2 de junho de 2013

A NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO DOMESTICO



A NECESSIDADE E A URGÊNCIA DO CULTO DOMESTICO

TEXTO ÁUREO = “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6).

VERDADE PRÁTICA = O culto doméstico, além de desenvolver na criança o princípio da adoração a Deus, sedimenta em nossos filhos os verdadeiros valores morais.

LEITURA BIBLICA  = SALMOS 78.1-8

INTRODUÇÃO

Através de Moisés, o Senhor intima os israelitas a repassar aos seus filhos, com toda a diligência, os princípios da Palavra de Deus (Dt 6.7). Isto significa que os mais importantes conceitos da vida são formados na intimidade do lar e reforçados no culto doméstico.
O culto doméstico significa literalmente o culto da família. E, portanto, urna oportunidade da família, reunida, manter a comunhão constante com Deus, através da leitura da Sua Palavra, da oração e dos cânticos de louvor

 PAIS CONSCIENTES DO SEU DEVER

1. Adão. Quando os filhos de Adão ofereceram ao Senhor as primícias do seu trabalho (Gn 4.3,4), demonstraram haver recebido de seus pais conceitos sólidos sobre Deus e seu relacionamento com o homem. Isto significa que Adão e Eva faziam o culto doméstico com os seus filhos; doutra forma: como poderiam eles saber acerca do culto ao verdadeiro Deus?

2. Noé. Por ocasião do encontro de Deus com Noé, ordenou-lhe o Senhor: “Entrarás na arca, tu e os teus filhos, e a tua mulher, e as mulheres de teus filhos contigo” (Gn 6.18). Conclui-se, pois, que se Noé não houvesse ensinado os seus filhos a obedecerem a Deus, eles não teriam entrado na arca com o pai.

3. Abraão. O próprio Deus dá este testemunho de Abraão: “Pois eu o escolhi para que ele ordene a seus filhos ... para que guardem o caminho do Senhor; deste modo o Senhor realizará para Abraão o que lhe prometeu” (Gn 18.19 – A Bíblia de Jerusalém).

Esta passagem assinala a responsabilidade que Deus confia ao sacerdote do lar. Temos por dever ensinar aos filhos os preceitos da vida espiritual e ter a percepção da vontade divina para a vida de cada membro da família, a fim de que Deus encontre lugar neles para os seus propósitos.

4. Os pais de Moisés. As atitudes de Moisés (Hb 11.24-27) denotam a diligência dos seus pais na transmissão do conhecimento de Deus no âmbito doméstico.
Moisés passou muito mais tempo sob a influência da cultura egípcia, no palácio de Faraó, do que com os seus pais. Todavia, o curto período em que estivera na casa paterna foi suficiente para que a sua fé em Deus fosse devidamente estruturada. Este exemplo é apropriado para a vida moderna. Hoje as crianças permanecem mais com os de fora do que com os pais. Por isto todo o tempo de convívio com a família deve ser sabiamente administrado pelos pais para imprimir e reforçar os valores espirituais indispensáveis à vida de seus filhos.

5. Eunice e Lóide. O ministério de Timóteo tinha como base o conhecimento adquirido em três fontes: os rabinos que o instruíram na sinagoga; os mestres cristãos, entre eles, Paulo; e, principalmente, sua família — sua mãe e sua avó. Em 2 Timóteo 3.15, Paulo faz-nos entender que o conhecimento secular torna o homem culto, ao passo que o conhecimento e a prática (Mt 7.24) das Sagradas Letras faz o homem sábio. Eunice é lembrada como a mãe piedosa e dedicada à instrução espiritual de seu filho. Ë o modelo para todas as mães cristãs.

 PAIS NEGLIGENTES

1. A negligência de Ló. A maneira como Ló comportava-se diante de sua família, assentado passivamente à porta da iníqua e pecaminosa Sodoma (Gn 19.1), contribuiu de forma substancial para que suas filhas chegassem à decadência moral a que chegaram (Gn 19.31-38).
Apesar de suas virtudes, ele não foi diligente na formação espiritual e moral de suas filhas permitindo-lhes conviver numa sociedade como a sodomita, que lhes deformaria o caráter e os padrões morais. Esta falta de firmeza teve como conseqüência a desestrutura da família e a geração de uma descendência ímpia.

