10 de maio de 2012

SARDES A IGREJA MORTA


SARDES A IGREJA MORTA

TEXTO ÁUREO =  “Desperta, ó tu que dormes, e levanta- te dentre os mortos, e Cristo te esclarecera”(Ef 5.14).

VERDADE PRÁTICA = Aquele que se diz crente sem, contudo, viver de acordo com este nome, é como o homem que edifica a sua casa na areia.

TEXTO BIBLICO = Ap 3.1-6

INTRODUÇÃO

A carta que Jesus enviou à igreja em Sardo era portadora duma advertência séria, igual a um sonido certo de trombeta de Deus (1 Co 14.8). A vida espiritual de grande parte dos seus membros estava sendo ameaçada pelo pecado, e o perigo maior era que eles não davam importância a isso. Oremos, pois, a Deus no sentido de que Ele nos fale através do estudo desta lição.

SARDES. O nome significa em grego “Príncipe de gozo”. Situação Geográfica: encrava-se no pequeno Continente da Ásia Menor (hoje, atual porção da Turquia Asiática). Era essa a capital do antigo reino da Lídia. Originalmente Sardes fora uma fortaleza poderosa, mas Ciro, rei da Pérsia, derrotou esta cidade e outras das redondezas, no ano de (549 a. C.). Essa cidade passou às mãos de Antíoco, o Grande, “Ali, por ocasião em que essa carta estava sendo escrita, achava-se essa Igreja em uma situação espiritual extremamente melindrosa.

O processo de declínio* de seu pastor fora tão sutil que, na realidade, nem fora observado”. Dois gêneros de mortes estavam rondando este “anjo”: (a) a morte moral (b) a morte espiritual. (Cf. Gn 20. 3 e Ef 2. 1). Ele se encontrava duplamente morto (cf. Jd v. 12). A igreja é representada pelo seu pastor, mas também é repreendida por Cristo através do mesmo. Ela é repreendida por viver em situação contraditória: a vitalidade exterior disfarça morte espiritual interior. E uma situação de limite, da qual ela se recuperará mediante “uma lembrança” do que tem recebido e ouvido da parte do Senhor, que diz: “Lembra-te pois do que tens recebido e ouvido, e guarda-o!”.

AO ANJO DA IGREJA

Nada se sabe acerca desse anjo (pastor) da igreja de Sardes, exceto aquilo que poderia ser depreendido do presente texto. Pelo uso da expressão: “tens nome de que vives” dá a entender sua grande popularidade. A História Eclesiástica menciona um “anjo” muito famoso dessa igreja, mas sua estada ali se deu no século II, e não no primeiro; seu nome ela Melito. Melito, o Bispo de Sardes, do século II d.C., é mencionado três vezes na “História Eclesiástica” de Eusébio. Melito escreveu uma apologia, dirigida ao imperador romano, em defesa da fé cristã. Ele foi um crente intenso, dotado de grande poder e autoridade na sua geração


A REPREENSÃO DO SENHOR

1. Obras imperfeitas. Na sua carta Jesus mostrou aquilo que havia visto na igreja em Sardo: “Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (Ap 3.2). Esta palavra revelou que uma parte dos membros daquela igreja não mais vivia em íntima comunhão com Deus.

2. O crente é conhecido por suas obras. Todos quantos receberam a Jesus como Salvador pessoal, e assim nasceram de novo (Jo 1.12,13), têm por Ele a vida (1 J0
5.12), porque Jesus é vida (1 Jo 14.6). Como as varas ligadas à videira produzem frutos (Jo 15.1-5), assim também esta nova vida, em íntima comunhão com Jesus, produz obras que agradam a Deus (Rm 14.17,18; 1 Tm 2.3, etc). Estas obras representam o fruto do arrependimento (Mt 3.8), de santificação (Rm 6.22), e de justiça (Tg 3.18). Jesus disse: “Por seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). Assim a vida transformada é conhecida pelas boas obras (Mt 5.16), pelo viver honesto e pelo bom porte (1 Pe 2.12,16).

O SENHOR LOUVA A FIDELIDADE DOS CRENTES

1. “Não contaminaram seus vestidos” (Ap 3.4). As palavras: “Tens em Sardo algumas pessoas que não contaminaram seus vestidos”, dão a entender que aquela igreja tinha uns poucos membros que, apesar dos desvios de tantos, mantiveram-se em íntima comunhão com Jesus, honrando-o com suas obras de justiça. As suas vestimentas, ou seja, o seu proceder, refletiam a pureza de Jesus Cristo. Tudo aquilo que em nossa vida não agrada a Deus, serve somente para separar-nos dEle, e se constitui uma mancha para os nossos vestidos.

2. Revestidos de Cristo. Cada um que recebe Jesus como Salvador, é vestido diante dEle com vestes de salvação (Is 62.10,11), ou “revestido de Cristo” (Gl 3.27). “Foi- lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos” (Ap 19.8). Estas vestes representam a condição para podermos andar com Deus (Ap 3.4). São também uma armadura na luta contra o mal (Rm 13.12), podendo a tudo resistir até chegarmos à prova final quando o Rei entrar na sala do banquete para ver os convidados (Mt 22.11-14). Porém, em Sardo, muitos haviam manchado os seus vestidos.

ADVERTÊNCIAS DO SENHOR

1. “Tens nome de que vives” (Ap 3.1). Aqueles membros, cujas vestes estavam manchadas, não correspondiam ao nome que possuíam: “Tens nome de que vives, e estás morto” (Ap 3.1). Leia ainda: Tt 1.16; Rm 2.18-20; 2 Tm 3.5-8).

2. “Sê vigilante...” (Ap 3.2). Jesus disse aos crentes em Sardo: “Sê vigilante”. A mesma coisa Ele já havia falado muitas vezes antes. Disse também: “Vigiai...” (Mt 24.42; 25.13; Mc 13.33-37). Também os apóstolos falavam disto (At 20.28; 1 Pe 4.7; 5.8). A vigilância é indispensável à vida dos que desejam ser vencedores. A vida espiritual não é autônoma, isto é, não se mantém por si mesma, isolada.
Ela precisa ser conservada através da contínua vigilância e oração. Foi por falta de vigilância que vários membros da igreja em Sardo se afastaram da comunhão com Jesus, passando a viver sob ameaça constante de morte espiritual.

