21 de agosto de 2013

A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRENTE



A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRENTE

TEXTO ÁUREO = “Prossigo para o alvo, pelo premio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” Fp 3: 14

VERDADE PRATAICA = A maior aspiração do crente deve ser a conquista do prêmio da soberania vocação em Cristo Jesus.

LEITURA BIBLICA = FILIPENSES 3: 12-17

INTRODUÇÃO

Ele os adverte contra os enganadores judaizantes (vv. 1-3) e apresenta seu próprio exemplo. E aqui ele enumera os privilégios do seu estado judaico que ele rejeitara (vv. 4-8), descreve a questão da sua própria escolha (vv. 9-16) e conclui com uma exortação para que os filipenses se guardem dos homens maus e sigam seu exemplo (vv. 17-21).

A Descrição dos Verdadeiros Cristãos = vv. 1-3

Parece que a igreja dos filipenses, embora fosse uma igreja fiel e próspera, era perturbada pelos mestres judaizantes, que se empenhavam em guardar a lei de Moisés e misturar o cumprimento dela com a doutrina de Cristo e suas instituições. Ele inicia o capítulo com advertências contra esses sedutores.

Ele os exorta a “... que vos regozijeis no Senhor” (v. 1), a descansarem satisfeitos no interesse que tinham nele e no beneficio que esperavam dele. E do caráter e da motivação de cristãos sinceros regozijarem-se em Cristo Jesus. Quanto mais aproveitarmos o conforto da nossa religião tanto mais vamos nos agarrar a ela; quanto mais nos regozijarmos em Cristo tanto mais dispostos estaremos a realizar e sofrer por Ele e tanto menos perigo correremos em ser afastados dele. “A alegria do Senhor é a nossa força” (Ne 8.10).

Ele os exorta a tomarem cuidado com os falsos mestres: “Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós”; isto é, as mesmas coisas que eu já vos preguei; como se tivesse dito: “O que foi apresentado aos ouvidos de vocês será apresentado aos seus olhos: o que falei formalmente será agora escrito, para mostrar que continuo com o mesmo parecer”.
Não me aborreço. Observe: 1. Os ministros não devem se aborrecer se precisarem escrever ou falar coisas que acreditam ser seguras e edificantes para o povo. 2. E bom ouvirmos as mesmas verdades com freqüência, para avivar a memória e fortalecer a impressão das coisas importantes. E uma curiosidade atrevida ou maliciosa sempre desejar ouvir algo novo. O apóstolo apresenta uma exortação necessária aqui: “Guardai-vos dos cães” (v. 2).

O profeta chama os falsos profetas de cães mudos (Is 56.10), aos quais o apóstolo parece se referir aqui. Cães, por causa da sua maldade contra os confessores fiéis do evangelho de Cristo, latindo e mordendo esses cristãos. Eles exultavam as boas obras em vez da fé em Cristo; mas Paulo os chama de maus obreiros: eles se orgulhavam do fato de serem da circuncisão, dilacerando a igreja de Cristo; ou, então, contendiam por um rito cancelado, um mero cortar insignificante da carne.

Ele descreve os cristãos verdadeiros, que são, na verdade, da circuncisão, a circuncisão espiritual, o povo exclusivo de Deus, que está em aliança com Ele, semelhantemente aos israelitas do Antigo Testamento:
“Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne”. Encontramos três aspectos aqui: 1. Eles adoravam no espírito, em oposição às ordenanças carnais do Antigo Testamento, que consistiam em “...manjares, e bebidas, e várias abluções” (Hb 9.10). 

O cristianismo nos livra dessas coisas e nos ensina a sermos íntimos com Deus em todos os deveres da adoração religiosa. Devemos “. adorar a Deus em espírito” (Jo 4.24). A obra cristã não tem propósito algum se o coração não estiver envolvido nela. “Tudo quanto fizermos, devemos fazê-lo de todo o coração, como ao Senhor” (veja Cl 3.23); e devemos adorar a Deus na força e graça do Espírito divino, que é tão característico do estado do evangelho; este é o ministério do Espírito (2 Co 3.8). 2. Eles se gloriam em Jesus Cristo e não nos privilégios característicos do judaísmo, nem naquilo que os satisfaz na igreja cristã — meros prazeres e desempenhos exteriores.

Eles se gloriam no seu relacionamento com Cristo e no seu interesse nele. Deus fez com que os israelitas fossem obrigados a se alegrarem diante dele nos átrios da sua casa; mas agora que a essência veio, as sombras foram dissipadas e devemos gloriar-nos somente em Cristo Jesus. 3. Eles não confiam na carne, nas ordenanças carnais e desempenhos exteriores. Devemos deixar de confiar em nós mesmos, para podermos confiar apenas em Jesus Cristo, o eterno fundamento. Nossa confiança, bem como nossa alegria, é apropriada para Ele.

A Rejeição à Falsa Confiança = vv. 4-8

A apóstolo aqui se coloca como exemplo de alguém que confia apenas em Cristo, e não nos seus privilégios como israelita.

Ele mostra o quanto podia orgulhar-se pelo fato de ser judeu e fariseu. Que ninguém pense que o apóstolo estava desprezando essas coisas (como as pessoas normalmente fazem) pelo fato de não se gloriar nelas. Se tivesse se gloriado e confiado na carne, ele teria mais motivos para fazê-lo do que qualquer outra pessoa: “Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu” (v. 4). Ele tinha tantos motivos para jactar-se tanto quanto qualquer outro judeu.

Seus privilégios hereditários. Ele não era um prosélito, mas um israelita nato: “.. . da linhagem de Israel”. E ele era “...da tribo de Benjamim”, que cuidava do Templo.

Essa tribo ficou do lado da tribo de Judá quando todas as outras se revoltaram. Benjamim era o predileto do pai; era uma tribo favorita. “...hebreu de hebreus”, um israelita de ambos os lados, por pai e mãe, e de geração em geração; nenhum dos seus ancestrais tinha se casado com gentios. 2. Ele podia orgulhar-se da sua relação com a Lei e com o concerto, porque tinha sido “.. circuncidado ao oitavo dia”; ele tinha o sinal do concerto de Deus em sua carne e foi circuncidado no dia designado por Deus. 

No conhecimento era fariseu, criado aos pés de Gamaliel, um eminente doutor da lei: e foi um estudioso instruído em todo o conhecimento dos judeus, instruído conforme a verdade da lei dos pais (At 22.3). Ele era “...fariseu, filho de fariseu” (At 23.6), e conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu” (At26.5). 4. Ele teve uma conversão irrepreensível: “...segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”: até onde a exposição da lei pelos fariseus ia, e de acordo com a mera letra da lei e observância exterior dela, ele podia desobrigar-se da violação dela e não podia ser acusado por nenhuma quebra da lei. 5. Ele tinha sido um homem ativo a favor da sua religião.

