1 de novembro de 2011

NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO



NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO

TEXTO ÁUREO - “E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação [...] E leu nela [...] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3).

VERDADE PRÁTICA - Somente o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.

INTRODUÇÃO

O AVIVAMENTO QUE VEM PELO ENSINO

Só o ensino genuíno da Palavra de Deus produz verdadeiro avivamento no meio da igreja local. Nos nossos dias, há uma onda de movimentos evangelísticos produzidos por ação humana com o objetivo de atrair multidões ávidas por novidades e modismos. Tais movimentos carecem da base fundamental e consistente, que é o ensino da Palavra de Deus.

Todos os verdadeiros avivamentos na história do povo de Israel e no seio da Igreja, ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram alicerçados na Palavra de Deus. Avivamentos sem a Palavra de Deus são apenas movimentos que passam com o tempo e não geram mudanças significativas na vida e no comportamento das pessoas envolvidas. O avivamento, no tempo de Neemias, teve a marca do ensino da Palavra de Deus.
Neemias, o líder da reconstrução, e Esdras, o sacerdote, eram homens que se dedicavam ao estudo da Palavra do Senhor. Ao reunirem o povo na praça principal da cidade, sem meios de transmissão da mensagem, deve ter sido uma tarefa extraordinária e dificil, mas eles o fizeram. Repassaram para o povo o conteúdo da lei do Senhor para a vida dos habitantes de Jerusalém. Eles não tinham preocupação com a oratória, nem com a retórica nem com a eloquência do discurso.

Simplesmente leram a palavra de modo didático, pausadamente, para que o povo entendesse o que Deus requeria dos que o serviam naquele momento crucial para a história de Israel após anos e anos de cativeiro em terra estranha. Diz o texto: “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio- dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Além da leitura, havia a explicação do significado de cada expressão. O povo entendeu, e como resultado, sobreveio poderoso avivamento no meio deles. Houve um quebrantamento verdadeiro, e não um simples remorso. Houve alegria, festa, e o povo se dispôs a trabalhar na reconstrução.


Um Verdadeiro Culto de Doutrina

Reunidos para ouvir a palavra. Diante do que Deus fizera através do esforço denodado dos israelitas, sob a liderança de Neemias, na edificação dos muros em redor do Templo, o povo sentiu necessidade de ter sua edificação espiritual também. Como foi dito anteriormente, não adiantaria um templo lindo com admirável beleza arquitetônica se o povo não tivesse o temor de Deus, um quebrantamento para adorar ao Senhor. Templo sem a presença de Deus é corpo sem alma, sem espírito.

O texto bíblico nos revela que houve uma fome e uma sede de ouvir a Palavra de Deus. “E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1). Ali, na praça principal, “diante da Porta das Águas”, iniciou-se um poderoso avivamento na história de Jerusalém.

O Templo construído, os muros restaurados. Os arautos tocavam suas trombetas convocando os habitantes de Jerusalém e cidades vizinhas para um grande evento no centro da cidade. Certamente a praça estava arborizada. Havia um cenário apropriado para a grande reunião festiva em que todo o povo se deslocou dos lugares onde habitavam para chegar ao centro de Jerusalém.

Não era para assistir a um show de grupos musicais nem ouvir um artista da época, mas o ajuntamento impressionante acontecera para que o povo ouvisse a Palavra de Deus. Se fosse hoje, aquele grande evento teria a cobertura de alguns órgãos da imprensa. “...o povo se ajuntou como um só homem.” Isso nos fala não só de reunião, mas de união e integração do povo de Israel, a fim de ouvir a Palavra de Deus.

Hoje, em algumas igrejas, há pouca participação dos membros nos cultos de ensino da Palavra de Deus. Reuniões de estudo da palavra são desprezadas por grande parte dos crentes, sobretudo dos mais jovens. No entanto, quando se anuncia a presença de um cantor famoso faltam lugares para os espectadores. Isso é sintoma de fastio da Palavra. É sintoma de doença espiritual de extrema gravidade. O crente que ama a Deus ama a sua Palavra. Disse o salmista:
“Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!”
(SI 119.97).

Esdras traz o livro da lei de Deus. O povo, sofrido, após anos de cativeiro, tinha sede de ouvir a Palavra de Deus (Am 8.11). Esdras, o escriba, levou o livro para a praça. Na verdade, era um grande rolo, provavelmente de pergaminho, que seria desenrolado pouco a pouco, à proporção que o sacerdote fizesse a leitura dos textos da lei (Ne 8.2). Não foi feita uma leitura rápida do livro. Esdras o leu, pausadamente, para que todo o povo entendesse bem o ensino que seria ministrado. Durante cerca de seis horas, das seis da manhã até ao meio-dia, foi feita a leitura do livro da lei.

O povo estava atento à leitura da palavra. “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Podemos imaginar o que estava acontecendo, enquanto Esdras lia o livro da lei. Homens, mulheres, adultos e jovens, todos voltados em direção ao púlpito, ouvindo com muita atenção cada palavra que era lida perante todos.

O sacerdote-escriba estava de pé, sobre um púlpito de madeira, para melhor se fazer ouvir pelo povo. A seu lado, à direita, estavam homens de confiança, líderes auxiliares, que compunham “o ministério local” (Ne 8.4). Vale a pena lembrar que a leitura e explicação dos textos do livro duraram sete dias, durante seis horas por dia (Ne 8.3,18).

O clima era de reverência, de respeito e atenção à Palavra de Deus. As pessoas não ficavam andando de um lado para o outro, nem conversando distraídas. Todos queriam ouvir e entender a mensagem de Esdras. Quando Esdras abriu o livro, todo o povo se pôs em pé em reverência à leitura da Palavra de Deus (Ne 8.5). Certamente esse é um fundamento bíblico para o saudável hábito de se colocar de pé quando é lida Palavra de Deus. Esse deve ser o comportamento dos crentes em Jesus nas igrejas locais. Alguém pode escutar, mas não ouvir a leitura da Palavra e sua explicação por estar desatento durante a ministração.

O Povo Adorou a Deus

Um culto avivado. Culto de doutrina sem adoração não atende aos requisitos do verdadeiro culto a Deus. Cultuar significa adorar. Por ocasião da leitura do livro da Lei, o escriba louvou a Deus e foi correspondido pelo povo que o acompanhou na adoração a Deus com júbilo e louvor, cantando e se expressando com decência e ordem (1 Co 14.40).

Diz o texto: “E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! —, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra” (Ne 8.6). À proporção que a palavra era ministrada, o povo se enchia de júbilo e de satisfação. Vendo a alegria da multidão, ali, em pé, em plena praça, atenta, dando ouvido à ministração da Palavra de Deus, Esdras louvou ao Senhor. E o fez com brados de “Amém!”, “Amém!”, enquanto levantavam as mãos para o alto.

Sem dúvida, dá para imaginar um espetáculo de rara beleza plástica, como uma coreografia santa no levantar das mãos em glorificação a Deus. Muitas pessoas foram de todas as cidades, e não apenas os habitantes de Jerusalém. Provavelmente, para que o povo ficasse durante seis horas “desde a alva até ao meio-dia” (Ne 8.3), a reunião não foi monótona como ocorre em muitos cultos em que o povo dorme de tédio ou de apatia durante uma mensagem sem graça e sem unção. Podemos crer que houve, de fato, um culto de doutrina pleno de avivamento e glorificação intensa.

Com o rosto em terra. O povo de Deus é o único que dá glória ao seu nome. É um dever glorificar a Deus. Bater palmas é uma opção adotada em algumas igrejas. Mas dar glória a Deus é uma obrigação, um dever: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade. Além de louvar, o texto diz: “e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra... E no seu templo cada um diz: Glória!” (Sl 29.2,9).

Estátuas não adoram a Deus. Os que participavam daquele culto avivado de doutrina demonstraram a sua alegria e a sua reverência, inclinando-se diante do altar de Deus “com o rosto em terra”. Poder- se-á indagar: Para que isso? Para que esse gesto estranho de se colocar o rosto em terra? Não era um modismo, contudo uma maneira de se expressar comum adoração a Deus ante a sua majestade e poder.

O povo de Israel, em suas jornadas, sempre expressou reverência e adoração, curvando-se diante do Senhor, inclusive com o rosto em terra. “E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre” (2 Cr 7.3; ver 2 Cr 20.18; Lc 17.16). Diante do fogo e da glória do Senhor, quem pode permanecer de pé? Deve-se entender que orar “com o rosto em terra” não é uma doutrina, nem uma obrigação. É algo que pode ser feito com decência e ordem, respeitando-se à liturgia e à liderança da reunião e da igreja local.