3. “Lembra-te pois do que tens recebido e ouvido” (Ap 3.3). Os que tinham nome de que viviam, mas estavam mortos, foram exortados a lembrar-se de tudo quanto tinham ouvido e recebido e a arrepender-se. Arrependimento, conforme já dito, é o reconhecimento e o abandono de uma situação errada, tendo como recompensa o recebimento do perdão. As vestes de quem se arrepende, são lavadas no sangue de Jesus (Ap 7.14; 22.14), e a vida espiritual é conseqüentemente renovada (Tt 3.5,6), e os crentes poderão, desta maneira, fazer de novo obras que agradem a Deus (Ap 25).

Aos que estavam para morrer, Jesus aconselhou que fossem confirmados ou “fortalecidos” (trad. inglesa). E exatamente isto que lhes faltava, uma vez que não havia vigiado. O Espírito Santo dá virtude aos crentes (At 1.8), e o Senhor os fortalece pela força do seu poder (Ef 6.10). Deus quer também usar os crentes que estão nas suas mãos, fortalecidos na graça, para que ajudem os fracos na fé (Hb 12.12; Rm 15.1,2; 1 Co 16.13).

UMA PROMESSA DO SENHOR

1. Os puros andarão com o Senhor. Às pessoas que não mancharam as suas vestes, promete o Senhor: “...comigo andarão de branco; porquanto são dignas disso” (Ap 3.4). Mas, de que maneira eles se haviam tornado dignos? Será por que eram membros da igreja, ou haviam trabalhado na obra do Senhor? Não! Todos devem saber que homem nenhum tem em i mesmo algo que o faça aceitável a Deus (Is
64.4). A Bíblia diz: “Não pelas obras” (Tt 3.5; Rm 3.21-24; 5.5; Gl 2.16; etc),

2. Os puros têm as suas vestes brancas. Eles se tornaram dignos de andar com Jesus, porque os seus vestidos eram brancos. A multidão no céu estava vestida de vestes brancas, branqueadas pelo sangue do Cordeiro (Ap 7.9,14). A Bíblia afirma: “POR ISSO estão diante do trono de Deus” (Ap 7.15). Os que lavam os seus vestidos no sangue do Cordeiro, TÊM DIREITO à árvore da vida e PODEM ENTRAR na cidade pelas portas (Ap 22.14). Jesus é o primeiro a -ter este direito (Ap 5.9). Ele ganhou na cruz uma perfeita salvação, e os que nele crêem são justificados pela Sua graça e fé no seu nome (Rm 3.24; 5.1). Deus então olha para o homem, e, vendo- o coberto com o sangue de Jesus, considera-o digno, pelos méritos de Jesus. -Aleluia! O precioso sangue! Vivamos, pois, em íntima comunhão com Jesus, cobertos pelo seu sangue, até que cheguemos lá.

Durante toda História de Israel, Deus preservou para SI um “remanescente”, e durante toda História da Igreja aqui na terra, o mesmo acontecerá. “O remanescente de Israel não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; Porque serão apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante” (Sf 3. 13).

Verdade é, que nem todos em Israel e na Igreja, andariam de branco com Jesus, mas “alguns”. E esta reserva moral que durante todos os períodos de apostasia é louvado pelo Senhor (cf. 1 Rs 19. 18; Is 1. 9; Ez capítulo 9; Rm capítulo 11).
Àqueles que não “contaminaram seus vestidos”, Jesus os chamou de “dignos”. Este elogio parece único nas sete Igrejas da Ásia Menor; e só foi dito às pessoas fiéis da igreja de Sardes, pois todo o restante dela estava morto

QUAL A APARÊNCIA DA IGREJA MORTA?

Primeiro, há um pregador morto. No púlpito, um homem superficial fala a pessoas superficiais, encorajando-as a serem mais superficiais. Suas mensagens acham-se cheias de poemas, literatura, opiniões pessoais, sociologia e histórias interessantes. E eloqüente, mas não ungido. Tem dicção apropriada, mas não dinâmica. E como um aquecedor quebrado - o fole continua trabalhando, mas o calor se foi.

Segundo, igrejas mortas possuem adoração morta. É como andar em museu de cera.
Não há vida, tampouco celebração. Adoram como se Jesus Cristo ainda estivesse morto e enterrado. Não há améns, apenas bocejos. Os cantos congregacionais parecem bezerros morrendo numa tempestade de granizo. Faz tanto frio nestas igrejas que até se pode esquiar em seus corredores.

Terceiro, igrejas mortas têm ministério morto. Não há evangelismo ou missões. Nenhuma igreja em construção. Há teias de aranha no tanque batismal. Quem gostaria de pertencer a este cemitério?

Quarto, igrejas mortas possuem esperança morta. Tudo o que fazem é reviver o passado. No rodapé dos impres5os colocam orgulhosos o lema da igreja. Adoram no santuário da tradição. Vivem dos bons velhos dias. Não têm avivamento, apenas reuniões.

A igreja viva tem dinâmica espiritual. Você sente que Deus está vivo e, nela, trabalha.Tragicamente, há igrejas que não conhecem a diferença entre dignidade e vigor. O culto de adoração mais parece velório. Não me compreenda mal. Não estou sugerindo que sejamos uma igreja barulhenta e emocional. Pois isto atrai a atenção a nós mesmos, e distrai os outros. Mas deveríamos, pelo menos, demonstrar um emocionante e sincero amor por Cristo, que contagiasse a todos.

A igreja é um órgão espiritual e não uma organização sem vida. E a existência espiritual só pode funcionar sob o poder do Espírito Santo. Não precisamos de largos orçamentos, tecnologia ou mapas organizacionais. O que precisamos é do poder soberano desencadeado em nossas igrejas. Precisamos do reavivamento espiritual do Espírito Santo. Reavivamento que exalte a Cristo, traga convicção do Espírito, purifique pecados, rejeite o mundo e salve almas. Apenas o Senhor Jesus pode enviar-nos tal reavivamento. Somente Ele pode enviar o Espírito Santo.

A SOLUÇÃO

Como podemos experimentar o reavivamento? Como ressuscitar? Jesus nos dá algumas chaves que levam ao reavivamento.

Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer, porque não achei tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te pois do que tens recebido e ouvido, e guarda-o e arrepende-te. E se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei (Ap 3.2,3).

Primeiro Passo: Acorde!

Jesus diz à esta igreja de mortos-vivos: “Acorde!” Quando estamos espiritualmente mortos, precisamos de um tapa na cara para acordarmos ou um balde de água fria. Precisamos do alarme divino para sairmos de nossa dormência. Jesus está dizendo: “Saia da hibernação espiritual! Acorde!”

Precisa haver consciência de que algo está errado. Enfrente honestamente sua inércia. Veja a secura de sua vida espiritual. Admita, perante Deus, que algo está faltando.
Admita-o. Você precisa de um despertamento espiritual.