Como fez uma profissão de fé firme dela, sob o título e caráter de um fariseu, ele perseguiu aqueles que via como inimigos dela. “.. segundo o zelo, perseguidor da igreja”. 6. Ele mostrou ser sincero, embora tivesse um zelo sem conhecimento para dirigir e governar o exercício desse zelo: “...zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois. Persegui este Caminho até morte” (At 22.3,4). Tudo isso seria suficiente para deixar um judeu orgulhoso confiante, e seria suficiente para fundamentar a sua justificação. Mas:

O apóstolo nos diz aqui como é pequena a importância dessas coisas, em comparação com o seu interesse em Cristo e com suas expectativas dele: “Mas o que para mim era ganhe reputei-o perda por Cristo” (v. 7); isto é, essas coisas que ele tinha considerado ganho enquanto era fariseu, reputou-as perda por Cristo. “Eu deveria considerar-me um perdedor se, para devotar-me a elas, tivesse perdido meu interesse em Jesus Cristo”. Ele as considerava perda; não somente insuficiente para enriquecê-lo, mas que certamente o empobreceriam e o destruiriam, se confiasse nelas, em oposição a Crista.

Observe: O apóstolo não persuadiu os filipenses a fazer qualquer coisa que ele não fizesse, a deixar de fazer qualquer coisa que ele também não deixasse, nem arriscar-se em alguma coisa em que ele próprio não tivesse arriscado sua alma imortal. “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor” (v. 8). 

Aqui o apóstolo se explica.

Ele nos conta o que ambicionava e procurava alcançar: era o conhecimento de Jesus Cristo, seu Senhor, uma familiaridade experimental e confiante com Cristo como Senhor; não meramente imaginário e especulativo, mas um conhecimento prático e eficaz dele. Assim o conhecimento é, às vezes, colocado no lugar da fé: “... com o seu conhecimento, ou o conhecimento dele, o meu servo, o justo, justificará a muitos” (Is 53.11).

E essa é a superioridade do conhecimento. Há uma superioridade abundante e transcendente da doutrina de Cristo, ou da religião cristã, acima de todo o conhecimento da natureza e progressos da sabedoria humana; porque é adequada ao caso dos pecadores caídos e os supre com tudo de que necessitam e tudo que podem desejar e esperar, com toda sabedoria salvadora e graça salvadora. 2.

Ele mostra de que forma tinha desistido dos seus privilégios como judeu e fariseu: E, na verdade; sua expressão surge com um triunfo e elevação santos: alla men cmn ge kai. Há cinco partículas no original: tenho também por perda todas as coisas. Ele tinha mencionado anteriormente as coisas, seus privilégios judeus: aqui ele fala de todas as coisas, todos os prazeres mundanos e meros privilégios exteriores, ou quaisquer coisas que pudessem estar competindo com Cristo pelo trono em seu coração, ou se candidatassem a receber mérito e recompensa. Ali ele tinha dito que reputava essas coisas como perda. Mas podemos perguntar:

“Ele continuava com a mesma inclinação e não se arrependeu por tê-las renunciado?” Não, agora ele fala no tempo presente: E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas. Mas pode ser dito: “E fácil dizer isso; mas o que ele faria se chegasse diante da provação?” Pois ele nos relata que tinha agido ele mesmo de acordo com essa estimativa do caso: “pelo qual sofri a perda de todas estas coisas”. Ele havia renunciado a todas as suas honras e vantagens, como judeu e fariseu, e se submetido a todas as desgraças e sofrimentos que faziam parte do seu ministério de pregação do evangelho. 

Quando se envolveu completamente na religião cristã, arriscou tudo e sofreu a perda de todas as coisas pelos privilégios de ser um cristão. Não, ele não só as reputava perda, mas esterco, skybala — restos lançados aos cachorros; elas não são apenas menos valiosas do que Cristo, mas completamente desprezíveis, quando estão em concorrência com Ele. Observe: O Novo Testamento nunca fala da graça salvadora em termos de diminuição, mas, pelo contrário, a representa como o fruto do Espírito divino e a imagem de Deus na alma do ser humano; como uma natureza divina, e a semente de Deus. E a fé é chamada fé preciosa; e a mansidão é preciosa diante de Deus (1 Pe 3.4; 2 Pe 1.1ss.).

O Interesse, Esperança e Alvo do Apóstolo - vv. 9-14

Temos visto ao que o apóstolo renunciou; vamos ver agora ao que ele resolveu se apegar, a saber, a Cristo e ao céu. O seu coração estava amoldado a essas duas grandes verdades do cristianismo.

O apóstolo tinha o seu coração voltado para Crista e para sua justiça. Isso é ilustrado em diversos exemplos:  Ele desejou ganhar a Cristo; ele se consideraria um beneficiário indescritível se tivesse interesse apenas em Cristo e em sua justiça e se Cristo se tornasse seu Senhor e Salvador. “...para que possa ganhar a Cristo”; como o corredor ganha o prêmio ou o marinheiro alcança o porto desejado. A expressão sugere que precisamos esforçar-nos por Ele e buscá-lo, e tudo isso não é suficiente para ganhá-lo.  Para que “... seja achado nele” (v. 9), como o homicida involuntário era achado na cidade do seu refúgio, onde estava seguro do vingador do sangue (veja Nm 35.25). Ou esse texto pode estar aludindo a um comparecimento judicial; assim precisamos ser achados em paz pelo nosso Juiz (2 Pe 3.14). Estamos aniquilados sem a justiça pela qual aparecemos diante de Deus, porque somos culpados.

Há uma justiça preparada para nós em Jesus Crista, e essa é uma justiça completa e perfeita. Ninguém pode ser beneficiado por ela a não ser aqueles que se desvencilham da confiança própria e são levados sinceramente a crer nele. “Não tendo a minha justiça que vem da lei. Não devo pensar que minhas práticas exteriores e boas obras sejam capazes de expiar as minhas más obras, ou que ao colocar as boas obras ao lado das más posso vir a equilibrar as contas com Deus. Não, a justiça da qual dependo é essa que vem pela fé em Cristo, não uma justiça legal, mas uma justiça evangélica, a saber a justiça que vem de Deus, pela fé, determinada e conferida por Deus”. O Senhor Jesus Cristo é o Senhor da nossa justiça (Is 45.24; Jr 23.6).

