo na vida da pessoa [...]”.

V – Conclusão

Devemos estar sempre atentos aos falsos profetas, tanto para não seguirmos caminhos que não agradam a Deus, quanto para não sermos enganados por profecias mentirosas. Para tanto, devemos estar atentos para provarmos os profetas e as profecias, os pregadores e as mensagens, os pastores e os ensinos e doutrinas.

É importante, porém, que não percamos a fé de forma a não acreditarmos mais em profecias. Existem a verdadeiras profecias entregues por Deus, os verdadeiros ensinamentos e doutrinas, à luz da Palavra de Deus. As profecias são realmente maravilhosas, essenciais para a igreja, não se pode perder a fé nelas. Pois quando ouvirmos uma verdadeira profecia, ela se cumprirá em nossas vidas. Amém.

Elaboração:- Jonathan S.Silva

Referências Bibliográficas

- Pequena Enciclopédia Bíblica, de Orlando Boyer. Editora: CPAD

- Bíblia de Estudo Pentecostal. Editora: CPAD

12 de maio de 2010

O CUIDADO COM AS OVELHAS ( 2 )

O CUIDADO COM AS OVELHAS ( 2 )

TEXTO AUREO:- “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas” João 10: 11

VERDADE PRATICA:- Senão cuidarmos das ovelhas de Cristo, de acordo com o que prescreve o Sumo Pastor, como haveremos de comparecer perante Ele?

INTRODUÇÃO

REFRIGÉRIO PARA A ALMA ou A CURA DA ALMA

O Salmo 23 é o cântico de uma pessoa que encontra em Deus a resposta às suas necessidades mais profundas na vida. Davi, autor do salmo, sendo pastor de ovelhas, faz um paralelo entre a vida da ovelha e seu pastor, e entre o homem e o bom pastor, que é Deus. Por isso, o Salmo 23 é uma ilustração do relacionamento que deve existir entre Jesus, o bom pastor e as pessoas, ovelhas.

1 - O SENHOR é o meu pastor; de nada terei falta. 2 Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranqüilas; 3 restaura-me o vigor.

Na caminhada da vida enfrentamos vários problemas que devemos superar. Muitos deles estão relacionados a doenças que afetam os nossos sentimentos, a nossa alma. É nesse contexto que o salmista pede que Deus venha restaurar-lhe as forças e o vigor. Não são poucas as pessoas que estão sofrendo, com suas emoções abaladas, com sentimentos confusos, sem esperança, com o coração amargurado, aflitos, com sentimentos de rejeição e baixa auto-estima.

Mas todo este sofrimento tem sua raiz no pecado. Quando Adão pecou, sua queda afetou todos os seus descendentes, gerados à sua imagem e semelhança, conforme Gênesis 5.3. Davi sabia dos sofrimentos que a alma humana enfrenta e, a partir da sua experiência pessoal com Deus, usando esta metáfora do pastor e as ovelhas, ensina que a restauração da alma é encontrada somente com a intervenção de Deus. Na experiência de Phllip Keller como pastor de ovelhas, ele aponta para um problema que afeta profundamente uma ovelha, podendo levá-la a adoecer e até morrer.

II - DIFICULDADES DE UMA OVELHA

As ovelhas passam por algumas dificuldades que, se não socorridas a tempo, podem levá-las a morte. O autor conta uma experiência comum que aconteceu a uma de suas ovelhas, denominada: “ovelha virada”. É comum a ovelha, vez por outra, deitar-se em um lugar de patas para cima, e não conseguir virar-se novamente. Neste caso, por estar pesada ela não consegue desvirar-se sozinha, ficando vulnerável a ataques de lobos e outros predadores. Além disso, com o passar do tempo, começa a formar na bolsa ruminante, gases que se expandem e prejudicam a circulação do sangue em seu corpo.

Dependendo da situação do tempo, ela pode vir a morrer em questão de horas, ou ficar agonizando por longos dias, se estiver longe do pastor. Enquanto a ovelha se debate, ela experimenta medo, angústia, pânico, e desamparo, não podendo fazer nada para se salvar, pois precisa de ajuda externa.

O pastor diligentemente fica atento e a procura de suas ovelhas para que possam ser salvas, e serem curadas dos traumas dessa experiência ruim.

Quando essa queda é mais comum à ovelha?

Quando procura um lugar confortável para deitar e descansar;

Quando está com a lã muito cheia, não tosquiada;

Quando a ovelha está bem alimentada e gorda.

Toda essa experiência negativa causa traumas, e leva tempo para a ovelha se recuperar. Keller conta que socorreu muitas vezes ovelhas nesta situação.

Esse paralelo é usado por Davi para fazer menção aos sofrimentos que passamos neste mundo, quando tropeçamos e ficamos prostrados diante de algumas situações. O que fazer para superarmos os traumas na alma?

Este salmo trás lições preciosas, alguns princípios que ensinam a não andarmos sem direção, a fim de sermos cuidados e sarados em nossas almas.

III - PARA EXPERIMENTAR O REFRIGÉRIO NA ALMA, VOCÊ PRECISA...

ACEITAR A DISCIPLINA QUE O LIVRA DA QUEDA (3a-4b).

