8 de agosto de 2010

OS FALSOS PROFETAS – 1 -

OS FALSOS PROFETAS – 1 -

Texto Áureo: "A lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva” Is. 8.20

Verdade Pratica:- O alvo dos falsos profetas é desconstruir a verdade do evangelho e combater os autênticos arautos do Senhor.

Leitura Bíblica em Classe: Jr. 28.5-12,16,17.

INTRODUÇÃO

Estudaremos a respeito do valor da verdadeira profecia. Para tanto, definiremos, no início do estudo, a profecia bíblica. Em seguida, contextualizaremos o texto bíblico em foco, que aponta Hananias como um falso profeta. Essa análise servirá na análise das falsas profecias. Ao final da lição, abordaremos o uso do dom espiritual da profecia na igreja.

1. DEFININDO A PROFECIA BÍBLICA

No Antigo Testamento, a palavra profecia é naba, cujo sentido primário é "anunciar" ou o de "ser chamado". O fenômeno da profecia não se limitava a Israel, já que os profetas de Baal, no Carmelo, também profetizaram (I Rs. 19.29). Mas tais profecias não tinham o aval divino. O Deus de Israel chama seus profetas para denunciar os erros dos governantes, ainda que esses tenham o apoio de falsos profetas ( I Rs. 22.1-28). Os profetas Jeremias e Ezequiel também se posicionaram contra aqueles que profetizavam de acordo com os intentos pessoais (Jr. 14.14-16. Ez. 11.4; 13.2).

Diferentemente dos falsos profetas, o verdadeiro profeta não fala de si mesmo, mas em nome do Senhor. Para evitar que o povo fosse conduzido pelo engano, fazia-se necessário testar as profecias, avaliar se as palavras provinham do Senhor (Dt. 18.21,22; 13.1-3) e se a vida do profeta condizia com o que proclamavam (Jr; 23.9-13). No Novo Testamento, a profecia, propheteia em grego, é uma predição a respeito do futuro, ainda que, em sentido amplo, se refira a todo e qualquer anúncio feito a partir de Deus (Ap. 19.10; 11.6).

Há citações constantes, ao longo do Novo Testamento, às profecias do Antigo Testamento (Mt. 13.14; II Pe. 1.10,20; Jd. 14). João Batista (Lc. 1.76) e Jesus (Mt. 21.11; Jo. 4.44) são reconhecidos como profetas. Mas existem outras menções a profetas no Novo Testamento, tais como Judas e Silas, que encorajavam os irmãos (At. 15.32) e Ágabo que predizia o futuro (At. 21.10,11).

2. HANANIAS, UM FALSO PROFETA

Jeremias, por volta do ano 594 a C., teve um encontro com um falso profeta que estava animando e consolando o povo, com palavras de paz. Seu nome era Hananias e se destacava por não levar a sério a proclamação de juízo de Jeremias. O Profeta estava ciente da verdade em suas palavras, pois havia sido o próprio Senhor que havia falado. O cumprimento cabal da mensagem profética iria demonstrar, àquele falso profeta e a todo o povo descrente, que Deus velava pelas suas palavras para cumpri-las. A resposta de Jeremias, à incredulidade do falso profeta, foi sarcástica, disse ele: "Amém! Assim faça o Senhor; confirme o Senhor as tuas palavras, que profetizaste, e torne ele a trazer os utensílios da casa do Senhor, e todos os do cativeiro de Babilônia a este lugar" (v. 6). Dentro de poucos dias o povo de Judá estaria debaixo do jugo de Nabucodonozor, o rei da Babilônia. Aqueles que falam em nome do Senhor, em conformidade com a Sua Palavra, não precisam se exasperar, basta apenas esperar, pois passará os céus e a terra, mas não a Palavra que o Senhor falou (Mc. 13.31).

No caso específico de Hananias, sua incredulidade resultou em ruína e sua morte foi iminente. O julgamento imediato de uma pessoa, com a morte imediata, como aconteceu com os seguidores de Coré (Nm. 16), Uzá (II Sm. 6), Hananias (Jr. 28.17), Pelatias (Ez. 11.13) e Ananias e Safira (At. 5.1-11) não pode ser generalizada, mas também não pode ser descartada, pois o Senhor, em Sua soberania, age como quer. Essa verdade deve motivar à obediência, afinal, "horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hb. 10.31).

3. O DOM ESPIRITUAL DE PROFECIA

Em I Co. 14 Paulo elenca os dons espirituais que atuam na igreja, com vistas à edificação do Corpo de Cristo. Dentre eles o da profecia, o qual recebe certa singularidade, haja vista sua função espiritual, comparada a de falar línguas, uma vez que quem fala línguas edifica apenas a si mesmo, e quem profetiza edifica toda a igreja (I Co. 14.1-4). Ainda assim é necessário que o dom profético seja manifestado com decência e ordem. Entre os que profetizam apenas dois ou três podem falar, e devem saber que a profecia está sujeita a julgamento. Como os bereanos, os crentes, na igreja, devam julgar a profecia à luz da palavra de Deus (At. 17.11). Isso porque existem profecias que partem dos próprios sentimentos humanos (At. 21.4,12).

Alguns princípios devam ser observados em relação ao dom de profecia:

1) qualquer crente que tenha experimentado o enchimento do Espírito pode profetizar (At. 2.16-18);

2) a igreja não deve ter o dom profético como infalível (I Jô. 4.1; I Ts. 5.20,21);

3) toda profecia precisa ser avaliada pela Palavra de Deus e contribuir para a santificação da igreja; e

4) a direção do Espírito, através da profecia, é dada à igreja (I Co. 12.11). Portanto, urge que a igreja valorize os dons espirituais, principalmente o da profecia. Nesses tempos materialistas, há igrejas que não mais se importam com os dons espirituais. A esse respeito é válida a recomendação de Paulo:

"Não extingais o Espírito" (I Ts. 5.19). Mas é preciso também atentar para o fruto do Espírito, pois o amor é o caminho sobremodo excelente (I Co. 13) e o andar no Espírito uma instrução para todo crente (Gl. 5.22).

4. FALSOS MESTRES

MARCOS 13.22:Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos

DESCRIÇÃO. O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas. diversos obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de Deus. nos dias de Jesus (Mt 24.11,24). Jesus adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor. evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser.

(1) Esses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens” (Mt 23.28). Aparecem “vestidos corno ovelhas” (Mt 7.15). Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de Deus e expor altos padrões dc retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra de Deus e no seu reino, demonstrar grande interesse pela salvação dos perdidos e professar amor a todas as pessoas. Parecerão ser grandes ministros de Deus, líderes espirituais de renome. ungidos pelo Espírito Santo. Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (ver Mt 7.21-23 notas; 24.11,24; 2 Co 11.13-I5).

(2) Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver D: 13.3 nota; 1 Rs 18.40 nota; Ne 6.12 nota; Jr 14.14 nota: Os 4.15 nota;), e aos fariseus do NT. Longe das multidões, na sua vida em particular, os fariseus entregavam-se à “rapina e de iniqüidade” (Mt 23.25), “cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (M 23.27), “cheios de hipocrisia e de iniqüidade (Mt 23.28). Sua vida na intimidade é marcada por cobiça carnal, imoralidade, adultério, ganância e satisfação dos seus desejos egoístas.

(3) De duas maneiras, esses impostores conseguem uma posição de influência na igreja.