Se Jesus não fosse Deus, não poderia ser a nossa justiça; a excelência transcendente da natureza divina colocou esse tipo de valor e virtude nos seus sofrimentos, para que se tornassem suficientes para pagar os pecados do mundo e para produzir uma justiça que seja eficaz para todos que crêem. Até é o meio estabelecido do interesse verdadeiro e do beneficio salvífico pela compra do seu sangue. E “...pela fé no seu sangue” (Rm 3.25). 3. Para que possa conhecer a Crista (v. 10): “...para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições”. A fé é chamada de conhecimento (Is 53.11). Conhecê-lo aqui significa crer nele: esse é um conhecimento experimental da virtude da sua ressurreição e a comunicação de suas aflições, ou sentir a eficácia e virtude delas.

Observe: O apóstolo era tão desejoso de ser santificado quanto de ser justificado. Ele tinha tanto desejo de conhecer o poder da morte de Crista e da ressurreição destruindo o pecado nele, e elevando-o à novidade de vida, quanto tinha de receber o beneficio da morte e ressurreição de Crista em sua justificação. 4. Para que possa ser feito conforme Ele, e isso também se refere à sua santificação. Somos então feitos conforme a sua morte quando morremos para o pecado, como Cristo morreu pelo pecado, quando somos crucificados com Cristo, e a carne e suas tendências são mortificadas:

“...o mundo está crucificado para nós e nós, para o mundo, por meio da cruz de Cristo” (veja Rm 6.14). Essa é nossa conformidade com a sua morte.

O apóstolo tinha o seu coração voltado para o céu e a sua felicidade: “.. para ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos” (v. 11).

1. A felicidade do céu é aqui chamada de ressurreição dos mortos, porque, embora a alma do fiel, quando parte, esteja imediatamente com Cristo, no entanto, sua felicidade não será completa até a ressurreição geral dos mortos no último dia, quando a alma e o corpo serão glorificados juntos. Anastasis às vezes significa o estado futuro. O apóstolo tinha os seus olhos voltados para isso; esse era o seu objetivo.

Haverá uma ressurreição dos injustos, que ressuscitarão para vergonha e desprezo eterno (veja Dn 12.2); devemos cuidar para escapar dela: mas a ressurreição alegre e gloriosa dos santos é chamada de a ressurreição, kat’ exochen — por eminência, porque isso ocorre por meio da ressurreição de Cristo, como sendo a cabeça e os primeiros frutos; ao passo que os ímpios ressuscitarão somente pelo poder de Cristo, como seu juiz. Para os santos será, de fato, uma ressurreição, um retorno para a felicidade, para a vida e para a glória; ao passo que a ressurreição dos ímpios é um levantar do túmulo, apenas um retorno para a segunda morte. Ela é chamada de ressurreição dos justos e de ressurreição da vida (Jo 5.29), e os verdadeiros cristãos são considerados “... dignos de alcançar o mundo vindouro e a ressurreição dos mortos” (Lc 20.35).

2. O apóstolo estimula aqui essa ressurreição alegre. Ele estava disposto a fazer qualquer coisa, ou sofrer qualquer coisa, para obter essa ressurreição. A esperança e perspectiva dela o enchiam de coragem e constância através de todas as dificuldades que enfrentava no seu trabalho. Ele fala como se eles estivessem correndo o risco de perder ou não alcançar essa ressurreição. Um medo santo de não alcançar a ressurreição é um excelente motivo para exercer a perseverança. Considere isso: Seu cuidado para ser encontrado em Cristo tinha como objetivo obter a ressurreição dos mortos. Paulo não esperava obtê-la por meio dos seus próprios méritos e justiça, mas por meio do mérito e da justiça de Jesus Cristo. “Permite-me ser achado em Cristo, para que eu possa obter a ressurreição dos mortos, ser achado um crente nele e interessado nele pela fé”. Observe:

(1) Ele reconhece seu estado de imperfeição e provação: “Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito” (v. 12). Observe: As melhores pessoas do mundo vão prontamente reconhecer sua imperfeição no estado presente. Ainda não alcançamos a perfeição; ainda não somos perfeitos; ainda há muita deficiência em todos os nossos deveres, graças e confortos. Se Paulo não tinha alcançado a perfeição (ele que tinha atingido um grau tão elevado de santidade), muito menos temos nós.

Novamente: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado” (v. 13), ou logizomai. “Faço esse julgamento do caso; raciocino dessa forma comigo mesmo”. Observe:
Aqueles que acham que têm graça suficiente provam que não têm graça suficiente, ou melhor, que não têm graça nenhuma; porque, onde há a verdadeira graça, aí há um desejo por mais graça e uma necessidade para alcançar a perfeição da graça.

(2) As ações do apóstolo diante dessa convicção. Considerando que ele ainda não tinha alcançado, ele continuava avançando: “Mas prossigo (v. 12), dioko — continuo com vigor, como alguém que deseja ganhar o prêmio. Esforço-me para alcançar mais graça e fazer mais bem e nunca pensar que já fiz o suficiente: para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus”. Observe: [1] De onde vem a nossa graça? De estarmos presos por Cristo Jesus.

A nossa felicidade e salvação não estão no fato de alcançarmos a Cristo primeiro, mas de Ele nos alcançar. “Nós o amamos porque ele nos amou primeiro” (1 Jo 4.19). A nossa segurança não está no fato de conquistarmos a Cristo, mas de Ele nos conquistar. “. .. mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação” (1 Pe 1.5). Considere então: O que é a felicidade do céu? E alcançar aquilo para o que fomos também presos por Cristo. Quando Cristo nos alcançou, foi para nos levar ao céu; e alcançar aquilo para o que Ele nos alcançou é obter a perfeição da nossa felicidade. Ele acrescenta (v. 13). . uma coisa faço (esse era seu grande cuidado e preocupação), e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim”. Existe um esquecimento pecaminoso de pecados passados ou misericórdias passadas, que precisam ser lembrados para o exercício do arrependimento constante e da gratidão a Deus. Mas Paulo esqueceu as coisas que estavam para trás porque não estava contente com a medida atual da graça: ele queria mais e mais. 

Assim ele epekteinomenos — estendeu-se para a frente, dirigindo-se para o seu alvo. Este é um indicativo de uma preocupação intensa.

(3) O alvo do apóstolo: “prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (v. 14). Ele seguia firme em direção ao alvo. Assim como aquele que corre uma corrida e nunca desiste antes do final, mas continua seguindo em frente o mais rapidamente possível, assim aqueles que têm o céu em mente devem continuar seguindo em frente com desejos santos e esforços e preparativos constantes. Quanto mais preparados estivermos para o céu mais rapidamente deveremos seguir em frente. O céu é chamado aqui de alvo, porque é isso que cada cristão genuíno tem em vista, semelhante- mente ao arqueiro que mantém os seus olhos fixos no alvo que deseja acertar. Feio prêmio da soberana vocação. 

Observe: O chamado cristão é uma soberana vocação. Sua fonte é do céu e seu destino é o céu.

