9 de dezembro de 2010

A Oração que Conduz ao Perdão

A Oração que Conduz ao Perdão


Texto áureo: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto” (Sl 51.10)


I – Introdução


Primeiramente cumprimento a todos os leitores com a Paz do Senhor. Em mais um estudo buscaremos sucintamente aprofundarmos um pouco mais a temática abordada na lição.


Em I Co 6. 12, encontramos:


“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.”

Portanto, antes de iniciarmos tal estudo é necessário que fique claro que devemos sempre ter cuidado para não fazermos o que desagrada a Deus, o que não nos convêm, e mesmo que pequemos, não podemos deixar que tal pecado nos domine. Estudemos um pouco sobre o pecado.


II – Consequências do Pecado

O pecado produz das mais variadas consequências, dentre as quais citaremos algumas. Antes, porém, é necessário lembrar que existe uma forma de pecado que possui uma consequência eterna, não havendo perdão para tal ato, conforme se vê em Mc 3. 29:

“Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo”

Dito isto, vejamos agora algumas das principais consequências do pecado.


I. 1 O pecado afronta a Deus


Todas as vezes que pecamos entristecemos a Deus. Quando transgredimos a lei divina, afrontamos a Deus e a sua misericórdia. Se o pecado passa a ser rotina em nossas vidas, fazendo com que passemos a amar o mundo, perdemos o amor de Deus:

“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (I Jo 2.15)


I. 2 O pecado entristece o Espírito Santo e nos Separa de Deus


Sempre que pecamos entristecemos também ao Espírito Santo, e isso faz com que nos separemos de Deus.

Nos relatos de Davi, quando pecou contra Deus, e arrependido suplicou por perdão (Sl 51) notamos essas duas consequências citadas, quando ele clama para que Deus não o lance fora de sua presença, nem retire dele o Espírito Santo ( Sl 51.11).

Em Is 59. 2 encontramos:

“Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.”


I. 3 O pecado traz tristeza e angústia


Como grande exemplo disso voltemos a Davi. Quando ele rogava pelo perdão de Deus, grande era sua tristeza e angústia. Ao lermos o Salmo 51 percebemos claramente quão grande era o desespero ao qual ele passava.

Nota-se, entretanto, que tal tristeza e angústia apenas apareceram a partir do momento em que ele reconheceu seu pecado e quando através do profeta Natã Deus mostrou que aquele pecado havia O entristecido. Atualmente é o Espírito Santo que faz o papel do profeta Natã, pois a partir do momento que temos uma verdadeira comunhão com Deus e com Seu Espírito Santo, todas as vezes que pecarmos saberemos que estamos pecando.

Dessa forma, tendo uma relação íntima com Deus, todas as vezes que pecarmos nos entristeceremos e angustiaremos, pois pelo Espírito Santo de Deus sempre saberemos de nosso pecado.

No alto de sua angústia e desespero Davi assim rogou (e nós também poderemos assim rogar):

“Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um espírito voluntário.” (Sl 51.12)


I.4 Lei da Semeadura


Além das consequências já citadas, há ainda várias outras. Para essas todas, há o perdão de Deus que as retira. A partir do momento que somos perdoados e mudamos de atitude deixamos de afrontar a Deus, de entristecer o Espírito Santo, nos reaproximamos de Deus e deixamos de estar tristes e angustiados.

Todavia, mesmo quando perdoados, existem consequências que ocorrem em decorrência do ato praticado, sendo que o perdão de Deus muitas vezes não exclui tais consequências. É o que nos mostra a Lei da Semeadura:

7Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. 8Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna.” (Gl 6. 7-8)

Portanto, todas as vezes que pecar, mesmo sendo perdoado, os atos praticados terão suas consequências. O maior exemplo disso, mais uma vez, é o rei Davi. Quando pecou, rogou grandemente pelo perdão de Deus, e Este o perdoou. Todavia, por causa de seus atos, mesmo tendo sido perdoado, ainda sofreu por 25 anos consequências de seu pecado, vendo sua família inteira se desestruturar.


III – Reconhecimento do pecado


O pecado é algo que sempre está a nossa volta. Muitas e muitas vezes somos colocados em situações em que devemos resistir a ele, mas nem sempre conseguimos. É por isso que nós temos um redentor que nos perdoa de nossos pecados, dada a nossa natureza humana pecadora.

Para que Deus nos perdoe, porém, há alguns passos que devem ser seguidos. Não necessariamente de forma sucessiva, sendo que alguns desses passos podem ocorrer concomitantemente.

O primeiro desses passos é o reconhecimento do pecado. Devemos reconhecer que pecamos, identificar nosso pecado. Tal reconhecimento muitas das vezes é acompanhado de arrependimento e confissão, temas que posteriormente serão pormenorizados.

Em Pv 28. 13 temos:

“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”

Prendendo-nos à primeira parte deste versículo vemos que, se encobrirmos nossas transgressões não prosperaremos. Por isso, reconhecer o pecado é essencial para se conseguir perdão. O mesmo versículo ainda diz que aquele que confessa e deixa o pecado alcança misericórdia. Nessa confissão (tema que será abordado mais para frente, como já dito) há implícito o reconhecimento do pecado, estágio anterior à confissão.

A Bíblia ainda nos mostra, no Evangelho segundo escreveu Lucas, em seu capítulo 12, versículo 2:

“Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.”

Portanto, Deus sempre sabe de nosso pecado, não adiantando que tentemos disfarçá-lo. Reconhecer que pecamos é preceito necessário para o arrependimento, é a umas das formas de nos humilharmos a Deus em busca de perdão, já que independentemente de nosso reconhecimento Deus sempre saberá que pecamos.


