6 de novembro de 2011

LIÇÕES BIBLICAS PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2012

LIÇÕES BIBLICAS PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2012

TEMA

A VERDADEIRA PROSPERIDADE - A VIDA CRISTÃ ABUNDANTE


Comentarista = PR. JOSE GONÇALVES


CONSULTOR Doutrinário E Teológico - Antonio Gilberto


01 – O SURGIMENTO DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

02 – A PROSPERIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

03 – OS FRUTOS DA OBEDIÊNCIA NA VIDA DE ISRAEL

04 – A PROSPERIDADE NO NOVO TESTAMENTO

05 – A BENÇÃOS DE ISRAEL E O QUE CABE A IGREJA

06 – A PROSPERIDADE DOS BEM-ABENTURADOS

07 – TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE

08 – O PERIGO DE QUER BAGANHAR COM DEUS

09 – DÍZIMO E OFERTA

10 – UMA IGREJA VERDADEIRAMENTE PRÓSPERA

11 – COMO ALCANÇAR A VERDADEIRA PROSPERIDADE

12 – O PROPÓSITO DA VERDADEIRA PROSPERIDADE

13 – SOMENTE EM JESUS TEMOS A VERDADEIRA PROSPERIDADE


MEU DESEJO É QUE TODOS TENHAM UM BOM APROVEITAMENTO DESSES ESTUDOS

A TODOS UMA BOA AULA.

1 de novembro de 2011

NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO



NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO

TEXTO ÁUREO - “E Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei perante a congregação [...] E leu nela [...] desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e sábios; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei” (Ne 8.2,3).

VERDADE PRÁTICA - Somente o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.

INTRODUÇÃO

O AVIVAMENTO QUE VEM PELO ENSINO

Só o ensino genuíno da Palavra de Deus produz verdadeiro avivamento no meio da igreja local. Nos nossos dias, há uma onda de movimentos evangelísticos produzidos por ação humana com o objetivo de atrair multidões ávidas por novidades e modismos. Tais movimentos carecem da base fundamental e consistente, que é o ensino da Palavra de Deus.

Todos os verdadeiros avivamentos na história do povo de Israel e no seio da Igreja, ao longo dos séculos, só tiveram resultados duradouros quando começaram e prosseguiram alicerçados na Palavra de Deus. Avivamentos sem a Palavra de Deus são apenas movimentos que passam com o tempo e não geram mudanças significativas na vida e no comportamento das pessoas envolvidas. O avivamento, no tempo de Neemias, teve a marca do ensino da Palavra de Deus.
Neemias, o líder da reconstrução, e Esdras, o sacerdote, eram homens que se dedicavam ao estudo da Palavra do Senhor. Ao reunirem o povo na praça principal da cidade, sem meios de transmissão da mensagem, deve ter sido uma tarefa extraordinária e dificil, mas eles o fizeram. Repassaram para o povo o conteúdo da lei do Senhor para a vida dos habitantes de Jerusalém. Eles não tinham preocupação com a oratória, nem com a retórica nem com a eloquência do discurso.

Simplesmente leram a palavra de modo didático, pausadamente, para que o povo entendesse o que Deus requeria dos que o serviam naquele momento crucial para a história de Israel após anos e anos de cativeiro em terra estranha. Diz o texto: “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio- dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Além da leitura, havia a explicação do significado de cada expressão. O povo entendeu, e como resultado, sobreveio poderoso avivamento no meio deles. Houve um quebrantamento verdadeiro, e não um simples remorso. Houve alegria, festa, e o povo se dispôs a trabalhar na reconstrução.


Um Verdadeiro Culto de Doutrina

Reunidos para ouvir a palavra. Diante do que Deus fizera através do esforço denodado dos israelitas, sob a liderança de Neemias, na edificação dos muros em redor do Templo, o povo sentiu necessidade de ter sua edificação espiritual também. Como foi dito anteriormente, não adiantaria um templo lindo com admirável beleza arquitetônica se o povo não tivesse o temor de Deus, um quebrantamento para adorar ao Senhor. Templo sem a presença de Deus é corpo sem alma, sem espírito.

O texto bíblico nos revela que houve uma fome e uma sede de ouvir a Palavra de Deus. “E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1). Ali, na praça principal, “diante da Porta das Águas”, iniciou-se um poderoso avivamento na história de Jerusalém.