2. O povo de Israel. Em Juízes 2.10, vemos a negligência de todo um povo quanto à ordenança divina de repassar os conhecimentos de Deus aos filhos. Tudo aquilo aconteceu porque se levantou uma geração que não conhecia ao Senhor. Se os pais estivessem comprometidos com a recomendação de Moisés (Dt 6.7), aproveitando todos os momentos em família para transmitir os valores espirituais aos seus filhos, aquela tragédia teria sido evitada.

Se hoje existem filhos de crentes que não reconhecem o poder e a soberania do Senhor, isto se deve à negligência dos pais em relação às Escrituras Sagradas. Deus exige que os pais cuidem da formação espiritual de seus filhos. Se não atentarmos para este dever, traremos desastrosos resultados à sua vida. Se quisermos uma igreja fiel e consciente de seus deveres, devemos cuidar que nossos filhos sejam fiéis ao Senhor e à sua Palavra. E isto deve ser feito através do exemplo e do diálogo.

a)      A IMPORTÂNCIA DO CULTO DOMÉSTICO = Dt 11.13-23

A importância do culto doméstico evidencia-se no fato de que as Escrituras nos ensinam o dever de adorarmos a Deus (Sl 95.1-6; Ap 14.7).

1. É uma prioridade (vv. 13.22). O desconhecimento dos preceitos de Deus pode ocasionar a desobediência. A diligência em ensinar os preceitos de Deus aos filhos contribui para a obediência que cada filho, em particular, deve ao Senhor.

2. É um fator de segurança e prosperidade. Ao insistir pela obediência aos seus preceitos, Deus ensinava a Israel como tornar-se forte e capaz de dominar as forças inimigas que o cercavam. Era o meio seguro para o sucesso e a prosperidade. (v. 18).
Os versículos anteriores enfocam duas importantes advertências feitas a Israel: a primeira diz que a obediência aos preceitos divinos traria força e tranqüilidade ao povo; e a segunda, que o pecado encurtaria os seus dias na terra e impediria a sua prosperidade, quer como indivíduos, quer como povo (vv. 16,17).

3. É uma escola diária e permanente. Esta é a feliz concepção de muitas famílias. Moisés expõe três importantes regras para quem quiser prosperar e vencer na longa jornada da vida:

a. Coração cheio da Palavra de Deus. “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma”. Este é também o meio bíblico, recomendado ao crente, para preservar-se do pecado. Leia SI 119.11.

b. Olhos fixos na Palavra de Deus. “Atai-as por sinal na vossa mão”. Este era o único meio para tê-la sempre presente, como guia no caminho da justiça. Só assim seria possível ao israelita meditar na Palavra de Deus.

e. A Palavra na boca para ser proclamada. (v.. 19-ARA). A Palavra de Deus ensina que devemos aproveitar as nossas oportunidades “remindo o tempo” (Cl 4.5).

b) A IMPORTÃNCIA DO CULTO DOMESTICO

De que maneira conseguiremos formar devidamente nossos filhos? Através do culto doméstico. Somente assim haveremos de fortalecer os laços de afeição, amizade e comunhão entre os membros de nossa família. Quando isto acontece, a própria igreja é fortalecida, pois a sua base é formada por famílias.
Se este padrão for seguido, cada geração será melhor e mais forte espiritualmente do que a anterior. Muitos reclamam da frieza espiritual da igreja moderna, mas será que eles formaram filhos “fervorosos” na fé? Será 
que os cultos familiares são aquecidos com a presença do Espírito? (2 Tm 3.14).

Paulo mostra que a vida de Timóteo achava-se alicerçada naquilo que havia aprendido. Por conseguinte, a superficialidade de alguns rebanhos deve-se a um ensino deficiente que não pode ser atribuído necessariamente àquilo que se aprende ou deixa de se aprender na igreja, mas sim no lar. O culto doméstico é a essência da formação cristã em família.

OS PRIVILÉGIOS DO CULTO DOMÉSTICO

Os crentes realizam o culto doméstico com o propósito de obter comunhão com Deus. Consideram- no um motivo de prazer, um privilégio e não uma obrigação enfadonha.