“Restaura-me o vigor. (...) a tua vara e o teu cajado me protegem”.

A Bíblia diz: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia”. (1 Co 10.12)

À semelhança da ovelha, o maior risco de se ficar prostrado é quando se procura o lugar mais fácil, a situação mais confortável para viver.

A autoconfiança, a sensação de auto-suficiência sinaliza e precede a queda.

Para isso, o pastor precisa impedir que a ovelha busque lugares para acomodar-se, e acabe ficando virada. É assim que o pastor a corrige com cajado e a vara. Ele utiliza a vara para corrigí-la quando está se comportando de forma preguiçosa e errada perante as demais, e o cajado para reconduzi-la de volta ao caminho.

Enquanto caminhamos neste mundo, Jesus o pastor impõe algumas disciplinas que visam manter-nos alertas e focados naquilo que é certo.

O objetivo da disciplina é nos curar da visão errada da vida, nos libertando da procrastinação. A disciplina é uma ferramenta terapêutica divina que nos livra da ociosidade, de uma vida sem frutos.

IV - SER CURADO DE UMA VIDA CENTRADA EM SI MESMO (v. 3-a).

“Restaura-me o vigor”.

A ovelha, por causa da lã muito grande, acaba por ficar “virada”, cheia de carrapichos e carrapatos, presa à lama e ao esterco, muitas vezes.

Isso ocorre porque a ovelha busca alívio fora do cuidado do pastor, evitando ser tosquiada. Quando se joga em algum lugar para descansar, longe do pastor, fica refém daquela situação que pode até matá-la. Nesta situação, suas forças vão embora.

Quando é tosquiada, cuidada pelo pastor, ela se vê livre daquele destino. Embora, não seja agradável a tosquia, ela produz bons resultados no final.

Segundo Keller, nas Escrituras, a lã representa a velha vida egoísta.

A lã grande simboliza a satisfação nas coisas materiais, acumulação de bens, o se deixar ser dirigido pelos valores desta geração sem Deus, o que acaba nos arrastando para a queda. De modo semelhante, o bom pastor Jesus, usa como um fio cortante a sua Palavra para nos “tosquiar”. Podemos lutar um pouco, mas apreciaremos o refrigério de sermos livres de nós mesmos.

Fomos criados por Deus para darmos frutos, e frutos em abundância.

V - ENTREGAR A DIREÇÃO DA VIDA NAS MÃOS DO BOM PASTOR (v. 3).

“Restaura-me o vigor. Guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome”.

A ovelha precisa estar debaixo do cuidado pleno do pastor. O Salmo 23 é o reconhecimento do cuidado que abrange todas as dimensões da vida da ovelha.

A ovelha desgarrada fica a mercê do predador e dos perigos inerentes do caminho.

Quando a ovelha está gorda demais ela fica improdutiva, perde o seu vigor, e se perde no caminho com mais facilidade. É quando ela pode ficar virada e não conseguir levantar-se sozinha.

Para evitar isso, ele muda os seus hábitos alimentares, impõe uma dieta rigorosa, para que através da disciplina, elas voltem a ficar fortes, resistentes e cheias de energia. Elas são curadas para caminharem livres aos pastos verdejantes a que são conduzidas. Semelhantemente, o pastor de nossas almas quer curar nossos caminhos, para que sejamos sadios e produtivos como ovelhas do seu pastorado.

VI - COMO TER DEUS COMO O MEU PASTOR?

Deus não é Pastor de todas as pessoas. Ele é somente Pastor daqueles que lhe dão a oportunidade de Ele os pastorear. Por isso,

VII - VOCÊ DEVE RECEBER JESUS COMO SEU PASTOR.

“O SENHOR é o meu Pastor.” – O Senhor não pode ser o seu Pastor, enquanto o Pastor não for o seu Senhor. Os dois caminham juntos. Não se pode pedir que Ele seja Pastor sem permitir que Ele também seja Senhor. O que significa ser Senhor? Significa estar no controle. Senhor simplesmente significa aquele que está no comando. Jesus Cristo deve ser o Senhor da sua vida, sendo Ele é quem dá as ordens e mostra o caminho que você deve andar. O refrigério, o alivio ou cura para a nossa alma só se encontra quando entregamos a vida aos cuidados do Bom Pastor.

Ao contrario, ficamos refém das doenças em nossa alma e do predador da alma sem Cristo.

VIII - OVELHA SATISFEITA É A RECOMPENSA DO MINISTÉRIO PASTORAL

No conhecido salmo 23, lemos a seguinte afirmação: "Deitar-me faz em verdes pastos". Segundo a afirmação de muitos ovinocultores, que o fator mais estranho com relação as ovelhas que, por sua própria constituição, é quase impossível deitar-se, a menos que se satisfaçam quatro condições.