Quando cheguei à igreja que hoje pastoreio, costumava encerrar o louvor matutino chamando um membro da congregação para orar. Num domingo, resolvi consultar meu coração, e chamei um de nossos diáconos para encerrar o culto com oração. Infelizmente, não percebi que ele tinha ido dormir durante meu sermão.

Quando chamei o seu nome ao microfone, ele instantaneamente jogou a cabeça para trás, e gemeu alto. A congregação toda pôde ouvir seu arquejo. Parecia uma baleia emergindo para respirar. Nada a declarar, apenas tenho sido mais cuidadoso com quem chamo em público. Alguns estão sonolentos na igreja, e necessitam acordar antes que sejam chamados por Deus.

Segundo Passo: Tome a Dianteira!

Jesus exorta a igreja de Sardes a confirmar os restantes, que estavam para morrer. Acordar não é o suficiente. Temos de nos voltar às bases da vida espiritual - estudo bíblico, oração, adoração e comunhão. Jesus está dizendo: “Volte à Palavra! A oração! A comunhão! Volte à origem!

Precisamos sacudir os cobertores, e pular da cama. Vistamonos e envolvamo-nos com a obra de Deus. Talvez você esteja necessitando iniciar um planejamento de estudo bíblico, ou separar alguns momentos todos os dias para orar. Talvez necessite voltar a freqüentar a igreja regularmente. Seja o que for. Fortaleça o que restou.

Terceiro Passo: Olhe para Trás!

A urgência de Cristo não deixa dúvidas: “Lembra-te, pois do que tens recebido e ouvido”, O que você recebeu e ouviu no princípio? O Evangelho. As verdades básicas da vida cristã. Este não é um chamado para viver do passado. E uma ordem para relembrar a herança espiritual. Lembre-se de como foi salvo! De que não era nada antes de ser encontrado por Deus. Lembre-se de como a graça o alcançou e redimiu!

Quarto Passo: Pare!

Jesus vai além: “E guarda-o!” É um apelo para que a Palavra de Deus seja obedecida. Devemos guardar os mandamentos em todas as áreas da vida. Desobediência e mornidão espiritual são irmãs gêmeas. Onde estiver uma, aí estará a outra.
A exortação de Cristo continua: “Aplique a verdade de Deus a todas as áreas de sua vida. Guarde a Palavra! Ponha-a em prática”. Onde Deus colocou ponto final, não coloque interrogação. Obediência seletiva não é obediência completa. E mera conveniência. Volte a obedecer a Palavra de Deus.

Um casal estava discutindo a possibilidade de fazer uma viagem à Terra Santa.
- Não seria fantástico ir à Terra Santa - disse ele - e gritar os Dez Mandamentos no Monte Sinai?
- Seria melhor se ficássemos em casa e os obedecêssemos, respondeu a esposa.

Quinto Passo: Abandone Seus Impulsos!

Finalmente, diz o Senhor: “Arrepende-te!” Este alerta significa uma volta imediata a Cristo, de todo coração. Arrependimento requer rápida e decisiva mudança de pensamento devoção e comportamento. Ao convidar-nos ao arrependimento, Jesus insiste: “Confesse seu pecado e apatia espiritual. Saia desta situação. Dê meia-volta imediatamente! Retorne à pura devoção. Mude sua vida!”

Arrependimento implica em deixar os pecados. É uma escolha que cada um de nós tem de fazer. Certa vez, um garotinho prendeu a mão num valiosíssimo vaso. A mãe, muito aflita, colocou espuma na mão do menino, óleo e até shampoo. Mas nada dava resultado. Finalmente, pegou o martelo pronta a sacrificar o vaso.

Quando ela levantou o martelo, o garoto, morrendo de medo, gritou: “Ajudaria se eu soltasse as moedas?” Este é o nosso problema. Não queremos deixar o mundo. Arriscamos a eternidade por não deixar o temporal. Temos de nos desligar do pecado se quisermos voltar para Deus.

Sexto Passo: Vigilância!

E se a igreja de Sardes não se arrependesse? Jesus, então, alerta que virá como ladrão! Isto não se refere à sua segunda vinda. Mas a urna vinda súbita para julgar a igreja, e remover desta o castiçal. E a disciplina administrada pelo Cristo! Não podemos brincar. Se não houver arrependimento, Ele virá como ladrão. Inesperadamente. Sem avisar. Furtará o que é valioso - qualquer oportunidade ministerial restante.

Por que Jesus é tão áspero com esta igreja? Porque o maior empecilho para o Evangelho é uma igreja morta. A perseguição faz a igreja crescer. Mas a morte espiritual é como câncer maligno: espalha-se por todo o corpo. Torna a igreja impotente e inativa.

Certo pastor, notando a falta dum dos membros por vários meses, decidiu fazer-lhe uma visita. Foi à casa desse irmão, e lhe disse: “Temos sentido sua falta”.
“Bem - o homem resmungou, tentando encontrar uma desculpa - é que choveu nos últimos domingos, e não queria me molhar.

“Eu sei, mas tem estado seco na igreja”, respondeu o pastor.
“Sim, esta é a outra razão - o membro respondeu obliquamente. Uma igreja seca prejudica mais a causa de Cristo do que qualquer outra coisa. E pecado aborrecer as pessoas com o Evangelho de Jesus Cristo.

Conclusão

O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando quase despercebido. As próprias pessoas na congregação, como outras pessoas olhando de fora, podem achar que esteja tudo bem. Jesus, porém, julga os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada discípulo. Quando ele nos chama para ouvir, devemos prestar atenção! 



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1988

www.estudosdabiblia.net

Livro:- Alerta Final – Steven J. Lawson

Livro:- Apocalipse versículo por versículo – Severino Pedro da Silva


MAIS ESTUDOS VISITEM ESSE LINK






27 de abril de 2012

TIATIRA A IGREJA TOLERANTE

TIATIRA A IGREJA TOLERANTE

TEXTO ÁUREO = “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que saciedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiei com o infiel?” (2 Co 6.14,15).

VERDADE PRÁTICA = Qualquer manifestação espiritual que entre em contradição com a Palavra de Deus, é falsa.