O Templo construído, os muros restaurados. Os arautos tocavam suas trombetas convocando os habitantes de Jerusalém e cidades vizinhas para um grande evento no centro da cidade. Certamente a praça estava arborizada. Havia um cenário apropriado para a grande reunião festiva em que todo o povo se deslocou dos lugares onde habitavam para chegar ao centro de Jerusalém.

Não era para assistir a um show de grupos musicais nem ouvir um artista da época, mas o ajuntamento impressionante acontecera para que o povo ouvisse a Palavra de Deus. Se fosse hoje, aquele grande evento teria a cobertura de alguns órgãos da imprensa. “...o povo se ajuntou como um só homem.” Isso nos fala não só de reunião, mas de união e integração do povo de Israel, a fim de ouvir a Palavra de Deus.

Hoje, em algumas igrejas, há pouca participação dos membros nos cultos de ensino da Palavra de Deus. Reuniões de estudo da palavra são desprezadas por grande parte dos crentes, sobretudo dos mais jovens. No entanto, quando se anuncia a presença de um cantor famoso faltam lugares para os espectadores. Isso é sintoma de fastio da Palavra. É sintoma de doença espiritual de extrema gravidade. O crente que ama a Deus ama a sua Palavra. Disse o salmista:
“Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia!”
(SI 119.97).

Esdras traz o livro da lei de Deus. O povo, sofrido, após anos de cativeiro, tinha sede de ouvir a Palavra de Deus (Am 8.11). Esdras, o escriba, levou o livro para a praça. Na verdade, era um grande rolo, provavelmente de pergaminho, que seria desenrolado pouco a pouco, à proporção que o sacerdote fizesse a leitura dos textos da lei (Ne 8.2). Não foi feita uma leitura rápida do livro. Esdras o leu, pausadamente, para que todo o povo entendesse bem o ensino que seria ministrado. Durante cerca de seis horas, das seis da manhã até ao meio-dia, foi feita a leitura do livro da lei.

O povo estava atento à leitura da palavra. “E leu nela, diante da praça, que está diante da Porta das Águas, desde a alva até ao meio-dia, perante homens, e mulheres, e entendidos; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei. (Ne 8.3). Podemos imaginar o que estava acontecendo, enquanto Esdras lia o livro da lei. Homens, mulheres, adultos e jovens, todos voltados em direção ao púlpito, ouvindo com muita atenção cada palavra que era lida perante todos.

O sacerdote-escriba estava de pé, sobre um púlpito de madeira, para melhor se fazer ouvir pelo povo. A seu lado, à direita, estavam homens de confiança, líderes auxiliares, que compunham “o ministério local” (Ne 8.4). Vale a pena lembrar que a leitura e explicação dos textos do livro duraram sete dias, durante seis horas por dia (Ne 8.3,18).

O clima era de reverência, de respeito e atenção à Palavra de Deus. As pessoas não ficavam andando de um lado para o outro, nem conversando distraídas. Todos queriam ouvir e entender a mensagem de Esdras. Quando Esdras abriu o livro, todo o povo se pôs em pé em reverência à leitura da Palavra de Deus (Ne 8.5). Certamente esse é um fundamento bíblico para o saudável hábito de se colocar de pé quando é lida Palavra de Deus. Esse deve ser o comportamento dos crentes em Jesus nas igrejas locais. Alguém pode escutar, mas não ouvir a leitura da Palavra e sua explicação por estar desatento durante a ministração.

O Povo Adorou a Deus

Um culto avivado. Culto de doutrina sem adoração não atende aos requisitos do verdadeiro culto a Deus. Cultuar significa adorar. Por ocasião da leitura do livro da Lei, o escriba louvou a Deus e foi correspondido pelo povo que o acompanhou na adoração a Deus com júbilo e louvor, cantando e se expressando com decência e ordem (1 Co 14.40).

Diz o texto: “E Esdras louvou o Senhor, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém! Amém! —, levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra” (Ne 8.6). À proporção que a palavra era ministrada, o povo se enchia de júbilo e de satisfação. Vendo a alegria da multidão, ali, em pé, em plena praça, atenta, dando ouvido à ministração da Palavra de Deus, Esdras louvou ao Senhor. E o fez com brados de “Amém!”, “Amém!”, enquanto levantavam as mãos para o alto.

