5 de dezembro de 2013

CUMPRINDO AS OBRIGAÇÕES DIANTE DE DEUS



CUMPRINDO AS OBRIGAÇÕES DIANTE DE DEUS

TEXTO ÁUREO = “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o” (Ec 5.4).

VERDADE PRÁTICA = A nossa vida de adoração somente será verdadeira quando nos conscientizarmos dos nossos direitos e deveres diante de Deus.

LEITURA BIBLICA = Eclesiastes 5: 1-5

1Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.2 Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras.3 Porque dos muitos trabalhos vêm os sonhos, e do muito falar, palavras néscias.4 Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. 5Melhor é que não votes do que votes e não cumpras.

INTRODUÇÃO

Nos capítulos 1— 4 do livro de Eclesiastes, Salomão já havia tratado praticamente de tudo aquilo que acontece “debaixo do sol. Ele mostrou que o conhecimento sem o temor de Deus não é sabedoria, mas estultice. Da mesma forma ele mostra que a busca pelo prazer e lazer pode ser simplesmente correr atras do vento , se não tiverem como fim ultimo a adoração a Deus. Dentro ainda dessa perspectiva, a aquisição de muitos bens ou posses pode transformar um pobre em um rico, mas não em alguém próspero. Por último ele mostrou que o trabalho sem a visão de Deus como fim último é mero ativismo.

Agora Salomão, no capítulo 5 de Eclesiastes, irá falar sobre a adoração em um contexto em que se contrastam a obrigação e a devoção. Como devotos temos direitos, mas também possuímos deveres. E essas obrigações não se limitarão apenas ao mundo religioso, mas também ao universo político-social. Eclesiastes mostrará que essas obrigações serão melhores compreendidas quando vistas à luz dos os atributos de Deus, tais como: Santidade, transcendência e imanência.

Neste capítulo darei maior destaque a uma prática que é muito comum entre os pentecostais — a prática de se fazer um “voto” ou propósito em prol de determinada causa. Fiz isso também porque esse parece ser o assunto que recebe maior destaque por parte de Salomão em Eclesiastes 5.1-6.

OBRIGAÇÕES VERSUS DEVOÇÃO

Obrigações de natureza político-social

Há uma máxima que diz: “Primeiro a obrigação depois a devoção”. Esse dualismo, que separa obrigação da devoção como se fossem duas dimensões totalmente distintas não é bíblico. A Escritura orienta-nos a priorizarmos o Reino de Deus (Mt 6.33), mas sem perdermos de vista a dimensão material da qual fazemos parte (Mt 22.2 1). Neste aspecto a obrigação deve ocorrer no contexto da devoção e vice-versa.

Eclesiastes também mantém essa perspectiva — “Eu te digo: observa o mandamento do rei, e isso por causa do teu juramento feito a Deus”. (Ec 8.2). Há as autoridades constituídas, e como  cidadãos, além de direitos, possuímos também deveres perante elas. São obrigações com as quais temos compromisso de cumprir. Por exemplo, precisamos pagar impostos (Rm 13.7), votar e ser votado, etc. Como cristãos não podemos nos eximir dessas obrigações ou deveres

Obrigações de natureza religiosa e espiritual


Se há obrigação político-social que são de natureza civil, por outro lado, há também as de natureza religiosa ou espiritual. Elas acontecem na dimensão do culto, da adoração e são de natureza mais devocional.

A essência do culto é a adoração! De fato a palavra hebraica shachar mantém o sentido de prostrar-se com deferência diante de um superior (Gn 22.5; Ex 20.5). Salomão em Eclesiastes 5 está com isso em mente quando fala da casa de Deus como o local da adoração (Ec 5.1). Como construtor do grande Templo, Salomão sabia que aquela casa tinha como objetivo centralizar o culto e dessa forma proporcionar um dos propósitos mais sublimes do culto que é o de favorecer a unidade e promover a adoração verdadeira.

OBRIGAÇÕES FRENTE À SANTIDADE DE DEUS

Reverência

Todo culto possui seu ritual e sua liturgia. Não há nada de errado nisso. A propósito a palavra liturgia aparece associada ao culto na Igreja Primitiva: “Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando disse o Espírito Santo: Separai-me agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado” (At 13.1,2, ARA). A palavra servindo (v.2) é a tradução do termo grego leitourgeo, de onde vem a palavra portuguesa liturgia. A liturgia, portanto também faz parte da adoração.

Salomão sabia disso e por isso adverte: “Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus” (Ec 5.1). Desligue o celular, tire o chiclete da boca, seja reverente! Comporte-se como um verdadeiro adorador! (Jo 4.20-24).