1) A OVELHA NÃO SE DEITA SE TIVER TEMORES:

Sabe-se que as ovelhas são animais medrosos e se assustam facilmente, pois até um coelho que salta de repente de trás de uma moita pode provocar uma correria no rebanho. Quando uma ovelha sai em disparada, dezenas de outras correrão com ela, numa debandada cega, sem procurar ver o que provocou o susto. Mesmo que seja uma leve sombra de suspeita que existe um perigo iminente, provenientes de cães, coiotes, onças, ursos ou qualquer outro tipo de animal, as ovelhas se levantam prontas para fugir. Elas possuem pouca ou nenhuma defesa e são totalmente desprovidas de resistências em si mesmas, tendo como único recurso o ato de fugir. E somente se sentem seguras e tranqüilas com a presença de seu pastor. Que gloriosa verdade para o Obreiro. Que exemplo para o homem de Deus! Ele deve sempre transmitir segurança e tranqüilidade ao seu rebanho, sempre defendendo-o das forças inimigas que rodeiam o redil.

2) A OVELHA NÃO SE DEITA SE FOR ATACADA POR INSETOS:

Principalmente no verão as ovelhas são afligidas por insetos, carrapatos e moscas de todas as espécies. Quando se sentem atormentadas por esses insetos é virtualmente impossível para elas aquietarem-se ou mesmo se deitarem. Ficam sempre em pé, sacudindo as pernas, abanando a cabeça, sempre querendo correr para o mato em busca de alívio. Somente o cuidado diligente do pastor evitará esse terrível distúrbio para o rebanho.Um bom pastor aplica vários tipos de repelentes de insetos no pelo das ovelhas.

Ele deve cuidar para que as mesmas sejam mergulhadas numa solução própria para matar carrapatos que se apegam à lã. E cuidará para que estejam sempre perto de arvoredo onde, por certo, poderão se refugiar a fim de se livrarem do tormento dos insetos.Lição maravilhosa para nós todos os ministros de Deus, em nossa senda cristã. Creio que Davi ao dizer no mesmo salmo 23 no versículo 5, tinha por intenção, não só as virtudes consoladoras de Deus, mas também da proteção do Senhor em sua vida.

Na vida espiritual muitas pessoas estão sendo verdadeiramente atormentadas por demônios, são os insetos, que não dão sossego às ovelhas. Para sanar tal problema, o Obreiro deve ministrar as ovelhas que estão sob o seu cuidado pastoral o verdadeiro bálsamo celestial, que é o Espírito Santo, através da Palavra, da doutrina e do poder.Assim fazendo guardará o rebanho em calma e proteção.

3) A OVELHA NÃO DEITA QUANDO ESTÁ EM ATRITO COM OUTRA OVELHA:

Isto também leva a ovelha à insatisfação e insegurança. Em todas as sociedades de animais existe uma ordem de dominação no seio do grupo. Em um galinheiro isto é chamado a "ordem da bicada", em uma boiada a "ordem da chifrada", entre as ovelhas a ordem da marrada". Quando as mais fortes e hostis prevalecem sobre as mais fracas. Em geral, uma ovelha mais velha, arrogante, ardilosa e dominadora se arvorará em líder de qualquer grupo de carneiros. Ela mantém sua posição e prestígio com marradas, expulsando as outras fêmeas e cordeiros das melhores partes dos pastos ou de um recanto predileto. Sucedendo-a numa ordem precisa, seguem-se os outros animais, todos estabelecendo e mantendo uma posição exata no rebanho pelo emprego da mesma tática das marradas e empurrões contra aqueles que se acham abaixo ou ao redor.Este fato é retratado de maneira clara em Ezequiel 34.15,16; 20-22.

Trata-se de um espantoso exemplo de perfeição científica das Escrituras ao descrever um fenômeno natural. Por causa de senso de rivalidade, tensão e competição pela posição melhor e alto-afirmação é que existe esse conflito no rebanho. No seio do rebanho espiritual, deve o pastor, com amor e sabedoria, promover a paz e a cordialidade, das ovelhas consigo mesmo e entre si. Lembre-se que todo bom pastor precisa reunir algumas características.

Ei-las:

a) O pastor deve ser um pacificador (Mt 5.9)

b) O pastor deve ser um homem que divulgue a paz (Rm 14.19; Hb 12.14)

c) O pastor deve sempre promover a paz (Pv 12.20)

4) A OVELHA NÃO SE DEITA SE ESTIVER COM FOME:

Esta afirmação está implícita no texto do salmo 23.2: "deitar-me faz em verdes pastos". O Obreiro é responsável pela alimentação da igreja. Como despenseiros dos mistérios de Deus tem a responsabilidade de conduzir o povo em direção às insondáveis riquezas do céu (1 Co 4.1,2).

"Dai-lhes vós de comer", Mt 14.16, é o imperativo divino a todos os obreiros. Vivemos tempos trabalhosos como igrejas e mais do que nunca urge o cumprimento da ordem que recebemos de alimentarmos as ovelhas de Deus.

É o tempo de se comer as gorduras e de beber as doçuras. Além disso, temos que enviar porções aos que não têm nada preparado para si, Ne 8.10.

É tempo também de ensinarmos que não é só de pão que viverá o homem, mas de toda a Palavra que sair da boca de Deus (Mt 4.4). Porque a Palavra é fonte de doçura e felicidade, é fonte de saúde e produz no crente gozo e alegria. Sejamos Obreiros pregando a Palavra, vivendo de acordo com a Palavra, e ensinando a Palavra poderosa e santa. Assim sendo, veremos as ovelhas satisfeitas e saudáveis no rebanho que pertence a Deus.