O céu é o prêmio da soberana vocação; to brabeion — o prêmio pelo qual lutamos, e corremos, e combatemos, o que alvejamos em tudo que fazemos, e o que recompensará todos os nossos esforços. Manter os nossos olhos no céu é muito proveitoso na caminhada cristã. Isto serve de norte para tudo que fazemos e para nos vivificar em cada passo que damos; ele é de Deus, de quem devemos esperá-lo.  A vida eterna é o dom gratuito de Deus (Rm 6.23), por meio de Cristo Jesus; ela deve vir a nós por meio da sua mão. O único caminho para o céu é por intermédio de Cristo.

Advertências e Exortações = vv. 15,16

O apóstolo, tendo se colocado como exemplo, estimula os filipenses a segui-lo. Que tenhamos o mesmo sentimento do bendito Paulo. Vemos aqui qual era o seu sentimento; vamos ter a mesma opinião e firmar nosso coração em Cristo e no céu, como ele fez.

Ele mostra que essa era a coisa com a qual todos os cristãos genuínos estavam de acordo, ou seja, de fazer de Cristo tudo neles e firmar seu coração em outro mundo. Embora os cristãos genuínos possam divergir em seus sentimentos acerca de outras coisas, nisto eles concordam, ou seja, que Cristo é tudo nos cristãos, que ganhar a Crista e ser achado nele envolve nossa felicidade tanto aqui quanto na vida futura. E, portanto, vamos andar de acordo coma mesma regra e ter o mesmo sentimento. 

Tendo tornado Cristo tudo em nós, para nós o viver é Cri sto. Vamos concordar em avançar para o alvo e tornar o céu o nosso destino. 2. Essa é uma boa razão para que os cristãos que diferem em questões menores suportem uns aos outros, uma vez que estão de acordo quanto à questão principal: “... se sentis alguma coisa doutra maneira — se vós diferis uns dos outros e não tendes a mesma opinião em relação a comidas e dias, e outras questões da lei judaica —, no entanto não julgueis uns aos outros, enquanto todos se encontram em Cristo como seu ponto essencial, e esperam encontrar-se em breve no céu como seu lar. 

Quanto a outras questões de diferenças, não coloqueis grande ênfase nelas, pois também Deus vo-lo revelará. Independentemente das questões em que difirais, esperai até que Deus vos dê uma melhor compreensão, o que Ele fará no seu devido tempo. Entrementes, naquilo a que Chegastes, vós deveis estar em harmonia em relação aos caminhos de Deus, estar unidos em todas as grandes coisas nas quais estais de acordo, e esperar por mais luz nas coisas menores em que diferis”.

O Apóstolo Recomenda seu Próprio Exemplo - vv. 17-21

Ele termina o capítulo com advertências e exortações.
Ele os adverte para que não sigam os exemplos de mestres maus e enganadores (vv. 18,19): “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo”. Observe:

1. Há muitos que se dizem cristãos, mas que são inimigos da cruz de Cristo e do desígnio e dos propósitos dela. O caminho deles mostra claramente o que de fato são. “por seus frutos os conhecereis” (Mt 7.20). O apóstolo adverte as pessoas contra esse tipo de pessoas: (1) Com muita freqüência: .. muitas vezes vos disse”. Nós damos tão pouca importância às advertências feitas a nós que temos necessidade de ouvi-las repetidas vezes. “.. escrever-vos as mesmas coisas” (v. 1). (2) De maneira comovida e afetuosa: “...agora também digo, chorando”.
Paulo, em ocasiões apropriadas era um pregador choroso, da mesma forma que Jeremias foi um profeta choroso. Observe: Um velho sermão pode ser pregado com uma paixão renovada; o que pregamos com freqüência pode-se pregar novamente, se o fizermos de maneira amorosa e estivermos debaixo do poder dessas palavras.

2. Ele nos apresenta o caráter daqueles que eram inimigos da cruz de Cristo. (1) Cujo deus é seu ventre. Eles só se importavam com os seus apetites sensuais. E um ídolo abominável e um escândalo para qualquer pessoa, especialmente para os cristãos, sacrificar o favor de Deus, a paz da nossa consciência e sua felicidade eterna. Glutões e beberrões fazem do ventre o seu deus e buscam de todas as formas agradar e cuidar dele. A mesma atenção que pessoas boas dão a Deus os sensualistas dão aos seus apetites.

A respeito deles, o apóstolo diz: Eles “não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre” (Rm 16.18). (2) Eles se gloriam em sua confusão. Eles não somente pecavam, mas se vangloriavam das coisas de que deveriam se envergonhar. O pecado é a vergonha do pecador, especialmente quando se gloria nele. “Eles estimam aquilo que é o defeito e a vergonha deles”. (3) Eles se ocupam com coisas terrenas. Cristo veio por meio da cruz para crucificar o mundo para nós e nós para o mundo; e aqueles que se ocupam com coisas terrenas agem diretamente contra a cruz de Cristo e o grande desígnio dela. Eles se agradam de coisas terrenas e não têm nenhum prazer nas coisas que são espirituais e celestiais. Eles colocam seu coração e paixão nas coisas terrenas; eles as amam, e chegam a idolatrá-las e têm confiança e satisfação nelas. Ele apresenta esse caráter para mostrar quão absurdo seria para os cristãos seguir o exemplo de tais pessoas ou ser conduzidos por elas; e, para nos dissuadir de fazê-lo, ele apresenta o destino delas. (4) Cujo fim é a perdição.

O caminho parece agradável, mas morte e inferno estão no fim dele. “E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte” (Rm 6.21). E perigoso segui-los, embora estejam indo junto com a correnteza; porque, se escolhermos o caminho deles, temos motivos para temer o fim. Talvez ele esteja fazendo alusão à completa destruição da nação judaica.

Ele se apresenta a si mesmo e a seus irmãos como exemplos, em oposição a esses maus exemplos: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós” (v. 17).

Observem e sigam o exemplo deles. Ele faz a descrição de si mesmo pela consideração que tem por Cristo e o céu: “Mas a nossa cidade está nos céus” (v. 20). Considere isso: Cristãos genuínos, mesmo enquanto estão aqui na terra, têm sua cidade, ou pátria, nos céus. Sua cidadania está ali, politeuma. Como se tivesse dito: Continuamos ligados àquele mundo e somos cidadãos da Nova Jerusalém.

