9 de abril de 2012

ÉFESO A IGREJA DO AMOR ESQUECIDO

ÉFESO A IGREJA DO AMOR ESQUECIDO

TEXTO ÁUREO = Permanecei no meu amor = ( Jo 15: 9 )

VERDADE PRÁTICA = A perda do primeiro amor é um prejuízo enorme porque põe em perigo ate nossa felicidade eterna.

LEITURA BIBLICA = Apocalipse 2: 1 – 7

INTRODUÇÃO

O Evangelho chegou a Éfeso no ano 52, quando Paulo, ao fim de sua segunda viagem missionária, passou por aquela cidade e pregou na sinagoga (At 18.19,20). Áquila e Priscila, o haviam acompanhado e ficaram ali, trabalhando em sua profissão e evangelizando. Quando o apóstolo iniciou sua terceira viagem, voltou a Éfeso e achou ali 12 crentes, os quais batizou. Na ocasião todos foram também batizados com o Espírito Santo (At 19.1-6). Com isto Deus estava abrindo a porta para um enorme despertamento espiritual, proporcionando um grandioso crescimento da igreja naquela cidade (At 19.11). Paulo permaneceu ali por dois anos, continuando depois a sua viagem. Em seu regresso a Jerusalém, passou por Mileto, cidade portuária, distante 66km de Efeso, onde teve um emocionante encontro com os anciãos da igreja (At 20.17-38).

Passados 39 anos, veio a carta de Jesus àquela igreja. O assunto principal de que se ocupou a referida carta, “o primeiro amor”, é de tal importância, que justifica dedicarmos a lição de hoje a este tema.
Havia em Éfeso uma grande biblioteca e um teatro com lugares para 25 mil pessoas assentadas. A cidade possuía o principal porto da Ásia, colocando-se, assim, na rota comercial do Império. Foi construído naquela cidade um templo para a realização de cultos ao imperador romano. Hoje, existem apenas ruínas daquele grande centro urbano, entre as quais se destaca a fachada da antiga biblioteca.

PERMANÊNCIA INTERROMPIDA

A permanência de Paulo em Éfeso foi interrompida por uma grande perseguição. Através de suas pregações, muitos se converteram a Cristo. Com isso, o comércio das imagens da deusa Diana estava se enfraquecendo. Tomados de ira, os fabricantes de ídolos provocaram grande tumulto, tentando fazer com que Paulo fosse publicamente condenado por pregar uma doutrina que estaria "prejudicando" a cidade (At.19.21-40; I Cor.15.32). Afinal, o turismo e o comércio estavam estabelecidos sobre a idolatria. Diante de disso, Paulo se retira. Depois de algum tempo, mandou chamar os líderes da igreja de Éfeso para se encontrarem com ele em outra cidade, Mileto. Ali, Paulo se despede deles, dizendo que não mais o veriam (At.20.16-38).

Timóteo, Apolo, Áquila e Priscila trabalharam na igreja de Éfeso (At.18.18,19,24; I Tm.1.3; II Tm.4.19). De acordo com a tradição, o apóstolo João também exerceu ministério naquela cidade e ali morreu. A bíblia não confirma isso. O que temos de concreto é que João escreveu uma carta à igreja de Éfeso assim como fez a outras seis igrejas da Ásia (Apc.2.1).

MOTIVO DO ENVIO DA CARTA

As igrejas cristãs estavam se estabelecendo em diversas cidades do Império Romano, começando dos principais centros, onde Paulo procurava concentrar suas atividades evangelísticas. Nesses mesmos centros, encontravam-se colônias judaicas, já que, por motivos diversos, milhares de judeus estavam espalhados por vários lugares. Eles se estabeleciam com mais freqüência nas principais cidades, como seria natural, uma vez que nesses locais se concentravam as atividades comerciais, culturais e religiosas, sendo os melhores campos para o trabalho e o enriquecimento.

Desse modo, em todos os lugares Paulo encontrava uma sinagoga e ali pregava para os judeus. Assim, apesar dos protestos e perseguições, alguns se convertiam. Logo estava estabelecida a igreja e sua formação incluía gentios e judeus. Percebe-se então uma dicotomia imediata na comunidade. Além disso, como era natural, a igreja era formada por homens e mulheres, servos e senhores, escravos e livres, ricos e pobres. Bem sabemos que esse cenário não era uma particularidade de Éfeso, mas característica comum a diversas igrejas. Essa diversidade de componentes da igreja, faz com que ela seja um organismo bastante eclético. 

Essa variedade se tornava, muitas vezes, causa de divisão, partidarismo, dentro das igrejas. Por isso, Paulo escreve aos efésios, tendo como principal tema a unidade da igreja. Seu foco está principalmente sobre a questão entre judeus e gentios. Por um lado, os judeus se consideravam como a "nata" religiosa do mundo. Então, os gentios eram vistos por eles como uma segunda categoria, até mesmo dentro da igreja. Os gentios, por sua vez, poderiam se sentir inferiorizados. Contudo, nas cidades fora da Palestina, os gentios eram os "donos da casa". Então, os judeus poderiam ser vistos como estrangeiros arrogantes que se achavam superiores aos próprios cidadãos do lugar.

Tudo isso nos mostra que era fácil que a igreja se dividisse internamente entre o grupo dos judeus e o grupo dos gentios. Então, Paulo insiste na doutrina da unidade da igreja. Afinal, Cristo chamou pessoas tão diferentes e as uniu em um corpo para que aprendessem o amor que supera todas as desigualdades e até mesmo ajuda a minimizá-las ou eliminá-las quando possível.

UNIDADE DA IGREJA

Paulo menciona a localização de gentios e judeus dentro do plano de salvação e da igreja. Seu objetivo é demonstrar que no corpo de Cristo, esse tipo de diferença é irrelevante. Ele tenta fazer com que seus leitores vejam que, no passado, todos eles eram pecadores (Ef.2.1-3) e que agora todos são salvos. Estes são os adjetivos que importam. Não interessa saber quem é judeu e quem é gentio. Essas verificações só serviam para dividir a igreja. Paulo diz que agora, após a conversão, ninguém era mais estrangeiro, como se tivesse um tratamento diferente dentro da igreja. 

Somos todos concidadãos (Ef.2.19). Dizer isso para gentios e judeus era mostrar que não mais importava o lugar onde nasceram nem a sua origem genealógica. Agora, somos cidadãos na mesma cidade, a Nova Jerusalém. Afinal, nascemos de novo. Agora somos parte da mesma família.

0 AMOR É A ESSÊNCIA DA VIDA CRISTÃ

1. O amor e a vida do crente. O amor é essencial à vida do crente. A vida espiritual se manifesta quando “Cristo vive em mim” (Gl 2.20; Cl 1.27; 3.4; 1 Jo 5.11,12). Sendo Jesus a caridade (1 J0 4.8,16), quando Ele vive no crente, este passa a viver em amor.

2. O amor une a Igreja a Cristo. O amor é essencial à comunhão da Igreja com Jesus. Através do amor a Igreja está vinculada a Jesus como uma noiva ao seu noivo. Pela salvação nasceu em nós “o primeiro amor” (Ap 2.4; 1 Jo 4.19). Então o crente se compromete a amar a Jesus e ser-lhe fiel (2 Co 11.2,3) até o fim (Ap 2.10), quando, pela morte ou pelo arrebatamento, passar a estar sempre com o Senhor (Fp 1.23; 1
Ts 4.17).

3. O amor e a vida de fé. O amor é essencial à demonstração duma vida de fé. A verdadeira vida de fé opera e se manifesta através da caridade (Gl 5.6). Portanto, o crente em cuja vida o primeiro amor já se esgotou, tem tudo para ser uma pessoa vazia e estéril em si mesma.

O AMOR - UM SEGREDO DA VIDA CRISTÃ

O amor é um segredo no funcionamento da vida cristã. O verdadeiro amor se expressa, não através de “palavras nem de línguas, mas por obras e em verdade” (1 Jo 3.18). São estas obras que resplandecem, como luz, diante dos homens (Mt 5.16).

1. O amor e a comunhão com Deus. O amor é o segredo da nossa comunhão com Deus. Nós O amamos porque Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.11,19). Este amor nos alegra (1 Pe 1.8) e impulsiona a estarmos a sós com o Senhor em oração (Cl 1.4)
e a obedecermos à Sua Palavra (Jo 14.15,21,23).

2. O amor como vinculo de união. O amor é o vínculo que une os crentes. No amor de Cristo somos feitos UM (Cl 3.16; At 4.32; Jo 17.21). O amor é a evidência de que o crente está na luz (1 J0 2.20) e de que é nascido de novo (1 Jo 5.1).