IX - A IGREJA E OS DIVERSOS TIPOS DE OVELHAS

No capítulo 34 do livro do profeta Ezequiel, o Senhor faz uma relação de tipos de ovelhas e acusa os pastores de Israel (os sacerdotes) de estarem negligenciando o devido cuidado que as ovelhas necessitavam: Assim se espalharam, por não haver pastor; e tornaram-se pasto a todas as feras do campo... (v. 6).

Após descrever o estado de abandono das ovelhas de Israel, Deus faz uma promessa: E suscitarei sobre elas um só pastor para as apascentar, o meu servo Davi... (v. 23). O Deus Eterno se referiu a Jesus, o Filho de Davi, o nosso pastor! Ele veio ao mundo para arrebanhar as ovelhas dispersas e para oferecer a elas um abrigo e o devido tratamento (Heb 13:20, I Pe 2:25, 5:4).

A Igreja, Corpo de Cristo, que tem Jesus como seu Sumo-Pastor, deve estar apta a líder com todos os tipos de ovelhas descritos em Ez 34:4 e 16 e em Is 40:10 e 11:

a) Ovelhas perdidas: São milhões e estão espalhadas pelo mundo. A Igreja tem que procurá-las, movida pela compaixão (leia Mt 9:36-38).

b) Ovelhas desgarradas: As que já foram do rebanho de Jesus, mas iludiram-se com o mundo, ou decepcionaram-se com o rebanho. A Igreja tem que procurar buscá-las (leia Lc 15:3 e 4).

c) Ovelhas fracas: São do rebanho mas não têm como prosseguir sem auxílio. As ovelhas fortes têm que suportar suas fraquezas e praticar tudo o que for bom para edificá-las (leia Rm 15:1 e 2).

d) Ovelhas doentes: A Igreja é um hospital que trata dos males que afligem a alma humana. A terapia ministrada resultará no desfrutar das bênçãos conquistadas para nós na cruz: vida em abundância (Jo 10:10), paz de Cristo (Jo 14:27 e 16:33) e alegria de Cristo (Jo 15:11 e 17:13).

e) Ovelhas quebradas: São irmãos que caíram em tentação e que precisam de tratamento para corrigir as fraturas (leia Gl 6:1 e 2).

f) Ovelhas gordas e fortes: Ez 34:18-21 contém reprimendas de Deus àquelas ovelhas egoístas, que maltratavam as fracas, impedindo-as de comerem e beberem. A Igreja é um lugar onde as ovelhas aprendem a amar como o Pastor!

g) Os cordeirinhos: Em Is 40:10, o Senhor afirma que “entre os seus braços os recolherá”. A Igreja deve dar às crianças o carinho, o cuidado, o valor que o próprio Jesus demonstrou (leia Mt 19:13-15).

h) Ovelhas procriadoras: O mesmo texto em Isaías descreve o cuidado do Sumo-Pastor pelas ovelhas que geram outras ovelhas: ele as guiará mansamente. A Igreja precisa despertar, incentivar e treinar as ovelhas a serem multiplicadoras (leia Jo 4:35-37).

X - JESUS SE DECLARA O BOM PASTOR (João 10:11 a 14)

Explique aos seus discípulos ( suas ovelhas ) que neste texto ocorre algo pouco comum em Jesus: a referência elogiosa a ele mesmo (vs. 11 e 14). A razão para que duas vezes o Senhor se referisse a Ele mesmo como o bom pastor é a necessidade de que nós o reconheçamos assim! Neste texto Jesus explica duas características que distinguem o Bom Pastor:

Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas (v. 11): Em contrapartida, o mercenário, que somente pensa nos benefícios pessoais, deixa as ovelhas à mercê do lobo (v. 12). Jesus não é como um pastor mercenário, que foge deixando as ovelhas em perigo (v. 13), mas verdadeiramente se importa com o bem estar de Suas ovelhas (veja o v. 10).

O Bom Pastor tem comunhão (intimidade) com as ovelhas (v. 14): Um bom pastor dos tempos do AT e do NT era aquele que se tornava íntimo do rebanho, a tal ponto de conhecer pessoalmente cada ovelha e de ser reconhecido por elas. Sua voz se tornava inconfundível para as ovelhas (vs. 3 e 4).

O Bom Pastor livra as ovelhas dos perigosos lobos e dos ladrões. Os versos 8 em diante contém referências a salteadores, mercenários e lobos. Jesus se referiu aos falsos profetas e ao próprio Satanás com estes termos. Pois o Senhor se apresentou como uma porta por onde as ovelhas podem entrar em encontrar refúgio seguro (leia de 7 a 9).

O Bom Pastor ensina o caminho seguro para suas ovelhas (vs. 27,28): Elas me seguem, diz o Senhor. E para as ovelhas que o seguem, o Senhor promete:elas jamais perecerão e ninguém poderá rouba-las de mim. Faça uma leitura do Salmo 23 com seus discípulos e destaque o cuidado pastoral que Deus exerce sobre seu povo: suprindo, conduzindo, protegendo, confortando...