Sem dúvida, dá para imaginar um espetáculo de rara beleza plástica, como uma coreografia santa no levantar das mãos em glorificação a Deus. Muitas pessoas foram de todas as cidades, e não apenas os habitantes de Jerusalém. Provavelmente, para que o povo ficasse durante seis horas “desde a alva até ao meio-dia” (Ne 8.3), a reunião não foi monótona como ocorre em muitos cultos em que o povo dorme de tédio ou de apatia durante uma mensagem sem graça e sem unção. Podemos crer que houve, de fato, um culto de doutrina pleno de avivamento e glorificação intensa.

Com o rosto em terra. O povo de Deus é o único que dá glória ao seu nome. É um dever glorificar a Deus. Bater palmas é uma opção adotada em algumas igrejas. Mas dar glória a Deus é uma obrigação, um dever: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor na beleza da sua santidade. Além de louvar, o texto diz: “e inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra... E no seu templo cada um diz: Glória!” (Sl 29.2,9).

Estátuas não adoram a Deus. Os que participavam daquele culto avivado de doutrina demonstraram a sua alegria e a sua reverência, inclinando-se diante do altar de Deus “com o rosto em terra”. Poder- se-á indagar: Para que isso? Para que esse gesto estranho de se colocar o rosto em terra? Não era um modismo, contudo uma maneira de se expressar comum adoração a Deus ante a sua majestade e poder.

O povo de Israel, em suas jornadas, sempre expressou reverência e adoração, curvando-se diante do Senhor, inclusive com o rosto em terra. “E todos os filhos de Israel, vendo descer o fogo e a glória do Senhor sobre a casa, encurvaram-se com o rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o Senhor, porque é bom, porque a sua benignidade dura para sempre” (2 Cr 7.3; ver 2 Cr 20.18; Lc 17.16). Diante do fogo e da glória do Senhor, quem pode permanecer de pé? Deve-se entender que orar “com o rosto em terra” não é uma doutrina, nem uma obrigação. É algo que pode ser feito com decência e ordem, respeitando-se à liturgia e à liderança da reunião e da igreja local.

Devemos observar, no texto em apreço, que não havia qualquer exagero ou descontrole nas expressões corporais dos adoradores. Hoje há um verdadeiro abuso em determinadas reuniões. Existem pessoas que confundem o espiritual com o emocional, chegando às raias do irracional. Em determinadas igrejas, principalmente as neopentecostais, acontecem verdadeiros absurdos, como pessoas correndo dentro das igrejas, pulando descontroladamente, sapateando, quem sabe até se contorcendo e se dizendo cheias do poder de Deus.

Muitas, na verdade, estão se exibindo, buscando chamar a atenção para si. Isso não glorifica nem bendiz ao Senhor (Si 103.1), é puro emocionalismo. Não se deve ficar como “uma estátua de sal” no momento do louvor, as mãos podem ser levantadas, talvez em algumas ocasiões até se prostrar com o rosto no chão em razão do poder que está sendo derramado sobre todos, mas não se deve cair no descontrole dos gestos e das emoções.

Quem não ouviu falar na “unção do riso”, que pessoas passavam a rir de forma estranha e sem controle? Muitas, às gargalhadas, saiam correndo e pulando. Em um determinado vídeo pude observar que um homem, sob efeito de sugestão emocional, corre e pula sobre o púlpito! Isso é espiritual? À luz da Bíblia, certamente não. Esse movimento foi desmascarado por alguns de seus fundadores, que relataram o clima da manipulação psicológica que dominava tais expressões de falsa espiritualidade.

O Ensino Base para o Avivamento

Na época do rei Josafá, houve um grande avivamento em Israel. Essa renovação começou com a retirada dos ídolos, seguindo-se um grande mutirão de ensino em todo o país (2 Cr 17.7-9). Com a liderança de Neemias não foi diferente. O avivamento fundamentou-se no ensino da Palavra de Deus.