(a) Alguns falsos mestres e pregadores iniciam seu ministério com sinceridade, veracidade, pureza e genuína fé em Cristo. Mais tarde, por causa do seu orgulho e desejos imorais, sua dedicação pessoal e amor a Cristo desaparecem lentamente. Em decorrência disso, apartam-se do reino de Deus (1 Co 6.9.10; Cl 5.19-21: Ef 5.5.6) e se tornam instrumentos de Satanás, disfarçados em ministros da justiça (ver 2 Co 11.15).

(b) Outros falsos mestres e pregadores nunca foram crentes verdadeiros. A serviço de Satanás, eles estão na igreja desde o início de sem atividades (Mt 13.24-28,36-43). Satanás tira partido da sua habilidade e influência e promove o seu sucesso. A estratégia do inimigo é colocá-los em posições de influência para minarem a autêntica obra de Cristo. Se forem descobertos ou desmascarados, Satanás sabe que grande danos ao evangelho advirão disso e que o nome de Cristo será menosprezado publicamente.

A PROVA. Quatorze vezes nos Evangelhos, Jesus advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes enganadores (Mt7.15; 16.6,11; 24.4.24:Mc4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5;Lc 12.1; 17 20.46; 21.8). Noutros lugares, o crente é exortado a pôr à prova mestres, pregadores e dirigentes da igreja (1 Ts 5.21; 1 Jo 4.1). Seguem-se os passos para testar falsos mestres ou falsos profetas.

(1) Discernir o caráter da pessoa. Ela tem uma vida de oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e pura a Deus? Manifesta o fruto do Espírito (Cl 5.22,23), ama os pecadores (Jo 3.16), detesta o mal e ama a justiça (Hb 1.9 nota) e fala contra o pecado (Mt 23; Lc 3.18 – 20 ).

(2) Discernir os motivos da pessoa. O líder cristão verdadeiro procurará fazer quatro coisas.

(a) honrar a Cristo (2 Co 8.23; Fp 1.20);

(b) conduzir a igreja à santificação (At 26.18; 16.18; 2 Co 6.16-18);

(c) salvar os perdidos (1 Co 9.19-22); e

(d) proclamar e defender o evangelho de Cristo e dos seus apóstolos (ver Fp 1.16 nota; Jd 3 nota).

(3) Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os frutos dos falsos prega comumente consistem em seguidores que não obedecem a toda a Palavra de Deus (ver 7,16 nota).

(4) Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas Escrituras. Este é um ponto fundamental. Ela crê e ensina que os escritos originais do AT e do NT são plenamente inspirados por Deus, e que devemos observar todos os seus ensinos (ver 2 Jo 9-1 1)? Caso contrário, podemos estar certos de que tal pessoa e sua mensagem não provêm de Deus.

(5) Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Ela recusa grandes somas para si mesma, administra todos os assuntos financeiros com integridade e responsabilidade, e procura realizar a obra de Deus conforme os padrões do NT para obreiros cristãos? (1 Tm 3.3; 6.9,10). Apesar de tudo que o crente fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás, ocultam-se até que Deus os desmascare e revele aquilo que realmente são.

5. DEUS SE REVELA AOS VERDADEIROS PROFETAS

O homem jamais conhecerá Deus, a não ser que Ele mesmo aia nesse sentido. O fato da revelação de Deus é expresso com o auxílio dos seguintes termos.

- Deus Se revela (Gn 35.7,13)

- Deus Se deixa ver (Gn 12.7), observe que nessa citação bíblica é um caso de teofania;

- Deus não somente torna conhecida a Sua vontade como também fala dela, isto é atestado, dentre outras maneiras, pela tão conhecida expressão bíblica: ‘Assim diz o Senhor.

Resumo da teologia e da piedade

Deus Se dá a conhecer ao homem, e o homem deve com temor, humildade e obediência buscar conhecer a Deus, Este conhecimento, comunicado por Deus a respeito de Si mesmo ao homem, é único em seu objetivo, e diversificado por causa dos meios empregados, pois, sendo Deus o Senhor de tudo e de todos, Ele revela-se como bem lhe aprouver (Dn 2.22; Mt 11.27; Hb 1.1;).

A revelação aos profetas

Depois da queda do homem no Éden, Deus não mais falou diretamente com o homem. A comunicação era feita por intermédio de videntes ou profetas (l Sm 9.9), cuja missão principal era transmitir ao povo aquilo que via e ou ouvia da parte de Deus, isto é, primeiramente revelar a Sua vontade e depois predizer o futuro. O profeta do AT era alguém que tinha um estreito relacionamento com Deus, e, à Sua semelhança, o profeta amava o povo e sentia as suas dores (leia o Livro de Lamentações). Ao longo da história de Israel vemos que a principal tarefa do profeta era a de guiar o povo, visto que, além de o profeta apoiar a lei de Deus, ele as ensinava ao povo. Isto é visto no período da monarquia, pois quando os reis faziam “o que era mau aos olhos do SENHOR” ( I Re 22.53; 2Re 3.2; 13.2) os profetas eram guardiões da teocracia. Além das muitas atividades dos profetas descritas na Bíblia, muitos profetas do AT registraram a experiência de um contato pessoal com a revelação de Deus. Vejamos:

Isaias:- “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono...” (Is 6.1)

Jeremias:- “De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.” (Jr 31.3).

Ezequiel:- “Por cima do firmamento que estava sobre a sua cabeça, havia algo semelhante a um trono, com uma safira; sobre esta espécie de trono, estava sentada uma figura semelhante a um homem. Vi-a como metal brilhante, como fogo ao redor dela, desde os seus lombos e daí para cima; e desde os seus lombos e daí para baixo, vi- a como fogo e um resplendor ao redor dela. Como o aspecto do arco que aparece na nuvem em dia de chuva, assim era o resplendor em redor. Esta era a aparência da glória do SENHOR; vendo isto, caí com o rosto em terra...” (Ez 1.26-28).

Daniel:- “levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, cujos ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz; o seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente.” (Dn 10.5,6).

Amós:- “Vi o Senhor, que estava em pé junto ao altar...” (Am 9.1).

A revelação divina através da Palavra dada aos profetas

Escreveu o profeta Amós que “... o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3.7). Aos profetas, Deus manifestou seus segredos não só pelo que lhes deu a ver, mas também pelas palavras que lhes comunicou. A palavra é o sinal característico do ministério profético (Jr 18.18).

Natã e Elias, dentre os primeiros profetas, aparecem como homens em cujas bocas o Senhor colocou as Suas palavras (Jr 1.9); o Senhor colocou a Sua palavra nos ouvidos do profeta (Is 5.9). O profeta tem ingresso no conselho de Deus (Jr 23.18,22). Quando o profeta recebia a revelação de Deus, tinha plena consciência de que Deus o tomava naquele momento para isso. Ele sabia que não era apenas uma força ou inspiração que o tomava, mas uma pessoa viva, real e divina — Deus. Exemplos disso temos em Ezequiel 11,5; 2 Samuel 23.2 e Isaías 52.15.

6. PROFETAS NO NOVO TESTAMENTO

Os profetas do NT exerciam o Dom de Profecia como dom e não como ministério igual aos do AT O último profeta que exerceu como ministério foi João Batista. A Bíblia registra nomes de profetas na igreja dos primórdios, e isto é visto em Atos 13.1; 1 Coríntios 12.28; 14.29; e Efésios 4.11.