1. Bênçãos diárias. Jesus ao ensinar os discípulos a orar, disse: “O Pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mt 6.11). Ninguém questiona sobre a necessidade que todos têm da alimentação diária para o sustento físico. Do mesmo modo, o culto doméstico deve ser considerado necessário, e, muito mais, ainda, por tratar-se do privilégio da família, reunida, participar da cotidiana “refeição espiritual’.

2. União no lar. Qualquer reunião da família, de algum modo, pode ser um fator de união entre os seus membros. O encontro familiar na presença de Deus, é essencial para esta união. (1 Co 12.12,13).

3. Comunhão com Deus. É óbvio, é lógico, é bíblico que todos os membros da família, os que crêem em Deus e na Sua palavra, participem do culto doméstico, pois eles recebem de Deus as bênçãos materiais indispensáveis à sobrevivência, tais como o alimento e o oxigênio que respiram, bem como todas as outras provisões para a vida e a saúde (At 14.17; Mt 5.45). Além disso, todos têm a esperança da vida eterna, que receberam de graça, mediante a fé em Cristo Jesus (Ef 2.8-10); e, portanto, devem gratidão a Deus pelos benefícios recebidos dEle para esta vida, e, também, para a eterna. (Sl 103.2).

4. A escolha do horário do culto. Cabe à família, por certo, marcar a hora para o culto doméstico, mas, até nisto, a Bíblia oferece uma boa sugestão. “Ensinai-as a vossos filhos.., deitando-te e levantando- te” (v.19). Vemos, então, que o culto pode ser realizado pela manhã ou a noite. Em nossa casa o fazemos na hora do café da manhã, e, também, à noite, antes de deitarmos, em condições de envolver o maior número possível doe filhos neste encontro com Deus e a Sua Palavra. Todavia, qualquer que seja o horário escolhido Imprescindível haver pontualidade, regularidade e devoção na celebração do culto, a fim de não transformado num costume. 

CARACTERISTICAS DO CULTO DOMÉSTICO

1. Seus inegáveis benefícios.

a. E fator de harmonia. Torna o ambiente familiar mais agradável, contribuindo, assim, para estreitar a comunhão entre os membros da família e evitar as desavenças e a desunião no lar. (Sl 133; Rm 14.18,19).

b. E meio divino de fortalecimento espiritual. Começar o dia com um encontro com Deus fortalece os membros da família, para enfrentar com otimismo e segurança os problemas e as tentações durante dia (Hb 13.5,6).

c. Produz consciência da presença Deus no lar. E meio eficaz de recordar os oráculos de Deus e tornar viva a sua presença, como amigo e protetor ilimitado (Sl 73.16, 17).

d. Aviva a convicção de que Deus se interessa por nós. Dá, aos membros da família, a convicção de que Deus é o companheiro constante no lar, interessado em tudo o que fazemos e falamos (Rm 8.28).

e. Revela agradecimento a Deus. E apropriado expressão de reconhecimento e gratidão a Deus pelas suas misericórdias, através das provisões diárias (Sl 103.1-5). -

f. Traz beneficio à mente. E um meio eficiente para suprir a meditação do dia e proporcionar as bem aventuranças do Salmo 1 (Fp 4.8,9).

FINALIDADE DO CULTO DOMÉSTICO

1. O lar como parte da Igreja.

Já é conhecido o conceito de que é em casa que demonstramos quanto de cristianismo possuímos.
Jesus disse: “porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). Estas palavras nos ensinam duas coisas: que o culto doméstico, em que toda a família se reúne para ler a Palavra de Deus e orar, é oportuno porque todos podem desfrutar da presença de Deus; e que o reconhecimento dessa presença requer de todos um comportamento santo no lar.

2. Uma fé robusta nos membros da família. Como todos os demais dons, a fé é passível de desenvolvimento. Pode aumentar e crescer (2 Co 10.15; 2 Ts 1.3). A fé, que é o canal das bênçãos de Deus, não progride e não cresce automaticamente e, sim, pela prática dos exercícios que compõem o culto doméstico — leitura da Palavra de Deus (Rm 10.17) e a oração (Jd 20).