Homens preparados para o ensino. “E Jesua, e Bani, e Serebias, e Jamim, e Acube, e Sabetai, e Hodias, e Maaséias, e Quelita, e Azarias, e Jozabade, e Hanã, e Pelaias, e os levitas ensinavam ao povo na Lei; e o povo estava no seu posto” (Ne 8.7). Eram treze ensinadores ou instrutores designados para ministrar o ensino nas diversas cidades, além dos levitas, que eram sacerdotes auxiliares junto ao Templo.

Havia naquela época, muitas pessoas preparadas para ensinar o povo. Esdras construiu o Templo; Neemias liderou a restauração dos muros. Era a prioridade visível. Sem muros, o Templo não funcionaria bem por causa dos inimigos que sempre assaltavam a cidade.

A fim de que haja ensino, é desejável e necessário que se tenha um ambiente apropriado com o mínimo de infra-estrutura. Como há via ulna estrutura adequada, Neemias convocou Esdras para estar ao seu lado dirigindo o ensino da Palavra com a ajuda de homens preparados para a grande missão de ensinar o povo. Eles “ensinavam o povo na Lei”, ou seja, no PentateucO ou na Torah, a lei de Deus.

Exemplo para as igrejas. É um ótimo exemplo para as igrejas nos dias presentes, pois, hoje, há muitos pregadores, preletores e cantores, mas faltam ensinadores, pessoas dedicadas ao ensino da Palavra. A princípio, todo líder ou pastor deve ser apto ao ensino. Paulo declara: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.2).

Contudo, existem pessoas na igreja que têm mais habilidade concedida por Deus para se dedicar ao ensino. “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7). É importante que nas igrejas sejam promovidos seminários, cursos e outros eventos que tenham como objetivo preparar homens e mulheres capacitados para ensinar. Os desafios ao bom ensino hoje são maiores do que no tempo de Neemias,

As igrejas locais estão repletas de membros jovens e estudantes, que trazem questionamentos complexos para as igrejas, e, na maioria das vezes, não encontram respostas adequadas. Imaginemos o que dirão alguns homens de Deus se forem questionados sobre transexualidade ou transgenitalídade.

O que ensinar, à luz da Bíblia, sobre gravidez substituta ou “barriga de aluguel”? Sobre células-tronco e outros temas polêmicos? Nenhum obreiro é obrigado a ser especialista nesses assuntos da bioética. E o que dizer acerca do que os crentes acompanham na internet? Talvez seja até pior do que o que veem na televisão. Para tanto, é necessário que haja ensino sobre tais temas a fim de que a igreja seja fortalecida na fé.

O Entendimento da Palavra Gerou o Avivamento

“E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9).

O ensino significativo. “E leram o livro, na Lei de Deus, e 4cla- rando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse?’ (Ne 8.8). O ponto fundamental que provocou o avivamento no coração do povo foi o fato de os ensinadores ou mestres terem tido o interesse, o cuidado e a paciência de não só lerem o livro, mas traduzirem as palavras diante do povo, “declarando e explicando” cada texto exposto. Eles não tinham pressa em simplesmente cumprir uma obrigação. Tinham zelo em fazer o povo apreender o conteúdo ensinado.

Segundo estudiosos, uma parte do povo que viera do cativeiro não falava nem entendia o hebraico. Falavam aramaico. Assim, os ensinadores e os levitas liam em hebraico e faziam a tradução para a língua do povo. Era um exercício edificante, de homilética, exegese e de hermenêutica ao mesmo tempo. A mensagem era lida, ensinada e aplicada à realidade vivenciada pelos que a ouviam.

O ensino provocou quebrantamento. “E Neemias (que era o tirsata), e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor, vosso Deus, pelo que não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei” (Ne 8.9). Que exemplo! Neemias era o “tirsata” ou o governador, Esdras o escriba e sacerdote. Ambos estavam a postos coordenando toda a atividade do ensino, durante uma semana, seis horas por dia, incansavelmente!

A compreensão do que fora ensinado provocou lágrimas sinceras que partiam do íntimo das pessoas comovidas com a mensagem que no cativeiro não tiveram oportunidade de ouvir. Isso é exatamente o que acontece ao pecador quando dá crédito à Palavra de Deus. No mundo, no cativeiro espiritual, jamais podem ouvir e entender a Palavra de Deus. Ali, no meio da praça de Jerusalém, ocorria uma das maiores conferências bíblicas e teológicas de que se tem conhecimento.
Hoje, compreende-se a reunião de grandes multidões, pois há espaços adequados em grandes auditórios climatizados, centros de convenções, equipamentos de som e imagem que prendem a atenção de um grande público.