Devemos observar, no texto em apreço, que não havia qualquer exagero ou descontrole nas expressões corporais dos adoradores. Hoje há um verdadeiro abuso em determinadas reuniões. Existem pessoas que confundem o espiritual com o emocional, chegando às raias do irracional. Em determinadas igrejas, principalmente as neopentecostais, acontecem verdadeiros absurdos, como pessoas correndo dentro das igrejas, pulando descontroladamente, sapateando, quem sabe até se contorcendo e se dizendo cheias do poder de Deus.

Muitas, na verdade, estão se exibindo, buscando chamar a atenção para si. Isso não glorifica nem bendiz ao Senhor (Si 103.1), é puro emocionalismo. Não se deve ficar como “uma estátua de sal” no momento do louvor, as mãos podem ser levantadas, talvez em algumas ocasiões até se prostrar com o rosto no chão em razão do poder que está sendo derramado sobre todos, mas não se deve cair no descontrole dos gestos e das emoções.

Quem não ouviu falar na “unção do riso”, que pessoas passavam a rir de forma estranha e sem controle? Muitas, às gargalhadas, saiam correndo e pulando. Em um determinado vídeo pude observar que um homem, sob efeito de sugestão emocional, corre e pula sobre o púlpito! Isso é espiritual? À luz da Bíblia, certamente não. Esse movimento foi desmascarado por alguns de seus fundadores, que relataram o clima da manipulação psicológica que dominava tais expressões de falsa espiritualidade.

O Ensino Base para o Avivamento

Na época do rei Josafá, houve um grande avivamento em Israel. Essa renovação começou com a retirada dos ídolos, seguindo-se um grande mutirão de ensino em todo o país (2 Cr 17.7-9). Com a liderança de Neemias não foi diferente. O avivamento fundamentou-se no ensino da Palavra de Deus.

Homens preparados para o ensino. “E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaias, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto” (Ne 8.7). Eram treze ensinadores ou instrutores designados para ministrar o ensino nas diversas cidades, além dos levitas, que eram sacerdotes auxiliares junto ao Templo.

Havia naquela época, muitas pessoas preparadas para ensinar o povo. Esdras construiu o Templo; Neemias liderou a restauração dos muros. Era a prioridade visível. Sem muros, o Templo não funcionaria bem por causa dos inimigos que sempre assaltavam a cidade.

A fim de que haja ensino, é desejável e necessário que se tenha um ambiente apropriado com o mínimo de infra-estrutura. Como há via ulna estrutura adequada, Neemias convocou Esdras para estar ao seu lado dirigindo o ensino da Palavra com a ajuda de homens preparados para a grande missão de ensinar o povo. Eles “ensinavam o povo na Lei”, ou seja, no PentateucO ou na Torah, a lei de Deus.

Exemplo para as igrejas. É um ótimo exemplo para as igrejas nos dias presentes, pois, hoje, há muitos pregadores, preletores e cantores, mas faltam ensinadores, pessoas dedicadas ao ensino da Palavra. A princípio, todo líder ou pastor deve ser apto ao ensino. Paulo declara: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.2).

Contudo, existem pessoas na igreja que têm mais habilidade concedida por Deus para se dedicar ao ensino. “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7). É importante que nas igrejas sejam promovidos seminários, cursos e outros eventos que tenham como objetivo preparar homens e mulheres capacitados para ensinar. Os desafios ao bom ensino hoje são maiores do que no tempo de Neemias,

As igrejas locais estão repletas de membros jovens e estudantes, que trazem questionamentos complexos para as igrejas, e, na maioria das vezes, não encontram respostas adequadas. Imaginemos o que dirão alguns homens de Deus se forem questionados sobre transexualidade ou transgenitalídade.

O que ensinar, à luz da Bíblia, sobre gravidez substituta ou “barriga de aluguel”? Sobre células-tronco e outros temas polêmicos? Nenhum obreiro é obrigado a ser especialista nesses assuntos da bioética. E o que dizer acerca do que os crentes acompanham na internet? Talvez seja até pior do que o que veem na televisão. Para tanto, é necessário que haja ensino sobre tais temas a fim de que a igreja seja fortalecida na fé.

O Entendimento da Palavra Gerou o Avivamento

“E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9).

O ensino significativo. “E leram o livro, na Lei de Deus, e 4cla- rando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse?’ (Ne 8.8). O ponto fundamental que provocou o avivamento no coração do povo foi o fato de os ensinadores ou mestres terem tido o interesse, o cuidado e a paciência de não só lerem o livro, mas traduzirem as palavras diante do povo, “declarando e explicando” cada texto exposto. Eles não tinham pressa em simplesmente cumprir uma obrigação. Tinham zelo em fazer o povo apreender o conteúdo ensinado.

Segundo estudiosos, uma parte do povo que viera do cativeiro não falava nem entendia o hebraico. Falavam aramaico. Assim, os ensinadores e os levitas liam em hebraico e faziam a tradução para a língua do povo. Era um exercício edificante, de homilética, exegese e de hermenêutica ao mesmo tempo. A mensagem era lida, ensinada e aplicada à realidade vivenciada pelos que a ouviam.

O ensino provocou quebrantamento. “E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9). Que exemplo! Neemias era o “tirsata” ou o governador, Esdras o escriba e sacerdote. Ambos estavam a postos coordenando toda a atividade do ensino, durante uma semana, seis horas por dia, incansavelmente!

A compreensão do que fora ensinado provocou lágrimas sinceras que partiam do íntimo das pessoas comovidas com a mensagem que no cativeiro não tiveram oportunidade de ouvir. Isso é exatamente o que acontece ao pecador quando dá crédito à Palavra de Deus. No mundo, no cativeiro espiritual, jamais podem ouvir e entender a Palavra de Deus. Ali, no meio da praça de Jerusalém, ocorria uma das maiores conferências bíblicas e teológicas de que se tem conhecimento.
Hoje, compreende-se a reunião de grandes multidões, pois há espaços adequados em grandes auditórios climatizados, centros de convenções, equipamentos de som e imagem que prendem a atenção de um grande público.

No entanto, na época de Neemias, uma multidão, desde as primeiras horas do dia até o meio-dia se dispõe a ouvir não um grande preletor de fama nacional ou internacional, nem um grande cantor ou cantora. Estavam ali atentos para ouvir a Palavra de Deus. Jesus disse: “Antes, bemaveflturad0s os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lc 11.28). Eles tinham fome e sede da Palavra.

Alguns trechos da lei que eram lidos para o povo continham terríveis condenações de Deus ao pecado da desobediência. Ao serem lidos, provocaram grande temor e tremor nos corações. Não era simplesmente emoção mas quebrantamento sincero. As lágrimas do povo revelavam profunda tristeza pelos pecados cometidos. As explicações de Esdras, de Neemias, dos demais instrutores e dos levitas calavam fundo na alma dos ouvintes. A Bíblia diz: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co
7.10; Jo 16.20).

A Alegria do Senhor É a Força dos Salvos

“Comei as gorduras, e bebei as doçuras” (Ne 8.1Oa). Certamente, no final da grande reunião, no último dia da ministraçãO da palavra, o povo estava no auge de suas emoções ao ouvir e entender o ensino. Sua alma estava saciada com as porções espirituais que lhe foram ministradas ao longo daquela grande conferência bíblica. A Bíblia diz: “Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida” (Jó 34.3).

Após um grande banquete espiritual com o alimento da Palavra, Neemias disse ao povo que fosse comer as gorduras e beber as doçuras. Provavelmente, fosse um convite a um banquete literal de comida típica daquela época. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “os judeus gostavam muito de alimentos preparados com bastante gordura e bebidas bem doces. Muitos dos vinhos antigos eram fervidos e concentrados até ficarem doces e espessos, como mel ou geleias. Tinham que ser bem diluídos para serem consumidos”.

“E enviai porções aos que nada têm preparado para si” (Ne 8.10b). O povo judeu em seus dias de vitória tinha o costume de promover grandes festas com muita comida, bebida, e também tinha o hábito de enviar presentes aos seus concidadãos numa expressão de alegria e generosidade. No livro de Ester, temos exemplo dessa prática festiva.