3. O amor e o trabalho do Senhor. O amor impulsiona o crente para o trabalho (2 Co 5.14,15). Os crentes hebreus mostraram seu amor ao Senhor servindo aos santos (Hb 6.10).

4. O amor e a vinda de Jesus. O amor conserva o crente preparado para a vinda de Jesus. Somente os que amam a Sua vinda poderão receber a coroa da justiça (2 Tm 4.8). A Bíblia diz: “Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema” (1 Co 16.22).


VENCENDO PELO AMOR

A Bíblia afirma que nos últimos tempos “o amor de muitos esfriará” (Mt 24.12). Todos os crentes sofrem o ataque contra o primeiro amor, como ocorreu também com a igreja em Efeso (Ap 2.4). Muitas coisas procuram nos separar do amor de Deus (Rm 8.35,36,38,39), mas, por Jesus, podemos ser mais do que vencedores (Rm 8. 7).

1. Como permanecer no amor de Jesus. O crente que vive em comunhão com Jesus e o obedece, permanece no seu amor (Jo 15.10; 1 Jo 2.5). Um contato contínuo com Jesus, que nos ama (Jo 13.1) e se entregou por nós (Ef 5.2,25), mantém o nosso amor sempre renovado (1 Jo 4.19) e inapagável (Ct 8.6,7). Agora vivo na fé do Filho de Deus que se entregou por mim (Gl 2.20).

2. O amor do Espírito Santo. O Espírito Santo está conosco para nos ajudar (Rm 8.26). Ele nos ajuda, inclusive, a vencer os ataques contra o amor que por Ele mesmo é derramado em nossos corações (Rm 5.5). Quando o crente tem em si o poder de Deus (Ef 3.16,17), pode, então, compreender a largura, o comprimento, a altura, a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento (Ef 3.18,19).

O ABANDONO DO PRIMEIRO AMOR

O que leva o crente â trágica situação de abandonar a sua primeira caridade?
1. Descuido. Quando alguém, por descuido, perde a intimidade com Jesus, seu amor começa a esfriar. No momento em que Pedro começou a ficar “para trás” (Hb 4.1) e a seguir a Jesus de “longe” (Lc 22.54), já estava a um passo da queda. Devemos acompanhar a Jesus “de perto” (Si 63.8; Gn 32.26; 2 Cr31.21; Is 26.9), como Enoque (Gn 5.24) e Noé (Gn 6.9), que andaram com Deus (Am 3.3).

2. Amor dividido. Quando alguém divide o seu amor entre Jesus e outras coisas, indica que está abandonando a “sua primeira caridade”. A conseqüência do amor ao dinheiro, por exemplo, é o desvio da fé (1 Tm 6.10; Gl 5.6). Aquele que ama o mundo e tudo quanto no mundo há (1 Jo2.15) ou se mantém preso a um “jugo desigual” (2 Co 6.14), está trocando o seu primeiro amor por “inimizades contra Deus”, pois a Bíblia diz que “qualquer que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4).

3. Indisposição de perdoar. Isto tem prejudicado a muitos crentes a ponto de fazê-los perder a primeira caridade. Em lugar de perdoar os ofensores, permitem que uma raiz de amargura tome conta de seu sentimento (Hb 12.15). Jesus nos perdoou uma dívida muito maior e, por isto, devemos também, perdoar os nossos devedores (Mt 6.12; 18.23- 35). Um coração fechado faz murchar a oração (Mc 11.24-26) e o amor então esfria.

A PERDA DO PRIMEIRO AMOR SIGNIFICA UMA QUEDA

Jesus disse: “Lembra-te, pois, de onde caíste” (Ap 2.5). Por que a perda do primeiro amor se constitui uma queda?

1. Comunhão só através do amor. A extinção do primeiro amor na vida do crente implica também na perda de comunhão com Jesus. Tudo na vida espiritual se baseia no amor (1 Co 16.14). Se o amor entre os cônjuges se acabar, que restará, então, do matrimônio? Semelhante- mente, se a noiva de Jesus perder seu amor para com o Noivo, não estará em perigo a sua felicidade eterna? Cada um deve examinar a si (1 Co 11.28).

2. Sem amor não há serviço para Deus. A perda do amor implica na perda do valor do nosso serviço para Deus. “Se falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” (1 Co 13.1-3), Nem trabalho, nem sacrifício, nem oferta, nem uso dos dons, nem outra coisa qualquer poderá jamais substituir o amor. Até a finalidade da Igreja de ser luz do mundo, estará em perigo se faltar o amor, como está escrito: “quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal” (Ap 2.5).

3. Não há paz sem o amor. A perda do primeiro amor abre a porta às vãs contendas (1 Tm 1.5,6). Dá lugar também à manifestação das obras da carne (Gl 5.19-21) dentre as quais se destacam o ódio, a ira e a inveja. Faltando o amor, corremos o risco de destruir alguém pelo qual Cristo morreu (Rm 14.15).

A perda do amor é uma queda porque a coroa da justiça será dada somente aos que amarem a vinda de Jesus (2 Tm 4.8). Perdendo a coroa, uma conseqüência da perda do amor, que daria o homem em resgate da sua alma?” (Mc 8.36,37). Que Deus nos guarde de perder o amor.

A CARIDADE PERDIDA PODE SER RECUPERADA

Jesus escreveu à igreja em Efeso, não semente sobre o que lhe faltava, mas também a respeito da receita para sua recuperação espiritual.

1. “Lembra-te, pois donde caíste” (Ap 2.5). A recordação do gozo e da felicidade proporcionados pela íntima comunhão com Jesus no passado, constitui um despertamento para a grande necessidade de deixar os atuais caminhos e voltar para Deus (Si 119.59; Lm 3.40; Lc 15.17- 20).

2. “Arrepende-te” (Ap 2.5). Esta receita é infalível. Arrependimento significa que o faltoso reconhece diante de Deus o seu erro e resolve deixá-lo, confiando no poder do sangue de Jesus para perdoá-lo (1 Jo 1.7; Tg 4.9; 2 Tm 2.26; Pv 28.13). Esta receita, porém, deve ser aplicada “durante o tempo que se chama hoje” (Hb 3.13). O Senhor espera! Arrepende-te, pois, confiando nos méritos de Jesus.

3. “Pratica as primeiras obras” (Ap 2.5). Depois de ter recebido perdão de tudo, o amor e a comunhão com Jesus voltam de novo a ter as mesmas expressões como “nos dias antigos” (Ml 3.4). Este sentimento se manifesta então, não só pela boca, mas em todas as suas evidências (Lm 5.21; Os 2.14,15; Jr 2.2,3). “As coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).

A conclusão da carta, na qual temos:

1. Uma chamada de atenção: “Quem tem ouvi- dos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Observe: (1) O que está escrito nas Escrituras é falado pelo Espírito de Deus. (2) O que é dito a uma igreja diz respeito a todas em todos os lugares e épocas. (3) Nunca podemos empregar melhor a nossa habilidade de ouvir do que quando obedecemos à palavra de Deus; e merecemos perdê-la se não a empregarmos para esse propósito. Os que agora não ouvem o chamado de Deus no final das contas vão desejar nunca ter tido a capacidade de ouvir qualquer coisa.

2. Uma promessa de grande misericórdia para os que vencerem. A vida cristã é uma batalha contra o pecado, Satanás, o mundo e a carne. Não é suficiente que nos engajemos nessa batalha, mas precisamos continuar nela até o fim; não podemos nunca ceder aos inimigos espirituais, mas precisamos combater o bom combate, até alcançarmos a vitória, como devem fazer todos os cristãos perseverantes; e a batalha e a vitória terão um triunfo e uma recompensa gloriosos. O que é prometido aqui aos que vencerem é que comerão “... da árvore da vidas que está no meio do paraíso de Deus”. Eles terão aquela perfeição de santidade, e a confirmação nela que Adão teria tido se tivesse persistido no curso da sua provação: ele teria então comido da árvore da vida que está no meio do paraíso, e esse teria sido o sacramento da confirmação para ele no seu estado santo e bem-aventurado; assim, todos os que perseveram na sua aflição e batalha cristã obtêm de Cristo, como a árvore da vida, a perfeição e a confirmação na santidade e na felicidade do paraíso de Deus; não no paraíso terreno, mas no celestial (cap. 22.1,2).


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1989

Comentário Bíblico Mathew Henry  - Novo Testamento Edição Completa

VISITE O LINK ABAIXO






3 de abril de 2012

A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO


A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO

TEXTO ÁUREO = “Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.1 7,18).