No entanto, na época de Neemias, uma multidão, desde as primeiras horas do dia até o meio-dia se dispõe a ouvir não um grande preletor de fama nacional ou internacional, nem um grande cantor ou cantora. Estavam ali atentos para ouvir a Palavra de Deus. Jesus disse: “Antes, bemaveflturad0s os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lc 11.28). Eles tinham fome e sede da Palavra.

Alguns trechos da lei que eram lidos para o povo continham terríveis condenações de Deus ao pecado da desobediência. Ao serem lidos, provocaram grande temor e tremor nos corações. Não era simplesmente emoção mas quebrantamento sincero. As lágrimas do povo revelavam profunda tristeza pelos pecados cometidos. As explicações de Esdras, de Neemias, dos demais instrutores e dos levitas calavam fundo na alma dos ouvintes. A Bíblia diz: “Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte” (2 Co
7.10; Jo 16.20).

A Alegria do Senhor É a Força dos Salvos

“Comei as gorduras, e bebei as doçuras” (Ne 8.1Oa). Certamente, no final da grande reunião, no último dia da ministraçãO da palavra, o povo estava no auge de suas emoções ao ouvir e entender o ensino. Sua alma estava saciada com as porções espirituais que lhe foram ministradas ao longo daquela grande conferência bíblica. A Bíblia diz: “Porque o ouvido prova as palavras como o paladar prova a comida” (Jó 34.3).

Após um grande banquete espiritual com o alimento da Palavra, Neemias disse ao povo que fosse comer as gorduras e beber as doçuras. Provavelmente, fosse um convite a um banquete literal de comida típica daquela época. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “os judeus gostavam muito de alimentos preparados com bastante gordura e bebidas bem doces. Muitos dos vinhos antigos eram fervidos e concentrados até ficarem doces e espessos, como mel ou geleias. Tinham que ser bem diluídos para serem consumidos”.

“E enviai porções aos que nada têm preparado para si” (Ne 8.10b). O povo judeu em seus dias de vitória tinha o costume de promover grandes festas com muita comida, bebida, e também tinha o hábito de enviar presentes aos seus concidadãos numa expressão de alegria e generosidade. No livro de Ester, temos exemplo dessa prática festiva.

 Quando os judeus derrotaram seus inimigos no tempo da rainha Ester, houve grandes manifestações de festas em todos os lugares: “... como os dias em que os judeus tiveram repouso dos seus inimigos e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria e de luto em dia de folguedo; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria e de mandarem presentes uns aos outros e dádivas aos pobres” (Et 9.22).

Na época de Neemias não poderia ser diferente, e até com muito mais razão. O povo experimentara 70 anos de cativeiro. Após sua libertação, puderam ver a mão de Deus operando em seu favor, usando reis, exércitos e muitos outros homens. A alegria era indizível, O líder exortou-os a se alegrarem, mas sem egoísmo e individualismo.

Talvez houvesse alguém que não tivera a oportunidade de participar das solenidades santas e de ouvir a leitura e a explicação da lei do Senhor. Havia pobres entre os seus irmãos. E, numa demonstração de amor generoso, foram exortados a enviar-lhes porções das iguarias de sua festa. A fé salvífica é também fé compassiva. Tiago declara que a fé sem as obras é morta (Tg 2.20).

“A alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10 c). O povo estava desfrutando enorme alegria. Havia um clima de festa espiritual e também de festa nacional. E toda aquela alegria era resultado do avivamento genuíno provocado pela exposição da Palavra de Deus. Na realidade, era alegria vinda de cima do céu, da parte de Deus. Era “a alegria do Senhor!” Não era euforia humana de origem puramente emocional. As emoções não podem ser excluídas da manifestação de alegria, pois fazem parte de nosso ser. Quando no meio da igreja local o Espírito Santo opera tocando no coração dos adoradores, é possível se ouvir “um som, como de um vento veemente e impetuoso”, enchendo o ambiente (At 2.2).