Citamos também: Zacarias (Lc 1.67); Ana (Lc 2.36); Agabo (At 11.28); as filhas de Filipe (At21.9); Paulo (l Tm4.1); Pedro (2 Pe2.l,2); João (Ap 1.1).

7. DEUS SE REVELA AOS APÓSTOLOS

No NT, Cristo é a suprema revelação de Deus, seguido dos apóstolos e escritores que prosseguiram recebendo e transmitindo essa revelação até o Apocalipse.

Cristo — a Revelação Plena e Visível de Deus

Cristo é a maior revelação de Deus ao homem. Os apóstolos, os primeiros a andar com Cristo, receberam em primeira mão o impacto inicial da revelação divina em pessoa. João, o apóstolo amado, que pelo Espírito apresenta Cristo como Deus encarnado, escreveu:

“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava como Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cri sto. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.” (l Jo 1.1-4).

Especial revelação a Paulo

O apóstolo Paulo, a quem Deus confiou grande parte da revelação divina no NT, não foi contado com os doze, mas recebeu de Deus as mais profundas revelações, entre as quais destacamos as que se acham contidas em Colossenses 1.26,27 e Gálatas 1,11,12:

“o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória.”

“Faço-vos, porém, saber, ir-mãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.

Revelação transformadora

Foi esta revelação recebida da parte de Deus que fez dos apóstolos aquilo que eles foram: diferentes, humildes, fervorosos, poderosos, destemidos e vitoriosos.

Para os apóstolos, Deus em Cristo estava sempre presente entre eles, poderoso, triunfante, conduzindo a Sua causa em sucessivos triunfos. Possuídos desta revelação, eles escreveram o NT, pregaram o NT, viveram o NT, e morreram pelo NT Suas vidas frágeis, porém vitoriosas; seus hábitos diferentes, porém santos; seus caminhos vigiados e ameaçados pelas autoridades, contudo guardados por anjos, são ainda hoje um exemplo para aqueles que renunciam o mundo e se decidem viver para Deus. Pela visão que tiveram de Deus, os apóstolos foram mudados de frágeis homens em valentes bandeirantes da fé, decididos a mudar o mundo.

8. DEUS SE REVELA À IGREJA

Sobre a revelação de Deus nestes últimos dias, à Igreja, diz a Palavra de Deus na Epístola aos Hebreus: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo,” (Hb 1.1,2).

O Agente Revelador de Deus à Igreja

Quando Jesus falava aos Seus discípulos e apóstolos da necessidade de ausentar-se dentre eles, disse que rogaria ao Pai um outro Consolador — o Espírito Santo. Quanto a isto, prometeu Jesus:

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador ... o Espírito da verdade ... mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” ( Jo 14.16,17,26).

“quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” ( Jo 16.13,14).

O Espírito Santo jamais fala de Si mesmo, e sim, comunica aos santos aquilo que o Filho quer revelar.

Revelando o mistério do beneplácito de Deus

Paulo declara que o “mistério” (segredo) do “beneplácito” de Deus (Ef 1.9), visando a salvação e restauração da humanidade caída, tanto dos judeus como dos gentios, por meio de Cristo, foi agora revelado, depois de haver sido mantido oculto até o tempo da encarnação do Verbo Divino ( Jo 1.1). Leia Romanos 16.25,26; 1 Coríntios 2.7-10; e Efésios 3.3-11. As origens da Igreja estão no eterno passado, conforme o propósito de Deus, mas a sua razão de ser e de existir no mundo é claramente mostrada na revelação de Deus sobre ela. Deus destinou-lhe a responsabilidade que em suma é:

a) ser aqui um lugar de habitação de Deus (Ef 2.20-22; l Co 3.16);

b) dar testemunho da verdade (l Tm 3.15);

c) tornar conhecida a multiforme sabedoria de Deus (Ef 3.10);

d) dar eterna glória a Deus (Ef 3.10,21);

e) edificar seus membros (Ef 4.11-13);

f) disciplinar seus membros (Mt 18.15-17);

g) evangelizar o mundo (Mt 28.18-20).

9. MAIOR REVELAÇÃO

Se grande foi a revelação dada por Deus a Israel através da Lei, na pessoa de Moisés, maior é a revelação de Deus através de Cristo comunicada pelo Espírito Santo à Igreja. A revelação divina confiada a Israel deveria ser o ponto de partida para que aquele povo desse testemunho de Deus às demais nações da terra; mas Israel falhou na sua vocação. Entretanto, a revelação de Deus à Sua Igreja capacita-a a dar testemunho da Sua grandeza, não só aos homens, mas também aos principados e potestades nos lugares celestiais (Ef 3.10).

A marcha triunfal da Igreja, como coluna e baluarte da verdade, é mais uma prova indiscutível de que Deus existe e se compraz em se dar a conhecer aos filhos dos homens. 1 Timóteo 3.15 diz: “a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade”, indicando que a igreja não somente é depositária da revelação de Deus, mas também responsável por sustentar a verdade revelada por Cristo e pelos apóstolos (Ef 2.20), das seguintes formas:

- proclamando (Mt 28.19,20)

- escondendo no coração (Sl 119.11)

- preservando (Fl 2.16)

- praticando (Tg 1.22)

10. COMO ERAM CONSIDERADOS OS PROFETAS?

Na Igreja apostólica os profetas do Antigo Testamento eram tidos na mais alta conta. Por serem pessoas de tão alta importância na vida do povo de Deus, não faltavam aqueles que quiseram, mesmo sem o devido chamado, passar-se por profeta. O falso profeta sempre foi um grande perigo para o povo de Deus.

O apóstolo Paulo perguntou ao rei Agripa, quando discursava perante ele em sua defesa: “Crês tu nos profetas, ó rei Agripa?” (Atos 26.27). Acreditar nos profetas é uma afirmação de fé na Revelação de Deus. Nós, os crentes em Jesus Cristo, cremos nos profetas, como fiéis instrumentos de comunicação dos ensinos eternos. Para isto eles foram separados, alguns, antes do nascimento, como Jeremias (1.5), chamados e ungidos (I Reis 19.16), o que significava o especial cuidado de Deus para com seus enviados. Por esta razão, há na Bíblia a solene recomendação: “Não toqueis os meus ungidos, e aos meus profetas não façais mal” (II Crônicas 16.22).

Quando o povo de Deus estava no deserto, três príncipes de Israel se ajuntaram contra Moisés e Arão e lhes disseram: “Basta-vos... por que, pois, vos elevais sobre a congregação do Senhor?” (Números 16.3).

Estes homens disseram coisas tremendas contra Moisés e Arão, os ungidos do Senhor. O castigo não se fez esperar, foram punidos com morte trágica.

Modernamente, muitos estudiosos da Bíblia têm desfigurado, em nome da ciência, a função dos profetas. Para eles os profetas foram instrumentos grosseiros que longe estiveram do ideal de Deus. Suas mensagens, dizem eles, tiveram erros éticos indesculpáveis, além de falhas em muitas figuras de linguagem que usaram. Nós não cremos assim. Eles foram homens sujeitos às mesmas fraquezas que nós, é fato, mas foram ungidos pelo Espírito Santo, nas verdades que transmitiram. Cremos que o Espírito de Deus atuou de modo sobrenatural sobre suas mentes, sem violentar, em qualquer sentido, suas faculdades mentais, assegurando a clara e indeturpável expressão da vontade de Deus. Ora, se a Palavra de Deus não merecer de nós essa confiança, ela perderá a sua autoridade, como expressão exata da vontade divina.