VERDADE PRÁTICA = Embora  humilhado e ferido de Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou e, gloriosamente, voltará como rei dos reis e Senhor dos senhores.

LEITURA BIBLICA  = Apocalipse  1: 9 – 18

INTRODUÇÃO

Vv. 1-3. Este livro é a revelação de Jesus Cristo; toda a Bíblia o é, porque toda a revelação vem de Cristo e tudo se relaciona a Ele. Seu tema principal é expor os propósitos de Deus acerca dos assuntos da Igreja e das nações, segundo se relacionam com ela, e do fim do mundo. Tudo isto acontecerá com toda certeza, e começarão a acontecer dentro de pouco tempo. O próprio Cristo é Deus e tem luz e vida em si, mas como Mediador entre Deus e o homem, recebe instruções do Pai. A Ele devemos o conhecimento do que temos que esperar de Deus e do que Ele espera de nós. O tema desta revelação são as coisas que em breve devem acontecer. E pronunciada uma benção para todos os que lêem ou escutam as palavras desta profecia. Aqueles que investigam a Bíblia têm uma boa ocupação. Não basta ler e ouvir; devemos manter em nossa memória, afetos e na prática as coisas que aqui estão escritas, e seremos abençoados na obra. Até os mistérios e as dificuldades deste livro, que estão unidos às revelações de Deus, são adequados para imprimir na mente um temor reverente e para purificar a alma do leitor, ainda que este não discirna o significado profético. Nenhuma Outra parte das Escrituras expõe mais plenamente o Evangelho, e adverte melhor contra o mal que é trazido pelo pecado.

Vv. 4-8. Não pode haver verdadeira paz onde não há verdadeira graça; onde a graça for será seguida pela paz. Esta benção é concedida no nome de Deus, da santa Trindade, um ato de adoração. Primeiro nomeia-se ao Pai, descrito como Senhor, que é, que era e que há de vir, eterno e imutável. O Espírito Santo é chamado de “os sete espíritos”, o perfeito Espírito de Deus, em quem há diversidade de dons e operações. O Senhor Jesus Cristo foi, desde a eternidade, uma testemunha de todos os conselhos de Deus. Ele é o Primogênito dos mortos, que por seu poder ressuscitará o seu povo. Ele é o Príncipe dos reis da terra; por Ele os conselhos destes são derrogados, e diante dEle os homens são responsáveis por prestar contas.  O pecado deixa uma mancha de culpa e contaminação na alma. Nada pode tirar esta mancha, senão o sangue de Cristo, e Cristo derramou o seu próprio sangue para satisfazer a justiça divina e comprar o perdão e a pureza para o seu povo.

Cristo faz dos crentes reis e sacerdotes para Deus, o seu Pai. Como tais eles vencem ao mundo, mortificam o pecado, governam os seus próprios espíritos, resistem a Satanás, prevalecem com Deus em oração e julgarão o mundo. Ele os tem feito sacerdotes, lhes deu acesso a Deus, capacita-os para oferecer sacrifícios espirituais aceitáveis; por estes favores, eles lhe dão domínio e glória para sempre.

Ele julgará ao mundo. O apóstolo chama atenção a esse dia no qual todos veremos a sabedoria e a felicidade dos amigos de Cristo e a loucura e a desgraça de seus inimigos. Pensemos freqüentemente na Segunda Vinda de Cristo. Ele virá para terror daqueles que o ferem e o crucificam de novo em sua apostasia; Ele virá para assombro de todos os ímpios.
Ele é o Princípio e o Fim; todas as coisas são dEle e para Ele; Ele é Todo-Poderoso; é o mesmo, Eterno e Imutável. Se desejamos ser contados com os seus santos na glória eterna devemos nos submeter agora voluntariamente a Ele, recebê-lo e honrá-lo como Salvador, pois cremos que virá a ser o nosso juiz. Oh! Há muitos que desejariam nunca morrer e que não houvesse um dia de juízo!

Vv. 9-11. O consolo do apóstolo é que não sofreu como malfeitor, mas pelo testemunho de Jesus, por testemunhar de Cristo como Emanuel, o Salvador; o Espírito de glória e de Deus repousou sobre este perseguido apóstolo. O dia e a hora desta visão foi o dia do Senhor, o dia do repouso cristão, o primeiro dia da semana, observado em memória da ressurreição de Cristo. Nós que o chamamos “Senhor nosso”, deveríamos honrá-lo em um dia próprio. O nome mostra como este dia sagrado deveria ser observado; o dia reservado ao Senhor deveria ser dedicado absolutamente a Ele, e nenhuma de suas horas deveria ser empregada de forma sensual, mundana ou em diversões.

Ele estava em uma atitude séria, celestial e espiritual, sob a influência da graça do Espírito de Deus. Os que desejam desfrutar da comunhão com Deus em um dia dedicado ao Senhor, devem procurar tirar os seus pensamentos e afetos das coisas terrenas. Se os crentes são impedidos de observar um santo dia dedicado ao Senhor, as ordenanças públicas e a comunhão dos santos, por necessidade e não por própria opção, podem buscar consolo na meditação e nos deveres secretos da influência do Espírito; ouvindo a voz e contemplando a glória de seu amado Salvador, e de cujas palavras de graça e poder confinamento algum ou alguma circunstância exterior os pode separar. E dado um alarme com o som da trombeta, e logo o apóstolo ouviu a voz de Cristo.

Vv. 12-20. As igrejas recebem a luz de Cristo e do Evangelho, e mostram-na a outros. Elas são os castiçais de ouro; devem ser preciosas e puras; não somente os ministros, mas os membros delas; assim a nossa luz deve brilhar diante dos homens, para que possamos levar outros a dar glória a Deus. O apóstolo viu o Senhor Jesus Cristo aparecer em meio aos castiçais de ouro. Ele sempre está com suas igrejas, até o fim do mundo, enchendo-as com luz, vida e amor. Estava vestido com um manto até os seus pés, talvez representando a sua justiça e o seu sacerdócio, como Mediador. Esta vestimenta estava cingida com um cinto de ouro, que pode denotar quão preciosos são o seu amor e afeto por seu povo. Sua cabeça e cabelos brancos como a lã e a neve podem representar a sua majestade, pureza e eternidade.

Seus olhos como chamas de fogo podem representar seu conhecimento dos segredos de todos os corações e dos acontecimentos mais distantes. Seus pés, como de bronze reluzente que arde em um forno, podem denotar a firmeza de seus desígnios e a excelência de seus procedimentos. Sua voz, como o som de muitas águas, pode representar o poder de sua palavra para resgatar ou destruir. As sete estrelas simbolizavam os ministros das sete igrejas às quais o apóstolo deveria escrever, e a quem Cristo sustentava e comandava. A espada representa a sua justiça e a sua palavra, que alcança até a divisão da alma e do espírito (Hb 4.12); seu rosto era como o sol, quando brilha clara e fortemente; a sua força é extremamente brilhante e capaz de cegar os olhos mortais que tentam contemplá-la.

O apóstolo estava surpreendido com a grandeza do brilho e da glória em que Cristo lhe apareceu. Devemos estar contentes em andar por fé enquanto estivermos aqui na terra. O Senhor Jesus disse palavras de consolo: Não temas. Palavras de instrução, dizendo quem era o que havia aparecido daquela maneira. Sua natureza divina: o Primeiro e o Último. Seus sofrimentos anteriores: esteve morto, e os seus discípulos o viram na cruz. Sua ressurreição e vida: venceu a morte e é a vida eterna. Seu ofício e autoridade: o domínio soberano sobre o mundo invisível, como juiz de tudo, de cuja sentença não há apelação.
Ouçamos a voz de Cristo e recebamos as dádivas de seu amor; por que Ele se ocultaria daqueles por cujos pecados morreu? Então, obedeçamos a sua Palavra e entreguemo-nos totalmente àquEle que dirige todas as coisas retamente.
               
                                                   A VISÃO DO CRISTO GLORIFICADO  -  01 - 

Como temos visto, o Livro de Apocalipse, é o livro das visões de João, o apóstolo, quando este esteve preso e exilado na Ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do seu amor a Jesus. Patmos era uma pequena ilha no Mar Egeu, para onde eram encaminhados os prisioneiros mais perigosos na época do Império Romano. Podemos perceber como os pregadores da Palavra de Deus no primeiro século eram tratados, uma vez que eram considerados como os piores criminosos.

 No capítulo 1 do livro, João está descrevendo sua primeira visão na ilha. Nesta visão ele pode contemplar o Senhor Jesus em toda a sua manifestação de glória. Ele nos traz uma das mais lindas descrições do Filho de Deus nos céus, aquele que foi morto, mas ressuscitou e hoje esta à destra de Deus, vivendo sempre a interceder pela sua Igreja, Rm 8:34, "Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós".