IV – Arrependimento e contrição


Arrependimento quer dizer voltar-se ao contrário, dar uma volta completa. É quando, após reconhecermos o pecado, começamos a agir de outra maneira, em direção contrária ao pecado. Segundo a “Pequena Enciclopédia Bíblica” de Orlando Boyer, pode ser ainda um pesar sincero de algum ato ou omissão, desistência de causa feita ou empreendida, sentimento de pesar por faltas cometidas, ou por um ato praticado.

Como já anteriormente dito, reconhecer o pecado é o primeiro passo para o arrependimento. Só nos arrependemos daquilo que reconhecemos ser errado. O arrependimento é ainda um dos principais, se não o principal passo para recebermos o perdão de Deus.

Em At 3. 19:

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor”

Fica claro, por tal passagem, que o arrependimento é absolutamente necessário para que sejam apagados os nossos pecados.

O arrependimento, portanto, pelo próprio significado da palavra, não é tão somente angustiar-se por um pecado cometido, mas a partir daí começar a fugir e evitar o pecado cometido, agindo de maneira diferente. Exige uma mudança de comportamento.

A Bíblia assim nos recomenda:

“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3. 8)

Assim, o arrependimento verdadeiro, genuíno, será acompanhado pelo fruto da justiça. A partir do momento em que nos arrependemos e rogamos pelo perdão de Deus, tal arrependimento deve ser evidenciado por meio de vidas que deixam o pecado e dão frutos agradáveis a Deus.


V - Confissão dos Pecados


Após cometermos o pecado, reconhecermos que o cometemos e nos arrependermos de tê-lo cometido, devemos confessá-lo. Esta confissão deve ser feito ao pastor da igreja e, sobretudo, a Deus.

A confissão feita ao pastor é deveras importante, pois a Bíblia ensina que aqueles que cometem erros devem ser repreendidos, muitas vezes perante toda a igreja. Dependendo do erro cometido o crente é, inclusive, disciplinado, por vezes com a exclusão. Porém o presente estudo tem como foco o perdão dos nossos pecados, e este só vem de Deus. Assim, o presente tópico se prenderá à confissão que deve ser feita a Deus, através da oração.

Todos sabemos que Deus é onisciente, ou seja, que ele sabe de todas as coisas. Com isso é fácil saber que quando cometemos um pecado Deus nos viu cometendo. Assim, pergunta-se, por que é necessário confessarmos nosso pecado a Deus se ele já sabe que o cometemos?

A resposta é bastante simples: a confissão deve ser feita como uma forma de demonstrarmos a Deus o nosso real arrependimento, nos humilharmos perante Ele e clamarmos por sua misericórdia.

Em vários Salmos de Davi o vemos confessando seus pecados em oração a Deus, para que, assim, consiga o perdão Divino. Assim vemos em Salmos 32.5:

“Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado”.

Nessa passagem Davi coloca em uma relação de causa/efeito a confissão do pecado e o perdão de Deus. Sem a confissão Deus não perdoa nossos pecados, pois é ela que demonstra a nossa vontade de termos nossos pecados perdoados e nosso arrependimento sincero.

Como já transcrito anteriormente, Provérbios 8.13 também nos ensina que o que confessa as transgressões alcança misericórdia, mas quem as encobre nunca prosperará.

Nesse mesmo sentido está escrito em 1 João 1. 8 e 9:

8Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. 9Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

Nessas duas últimas passagens vemos a diferença entre aquele que tenta esconder seus pecados e aquele que as confessa. Logicamente nada fica encoberto a Deus, mesmo assim, como já dito, é essencial que nos humilhemos e clamemos a Deus pelo perdão.


VI - Oração


Como já mencionado, é através da oração que confessamos a Deus nossas iniquidades e pedimos a ele que nos perdoe. Pela oração podemos ter uma conversa com Deus e dizer a Ele quanto estamos arrependidos, que queremos ser perdoados e não mais queremos incorrer no mesmo erro. Se dissermos isso tudo com muita sinceridade no coração, Deus, com sua imensa misericórdia, não tardará em nos perdoar.

No Salmo 51 encontramos uma das orações mais belas da Bíblia, onde vemos Davi totalmente arrependido de seus pecados, demonstrando todo o sofrimento que está padecendo, confessando o que fez e clamando pela misericórdia de Deus. Encontramos na Bíblia de Estudo Pentecostal, um esclarecedor comentário em relação ao conteúdo do Salmo mencionado:

“Todos que pecaram gravemente e que estão opressos por sentimentos de culpa podem obter o perdão, a purificação do pecado e a restauração diante de Deus, se o buscarem conforme a natureza e a mensagem deste salmo. A súplica de Davi, por perdão e restauração, baseia-se na graça, misericórdia, benignidade e compaixão de Deus (v. 1), num coração verdadeiramente quebrantado e arrependido (v. 17) e, em sentido pleno, na morte vicária de Cristo pelos nossos pecados (1 Jo 2.1, 2)”


No Salmo 25 encontramos uma oração de Davi, onde ele faz diversas petições, entre as quais, no versículo 11, um pedido de perdão:

“Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniquidade, pois é grande”.

O profeta Daniel também, em oração, confessa seus pecados e do povo de Israel (v. 4,5), e também clama a Deus que Ele os perdoe (vv. 18,19):

4 E orei ao Senhor, meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; 5 pecamos, e cometemos iniquidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos

(...)

18 Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos e ouve; abre os teus olhos e olha para a nossa desolação e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. 19 Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e opera sem tardar; por amor de ti mesmo, ó Deus meu, porque a tua cidade e o teu povo se chamam pelo teu nome”.