Moisés foi um profeta singular na história de Israel. Deus falou-lhe face a face como se fala a um amigo (Êxodo 33.11). Neste particular ninguém foi como ele. O chamado de Deus, claro e irresistível, marcou a vida de cada profeta. A Jeremias, Deus lhe falou claramente ( Jeremias 1.5). A Jonas da mesma forma (Jonas 1.2). A Amós, também, fala do seu chamado nestes termos: “Eu não sou profeta, nem filho de profeta, mas boiadeiro, e cultivador de sicômeros. Mas o Senhor me tirou de seguir o rebanho, e o Senhor me disse: Vai, e profetiza ao meu povo Israel” (Amós 7.14-15). A Samuel, quando ainda era bem menino, Deus lhe falou em voz audível, a mensagem que deveria dar a Israel (I Samuel 3.1-21).

As mensagens dos profetas eram o selo do seu chamado divino. Mas, houve momentos em que eles realizaram coisas prodigiosas como fazer descer fogo do céu (I Reis 18.20-40) ou um machado flutuar sobre as águas (II Reis 6.1-7). Eliseu, com um pouco de sal num prato, tornou potáveis as águas de Jericó, que eram más (II Reis 2.19-22). São por demais conhecidos os prodígios feitos por meio de Moisés durante os quarenta anos durante os quais conduziu com firmeza o povo de Israel. Elias pediu que não chovesse e por três anos e seis meses não choveu; depois, pediu chuva e as águas voltaram a regar a terra (I Reis 17.1; 18.41-46). Ele multiplicou o azeite da viúva de Serepta e ressuscitou o seu filho (I Reis 17.8-24). Tais poderes extraordinários lhe foram concedidos como provas da autenticidade do seu chamado. Até os ossos de Eliseu tiveram poderes miraculosos para ressuscitar a um morto que foi colocado em sua sepultura (II Reis 13.20-21).

A mensagem era a coisa mais importante no profeta, pois ela fazia parte da revelação de Deus e era o meio de que o Senhor se servia para orientação espiritual do povo. Duas coisas indicavam a procedência da mensagem dos profetas: primeiro, era de Deus, todo o povo sentia o seu impacto, sua palavra ungida calava fundo nos corações. Quando havia pecado, o povo sentia e pranteava suas culpas; quando desanimado, sentia-se consolado. A própria mensagem mostrava, por si mesma, se procedia de Deus, ou não. Outra maneira de se saber se a mensagem profética procedia de Deus, era pelo cumprimento do que se dizia. Tudo que o menino Samuel falou, cumpriu-se in totum! Isaías, quando Jerusalém estava cercada por Senaqueribe, profetizou a vitória de modo miraculoso (II Reis 19.6-7) e tudo se cumpriu como foi dito (II Reis 19.35-37).

Em Samaria, quando sitiada pelos exércitos sírios e em grande miséria, o profeta Eliseu profetizou que no dia seguinte, às mesmas horas, tudo estaria completamente mudado (I Reis 7.1) e tudo se cumpriu em menos de vinte e quatro horas! (II Reis 7.16-20). Bem diferente da palavra dos ‘profetas’ de hoje, cuja suas ‘profetadas’ jamais se cumprem!

Outras profecias se cumpriram em período mais longo de tempo, mas muitas delas se concretizaram em fatos que os próprios ouvintes presenciaram, atestando a veracidade da mensagem profética. As mensagens dos profetas ainda falam de modo poderoso ao coração dos crentes de hoje, e todos temos presenciado o cumprimento de muitas delas nos dias que passam! Bendita Palavra!

11. O QUE É E COMO É PROFETA?

1. Conceito - É aquele que transmite a mensagem de Deus, inspirado pelo Espírito de Deus. O termo Profeta no hebraico significa (Nabi, Dt. 18:18), ( pastores – raáh ) (Vidente – ro´eh, I Sm. 9:9) - pessoa com capacidade de perceber as coisas do ponto de vista de Deus ;(Sentinelas – Tsaphá) (Homem de Deus) – homem que pertencia primeiramente a Deus e totalmente dedicado á sua causa, no Grego (Prophetes) : uma pessoa chamada ou nomeada para proclamar a palavra de Deus.

2. Funções dos Profetas - Os profetas de Israel foram chamados individualmente e ungidos por Deus para o serviço de emergência, em contraste com o serviço regular dos sacerdotes, anciãos e reis. As funções são classificadas em:

3. Porta - voz especial de Deus – O termo “profeta” (Heb., nab; gr. Prophetes) significa “falar por” ou representar. Sua tarefa mais importante em agir como embaixadores ou mensageiros divinos, anunciando a vontade de Deus para o seu povo, especialmente em tempo de crise.

4. Vidente - A credencial de um profeta verdadeiro de Deus era a habilidade infalível de penetrar no futuro e revela-lo (Dt. 18:21,22). Essa habilidade autenticava sua mensagem como sendo divina, porquanto somente Deus conhece o futuro.

5. Professor da lei e da justiça Apesar de sacerdotes e levitas serem normalmente os professores de Israel, os profetas também receberam essa função quando o sacerdócio degenerou (Lv. 10:11; Dt. 33:10; Ez. 22:26). Quando ensinavam, o contexto era geralmente de julgamento (Is.6:8-10; 28:9,10).

6. Profecia - É revelação inspirada, sobrenatural e única do conhecimento e da vontade de Deus. A profecia bíblica tem dois objetivos básicos: Manifestar os fatos concernentes a Deus e as suas relações com a humanidade. (Is. 49:6; Sl. 3:8)

Declarar os seus decretos em momentos de crise espiritual, visando preservar as alianças e concertos estabelecidos entre o Eterno e o seu povo. (Gn. 49:18; I Cr. 16:23)

7. No Antigo Testamento O profeta era uma pessoa sob a inspiração do Espírito Santo. Porta voz oficial da divindade, sua missão era preservar o conhecimento divino e manifestar a vontade do único e verdadeiro Deus. Era a pessoa devidamente vocacionada e autorizada por Deus para transmitir a mensagem divina (Ez. 2:1-10). O profeta Elias por exemplo teve um confronto diante os profetas de baal no monte Carmelo (I Rs 18:19).

8. Classes de profetas – Os profetas de Israel remontam aos antepassados Abraão, Moiséis e Samuel, que foram denominados “profetas” ( Gn 20:7; Dt. 18:15; I Sm 3:20).

Eles podem ser divididos em dois: Profetas da “palavra” e Profetas da “Escrita”.

9. Profetas da palavra- Aqueles que transmitiam a mensagem verbalmente.

Exemplos: Elias, Natã,Azarias.

10. Profetas da Escrita – Quase todos os profetas da escrita escreveram depois de terem sido profetas da palavra. Exemplos: Isaias, Zacarias, Amós, Jonas Oséias e outros.

11. Profetizar”- é muito mais que predizer eventos futuros. Na verdade a primeira preocupação do profeta é falar a Palavra de Deus para as pessoas do seu tempo, convocando – os á fidelidade do concerto.

12. No Novo TestamentoNesta atual dispensação, o Dom profético tem como função: corrigir, consolar e exortar o povo de Deus; jamais modificar artigos de fé, alterar doutrinas ou trazer novas revelações (I Cor 14:15-40; Ap. 22:18-19). Os que hoje são usados pelo Espírito Santo com o dom profético não mais possuem a autoridade e as prerrogativas dos mensageiros divinos dos tempos bíblicos.