Já vimos alguns pontos nesta visão: Suas vestes compridas, simbolizando sua glória; seu cinto de ouro sobre o peito que tem como símbolo seu poder para julgar; sua cabeça branca, simbolizando sua eternidade; seus olhos de fogo, seu poder de penetrar todas as coisas, nada ficando escondido de sua presença. "QUEREMOS VER NESTE ESTUDO, MAIS ALGUNS ASPECTOS DA APARÊNCIA DE CRISTO EM SUA GLÓRIA":

                                           SEUS PÉS SEMELHANTE AO BRONZE POLIDO

Vs. 15, "os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas".

1. Embora o Filho do Homem glorificado, estivesse vestido com uma roupa comprida, seus pés não estavam cobertos, porém visíveis como o bronze reluzente, (brilhante).

a. A expressão "bronze polido", vem do termo grego "calkolibanov" calkolibanos (calkos=bronze; laban=embranquecer), referência a "algum metal como ouro, se não mais precioso" (Bíblia Online SBB). Seus pés, estavam descalços, assim como ficavam descalços os pés dos sacerdotes durante a ministração perante o Senhor em Israel.

b. O brilho de seus pés resplandecia como o fino bronze incandescente numa fornalha, debaixo de uma alta temperatura. A idéia aqui é de um latão branco, grandemente aquecido até se tornar brilhante ao extremo e intolerável à vista humana.

2. O latão, ou bronze, simboliza algumas coisas na Palavra de Deus:

b. Simboliza poder e perseverança:

- Zc 6.1, "Outra vez, levantei os olhos e vi, e eis que quatro carros saíam dentre dois montes, e estes montes eram de bronze". Pense na pujança, na magnificência desses montes altos brilhando em função do bronze, matéria com a qual foram construídos. É assim que Satanás, e nossos inimigos nos vêem. Somos aos seus olhos "montes de bronze".

- Ml 4.13, Levanta-te e debulha, ó filha de Sião, porque farei de ferro o teu chifre e de bronze, as tuas unhas; e esmiuçarás a muitos povos, e o seu ganho será dedicado ao SENHOR, e os seus bens, ao Senhor de toda a terra". As unhas de bronze, nesta passagem das Escrituras, demonstram o poder de guerra de Israel para esmagar as nações inimigas. Notem que este poder de guerra não é nato da nação, mas sim dado pelo Senhor. É o Senhor quem nos capacita para a Batalha, quando nos defrontamos com os nossos inimigos. É o Senhor quem peleja por nós, Êx 14:14, "O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis".

b. Simboliza a firmeza do Juízo divino, como visto no altar de bronze e na serpente:

- Êx 27.1-7, "1 Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o seu comprimento, e de cinco, a largura (será quadrado o altar), e de três côvados, a altura. 2 Dos quatro cantos farás levantar-se quatro chifres, os quais formarão uma só peça com o altar; e o cobrirás de bronze. 3 Far-lhe-ás também recipientes para recolher a sua cinza, e pás, e bacias, e garfos, e braseiros; todos esses utensílios farás de bronze. 4 Far-lhe-ás também uma grelha de bronze em forma de rede, à qual farás quatro argolas de metal nos seus quatro cantos, 5 e as porás dentro do rebordo do altar para baixo, de maneira que a rede chegue até ao meio do altar. 6 Farás também varais para o altar, varais de madeira de acácia, e os cobrirás de bronze". Devemos pensar que o altar era o lugar onde acontecia os sacrifícios, e conseqüentemente o lugar onde os pecados eram expiados, perdoados. Era ali que a ira de Deus contra o pecado era aplacada, acalmada. Um fato interessante sobre o altar estava nos quatro chifres, que servia de proteção a uma pessoa fugitiva que ficava em segurança quando corria e se agarrava a eles.

- Nm 21.8-9, "8 Disse o SENHOR a Moisés: Faze uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá. 9 Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava". O contexto desta passagem esboça a realidade da mortandade que estava ocorrendo no meio do povo de Deus em razão de sua desobediência, por reclamar do alimento servido por Deus (Maná), chamando-o de "pão vil" (v. 5), considerando como melhores as comidas que comiam como escravos no Egito. Deus então, mandou para o acampamento "serpentes venenosas", que picavam e espalhavam a morte no meio do povo. A "serpente de bronze", construída pela ordem de Deus, era o alívio, o escape, pois quem fosse picado por uma serpente venenosa só escapava da morte quando olhasse para ela. Esta "serpente de bronze", prefigurava Cristo, quando foi erguido no Monte Calvário, sendo a salvação para aqueles que olhassem para ele, João 3:14, "E do modo por que Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado".

3. Outrora, os pés de Jesus palmilhavam as ruas de Jerusalém, em tarefas de misericórdia, os quais Maria lavou com sua lágrimas, e que os homens cruéis cravaram no Calvário. Estes pés, são agora os pés do vingador ao vir para pisar seus inimigos, Ap 14.19-20, "19 Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. 20 E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios". Temos aqui a figura do lagar que era uma "Espécie de tanque grande, geralmente cavado em rocha, no qual vários homens, com os pés descalços, pisavam as uvas para extrair delas o suco usado para fazer vinho", Ne 13.15 (Bíblia Online SBB). Da mesma forma que a uvas eram pisadas pelos homens, nesta passagem vemos Jesus pisando os ímpios em sua ira de julgamento.

4. Sim, os pés de Jesus como "latão reluzente", "bronze polido", nos mostram o seu poder contra os inimigos, a ao mesmo tempo o se juízo que sobrevirá contra aqueles que o rejeitaram.

                                                       SUA VOZ E SUA BOCA

Vs. 10, 12, 15, 16, "10 Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta, 12 Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro 15 os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. 16 Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força". Dois pontos são importantes para serem destacados aqui:

1. A "voz". A boca é o instrumento de saída da voz. O Apocalipse é o livro da "voz", cuja palavra, João usa por cerca de 50 vezes. A "voz" que João ouviu corresponde à voz do Ancião de Dias, descrito no Livro de Daniel, Dn 10.6, "o seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente".

a. "Voz como de Trombeta". "A trombeta fala de "ruído" e "poder", anunciando acontecimentos prodigiosos que sucederão ... era usada para alertar os exércitos romanos, colocando-os em estado de prontidão militar" (Novo Testamento Interpretado - Champlin). As trombetas anunciavam para os israelitas eventos como "Dia da Expiação", Lv 29.9; "empreendimentos militares", Jz 3.27, 7.18; "posse de novo rei", 1 Rs 1.34, 2 Rs 9.13; "festividades religiosas", Sl 81.3; etc. Usava-se trombetas para que o povo escutasse seu som e pelo tipo de toque pudesse saber o que estava acontecendo. A segunda vida de Cristo será incrementada com um forte toque de trombeta, 1 Ts 4.16, "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro". Aqui em apocalipse, a voz de Cristo pela sua clareza, assemelha-se ao toque forte de uma trombeta.

b. "Voz como de muitas águas". O termo original "udwr" - ruidor nos sugere que barulho produzido por estas "muitas águas", é semelhante ao barulho de uma grande cachoeira ou das ondas do mar quando agitadas. Normalmente nos chamados livros "apocalípticos", "águas", são símbolo de nações enraivecidas e turbulentas, Ap 17.15, "Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas". Quando Cristo aparecer no Juízo Final, sua voz clara, distinta e autoritária, abrangerá toda a terra, não ficando nenhuma nação sem ouvi-la. Ninguém poderá resistir ao poder sobrepujante de sua expressão. O salmista nos mostra que a terra se derreterá, quando Senhor proferir sua voz, Sl 46.6, "Bramam nações, reinos se abalam; ele faz ouvir a sua voz, e a terra se dissolve".

c. Quando Cristo andou na terra, sua voz se fazia ouvir através de seus ensinos com autoridade e homem nenhum falou como Ele, como nos descreveu João em seu evangelho: Jo 7.46, "Responderam eles: Jamais alguém falou como este homem". Porém algum tempo depois sua voz foi ouvida pela última vez, como um forte brado no momento cruciante na cruz no Calvário, Mc 15.37, "Mas Jesus, dando um grande brado, expirou". É verdade que na cruz os inimigos do Senhor silenciaram sua voz, por meio de sua morte física. Porém, agora é diferente. Sua voz é poderosa e silencia todas as vozes dos poderosos da terra.