CONCLUSÃO:

Em dias tão difíceis, você deve experimentar a cura para as emoções da alma.

Deus quer restaurar o seu vigor, sua força e alegria de viver. Isso é cura para a alma.

É possível ser cuidado por Deus e poder enfrentar com disposição e força através do cuidado divino.

Nenhuma religião pode curar as doenças da alma.

Você precisa de um relacionamento com Deus.

Você precisa de um Pastor – alguém que cure as doenças da sua alma.

Eu convido você a tomar o primeiro passo, abrindo a sua vida para Jesus Cristo, se você ainda não fez isso. Leve seus discípulos ( suas ovelhas ) a orarem com você e a pedirem ao Senhor: Jesus, seja o meu Pastor; eu quero entrar pela porta do Teu Aprisco! Jesus, abre os meus ouvidos para que eu possa ouvir a Tua voz. Livra-me dos lobos, dos mercenários e dos salteadores. Jesus, por favor, dirija a minha vida de acordo com Sua perfeita vontade. Este é o meu desejo: segui-lo para sempre!

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia

www.marciodoni.multiply.com www.pregaapalavra.com.br www.pregaapalavra.com.br www.pibjacarei.com

9 de maio de 2010

O CUIDADO COM AS OVELHAS ( 01 )

O CUIDADO COM AS OVELHAS ( 01 )

TEXTO AUREO:- “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá sua vida pelas ovelhas” João 10: 11

VERDADE PRATICA:- Senão cuidarmos das ovelhas de Cristo, de acordo com o que prescreve o Sumo Pastor, como haveremos de comparecer perante Ele?

INTRODUÇÃO

“No ensino de Cristo por parábolas, ... as coisas naturais eram o veículo para as espirituais; cenas da Natureza e da experiência diária de seus ouvintes eram relacionadas com as verdades das Escrituras Sagradas. Guiando assim do reino natural para o espiritual, são as parábolas de Cristo, elos na cadeia da verdade que une o homem a Deus, e a Terra ao Céu.” (1)

I - A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA

EM BUSCA DA OVELHA PERDIDA

“Então, lhes propôs Jesus esta parábola: Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” (2)

Nesta parábola encontramos a revelação clara do misericordioso amor de

Deus para com aqueles que se desviam. Deus não os abandona na miséria. Está cheio de amor e terna compaixão para com todos os que estão expostos às tentações do astucioso inimigo. “Minha atenção foi chamada para a parábola da ovelha perdida, as noventa e nove ovelhas são deixadas no deserto, e começa a busca daquela que se extraviou. Ao encontrar a ovelha perdida, o pastor suspende-a aos ombros, e volta cheio de regozijo. Não volta murmurando e censurando a pobre ovelha perdida por haver-lhe causado tanta dificuldade; pelo contrário, com júbilo ela é carregada.” (3)

II - NECESSIDADES DA OVELHA PERDIDA

1. Cuidado.

A ovelha é de estrutura física frágil – facilmente se cansa; visão limitada – só enxerga de 8 a 10 metros; indefesa - necessita sempre da presença do pastor para protegê-la e livrá-la dos perigos.

Tal como a ovelha, o homem não tem força em si mesmo.O pecado consumiu-lhe o vigor moral e espiritual. Não pode por si mesmo sair do abismo do pecado - depende inteiramente do Bom Pastor. Disse Jesus: “Sem mim nada podeis fazer”.

2. Orientação.

Um cão, um gato ou um cavalo, quando se extraviam, sabem perfeitamente achar o caminho de volta. Eles parecem possuir uma bússola interior. Com a ovelha isso não acontece. Diferente de outros animais, a ovelha que se encontra perdida, precisa ser buscada e orientada para retornar ao aprisco. Há uma lição aqui: Da mesma forma, toda a alma que se encontra longe da Casa Paterna, necessita de busca e da orientação divina para voltar ao aprisco. Jesus afirmou: “Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida”.

3. Segurança e Proteção.

Devido a sua fragilidade, a ovelha não sabe defender-se, e facilmente torna-se presa de animais ferozes. Assim como a ovelha indefesa, o pecador necessita da presença e do poder divino para defender-se dos ataques do inimigo. O diabo é representado “como leão que ruge procurando alguém para devorar.” Quando a alma se encontra no esconderijo de Deus, ali há segurança e proteção.

4. Descanso.

Uma das necessidades da ovelha que está perdida é descansar, para isto ela precisa de um lugar limpo, onde não haja nada que a incomode. A alma que se encontra longe de Deus carrega o fardo terrível do pecado, até não mais poder voltar para casa, necessita descansar das torturas que o pecado lhe causou. É neste momento que aparece o Pastor das Ovelhas oferecendo descanso e paz fazendo o solene convite: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (4)

III - LIÇÕES DA PARÁBOLA

No estudo da parábola da ovelha perdida extraímos lições espirituais que devem ser bem compreendidas.