12. ADVERTÊNCIAS SOBRE OS FALSOS PROFETAS

Diz o apóstolo João: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo” (I Jo 4:1-3).

Significa que não devemos crer em tudo o que ouvimos, somente porque diz ser uma mensagem de Deus. Existem muitas formas para testar os ensinadores e discirnir se sua mensagem é verdadeiramente do Senhor. Uma delas é conferir se suas palavras estão de acordo com o que Deus diz na Bíblia. Outros testes incluem seu comprometimento com o corpo de Cristo (I Jo 2:19), seu estilo de vida (I Jo 3:23,24), e o fruto do seu ministério (I Jo 4:6). Os falsos profetas ensinam conceitos hereticos no que se diz respeito a nossa salvação. “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt.24:24)

Nosso mundo está cheio de vozes reivindicando falar por parte de Deus. Portanto é importante observar os seus frutos. Aplique estes testes para verificar se estão realmente falando a verdade de Deus. “Tem se levantado no mundo” No mundo onde vivemos podemos, observar muitas igrejas se levantando para profetizar o nome de Jesus. O falso profeta está especialmente sujeito aos estados frenéticos da mente, o que faz que ele profetize, embora o conteúdo de tal atividade não seja claramente explicado ( I Rs 22:10).

13. CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS PROFETAS

3.1 -Tem uma mensagem falsa – A atitude do falso profeta é condenada nas escrituras, porque ele fala uma palavra não autêntica: “Profetiza contra os profetas de Israel que são profetizadores e dizem aos que só profetizam o que vê o seu coração: ouvi a palavra do Senhor”. (...) Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e coisas que não viram (Ez 13:2, 3).

3.2 -Trazem ensinos distorcidos – Seus ensinamentos são contrários ao ensinamento da palavra de Deus. ( Dt.18:20; Is.9:15; Jer. 14:13; Ez.13:3, Mt. 7:15); II Pe 2:1; I Jo:1)

14. OS PROFETAS NO NOVO TESTAMENTO E OS FALSOS PROFETAS

Os profetas descritos no Novo Testamento eram homens que falaram por impulso imediato do Espírito de Deus pela inspiração. Não eram, essencialmente, homens que prediziam o futuro, embora isso também ocasionalmente ocorresse “ E, demorando-nos ali por muitos dias, chegou da Judéia um profeta, por nome Ágabo;” (At, 21:10). Também eram mestres inspirados.

Não dependiam do corpo de mestres reconhecido, exclusivamente. Mas podemos supor que suas profecias concordavam, de modo geral, com os ensinamentos cristãos revelados e escritos, pois, do contrário, suas profecias seriam refutadas falsas. (Lc. 6:26; II Pe 2:1).

“... muitos falsos profetas...” O movimento gnóstico era uma real ameaça á igreja cristã na Ásia Menor, e conseguia convertidos á sua causa dentro do próprio cristianismo. O conhecimento gnóstico era mediado: mágica, mística e cerimonialmente, e em nada glorificava a Cristo. Por conseguinte, era um reconhecimento espúrio. O verdadeiro conhecimento consiste de reconhecermos o Senhor Jesus Cristo como salvador, entregando-lhe a alma,

“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encoberta mente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesma repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.”(II Pe. 2:1-3). Podemos observar a atuação dos falsos profetas no período presente desde o dia de pentecostes (Mt 7:15; 24:11,24; Mc. 13:22, At. 13:6; I Jo 4:1).

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mt. 24:4-5). Neste texto os discípulos de Jesus perguntaram quais os sinais da sua volta e o final desta era, porém Jesus lhes disse: “acautelai-vos que ninguém vos engane.”A única maneira segura de não ser enganado é manter o foco em Cristo e em suas palavras.

Hoje vivemos em uma sociedade onde os valores éticos estão distorcidos, através de religiões e teologias que falam de prosperidade e uma busca constante do materialismo. No final do tempos surgirão muitos falsos profetas buscando partidarismo religioso com o aparecimento da besta no período da escatologia (Ap.16:13; 19:20; 20:10).

CONCLUSÃO

Existem profecias que são falsas e verdadeiras. O Espírito Santo, porém, não é Deus de confusão. Por essa razão, não precisamos fugir das profecias dadas pelo Senhor. Antes devemos buscar com zelo os dons espirituais, dentre eles o de profetizar. Em relação às falsas profecias, como Jeremias, precisamos estar atentos à voz de Deus. Quando conhecemos a revelação de Deus, as profecias falsas são facilmente identificadas. As profecias verdadeiras, por sua vez, atuam poderosamente sobre a igreja, exortando, consolando e edificando os crentes (I Co. 14.3).

Neste estudo podemos concluir que os falsos profetas eram realidades diante da igreja, hoje ainda encontramos muitos falsos profetas.“Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele.”(Dt.18:22). Sabemos que a finalidade desses falsos profetas é de distorcer, enganar e imitar a mensagem de Deus no ministério profético. João nos mostra a importância de discernimento para reconhecermos o que é falso.“Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro” (I Jo 4:6).

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, João Ferreira de, 1995- Bíblia de Estudo Pentecostal, Ed. Revista e Corrigida. CPAD.

STANLEY,M. Horton.Conheça melhor o Antigo Testamento, Ed. Vida,2007.

STANLEY,M. Horton. 1996, Teologia Sistemática. Rio de Janeiro, CPAD, 1996.

R. N. CHAMPLIN, Ph.D, O Novo Testamento Interpretado-Versículo por versículo. Ed. Hagnos, 2002.

HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.

LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.

Livro A Doutrina de Deus EETAD

Bíblia de Estudo Pentecostal

www.desafiodasseitas.org.br

1 de agosto de 2010

OS PROFETAS MAIORES E MENORES

OS PROFETAS MAIORES E MENORES

Texto Áureo = “E temos mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração” (2 Pe 1.19).

Verdade Pratica = A coleção dos livros dos profetas Menores já era conhecida, nessa forma, desde o Período Interbíblico.

Leitura Bíblica = 2 PEDRO 1.19-21, = AMOS 7.10-15

INTRODUÇÃO

Os Profetas Menores, no nosso Antigo Testamento, estão na mesma seqüência do cânon judaico: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os livros desses profetas receberam o nome de seus respectivos autores, cujos ministérios abrangem o tempo que vai de 800 a 435 a.C.

I. OS PRIMEIROS PROFETAS LITERARIOS

1. Jonas. No hebraico é Yonah, que significa “pombo”. Era filho do profeta Amítai, do Reino do Norte, e habitava em Gate Hefer (2 Rs 14.25); segundo Jerônimo, uma aldeia nos arredores de Nazaré. Jonas viveu na época de Jeroboão II, entre 791-753 a.C., quando os assírios atormentavam o Reino de Israel.

O livro é um testemunho da soberania divina. Jeová não é apenas um Deus nacional, mas Senhor de toda a Terra, que faz justiça e usa de misericórdia para com todos os homens. Com exceção do segundo capítulo, o livro é uma narrativa da missão do próprio Jonas, enviado a Nínive, capital da Assíria, a fim de que o povo daquela cidade se arrependesse de seus pecados. O Senhor Jesus mencionou o “grande peixe” e a missão de Jonas em Mateus 12.39-41.