Encontramos na oração trazida em Matheus 6.9-13, considerada por muitos como um modelo de oração para todos nós seguirmos, também um pedido de perdão no versículo 12:

“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores”.

A oração é a nossa forma de nos comunicar com Deus e é por ela que devemos elevar nosso clamor a Deus quando praticarmos alguma iniquidade. Nosso Pai, por sua imensa misericórdia, nos concede perdão e nos ajuda a nos regenerar.


VII - Perdão


“Por que o Senhor é bom, e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração” (Sl 100.5).

“Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade” (Sl 103.8).

Nosso Deus é misericordioso e somente por isso conseguimos o perdão de nossos pecados. O perdão é uma bênção que Ele nos concede, pela qual podemos alcançar a salvação.

Por sua imensa misericórdia Deus entregou seu filho Jesus para morrer na cruz e nos limpar de todo pecado. Com a morte de Jesus, também, o véu do templo foi rasgado, o que nos deu contato direto com Deus para fazermos nossas petições. Jesus veio ao mundo para que não fôssemos culpados por nossas transgressões, trazendo para si toda culpa.

A remissão de nossos pecados é essencial para mantermos nossa comunhão com Deus, para termos paz no coração. Já vimos as consequências que o pecado pode trazer para nossas vidas. Somente através do perdão é que podemos deixar de sofrer com tudo o que foi exposto.

Fazendo uma alusão ao caráter da morte de Cristo o apóstolo João chamou-o de “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Isso porque antes da vinda de Jesus, para alguém ter seus pecados perdoados teria que dar um cordeiro para ser sacrificado, sendo o sacrifício feito por um sacerdote. Jesus foi mandado ao mundo para ser um sacrifício vivo, para que por ele todos os pecados pudessem ser perdoados. Assim, como já dito, todos alcançamos a possibilidade de clamar a Deus diretamente e pedir que nos perdoe e nos ajude a abandonar o pecado.


1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. 2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelo de todo o mundo”.

Jesus é o nosso Advogado, o que quer dizer que ele fará a nossa defesa para que o Pai perdoe os nossos pecados. Isso se, como já frisado, nos arrependermos verdadeiramente e clamarmos a Ele. Quanto a Jesus ser a propiciação pelos nossos pecados, faz-se de grande valia transcrever o comentário que há na Bíblia de Estudo Pentecostal em relação a este versículo:

“Jesus como nossa ‘propiciação’ significa que Ele tomou sobre si o sacrifício dos nossos pecados e satisfez o justo juízo de Deus contra o pecado.O perdão agora é oferecido a todos, no mundo inteiro, e é recebido pelos que vêm a Cristo, com arrependimento e fé (...)”.

Em suma, o perdão de nossos pecados é dado por Deus e por Jesus, mas só o conseguimos por causa da morte vicária de Cristo, que com seu sangue derramado na cruz limpou a humanidade de toda culpa do pecado.


VIII - Restauração do Pecador

Após termos nos arrependido e confessado nosso pecado, devemos abandoná-lo, não mais cometê-lo. Recorrendo novamente a Provérbios 28.13, na parte final deste versículo há uma palavra que demonstra o nosso dever em abandonar o pecado, qual seja, “deixa”. O Rei Salomão, com sua imensa sabedoria, nos aconselha a confessarmos e deixarmos o nosso pecado, para assim alcançarmos misericórdia.

Se estamos realmente arrependidos será uma consequência natural abandonarmos o pecado cometido. Porém, se voltarmos a cometer o mesmo pecado, mesmo tendo sido sinceros no arrependimento anterior, Deus é misericordioso para novamente nos perdoar. Nunca devemos perder de vista, porém, que Deus conhece o que pensamos e o que sentimos, o que quer dizer que Ele sabe muito bem quando estamos sendo sinceros.

A nossa vida tem que ser santa, devemos fugir do pecado com todas as nossas forças. Nesse ponto entra outro importante pedido que devemos sempre fazer a Deus em oração: devemos clamar sempre que nos dê sabedoria para que escapar das tentações e pedir força para resistir a elas quando não conseguirmos escapar antes.


O Apóstolo Paulo dá uma importante lição aos Romanos, no capítulo 6, versículos 12 a 14:

12 Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; 13 nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça. 14 Porque o pecado não terá o domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça”.

Conforme ensinou o apóstolo, o pecado não pode reinar em nós, devemos reconhecer que pecamos, nos arrepender, confessar a Deus e deixá-lo.

No evangelho de Cristo segundo escreveu João, no capítulo 8, do versículo primeiro ao 11, narra-se o episódio de uma mulher adúltera que seria apedrejada pelo seu pecado. Porém Jesus estava perto e sabiamente falou para aquele que não tivesse pecado atirar a primeira pedra. Com estas palavras as pessoas foram saindo de um em um. Jesus fala, então, com aquela mulher:

10 E, endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles seus acusadores? Ninguém te condenou? 11 E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais”.

Nesta passagem Jesus fala com uma pecadora, porém não a condena, pois ele não veio ao mundo para condenar, mas sim para perdoar os pecados de todos nós. Não se pode achar que Jesus considera o adultério um pecado sem importância. O que Ele fez foi proporcionar a oportunidade para que aquela mulher passasse a ter uma nova vida, livre do pecado.

Jesus veio ao mundo cem por cento homem e cem por cento Deus. Isso quer dizer que ele era onisciente na Terra e com certeza sabia se aquela mulher estava arrependida ou não e se ela tinha intenção de voltar a cometer o mesmo pecado ou não. Se Ele tivesse visto que a mulher não se endireitaria, com certeza não teria simplesmente falado estas palavras e a deixado ir. Jesus viu arrependimento sincero na mulher e por isso perdoou o seu pecado.