 Quando os judeus derrotaram seus inimigos no tempo da rainha Ester, houve grandes manifestações de festas em todos os lugares: “... como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria e de luto em dia de folguedo; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria e de mandarem presentes uns aos outros e dádivas aos pobres” (Et 9.22).

Na época de Neemias não poderia ser diferente, e até com muito mais razão. O povo experimentara 70 anos de cativeiro. Após sua libertação, puderam ver a mão de Deus operando em seu favor, usando reis, exércitos e muitos outros homens. A alegria era indizível, O líder exortou-os a se alegrarem, mas sem egoísmo e individualismo.

Talvez houvesse alguém que não tivera a oportunidade de participar das solenidades santas e de ouvir a leitura e a explicação da lei do Senhor. Havia pobres entre os seus irmãos. E, numa demonstração de amor generoso, foram exortados a enviar-lhes porções das iguarias de sua festa. A fé salvífica é também fé compassiva. Tiago declara que a fé sem as obras é morta (Tg 2.20).

“A alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10 c). O povo estava desfrutando enorme alegria. Havia um clima de festa espiritual e também de festa nacional. E toda aquela alegria era resultado do avivamento genuíno provocado pela exposição da Palavra de Deus. Na realidade, era alegria vinda de cima do céu, da parte de Deus. Era “a alegria do Senhor!” Não era euforia humana de origem puramente emocional. As emoções não podem ser excluídas da manifestação de alegria, pois fazem parte de nosso ser. Quando no meio da igreja local o Espírito Santo opera tocando no coração dos adoradores, é possível se ouvir “um som, como de um vento veemente e impetuoso”, enchendo o ambiente (At 2.2).

Uma festa santa. A “alegria do Senhor” produz força na vida do crente fiel. Essa força é indispensável para uma vida vitoriosa contra os três inimigos da fé: a carne, o mundo e o Diabo. Paulo ensina:

“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). O crente fiel só pode ser forte se for cheio da alegria do Senhor, pois ela é a sua força. E para estar “no Senhor”, é necessário ter comunhão com Ele (2 Co 5.17).

Quanto mais alegre for o crente “no Senhor”, mais forte ele será. Na igreja local nunca se vê um crente alegre se desviar, causar dissensões ou divisões. Normalmente são os amargos e insatisfeitos que provocam rebeliões. Por isso, é indispensável que se busque desenvolver um clima de alegria espiritual. Não confunda a “alegria do Senhor” com os falsos avivamentos.


Ao que parece, no meio da multidão sobressaía-se o choro de alegria misturado com o pranto de arrependimento. Havia um clamor em voz alta na adoração, na confissão de pecados e no quebrantamento. Desse modo, os levitas procuraram acalmar o povo, dizendo:

“Calai-vos, porque este dia é santo; por isso, não vos entristeçais” (Ne 8.11). Em seguida, o povo atendeu à exortação de Neemias e foi “a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber” (Ne 8.12).

A demorada exposição da Palavra de Deus, em plena praça de Jerusalém, terminou numa grande celebração, numa verdadeira “festa santa” como proclamou Isaías: “Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquela que sai tocando pífano, para vir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel” (Is 30.29 — grifo nosso).
Somente após o ensino ter sido ministrado na praça de Jerusalém, foi que irrompeu um dos maiores avivamentos da história bíblica. O povo se alegrou com o Templo construído sob a liderança de Esdras. Ele jubilou com a restauração dos muros sob a direção de Neemias, mas o aviamento chegou quando todos ouviram e entenderam a mensagem da Palavra de Deus.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro de Neemias – Integridade e Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato


27 de outubro de 2011

A CONSPIRAÇÃO DOS INIMIGOS CONTRA NEEMIAS



A CONSPIRAÇÃO DOS INIMIGOS CONTRA NEEMIAS – Ev. José Costa Junior


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

                O assunto desta lição diz respeito aos eventos ocorridos pós exílio. Não penso que seja demais fazermos uma breve cronologia dos fatos próximos, que antecederam o assunto em tela, para uma melhor visualização do professor, quanto ao cenário de que iremos tratar.

QUADRO CRONOLÓGICO DO PÓS EXÍLIO


 
O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão do que trata a lição; A CONSPIRAÇÃO DOS INIMIGOS CONTRA NEEMIAS. O objetivo não é apenas a construção do fato histórico, mas fazer algumas reflexões sobre tais fatos, produzindo paralelos devocionais e trazendo ao professor da EBD elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

            A FALSIDADE DOS ADVERSÁRIOS

            Quando a tentativa de ridicularizar mostrou-se ineficaz, os adversários da construção atacaram de outra forma: tentaram conquistar a amizade de Neemias, oferecendo também o seu apoio à reconstrução. Na verdade, havia um plano para assassinar Neemias. Os protagonistas da conspiração foram Sambalate e Gesém, que pediram para o governador encontrá-los em uma planície conhecida pelo nome de Ono (Kafr' Anã), cerca de dezesseis quilômetros a leste de Jope. Por cinco vezes eles entraram em contato com Neemias. Na quinta vez o contato foi feito por um documento oficial, onde Sambalate, o grande adversário de Neemias,  acusava o governador de manter em oculto ambições reais e que, no devido tempo, proclamaria sua independência de Artaxerxes (Ne 6: 5-7). Na carta, Sambalate deixou transparecer que não revelaria estas coisas ao rei da Pérsia se, em troca, Neemias se dispusesse a encontrá-los para algumas negociações.
           

Neemias imediatamente rejeitou a proposta, que seria uma maneira de afastá-lo da cidade para ser sumariamente executado. A resposta sábia de Neemias: “ Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco? (Ne 6:3) nos faz refletir sobre o quão necessário é que o povo de DEUS esteja atento para as ciladas de Satanás, nosso cruel adversário. Devemos buscar conhecimento, agirmos com sabedoria e suplicarmos de DEUS o discernimento espiritual para interpretarmos cada situação que se apresenta diante de nós, no intuito de tomarmos a melhor decisão, tal qual Neemias. Buscar o conhecimento não é uma tarefa difícil, pois hoje se tem uma gama enorme de informações disponíveis para consulta, quer em livros publicados, quer pela internet nos sítios de busca e em outros variados meios. A sabedoria não é necessariamente o acúmulo de conhecimentos e sim, a aplicação prática dos mesmos. Como exemplo, pode-se verificar a quantidade de pessoas que tem o pleno conhecimento dos malefícios do cigarro e, mesmo assim, fumam copiosamente.


Aplicar conhecimentos na vida prática de sorte que se viva bem, é sinal de sabedoria. Os anos vividos e as experiências adquiridas com os mesmos são fontes onde se pode sorver conhecimento para aplicação nas circunstâncias da vida. Por isso a sabedoria dos cabelos brancos, em muitas vezes, se faz mais adequada do que o conhecimento juvenil. Agora como resolver se o assunto for de cunho espiritual? Como discernir uma discórdia entre dois irmãos? Será apenas a manifestação pura e simples de inveja, orgulho ou soberba de um deles ou uma seta inflamada do inimigo para que haja um dano coletivo de dimensões não previstas?

Só a graça do SENHOR, habilitando seus servos com discernimento espiritual, para perceber tais cenários e agir sob a orientação do ESPÍRITO SANTO, não permitindo que nada venha atrapalhar a obra do SENHOR.
           

“Não poderei descer...”Temos visto autoridades religiosas, porta vozes da moral, homens que afirmam ser seguidores de JESUS, cair em desgraça perante os olhos de DEUS e dos homens, descendo, a passos largos, ao “Vale de Ono”. Temos assistido, pelos noticiários, as mais variadas falcatruas com o dinheiro público e, para nossa tristeza, envolvimento de pastores evangélicos. Pior que tudo, temos visto o evangelho de JESUS CRISTO torcido e pervertido por falsos mestres, de modo que se acomode a moralidades destrutivas e ao comportamento secularizado de nossos tempos. Eu lhe pergunto: se não fosse um crente, o que você pensaria dos líderes evangélicos hoje?