2. A "espada de dois cortes que saia de sua boca". Pode ser identificada aqui com a Espada do Espírito, que é a infalível Palavra de Deus. Vejamos alguns textos:

a. Ap 2.12, "Ao anjo da igreja em Pérgamo escreve: Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes".


b. Ef 6.17, "Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus".

c. Hb 4.12, "Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração".

d. A expressão "espada de dois gumes", ou "espada do Espírito", que ocorre nos textos lidos, nos dá a idéia de um instrumento que possui corte em dois lados, como um punhal. Ela alude ao alto poder de penetração que possui a Palavra de Deus. É por esta razão que no texto de Hebreus, temos a verdade de que a "Palavra Viva", penetra até as entranhas do homem (divisão entre alma e espírito, juntas e medulas), fazendo vir à tona até os mais profundos pensamentos e intenções do coração.

5. A Palavra que a voz proclama, será a base do juízo e da sentença divina quando Cristo aparecer para julgar a terra, Is 11.4, "mas julgará com justiça os pobres e decidirá com eqüidade a favor dos mansos da terra; ferirá a terra com a vara de sua boca e com o sopro dos seus lábios matará o perverso". Nem mesmo Satanás, na figura do Anticristo, escapará do sopro da boca de Cristo, 2 Ts 2:8: "então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda". Como espada de dois cortes, a Palavra de Deus, salva, ou mata. É poderosa para disciplinar, ou destruir.

                               A HUMANIDADE DE JESUS - ENCARNAÇÃO  == 2 João 7

Jesus foi um homem que convenceu aos que estavam mais próximos dele de que ele também era Deus. Sua humanidade não é posta em dúvida, Ao condenar aqueles que negavam que “Jesus Cristo veio em carne” (l Jo 4.2-3; 2Jo 7), João tinha por objetivo os mestres que substituíam a encarnação pela idéia de que Jesus era um ser sobrenatural (não Deus) que apenas parecia humano, mas que realmente apenas era assim na aparência, um mensageiro que não podia morrer pelos pecados.

Os Evangelhos mostram Jesus experimentando limitações humanas: (fome, Mt 4.2; fadiga, Jo 4.6; desconhecimento de fatos, Lc 8.45-47) e tristeza (Jo 11.35,38).

A Carta aos Hebreus insiste em que, se Jesus não tivesse compartilhado de todas estas facetas da experiência humana — fraqueza, tentação, sofrimento .— não estaria qualificado para ajudar-nos em tais provações (Hb 2.17-18; 4.15-16; 5.2,7.9). De qualquer maneira, sua plena experiência humana garante que a qualquer momento em nosso relacionamento com Deus podemos recorrer a ele, confiando no fato de que ele passou por isso antes de nós e é o ajudador de que necessitamos.

Cristãos que se concentram na divindade de Jesus têm, às vezes, pensado que minimizar sua humanidade é motivo de honra para Jesus. Por exemplo, sugere-se, às vezes, que Jesus esteve sempre consciente de sua onisciência e só fingia desconhecimento de fatos. Ou podia-se pensar que ele só fingia estar faminto e cansado porque, como uma espécie de super- homem, ele estava acima das necessidades da existência diária.

Porém a Encarnação significa que o Filho de Deus possui uma só Pessoa, que existe em duas naturezas, e que nada falta à sua natureza humana, exceto o pecado. A idéia de que as duas naturezas de Jesus eram semelhantes a circuitos elétricos alternativos, de moda que, às vezes, ele agia em sua humanidade e, às vezes, em sua divindade, é também uma idéia errada.
Jesus não podia pecar, mas podia ser tentado. Satanás tentou-o a desobedecer ao seu Pai através da auto-satisfação, da auto-exibição e da auto-exaltação (Mt 4.1-11), e a tentação para fugir da cruz era constante (Lc 22,28; cf. Mt 16.23, e a oração de Jesus no Getsêmani).

Como ser humano, Jesus não podia vencer a tentação sem luta; porém, como ser divino, sua natureza era a de fazer a vontade de seu Pai (Jo 5.19,30), e, portanto, sua natureza era a de resistir e lutar contra a tentação até vencê-la, Desde que a sua natureza humana era conformada à sua natureza divina, era impossível que ele falhasse no decorrer da sua resistência. Era inevitável que ele suportasse as tentações até o fim, sentindo toda a sua força, e emergisse vitorioso para seu povo. Do que ocorreu no Getsêmani, ficamos sabendo quão agudas e agonizantes foram suas lutas, O resultado feliz para nós é que, “naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18).

A RESSURREIÇÃO DE JESUS == Lucas 24.2

A ressurreição de Jesus foi um ato divino que envolveu todas as três Pessoas da Divindade (Jo 10.17-18; At 13.30-35; Rm 1.4). Não foi mera restauração do corpo físico desfalecido, tirado da cruz e sepultado. Foi uma transformação da humanidade de Jesus, que o capacitou a aparecer e a desaparecer e mover-se de forma invisível de um lugar para outro (Lc 24.31,36).

Foi a renovação criativa do seu corpo, que o tornou agora corpo totalmente glorificado e não mais sujeito à morte (Fp 3.21; Hb 7.16,24).

O Filho de Deus, no céu, vive no corpo e através do corpo e assim será para sempre. Em I Co 15.50-54, Paulo ensina que os cristãos que estiverem vivos na terra no momento em que Jesus voltar passarão por transformação semelhante. Os que morreram em Cristo antes da sua vinda serão transformados do mesmo modo e jamais voltarão a morrer. O Cristianismo se apóia na certeza da ressurreição de Jesus corno fato ocorrido na história Os Evangelhos têm-na como seu ponto alto, como túmulo vazio e os aparecimentos do ressurreto, e o Livro de Atos insiste nisso (At 1.3; 2.24-35; 3.15; 4.10; 5.30-32; 13.33-37).

Paulo considera a ressurreição como prova indiscutível de que a mensageiii a respeito de Jesus, como Juiz e Salvador, é verdadeira (At 17.31; 1 Co 15.1-11,20).

A ressurreição de Jesus demonstrou sua vitória sobre a morte. (At 2.24; I Co 15.54-57), vindicando-o como Justo (Jo 16.10) e revelando sua identidade divina ( Rm 1.4).

Ela o conduziu à ascensão e ao seu atual Reino celestial. Garante o atual perdão e justificação do crente (Rm 4.25; 1 Co 15.17) e é a esperança de vida eterna para o crente em Cristo (Jo 11.25-26; Rm 6; Ef 1.18—2.10; Cl 2.9-15; 3.1-4).

A ASCENSÃO DE JESUS == Lucas 24.51

A ascensão de Jesus foi um ato de seu Pai que consistiu em afastá-lo da visão dos discípulos, que estavam com os olhas fitos no céu (um sinal de exaltação), para dentro duma nuvem (um sinal da presença de Deus, At 1.9-1 1).

Esse ato não foi uma forma de viagem espacial, mas o passo que se seguiu á ressurreição, o retomo de Jesus da morte às alturas da glória. Jesus predisse a ascensão (Jo 662; 14.2,12; 16.5,10,17,28; 20.17), e Lucas descreve-a (Lc 24.50-53; At 1.6-11).

Paulo a celebra e afirma o conseqüente senhorio de Cristo (Ef 1.20; 4.8-10; Fp 2.9-1 1; 1 Tm 3.16). O autor da Carta aos Hebreus aplica essa verdade para encorajar os corações desfalecidos (Hb 1.3; 4.14; 9.24). Jesus Cristo é o Senhor do universo, fonte de enorme encorajamento para todos os crentes.

A ascensão, de certo ponto de vista, foi a restauração da glória que o Filho tinha antes da Encarnação; de outro ponto de vista, foi a glorificação da natureza humana de um modo que nunca ocorreu antes e, de um terceiro ponto de vista, foi o começo de um mina que antes não tinha existido dessa forma.

A ascensão estabelece três fatos:

1. O poderio pessoal de Crista. Ascensão significa elevação. Assentar-se à direita do Pai é ocupar a posição de soberano em nome de Deus (Mt 28.18; I Co 15.27; Ef 1.20-22; I Pe 3.22).

2. A onipresença espiritual de Crista. No santuário celestial da Sião celestial (Hb 9: 24; 12.22-24), Jesus é acessível a todos os que invocam o seu nome (Hb 4.14) e poderoso para auxiliá-los, em qualquer lugar do mundo (Hb 4.16; 7.25; 13.6-8).