Ele, porém, deu uma última instrução: que ela não pecasse mais. E é este o mandamento que ele nos dá toda vez que perdoa nossos pecados, ou como condição para que os perdoe. Este é o último passo para termos nossos pecados perdoados, devemos mudar de atitude, no regenerar.


IX - Conclusão


Encontramos em Lucas 15.11-32 uma parábola de Jesus que sintetiza bem tudo o que foi estuda neste singelo comentário bíblico, qual seja, a parábola do filho pródigo. Esta parábola contada por Jesus diz que um rapaz, certo dia, pediu a seu pai a sua parte da herança e saiu pelo mundo.

No mundo gastou o seu dinheiro com diversas coisas, e quando não tinha nada passou a trabalhar cuidando de porcos. No momento em que, com muita fome, o filho pródigo cogitou comer as bolotas dadas aos porcos, ele caiu em si e resolveu ir atrás de seu pai, admitir o seu erro e humilhar-se perante ele pedindo perdão.

A parábola mostra que o rapaz praticou o pecado, sofreu as consequências dele, admitiu seu erro, arrependeu-se sinceramente, mudou de atitude, confessou seu pecado, humilhou-se perante seu pai e pediu-lhe perdão. Este é o caminho que cada um de nós tem que trilhar para termos nossos pecados perdoados por Deus. Todos os passos a partir da confissão possuem como meio de praticar a oração. A confissão é feita em oração, o pedido de perdão da mesma forma, e para que mudemos de atitude devemos sempre pedir a Deus, também em oração, força e sabedoria.

Deus é misericordioso, e por isso deu seu filho unigênito para morrer na cruz e nos remir de todo pecado e nos conceder pleno acesso à Salvação. Porém devemos fazer a nossa parte para recebermos o perdão de nosso Pai Celestial.


Elaboração por:- Jimmy Bruno dos Santos Silva e Jonathan Bruno dos Santos Silva

3 de dezembro de 2010

ESTUDO DA LIÇÃO 10 - O MINISTERIO DA INTERCESSÃO ESTA POSTADO LOGO ABAIXO

2 de dezembro de 2010

LIÇÕES BIBLICAS PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2011

LIÇÕES BIBLICAS

Primeiro trimestre de 2011


Atos dos apóstolos até os confins da terra


Comentarista:- Pr. Claudionor de Andrade


01 – AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO ATRAVÉS DA IGREJA

02 – ASCENÇÃO DE CRISTO E A PROMESSA DE SUA VINDA

03 – O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO NO PENTECOSTE

04 – PODER INRRESISTÍVEL DA COMUNHÃO DA IGREJA

05 – SINAIS E MARAVILHAS DA IGREJA

06 – A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA IGREJA

07 – ASSISTENCIA SOCIAL UM IMPORTANTE NEGÓCIO

08 – QUANDO A IGREJA DE CRISTO É PERSEGUIDA

09 – A CONVERSÃO DE PAULO

10 – O EVANGELHO PROPAGA-SE ENTRE OS GENTIOS

11 – O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO

12 – AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO

13 – PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA


ESTAREMOS INICIANDO O ANO DE 2011 COM UM ESTUDO MARAVILHOSO SOBRE ATOS DOS APÓSTOLOS.

QUE POSSAMOS FAZER UM BOM APROVEITAMENTO DESSES ESTUDOS

A TODOS UMA BOA AULA.

QUE O ESPÍRITO SANTO VOS ABENÇOE

30 de novembro de 2010

O MINISTÉRIO DA INTERCESSÃO

O MINISTÉRIO DA INTERCESSÃO


TEXTO ÁUREO = “Exorto, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens” (l Tm 2.1).


VERDADE PRÁTICA = O crente, em seu ministério sacerdotal, deve interceder Por todos, sem distinção social, racial, política, religiosa ou filosófica.


LEITURA EM CLASSE = GÊNESIS 18.17-25,33


INTRODUÇÃO


A vida de Abraão é, indiscutivelmente, um. modelo para o cristão moderno. Sua fé, coragem, amor, desprendimento e comunhão com Deus o coloca como um autêntico protótipo para a nossa vida espiritual. No episódio do capítulo 18, temos uma demonstração dessas qualidades e, ainda mais, uma sensibilidade humana e espiritual para com as pessoas carentes. Pode-se definir a intercessão como a oração contrita e reverente, com fé e perseverança, mediante a qual o crente suplica a Deus em favor de outra pessoa ou pessoas que extremamente necessitem da intervenção divina. A oração de Daniel no cap. 9 é uma oração intercessória, pois ele ora contritamente em favor da restauração de Jerusalém e de todo o povo de Israel. A Bíblia nos fala da intercessão de Cristo e do Espírito Santo, e de numerosos santos, homens e mulheres do antigo e do novo concerto.Dn 9.3


1 - O MINISTÉRIO DA INTERCESSÃO


"Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei." - Ezequiel 22:30

"Antes de tudo, pois exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens..." - I Tm 2:1


Há três ministérios para os quais fomos chamados: Adoração, Intercessão e Testemunho. A maioria de nós tem praticado o primeiro e o último. Há falta, contudo, de genuína intercessão.

Interceder significa literalmente "interpor-se", "colocar-se entre". É se colocar entre Satanás e a sua força de destruição e aquele a quem ele quer destruir, e livrar o oprimido. É colocar-se entre Deus e alguém que carece do favor divino, e clamar por libertação. É se por na brecha do muro em prol daqueles pelos quais Cristo derramou o seu preciosismo sangue, e clamar para que a graça de Deus os alcance... Interceder é gastar horas a sós na presença de Deus em fervente oração, em prol de alguém ou de alguma causa. Intercessão é o parto de alma espiritual que traz à luz filhos espirituais.