As sequelas tem sido devastadoras. Mesmo ministérios íntegros estão agora sendo vistos com desconfiança. Atacar o irmão ou esmagar a irmã é a moda agora. Todo mundo é um alvo legítimo. Talvez a dimensão mais triste seja a de todas as vidas inocentes que cercavam aqueles que caíram e fracassaram tão escandalosamente. Estou pensando em congregações inteiras que precisam continuar, após descobrirem que seu ministro vivia enganosamente em imoralidades. E o que dizer do cônjuge e filhos que têm de apanhar os cacos por causa do descuido egoísta de seu marido e pai? Temos que ter a plena consciência de que ninguém é imune à tentação.  Aqueles que julgam estar em pé precisam cuidar continuamente para não cair. Temos que despertar a igreja para a necessidade de restaurar o respeito pelo ministério. Para isso, nós obreiros temos que primar pela pureza do mesmo. Não negociar com o pecado.


Fazer o que é certo e não o que dá certo.  Algumas denominações estão negociando com o pecado. Em seus esforços de promoverem a justiça social e serem socialmente relevantes, têm se prostrado à versão do homossexualismo idealizada pelo Maligno. Elas têm incentivado uma falsa compaixão que, em nome do amor, dá sua aprovação “cristã” a todos os tipos de maldade moral, inclusive a sodomia. Como a igreja de Tiatira, elas levam o servo de DEUS para o mau caminho, ensinando-os a cometerem imoralidades (Ap 2:20-29).

Muitas das igrejas pro gay são presididas por pastores descontrolados em seus apetites sexuais. Eles abusam de sua autoridade usando suas ovelhas para satisfazer a própria sensualidade. Há igrejas hoje onde prevalece a imoralidade sexual, sobre as quais o julgamento de DEUS será grave. Em sua santidade, o SENHOR não vai tolerar falsos ensinos e líderes abusivos que promovem a perversão sexual, inclusive as práticas homossexuais.




            SUBORNO E FALSA PROFECIA


            Um homem chamado Semaías, filho de Delaías, o quinto a ser alugado por Tobias e Sambalate, suplicou a Neemias que buscasse refúgio e proteção no templo, a fim de guardar sua vida contra alguns assassinos que tencionavam matá-lo (Ne 6:10-14). Neemias compreendeu que tal demonstração de covardia repercutiria negativamente entre o povo e, logo em seguida, baixaria sensivelmente o moral dos trabalhadores, além desacreditá-lo diante da nação. Por isso, Neemias não aceitou aquele conselho mortífero e, como homem de DEUS, lançou-se perante a face do SENHOR, buscando nELE refúgio e proteção.


            Ainda temos hoje, em algumas igrejas, o entendimento equivocado sobre a mensagem profética. Quanto à autoridade da mesma , sabemos que não é igual a das Escrituras Sagradas e, por consequência, não pode ser considerada “palavras de DEUS”. Segundo Bruce Yocum, autor pentecostal, “a profecia pode ser impura – nossos pensamentos ou ideias podem misturar-se a mensagem que recebemos – quer recebamos diretamente as palavras, quer recebamos só uma noção de mensagem”. Devemos dizer que, na prática, muita confusão resulta no costume de prefaciar profecias com frases veterotestamentárias tipo “…assim diz o SENHOR”, “eis que vos falo”, “EU SOU o DEUS que falo contigo”, “MEU servo…”, frases jamais proferidas por nenhum profeta do Novo Testamento.


 Isto é desastroso porque dá a impressão de que as palavras que se seguem são as palavras do próprio DEUS, enquanto o Novo Testamento não justifica tal posição. DEUS traz a mente algo que deva ser relatado a igreja e o ESPÍRITO SANTO faz com que ecoe com o máximo de poder no coração dos que precisam ouvir, sem a necessidade de revestir tais palavras com a autoridade que elas não tem. Relatar com suas palavras algo que DEUS lhe trouxe de maneira espontânea à mente não equivale à Palavra de DEUS, em autoridade. Não obstante a isso, por vezes, identifica-se de “profeta” ou “profetiza” alguns irmãos/irmãs e, muitas vezes, a congregação atribui tamanha autoridade que se assemelha a dos profetas do Antigo Testamento.



Acabam se tornando autoridades correspondentes ou superiores aos próprios pastores da igreja. Logo são vencidos pela tentação de manipular pessoas e situações, mentindo em nome de DEUS. Quando se chega a esta situação, compreendemos que houve vários erros coletivos. Errou o pastor por não instruir a igreja sobre este dom e sua dimensão, não exercendo a disciplina no momento adequado. Errou a igreja por alimentar esta áurea mística de “profeta” e errou o irmão que possui o dom por pecar quando manipula, mente e fala por si mesmo e não como um vaso de DEUS. O verdadeiro servo que tem o dom de profecia é profundamente fiel a DEUS e comprometido com a instrução divina.
Ele não é tão somente um profundo conhecedor dessas instruções, como também é um praticante da fé. Não tem nada a ver com a promoção pessoal, difusão de ideias particulares e habilidade para se comunicar. A vocação não depende de habilidades pessoais, mas do dom DIVINO.


            A CONCLUSÃO DA OBRA


            Passaram apenas cinquenta e dois dias e as paredes foram terminadas. O curso e extensão da área urbana não podem ser determinados hoje, em virtude da inacessibilidade arqueológica. Porém, o quadro que o livro de Neemias apresenta da cidade de Jerusalém sugere que era bem menor do que a Jerusalém anterior ao cativeiro. Somente depois que os macabeus alargaram-na, no segundo século a.C., pode-se dizer que a cidade chegou às dimensões de seus tempos antigos. Apesar de tudo, o término da reconstrução das muralhas de Jerusalém frustraram as perversas intenções dos inimigos de Judá, os quais puderam constatar que a mão de DEUS estivera em todo aquele negócio (Ne 6:16).


CONCLUSÃO


Concluindo, espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em tão fascinante tema e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada ao SENHOR JESUS. 

Ev. José Costa Junior

18 de outubro de 2011

COMO ENFRENTAR A OP0SIÇAO À OBRA DE DEUS?

COMO ENFRENTAR A OP0SIÇAO À OBRA DE DEUS?

TEXTO ÁUREO = “Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles(Ne 4.9).

VERDADE PRÁTICA = Não devemos nos amedrontar com os que se opõem à obra de Deus, porque o Senhor está conosco e por nós batalha.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Neemias 4.1-9.

INTRODUÇÃO

Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles. ( Ne 4.6)

A oposição aos homens de Deus é comum em qualquer igreja local. É preciso oração e sabedoria para enfrentá-la. Jamais haverá, na face da terra, um líder que faça a vontade de Deus sem despertar opositores ao seu ministério. Isso porque nem Jesus Cristo, o maior dos lideres, agradou a todos. Os “Sambalates” da vida estão em todas as igrejas locais.

O homem de Deus pode realizar grandes obras. Pode esforçar-se pelo Reino de Deus e desgastar-se trabalhando pela Igreja do Senhor Jesus, mas sempre haverá o grupo de opositores sob a liderança de algum “Tobias” ou “Gesém” que procurará prejudicar sua liderança. Entretanto, como aconteceu com Neemias, Deus dá sabedoria, graça e unção, a fim de conduzir-se diante da igreja local e neutralizar a ação dos opositores.

Ninguém pode igualar-se ao nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo no que diz respeito ao desenvolvimento de seu ministério, realizações, obras extraordinárias demonstradas em salvação, curas, libertação e até ssurreiçã0 de mortos. Tudo o que Ele fez foi admirável, sobrenatural e impactante à luz de todas as realizações conhecidas na face da terra. No entanto, a oposição contra Jesus foi de caráter terrível. Como se não bastasse a antipatia de alguns homens, havia também a oposição espiritual. Mas Ele soube enfrentá-las, consciente de sua missão.

No caso de Neemias, no período da restauração dos muros de Jerusalém, portou-se como verdadeiro líder. Um administrador digno de ser referência para os obreiros do Senhor em todos os tempos e lugares. Não se deixou vencer pelas críticas, mas suportou bravamente todos os embates dos seus opositores. Não foi levado pela tentação do poder ou da fama. Neemias trabalhou com ousadia, humildade, determinação e fé.

Os inimigos de Neemias parecem com as pessoas que jamais se juntam aos homens de Deus, mas são usados pelo maligno para inquietar, dificultar e desanimar os que estão à frente da obra do Senhor. Contudo, vamos refletir sobre o exemplo do líder da reedificação de Jerusalém, buscando inspiração para o nosso trabalho na igreja do Senhor.