3. O ministério celestialde Crista. O Senhor, como Rei, intercede por seu povo (Rm 8.34; Hb 7.25). Embora pedir ao Pai seja parte de suas atribuições (Jo 14.16), a essência da intercessão de Cristo é a intervenção em nosso favor, ao invés de súplica em nosso benefício (como se sua posição fosse de mera compaixão, sem status ou autoridade). Na sua soberania, ele agora prodigaliza em nosso favor os benefícios que seu sofrimento ganhou para nós. Do seu trono, ele envia o Espírito Santo constantemente para enriquecer seu povo (Jo 16.7-14; At 2.33) e equipá-lo para o serviço (Ef 4.8-12).

A SEGUNDA VINDA DE JESUS – 01 ==  I Ts 4:16

O Novo Testamento anuncia, repetidamente, que Jesus Cristo, um dia, voltará Sua segunda “vinda” ou “presença” (parousia, no grego) será a visita de um rei. O retomo de Cristo será pessoal e físico (Mt 24.44; At 1.11; Cl 3.4; 2Tm 4.8; Hb 9.28), visível e triunfante (Mc 8.38; 2Ts 1.10; Ap 1:7)

Na segunda vinda, Jesus porá fim à historia, ressuscitará os mortos e julgará o mundo (Jo 5.28-29) e conferirá aos filhos de Deus sua glória final (Rm 8.17-18, Cl 3:4) Paulo diz que, então, Cristo entregará o reino ao Deus e Pai e se sujeitará ao Pai (1 Co 15.24-28, nota). Ao declarar isso, Paulo não quer dizer que Cristo terá sua honra reduzida, mas que ele terá completado o plano que lhe foi atribuído por Deus para redimir os eleitos. No céu, os eleitos honrarão o Cordeiro que abriu o livro da salvação de Deus (Ap 5).

Segundo l Ts 4.16-17, a vinda de Cristo será uma descida do céu, proclamada por uma trombeta, uma palavra de ordem e a voz do arcanjo. Os que tiveram morrido em Cristo serão ressuscitados, e os cristãos vivos sobre a terra serão elevados para se encontrarem com Cristo. Esse acontecimento marcará o fim da vida neste mundo, como a temos conhecido, e o começo da vicia de comunhão ininterrupta com Deus. A idéia de que os cristãos serão levados deste mundo por um período apos o qual Cristo aparecerá ainda uma terceira vez para a segunda vinda tem sido amplamente defendida, mas falta-lhe fundamento bíblico.


O Novo Testamento especifica muito daquilo que terá lugar entre as duas vindas de Cristo. Contudo, além da queda de Jerusalém no ano 70 d.C. (Lc 21 .20,24), essas predições tratam de processos contínuos ao invés de eventos individuais e não oferecem nem mesmo uma data aproximada para a segunda vinda de Jesus.

O mundo gentílico será convidado à fé (Mt 24.14), e os judeus serão trazidos ao Reino (Rm 11.25-29, texto que pode prever ou não uma conversão nacional).

Haverá falsos profetas e falsos cristos (Mt 24.5,24; I Jo 2.18,22; 4.3). Haverá apostasia da fé e tribulação para os fiéis (2Ts 2.3; lTm 4.1; 2Tm 3.1-5; Ap 7.13-14; cl. 3.10). O “homem da iniqüidade” deve aparecer (2Ts 2.3-12). Nenhuma data pode ser deduzida dessas predições; a ocasião da segunda vinda de Jesus permanece completamente desconhecida (Mt 24.36).

Cristo ensina que será um trágico desastre para quem não estiver pronto quando ele voltar (Mt 24.36-51). A lembrança da sua segunda vinda deve estar sempre em nossa mente, encorajando-nos no nosso presente serviço cristão (1 Co 15.58) e ensinando-nos a viver prontos para encontrar Cristo a qualquer momento (Mt 25.1-13).

A SEGUNDA VINDA DE JEUS = 02

Cremos na segunda vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. A primeira, invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja da terra, antes da grande tribulação; a segunda, visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (Zc 14.5; 1 Ts4.16,17; 1 Co 15.51-54; Jd 14;Ap 20,4).

Há alguns aspectos a destacar sobre a vinda de Jesus Cristo que formam o alicerce da doutrina escatolôgica exarada nas Escrituras Sagradas, das quais não podemos nos afastar, pelo fato de serem o cerne da doutrina sobre as últimas coisas. Se não, vejamos:

O fato de sua vinda

O fato da vinda de Jesus é mencionado mais de trezentas vezes no Novo Testamento. O apóstolo Paulo refere-se ao evento umas cinqüenta vezes. A vinda de Jesus é uma das mais importantes doutrinas do Novo Testamento. Assim disse o apóstolo dos gentios: “Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15.19).

A maneira de sua vinda

Será de maneira pessoal (Jo 14.3; At 1.10,11; 1 Ts 4.16; Hb 9.28; Ap 22.7). Há quem discorde da opinião de que a vinda de Jesus seja literal e pessoal. Outros há que ensinam que a morte é a segunda vinda de Jesus. A Bíblia mostra, porém, que a segunda vinda de Jesus não tem nada a ver com a morte, pois os mortos em Cristo ressuscitarão nessa ocasião. Quando o crente parte para a eternidade, ele vai para a presença de Deus, mas na vinda de Jesus é Ele que vem para nos buscar (Fp 3.20,2 1).

Alguns sustentam que a vinda de Jesus foi a descida do Espírito Santo no dia de Pentecoste. Outros, no entanto, ensinam que Cristo veio no tempo da destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C. Nenhuma dessas afirmações tem base bíblica. Na vinda de Jesus, haverá duas coisas importantíssimas: a ressurreição dentre os mortos e a transformação dos crentes que estiverem vivos. Esses dois fatos não ocorreram ainda, mas acontecerão no dia da vinda de Jesus (1 Ts 4.16-18).
A vinda de Jesus, ainda que oculta aos olhos do mundo, será literal e pessoal. Isso é possível porque, após a sua ressurreição, Jesus foi visto diversas vezes pelos discípulos. Porém, o mundo não o viu sequer uma vez. Enquanto a vinda de Jesus será motivo de glória para aqueles que o esperam, será de sofrimento e agonia para os ímpios.

O tempo de sua vinda

Muitos já tentaram determinar a data da vinda de Jesus, mas em nenhuma delas “o Senhor veio na hora marcada” pelos homens. Antes, os que tentaram estabelecer datas ficaram envergonhados pelo fato de Jesus não ter vindo segundo suas previsões.  “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder” (At 1.7).

O dia da vinda de Jesus não foi revelado a ninguém. É um mistério oculto em Deus que será revelado somente quando Jesus vier. Nós sabemos como será, mas não sabemos quando será (Mt 24.36). Segundo o que diz a Escritura, o arrebatamento da Igreja terá lugar no céu e nas nuvens (1 Co 15.5 1,52; 1 Ts 4.16). A palavra de Deus revela-nos que será de forma repentina.

Os destaques da vinda de Jesus

Há uma diferença entre o arrebatamento e a vinda de Jesus em glória. Primeiro Ele vem para os seus (Jo 14.3). Depois, Ele vem com os seus (Mt 24.30; Ap 1.7).

O Tribunal de Cristo

Após o encontro da Igreja com o Senhor Jesus nos ares, por ocasião do arrebatamento (1 Ts 4.17), o povo de Deus que foi arrebatado, já com o corpo glorificado, comparecerá perante o Tribunal de Cristo (2 Co 5.10), para que as suas obras realizadas na terra, através do corpo, em prol da causa do Evangelho, sejam aprovadas (1 Co 3.12-15), a fim de que recebam (ou não) galardão.

Em Apocalipse 22.12 está escrito: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra”. Paulo faz referência a isso em 2 Timóteo 4.8, quando diz que a “coroa da justiça” lhe será entregue. Pedro diz que “quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1 Pe 5.4).

No Tribunal de Cristo todos os que foram arrebatados — ressuscitados e transformados —, irão receber galardão “segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10).

O que será julgado

Não se trata de julgamento dos pecados, pelo fato de terem sido eles julgados em Cristo por ocasião de sua morte (1 Jo 1.7; 1 Pe 2.24), pois Jesus não recorda jamais aquilo que perdoou (Hb 8.12). No Tribunal de Cristo, o julgamento não será de condenação (Rm 8.1; Jo 5.24), mas da qualidade do trabalho prestado na obra de Deus (1 Co 3.12,13). Por outro lado, se o serviço prestado foi tão-somente para a glória pessoal, haverá detrimento (1 Co 3.13-15), mas não estará em jogo a salvação, somente o prejuízo de não se receber galardão (Mt 6.2,5,16).

Conclusão:

Não resta dúvida. O Cristo apocalipco, tem muito a nos dizer em sua manifestação de glória a João. Tantos seus pés como "latão reluzente", com a sua "voz", nos trazem aspectos de sua personalidade e de seu tratamento com o homem. O ímpio estará provando seu poder e será pisado no lagar de sua ira.