Este mundo não é o nosso lar, mas aquele é. Lá estão os nossos maiores privilégios e interesses. E, uma vez que nossa cidadania está lá, nossa pátria está lá. Pelo fato de estarmos unidos àquele mundo, mantemos uma harmonia com ele. A vida de um cristão está no céu, onde está o seu Salvador, e onde ele espera estar em breve; ele pensa nas coisas que são de cima; e onde estiver o seu coração lá estará a sua cidade. O apóstolo tinha insistido em que seguissem a ele e aos outros ministros de Cristo: “Por quê”, eles podiam perguntar, “se vocês são um grupo de pessoas pobres, desprezadas e perseguidas, e não têm nenhuma aspiração no mundo; quem seguirá vocês?”“Não”, ele diz, “mas a nossa cidade está nos céus.

Temos uma relação próxima e uma grande ambição em relação ao outro mundo, e não somos tão insignificantes e desprezíveis como somos retratados. E bom ter comunhão com aqueles que têm comunhão com Cristo, e relação com aqueles cuja cidade está nos céus.

1. Porque esperamos o Salvador do céu (v. 20): donde também esperamos o Salvado o Senhor Jesus Cri sto. Ele não está aqui, mas ressuscitou, Ele entrou por trás do véu por nós; e esperamos sua segunda vinda desde então, para reunir todos os cidadãos dessa Nova Jerusalém com Ele.

2. Porque na segunda vinda de Cristo esperamos ser felizes e glorificados ali. Existe um bom motivo para termos nossa cidadania no céu, não somente porque Cristo está lá agora, mas porque esperamos estar lá em breve: que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso (v. 21). Existe uma glória reservada para o corpo dos santos, que será deles na ressurreição. O corpo agora, no melhor das hipóteses, é um corpo abatido, to soma tes tapeinoseos hemon — o corpo da nossa humilhação: esse corpo tem sua origem da terra, é sustentado fora da terra e está sujeito a muitas doenças e à morte no final. Além disso, ele com freqüência é motivo e instrumento de muito pecado, e é chamado de o “... corpo desta morte” (Rm 7.24). Ou pode-se entender a sua humilhação quando na sepultura. Na ressurreição, esse corpo será um corpo abatido, decomposto à podridão e ao pó; “... o pó volte à terras como o era” (Ec 12.7). Mas ele será transformado em um corpo glorioso; e não somente ressuscitado para a vida, mas ressuscitado para obter grandes vantagens. Observe:
(1) A prova dessa mudança, isto é, o corpo glorioso dessa mudança; quando Ele foi transfigurado no monte, “... o seu rosto resplandeceu como o so4 e as suas vestes se tornaram brancas como a luz” (Mt 17.2).

Ele foi para o céu cingido de um corpo, para tomar posse da herança em nossa natureza, e não ser somente o primogênito dentre os mortos, mas o primogênito dos filhos da ressurreição. Seremos “...conformes à imagem de seu Filho, afim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). (2) O poder que será usado para operar essa mudança: “... segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas”. Existe uma eficácia do poder, uma “...sobreexcelente grandeza do seu poder”, e a “... operação da forçado seu poder” (Ef 1.19).

E uma questão de consolo saber que Ele pode sujeitar todas as coisas a si, e mais cedo ou mais tarde converter todas as coisas para o seu beneficio. E a ressurreição será efetuada com o seu poder. “... eu o ressuscitarei no último Dia” (Jo 6.44). Que isso confirme a nossa fé na ressurreição, pois não somente temos as Escrituras, que nos asseguram que isso ocorrerá, mas também conhecemos o poder de Deus, que pode efetuá-lo (Mt 22.29).

Como a ressurreição de Cristo foi um exemplo glorioso do poder divino, e, portanto, Ele foi declarado Filho de Deus em poder pela ressurreição dos mortos (Rm 1.4), assim será a nossa ressurreição: e sua ressurreição é uma evidência permanente, bem como um padrão, da nossa ressurreição. E então todos os inimigos do reino do Redentor serão completamente conquistados. Não somente aquele “...que tinha o império da morte”, isto é, o diabo (Hb 2.14), mas o “último inimigo será aniquilado”, isto é, a morte (1 Co 15.26), ela “...será tragada na vitória” (cap. 15.54).



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus


Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA


Comentário Bíblico Mathew Henry  - Novo Testamento Edição Completa



13 de agosto de 2013

A ATUALIDADE DOS CONSELHOS PAULINOS



A ATUALIDADE DOS CONSELHOS PAULINOS  – Ev. José Costa Junior

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

            O assunto desta lição diz respeito à atualidade dos conselhos paulinos. Talvez a melhor introdução a este tema bíblico seja outra epístola que Paulo escreveu — a carta aos Gálatas. Negativamente falando, seu propósito maior nessa epístola foi lidar com o que ele chamou de "outro evangelho" — “o qual, disse ele, não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo" (Gl 1: 6,7). No lado positivo, o maior interesse de Paulo era reafirmar nas mentes dos Gálatas qual era o verdadeiro evangelho.

            Qual era a diferença? Como podemos distinguir entre os dois? Como é que se reconhece um evangelho falso— uma religião falsa comparada com o evangelho verdadeiro de Cristo?

            Em resumo, Paulo responde a estas perguntas em uma breve seção da carta aos Filipenses. Obviamente, como indicam os parágrafos anteriores desta epístola, os cristãos Filipenses não estavam tendo o mesmo problema dos gálatas. Mas, na opinião de Paulo, estar prevenido é estar armado de antemão. Assim, ele preveniu estes cristãos a que também estivessem em guarda.

            Como cristãos, devemos ser participantes no evangelho, unidos pelo evangelho e viver pelo evangelho. Devemos por de lado ambições egoístas e disputas insignificantes para preservar a nossa harmonia, para que possamos nos unir em volta de nossa mensagem e propósito únicos, e para que possamos efetivamente apresentar o direto e inflexível evangelho a essa geração desonesta e sem moral.

            Contudo temos que tentar manter a harmonia em nossa comunidade a todo custo, porque o único fundamento sério para a unidade é uma teologia bíblica comum. Temos que por de lado nossas diferenças pessoais pelo bem do evangelho sem ignorar as nossas diferenças teológicas. Se não existe unidade teológica, então não há verdadeira unidade. Por outro lado, se a teologia que afirmamos não é consistente e compreensivelmente bíblica, então qualquer unidade à sua volta é ilusória e inútil. Teologia é a coisa mais importante em uma comunidade, porque é a teologia que define a comunidade e seu propósito, em primeiro lugar. No Jornal Mensageiro da Paz/CPAD, Nº 1515, Agosto/2011, p 6., está registrado o credo religioso da Assembléia de Deus no Brasil, onde na crença dessas afirmações teológicas, nos identificamos como comunidade evangélica.