Oposição Ferrenha

A ira dos adversários. “E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito...” (Ne 4.1). Como vimos no comentário anterior, Sambalate era o líder da oposição a Neemias. Tinha um cargo importante em Samaria. Os samaritanos, historicamente, sempre foram adversários dos judeus.  A princípio, ele e seus comparsas usaram táticas intimidatórias para dissuadir os servos de Deus de continuarem a obra da reconstrução dos muros. Que estratégias eles usaram?

Insinuaram rebelião. Mesmo com todo o cuidado e a prudência de Neemias em manter o silêncio a respeito de seus planos, os inimigos tomaram conhecimento de que uma grande obra estaria para começar em defesa do remanescente de Israel que voltara do cativeiro babilônico. A oposição começou logo. “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o arábio, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?” (Ne 2.19).

A questão levantada pelos opositores era muito grave. Estariam os judeus tentando rebelar-se contra o rei da Pérsia? Sem informar- se a respeito da autoridade concedida ao servo de Deus, o adversário levantou-se com força usando a insinuação caluniosa a fim de intimidar o líder e seus liderados. Naquele tempo, quando um povo dominado por uma nação ou um império se rebelava, o castigo era terrível, o dominador enviava seus exércitos e arrasava a cidade e destruia o seu povo, não deixando pedra sobre pedra. Os líderes da rebelião eram mortos, degolados, enforcados ou esquartejados publicamente.

A ira dos adversários era violenta. Sambalate vociferava contra os edificadores. “E falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-se-1hes-á isso? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas?” (Ne 4.2). Os inimigos ficaram felizes ao verem “os montões de pó e as pedras que foram queimadas”. Na reverberação de Sambalate pode-se ter uma ideia rápida de corno se encontravam as ruínas das muralhas de Jerusalém.

Qual a causa da ira dos inimigos de Israel? Muitas, sem dúvida. Mas a principal, certamente, era a inveja. Ficaram admirados como em tão pouco tempo os muros e as portas da cidade foram sendo restauradas! Os judeus eram um pequeno número, mas demonstraram uma união visível que chamou a atenção. Eles viram a competência e a capacidade administrativa de Neemias e seus companheiros, logo arderam em ira e inveja.

A resposta à insinuação caluniosa. Neemias não se intimidou. Tinha consciência de que não estava conspirando contra a autoridade de Artaxerxes. Muito pelo contrário, tinha em mãos cartas e credenciais para promover a reconstrução dos muros de sua cidade natal, a terra de seus pais.
Soube responder de forma precisa à insinuação mentirosa. “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos...” (Ne 2.20).

Normalmente, nas igrejas, quando surgem calúnias contra a liderança ou contra algum membro, temos a tendência de apenas orar e deixar as coisas acontecerem. Mas em muitos casos é necessária uma resposta firme e enérgica. Confiar em Deus é indispensável; orar é preciso, entretanto faz-se necessário confrontar o difamador a fim de que ele assuma a responsabilidade pela sua calúnia ou difamação.

Temos consciência de que nas igrejas locais as pessoas que cometem adultério, fornicam e roubam são disciplinadas, mas não é comum vermos a disciplina aos “Sambalates” quando caluniam prejudicando os líderes ou os membros da congregação. Serão dois pesos e duas medidas?

A Crítica dos Adversários

Além de expressar publicamente a sua indignação contra os edificadores dos muros de Jerusalém, os adversários usaram a arma da crítica e da zombaria contra eles, e, em especial, contra Neemías, a fim de provocar um clima de abatimento entre os que queriam trabalhar.

Sambalate “...escarneceu dos judeus” (Ne 4.1). Além de Sambalate, outro inimigo declarado expressou sua maldade. “E estava com ele Tobias, o amonita, e disse: Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra” (Ne 4.3). Há um provérbio antigo que diz: “Iguais com iguais facilmente se congregam”. Tobias e Sambalate eram da mesma estirpe. Juntamente com Gesém, uniram-se para prejudicar o trabalho do homem de Deus e dos que queriam trabalhar ao seu lado.

O conteúdo das críticas. Sambalate ficou furioso com o sucesso dos edificadores. “E falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isso? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas?” (Ne 4.2).

1) Desprezo. “...que fazem esses fracos judeus?” Dava ideia de fraqueza entre os judeus. Os edificadores estavam por demais ocupados na obra, mas suas famílias circulavam pela cidade e ouviam as críticas dos adversários. Poderiam temer pelo êxito da construção. Isso ainda acontece hoje. Há pessoas que menosprezam o trabalho dos que se esforçam pela obra do Senhor. Contudo a Bíblia tem palavras de ânimo para os edificadores do Reino de Deus. Jesus disse a Paulo:


“A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo” (2 Co 12.9). O profeta Joel teve a percepção correta diante da fraqueza: “Forjai espadas das vossas enxadas e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte” (JI 3.10).

Quando o crente, obreiro ou leigo, se julga forte em si mesmo, em seu orgulho pessoal, não tem o poder e o apoio de Deus em sua vida e nos seus projetos. Muitos grandes ministérios, de fama nacional ou internacional, fracassaram por causa da “fortaleza” de seus líderes fundamentada no dinheiro e na fama (Tg 4.6). No entanto, quando o servo ou a serva de Deus considera-se fraco em si mesmo, e confia em Deus, pode declarar: “Diga o fraco: eu sou forte”. Outra extraordinária promessa para os que se consideram fracos ou são humilhados diante do inimigo é: “Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as Vossas mãos, porque a vossa obra tem uma recompensa” (2 Cr 15.7).

2) Escarnecimento. “Ainda que edifiquem, vindo uma raposa derrubará facilmente o seu muro de pedras...” Os adversários estavam perplexos. Dentro de poucos dias, os muros, que estavam literalmente no chão, já podiam ser vistos sendo erguidos com presteza. O que fazer para desanimar os edificadores? A ameaça não funcionou. A calúnia não atingiu o seu objetivo. Eles trabalharam arduamente na reconstrução. Sambalate e Tobias apelaram para a crítica e zombaria, tendo como objetivo desqualificar o trabalho de Neemias e de seus amigos.

O que mais os inimigos faziam era depreciar o trabalho dos edifica- dores, ainda que edificassem seu trabalho não teria valor. Qualquer intempérie derrubaria a obra na visão dos invejosos e inimigos. Certamente, os adversários se enganam quando avaliam o potencial de uma comunidade unida e determinada sob liderança de um homem usado por Deus cheio de poder e sua unção. Eles observavam as condições precárias do trabalho e a dificuldade em se obter material.

3) Oposição ao culto a Deus. “Permitir-se-lhes-á isso. Sacrificarão?...” (Ne 4.2). Os inimigos sabiam que quando o povo adora a Deus é vitorioso. Lembravam-se da antiga Jerusalém cheia de glória e poder nos áureos tempos em que o povo de Israel obedecia a Jeová e lhe rendia culto todos os dias. Tinham consciência de que por causa do pecado enfrentaram toda a tragédia que os levou ao cativeiro.

Estavam revoltados com a reconstrução. Sabiam que se Jerusalém fosse reconstruída plenamente seus inimigos não prevaleceriam. O Templo já fora reconstruído, mas o culto estava prejudicado, pois os muros da cidade estavam arruinados. Não havia segurança suficiente para que se adorasse a Deus em paz.
Não é por acaso que hoje há uma tática sub-reptícia do Diabo contra o verdadeiro culto a Deus nas igrejas locais.
Com astúcia e artimanhas, ele consegue incutir na mente de muitos pastores e líderes de igrejas para que deixem os muros de proteção abertos. Os muros do ensino estão arruinados em muitos lugares e a sã doutrina bíblica, devocional e ortodoxa é desprezada.

Em seu lugar, o que se ouve são mensagens vazias de unção e cheias de técnicas psicológicas de manipulação das mentes. Mensagens de auto ajuda, de caráter humanista e triunfalista, do tipo: “você é vencedor...”; “você não pode ser pobre”; “crente não fica doente”; “dê tudo para a obra, e Deus lhe dará cem vezes mais”; “você não precisa orar, basta crer!” Frases e jargões como esses têm influenciado muita gente.

Em muitas igrejas não se veem mensagens contra o pecado e o mundanismo. Muitos muros estão arruinados, e o inimigo comemora o sucesso de suas estratégias, contudo Deus deseja ver a reconstrução não só dos muros, mas dos altares por onde deve começar a restauração espiritual. Antes dos muros, foi reconstruído o Templo em Jerusalém. Os líderes devem ser os primeiros a reconstruir seus ministérios quando estes estão prejudicados pela ação do Inimigo.