Uma festa santa. A “alegria do Senhor” produz força na vida do crente fiel. Essa força é indispensável para uma vida vitoriosa contra os três inimigos da fé: a carne, o mundo e o Diabo. Paulo ensina:

“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). O crente fiel só pode ser forte se for cheio da alegria do Senhor, pois ela é a sua força. E para estar “no Senhor”, é necessário ter comunhão com Ele (2 Co 5.17).

Quanto mais alegre for o crente “no Senhor”, mais forte ele será. Na igreja local nunca se vê um crente alegre se desviar, causar dissensões ou divisões. Normalmente são os amargos e insatisfeitos que provocam rebeliões. Por isso, é indispensável que se busque desenvolver um clima de alegria espiritual. Não confunda a “alegria do Senhor” com os falsos avivamentos.


Ao que parece, no meio da multidão sobressaía-se o choro de alegria misturado com o pranto de arrependimento. Havia um clamor em voz alta na adoração, na confissão de pecados e no quebrantamento. Desse modo, os levitas procuraram acalmar o povo, dizendo:

“Calai-vos, porque este dia é santo; por isso, não vos entristeçais” (Ne 8.11). Em seguida, o povo atendeu à exortação de Neemias e foi “a comer, e a beber, e a enviar porções, e a fazer grandes festas, porque entenderam as palavras que lhes fizeram saber” (Ne 8.12).

A demorada exposição da Palavra de Deus, em plena praça de Jerusalém, terminou numa grande celebração, numa verdadeira “festa santa” como proclamou Isaías: “Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquela que sai tocando pífano, para vir ao monte do Senhor, à Rocha de Israel” (Is 30.29 — grifo nosso).
Somente após o ensino ter sido ministrado na praça de Jerusalém, foi que irrompeu um dos maiores avivamentos da história bíblica. O povo se alegrou com o Templo construído sob a liderança de Esdras. Ele jubilou com a restauração dos muros sob a direção de Neemias, mas o aviamento chegou quando todos ouviram e entenderam a mensagem da Palavra de Deus.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Livro de Neemias – Integridade e Coragem em Tempo de Crise – Elinaldo Renovato


27 de outubro de 2011

A CONSPIRAÇÃO DOS INIMIGOS CONTRA NEEMIAS



A CONSPIRAÇÃO DOS INIMIGOS CONTRA NEEMIAS – Ev. José Costa Junior


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

                O assunto desta lição diz respeito aos eventos ocorridos pós exílio. Não penso que seja demais fazermos uma breve cronologia dos fatos próximos, que antecederam o assunto em tela, para uma melhor visualização do professor, quanto ao cenário de que iremos tratar.

QUADRO CRONOLÓGICO DO PÓS EXÍLIO


 
O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão do que trata a lição; A CONSPIRAÇÃO DOS INIMIGOS CONTRA NEEMIAS. O objetivo não é apenas a construção do fato histórico, mas fazer algumas reflexões sobre tais fatos, produzindo paralelos devocionais e trazendo ao professor da EBD elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

            A FALSIDADE DOS ADVERSÁRIOS

            Quando a tentativa de ridicularizar mostrou-se ineficaz, os adversários da construção atacaram de outra forma: tentaram conquistar a amizade de Neemias, oferecendo também o seu apoio à reconstrução. Na verdade, havia um plano para assassinar Neemias. Os protagonistas da conspiração foram Sambalate e Gesém, que pediram para o governador encontrá-los em uma planície conhecida pelo nome de Ono (Kafr' Anã), cerca de dezesseis quilômetros a leste de Jope. Por cinco vezes eles entraram em contato com Neemias. Na quinta vez o contato foi feito por um documento oficial, onde Sambalate, o grande adversário de Neemias,  acusava o governador de manter em oculto ambições reais e que, no devido tempo, proclamaria sua independência de Artaxerxes (Ne 6: 5-7). Na carta, Sambalate deixou transparecer que não revelaria estas coisas ao rei da Pérsia se, em troca, Neemias se dispusesse a encontrá-los para algumas negociações.
           