            Portanto, além de praticar a abnegação para preservar a unidade da nossa comunidade em volta de uma teologia bíblica, devemos guardar a nossa teologia contra a corrupção, para que os próprios alicerces da nossa comunidade não sejam destruídos. A falsa doutrina pode se espalhar como gangrena se for deixada sem controle (II Tm 2:17), como “um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gl 5:9). Os líderes da igreja devem prevenir a corrupção doutrinária ensinando regularmente a doutrina bíblica ao povo, e repetidamente alertando-os quanto à falsa doutrina. Isso sumariza seus deveres primários. 

Mas uma vez que os líderes da igreja identificarem a intrusão de falsa doutrina na comunidade, e se a persuasão com gentileza falhar em corrigir isso, então eles devem repreender duramente os transgressores na esperança de que eles possam retomar a saúde na doutrina e prática (Tt 1:13). Se os transgressores se recusarem ao arrependimento, então os líderes têm que removê-los da comunidade da igreja (ITm 1:20). As Escrituras condenam como cúmplices aqueles que receberem ou apoiarem hereges.

            Paulo não diz que hereges são meramente aqueles com uma “perspectiva diferente”, nem ele fala alguma coisa absurda como Deus revelar verdades a pessoas de diferentes persuasões religiosas, de forma que nosso entendimento total aumentaria se simplesmente nos uníssemos numa troca e diálogo amigáveis. Ele não diz que deveríamos ser “mente aberta e tolerantes”, ou que deveríamos “celebrar a diversidade”. Ele não fala essas coisas! Antes, aqueles que se opõe ao verdadeiro evangelho são cães, e sobre esse grupo de hereges em particular, com referência a circuncisão, ele escreve: “Quanto a esses que os perturbam, quem dera que se castrassem” (Gl 5:12).

            O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão do sobre a atualidade dos conselhos paulinos. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

A ALEGRIA DO SENHOR

            Paulo, ao escrever os pequenos quatro capítulos de uma carta aos filipenses, usou 16 vezes a palavra “alegria” com o sentido de “regozijo”. Isto deve nos impressionar, porque aponta para a alegria como lugar de importância espiritual na vida cristã. Compreender a origem dessa alegria e a forma como ela se manifesta em nossa vida, é um importante destaque para hoje. Pelo viver alegre, identificamos a autenticidade da nossa fé em Jesus.

            Importante, então, é buscar o sentido dessa palavra. Não estamos falando do que conhecemos por felicidade, mas sim de algo que brota do nosso interior e que não se deixa abalar por circunstância alguma. Um exemplo para nos ajudar é olhar para o que acontece lá no fundo do mar. Mesmo que haja tempestades na superfície, enormes ondas a balançar as embarcações, se um mergulhador descer alguns metros vai encontrar águas calmas, peixes se alimentando e a vegetação em crescimento. Na superfície, tumulto. Nas profundezas, paz. Assim é a alegria que Jesus nos prometeu e que brota do relacionamento com Ele.

            Finalmente, meus irmãos, alegrem-se no Senhor” (Fp 3:1), conselho que se estende a todos os leitores da epístola, ou seja, a nós. Como fazer para identificar esta alegria, que nos foi concedida juntamente com a presença do Espírito Santo? Vamos apontar algumas idéias, sem a pretensão de esgotar o assunto. Cada um pode e deve aumentar esta lista e compartilhá-la com aqueles que o cercam.

            Em primeiro lugar, a alegria brota quando nos libertamos da idéia de que temos que ter alguma coisa ou fazer alguma coisa para obtê-la. Vejamos o exemplo do apóstolo Paulo, que ainda estava rodeado de judeus que defendiam a idéia de que era necessário à circuncisão para complemento da salvação. Paulo, nesta carta, identificou uma série de elementos que ele possuía e que não eram essenciais à vida cristã. “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo” (Fp 3:7)

            Em segundo lugar, se quisermos ser alegres devemos ser “achados” em Cristo. Em 3:9 lemos: “e ser achado nEle, não tendo justiça própria, que procede da lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé”. Para explicar bem este ponto, que “é o cerne da doutrina paulina de salvação em Cristo”, o Dr. Russell Shedd nos traz uma boa ilustração. Um mendigo, certa vez, quando perambulava na margem de um rio, caiu na água profunda. Passava por ali um homem que, ao vê-lo naquela situação de perigo, largou seus pertences de lado e salvou-lhe a vida. O mendigo, alcoolizado, tentava agradecer àquele homem com palavras de “muito obrigado” e coisa semelhante. O homem buscou um cartão onde havia seu endereço e disse ao ainda alcoolizado: se precisar de alguma coisa, dirija-se a este endereço. Cessado o efeito do álcool, o mendigo sentiu muita fome.

Procurou por comida, sem êxito, mas, ao revirar o bolso para ver se encontrava dinheiro, segurou o cartão recebido. Olhou o endereço e em pouco tempo estava diante de uma enorme e linda casa. Tocou a campainha e um empregado o recebeu, com um sorriso. Entrou e, ainda deslumbrado com o que o rodeava, encontrou o homem que havia caído no rio para salvá-lo. O homem estendeu-lhe a mão e, com um sorriso, disse: você deve estar querendo um café. Providenciou uma farta refeição, ofereceu-lhe roupas limpas, banheiro para uma higiene perfumada e, em seguida, falou: se você quiser ficar algum tempo aqui, pode usar o quarto de hóspedes. Que maravilha! Uma pessoa que nunca havia possuído uma casa, de repente se encontra com todo aquele conforto. Havia mais: o anfitrião sempre tinha tempo para conversar com ele, parecia nunca ter pressa. Passavam muito tempo trocando idéias, simplesmente tendo comunhão.

            Com todo este apoio, o ex-mendigo se recuperou dos vícios e desejou trabalhar. Um dia, alguém se aproximou dele e quis saber o que ele fazia naquela linda casa. A resposta foi: estou conhecendo aquele que me salvou a vida. Nesta resposta está o ponto que Paulo quis que soubéssemos. Um dia, Jesus nos salvou a vida. Se você ainda não sabe do que estou falando, refiro-me ao dia em que, ao reconhecer em Jesus Cristo o próprio Deus, o convidei a ocupar a minha vida e a me levar a Deus. Pois bem, nesse dia Jesus veio a ser o nosso salvador, aquele que arrancou de mim a impossibilidade de ver a Deus; assim como a história do mendigo, foi o momento quando o homem que passava o tirou da morte no rio.

No entanto, se quiser ter alegria, preciso conhecer meu salvador. Ele também tem todo o tempo para estar ao meu lado, para nos ajudar nesse processo de comunhão. Quanto mais nós O conhecermos, mais desfrutaremos da alegria plena, seremos vitoriosos nas lutas e não nos envolveremos com uma religiosidade aparente ou falsa.
           