Para escapar ao juízo de Jesus, o pecador deve crer na Palavra de Deus, reconhecendo seu estado pecaminoso, Jo 3.17-18, "17 Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18 Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus".
Não pode haver dúvida. Deus está no controle. Ele é a personagem principal no céu, e é o Soberano absoluto que criou e domina o universo. Ele merece a adoração e a obediência absoluta de todas as suas criaturas, até dos mais exaltados seres viventes no céu. É o Deus Santo e Todo-Poderoso. Sem dúvida alguma, ele é eterno. Da presença dele saem trovões, vozes, relâmpagos, e a luz resplandecente que reflete no mar de sua santidade. Que privilégio Deus concedeu a João quando o convidou ao céu numa visão! Que privilégio ele nos deu quando relatou toda a cena aos seus servos!


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

www.sfnet.com.br

Bíblia de Estudo Genebra

Comentário Bíblico Mathew Henry 

Livro:- Manual de Doutrina das Assembléia Deus

MAIS ESTUDO ABAIXO CLIQUE E COPIE





28 de março de 2012

Apocalipse, a revelação de Jesus Cristo


Apocalipse, a revelação de Jesus Cristo 

Texto áureo = “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o fim esta próximo” (Ap 1.3)

Introdução 

O livro de Apocalipse, escrito por João o discípulo amado, possui em seus escritos as maiores revelações sobre Cristo e a sua Igreja no Novo Testamento. Caracteriza-se por apresentar uma série de eventos de grande magnitude, composto por visões, revelações e profecias. A lição deste trimestre traz mais luz sobre este assunto fascinante. A vitória da Igreja nestes últimos dias depende exclusivamente de estar apercebida e preparada para aquele grande dia (Lc 12.40; Mt 24.44).

1 - O Autor do livro 

       Para se entendermos o momento histórico no qual viveu o nobre apóstolo, é preciso compreender que após a diáspora judaica, do ano 70 da nossa era, pouco é revelado nos textos bíblicos sobre os governos daquele período. Na trajetória histórica dos imperadores romanos podemos identificar um pouco da vida do apóstolo João. O apóstolo sofreu o desterro para ilha de Patmos onde ele teve a revelação do livro de apocalipse. Do ano 70 até ao ano 95 o império romano teve muitos imperadores, e cada um teve papel importante na história da igreja. 
      
      1.2 Tito Flávio Vespasiano  (Vespasiano)

       Após a morte de Nero surge no comando do império romano Vespasiano, que se tornaria imperador entre os anos de 69-79. Importante imperador romano nascido em Falacrina, também grafado na forma latina como Caesar Vespasianus Augustus, o fundador da dinastia Flávia, e que através de uma enérgica política pôs fim às guerras civis que assolaram Roma após a morte de Nero e promoveu a unidade interna do império. Foi designado por Nero para reprimir uma rebelião dos hebreus na Judéia (67). Conquistou toda a Judéia, exceto Jerusalém.
 
Com a morte de Nero (68) voltou a Roma, deixando seu filho Tito no cerco a Jerusalém. A cidade de Roma perde estabilidade política e fica perto de uma guerra civil. Proclamado imperador (69) pelas legiões egípcias, seguidas pelas da Síria e da Judéia e com o apoio de Muciano, combateu e venceu as forças de Vitélio, que foi derrotado e assassinado. Devido à sua origem humilde, operosidade e simplicidade, tornou-se muito popular e, em função deste prestígio, o Senado lhe delegou poderes excepcionais. Promoveu a estabilidade política e revitalizou a economia imperial por meio de rigorosa reforma tributária, desenvolveu um vasto programa de obras públicas como a restauração do Capitólio e o início da construção do Coliseu.

            1.3 Tito Flávio Vespasiano (Tito)

           Imperador romano nos anos de 79-81, provavelmente nascido em Roma, filho mais velho e sucessor de Tito Flávio Vespasiano, que terminou a construção do Coliseu, obra iniciada por seu pai. Foi indicado comandante de uma das legiões comandadas por seu pai na Judéia. Demonstrou notável bravura, e assumiu o comando da guerra quando seu pai foi proclamado imperador (69) adquirindo grande prestígio militar, após sufocar a Revolta Judia. Foi responsabilizado pelos judeus pela destruição de Jerusalém (70). Durante o reinado de Vespasiano, participou do poder imperial, ocupou sete consulados e comandou a guarda pretoriana. Morreu em Roma e durante seu curto reinado ocorreu à catástrofe do Vesúvio (79) e Roma sofreu um grande incêndio e foi atacada pela peste. 

     1.4 Tito Flávio Domiciano Augusto ( Domiciano)

         Imperador romano (81-96) nascido em Roma, considerado o último imperador da Dinastia Flávia e cuja política centralizadora e a atitude tirânica, semeou o terror entre os habitantes de Roma, e tornaram seu governo extremamente impopular. Segundo filho de Tito Flávio Vespasiano, e sucessor do irmão mais velho Tito Flávio Vespasiano, o filho, limitou os poderes do Senado, irritando ainda mais os senadores ao acumular os títulos de cônsul (82-88) e de censor perpétuo (85-96). No campo militar obteve grandes vitórias como a conquista da Grã-Bretanha. Construiu uma fronteira fortificada ao longo do Danúbio e firmou uma paz vantajosa com os dácios

Negativamente desenvolveu a repressão política e as perseguições contra Cristãos e Judeus que aterrorizaram toda a população. Foi no período do governo de Domiciano, segundo a tradição, que o apóstolo João foi desterrado para a ilha de Patmos. Domiciano morreu assassinado (96), vítima de uma conspiração palaciana da qual aparentemente participou sua própria mulher.
       1.5 Marcus Cócio Nerva (Nerva) 

            Imperador romano entre os anos de 96-98 nascido em Umbria, eleito pelo senado após o assassinato de Domiciano, em apenas dois anos de governo notabilizou-se como administrador justo e introduziu reformas liberais tornando-se um dos governantes mais queridos da história imperial, embora não tenha tido apoio militar. Sua carreira política sustentou-se na lealdade e respeito ao senado. Não se conhecem experiências militares ou nomeações para governos provinciais em sua carreira, ele permaneceu decididamente leal ao Senado. Por sua idade, sua dignidade e o fato de não ter filhos, não havendo, pois, perigo de que ele fundasse uma dinastia ou adotasse os métodos autocráticos, foi escolhido imperador provisório (96) em substituição a Domiciano. Em suas reformas liberais, permitiu que os exilados voltassem e foi proclamada a liberdade, a libertas. Segundo John Fox, em o Livro dos Martires, foi no governo de Nerva que o apóstolo João ganhou a liberdade e pode sair da ilha de Patmos.

2.0 O livro de Apocalipse

Considerado um livro profético, o livro de Apocalipse, torna-se o único entre os do novo testamento. Escrito numa época de grandes mudanças, o livro escrito por João, o discípulo amado, tem muitas características próprias. Valendo-se de uma linguagem um pouco diferente das utilizadas nos seus escritos anteriores, o livro é marcado por uma série de eventos futuros e utiliza vários elementos figurados.
Para maioria dos leitores da Bíblia, o livro de Apocalipse é de difícil compreensão e interpretação nos dias hodiernos. Levando em consideração o texto escrito por João, para aquele período, a escrita proposta era de fácil percepção para os cristãos.

  É evidente que muitos teóricos, que utilizam este livro em seus comentários criaram várias interpretações sobre seu conteúdo. Mas para isso a lição deste trimestre ira nos revelar muitas e maravilhosas bênçãos sobre nossas vidas (Dt 29.29). Revelado ao apóstolo João ainda em Patmos, o livro trata de uma serie de visões e revelações que estavam acontecendo, que aconteceria num futuro próximo e viriam a acontecer (Ap 1.1,19; 22.6).  

O versículo chave da lição de hoje diz; “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o fim esta próximo” (vers.3). Ao começar relatar a sua carta, pois o este livro assim pode ser definido, a preocupação do SENHOR é justamente voltadas às pessoas que poderia ser alcançar por aquelas palavras. Numa sociedade pobre, onde João vivia, predominava a oralidade. O texto diz bem aventurado aquele que lê, numa referência aos que alcançasse a oportunidade de ter em suas mãos os seus escritos, estes por sua vez, seriam provavelmente uns números muito reduzidos de crentes e também a escassez de exemplares. Por conseguinte os ouvintes seriam maioria, e a divulgação da palavra era constante e não era contida pelas prisões e perseguições (2 Tm 2.9). Sabemos que foi diante das grandes perseguições que o evangelho alcançou os lugares mais distantes. E ainda um terceiro grupo de pessoas, que são os que guardam as palavras em seus corações e as cumprem (Tg 1.22). 