4) Crítica à união. Os edificadores, jovens e adultos, estavam todos bem unidos na obra da reconstrução. Sambalate percebeu que eles estavam unidos e disse: “... Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas?” (Ne 4.2), Ele estava atônito. A união dos edificadores era visível. O muro já estava pela metade (Ne 4.6) em pouco tempo.

A união é indispensável para o sucesso de qualquer ministério na igreja do Senhor. Sem união somos derrotados. Certo governante, visando estimular seus auxiliares a trabalhar, dizia: “Se unidos não somos fortes, desunidos não seremos nada”. E isso é uma verdade, principalmente quando se trata do trabalho na obra do Senhor. Nossos adversários, às vezes, são piores do que podemos imaginar. São os “Sambalates”, os “Tobias” e os Geséns” que se levantam nas igrejas. São os “falsos irmãos” a que se referia Paulo (2 Co 11.26; Gl 2.4). Os adversários no plano religioso que perseguem os cristãos.

Os políticos e governantes que elaboram leis para prejudicar o povo de Deus. Mas há inimigos piores. Diz o apóstolo: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados contra as potestades contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes (Ef 6.10-13).

Em nossos dias acontece a mesma coisa. Os adversários dos homens de Deus minimizam o seu valor, depreciam seu ministério com críticas muitas vezes ácidas e ferinas.

Mas se o líder está no centro da vontade de Deus, pode orar como Davi, que possuía muitos inimigos e zombadores de sua missão: “Apressa-te, ó Deus, em me livrar; Senhor, apressa-te em ajudar-me. Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram a minha alma; tomem atrás e confundam-se os que me desejam mal. Voltem as costas cobertos de vergonha os que dizem: Ah! Ah! Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam a tua salvação digam continuamente: Engrandecido seja Deus. Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te por mim, ó Deus; tu és o meu auxílio e o meu libertador; Senhor, não te detenhas!” (Sl 70).

A arma da crítica parece não ter grandes efeitos na vida de um líder competente, maduro e experiente, mas pode causar um estrago na área emocional daqueles que estão iniciando no ministério. Ou pode provocar reações agressivas em resposta à atitude depreciativa dos opositores. Nas igrejas, há pessoas que perdem a coragem quando são criticadas. Sabemos de casos de irmãos que deixaram a sua congregação e se desviaram ressentidos com as críticas injustas de certos opositores da obra. Isso é lamentável, pois na obra do Senhor não deve haver adversários, mas sim cooperadores do Senhor (1 Co 3.9).

Como Neemias Reagiu às Críticas

1) Não se deixou abater em seu ânimo. Neemias disse: “O Deus dos céus é o que nos fará prosperar” (Ne 2.20). Neemias encarou as críticas improcedentes como um estímulo à sua liderança. Se a crítica procede, e isso pode ocorrer, o líder deve considerar, refletir e, com humildade, reconhecer seus erros ou eventuais falhas, pois nenhum líder é perfeito. Só houve um que não falhou, que nosso Senhor Jesus Cristo.

2) Não deu grande importância às críticas. Disse em sua resposta “... e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos” (Ne 2.20b), mas valorizou sua missão e a de seus liderados. Seu foco era a obra da restauração. Não se fixou nas críticas. Há obreiros que fracassam porque dão muita importância aos “Sambalates” que surgem nas igrejas. Esquecem-se de que existe um grande número de pessoas ao seu lado enviadas por Deus a fim de cooperarem com seu ministério.

3) Apresentou a Deus os seus inimigos. “Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados, e caia o seu opróbrio sobre a sua cabeça, e faze com que sejam um despojo, numa terra de cativeiro” (Ne 4.4). Ele orou a Deus de forma realista e sincera. Sabia que ele e seu povo eram “tão desprezados”. O líder deve ter consciência de que seu trabalho não agrada a todos na igreja em que lidera.
Ele e sua família podem ser alvo de desprezo, crítica e oposição. Satanás sutilmente levanta opositores contra o líder a fim de inquietá-lo ao fustigar a sua família.

O alvo das críticas é a parte emocional do líder. Se conseguirem desestabilizá-lo emocionalmente, já terão grande parte de seus intentos alcançados Um obreiro não pode desempenhar bem o seu trabalho se estiver emocionalmente abalado.

A solução é orar a Deus apresentando os inimigos do ministério. No contexto do Antigo Testamento, era legítimo desejar vingança aos inimigos. Neemias foi incisivo em sua oração contra os inimigos: “E não cubras a sua iniquidade, e não se risque diante de ti o seu pecado pois que te irritaram defronte dos edificadores” (Ne 4.5). Além de desejar que sua vergonha caísse na cabeça dos opositores pediu a Deus que não se esquecesse do seu pecado e de sua maldade.
No contexto do Novo Testamento, Jesus manda amar os inimigos, orar por eles e bendizê-los (Mt 5.44). Mas isso não quer dizer que essa atitude livre os inimigos da pesada mão de Deus.

De modo algum. Amar os inimigos não significa ser condescendentes OU jamais concordar com eles. Significa amá-lOS como Deus ama o pecador e espera o seu arrependimento.

4) Entrou em ação. “Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6). Essa foi a resposta mais eficaz contra as críticas. Ação, trabalho, esforço e união na continuação da obra. O desejo maligno dos adversários era paralisar a para que Jerusalém continuasse em ruínas. A eles não interessava o sucesso da obra do Senhor. Isso era óbvio.

Enquanto os opositores criticavam os edificadores e menosprezavam o trabalho da reconstrução, Neemias incentivava os seus liderados a trabalhar mais e mais. E estes correspondiam ao incentivo do líder. Ele tinha a visão de um líder espiritual que confia no Senhor C nos seus colaboradores. Fez como Azarias, filho de Obede, num momento de crise, animando o povo de Deus: “Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a vossa obra tem uma recompensa” (2 Cr 15.7).

A Guerra contra os Edificadores

Os inimigos se uniram. Se a calúnia não surtiu o efeito desejado, se a Intimidação não fez os construtores pararem a reconstrução, se as críticas não atingiram seus objetivos mesquinhos, o que fazer? Os inimigos se uniram para declarar guerra contra Neemias e seus liderados. Diz o texto: “E sucedeu que, ouvindo Sambalate, e Tobias, e os arábios, e os amonitas, e os asdoditas que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo. E ligaram-se entre si todos, para virem atacar Jerusalém e para os desviarem do seu intento  (Ne 4.7,8).

Como os planos dos adversários iniciais não tiveram êxito contra os edificadores, convidaram outros para engrossar as fileiras contra o povo de Israel. Agora, as forças adversárias tinham a colaboração dos “arábios”, dos “amonitas” e dos “asdoditas”. Se alguém acha que hoje a perseguição ao povo de Deus diminuiu, está enganado. No século 20, foram mortos mais cristãos do que em todos os séculos anteriores, sobretudo, pelo ódio dos muçulmanos radicais em países islâmicos.

Hoje os inimigos se unem. Se alguém imagina que em nosso país a liberdade religiosa assegurada pela Constituição está garantida, é melhor orar mais e se precaver. No Congresso Nacional há projetos de lei satânicos com o objetivo claro de impedir a marcha da igreja no Brasil. O famoso Projeto de Lei da “Homofobia” tem como objetivo levar à cadeia os que se posicionarem contra o pecado do homossexualismo. Há projetos para a legalização do aborto e do casamento homossexual, leis que vão de encontro às leis de Deus.

Há leis com objetivos corretos, tais como as que visam preservar o meio-ambiente. Tramitam também leis que se voltam contra a construção de templos religiosos. As exigências para o funcionamento de um templo são tão grandes que a maioria das denominações não terá condições de construir sequer um pequeno santuário para a pregação do evangelho. Sendo assim, chegamos à conclusão de que tudo isso é a perseguição do Diabo usando os legisladores contra a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Entretanto a Bíblia declara: “Ai dos que decretam leis injustas e dos escrivães que escrevem perversidades” (Is 10.1). E ainda existem muitos evangélicos que apoiam políticos que são inimigos da Palavra e do povo de Deus.

Em parte, os inimigos tiveram êxito. Deus não permite que os inimigos triunfem sobre seu povo. Jesus disse que “as portas do inferno” não prevalecerão (Mt 16.18). Mas os adversários podem ter certos êxitos por permissão de Deus. Os carregadores, os ajudantes das obras, já começavam a fraquejar. “Então, disse Judá: Já desfaleceram as forças dos acarretadores, e o pó é muito, e nós não poderemos edificar o muro” (Ne 4.10). Mas Neemias não se abateu, continuou com as suas estratégias espirituais e administrativas incentivando a obra.