2. Joel. No hebraico é Yoele significa “Jeová é Deus”, nome bastante comum no Antigo Testamento (1 Sm 8.2; 1 Cr11.38; 15.7). É o profeta pentecostal, por ter profetizado o derramamento do Espírito Santo para estes últimos dias; entretanto é também reconhecido como o profeta do “dia do SENHOR”.

Joel e Jonas estão entre os primeiros profetas literários na ordem cronológica dos Profetas Menores. O primeiro capítulo anuncia uma grande devastação causa- da pela praga de gafanhotos, que muitos interpretam como a invasão dos caldeus. O segundo encerra-se com a promessa da efusão do Espírito Santo, cujo cumprimento iniciou-se no Pentecostes e continua até nossos dias. E o terceiro capítulo é escatológico; fala do julgamento das nações no vale de Josafá, parte oriental de Jerusalém.

II. OS PROFETAS CONTEMPORANEOS

1. Oséias. Oséias, Amós e Miquéias viveram na mesma época. Com o profeta Isaías, eles formam o quarteto do período áureo da profecia hebraica (790 e 695 a.C.). Oséias e Amós profetizaram no Reino do Norte, enquanto Miquéias, em Judá.

a) Vida pessoal de Oséias. Tudo o que se sabe da vida pessoal do profeta Oséias é proveniente de seu próprio livro. Seu nome em hebraico é Oshea, e significa “Jeová é salvação”. Profetizou no Reino do Norte no período de sua maior anarquia nacional; época em que o povo vivia em apostasia generalizada.

b) Conteúdo do livro. Oséias encabeça a lista dos Profetas Menores. Contém 14 capítulos e está dividido em duas partes: a primeira, relata a história do próprio profeta e o estado espiritual de seu povo naqueles dias (1-3). É o sumário do livro. A segunda parte refere-se ao mesmo assunto, porém, de maneira mais ampla e detalhada.

Oséias é o livro do amor de Jeová. Sua mensagem aborda o alerta divino contra o pecado, advertências sobre o juízo divino, o amor eterno de Jeová e a profecia sobre a restauração de Israel, no fim dos tempos.

O profeta é citado nominal- mente no Novo Testamento (Rm 9.25,26), e seu livro mencionado, em outras partes, como a profecia messiânica (11.1; Mt 2.15).

2. Amós. No hebraico é Amos, e significa “fardo pesado, carga”. Este nome não aparece em outra parte do Antigo Testamento. Apesar de Deus tê-lo chamado do meio do rebanho em Tecoa para o ministério dos profetas, o próprio Amós se apresentou apenas como “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.10-14).

Em virtude de sua mensagem, foi perseguido por Amazias, sacerdote apóstata de Betel. Mesmo sendo de Judá, exerceu seu ministério no Reino do Norte.

O livro de Amós consiste numa série de ameaças contra as nações vizinhas; é o livro da justiça de Jeová. Termina com a promessa do retorno de Judá à sua terra para nunca mais ser desarraigado (9.14,15). O livro foi citado por Estevão (At 7.42,43) e por Tiago, no Concílio de Jerusalém (At 15.16-18).

3. Miquéias. No hebraico é Mikhah, e significa “quem é semelhante a Jeová?”. Ele era de Moresete-Gate (1.14). O livro está divido em três seções que começam com apalavra “Ouvi” (1.2; 3.1; 6.1). Cada parte inicia-se com repreensão aos transgressores por causa de seus pecados, e anuncia o juízo. Por fim, vem as promessas de bênção com a vinda do Messias. Miquéias é citado por Jeremias (26.18,19) e pelo Senhor Jesus (Mt 10.3 5,36). O livro contém profecias similares a de Isaías; alguns trechos são idênticos (4.1-3; Is 2.2-4).

Em Miquéias encontramos a profecia da cidade natal do Messias (5.2; Mt 2.1-6).

III. OBADIAS E NAUM

1. Obadias. No hebraico é Obadiah, e significa “servo de Jeová”. Nome comum no Antigo Testamento (1 Rs 18.3; 2 Cr34.12; Ed 8.9). É o menor livro dos Profetas Menores, de apenas um capítulo. O conteúdo do livro de Obadias é uma mensagem profética acerca da condenação de Edom, em razão desta nação ter ajudado os caldeus durante o cerco de Jerusalém e se alegrado com a queda e desterro desta.

2. Naum. No hebraico é Nahum, e significa “consolação”. Este nome não aparece em outra parte da Bíblia. Era de Elcose (1.1), lugar ainda desconhecido. Naum profetizou em Judá, pois nos seus dias o Reino do Norte estava no cativeiro, e é reconhecido como o mais veemente dos profetas. O conteúdo do livro é um sim- pies poema, porém, de elevada ordem. O tema da profecia é o fim do império assírio, cerca de 150 anos depois de Jonas. Há uma referência ao livro de Naum no Novo Testamento (1.15; Rm 10.15), Outra passagem similar em Isaías (52.7). É possível que o apóstolo tivesse em mente as duas passagens.

1. Habacuque. Seu nome em hebraico é Habaquq, de significado incerto; mas pode significar “abraço ardente”, pois o verbo hebraico habaq quer dizer “abraçar”, idéia defendida por Martinho Lutero. Outros acham que o nome é proveniente de uma planta comum nos jardins assírios chamada hambaququ, todavia essa possibilidade é remota. Nada sabemos de sua vida pessoal.

a) Conteúdo. O livro de Habacuque apresenta uma característica atípica em relação aos outros livros, pois os outros profetas falavam em nome de Deus, enquanto Habacuque interroga ao Todo- Poderoso; é o registro de sua própria experiência com Deus. “Por que olhas, pois, para os que procedem aleivosamente e te calas quando o ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?” (1.13). Eis a resposta do Senhor a essa e a outras perguntas: “... o justo, pela sua fé, viverá” (2.4). O primeiro capítulo narra a invasão dos caldeus; o segundo prediz o juízo divino contra os invasores e o terceiro, a destruição das potências inimigas a vinda do Senhor Jesus.

b) No Novo Testamento. A mensagem principal é a profunda declaração “o justo, pela sua fé, viverá”, citada três vezes no Novo Testamento (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38). O apóstolo Paulo citou Habacuque quando pregou na sinagoga de Antioquia da Pisídia (1.5; At 1.14,40,41).

2. Sofonias. Seu nome em hebraico Tsephan-Yah, que significa “Jeová esconde”. Tudo que se sabe da vida pessoal desse profeta é que era filho de Cusi, tataraneto do rei Ezequias, e que seu ministério transcorreu nos dias de Josias, irei de Judá (1.1). O primeiro capítulo do seu livro anuncia juízos iminentes sobre Judá em conseqüência de sua injustiça, hipocrisia e idolatria; o segundo, os castigos divinos sobre diversas nações e, no terceiro, há uma censura à cidade de Jerusalém.

Não há citação direta de Sofonias no Novo Testamento, no entanto, temos o seu tipo de linguagem e de suas expressões proféticas como o “dia da ira” (1.15,18; Rm 2.5; Ap 6.17) e também o derramamento da “indignação” divina (3.8; Ap 16.1).

IV. OS PROFETAS MENORES II - ESDRAS 5.1 – 11

A participação de Ageu e Zacarias foi marcante na construção da Casa de Deus. Essa história está registrada em Esdras e Neemias. O declínio espiritual dos judeus, descrito no final do livro de Neemias, parece coincidir com os dias difíceis de frieza espiritual e de indiferentismo religioso denunciados por Malaquias no seu livro.