1. Todo homem é propriedade de Deus.

Uma verdade básica que todos devem reconhecer é: Os homens são propriedade de Deus, foram criados e comprados por Ele. “Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois, mas eu sou o vosso Deus, diz o SENHOR Deus.” (6)

“Entre a multidão que rodeava a Jesus, havia pastores e também homens que investiam dinheiro em rebanhos e gado; e todos podiam apreciar Sua ilustração. Estas almas que vós desprezais, dizia Jesus, são propriedade de Deus. Pertencem-Lhe pela criação e redenção, e a Seus olhos são de grande valor.” (7)

2. O amor de Deus alcança todos os perdidos.

“Assim como o pastor ama as ovelhas e não pode sossegar enquanto uma única lhe falta, também Deus, em grau infinitamente mais alto, ama todo perdido.... Nenhuma das ovelhas extraviadas do redil de Deus é desprezada, nem abandonada sem socorro. Cristo salvará a cada um que se queira deixar redimir do abismo da corrupção e dos espinheiros do pecado.” (8)

“Ele veio mostrar que Seu dom de misericórdia e amor é tão ilimitado como o ar, a luz ou a chuva que refrigera a Terra. Seu amor é tão vasto, tão profundo, tão pleno, que tudo penetra.” (9)

3. Cristo se identifica com a alma que se encontra perdida.

Para resgatar o homem das mãos de Satanás, o Filho de Deus desceu a este mundo, tomou a forma humana, e identificou-se com as fraquezas do homem. “Sabeis a altura de que Ele desceu, a profundeza de humilhação a que Se sujeitou; Seus pés caminharam na senda do sacrifício, e não se apartaram dela até que deu Sua vida. Para Ele não houve descanso entre o trono do Céu e a cruz. Seu amor pelo homem levou-O a aceitar todas as indignidades e a suportar todos os abusos.” (10)

Ele conhece todas as ansiedades da alma, suas lutas, fraquezas e derrotas. E como o Bom Pastor, chegou ao ponto de entregar a vida pelas Suas ovelhas. “Eu sou o bom pastor,” disse Jesus, “O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.”(11) Escrevendo aos filipenses diz o apóstolo Paulo: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.” (12)

4. Cristo vai à procura do homem perdido.

Longe do Pastor a alma não tem segurança e proteção. Ela fica vulnerável às mais terríveis tentações do inimigo. Desorientada e sem força para voltar a ovelha perdida há de perecer. Ela não sabe o caminho de retorno ao aprisco. “A ovelha desgarrada do rebanho é a mais desamparada de todas as criaturas. Precisa ser procurada pelo pastor, pois não pode, sozinha, encontrar o caminho de volta. O mesmo se dá com a alma que se desviou de Deus; está tão desamparada quanto a ovelha perdida, e se o amor divino não fosse salvá-la, jamais poderia achar o caminho para Deus.” (13)

Então, o divino Pastor sai pelos caminhos e valados, procurando a alma triste e desamparada que não sabe mais voltar. “Porque assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei.”(14)

“O pastor que descobre a ausência de uma ovelha, não contempla indiferentemente o rebanho que está seguro no redil, dizendo: "Tenho noventa e nove, e custar-me-á muita perturbação ir em busca da desgarrada. Ela que volte; abrir-lhe-ei a porta do redil e a deixarei entrar." Não; logo que a ovelha se afasta, o pastor enche-se de cuidados e apreensões. Conta e reconta o rebanho. Quando se certifica de que realmente uma ovelha se perdeu, não dormita. Deixa as noventa e nove no redil, e sai em busca da ovelha desgarrada. Quanto mais escura e tempestuosa a noite, e quanto mais perigoso o caminho, tanto maior é a apreensão do pastor e tanto mais diligentemente a procura. Faz todos os esforços possíveis para encontrar a ovelha perdida.” (15)

IV - CUIDADO COM O CENSURAR

“Quando alguém que vagou longe no pecado procura voltar para Deus, encontrará suspeita e crítica. Há os que duvidarão de que o arrependimento seja genuíno, ou insinuarão: "Ele não tem estabilidade; não creio que resista." Tais pessoas não fazem a obra de Deus, porém a de Satanás, que é o acusador dos irmãos. Por suas críticas, o maligno espera desencorajá-las, afastá-las ainda mais da esperança e de Deus. Contemple o pecador arrependido a alegria do Céu pela volta daquele que se perdera. Confie no amor de Deus e não desanime de maneira alguma pelo escárnio e suspeita dos fariseus.” (16)

V - NOSSA MISSÃO: BUSCAR A OVELHA PERDIDA

"Todo pecador que Cristo salvou, é chamado a atuar em Seu nome pela salvação dos perdidos. Essa obra fora negligenciada em Israel. Não é também hoje negligenciada pelos que professam ser seguidores de Cristo? Quantos afastados, caro ouvinte, procuraste e trouxeste ao redil? Reconheces que desprezas os que Cristo procura, quando te desvias dos que parecem pouco promissores e não atraentes? Justamente no momento em que te esquivas deles, podem carecer muito de tua compaixão. Em toda assembléia de culto, há os que anseiam descanso e paz. Podem parecer como se vivessem indiferentemente, mas não são insensíveis à influência do Espírito Santo. Muitos deles podem ser ganhos para Cristo.