TEXTO BIBLICO = Ap. 2: 18 – 29

INTRODUÇÃO

Satanás estava presente e ativo na Ásia quando Jesus enviou estas cartas às igrejas. Ele tinha sinagogas em Esmirna (2:9) e Filadélfia (3:9), e um trono em Pérgamo (2:13). Em Tiatira, ele tinha uma profetisa que incentivava as pessoas a conhecerem as “coisas profundas de Satanás”. Para servir a Deus num ambiente cheio da influência do diabo, o discípulo de Cristo teria que lutar e confiar em Deus, confiante da recompensa para os vencedores

Tiatira, era uma cidade localizada na Misia, região da Asia Menor, distante 80km de Smirna e considerada “santa” por causa do seu templo dedicado a Tyrinos, “deus do sol”. Na carta que Jesus enviou àquela igreja, Ele se referiu principalmente ao uso dos dons espirituais

A igreja em Tiatira (18): A cidade de Tiatira estava situada no caminho entre Pérgamo e Sardes. Atualmente, chama-se Akhisar (significa “castelo branco”), na Turquia. Lídia, a primeira pessoa convertida por Paulo na Europa, era de Tiatira (Atos 16:14), mas não temos mais nenhuma informação sobre esta igreja. O que sabemos da igreja vem das referências no Apocalipse.

A cidade de Tiatira era conhecida pela produção de púrpura, uma tinta usada em tecidos (veja Atos 16:14), além de roupas, artigos de cerâmica, bronze, etc. Havia em Tiatira grupos organizados de artesãos e profissionais, semelhantes às associações profissionais de hoje, mas com elementos religiosos de influência pagã. Como as outras cidades da época, Tiatira teve seus templos e santuários religiosos, incluíndo templos aos falsos deuses Apolo, Tirimânios e Artemis (uma deusa chamada Diana pelos romanos – veja Atos 19:34) e um santuário a sibila (orácula) Sambate. A importância de figuras femininas na cultura religiosa de Tiatira pode ter facilitado o trabalho de Jezabel, a mulher que seduzia os discípulos e incentivava a idolatria e a prostituição.

O Filho de Deus (18): Esta expressão aparece somente aqui no Apocalipse. É comum no Novo Testamento, especial-mente nos livros de João, como descrição de Jesus Cristo. Os servos fiéis são descritos, também, como filhos de Deus (veja 21:7; 1 João 3:1,2,10; 5:2; João 1:12; etc.) Aqui, a expressão obviamente se refere a Cristo.

Olhos como chama de fogo (18): Jesus tem olhos poderosos e penetrantes (veja 1:14; Daniel 10:6).
Pés semelhantes ao bronze polido (18): Ele tem força para castigar e até esmagar os seus inimigos (veja 1:15; Daniel 10:6).

UMA IGREJA ABENÇOADA PELO ESPÍRITO SANTO

A igreja em Tiatira havia experimentado muitas bên9ãos decorrentes da ação do Espírito Santo.

1. O cumprimento da promessa. Ela recebera o batismo com o Espírito Santo. No tempo dos apóstolos era comum os membros, em sua totalidade, serem batizados com o Espírito Santo (At 2.4; 8.15- 17; 10.44; 19.5,6), pois a promessa se referia a todos (At 2.39).

2. Os dons espirituais. O v. 19 do texto em estudo atesta que em Tiatira, os dons operavam, vigorosamente entre os crentes. Na igreja em Corinto, por exemplo, nenhum dom faltava (1 Co 1.7). Estas dádivas são oferecidas a todos os batizados com o Espírito Santo (1 Co 12.11), para o que for útil (1 Co 12.7) e para edificação da igreja (1 Co 14.3,12,26).

3. O uso correto dos dons. A igreja em Tiatira recebera a doutrina sobre o uso correto dos dons. Esse fato é evidenciado em que um bom número de membros reagiu e não aceitou o fanatismo que aparecera (Ap 2.24). Com este número de crentes fiéis e dispostos a manter a pureza da doutrina, Jesus podia contar.

EXAGEROS NO USO DOS DONS ESPIRITUAIS

Jesus mencionou uma mulher, membro da igreja, que havia recebido o dom de profecia, coisa inteiramente normal. Deus o dá a fim de que seja usado para edificação da igreja.

1. O perigo do orgulho. Aquela mulher, Jezabel, se deixou vencer pelo orgulho. Quando ela, no uso do dom, sentiu que Deus a abençoava, tornou-se orgulhosa. Jesus escreve que “ela se diz profetisa” (Ap 2.20). Ter o dom de profecia, não significa que alguém, por isto, seja “profeta”,’ que é um ministério da palavra, como apóstolo, evangelista, pastor, etc. (Ef 4.11). A Bíblia fala das quatro filhas do evangelista Filipe, as quais “profetizavam”. Logo em seguida é mencionado que “chegou da Judéia um profeta, por nome Agabo” (At 21.840). Observam-se aqui duas expressões distintas. As moças “profetizavam” e Ágabo era “profeta”. Em Tiatira, aquela mulher a si mesma chamava de “profeta”

2. Profecias da própria cabeça. Jezabel começou a inventar “profecias”. Ela “profetizava” dizendo que não era necessário obedecer às orientações dadas pelos apóstolos sobre a necessidade de os crentes se absterem de carne sufocada, sangue, prostituição e idolatria (At 15.20,28,29; Ap 2.20).
A Bíblia ordena que tudo deve ser examinado (1 Ts 5.21; 1 Co 14.29). Qualquer manifestação discordante da Bíblia é inteiramente falsa.

ANARQUIA NO USO DOS DONS ESPIRITUAIS

As “profecias” levianas começaram a seduzir os crentes para a idolatria e prostituição. Jesus disse que Jezabel tinha já “filhos” (Ap 2.23), isto é, seguidores, que estavam formando um grupo à sua volta. O Espírito Santo chamou aquela mulher “Jezabel” (Ap 2.20), certamente por causa da maneira como a esposa de Acabe, rei de Israel, seduzia o povo à idolatria e prostituição (1 Rs 16.30,31). Assim também aquela mulher estava causando estrago na igreja pelas suas “profecias”.

1. Jezabel e seu grupo. Jezabel formou um grupo em torno de si. Rodeada por um certo número de crentes fanáticos, Jezabel criticava a tantos quantos não “lessem por sua cartilha”, resultado que sempre acompanha o uso indevido dos dons (Mq 3.5).

2. Conseqüências do fanatismo. O fanatismo de Jezabel abriu a porta para manifestações demoníacas. Jesus mencionou que os seguidores de Jezabel até falavam “das profundezas de Satanás” (Ap 2.24). A Bíblia adverte sobre o perigo dos falsos profetas, que procuram enganar até os escolhidos (Mt 24.24). O erro de Jezabel abriu a porta para a operação de um espírito de impureza (Zc 13.2) pelo qual ela seduzia os membros da igreja para com ela se prostituírem. A Bíblia revela que existem, também, os espíritos de falsidade (Mq 2.1), de mentira (1 Ra 2.22), de adivinhações mentirosas (Ez 13.3-7). Os falsos profetas podem ser até portadores de contaminação de espiritismo e feitiçaria, embora “se encostem ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós?” (Mq 3.11). Eles usavam indevidamente,o “nome do Senhor” (Jr 29.23).