Há na Bíblia registros de intercessões maravilhosas, como por exemplo a de Abrão quando o Senhor estava para destruir as cidades de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18: 22-33); Moisés clamou e Deus mudou os seus desígnios para com o povo, retirando o mal que dissera havia de fazer (Êxodo 32:11-14); no dia seguinte, novamente Moisés intercedeu com profundidade de alma:

"Agora, pois perdoa-lhes o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste." (Êxodo 32: 30-25). O salmo 106:23 testifica sobre o resultado destas intercessões de Moisés dizendo: "Tê-los-ia exterminado, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se houvesse interposto, impedindo que sua cólera os destruísse."

O maior exemplo contudo é o do Senhor Jesus que "pelos transgressores intercedeu" (Is 53:12 - Mc 15:28 - Lc 22:37). Intercedeu por Pedro (Lc 22:31,32). Pelos seus escolhidos, na oração sacerdotal (João 17). Jesus gastou apenas três anos e meio no exercício do seu ministério público entre os homens, e já há quase dois mil anos "está à direita de Deus" a interceder por nós (Rm 8:34) e "pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles." (Hb 7:25).


Antes do Pentecostes, houve incessante oração no Cenáculo. A oração no Monte precedeu aos Dez Mandamentos. A intercessão de Estevão resultou na conversão de Saulo de Tarso, que veio a ser o grande Apóstolo Paulo (Atos 6:57-60).

A intercessão precede a salvação. É Getsêmani antes do Calvário! Antes da sua morte na cruz, o Senhor Jesus agonizou em intercessão por nós no jardim do Getsêmani, e fomos salvos. Em Isaías 59:16 já estava previsto que o Senhor não acharia quem o ajudasse a interceder, assim, Jesus lutou sozinho em parto de alma para gerar filhos espirituais. É o que está escrito em Isaías 66:8 "pois Sião, antes que lhe viessem as dores, deu à luz seus filhos". Ana agonizou em oração pedindo um filho, e, mesmo sendo ela uma mulher estéril, o milagre ocorreu, e o filho lhe foi dado por Deus (I Sm 1:9-18).


David Brainerd, jovem missionário enviado para pregar no terrível oeste americano, para os sanguinários índios peles-vermelha, morreu com apenas trinta e três anos de idade, tuberculoso, dentro de uma cisterna onde procurava se esconder da friagem, clamando: "Dá-me almas, senão eu morro". Após a sua morte ocorreu um fenômeno: - milhares de índios se converteram por toda parte!


Suzana Wesley, mesmo sendo mãe de dezenove filhos, orava cerca de uma hora por dia. Dois dos seus filhos juntos ganharam milhares de almas para Cristo. São eles João Wesley, o Pregador, e Carlos Wesley, o Poeta e Compositor, autor de mais de 1500 hinos!


João Oxtoby, orava com tal fervor que passou a ser conhecido como "Joãozinho da oração". O concílio da Igreja Metodista estava para tomar a decisão de fechar o campo missionário de Filey, uma vez que vários pregadores já haviam sido enviados e não estavam alcançando resultados. Joãozinho comovido pediu mais uma chance para aquele povo. O concílio decidiu atender. Como não havia nenhum obreiro disposto a ir, Joãozinho se apresentou e foi! Nas primeiras pregações nada ocorreu... Joãozinho então se embrenhou na mata e, em agonia de alma, orava, mais ou menos assim: "Não podes fazer de mim um palhaço! Eu disse aos crentes lá em Bridlington que tu vivificarias a tua obra, e agora é preciso que assim o faças. De outro modo nunca mais terei coragem de lhes mostrar o rosto... então o que dirá o povo sobre a oração e a fé..." Depois clamou: "Filey está conquistada! Filey está conquistada! E saiu cantando e clamando pelas ruas: "Voltai-vos para o Senhor e buscai a salvação". Milhares se converteram. - transcrito do Livro: Paixão Pelas Almas, de Oswald J. Smith.


John Hyde, conhecido como "O Homem que Orava", foi missionário na Índia. Inicialmente nas suas intercessões pedia a Deus que lhe desse a conversão de uma alma por dia. Deus ouviu e atendeu a sua oração. Passou, então, a solicitar duas almas por dia. Deus lhas deu. Aumentou o número para quatro! Milhares se converteram na Índia. Na sua biografia "O Homem Que Orava", é registrado que John Hyde orava com tamanha intensidade de alma, que uma certa feita, um seu companheiro de oração não suportou permanecer ao seu lado, porque um calor muito forte encheu todo o aposento...


No texto de Ezequiel 22:30 o Senhor diz que não achou intercessores, que se pusessem na brecha do muro e clamassem pelo povo. Esta falta ainda continua sendo sentida em muitas igrejas. Quando há intercessões, almas se convertem.

Há registros históricos de que "diversos membros da congregação de Jônatas Edwards haviam passado a noite inteira em oração, antes dele haver pregado o seu memorável sermão: "Os pecadores nas Mãos de Um Deus Irado". O Espírito Santo se derramou em catadupas tão poderosas, e Deus se manifestou de tal maneira, em santidade e majestade, durante a pregação daquele sermão, que os anciãos lançaram os braços em redor das colunas do templo clamando: "Senhor, salva-nos, que estamos caindo no inferno!" - transcrito do Livro: Paixão Pelas Almas, de Oswald J. Smith.


A base para o crescimento da igreja está na oração de intercessão. Aprouve a Deus estabelecer assim. Se queremos contemplar conversões precisamos semear na comunidade profundo amor e paixão pelas almas perdidas, e insistir neste mister até que, voluntariamente, comecemos a ver nas reuniões de oração da igreja lágrimas sendo vertidas em prol dos pecadores perdidos.