V. LIVRO DO PROFETA AGEU

1. Ageu. Foi contemporâneo do líder Zorobabel e do profeta Zacarias. Seu nome hebraico é Haggai e significa “festivo”. Juntamente com Zacarias, o Espírito Santo levantou Ageu para despertarem no povo o interesse pela construção do Templo de Jerusalém (Ed 5.1,2).

2. Conteúdo. O livro de Ageu consiste apenas de quatro curtas mensagens:

a) A primeira mensagem (1.1). Foi um apelo à consciência do povo por causa do seu comodismo e falta de interesse pela construção da Casa de Deus. Infelizmente, ainda hoje existe este tipo de gente que não se dói pela Casa de Deus quando ela é profanada, ultrajada, abandonada e confundida com uni lugar comum.

b) A segunda mensagem (2.1). O discurso sobre a bênção da segunda Casa. Deus confirmou sua palavra e o novo rei da Pérsia desembargou a construção. O Templo foi inaugurado em 516 a.C., “no sexto ano do reinado do rei Dano” (Ed 6.15).

c) A terceira e a quarta mensagens (1.2). A terceira, veio “ao vigésimo - quarto dia do mês nono” (2.10), janeiro de 519 a.C., verberando contra o indiferentismo do povo. A quarta veio no mesmo dia (2.20); profecia dirigida a Zorobabel, príncipe de Judá, herdeiro legítimo do trono de Davi.

3. No Novo Testamento. Zorobabel é mencionado na genealogia de Jesus (Mt 1.12,13; Lc 3.27) e há uma citação direta de Ageu no Novo Testamento (2.6; Hb 12.26,2 7).

VI. O LIVRO DO PROFETA ZACARIAS

1. Zacarias. Seu nome hebraico vem de Zachar-Yah, que significa “Jeová se lembrou”. Profetizou junto com Ageu nos dias de Zorobabel.

2. Conteúdo. Seu livro se di- vide em duas partes principais.

a) A primeira. Até o capítulo 6. É uma coletânea de oito visões que terminam com o sacerdote Josué coroado, figura do Messias, o único rei e sacerdote da história, depois de Melquisedeque (6.11-14).

b) A segunda. Consiste numa exortação à obediência aos que estão ainda na Babilônia, e promessas futuras para os judeus (7,8). São mensagens proféticas sobre os últimos dias de Israel e Jerusalém. Falam do cerco de Jerusalém pelas grandes potências mundiais e o grande livramento dos judeus, no dia em que aceitarão e aclamarão o Senhor Jesus como o seu Messias (12.10; 12.2,3; 14.2,3).

3. No Novo Testamento. A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 2 1.5) é o cumprimento de Zacarias 9.9, e que o Messias seria traspassado por uma espada (12.10; Jo 19.37; Ap 1.7). Da mesma forma a profecia do Pastor ferido (13.7; Mt 26.31).

VII. O LIVRO DO PROFETA MALAQUIAS

1. Malaquias. Seu nome hebraico é Mala kh-Yah, que significa “anjo”, ou “mensageiro de Jeová”. A Septuaginta traduziu o termo hebraico acima por angelou autou, que significa “seu anjo”, ou “mensageiro”.

2. Seu ministério. Parece que o ministério de Malaquias coincide com o período em que Neemias havia retornado à Babilônia, “no ano trinta e dois de Artaxerxes” (Ne 13.6,7), uma referência a Artaxerxes 1, da Pérsia, que reinou entre 464 e 423. A mensagem de Malaquias teve lugar numa época em que o Templo já estava construído. O problema não era mais a falta do Templo para adorar a Deus, mas a decadência espiritual e o indiferentismo religioso do povo.

3. Conteúdo. A infidelidade dos sacerdotes (1.12,13) e as advertências do profeta continuam no capítulo 2, até o versículo 9. A reprovação divina também inclui os casamentos mistos e a proliferação do divórcio. É parte da frieza espiritual o desprezo pelos dízimos e ofertas (3.7-11). O capítulo 4 reaviva a esperança messiânica com a promessa do “Sol da Justiça” (4.2).

4. No Novo Testamento. O profeta Malaquias anunciou a vinda de Elias, a quem o Novo Testamento identifica na pessoa de João Batista, o precursor do Messias (3.1; 4.5,6; Mc 1.2; Mt 11.10,14; 17.11). Não há qualquer contradição quanto a Elias e João Batista. Eles tinham muitas similitudes em seus ministérios. Em Lucas 1.17, “no espírito e virtude de Elias” tão- somente significa que João Batista tinha um caráter como o de Elias: enérgico, positivo, impetuoso, zeloso e espiritual.

VIII. OS PROFETAS MAIORES = Jeremias 1: 1 – 7

Houve entre o povo os profetas orais, ou melhor, os que não escreveram suas mensagens, e os profetas literários, estes divididos em dois grupos: Profetas Maiores (cinco) e Profetas Menores (doze). Foram assim classificados por Agostinho em virtude do volume de seus escritos. Os Profetas Maiores são:

Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel, que constituem o assunto da lição de hoje.

IX. LIVRO DE ISAIAS

1. Isaías. Isaías, o mais ilustre dos profetas literários, é conhecido como o profeta messiânico, pois o seu livro é o que mais faz menção da vinda do Messias. Nada sabemos sobre Amos, o pai de Isaías (1.1), porém o Talmude afirma que era irmão do rei Uzias. Assim, Isaías seria sobrinho de Uzias, rei de Judá. Isaias exerceu o ministério de profeta e conselheiro da corte, e viveu entre 740 e 660 a.C. Foi contemporâneo de Oséias, Amós e Miquéias (Os 1.1; Am 1.1; Mq 1.1).

2. O livro. O livro recebe o nome de seu autor, Isaías, que em hebraico é Yeshaiahu, “Jeová é Salvação”. É o primeiro dos Profetas Posteriores, no cânon judaico, vindo logo depois dos livros dos Reis e seguido de Jeremias, Ezequiel e os Profetas Menores.

3. Conteúdo da primeira parte. O livro apresenta duas partes principais: a primeira, que compreende os capítulos 1-3 9, e a segunda, os capítulos 40-66; apresentando assim uma similaridade face aos 39 livros do Antigo Testamento e os 27 do Novo, havendo nisso também uma semelhança de conteúdo.

a) Contra as nações inimigas. A primeira parte consiste em discursos e mensagens proféticas visando, em primeiro plano, tudo o que diz respeito à vida e à piedade, ao bem-estar social e espiritual da nação eleita. Entretanto, há também advertências contra as nações inimigas, como a Babilônia (13.14- 23) e as nações vizinhas, a Filístia (14.28-32), Moabe (15; 16), Síria (17), Egito (19-20), Edom e Aribla (21.11-17).

b) Alusões históricas. Há, ainda, nessa primeira parte, alusões históricas como sua chamada no capítulo 6; a aliança entre o Reino do Norte e Rezim, rei de Damasco, para destruir a casa de Davi; ocasião da promessa do Messias e seu nascimento de uma virgem (7.14). Relata também como Deus acrescentou mais 15 anos de vida ao rei Ezequias (38), e a invasão de Jerusalém por Senaqueribe, rei da Assíria, e sua derrota (39).

c) Profecias messiânicas e escatológicas. Há profecias messiânicas (9.1-6; 11.1), e também escatológicas para o Milênio nos capítulos 2-4 e 11. A mensagem profética:

“Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear” (2.4), encontra-se na entrada da sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.