Se a ovelha perdida não é trazida ao aprisco, vagueia até perecer. E muitas almas descem à ruína pela falta de uma mão estendida para salvá-las. Estes errantes podem aparentar ser endurecidos e indiferentes, mas se tivessem tido os mesmos privilégios que outros, poderiam ter revelado muito maior nobreza de caráter e maior talento para utilidade. Os anjos se compadecem desses errantes. Eles choram, enquanto os olhos humanos estão enxutos e os corações cerrados à compaixão. Oh, que falta de profunda e tocante simpatia pelos tentados e errantes! Oh, se houvesse mais do espírito de Cristo e menos, muito menos do próprio eu!” (17)

VI - O PASTOR E SUAS OVELHAS

Pastores e ovelhas eram uma parte tão familiar do mundo antigo que se tornaram uma pronta metáfora para os escritores bíblicos. O temo cuidado dos pastores com suas ovelhas levaram Davi e seus companheiros salmistas a falar do Senhor como o pastor de Israel (Salmos 23; 80:1), e de Israel como “as ovelhas do teu pasto” (Salmos 100:3; 95:7; 79:13; 78:52).

Os profetas também, em suas visões messiânicas, viram Deus de modo semelhante: “Como um pastor apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos, e os levará no seio; as que amamentam, ele guiará mansamente.” (Isaias 40:11); “Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e as farei repousar, diz o Senhor Deus. A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a enferma fortalecerei...” (Ezequiel 34:15-16).

Escritores do Velho Testamento também fizeram uso efetivo da bem conhecida disposição das ovelhas para se desgarrarem. De nossos caminhos pecaminosos Isaías escreveu: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas” (Isaías 53:6) e o mais longo dos salmos termina com este queixoso apelo: “Ando errante como ovelha desgarrada; procura o teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos” (Salmo 119:176).

Em sua ilustração do pastor e das ovelhas (Lucas 15:3-7; Mateus 18:12-14), Jesus estava não somente abordando seus ouvintes pela prática conhecida, mas com uma metáfora bíblica conhecida. Não havia meio deles perderem a lição. Jesus, como o fez seu Pai, via os homens como “aflitos e exaustos, como ovelhas sem pastor” (Mateus 9:35).

As ovelhas comumente se perdem devido a sua própria despreocupação. Esquecendo tanto o rebanho como o pastor elas perambulam sem destino, tendo na mente nada mais do que a próxima moita de capim. Não há pensamento em lobos ou profundos precipícios. Como isto espelha acuradamente nossos modos ineptos! Não é que um dia tenhamos a idéia de ser ímpios e então comecemos metodicamente a cumprir nossa ambição.

Estamos meramente tão preocupados com os desejos e circunstâncias presentes que nos tornamos distraídos das conseqüências de nossas escolhas. Vidas vividas sem propósito tornam-nos peões de nossas paixões e, seja de propósito ou não, encontramo-nos antes que o saibamos, longe de Deus, miseráveis em nosso desamparo e feridos. Tais ovelhas não representam os orgulhosos e os teimosos, mas os infelizes, aqueles que são rápidos em admitir sua própria estupidez e pecado mas, não obstante, são assim mesmo perdidos.

Mas o foco da parábola está no pastor. Argumentando do menor para o maior, Jesus toma a atitude conhecida de um pastor para com uma ovelha perdida, para justificar sua atitude para com as pessoas perdidas, e para expor o espírito sem misericórdia de seus críticos. Ele tinha antes usado o mesmo tipo de argumento, da atitude de um médico para com o doente (Mateus 9:12).

Os fariseus sabiam que nenhum pastor verdadeiro jamais abandonaria uma ovelha perdida ainda que o resto do seu rebanho estivesse seguro. Com pastores a preocupação não era meramente econômica, mas sentimental. Eles ficariam freqüentemente ligados às ovelhas até o ponto de chamar cada uma delas por seu próprio nome especial (2 Samuel 12:3; João 10:3).

Os fariseus também sabiam que o pastor, quando achasse sua ovelha, não a esmurraria com raiva, mas carregaria a desgarrada, agora severamente enfraquecida, gentilmente em seus ombros. Mais ainda, quando ele retornasse, ele voltaria em franca alegria. Com esta simples ilustração Jesus levantou uma questão implícita com seus detratores: como poderiam eles ter tal compaixão por uma ovelha e tratar os homens com tal arrogante e egoísta dureza. Eles não somente não tinham buscado o pecador perdido, mas não se regozijariam com sua recuperação. E com isto eles tinham mostrado dramaticamente como sua própria disposição diferia da divina. Enquanto Deus se regozija, eles amuam. Enquanto o céu perdoa, eles cospem seu desprezo. Enquanto o bom Pastor busca recuperar o rebanho espalhado, eles vivem para devastá-lo. É um quadro sombrio.

Mas alguns podem ficar envergonhados pela observação conclusiva de Jesus que “haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos (retos) que não necessitam de arrependimento” (Lucas 15:7). Ele está sugerindo que Deus sente uma alegria menor pelos justos do que pelo pecador recuperado? As duas coisas. A alegria de recuperar o perdido é um tipo especial de alegria, uma alegria cheia de alívio, mas isso nunca exclui como profundo, um deleite naquilo que nunca foi perdido.