O SENHOR CENSUROU O ANJO DA IGREJA

1. Convém examinar as profecias. Deus havia ordenado que se examinassem as profecias. Já no Antigo Testamento Deus costumava chamar a atenção contra os profetas que falavam para seduzir o povo e afastá-lo do Senhor (Dt 18.22).

A Bíblia diz que estas coisas acontecem porque Deus quer provar o Seu povo e saber se este o ama de todo coração (Dt 13.3). No Novo Testamento Deus ordenou: “Examinai tudo. Retende ,o bem” (1 ‘1s 5.21). “Falem dois ou três profetas e os outros julguem” (1 Co 14.29). Tudo quanto é contrário à Palavra de Deus está debaixo da maldição (Gl 1.8,9).

Era realmente uma falta muito grave ter o anjo da igreja deixado de examinar em tempo as profecias que apareciam e se espalhavam na igreja. Deus ordenou o exame das profecias para. evitar que alguém, com autoridade de uma suposta manifestação do Espírito Santo, procurasse dominar o povo. “Ninguém vos domine a seu bel-prazer... estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Cl 2.18).

2. O perigo da omissão. A omissão do anjo da igreja em Tiatira foi causa de desordem, O fraquejar do pastor da igreja no tocante à manutenção da boa ordem, deu a Jezabel a oportunidade de fazer-se líder.

Em primeiro lugar devemos observar que ninguém, seja homem ou mulher, jamais se torna líder por ser portador de dons espirituais. A liderança na igreja é dada por Deus através dos ministérios, enquanto que a finalidade dos dons é a edificação da igreja (1 Co 14.3) e um meio para ajudar na ,obra (Ed 5.1,2). E, portanto, um sinal de fracasso quando um servo do Senhor deixa uma pessoa, que se diz profeta, dominá-lo pelas “suas revelações” (Jr 5.31).

Com todo o respeito devido às nossas irmãs portadoras de dons e dedicadas cooperadoras na obra, às quais Deus tem dado uma missão muito elevada e, também, usado de modo extraordinário, observamos que Deus não lhes deu a posição de líderes na igreja, coisa que le reservou aos homens por Ele chamados (1 Co 14.34; 1 Tm 2.12).

3. Responsabilizado o anjo da igreja. Jesus responsabilizou o anjo da igreja pelo estado em que a igreja se achava. Reinava um clima de tribulação (Ap 2.20). Muitos já se haviam desviado, outros estavam fanatizados e os crentes sinceros sofriam. O anjo da igreja abandonara as ovelhas diante do ataque do lobo (Jo 10.12,13). Que Deus nos guarde de semelhante falta...

OPORTUNIDADE PARA ARREPENDIMENTO

Jesus deu aos crentes desobedientes a oportunidade para se arrependerem. O arrependimento é uma nova tomada de posição resultante do reconhecimento do erro cometido, com pedido de perdão e uma sincera disposição de não mais errar.

1. Jezabel convidada a arrepender-se. Jesus chamou Jezabel a arrepender-se (Ap 2.21), mas ela endureceu o coração. Embora ela houvesse prejudicado tanto aos crentes, Jesus,, contudo, estava pronto a perdoá-la, dando-lhe uma nova oportunidade. Aqui nos lembramos da lição da casa do oleiro, no livro do profeta Jeremias. Quando o vaso se quebrou, o oleiro não jogou fora, mas fez do mesmo barro outro vaso (Jr 18.1-4).

2. Oportunidade ao grupo de Jezabel. Os seguidores de Jezabel foram também chamados ao arrependimento. Embora enganados até ao ponto de cometerem graves pecados, Jesus no seu amor lhes queria perdoar e restaurar. Importava somente reconhecerem seu erro e pedirem perdão. Assim, poderiam experimentar que “tudo se fez novo’ (2 Co 5.17).

3. O arrependimento do anjo da igreja. O anjo da igreja sentiu, com certeza, grànde arrependimento. Ele sabia que Jesus o considerava responsável por toda aquela tragédia. Ele, certamente buscou a Deus, entregando-se de novo para daí em diante, com mais cuidado, amor, sabedoria e firmeza, zelar pelo cumprimento da doutrina que lhe era confiada.

SAUDAÇÃO AOS CRENTES FIÉIS

Jesus enviou uma saudação especial para os crentes que não haviam seguido a Jezabel. Eles permaneceram fiéis à doutrina que haviam recebido. Com isto se pouparam de tribulações e deram um bom exemplo aos demais. Graças a Deus pelos crentes que agem como colunas na casa do Senhor (Ap 3.12), os quais, na hora da pressão não são levados em roda por todo o vento de doutrina (Ef 4.14).

1. “O que tendes, retende-o” (Ap 2.24,25). Fiquemos firmes! Ainda que alguns errem, os dons de Deus continuam sendo reais. Retenhamos, pois, a comunhão com a nossa igreja. Coisa nenhuma deverá nos afastar dela (Hb 10.25).

2. “Até que eu venha” (Ap 2.25). Jesus virá breve. Então tudo “o que o é em parte” (1 Co 13.10) será aniquilado. Por isto fiquemos sempre firmes e constantes, sempre abundantes. O nosso trabalho não é vão no Senhor (1 Co 15.58).

3. Todas as igrejas conhecerão... (23): O castigo divino tem vários propósitos. Um destes, obviamente, é o castigo dos culpados. Neste caso, Jesus prometeu matar as pessoas que praticaram a idolatria e a prostituição, caso não se arrependessem. Mas há um segundo motivo atrás deste castigo. A morte de alguns serviria de alerta para outros. As igrejas entenderiam que Jesus realmente sabe de tudo que acontece, e que ele julga retamente segundo as obras de cada um. Observamos a importância da disciplina divina para deter o pecado dos outros. Veja alguns exemplos: Acã (Josué 7; 22:20); Ananias e Safira (Atos 5:11); A correção pública de pecadores (1 Timóteo 5:20). Nós devemos aprender as lições dos pecados do passado, e considerar as conseqüências da desobediência.

4. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.