3. Recursos para perseverar na doutrina. A vida espiritual deve ser compartilhada, especialmente, com os membros da família (At 16.34).
Não é regra, mas é justo esperar que os pais tenham experiência espiritual, conhecimento da Palavra de Deus e convicção das verdades eternas. Só assim serão capazes de ajudar os filhos e despertar neles interesse pela doutrina. Antes de perseverar na doutrina é necessário aprendê-la e conhecer a sua importância para a salvação.

4. Renovação espiritual no seio da família. Tudo no mundo é passível de desgastar-se e envelhecer, e a vida espiritual também está sujeita a sofrer estas coisas. Mas o plano de Deus é que o nosso homem interior se renove de dia em dia (2 Co 4.16).
E vontade de Deus, e é conveniente a nós, que todo o nosso ser, dia a dia, seja renovado “no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10).

5. Despertamento no seio da família (Gn 35.1-5). Só a eternidade poderá revelar a importância dos lares onde pais zelosos se empenham pelo despertamento da família e pela obediência desta à Pala- via de Deus.

6. Um altar no lar. O altar é símbolo de adoração e sacrifício, e aparece na Bíblia desde Gênesis ao Apocalipse (Gn 8.20; Ap 16.7). O altar está relacionado com o progresso espiritual e com as grandes vitórias alcançadas pelo povo de Deus. Leia Gn 22.1-17; 1 Rs 18.30-40. A adoração a Deus deve ser contínua, isto é, uma prática diária ininterrupta, como meio da família manter a comunhão com Deus.

CONCLUSÃO

A falta de tempo para se refletir na Palavra de Deus, em família, é uma ameaça contra a estabilidade espiritual dos filhos e dos cônjuges. Levemos em conta que os dias atuais são mui difíceis, em virtude de seus perversos ensinos tentarem neutralizar os valores bíblicos e espirituais que devem nortear a casa e a igreja.

O mundo impõe um padrão de conduta que nada tem a ver com o do cristão. Ë no lar que a criança deve adquirir convicções que a tornem capaz de resistir aos valores deturpados do mundo. Portanto, muito cuidado! Se o culto doméstico e o ensino sistemático da Palavra forem negligenciados pelos pais, a família estará fadada ao fracasso, às vezes, irreversível.

Por falta do altar de adoração a Deus, através da leitura da Bíblia, do louvor e de oração no culto doméstico, muitas famílias estão empobrecidas na vida espiritual, e outras tantas têm fracassado totalmente.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRARFIA

LIÇÕES BIBLICAS CPAD 1987
LIÇÕES BIBLICAS CPAD 2004

28 de maio de 2013

A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE



A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE

TEXTO ÁUREO = E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou(Gn 1.27).

VERDADE PRÁTICA = Ao criar o ser humano, Deus dotou-o de sexualidade plena e diferenciada, macho e fêmea, segundo seus propósitos. Essa sexualidade era normal no princípio.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Gênesis 1.27; 2.24; 1 Coríntios 7.2,3,5; Provérbios 5.18; 

Eclesiastes 9.9.

introdução

 Quando Deus formou o primeiro casal, dotou-o de estrutura físico-emocional e instinto sexual que o capacitam para a reprodução e preservação da espécie humana. O propósito de Deus é que os filhos procedam do casamento e não de outra maneira. A quebra dessa lei resulta em frutos amargos para a família. Deus assim dotou o homem para propósitos específicos, puros e elevados. Portanto, a sexualidade é parte natural e integrante do ser humano. No casamento, a sexualidade exerce papel fundamental e indispensável para o bom relacionamento entre os cônjuges e, como já foi dito, para a perpetuação do gênero humano, circunscrita ao plano de Deus para o matrimônio. Vamos refletir um pouco nesta lição sobre esse importante assunto.

 VISÃO BÍBLICA DO SEXO

 1. O sexo foi feito por Deus. Deus fez o homem, incluindo o sexo e “viu que tudo era bom” (Gn 1.31). As mãos que fizeram os olhos, o cérebro, também fizeram os órgãos sexuais. Aquele que criou a mente, criou também o instinto sexual. No princípio, ao ser criado, o sexo era puro e sem pecado. Mas, com a transgressão de Adão no Éden, todas as faculdades do homem foram afetadas pelo pecado, inclusive o sexo.

2. O homem participando da criação. Deus quis em sua soberania que o homem desse continuidade à espécie, macho e fêmea, indicando a clara e inequívoca diferenciação entre os sexos (ver Gn 1.27).