Oração e vigilância. “Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles” (Ne 4.9). Diante da ação insistente dos inimigos, Neemias foi firme e decidido, agiu de forma racional, embora se lembrando sempre de buscar ao Senhor.

1) Oração. A guerra estava declarada. Os inimigos eram poderosos e estavam unidos e determinados a impedir a reconstrução dos muros. O líder convocou o povo para orar a Deus. Neemias era um homem inteligente, dotado de grande capacidade de liderança. Contudo, não confiou apenas nos seus conhecimentos humanos e administrativos.
Buscou a proteção de Deus através do maravilhoso recurso da oração. A oração foi o meio pelo qual Deus concedeu grandes livramentos ao seu povo.

Nos tempos do rei Ezequias, o rei senaqueribe, do Império Assírio, invadiu e tomou todas as cidades de Judá. Só faltava Jerusalém. Numa atitude humilde, buscando evitar o confronto armado contra o grande exército assírio, o rei de Jerusalém enviou ouro e prata visando obter a paz. Não adiantou. o inimigo foi arrogante. Zombou de Ezequias e de seus servo5, e os humilhou com terrível provocação e desafiou o Deus de Israel (2 Rs 18).

Mas o homem de Deus, o profeta Ezequias, ao tomar conhecimento da afronta a Deus, entrou no Templo e foi orar. Estendeu as cartas ameaçadoras perante o Senhor e orou (2 Rs 19.14).

Na oração, Ezequias disse a Deus: “E orou Ezequias perante o Senhor e disse: 6 Senhor, Deus de Israel, que habitas entre os querubins tu mesmo, só tu és Deus de todos os remos da terra; tu fizeste os céus e a terra. Inclina, Senhor, o teu ouvido e ouve; abre, Senhor, OS teus olhos e olha: e ouve as palavras de senaqueribe, que ele enviou para afrontar o Deus vivo.

Agora, pois, ó Senhor, nosso Deus, S servido de nos livrar da sua mão; e, assim, saberão todos os remos da terra que só tu és o Senhor Deus (2 Rs 19.15-19). E Deus respondeu a oração do profeta, e enviou um só anjo, que destruiu o arraial dos assírios, matando 185 mil soldados, e deu vitória ao seu povo, sem lançar uma seta contra os adversários (2 Rs 19.35-37). A oração é uma arma com alto poder contras os inimigos.

2) Vigilância. “... e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles” (Ne 4.9). Neemias orou a Deus, mas fez o que deveria fazer numa situação de crise ao ser perseguido pelos inimigos. Ele recrutou homens de confiança e os pôs como guardas junto aos trabalhadores. A guarda revezava-se de dia e de noite, como nos quartéis de hoje, visando manter a segurança das obras. Os inimigos poderiam atacar durante a noite.

Nos tempos atuais também é necessário que se tenha uma equipe de segurança na igreja. Em determinados lugares e situações, há igrejas que têm contrato com empresas de vigilância armada. Já foram registrados casos de assaltos nos horários de culto. Já houve casos de pastores terem sido seqüestrados para que bandidos obtivessem resgate com recursos da igreja. Há quem critique esse tipo de providência, mas no tempo de Neemias, do rei Davi ou de Salomão, em plena teocracia, existiam guardas armados com espadas e com lanças. Deus guarda, sem dúvida, contudo é necessário que haja vigilância em tomo dos bens da Casa do Senhor.


As famílias armadas. “Pelo que pus guardas nos lugares baixos por detrás do muro e nos altos; e pus o povo, pelas suas famílias, com as suas espadas, com as suas lanças e com os seus arcos” (Ne 4.13). As famílias foram convocadas para participar da reconstrução dos muros. Além dos que trabalhavam diretamente na obra, as famílias foram armadas “com as suas espadas, com as suas lanças e com os seus arcos” para enfrentar possíveis ataques dos adversários.

Certamente, de dia e de noite havia pessoas armadas em vigilância diante de cada casa, a fim de que não fossem apanhadas de surpresa pelos inimigos. Aqui, temos uma lição de caráter espiritual a ser extraída. Não adianta a igreja estar preparada contra os inimigos, mas as famílias em seus lares darem brechas e oportunidades para que os inimigos as ataquem. Aliás, na maioria das vezes são as familias que não vigiam a vida espiritual. Pais que não cuidam da vida espiritual dos filhos, filhos que não obedecem a seus pais e que se deixam dominar pelos meios escusos do Diabo através das inovações tecnológicas, como a televisão e a internet.

Trabalhadores Armados

A situação era tão crítica e as ameaças eram tão constantes que Neemias teve que usar uma estratégia inusitada para enfrentar a situação. “E sucedeu que, desde aquele dia, metade dos meus moços trabalhava na obra, e a outra metade deles tinha as lanças, os escudos, os arcos e as couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá” (Ne 4.16).

Se a oração era constante, a vigilância armada não era descuidada em um só momento. Metade dos que ajudavam Neemias trabalhava na construção, enquanto a outra metade cuidava das armas para qualquer eventualidade. A liderança dava o exemplo: “... os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá”. Os líderes não ficavam descansados, enquanto os homens trabalhavam.

E o líder da restauração também não se afastava da obra. Tinha o corneteiro ao seu lado durante todo o tempo (Ne 4.18). E deu orientações aos magistrados para que, quando ouvissem a trombeta tocar, procurassem se reunir no local da chamada (Ne 4.19). A ameaça era tão acirrada que sequer podiam ir beber água sem levar suas armas (Ne 4.23). Mas Neemias, em sua convocação para a vigilância, deu o brado de fé: “O nosso Deus pelejará por nós!” (Ne 4.20 b).

Hoje, há muitos trabalhando na obra de Deus desarmados, por isso pagam um alto preço pela sua falta de vigilância. Obreiros que não vigiam seu ministério de dia e de noite são atacados quando menos esperam, e são derrotados pelo inimigo. Uns são derrotados pelo orgulho e pelo desejo de poder (Pv 16.18); outros são derrotados pela cobiça e pela avareza (1 Tm 6.10); e outros têm fracassado na área do sexo, no relacionamento com o sexo oposto (1 Rs 11.4).
A obra do Senhor não é feita em clima de tranqüilidade.

Em todos os lugares, de uma forma ou de outra, há oposições. E elas podem surgir no seio da própria igreja local. Podem advir do âmbito externo, os ímpios podem se levantar a partir de movimentos religiosos, seitas e leis, como ocorre em muitos países e até mesmo no Brasil.

A experiência de Neemias ao Construir em tempos de crise, tem grandes lições para os obreiros e líderes nos dias atuais. Que o Senhor nos dê graça e sabedoria para administrarmos os conflitos que envolvem a obra do Senhor.




Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Livro de Neemias – Integridade e Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato


COMO VENCER AS OPOSIÇÕES À OBRA DE DEUS

TEXTO ÁUREO = “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8: 37).

VERDADE PRÁTICA = Quando depositamos nossa confiança em Deus, descobrimos que Ele é muito maior do que todos os obstáculos que encontramos.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO = Ne 4.8-20; 1 Jo 4.4; 5.5

INTRODUÇÃO

Observamos como a construção dos muros em Jerusalém provocou urna dura resistência por parte dos samaritanos. Nesta lição iremos observar, mais detalhadamente, as diferentes formas dos seus ataques, e o modo como os judeus conseguiram vencê-los e concluir a obra. (SB)

I.  QUAL A PROCEDÊNCIA DESTES ATAQUES?

1. A Bíblia revela a verdadeira força por trás destes ataques. Ela diz:
“Não temos que lutar contra a carne e o sangue. mas sim contra os principados, contra os príncipes da trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (Ef 6.12). Portanto, nossa luta é antes de tudo espiritual.
Os inimigos visíveis são meramente instrumentos dos demônios, os quais nos atacam..Desde que Lúcifer caiu em pecado no céu e foi expulso de lá, ele tem sido o ADVERSARIO de Deus e de sua obra (1 Pe5.8).

2. Qual a orientação que a Bíblia dá diante desta luta? Ela diz: ‘Portanto tomai toda a armadura de Deus ,para que possais:

a)RESISTIR NO DIA MAU;
b)TENDO FEITO TUDO;
c)FICAR FIRMES (Ef 6.13).