1. “...o que o Espírito diz...”. O leitor deve observar que essa é uma expressão que figura em todas as cartas do Apocalipse, chamando a atenção dos leitores para a solene necessidade de darem atenção às palavras inseridas neste livro. “A mulher Jezabel e seus filhos prosseguirão tal como são, mas o “resto”, o remanescente, ouvirá” (Newll). “Que todo crente dê a mais estrita atenção a essa predição feita por Cristo, e que seja ela uma influência poder.sa sobre o nosso coração e  sobre a nossa vida”. Possuímos discernimento “espiritual” e a sensibilidade necessária para “dar ouvidos” ao que foi dito’? “...se ouvirdes hoje a sua voz (como diz o Espírito Santo), não endureçais os vossos corações” (Hb 3. 7-8). Esses são os “ouvidos” de que precisamos. Se os temos, então, que os usemos!!!.

Conclusão

Jesus vê tudo e faz uma distinção absoluta entre os servos de Satanás e os servos fiéis do Senhor. Para os que insistem em servir ao diabo, ele promete tribulação e morte. Para os discípulos dele, ele promete o dia de sua presença e o privilégio de reinar com ele sobre os inimigos.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

www.estudosdabiblia.net

Lições bíblicas CPAD 1989

Livro:- Apocalipse versículo por versículo – Severino Pedro da Silva


MAIS ESTUDOS VISITEM ESSE LINK


24 de abril de 2012

PERGAMO A IGREJA CASADA COM O MUNDO

PERGAMO A IGREJA CASADA COM O MUNDO

Texto Áureo = “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1 Jo 2.1 5,16).

VERDADE PRÁTICA = O crente que se une ao mundo, perde sua comunhão com Deus e o poder para conduzir os pecadores à salvação.

TEXTO BÍBLICO = Ap 2.12-17

INTRODUÇÃO

Pérgamo, situada junto ao rio Caico, a 25km do Mar Egeu, era uma importante cidade da Ásia Menor. Centro de várias religiões pagãs, possuía grandes templos, entre os quais havia um para Esculápio, o “deus da cura”, cujo distintivo constituía-se de uma serpente. Havia também naquela cidade um suntuoso templo para adoração do imperador romano. O Evangelho chegou a Pérgamo provavelmente no ano 54, quando Paulo a partir de Efeso, evangelizava a Ásia Menor (At 19.10). Na carta que Jesus envia à igreja, em Pérgamo, ele a adverte sobre um grande perigo que a ameaçava. O mesmo ocorre ainda hoje, e teremos grande proveito ao estudar este assunto.

Geograficamente, ocupava importante posição, próxima do extremo marítimo do largo Vale do Rio Caico. Para os intérpretes históricos, a palavra “Pérgamo” leva outro sentido, isto é, ao invés de “torre” ou “castelho”, traduzem a palavra por “casada”. Historicamente, nos fins do primeiro, segundo e terceiro séculos, especialmente mediante o gnostissismo libertino, e, profeticamente, na época de Constantino, houve uma espécie de “casamento” entre a igreja e o estado. Sua suposta significação de “casada”: segundo se diz, deriva-se disso.

UMA IGREJA FUNDAMENTADA EM JESUS

A igreja em Pérgamo tinha como fundamento a salvação em Jesus Cristo.

1. Uma salvação total. Os crentes em Pérgamo experimentaram uma salvação radical. Foi realmente um grande milagre, pois conforme a palavra de Jesus, Satanás tanto habitava como tinha o seu trono naquela cidade (Ap 2.13). Pelo poder do Evangelho, os crentes haviam sido tirados do mundo (Jo 15.19), das trevas para a luz (At 26.18); libertos dos ídolos (1 Ts 1.9), das vaidades (At 14.15) e daquela geração perversa (At 2.40). De modo radical tinham rompido com o paganismo e se declarado seguidores de Cristo.

2. Uma posição definida diante do mundo. A igreja em Pérgamo tomara uma posição correta em relação ao mundo. As perseguições foram muito duras, e Antipas, um de seus membros, morrera (Ap 2.13). Todavia os crentes conservavam o nome de Jesus e não o negavam.
Somente quando há um rompimento total com os ídolos e o pecado, Deus se manifesta, poderosamente no meio dos fiéis (2 Co 6.14-18). Assim aconteceu em Pérgamo.

A PRESSÃO DO PAGANISMO CONTRA A IGREJA

O aparecimento de uma igreja, composta de membros anteriormente idólatras, fanáticos, mas que agora, convertidos ao Evangelho, procuravam conquistar outros para o lado de Jesus, representava uma derrota para o domínio totalitário de Satanás, naquela cidade.

1. Contra-ataque das forças do mal. As forças do mal fizeram um contra-ataque para forçar os crentes a voltar ao paganismo. Assim procedeu Faraó quando os israelitas saíram’ do Egito. Ele os perseguiu com todo o seu exército a fim de obrigá-los a voltar à escravidão (Êx 14.5-8).

Jesus revelou a estratégia do inimigo: “Quando o espírito imundo tem saído.., diz: voltarei para a minha casa de onde saí...” (Mt 12.43,44).

2. Os métodos de ataque do Maligno. Os métodos usados pelo inimigo contra a igreja em Pérgamo são os mesmos de sempre. Em primeiro lugar aplicou a arma da perseguição. Muitos foram mortos. Os crentes, porém, continuavam firmes, inabaláveis e intransigentes contra qualquer forma de influência pagã. Então Satanás empregou um método muito mais rigoroso, introduzindo doutrinas falsas através das quais abalou a resistência dos cristãos e diminuiu sua vigilância contra o pecado; as falsas doutrinas eram a de Balaão e a dos nicolaítas (Ap 2.14,15).

Tenho, todavia, contra ti algumas coisas (14): Apesar da perseverança dos cristãos em Pérgamo, haviam problemas graves ameaçando o bem-estar da congregação. Eles se mostraram tolerantes em relação a falsas doutrinas, especificamente dois erros citados nesta carta.

A DOUTRINA DE BALAÃO E A DOS NICOLAITAS

1. A doutrina de Balaão. Era uma doutrina perigosa, pois ensinava que a comunhão ou o relacionamento com os pagãos não fazia mal nenhum, insinuando, inclusive, que a maneira da viver do homem não desfaz o concerto com Deus. Este ensino eliminava a linha divisória entre a Igreja e o paganismo, levando os crentes a deixar o “caminho direito” (2 Pe 2.15). O Espírito Santo chamou-a de “doutrina de Balaão” porque tais ensinamentos coincidiam com o conselho dado aos israelitas por aquele religioso místico, que viveu em cerca de 1450 a.C. Ele seduziu o povo a participar das festas moabitas e, assim, cair em idolatria e prostituição (Nm 24.1-3).