Não há fórmulas, métodos, ou estratégias mais eficazes para a conversão de pecadores, do que a fervorosa intercessão. A igreja precisa entrar em parto de alma para gerar os seus filhos espirituais.


2. A INTERCESSÃO PRECEDIDA PELA VISÃO PESSOAL DE DEUS


1. Deus não oculta nada a Abraão (18.17). Depois daquela conversação agradável, o Anjo do Senhor achou por bem revelar sua identidade, porque tinha a Abraão como amigo, e declara: “Ocultarei a Abraão o que faço?”

As razões para tal revelação eram fortes, pois havia um piano estabelecido e importante na história para esse homem.


2. Deus revela um segredo a Abraão (Gn 18.19). Além do Senhor ter declarado que não ocultaria nada ao seu amigo Abraão, revelou-lhe algo mais importante que o juízo contra Sodoma e Gomorra. Alguma coisa além da sua justa intervenção sobre aquelas cidades, e que envolvia a posteridade do velho patriarca. Algo que ele não veria com os olhos naturais, pois ultrapassava a fronteira do tempo, e, somente, poderia vislumbrar com os olhos da fé um povo numeroso, descendente de Isaque, a sua semente. E a Bíblia dá testemunho da sua fé (Hb 11.8-12).

Deus ainda revela segredos pessoais aos seus servos, dentro das dimensões da sua imutável Palavra. Ele não se contradiz. Por isso, é preciso ter cuidado com os falsos profetas, os quais extrapolam as Escrituras Sagradas e ensinam doutrinas e conceitos espúrios. Compare Números 12.6; 1 Samuel 315. Salmo25.12.


3. Deus revela à Abraão a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 18.20-22). Sodoma e Gomorra, além de outras pequenas cidades adjacentes, como Adama, Zeboim e Zoar foram condenadas à destruição, ao juízo divino por causa do pecado dos seus moradores. Eram, de fato, pocilgas de iniqüidade, e deviam ser eliminadas da presença de Deus.

O Senhor revelou a Abraão que “o clamor dessas cidades” havia subido diante dele e, por isso, Ele visitaria estes lugares com um terrível juízo de destruição sobre os seus habitantes. Abraão estava em Hebrom, edificada no monte, distante apenas poucos quilômetros destas cidades, as quais se situavam no vale.


III. A RAZÃO DA INTERCESSÃO DE ABRAÃO


1. O clamor de Sodoma e Gomorra (vs.20,21). A palavra “ela-. mor” significa grito de súplica ou protesto, queixa; brado, rogo, voz, O texto bíblico declara: “O clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado tanto”, ou “tem subido à presença de Deus”. Isto deixa transparecer que havia alguns justos que habitavam naquelas cidades. Por isso, o Senhor disse a Abraão: “Descerei e verei de fato o que tem praticado” (v.2l). A expressão tinha por objetivo mostrar à humanidade que aquelas cidades seriam um exemplo da severidade de Deus contra o pecado e os que o praticam.


2. A intercessão de Abraão (vs. 22-33). No início, da visita, três homens estiveram com Abraão. Agora, dois deles foram para Sodoma e Gomorra e o terceiro ficou com Abraão. Este terceiro homem era o próprio Senhor, conforme o texto declara: “Mas Abraão permaneceu ainda na presença do Senhor”. Que privilégio especial teve Abraão em estar diante do Senhor, dialogando com Ele sobre o futuro daquelas cidades.


3. Abraão questiona com Deus, acerca do juízo sobre Sodoma e Gomorra (vs.24-32), Abraão não duvidava do caráter moral de Deus, ao fazer este questionamento. Ele apenas não compreendia a questão cio juízo divino, envolvendo “o justo com o injusto” (v.23). Destruiria o Senhor o justo como injusto? Não! Havia algo mais sério nesta questão, e Abraão queria entender. Indiscutivelmente, Abraão tinha uma clara concepção sobre o caráter moral de Deus e, por isso, ele interroga: “Não fará justiça o Juiz de toda a terra”? (v.25). No mesmo versículo o próprio Abraão responde: “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio “.


IV. O PODER DA INTERCESSÃO


1. O intercessor tem consciência do seu papel sacerdotal. A Bíblia nos fala do ministério sacerdotal. No Antigo Testamento, a sua função era a de representar o povo diante de Deus, somente os da linhagem de Arão podiam exercê-lo. No Novo, ele tem um caráter individual e geral, cada crente é um sacerdote de Deus, conforme declara Pedro em sua epístola: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real” (1 Pe 2.9). E, ainda: “Também. vós mesmos.., sois edificados. ..para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pe 2.5).


2. O ministério da intercessão no Novo Testamento. No capítulo 17 do evangelho de João, como exemplo, temos a bela oração intercessória de Jesus, em prol dos seus discípulos. A obra da salvação foi completa no Calvário. Somente Ele pôde começá-la e concluí-la, perfeitamente (Is 53.1-12). Porém, como intercessor, seu ofício continua. Na cruz, como sacerdote do Altíssimo, ofereceu-se a si mesmo, para expiar a nossa culpa com o seu próprio sangue, e entrou no Céu, para interceder por todos.


a) A oração intercessória deve ser espontânea. Ainda que signifique uma batalha espiritual, porque lutamos contra as hostes satânicas, a oração não deve ser forçada, nem mecanizada. Ela deve brotar do coração como uma nascente de água que jorra da terra com toda a força. Não devemos interceder sem fé, sem acreditar no poder desse tipo de oração.


b) a oração intercessória deve ser feita com um coração disposto, sincero e consciente, perante o Senhor. Não se trata, como alguns pensam, de se expressar palavras bonitas e poéticas, sem uma disposição consciente do coração. E o tipo de oração que revela a sensibilidade para com as necessidades das outras pessoas. É um derramar da alma perante o Senhor (SI 42.2-4; 62.8)..


c) a oração intercessória é um ato em que o íntimo se revela, afetuosamente, em favor das pessoas. Esta afetuosidade na oração é o testemunho do Espírito contra o egoísmo.