A TRÍPLICE ADVERTÊNCIA CONTRA OS INIMIGOS

Paulo parece iniciar este parágrafo com um tom de algo final, como se ele estivesse prestes a encerrar a carta com uma última exortação positiva de regozijo no Senhor. O Espírito Santo, porém (como obviamente fez em outras ocasiões em que Paulo escreveu), parece ter levado Paulo a explicar algo que, evidentemente, ele havia escrito antes aos Filipenses. Ele sentiu-se guiado a preveni-los contra falsos mestres que pregavam "outro evangelho". Ele o fez comparando o falso com o verdadeiro.

Ele falou muito diretamente aos seus companheiros cristãos que se estavam deixando enganar pelos falsos mestres (veja Gl 3:1). Tal fato não refletia "falta de amor", mas era evidência do quanto ele realmente os amava. O verdadeiro teste do amor é se as pessoas nos deterão ou não quando nos encontramos seguindo na direção errada. Por vezes são necessárias palavras fortes, como as que todo pai conhece, para que as pessoas saibam o que está sendo dito e reconheçam quão sério é o problema.

Em essência, Paulo escreveu que os falsos mestres têm o homem como centro de sua filosofia religiosa. Ele usou linguagem forte para descrevê-los: chamou-os de "cães", "maus obreiros", e "falsa circuncisão".

Estes termos descritivos um tanto duros podem chocar o leitor! Porém refletem a angústia e a infelicidade de Paulo com homens que deliberadamente levavam o povo para longe do caminho certo. Seu amor profundo e leal à seus companheiros cristãos muitas vezes o levava a falar contra indivíduos que pregavam um "evangelho falso", por motivos egoístas.

Há várias possibilidades quanto ao porquê de ele ter usado a palavra cães. É assim que os judeus auto-justificados chamam aos gentios. Uma vez que Paulo, nesse momento, falava a respeito de judeus, talvez ele estivesse "invertendo as posições". Lembre-se que Paulo era judeu, e como acontece com cada grupo étnico, "é preciso ser um deles para reconhecê-los".

Ou, talvez Paulo deixasse subentendido que homens que desviam o povo em assuntos religiosos não são mais sensíveis do que animais egoístas que andam ao redor devorando outros. Repito, talvez ele estivesse relacionando o conceito de "cães" mais especificamente com a frase "falsa circuncisão" — homens que, literalmente, gostavam de dilacerar a carne humana através de uma perversão do rito da circuncisão. O uso que Paulo faz das palavras aqui no original é altamente significativo. R. P. Martin ressalta que o apóstolo refere-se "à prática da circuncisão; mas Paulo não lhe dá o nome adequado 'perítome'. Antes, usando um jogo de palavras, ele a chama de um mero corte. 'katatome', isto é mutilação do corpo semelhante às práticas pagãs de Lv 21:5. A mesma ironia é aplicada aos judaizantes em Gálatas v. 12, onde 'apo-kopteiri “cortar” refere-se ao seu interesse no ato físico da circuncisão, e ironicamente significa também 'castrar'. O nome verdadeiro 'perítome' é reservado para os cristãos que são da verdadeira circuncisão."

Seja o que for que Paulo quis dizer especificamente, uma coisa é clara: ele estava muito desgostoso com os que deliberadamente pregavam um falso evangelho. Tão forte era seu sentimento a esse respeito que, quando ele escreveu aos gálatas, pronunciou juízo eterno sobre todos os que praticassem tal coisa, inclusive sobre si mesmo e também sobre seres espirituais: "Mas ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema" (Gl 1:8, 9).

Em resumo, os falsos mestres podiam ser reconhecidos pelo fato de apresentarem uma salvação centralizada no homem. Este é um sistema de obras: o que o homem faz para herdar a vida eterna está no centro de sua mensagem. Para esclarecer isto, Paulo disse como reconhecer os que têm a verdadeira mensagem de Cristo.

A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO CRISTÃ

Em Fp 3:3, Paulo falava da verdadeira circuncisão. "Porque nós1', escreveu ele, "é que somos a circuncisão."

Por que é isto verdadeiro? Por que essa linguagem? Paulo deu três razões. Primeiro os da verdadeira circuncisão "adoram a Deus no Espírito", não mediante um rito humano. Paulo lembrou aos romanos que judeu não era um verdadeiro judeu se o fosse "apenas exteriormente". Pelo contrário, disse ele, "judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus" (Rm 2:28,29). Em outras palavras, Deus não reconheceria a validade do ato da circuncisão, até mesmo no Antigo Testamento, a menos que esse ato refletisse uma realidade interior e sacrifício do coração.

Segundo, os da verdadeira circuncisão gloriam-se "em Cristo Jesus" e não nas realizações humanas. O evangelho falso diz que o homem pode salvar-se pelo que faz; o verdadeiro evangelho ensina que o homem é salvo apenas pelo que Deus já fez mediante Jesus.

Em outra ocasião Paulo tomou este ponto claro: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2:8, 9).

Terceiro os da verdadeira circuncisão não confiam "na carne". Novamente Paulo acentua a verdade de que a salvação é pela graça, mediante a fé. Nada que o homem possa fazer salvará sua alma. Soma alguma de rituais, conformidades externas ou atividades humanas podem tomar o homem bom o suficiente para chegar à presença de Deus como uma pessoa justificada.

Estas, portanto, são as marcas da "verdadeira circuncisão" — circuncisão do coração. Paulo disse que os da verdadeira circuncisão podem ser reconhecidos por pregarem este tipo de evangelho — o evangelho que tem Cristo como o centro. 

Não apresentam uma fórmula humana para a salvação, antes, uma fórmula divina— "que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo" (II Co 5:19). O homem não ousa nem pode receber o crédito por sua salvação. Antes, ele deve desistir de toda honra e glória entregando-as a Jesus Cristo. E que melhor fonte de verificação desta verdade do que o próprio Paulo?

Enquanto Paulo escrevia este parágrafo, ele parecia dizer: "Se vocês desejam um bom exemplo da perspectiva da religião centralizada no homem, olhem para mim! Com efeito, desafio a qualquer pessoa a medir-se comigo — tanto em herança quanto em realizações!". "Circuncidado ao oitavo dia", pois antes que ele pudesse fazer algo por si mesmo, seus pais haviam cumprido a letra da lei (Lv 12:3). Além disso, disse ele, sou "da linhagem de Israel". Ele não era prosélito, não era convertido ao Judaísmo; ele fazia parte da raça escolhida por nascimento. Mais ainda: ele pertencia à "tribo de Benjamim" — a tribo que era altamente respeitada em Israel por causa de sua inusitada fidelidade à lei de Deus. O primeiro rei de Israel, Saul, também foi benjamita.