A doutrina de Balaão foi a doutrina que Balaão ensinava, não apenas a doutrina sobre a pessoa de Balaão. Semelhantemente, a doutrina de Cristo não é apenas o ensinamento sobre a pessoa de Cristo. A doutrina de Cristo inclui o que Jesus ensinava. Considere a importância deste fato em relação a textos como Tito 2:10; Hebreus 6:1e 2 João 9. Se alguém for além do ensinamento dado por Jesus, não tem Deus.
Na igreja em Pérgamo, algumas pessoas agiam como Balaão. Incentivavam o povo a tolerar outras religiões, até participando da idolatria e da prostituição. A sua doutrina foi basicamente igual às idéias atuais de pluralismo (aceitação de diversas religiões como igualmente boas) e sincretismo (juntando duas ou mais religiões).

2. A doutrina dos nicolaítas. O fundador desta seita foi Nicolau, um dos sete diáconos de Jerusalém (At 6.5), que se desviou e começou a ensinar que não era necessário obedecer às proibições formuladas na reunião dos apóstolos em Jerusalém, quanto ao uso de coisas sacrificadas aos ídolos, como sangue, carne sufocada e fornicação (At 15.6,22-29). Segundo ele, havia tanta força na graça de Deus, que os atos dos homens não os afastariam dela. As mesmas idéias aparecem hoje, proclamando: “Isto não faz mal” (Ml 1.8), e “Os outros fazem também assim...”, etc.

Deus condena a tolerância de falsas doutrinas. Às vezes, os homens valorizamtanto a unidade entre pessoas (dentro de uma congregação ou até entre congregações diferentes) que desvalorizam a doutrina pura de Jesus. Toleram falsos ensinamentos e até práticas proibidas, como a imoralidade e a idolatria, mas insistem na importância de manter uma “igreja unida”. Se persistir nesseerro, o próprio Jesus trará o castigo. A unidade entre discípulos é importante, mas a pureza da palavra é mais importante do que a paz entre homens (Tiago 3:17). Uma igreja que serve a Jesus necessariamente rejeitará falsos mestres e suas doutrinas erradas.


3. Doutrinas que Deus abomina. Jesus disse que aborrecia a tais doutrinas (Ap 2.6,16). A Bíblia adverte para não recebermos a graça de Deus em vão (2 Co 6.1), nem convertê-la em dissolução (Jd v.4) ou dela nos privar (Hb 12.15). A graça de Deus se manifesta para fazer-nos renunciar à impiedade e a viver justa, sóbria e piamente (Tt 2.11,12). Somente os que perseverarem até o fim serão salvos (Mt 24.13).

UMA IGREJA CENSURADA PELO SENHOR

Apesar de algumas boas qualidades da igreja em Pérgamo, Jesus lança algumas censuras sobre ela.

1. Os seguidores de doutrinas falsas. Alguns dos membros da igreja em Pérgamo seguiam doutrinas falsas. Além de seguirem a doutrina de Balaão e dos nicolaítas, eles defendiam pontos de vista contrários à sã doutrina esposada por Jesus e seus apóstolos, e vivida pela igreja.

2. Contaminação no ministério da igreja. A situação era clamorosa. O próprio ministério da igreja estava afetado. Jesus escreveu ao anjo (o pastor) da igreja: “Tu tens lá os que seguem a doutrina de Balaão” (Ap 2.14). Jesus censurou o pastor por sua tolerância, diante do procedimento perigoso de alguns membros daquela igreja. O anjo da igreja fora.colocado à frente do rebanho, não só para presidir, mas, também, para admoestar (1 Ts 5.12), e devia ser zeloso pelo cumprimento da sã doutrina e aplicar a disciplina, caso os faltosos não tomassem uma atitude de acordo com a Palavra de Deus (Mt 18.18; 2 Ps 3.14).

3. Tolerância aos impenitentes. A tolerância do ministério para com os faltosos impenitentes abriu uma grande brecha. A igreja estava perdendo a sua força espiritual (Os 7.9; Jz 16.19,20), ocasionando um prejuízo incalculável. O mal se estava espalhando, porque um pouco de fermento faz levedar toda a massa (1 Co 5.8). A igreja corria perigo de não poder cumprir sua missão no mundo.

13. “Eu sei as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas, minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita”.

1. “...O trono de Satanás”. No Apocalipse fala-se muito a respeito dele. As diversas denominações diabo, caluniador (Ap 2. 10; 12. 9; 12; 20. 2, 10), Satanás, adversário (Ap 2. 9, 13, 24; 3. 9; 20. 2, 7), definem- no em sua funcionalidade negativa, como: antiga serpente (Ap 12. 9; 20. 2), acusador de nossos irmãos (Ap 12. 10). No presente texto, fala- se do seu “trono”. Isto é, o lugar onde Satanás exerce autoridade, como se fora rei.

“A palavra “trono” (no grego hodierno, “thronos”), é usada no Novo Testamento com o sentido de “trono real” (Lc 1. 32, 52), ou com o sentido de “tribunal judicial” (cf. Mt 19. 28 e Lc 22. 30). Também há alusão aos “tronos” de elevados poderes angelicais, ou aos governantes humanos.

A possível referência atribuida ao “trono de Satanás” nesta passagem, pode ser (conforme alguns comentaristas) a COLINA que havia por trás da cidade, com 300 metros de altura, na qual havia muitos templos e altares dedicados com exclusividade à idolatria. Essa colina podia ser um monte ou o “trono de Satanás”, em contraste com o “Monte de Deus” (cf. Is 14. 13 e Ez 28, 14, 16).

1. Existe outra possível interpretação sobre o “trono de Satanás”. Vejamos a seguir: “A invasão da cidade de Pérgamo, é atribuída ao monarca Eumenes 11(197 a 159 d. C.). Foi esse rei (segundo Plínio) que criou uma biblioteca (em sentido técnico: Pérgamo, deriva-se de pergaminho) que chegou a atingir 200 000 volumes, e quem libertou Pérgamo dos invasores bárbaros.
Para comemorar, ergueu em honra a Zeus o “altar monumental” com 34 por 37 metros, cujas as fundações em ruínas, ainda podem ser vistas hoje. Esse altar pode ser “o trono de Satanás” do presente versículo.”

2. Ainda nos dias de Antipas. Nada se sabe de certo acerca desse personagem, exceto aquilo que poderia ser depreendido do texto em foco. As Escrituras não entram em detalhes sobre a biografia desta testemunha do Senhor na cidade de Pérgamo. A palavra grega para “testemunha” no dizer de G. Ladd, é martys, que mais tarde ficou coma conotação de mártir. Talvez neste contexto já tenha este significado.