Vemos, assim, que a Bíblia não aconselha fugir da luta, mas sim ficar firmes, resistir, e vencer! (Tg 4.7)

3. Nesta luta contra o mundo Invisível a arma mais eficaz é a fé. A Bíblia diz: “Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (1 Jo 5.5). Por isso a Bíblia aconselha: “Milita a boa milícia da fé, e toma pose da vida eterna” (1 Tm 6.12). Pela fé experimentamos a operação do Espírito Santo e nossa vida ( Gl 3: 2,5). Jamais devemos permitir que alguma coisa venha abalar a nossa fé, “porque sem fé é impossível agradar-lhe” (Hb 11.6). Devemos não temer, mas crer- somente (Mc 5.38). “Não deis lugar ao Diabo!” (Ef 4.2).

4. Nesta luta as armas devem ser espirituais (2 Co 10.4). Só as armas espirituais atingem e alcançam os reais inimigos, os demônios. As armas carnais só nos prejudicam, pois muitas vezes levam-nos a dar lugar ao inimigo.

II. 0 INIMIGO PROCURA ATINGIR A NOSSA FE.

1.0 Inimigo ataca com a arma do DESPREZO. Diziam: “que fazem estes fracos judeus?” (Ne 4.2). De fato, em nós mesmos somos fracos. Paulo disse:
“Quando estou fraco então sou forte” (2 Co 12.9,10). Quando o crente é tentado a se comparar com o inimigo, está em perigo! Foi esta tentação que derrubou Israel. Quando os dez espias disseram “Não poderemos subir porque o povo é mais forte do que nós” (Nm 13.31), os israelitas recusaram-se a subir, recusaram- se a dar ouvidos à mensagem de fé transmitida por Calebe, que dizia:
“Certamente prevaleceremos contra eles” (Nm 13.30). “O Senhor é conosco, não os temais” (Nm 14.9).

2.0 inimigo ataca com a arma do ESCARNIO (Ne 4.3,4; Jr 20.7; Sl 79.4).
Trata-se de uma arma que os inimigos da obra de Deus têm usado em todos os tempos. Quando os servos de Deus sofrem escárnio, são tentados a ficarem desanimados. Todavia devemos lembrar que isso é o que os fiéis sempre tiveram que suportar (Hb 11.36; Sl 35.15,16; 44.13,14). Nem mesmo Jesus escapou do escárnio (Mt20.19; 27 .29,39).
Jesus é natural que aos seus servos seja dado o mesmo nome” (ML 10.25). Isto faz parte da cruz que devemos aceitar quando seguimos a Jesus (Mt 10.38,39; 16.24,25). Os que so carnais procuram escapar do escândalo da cruz (Gl5.11).

3.0 Inimigo chama a nossa atenção para a imensidade da tarefa. “Vivificarão dos montões de pó as pedras que foram queimadas?” (Ne 4.2). Moisés ao olhar para a dimensão da tarefa para qual Deus o chamava, recusou-se a ir. Quando, porém, Moisés meditou na Palavra de Deus, que Deus iria com ele (Ex 3.12), e que Deus seria com a sua boca (Êx 4.12), Moisés se animou e viu as montanhas tornando-se em campinas (Zc 4.7). Quem faz a obra é Deus (Is 26.12), mas Ele usa de instrumentos, ainda que estes sejam pequenos e a tarefa seja grande!

4. O inimigo usa contra nós os BOATOS e as MENTIRAS. Os samaritanos espalhavam calúnias contra Neemias, dizendo que ele planejava constituir-se rei (Ne 2.19, 6.5;6). Tudo isto para amedrontar os judeus e assim atingi-los em sua fé em Deus. Neemias respondeu: “Dc tudo que dizes, coisa nenhuma sucedeu, mas no teu coração o inventas” (Ne 6.6). Paulo escreveu: “Tornando-nos recomendáveis em tudo... por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama” (2 Co 4.4-8). Jesus aconselhou àqueles que sofrerem acusações mentirosas a alegrarem-se e a exultarem, e a não atentarem para o que se fala deles (Mt 5.11,12).

5. O inimigo usa como arma a ASTÚCIA. Os samaritanos convidaram os judeus para juntos se congregarem nas aldeias; porém intentavam fazer mal a Neemias. Insistiram na proposta, mas o convite foi repetidamente recusado por Neemias: “Estou fazendo uma grande obra, não poderei descer” (Ne 6.3).

6. O Inimigo usa como arma as AMEAÇAS. Os inimigos dos judeus ameaçaram guerrear contra eles, a fim de espalharem medo e pânico entre o povo de Deus. Porém, diz Neemias: “Oramos a Deus e pusemos guardas contra eles!” (t’Ie 4.9). Os judeus não atacaram os samaritanos, mas defenderam a sua área de trabalho ( Ne 4: 13-20).

III. QUAL O SEGREDO DA VITÓRIA DE NEEMIAS E DOS JUDEUS?

1. Os Judeus venceram porque tinham certeza de que estavam na vontade de Deus. Neemias disse aos seus inimigos: “O Deus do céu é que nos fará prosperar” (Ne 2.20). Neemias sabia que o Senhor o havia enviado para Jerusalém, e que pelejava por eles. Esta certeza nos guarda de precipitações, (Pv 29.20), e de falarmos palavras impensadas (Sl 106.33; Ec 7.9; Pv 25.11). Podemos assim governar o nosso espírito (Pv 16.32).

2. Os judeus venceram pela oração. Neemias era homem de oração. Com freqüência lê-se sobre como Neemias orava: “Ouve, ó nosso Deus; Lembra-te de mim para o bem; Lembra-te, meu Deus, de Tobias e Sambalate” (Ne 4.4; 6.14; 13.29).
Aquele que ora, coloca a sua dificuldade diante do Senhor que QUER e PODE RESOLVE-LA! O mesmo Deus que nos exortou a orar, também prometeu nos responder as orações (Jó 22.27; Sl 50.15; 46.1; Mt 7.7,8,11).

3. Devemos também orar ( 1 Ts 5.17). “Oral sem cessar...” Jesus deixou- nos o mesmo ensino. Falou-nos da necessidade de perseverarmos na oração, usando para isso uma parábola (Lo 18.1). Paulo exortou aos efésios a perseverarem em “oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18) e aos colossenses ele escreveu:
Perseverai em oração” (Cl 4.2). Que é então perseverança em oração?

a. É impedir que alguma coisa nos estorve a orar, encontrando-nos apenas na oração. Precisamos de uma espécie de autodisciplina, ou de controle sobre nós próprios. Marta não dispunha de tempo para ficar aos pés de Jesus, porque estava ocupada (Lc 10.38-42). Quando começamos a orar, aparecem muitos obstáculos, mas devemos ser vitoriosos. Temos que ter vitória também em nossos pensamentos, porque o inimigo quer nos impedir de orar, fazendo-nos pensar em outras coisas.

b. É persistir em orar, ainda  que o Diabo procure tornar pesada e difícil a oração. Daniel orou 21 dias, e veio a resposta! E, então, ele soube que a resposta demorara, porque os espíritos malignos tinham impedido a resposta (Dn 10.11- 14), Jesus mostrou a mesma verdade na  parábola sobre a viúva (Lc 18.1-6).

e. É orar até que venha a resposta! Devemos orar “até que...” (Is 62.8; Lc 24.49). Jesus orou três vezes sobre a mesma coisa (Mt 26.44), e Paulo também orou três vezes, até que Deus lhe respondeu (2 Co 12.8,9). Elias orou 7 vezes, para que chovesse, e choveu (1 Rs 18.43-45). E os discípulos perseveraram em oração até que o fogo caiu (At 1.14; 2.1-4).

d. É uma prova de que o Espírito de oração opera em nós (Zc 12.10; Rm 8.26; Ef 6.18; Jd 20). O Espírito Santo ora, em nós, enquanto trabalhamos; enquanto nos ocupamos de nossas tarefas diárias. O Espírito Santo não se preocupa da posição de nosso corpo, isto é, se estamos ajoelhados, deitados ou em pé. Isto é o segredo de estarmos sempre orando! Dá liberdade ao Espírito - e Ele levar- te-á para esta gloriosa vida de oração. Aleluia. A VITORIA É NOSSA, PELO SANGUE DE JESUS. Amém.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1993