"Tudo isso", disse Paulo, "é meu por herança." Ele nada havia feito para merecê-lo. Ele simplesmente recebeu esta posição pelo fato de ter nascido numa raça e família religiosas. Paulo não era um hebreu comum, mas "hebreu de hebreus". Ele havia dado o duro para chegar a ser um afamado erudito, um homem de letras e de alta cultura. Ele falava hebraico e aramaico, um sinal de distinção em Israel. Como o benjamita chamado Saul, que fisicamente se sobressaía acima de seus contemporâneos, Saulo de Tarso (embora de pequena estatura, sem dúvida) tinha proeminência sobre seus pares na estatura religiosa. Além disso, Paulo era fariseu, o que representava a seita mais conservadora do Judaísmo. Sob Gamaliel, renomado mestre, Paulo aprendera os detalhes da lei de Moisés, juntamente com as tradições que foram acrescentadas com o correr dos anos.

A prova da dedicação de Paulo à vida farisaica e prática era sua atitude para com os cristãos. Ele se tornou um perseguidor ativo dos que criam em Cristo. Em outra ocasião ele escreveu: "Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e a devastava" (Gl 1:13).

Finalmente, Paulo termina sua impressionante lista de realizações com o que todo judeu sério buscava — "justiça legalista". Eu era "irrepreensível", escreveu ele. O que se esperava dele, ele o fazia. Pela avaliação do homem, ele havia atingido o ideal.

Assim Paulo podia gabar-se, como nenhum outro judeu, de sua herança religiosa e de suas realizações. Se o homem pudesse ser salvo pelas obras, ele o tinha alcançado. Ele havia feito tudo!

Mas Paulo teve um rude despertar. No caminho de Damasco, para onde ia com o fim de lançar os cristãos na cadeia, encontrou-se com o Senhor Jesus Cristo, aquele a quem estava perseguindo (At 9:1-6). De súbito, miraculosamente e para sua vergonha, ele descobre que tudo o que antes havia feito não o tinha levado para mais perto de Deus ou do céu. Essa descoberta mudou o rumo de sua vida, tanto na terra como eternamente.

Quando Paulo se converteu, sua experiência religiosa e mensagem passaram da centralização no homem para a centralização em Cristo. Com efeito, neste parágrafo final ele menciona a Jesus Cristo cinco vezes para descrever seu relacionamento com Deus; no parágrafo anterior ele falou somente de sua herança e de suas realizações. Ao concluir esta seção de sua carta, Paulo avalia a experiência passada, e descreve sua nova fonte de justiça. Finalmente afirma seus objetivos como cristão.

Paulo avaliou sua herança religiosa e suas realizações com uma linguagem fortemente negativa. Para ele tudo fora uma perda total. Ele considerava toda a sua herança e todas as suas realizações "como perda" (3:8).

Paulo disse isto não por ter sido a maioria das coisas más em si mesmas, mas porque impediam seu relacionamento pessoal com Deus. Além disso, sua experiência do conhecimento de Cristo era tão maior e tão mais significativa que ele estava disposto a desistir de tudo, sua cidadania, seu status, seus amigos e sua riqueza por esta nova experiência. Ele o disse em termos decisivos: "Considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Jesus Cristo meu Senhor" (3:8). Mas havia outro fator que levou Paulo a usar uma linguagem assim tão negativa para descrever sua experiência passada. Seu zelo contra os cristãos havia sido tão ardente que ele disse e fez coisas que lhe assolaram a memória até ao dia em que morreu. Ele jamais se esqueceu de suas terríveis atitudes e procedimento para com os cristãos. Assim, escrevendo aos coríntios, ele disse: "Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus" (ICo 15:9). Embora seus pecados tivessem sido totalmente perdoados, as cicatrizes emocionais jamais foram apagadas.

Quando Paulo se converteu, descobriu uma nova fonte de justiça, não a justiça "que procede da lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé" (Fp 3:9). Esta, é claro, era a verdadeira justiça porque, disse Paulo ao escrever aos Gálatas "por obras da lei ninguém será justificado" (Gl 2:16).

Antes de se encontrar pessoalmente com Jesus Cristo, Paulo era um homem perdido. Sua circuncisão não tinha valor; não passava de um ritual. Ser membro da raça escolhida não o tomava membro da família de Deus. Ser benjamita e hebreu de destaque representava apenas uma posição social e não espiritual. Seu grande conhecimento da lei apenas o tomava mais cônscio do pecado e do conflito interior que lhe devastavam a alma (Rm 7:7-13).

A "justiça legal" de Paulo era como "trapos da imundícia" na presença de Deus (Is 64:6). Mas agora Paulo podia reivindicar com confiança uma justiça verdadeira — a que vinha da fé separada das obras. Pela primeira vez na vida, depois de todas as suas realizações religiosas, ele percebe que todos os homens — tanto nos dias do Antigo Testamento, como nos do Novo — eram justificados pela fé e não pelas obras da lei (Rm 4:1-8).



CONCLUSÃO

A experiência de Paulo com a religião centralizada no homem representa milhões de pessoas hoje em dia que diligentemente procuram tornar-se dignas do céu. O esforço humano, fazer algo para merecer o céu, é uma característica de todas as religiões e seitas não cristãs. Desde o Hinduísmo, Budismo, e Islamismo à Ciência Cristã, Mormonismo, Armstronguismo e Russelismo (Testemunhas de Jeová), todos possuem uma coisa em comum: salvação baseada primeiramente nas obras.

Há também os que se envolvem com várias formas de Cristianismo histórico e que confiam nas obras para a salvação. Como Paulo, antes de sua conversão, baseiam a salvação na herança religiosa e nas realizações. Se lhes perguntássemos se são crentes, poderiam dizer: "É claro que sou crente! Fui batizado na igreja." Ou: "Nasci em um lar cristão; sempre fui cristão."

Do ponto de vista da realização, poderiam dizer: "É claro que sou bom crente. Vou à igreja todos os domingos." Ou: "Leio a Bíblia e oro todos os dias." Ou: "Ninguém é perfeito, mas guardo os Dez Mandamentos da melhor maneira que posso." Ou: "Dou 10% do meu dinheiro para a igreja."

Em geral, estas práticas são boas e corretas. O crente deve ler a Bíblia e orar. Deve dar seu dinheiro para a obra de Deus, conforme sua prosperidade. Deve ir à igreja e aprender da Palavra de Deus e da comunhão com outros crentes. Ele deve ser batizado, não para a salvação, mas para demonstrar aos outros sua experiência de conversão. Infelizmente, porém, muitos confiam que estas coisas hão de levá-los ao céu. Há apenas um caminho para o céu: crer em Jesus Cristo e recebê-lo como Salvador pessoal (At 16:31; Jo 1:12).

Concluindo, espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em tão precioso ensino e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada ao SENHOR JESUS. 



Ev. José Costa Junior