Neemias imediatamente rejeitou a proposta, que seria uma maneira de afastá-lo da cidade para ser sumariamente executado. A resposta sábia de Neemias: “ Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco? (Ne 6:3) nos faz refletir sobre o quão necessário é que o povo de DEUS esteja atento para as ciladas de Satanás, nosso cruel adversário. Devemos buscar conhecimento, agirmos com sabedoria e suplicarmos de DEUS o discernimento espiritual para interpretarmos cada situação que se apresenta diante de nós, no intuito de tomarmos a melhor decisão, tal qual Neemias. Buscar o conhecimento não é uma tarefa difícil, pois hoje se tem uma gama enorme de informações disponíveis para consulta, quer em livros publicados, quer pela internet nos sítios de busca e em outros variados meios. A sabedoria não é necessariamente o acúmulo de conhecimentos e sim, a aplicação prática dos mesmos. Como exemplo, pode-se verificar a quantidade de pessoas que tem o pleno conhecimento dos malefícios do cigarro e, mesmo assim, fumam copiosamente.


Aplicar conhecimentos na vida prática de sorte que se viva bem, é sinal de sabedoria. Os anos vividos e as experiências adquiridas com os mesmos são fontes onde se pode sorver conhecimento para aplicação nas circunstâncias da vida. Por isso a sabedoria dos cabelos brancos, em muitas vezes, se faz mais adequada do que o conhecimento juvenil. Agora como resolver se o assunto for de cunho espiritual? Como discernir uma discórdia entre dois irmãos? Será apenas a manifestação pura e simples de inveja, orgulho ou soberba de um deles ou uma seta inflamada do inimigo para que haja um dano coletivo de dimensões não previstas?

Só a graça do SENHOR, habilitando seus servos com discernimento espiritual, para perceber tais cenários e agir sob a orientação do ESPÍRITO SANTO, não permitindo que nada venha atrapalhar a obra do SENHOR.
           

“Não poderei descer...”Temos visto autoridades religiosas, porta vozes da moral, homens que afirmam ser seguidores de JESUS, cair em desgraça perante os olhos de DEUS e dos homens, descendo, a passos largos, ao “Vale de Ono”. Temos assistido, pelos noticiários, as mais variadas falcatruas com o dinheiro público e, para nossa tristeza, envolvimento de pastores evangélicos. Pior que tudo, temos visto o evangelho de JESUS CRISTO torcido e pervertido por falsos mestres, de modo que se acomode a moralidades destrutivas e ao comportamento secularizado de nossos tempos. Eu lhe pergunto: se não fosse um crente, o que você pensaria dos líderes evangélicos hoje?


As sequelas tem sido devastadoras. Mesmo ministérios íntegros estão agora sendo vistos com desconfiança. Atacar o irmão ou esmagar a irmã é a moda agora. Todo mundo é um alvo legítimo. Talvez a dimensão mais triste seja a de todas as vidas inocentes que cercavam aqueles que caíram e fracassaram tão escandalosamente. Estou pensando em congregações inteiras que precisam continuar, após descobrirem que seu ministro vivia enganosamente em imoralidades. E o que dizer do cônjuge e filhos que têm de apanhar os cacos por causa do descuido egoísta de seu marido e pai? Temos que ter a plena consciência de que ninguém é imune à tentação.  Aqueles que julgam estar em pé precisam cuidar continuamente para não cair. Temos que despertar a igreja para a necessidade de restaurar o respeito pelo ministério. Para isso, nós obreiros temos que primar pela pureza do mesmo. Não negociar com o pecado.


Fazer o que é certo e não o que dá certo.  Algumas denominações estão negociando com o pecado. Em seus esforços de promoverem a justiça social e serem socialmente relevantes, têm se prostrado à versão do homossexualismo idealizada pelo Maligno. Elas têm incentivado uma falsa compaixão que, em nome do amor, dá sua aprovação “cristã” a todos os tipos de maldade moral, inclusive a sodomia. Como a igreja de Tiatira, elas levam o servo de DEUS para o mau caminho, ensinando-os a cometerem imoralidades (Ap 2:20-29).

Muitas das igrejas pro gay são presididas por pastores descontrolados em seus apetites sexuais. Eles abusam de sua autoridade usando suas ovelhas para satisfazer a própria sensualidade. Há igrejas hoje onde prevalece a imoralidade sexual, sobre as quais o julgamento de DEUS será grave. Em sua santidade, o SENHOR não vai tolerar falsos ensinos e líderes abusivos que promovem a perversão sexual, inclusive as práticas homossexuais.