Escrito entre os anos de 90 e 96 d.C, o livro é muito fascinante. Coberto por um tema escatológico o seu conteúdo tem levado a muitas interpretações e considerações, muitas vezes errôneas sobre o seu conteúdo. Escrito num período conturbado, no princípio do cristianismo, o livro é composto por uma serie de figuras, imagens, visões e revelações. Ao tempo que existe na sua composição uma série de eventos de grande magnitude esses por sua vez segue certa ordem cronologia. A proposta do livro é revelar à humanidade as coisas que vão para acontecer, tanto na terra o mundo físico, como nos céus, mundo espiritual. 

O livro do apocalipse é também considerado o único livro profético em o Novo Testamento. A palavra grega utilizada por João (αποκαλυψις) definida como revelação, traz em seu bojo toda uma carga profética  revelada pelo próprio Cristo para sua igreja.

3.0  Esboço do conteúdo do livro 

O livro tem início com a visão do Cristo ressurreto, enviando uma mensagem as sete igrejas que estão localizadas na Ásia; Éfeso, Esmirna, Pergamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia,( cap. 1-3) todas estavam sobre o governo romano. Todas estas igrejas são repreendidas pelo SENHOR nos pontos em que falharam, mas todas são encorajadas a procurarem a restauração. 

O livro pode também ser dividido em quatro visões de João;
Primeira visão;
Cristo e a Igreja, 1:9-3:22
A representação as presença Sacerdotal, 1; 9-20
Cartas as Sete Igreja, 2: 1-3:22
Segunda visão
Cristo e o mundo, 4:1-16:21
Comissão do Cordeiro, 4: 1-5:14
Quebrando os Sete Selos, 6:1-17; 8:1-5
Parêntese, 7: 1-17
A selagem dos 144.000, 7: 1-8
A multidão Incontável, 7: 9-17
As Sete Trombetas, 8:6-11:19
O toque das Trombetas, 8:7-9:21; 11:15-19
Um parêntese o Livrinho, 10: 1-11
A medição do Templo, 11:1,2
As duas Testemunhas, 11:3-14
Os Sinais, 12: 1-4:20
A Mulher, 12: 1-3,6,14-16
O Dragão, 12: 3,4,7-13,15-17
O Menino, 12:5
Miguel, o Arcanjo, 12:7
A Besta saída do Mar, 13: 1-10
A Besta saída da Terra, 13:11-18
O Cordeiro no Monte Sião e Seus Seguidores, 14:1-5
Parêntese: os Anúncios Angelicais, 14: 6-20
As Sete Taças, 15:1-16:21
Os Santos que Cantam, 15:1-4
Julgamento, 15: 5-16:21
Terceira visão
A queda da Babilônia, 17:1-18:24
A Resposta do Céu, 19: 1-10
A vitoria sobre as Bestas, 19:11-21
O Reino Milenar, 20:1-6
Conflito e Juízo Finais, 20:7-15
Novos Céus e Nova Terra, 21:1-8
Quarta Visão
Cistos e a Eternidade, 21: 9-21
Uma Nova Vida com Deus e o Cordeiro, 21: 22-22:5
EPÍLOGO: A chamada de Cristo, 22:6-21
Chamada a obediência, 22: 6-11
Chamada ao Trabalho, 22:12-15
Chamada ao Amor, 22: 16-20
Benção, 22:21 (Bíblia de estudos Vida Nova 1996)

4.0 A Ilha de Patmos

Sobre a Ásia os gregos, no sec. III a.C,  poderia ser o continente asiático, centralizada em torno de Éfeso uma das cidades mais proeminente do continente naquele período. Em 133 a.C caiu sobre o governo do império Romano, e toda esta área foi subsequentemente organizada como província e todas as ilhas ao seu entorno, que incluía toda a costa ocidental da Ásia Menor. 
 
No período do Novo Testamento, as principais cidades gregas, que outrora haviam sofrido com as opressões romanas, agora encontram novo ambiente para seu crescimento no governo de Augusto. A organização dessa região política estava diretamente ligada a Roma. O cristianismo foi somente estabelecido neste período, e nos grandes centros políticos como Pergamo, Esmirna e Éfeso, e encontram-se vestígios históricos também nas cidades citadas no livro em estudo. 

            Patmos uma pequena ilha do Dodecaneso, que ficava cerca de 50 km afastada da Ásia Menor. Segundo alguns escritores, o apóstolo João tenha sido banido para esta ilha por alguns meses, próximo ao ano de 95 dC, tendo estado anteriormente em Éfeso. Tudo levar a acreditar que ele escreveu o Apocalipse nesta ilha (Ap 1.9). A ilha tem cerca de 13 km de comprimento com largura de aproximadamente 5,5 km. Tendo em sua paisagem colinas vulcânicas e mares circundantes. Essa ilha era usada para receber os presos do império romano. Atualmente a ilha pertence à Grécia.

5.0 As várias interpretações sobre o livro de Apocalipse.

Existem pelo menos quatro principais interpretações a serem consideradas em relação ao livro de Apocalipse. 

5.1 O ponto de vista Preterista.

Considera o livro como acontecimentos passados. Entendem que devido às condições dentro do império romano e seus governantes no primeiro século. Consideram o uso das visões tidas por João, argumentando que direcionavam para o império daquele período como senda a forma do mal. E usando uma linguagem simbólica protesta contra o mesmo mostrando o descontentamento de Deus e que Ele intervinha diretamente. Eles manipulam as datas para tudo, tornando as profecias bíblicas em história, mas No livro ainda existem muitas para cumprirem ( Ap 1.3; 22.7,10,18,19.)

5.2 O ponto de vista Histórico.

Refuta o livro como escrito dentro dum panorama histórico daquele período. Usando o próprio tempo do autor com um tempo final. Existe a indicação desses autores de interrupções nos episódios que ocorrem no livro. Outros necessariamente oferecem uma história continua. Essas opiniões eram aceitas por muitos reformadores aos quais identificava Roma como a besta. No entanto acreditam que grande parte dessas profecias já se cumpriram e que  outras ainda estão se cumprindo neste tempo. 

5.3 O ponto de vista futurista.

Asseguram que a partir do capitulo quarto, o livro se refere apenas aos acontecimentos do fim dos tempos. Neste ponto o livro não faria referência ao tempo vivido pelo autor, ocupando apenas os eventos relacionados à segunda vinda de Cristo. 

 Consideram que o arrebatamento da igreja pode ser a qualquer momento, vindo após a grande Tribulação sobre Israel e as nações da terra. Dentre os futuristas existem aqueles que acreditam que a igreja passará pela Tribulação. E conta a seu favor que os acontecimentos levaram ao inegavelmente governo final de Deus, e ao menos parte do livro se refere aos últimos dias.

5.4 O ponto de vista idealista ou poético.


Este ponto insiste que o livro diz respeito aos cristãos sofredores que deverão suportar até o fim os sofrimentos. Entende o uso de simbolismo no livro de Apocalipse, e acretidam que essas visões, revelações, são descrições imaginativas sobre o triunfo de Deus sobre as forças de satanás.

Contudo nenhum destes argumentos teóricos completa em si só a necessidade que compreende verdadeira interpretação do texto escrito. Não distante, o bom discernimento para o entendimento das profecias bíblicas vê o livro como um farol que alumia a igreja através da sua história. A sua linguagem simbólica que mantém na escuridão ainda boa parte de todos os escritos de João, torna a igreja compromissada com a palavra de Deus e uma constante busca pela santificação, lembrando sempre que o fim esta muito próximo ( Ap 3.11).

Conclusão

A lição deste trimestre tem muito a nos ensinar. Que o bom Espírito Santo nos faça entender as verdades reveladas nas cartas escritas as Sete Igreja da Ásia. Somente um coração fervoroso que almeja entender as preciosas promessas deste livro pode desfrutar do seu conteúdo. 

Evang. Juarez Alves Perira

Bibliografia

BOYER Orlando, Pequena Enciclopédia Biblica. Rio de Janeiro, CPAD.
FOX John, O Livro dos Martires, Trad. Marta Doreto de Andrade e Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro, CPAD 2001.
JOSEFO Flavio, Historia dos Hebreus. Trad. De Vicente Pedroso. Rio de Janeiro, CPAD, 199O. 
HENRY Matteu, Comentário Bíblico, Trad. Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro, CPAD 2002.
Novo Testamento Interlinear Grego-Português, Sociedade Bíblica do Brasil. São Paulo 2004.