3. A intimidade e interação sexual é privativa dos casados. A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros, mas a casados (Gn 1.27,28). Deus não quis que o homem vivesse só e lhe deu uma esposa, já formada, preparada para a união conjugal. O ensino bíblico é que o homem deve desfrutar o sexo com a esposa de modo normal, racional, sadio e amoroso não com a namorada ou noiva. Em Cantares de Salomão, tem-se a exaltação do amor conjugal. Este, não ocorre entre solteiros (Ct 4.1-12; Ef 5.22-25). Pesquisas indicam que 50% dos jovens evangélicos já praticaram sexo antes do casamento. Isso é pecado grave contra o próprio corpo, contra o Criador, contra a Palavra de Deus, contra o próximo, contra a Igreja e contra a família.

O SEXO E A VIVÊNCIA CRISTÃ

 1. Sua natureza. Quando terminou de criar todas as coisas (incluindo o homem), “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom e foi a tarde e a manhã: o dia sexto” (Gn 1.31). O sexo, como já afirmamos, fez e faz parte da constituição físico-emocional do ser humano, desde a criação. Logo, não é correto concebê-lo como algo imoral, feio, vulgar e pecaminoso. Deus não faria nada ruim. Ele planejou e formou o homem, a “coroa da criação”, numa totalidade, incluindo o sexo. O que tem arruinado o sexo e o tornado repulsivo por muitos é o seu uso ilícito, antibíblico, antinatural, anticristão, antissocial e sub-humano. Demônios podem atuar no ser humano na área do sexo (Os 4.12; 5.4).

2. Suas finalidades. A união conjugal pautada nas Sagradas Escrituras propicia:

a) A procriação (Gn 1.27,28; Sl 139.13-16). A procriação é o ato criador do Eterno através do homem.
Ele dotou o homem de capacidade reprodutiva, instituiu o matrimônio e a família, visando a legitimação desse maravilhoso e sublime processo que a mente dos mortais jamais poderá explicar. “Frutificai e multiplicai-vos”, foi a ordem do Criador (Gn 1.27,28).

b) O ajustamento do casal. Em 1 Coríntios 7.1-7, vemos uma orientação bíblica muito importante do apóstolo Paulo no que diz respeito à intimidade conjugal. O apóstolo, nesta passagem, considera os seguintes princípios:

      Prevenção (v.2): “mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher e cada uma tenha o seu próprio marido”. Com isso, evita-se o adultério e a prostituição.

      Mútuo dever (v.3): “O marido pague à mulher a devida benevolência e, da mesma sorte, a mulher ao marido”. É o dever do amor conjugal, no que tange ao atendimento das necessidades sexuais, a que tem direito cada cônjuge.

      Autoridade mútua (v.4): “A mulher não tem poder sobre seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre seu próprio corpo, mas tem-no a mulher”. Não se trata aqui, da autoridade por imposição, pela força, mas sim pelo amor conjugal. Diga-se também que o marido não pode abusar da esposa, praticando atos ilícitos, carnais, abusivos e sub-humanos, ou vice-versa.

      Abstinência consentida (v.5): Isto é importante no relacionamento do casal. Os cônjuges podem abster-se, por algum tempo, da prática sexual, mediante o consentimento mútuo. Não pode haver imposição de um sobre o outro. Caso decidam separar-se no leito conjugal, devem fazê-lo sob as seguintes condições: que haja concordância entre ambos, e que haja sabedoria quanto ao tempo determinado para dedicarem-se à oração e à disciplina da vontade (de ambos).

c) A satisfação amorosa do casal. Existem seitas ou religiões e, até evangélicos, que proíbem o prazer do sexo alegando que a finalidade deste é somente a procriação. Isso não tem base na Bíblia. Vários textos nos mostram que Deus reconhece o direito de o casal usufruir desse prazer. Em Provérbios 5.18-23, o sábio recomenda aos cônjuges que desfrutem do sexo, sem referir-se, neste caso, ao ato procriativo. Nesta passagem, porém, o homem é advertido quanto à “mulher estranha”, a adúltera; e é incentivado a valorizar a união conjugal honesta e santa, exaltando a monogamia, a fidelidade (ver Ec 9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9). No Antigo Testamento, a “lua de mel” durava um ano! (Dt 24.5).