            SUBORNO E FALSA PROFECIA


            Um homem chamado Semaías, filho de Delaías, o quinto a ser alugado por Tobias e Sambalate, suplicou a Neemias que buscasse refúgio e proteção no templo, a fim de guardar sua vida contra alguns assassinos que tencionavam matá-lo (Ne 6:10-14). Neemias compreendeu que tal demonstração de covardia repercutiria negativamente entre o povo e, logo em seguida, baixaria sensivelmente o moral dos trabalhadores, além desacreditá-lo diante da nação. Por isso, Neemias não aceitou aquele conselho mortífero e, como homem de DEUS, lançou-se perante a face do SENHOR, buscando nELE refúgio e proteção.


            Ainda temos hoje, em algumas igrejas, o entendimento equivocado sobre a mensagem profética. Quanto à autoridade da mesma , sabemos que não é igual a das Escrituras Sagradas e, por consequência, não pode ser considerada “palavras de DEUS”. Segundo Bruce Yocum, autor pentecostal, “a profecia pode ser impura – nossos pensamentos ou ideias podem misturar-se a mensagem que recebemos – quer recebamos diretamente as palavras, quer recebamos só uma noção de mensagem”. Devemos dizer que, na prática, muita confusão resulta no costume de prefaciar profecias com frases veterotestamentárias tipo “…assim diz o SENHOR”, “eis que vos falo”, “EU SOU o DEUS que falo contigo”, “MEU servo…”, frases jamais proferidas por nenhum profeta do Novo Testamento.


 Isto é desastroso porque dá a impressão de que as palavras que se seguem são as palavras do próprio DEUS, enquanto o Novo Testamento não justifica tal posição. DEUS traz a mente algo que deva ser relatado a igreja e o ESPÍRITO SANTO faz com que ecoe com o máximo de poder no coração dos que precisam ouvir, sem a necessidade de revestir tais palavras com a autoridade que elas não tem. Relatar com suas palavras algo que DEUS lhe trouxe de maneira espontânea à mente não equivale à Palavra de DEUS, em autoridade. Não obstante a isso, por vezes, identifica-se de “profeta” ou “profetiza” alguns irmãos/irmãs e, muitas vezes, a congregação atribui tamanha autoridade que se assemelha a dos profetas do Antigo Testamento.



Acabam se tornando autoridades correspondentes ou superiores aos próprios pastores da igreja. Logo são vencidos pela tentação de manipular pessoas e situações, mentindo em nome de DEUS. Quando se chega a esta situação, compreendemos que houve vários erros coletivos. Errou o pastor por não instruir a igreja sobre este dom e sua dimensão, não exercendo a disciplina no momento adequado. Errou a igreja por alimentar esta áurea mística de “profeta” e errou o irmão que possui o dom por pecar quando manipula, mente e fala por si mesmo e não como um vaso de DEUS. O verdadeiro servo que tem o dom de profecia é profundamente fiel a DEUS e comprometido com a instrução divina.
Ele não é tão somente um profundo conhecedor dessas instruções, como também é um praticante da fé. Não tem nada a ver com a promoção pessoal, difusão de ideias particulares e habilidade para se comunicar. A vocação não depende de habilidades pessoais, mas do dom DIVINO.


            A CONCLUSÃO DA OBRA


            Passaram apenas cinquenta e dois dias e as paredes foram terminadas. O curso e extensão da área urbana não podem ser determinados hoje, em virtude da inacessibilidade arqueológica. Porém, o quadro que o livro de Neemias apresenta da cidade de Jerusalém sugere que era bem menor do que a Jerusalém anterior ao cativeiro. Somente depois que os macabeus alargaram-na, no segundo século a.C., pode-se dizer que a cidade chegou às dimensões de seus tempos antigos. Apesar de tudo, o término da reconstrução das muralhas de Jerusalém frustraram as perversas intenções dos inimigos de Judá, os quais puderam constatar que a mão de DEUS estivera em todo aquele negócio (Ne 6:16).


CONCLUSÃO


Concluindo, espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em tão fascinante tema e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada ao SENHOR JESUS. 

Ev. José Costa Junior