4. Conteúdo da segunda parte. Trata-se de uma mensagem profética e ininterrupta, diferindo assim da primeira parte. Começa com uma palavra de conforto (40.1), tendo como ponto de partida o cativeiro, previsto em 39.5-8. É um longo discurso de livramento e de promessas escatológicas de esperança — quer para Israel, quer para o mundo — por intermédio de Jesus Cristo (60.3; 66.12; Ap 21.24). Essa diferença entre as duas partes fez os críticos forjarem a Teoria do Deutero-Isaías, isto é, o segundo Isaías. Todavia há inúmeras citações de ambas as partes do livro de Isaias no Novo Testamento: da primeira (29.13; Mt 5.7,9), e da segunda (53.l; Jo 12.38) logo, essa teoria não passa de falatório vazio, humano.

X. O LIVRO DE JEREMIAS

1. Jeremias. Seu nome hebraico é YiremeYahu “Jeová eleva” ou “Jeová lança”. Foi perseguido pela casa real em Jerusalém muitas vezes (37.15), e após a destruição da Cidade Santa foi levado ao Egito, contra a sua vontade. A tradição judaica diz que morreu em Mênfis, no Egito, por volta de 577 a.C. (43.4- 7). Viu a destruição de Jerusalém e chorou por ela. É também conhecido como o Profeta das Lágrimas.

2. Conteúdo. Seus discursos são intercalados pela história do próprio profeta e também pela de seu povo. Essas profecias não estão dispostas na mesma seqüência cronológica em que foram pronunciadas. O livro abrange o reinado de Josias e vai até o cativeiro na Babilônia.

a) Profecias contra as nações inimigas. Há uma série de profecias contra as nações inimigas, proferidas em datas diferentes e agrupadas a partir do capítulo 46, envolvendo o Egito, Filistia, Moabe, Amom, Edom, Síria, Elão e Hazor; considerando que os capítulos 50 e 51 falam acerca da Babilônia. O último capítulo descreve a destruição de Jerusalém e o cativeiro de Judá (52).

b) Promessa de retorno da Babilônia. Duas vezes a palavra profética fala do retorno de Judá após os 70 anos na Babilônia, que deu ao povo esperança da reconstrução nacional (25.11; 29.10). Jeremias anunciou a vinda do Messias, o rei da descendência de Davi (23.5,6). O livro é citado muitas vezes no Novo Testamento (31.15; Mt 2.17,18).

XI. LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS

1. Título. Seu título em hebraico é Eichah, “como?”, a primeira palavra do livro. Na Septuaginta seu nome é Threnoi, no singular threnos, que significa “lamento, gemido, cântico de dor, cântico fúnebre”.

É o quarto livro dos Hagiógrafos, no Megilloth, no cânon judaico; e é lido no dia 9 de Abe (julho- agosto), data do jejum pela destruição do Templo (2 Rs 25.8,9).

2. Conteúdo. São cinco capítulos compostos em forma poética, como um apêndice às profecias de Jeremias. O livro é, na verdade, o cântico fúnebre da cidade, exprimindo o sentimento de dor em decorrência da desolação de Jerusalém e destruição do Templo. Rico em expressão patriótica, seu objetivo é trazer os judeus ao arrependimento e ensinar o povo a se humilhar ante o castigo divino. No Novo Testamento temos uma possível alusão a Lamentações

(3.45; 1 Co 4.13).

XII. O LIVRO DE EZEQUIEL

1. Ezequiel. Seu nome hebraico é Yehez’qel, “fortalecido por Deus”. É o terceiro livro dos Profetas Posteriores no cânon judaico. Um dos profetas do cativeiro, juntamente com Daniel. Foram levados na primeira deportação para Babilônia. Junto ao rio Quebar profetizou durante 22 anos (1.1; 43.3).

2. Conteúdo. O livro está dividido cronologicamente em duas partes: antes e depois da queda de Jerusalém.

a) A primeira parte. Os primeiros 24 capítulos são profecias anteriores à queda de Jerusalém. Neles estão registradas as visões da glória de Jeová, predição da destruição de Jerusalém e do Templo, idolatria no Templo e prenúncio da retirada da glória de Deus do Templo e da cidade (10.18; 11.23). Traz também uma série de advertências quanto aos falsos profetas e aos reis de Judá, afirmando que seus pecados eram idênticos aos das Dez Tribos do Norte.

b) A segunda parte. A segunda parte começa com predições contra sete nações: Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro, Sidom e Egito (25-32). Os capítulos 33 a 39 descrevem o retorno dos judeus dispersos à terra de seus antepassados. Profecias sobre a restauração nacional, que se cumprem em Israel na atualidade. A mensagem profética contida neste livro prevê que, antes da restauração espiritual de Israel, virão Gogue e seu bando para invadir a Terra Santa, e ali serão derrotados. Nesse contexto, estão presentes as profecias messiânicas, algumas vezes, de maneira explícita (37.25).

c) A parte final. Ezequiel conclui sua mensagem com o Milênio, trazendo a descrição do novo Tem- pio e da restauração da ordem no país (40-48). O livro é citado várias vezes no Novo Testamento, sendo que a maior parte se acha em Apocalipse. Em Mateus 32.7; 24.29 e Apocalipse 26.16,17; 18.9,10.

XIII. O LIVRO DE DANIEL

1. Daniel. Foi levado cativo para a Babilônia ainda jovem. Testemunhou a queda da Babilônia e continuou no reino da Pérsia como ministro de estado. Seu nome hebraico é Daniyel, que significa “Deus é meu Juiz”, nome mudado na corte de Nabucodonosor para Beltessazar (1.7), isto é, “Bel proteja sua vida”. Bel era uma divindade pagã na Babilônia.

2. Conteúdo. O livro faz parte dos Históricos, nos Hagiógrafos, no cânon judaico, e não dos Profetas (no referido cânon). Está dividido em duas partes: histórica (1-6) e apocalíptico-profética (7- 12). O próprio Daniel toma parte na história que escreve como profeta, conselheiro do rei Nabucodonosor e estadista. A segunda parte é apocalíptica e fala dos quatro últimos impérios mundiais que surgiram depois do profeta. Ele é citado por nome pelo Senhor Jesus (Mt 24.15).

CONCLUSÃO

Os Doze Profetas são considerados como um só livro desde o Período Interbíblico. Isso significa que todos os livros desses Profetas Menores são inspirados e reconhecidos no Novo Testamento, ainda que alguns deles não sejam citados de maneira direta, como Obadias e Sofonias.

O Antigo Testamento anuncia bênçãos para toda a humanidade. Através de Jesus, cada crente pode hoje oferecer a Deus adoração pura e sincera: “Mas, desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso e uma oblação pura; porque o meu nome será grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml 1.11).

É um convite para todos os povos adorarem a Deus em espírito e em verdade

(Jo 4.2 3).

Os profetas eram porta-vozes de Deus para ensinar o povo e anunciar as coisas futuras. Os sacerdotes apresentavam o povo a Deus; e os profetas, Deus ao povo.

Nenhum povo da Terra experimentou o privilégio de ser instruído pelo Todo-Poderoso por meio dos profetas, a não ser Israel. Este, um povo privilegiado. Porém, privilégio implica responsabilidade, e nisso Israel falhou e sofreu as conseqüências.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Lições bíblicas CPAD 2003

Bíblia de Estudo Pentecostal