3. Ante a lei divina. A vida sexual do casal, na ótica bíblica:

a) Deve ser exclusiva ou monogâmica. Deus condena de forma veemente a poligamia (Gn 2.24; Pv 5.17).

b) Deve ser alegre. O casal tem direito de usufruir do contentamento propiciado pela intimidade matrimonial (Pv 5.18).

c) Deve ser santa (1 Pe 1.15 e 1 Ts 4.4-8). A santidade se aplica também ao nosso corpo, uma vez que o Espírito Santo habita em nós (1 Co 6.19,20), razão pela qual toda e qualquer prática sexual ilícita (aberrações, bestialidade etc.) não devem ser permitidas; além de pecaminosas, não contribuem para o ajustamento espiritual do casal.

d) Deve ser natural (Ct 2.6; 8.3). As relações sexuais anal e oral são antinaturais e sub-humanas, portanto, reprováveis. Os pecados do sexo são responsáveis por muitas doenças, inclusive as denominadas “sexualmente transmissíveis (DST) que vêm ceifando milhões de vidas no mundo inteiro, principalmente a AIDS”. Essas práticas sexuais reprováveis estão sujeitas a juízo (Hb 13.4).

III. O SEXO QUE A BIBLIA CONDENA

1. Fornicação. Prática do sexo entre solteiros ou entre casado e solteiro. O fornicário não entra no céu (Ap 21.8; Gl 5.19 e 1 Co 6.18).

2. Adultério. Relação sexual de casados com pessoas que não são seus cônjuges (Mt 5.27; Mc 10.9 e Rm 13.9). É grave e desastroso pecado (Pv 5.1-5).

3. Prostituição. Em sentido geral, envolve todas as práticas sexuais pecaminosas. Em sentido estrito, é a intimidade sexual com prostitutas e a infidelidade conjugal. Deus a proíbe com veemência (Dt 23.17); é grave pecado (1 Co 6.16); é insanidade, loucura, estupidez e torpeza (Pv 7.4-10; 1 Co 6.15-18).

4. Homossexualismo. É a prática sexual entre pessoas do mesmo sexo. Contrariando a opinião de muitos, a Bíblia condena, pois é abominação ao Senhor (Lv 20.13; 18.22; Dt 23.17,18), perversão sexual de Sodoma — sodomia (Gn 19.5). Deus destruiu cidades por causa disso (Dt 23.17). Não entram no Reino de Deus os que praticam tais atos (1 Co 6.9,10).

5. A masturbação. Há ensinadores que não a consideram pecado de forma alguma. Outros, dizem que é totalmente errado. Outros, ainda, dizem que, se não for por vício, mas por necessidade, torna-se moralmente justificável. De qualquer forma, é pecado, por contrariar o plano de Deus, pois o sexo não deve ser egoísta, mas partilhado com outra pessoa, no âmbito do casamento. A masturbação está sempre associada a fantasias sexuais.

PADRÕES DE MORALIDADE SEXUAL

Hb 13.4 =  “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará”
O crente, antes de mais nada, precisa ser moral e sexualmente puro (cf. 2 Co 11.2; Tt 2.5; 1 Pe 3.2). A palavra “puro” (gr. hagnos ou amiantos) significa livre de toda mácula da lascívia. O termo refere-se a abstenção de todos os atos e pensamentos que incitam desejos incompatíveis com a virgindade e a castidade ou com os votos matrimoniais da pessoa. Refere-se, também, ao domínio próprio e a abstenção de qualquer atividade sexual que contamina a pureza da pessoa diante de Deus.

Isso abrange o controle do corpo “em santificação e honra” (1 Ts 4.4) e não em “concupiscência” (4.5). Este ensino das Escrituras é tanto para os solteiros, como para os casados. No tocante ao ensino bíblico sobre a moral sexual, vejamos o seguinte:

( I ) A intimidade sexual é limitada ao matrimônio. Somente nesta condição ela é aceita e abençoada por Deus (ver Gn 2.24; Ct 2.7; 4.12). Mediante o casamento, marido e mulher tomam-se uma só carne, segundo a vontade de Deus. Os prazeres físicos e emocionais normais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são ordenados por Deus e por Ele honrados.