V. A INTERCESSÃO DE CRISTO E DO ESPÍRITO SANTO.


(1) Jesus, no seu ministério terreno, orava pelos perdidos, os quais Ele viera buscar e salvar (Lc 19.10). Chorou, quebrantado, por causa da indiferença da cidade de Jerusalém (Lc 19.41). Orava pelos seus discípulos, tanto individualmente (ver Lc 22.32) como pelo grupo todo (Jo 17.6-26). Orou até por seus inimigos, quando pendurado na cruz (Lc 23.34).


(2) Um aspecto permanente do ministério atual de Cristo é o de interceder pelos crentes diante do trono de Deus (Rm 8.34; Hb 7.25; 9.24; ver 7.25 nota); João refere-se a Jesus como "um Advogado para com o Pai" (ver 1Jo 2.1 nota). A intercessão de Cristo é essencial à nossa salvação (cf. Is 53.12). Sem a sua graça, misericórdia e ajuda, que recebemos mediante a sua intercessão, nós nos desviaríamos de Deus e voltaríamos à escravidão do pecado.


(3) O Espírito Santo também está empenhado na intercessão. Paulo declara: "não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis" (Rm 8.26 nota). O Espírito Santo, através do espírito do crente, intercede "segundo Deus" (Rm 8.27). Portanto, Cristo intercede pelo crente, no céu, e o Espírito intercede dentro do crente, na terra.


VI. A INTERCESSÃO DO CRENTE.


A Bíblia refere-se constantemente às orações intercessórias do crente e registra numerosos exemplos de orações notáveis e poderosas.


(1) No AT, os líderes do povo de Deus, tais como os reis (1Cr 21.17; 2Cr 6.14-42), profetas (1Rs 18.41-45; Dn 9) e sacerdotes (Ed 9.5-15; Jl 1.13; 2.17,18), deviam ser exemplos na oração intercessória em prol da nação. Exemplos marcantes de intercessão no AT, são as orações de Abraão em favor de Ismael (Gn 17.18) e de Sodoma e Gomorra (Gn 18.23-32), as orações de Davi em favor de seus filhos (2Sm 12.16; 1Cr 29.19), e as de Jó em favor de seus filhos (Jó 1.5).


Na vida de Moisés, temos o exemplo supremo no AT, quanto ao poder da oração intercessória. Em várias ocasiões ele orou intensamente para Deus alterar a sua vontade, mesmo depois de o Senhor declarar-lhe aquilo que Ele já resolvera executar.

Por exemplo, quando os israelitas se rebelaram e se recusaram a entrar em Canaã, Deus falou a Moisés que iria destruí-los e fazer de Moisés uma nação maior (Nm 14.1-12). Moisés, então, levou o assunto ao Senhor em oração e implorou em favor dos israelitas (Nm 14.13-19); no fim da sua oração, Deus lhe disse: "Conforme à tua palavra, lhe perdoei" (Nm 14.20; ver também Êx 32.11-14; Nm 11.2; 12.13; 21.7; 27.5 ). Outros poderosos intercessores do AT são Elias (1Rs 18.21-26; Tg 5.16-18), Daniel (9.2-23) e Neemias (Ne 1.3-11).


(2) O NT apresenta mais exemplos, ainda, de orações intercessórias. Os evangelhos registram como os pais e outras pessoas intercediam com Jesus em favor dos seus entes queridos. Os pais rogavam a Jesus para que curasse seus filhos doentes (Mc 5.22-43; Jo 4.47-53); um grupo de mães pediu que Jesus abençoasse seus filhos (Mc 10.13). Certo homem de posição implorou, pedindo a cura de seu servo (Mt 8.6-13), e a mãe de Tiago e João intercedeu diante de Jesus em favor deles (Mt 20.20,21).


(3) A igreja do NT intercedia constantemente pelos fiéis. Por exemplo, a igreja de Jerusalém reuniu-se a fim de orar pela libertação de Pedro da prisão (At 12.5, 12). A igreja de Antioquia orou pelo êxito do ministério de Barnabé e de Paulo (At 13.3). Tiago ordena expressamente que os presbíteros da igreja orem pelos enfermos (Tg 5.14) e que todos os cristãos orem "uns pelos outros" (Tg 5.16; cf. Hb 13.18,19). Paulo vai mais além, e pede que se faça oração em favor de todos (1Tm 2.1-3).


(4) O apóstolo Paulo, quanto à intercessão, merece menção especial. Em muitas das suas epístolas, discorre a respeito das suas próprias orações em favor de várias igrejas e indivíduos (e.g., Rm 1.9,10; 2Co 13.7; Fp 1.4-11; Cl 1.3,9-12; 1Ts 1.2,3; 2Ts 1.11,12; 2Tm 1.3; Fm .4-6). Vez por outra fala das suas orações intercessórias (e.g., Ef 1.16-18; 3.14-19; 1Ts 3.11-13). Ao mesmo tempo, também pede as orações das igrejas por ele, pois sabe que somente através dessas orações é que o seu ministério terá plena eficácia (Rm 15.30-32; 2Co 1.11; Ef 6.18-20; Fp 1.19; Cl 4.3,4; 1Ts 5.25; 2Ts 3.1,2).