E, o termo justo ou reto que Jesus usa aqui tem um toque irônico em si. Quem, no mundo, seria tão justo que não precisasse de arrependimento? Infelizmente, os fariseus pensavam que poderiam nos dizer. A verdade é que todas as ovelhas desgarraram (Romanos 3:9, 10) e precisam da misericórdia daquele “grande Pastor das ovelhas” que nos redime “pelo sangue da eterna aliança” (Hebreus 13:20). Este grande Pastor “apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seu seio; as que amamentam, ele guiará mansamente” (Isaías 40:11).

VII - QUEM VOCÊ CONHECE: O SALMO DO BOM PASTOR OU PASTOR DO SALMO?

Este salmo é muito conhecido e recitado por muitas pessoas. Ele ficou consagrado como o Salmo do Bom Pastor. Porém, mais importante do que conhecer o Salmo do Bom Pastor é conhecer o Pastor do Salmo.

Neste Salmo nós podemos perceber o cuidado que o Bom Pastor dispensa às suas ovelhas, e por isso elas o seguem.

1- Não deixa faltar nada as suas ovelhas. (v1)

Quando lemos este 1º versículo: “O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará”, somos levados a imaginar o que o Salmista estava querendo dizer com “nada me faltará”? Com certeza ele estava dizendo que não faltaria o cuidado, a proteção e o amor do Bom Pastor. Mas o salmista aqui, que conhecia o Bom Pastor do Salmo, também estava afirmando que nada falta em nossa vida para a realização da vontade de Deus.

Que mesmo nos tempos difíceis, nós precisamos estar nos alegrando com a provisão do Bom Pastor, crendo que em todos os momentos Ele cuida de nós. Não vão faltar os desafios e as provações. Porém precisamos crer que “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto”.

2- Cuida das ovelhas providenciando descanso e paz para as suas ovelhas. (v2)

O Pastor tem o cuidado de providenciar alimento, água, descanso para as suas ovelhas. Com a presença do Bom Pastor é possível descansar em paz, livre do medo e, mesmo diante das provações, quando estamos querendo desanimar, o Bom Pastor reanima e revigora a nossa alma.

Diante das dificuldades, dos perigos e até mesmo da morte, o discípulo de Jesus, o Bom Pastor, não tem medo. Porque o Bom Pastor está sempre presente em todas as situações da vida. Ele usa a vara como arma de defesa para proteger as ovelhas e a usa também com instrumento de disciplina para ensinar as ovelhas, demonstrando seu poder e autoridade. Mas o salmista nos diz ainda que o Bom Pastor usa também o cajado que serve para puxar a ovelha para perto de si e para guia-la no caminho certo ou para tira-la do perigo. Jesus, o Bom Pastor, está pronto para nos defender, nos proteger, nos guiar e nos guardar. Basta aceita-lo e recebe-lo em nossos corações.

3- Dá a própria vida pelas suas ovelhas.

No evangelho de João 10:1-5, o Senhor Jesus se apresenta como o Bom Pastor dizendo que o Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. E foi isso que Ele fez quando morreu na cruz para nos dar a vida eterna.

CONCLUSÃO:

“Cristo salvará a cada um que se queira deixar redimir do abismo da corrupção e dos espinheiros do pecado. Alma abatida, anime-se, embora tendo procedido impiamente. Não pense que Deus talvez lhe perdoe as transgressões e permita ir à Sua presença. Deus deu o primeiro passo. Enquanto você estava em rebelião contra Ele, saiu a sua procura. Com o temo coração de Pastor, deixou as noventa e nove e foi ao deserto para buscar a que se perdera.” (18)

Jesus ainda diz que as suas ovelhas ouvem a sua voz, e Ele as conhece e elas o seguem. Quem você conhece: O Salmo do Bom Pastor ou o Bom Pastor do Salmo? Se você conhece apenas o Salmo do Bom Pastor, eu quero convida-lo a seguir o Senhor Jesus, o Bom Pastor, que não deixa faltar nada a nossa vida, que cuida de nós providenciando descanso e paz e que está sempre conosco, através do Espírito Santo. Receba o Senhor Jesus no seu coração e passe a experimentar as bênçãos que Ele tem para a sua vida, pois somente aqueles que professam a sua fé em Cristo Jesus podem conhecer o Bom Pastor do Salmo. Amém.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Referências:

Bíblia de Estudo Pentecostal

www.estudosdabiblia.net

mibac.com.br

(1) Parábolas de Jesus, pág. 18

(2) Lucas 15: 3 a 7

(3) Testemunho Seleto Mundial Vol. 1, pág. 305

(4) Mateus 11:28 a 30

(5) Parábolas de Jesus, pág. 198

(6) Ezequiel 34:31

(7) Parábolas de Jesus, pág. 188

(8) Idem

(9) A fé pela qual eu vivo, pág. 65

(10)Ciência do Bom Viver, pág. 501

(11) João 10:11

(12)Filipenses 2:5 a 8

(13)Parábolas de Jesus, pág. 188

(14)Ezequiel 34:11

(15)Parábolas de Jesus, pág. 188

(16) Idem, pág. 190

(17) Idem, pág. 191,192

(18) Idem, pág. 189