Em 17.6 a mesma palavra é traduzida às vezes por “os mártires de Jesus”. O testemunho mais eficiente do cristão é ser fiel ao seu Senhor até à morte e ao martírio. Antipas foi uma delas!. Para aqueles que interpretam o livro do Apocalipse do ponto de vista histórico, acham que o antropônimo “Antipas”, no grego hodierno “Anti-pas”. Tratava-se da forma contraída de “Antipater”, que poderia ser traduzido à forma “Anti-papa”.

Assim, o seu nome pode ter sido profético, e significa: “Aquele que se opõe ao Papa”. Esta linha de pensamento aceita que as letras que formam a palavra “Antipas” tenham esse sentido. Para nós, este ponto de vista, não combina com a tese e argumento principal, razão por que Antipas foi morto antes do ano (96 d. e.), e o sistema papal só veio a existir séculos depois. Aceitamos ter sido Antipas um homem de origem Iduméria.

Este servo de Deus, uma vez convertido ao cristianismo em Jerusalém, sentindo a chamada de Deus, e em razão de ser conhecido pessoalmente do Apóstolo João, foi servir como bispo na cidade de Pérgamo. Existiam naquela igreja, segundo o texto divino, duas falsas doutrinas: (a) À de Balaão; (b) À dos nicolaítas. Antipas como sendo uma testemunha ousou desafiar sozinho e selar seu testemunho com seu próprio sangue opondo-se a este “sistema nocivo”. Semeão Metafrastes, diz que Antipas, o bispo de Pérgamo, foi colocado dentro de um boi feito de bronze, e a seguir foi aquecido ao rubro. Seu corpo foi literalmente, cozido, na chama abrasadora.

O CAMINHO DA VITORIA SOBRE O ERRO

Jesus não só censurou a igreja em Pérgamo, mostrando-lhe os seus erros, como indicou-lhe o caminho da vitória.

1. Arrependimento. (Ap 2.16). Arrependimento significa uma nova tomada de posição, ou seja, uma mudança de mente diante dos erros cometidos’ Pedir perdão é firmar a decisão de não cometê-los novamente. A igreja devia, agora tomar atitude definitiva contra as doutrinas falsas que se alastravam entre seus membros. Jesus disse: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7). O Espírito Santo usa a sã doutrina como um prumo (Am 5.7,8) e descobre o que está torto e confirma o que está correto. Ele diz ainda: “Este é o caminho, andai nele” (Is 30.21). A doutrina aplicada com unção de Deus faz os crentes trilharem no caminho certo (Sl 101.6), porque “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17).

2. Ajuda aos que fraquejam. É de suma importância prestar ajuda aos que cambaleiam na fé. A nova tomada de posição da igreja inclui também a decisão de ajudar os que tropeçam na doutrina. Em primeiro lugar devemos, com mansidão e aptidão no ensino, ajudá-los para que voltem ao caminho direito (2 Tm 2.25,26; Ez 18.25-29). Porém, os que não querem deixar o seu erro, estão, conforme o ensino de Jesus, passíveis de disciplina (Mt 18.15-20).

A disciplina é um meio de ajudar os faltosos (2 Co 1.6,7) impondo-lhes o temor contra o pecado na igreja (At 5.11), assegurando nesta a presença de Deus (Js 7.12).

A atitude da igreja determina a atitude de Jesus para com ela. A Bíblia diz: “O Senhor está convosco, enquanto vós estais com ele. Se o buscardes, o achareis; porém, se o deixardes, vos deixará” (2 Cr 15 2). Jesus disse: “Eis que estou convosco todos os dias” (Mt 28.20). E diz ago.. ra para a igreja em Pérgamo: “Arrepende-te, pois, quando não em breve virei a ti e contra eles batalharei...” (Ap 2.16). Jesus quer ficar com a igreja e usá-la para a vitória do Evangelho

Quem tem ouvidos, ouça (17): Como em todas as sete cartas, Jesus chama os ouvintes a darem a atenção devida a sua palavra.

Ao vencedor (17): Todas as cartas, também, incluem a promessa sobre a vitória. Aqueles que persistem até o final receberão a recompensa. Nesta carta, a bênção para o vencedor é descrita em duas partes:

O maná escondido: Aqueles que recusaram qualquer participação na mesa dos demônios seriam sustentados pelo maná de Deus. Jesus é o maná dado pelo Pai (veja João 6:31-65). Ele sustenta os fiéis e lhes dá vida. A mensagem de Jesus continua oculta para os sábios deste mundo (veja 1 Coríntios 2:6-10).

Uma pedrinha branca com um nome novo escrito: Um nome novo,freqüentemente, sugeria uma nova direção na vida, especialmente de uma pessoa abençoada por Deus (exemplos: Abrão > Abraão; Sarai > Sara; Jacó > Israel). Em Isaías 62:2-4, Desamparada e Desolada recebem nomes novos: Minha-Delícia e Desposada, mostrando a bênção de estar com Deus. Veja, também, 3:12. A pedrinha branca pode incluir vários significados, conforme os costumes da época. Pedras brancas foram usadas para indicar a inocência de pessoas acusadas de crimes; Jesus inocenta os seus seguidores fiéis. Pedras brancas foram dadas a escravos libertados para mostrar sua cidadania; os fiéis não são mais escravos do pecado, pois se tornaram cidadãos da pátria celestial (Filipenses 3:20). Foram usadas pelos romanos como um tipo de ingresso para alguns eventos; Jesus permite os fiéis entrarem na presença dele para o seu banquete (veja 19:6-9). Também foram dadas aos vencedores de corridas e aos vitoriosos em batalha. Os fiéis são vencedores que receberão o prêmio (2 Timóteo 4:7-8).

Conclusão

Devemos imitar a perseverança dos discípulos em Pérgamo, mantendo firme a nossa fé, mesmo se encararmos ameaças e perseguições. Ao mesmo tempo, não devemos negligenciar outras responsabilidades diante de Deus.
Servimos um Deus puro, e devemos manter e defender a doutrina pura que ele revelou. Qualquer doutrina que incentiva a idolatria ou a imoralidade vem do diabo. Procuremos o maná que vem de Deus para nos sustentar para sempre.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Lições bíblicas CPAD 1989

www.estudosdabiblia.net

Livro:- Apocalipse versículo por versículo – Severino Pedro da Silva

VISITE O LINK ABAIXO