VII. PROPÓSITOS DA ORAÇÃO INTERCESSÓRIA.


Nas numerosas orações intercessórias da Bíblia, os santos de Deus intercediam para que Deus sustasse o seu juízo (Gn 18.23-32; Nm 14.13-19; Jl 2.17), que restaurasse o seu povo (Ne 1; Dn 9), que livrasse as pessoas do perigo (At 12.5,12; Rm 15.31), e que abençoasse o seu povo (Nm 6.24-26; 1Rs 18.41-45; Sl 122.6-8).


Os intercessores também oravam para que o poder do Espírito Santo viesse sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17), para que alguém fosse curado (1Rs 17.20-23; At 28.8; Tg 5.14-16), pelo perdão dos pecados (Ed 9.5-15; Dn 9; At 7.60), para Deus dar capacidade às pessoas investidas de autoridade para governarem bem (1Cr 29.19; 1Tm 1.1,2), pelo crescimento na vida cristã (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11), por pastores para que sejam capazes (2Tm 1.3-7), pela obra missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20), pela salvação do próximo (Rm 10.1) e para que os povos louvem a Deus (Sl 67.3-5). Qualquer coisa que a Bíblia revele como a perfeita vontade de Deus para o seu povo pode ser um motivo apropriado para a oração intercessória.


VIII. INTERCESSÃO NO MINISTÉRIO DE JESUS


Intercessão era uma das grandes marcas do ministério de Jesus. O capítulo 53 de Isaías descreve sua obra expiatória e conclui com este versículo: "Por isso eu lhe darei muitos como a sua parte e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores, contudo levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu."


Há quatro fatos registrados neste versículo a respeito de Jesus. Primeiro, ele derramou a sua alma na morte. Levítico 17.11 diz que a alma de toda carne esta no sangue, portanto Jesus derramou sua alma na morte quando derramou seu sangue. Segundo, ele foi contado com os transgressores; ele foi crucificado com os dois ladrões. Terceiro, levou sobre si o pecado de muitos; tornou-se a oferta pelo pecado por todos nós. Quarto, pelos transgressores intercedeu; isto ele fez na cruz quando disse: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem". Ele estava dizendo: "Que o juízo que eles merecem caia sobre mim", E assim foi.


Hebreus 7 fala de Jesus depois da sua morte, ressurreição e ascensão. Somos informados que Jesus é nosso sumo sacerdote à destra de Deus. Por ter um sacerdócio imutável que nunca passará dele, Jesus "pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 7:25).

Se fizermos um estudo da vida e ministério de Jesus, chegaremos a um contraste bem interessante: ele passou trinta anos na obscuridade, numa vida familiar perfeita; três anos e meio num dramático ministério público; e praticamente dois mil anos em intercessão, invisível aos olhos naturais. Desde que subiu aos céus, ele está intercedendo por nós diante do Pai


IX. QUALIFICAÇÕES DO INTERCESSOR


Concluindo, eu gostaria de dar quatro qualificações que vejo em todo verdadeiro intercessor.

Primeiro, um intercessor, como Abraão, precisa ter uma convicção absoluta da justiça de Deus: que Deus nunca trará sobre os justos o juízo que somente os ímpios merecem. Ao mesmo tempo, ele precisa ter uma visão cristalina da justiça absoluta e da inevitabilidade do juízo de Deus sobre os ímpios.


Segundo, ele precisa ter uma profunda preocupação com a glória de Deus, como Moisés que recusou duas vezes a oferta de Deus de fazer dele o originador do maior povo na terra. A glória de Deus lhe era mais importante do que sua reputação pessoal.


Terceiro, um intercessor precisa ter um relacionamento íntimo com Deus. Ele deve ser alguém que possa estar diante de Deus e falar com franqueza total, porém com reverência.


Quarto, um intercessor precisa demonstrar grande coragem pessoal. Ele deve estar preparado para arriscar sua própria vida, como Arão que desprezou o contágio da praga a fim de tomar sua posição entre os mortos e os vivos. Não existe um chamamento mais alto que o intercessor. Quando você se torna um intercessor, terá chegado ao trono. Você não será visto pelos homens, porque esta é uma posição invisível a eles, atrás do segundo véu; mas no reino de Deus sua vida terá valor no tempo e na eternidade.


O Brasil ainda não tem experimentado um avivamento autêntico, com uma soberana visitação do Espírito de Deus, tal como tem ocorrido em muitos outros países no passado e mesmo em tempos mais recentes. Nossa pátria precisa ver Jesus vivo no meio das igrejas! (Ap 1:12-20). Enquanto as nuvens escuras do juízo divino se ajuntam, enquanto a dissolução moral, social, econômica, e política vai aumentando, o Brasil precisa de uma coisa acima de tudo: Intercessores!


CONCLUSÃO


No episódio da intercessão de Abraão, por aquelas cidades, a resposta foi negativa. Nem sempre Deus responde as nossas orações, conforme desejamos e esperamos, porque a justiça divina não se baseia em meros sentimentos humanos.

Não importa quantas vezes oramos por dia, o ideal é andarmos com Deus. Note, porém, que andar com Deus não é orar. Também não é só dizer “oi Deus, estou aqui”. Orar é um momento especial de fortalecer o espírito, recebendo a vida de Deus, de ampliar as perspectivas de vida, de unir-se ao criador e de regozijar-se nele. Na vida não há maior experiência do que esta: promover um encontro com o nosso Pai celestial.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus


Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1995

Bíblia de Estudo Pentecostal

Lições bíblicas CPAD 1995

www.montesiao.pro.br

www.jesussite.com.br

www.google.com.br