(2) O adultério, a fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes são pecados graves aos olhos de Deus por serem transgressões da lei do amor (Ex 20.14 ) e profanação do relacionamento conjugal. Tais pecados são severamente condenados nas Escrituras (ver Pv 5.3 ) e colocam o culpado fora do reino de Deus = (Rm 1.24-32;  =  1 Co 6.9,10; =   Gl 5.19-21).

(3) A imoralidade e a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática sexual com outra pessoa que não seja seu cônjuge. Há quem ensine, em nossos dias, que qualquer intimidade sexual entre jovens e adultos solteiros, tendo eles mútuo “compromisso”, é aceitável, uma vez que não haja ato sexual completo. Tal ensino peca contra a santidade de Deus e o padrão bíblico da pureza. Deus proíbe, explicitamente, “descobrir a nudez” ou “ver a nudez” de qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher legalmente casados (Lv 18.6-30; 20.11,17,19-21; ver 18.6 ).

(4) O crente deve ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual antes do casamento. Justificar intimidade premarital em nome de Cristo, simplesmente com base num “compromisso” real ou imaginário, é transigir abertamente com os padrões santos de Deus. E igualar-se aos modos impuros do mundo e querer deste modo justificar a imoralidade. Depois do casamento, a vida íntima deve limitar-se ao cônjuge.

A Bíblia cita a temperança como um aspecto do fruto do Espírito, no crente, i.e., a conduta positiva e pura, contrastando com tudo que representa prazer sexual imoral como libidinagem, fornicação, adultério e impureza. Nossa dedicação à vontade de Deus, pela fé, abre o caminho para recebermos a bênção do domínio próprio: “temperança” (Gl 5.22-24).

(5) Termos bíblicos descritivos da imoralidade e que revelam a extensão desse mal.

(a) Fornicação (gr. porneia). Descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré ou extramaritais. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é claramente transgressão dos padrões morais de Deus para seu povo (Lv 18.6-30; 20.11,12,17,19-21; 1 Co 6.18; 1 Ts 4.3).

(b) A lascívia (gr. aselgeia) denota a ausência de princípios morais, principalmente o relaxamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa (ver 1 Tm 2.9, sobre a modéstia).
Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se participe de uma conduta antibíblica (Gl 5.19: Ef 4.19: 1 Pe 2.2.18).

(c) Enganar. i.e.. aproveitar-se de uma pessoa. ou explorá-la (gr. pleonekteo, e.g., 1 Ts 4.6), significa privá-la da pureza moral que Deus pretendeu para essa pessoa, para a satisfação de desejos egoístas. Despertar noutra pessoa estímulos sexuais que não possam ser correta e legitimamente satisfeitos, significa explorá-la ou aproveitar-se dela (1 Ts 4.6; Ef 4.19).

(d) A lascívia ou cobiça carnal (gr. epithumía) é um desejo carnal imoral que a pessoa daria vazão se tivesse oportunidade (Ef 4.22; = 1 Pe 4.3; = 2 Pe 2.18; ver Mt 5.28).

CONCLUSÃO

 Os preceitos bíblicos que dão conta da sexualidade se identificam com o que Jesus chamou de “caminho estreito”, o qual poucos se dispõem a palmilhar. No mundo hodierno, onde os meios de comunicação em massa aprovam, promovem, incentivam e exaltam o erotismo, sensualidade, a prostituição e o sexo fora do casamento, de modo irresponsável e pecaminoso é necessário que o cristão tome posição firme e consciente. Ele deve orientar-se pelos princípios morais e éticos, para a sexualidade, à luz da Palavra de Deus.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

LIÇÕES BIBLICAS CPAD2002                                                                                                          Bíblia de Estudo Pentecostal                                                                                                                 A Juventude Cristã e o Sexo. Elienai Cabral, CPAD.
E Agora, Como Viveremos? Colson & Pearcey, CPAD.
Ética: As Decisões Morais à Luz da Bíblia. Arthur F. Holmes, CPAD.
Pureza Sexual: Como Vencer Sua Guerra Interior. Robert Daniels, CPAD.
Responda-me, Por Favor!: Sexo & Namoro. Marta D. de Andrade e Claudionor C. de Andrade, CPAD.