Observe a liturgia do culto e não faça dele um local para interesses meramente pessoais. Infelizmente já presenciei casos de obreiros abandonarem o culto e até mesmo a mensagem para irem atender seus celulares! Se isso não é uma blasfêmia, no mínimo é pecado!

O culto é um espaço reservado para a adoração. Não pode se transformar na “casa de mãe Joana”. É ali onde cultuamos a Deus e prestamos-lhe reverência. Então, por que não se observar a liturgia do culto? Por que não evitar a movimentação sem fim dentro da nave do templo? Por que não ensinar as crianças que no templo não é o local adequado para comer “petiscos”?

Por que não desligar o celular em vez de ficar mandando torpedo para uma outra pessoa? Por que gastar um bom tempo do culto em intermináveis avisos, se alguns deles podem ser dados até um ano depois? Por que permitir o uso do púlpito como palanque eleitoral? Por que usar o púlpito para desabafar? Por que não usar o púlpito única e exclusivamente para a glória de Deus?

Obediência

A simples obediência a um conjunto de preceitos, normas e regras, sem atentar para os princípios que lhes dão fundamentação, é puro legalismo. Não vale a pena observar o preceito ou norma, é necessário atentar para o princípio por trás dele. No livro de Eclesiastes isso aparece de forma bem clara: “Guarda o pé, quando entrares na casa de Deus; Chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal” (Ec 5.1). Deus não está interessado na observância do sacrifício em si, mas na obediência aos princípios que regulamentam a sua prática. Foi exatamente isso que o profeta Samuel disse a Saul (1 Sm 15.22).

OBRIGAÇÕES FRENTE À TRANSCENDÊNCIA DE DEUS

Deus, o Criador

Todas as grandes religiões possuem noção do sagrado e demonstram temor e respeito diante dEle. A divindade aparece diante dos adoradores como o totalmente outro. No judaísmo e também no cristianismo esse conceito é mais elevado ainda, visto existir a consciência de que esse sagrado trata-se do Deus verdadeiro que se revelou ao homem ao longo da história. Deus, portanto, é o Criador e se distingue das coisas criadas (Dt 4.15- 20). Na teologia bíblica isso aparece como a doutrina da transcendência de Deus e é um dos seus atributos. Deus transcende as suas criaturas, isto é, está acima delas e por isso se distingue delas. Eclesiastes fala disso: 

“Deus está nos céus” (Ec 5.2). Deus está lá e você aqui! Deus pode se humanizar (Jo 1.14), mas o homem não pode se divinizar. Quem procurou ser igual a Deus foi expulso do céu (Ez 28.1,2; Is 14.12-15).

Homem, a criatura

O mesmo texto que diz “Deus está nos céus”, também diz: “tu estás na terra” (Ec 5.2). Deus está no céu, o homem está na terra! Deus é o Criador, o homem é a criatura. É uma obrigação nossa saber que Deus é Deus e o homem é homem! Devemos ter muito cuidado para não nos transformarmos em heróis e supercrentes. Seria bom sempre nos lembrarmos de que estamos aqui “na terra”. E mais, não apenas estamos aqui, mas somos feitos do mesmo material: “Temos, porém, este tesouro em vãos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7, veja Gn 2.7). Não há dúvidas de que essa conscientização nos levaria a sermos mais cuidadosos com nossas obrigações diante de Deus.

OBRIGAÇÕES DIANTE DA IMANÊNCIA DE DEUS

Deus presente — não estamos sozinhos!


O atributo da imanência divina mostra-nos que Deus, mesmo não podendo ser confundido com as suas criaturas, todavia pode se relacionar com elas. Deus cuida da sua criação. Isso significa que o nosso Deus não é um Deus distante, que após criar o mundo se ausentou dele! Pelo contrário, Ele é um Deus presente! No capítulo 5 de Eclesiastes, Salomão está falando do culto a
 Deus e mostra como Ele se identifica com o mesmo, aprovando-o ou reprovando-o: “porque [Deus] não se agrada de tolos” (Ec 5.4). Essa mesma verdade é mostrada no Novo Testamento (2 Co 6.16). Essa proximidade de Deus deveria nos fazer melhores crentes, melhores cidadãos.

Deus de promessas o valor das orações e votos


 Tudo o que foi dito antes culminará numa das mais belas verdades bíblicas — Deus não apenas se faz presente, mas também prometeu nos abençoar atendendo nossas orações e realizando os nossos desejos. Isso acontecerá quando orarmos de acordo com sua vontade (Jr 29.12,13; Jo 14.13,14). Os judeus sabiam dessa verdade e por isso não somente oravam a Deus, como também se empenhavam através de votos (Nm 30.3-16; Dt 23.21-23). Não há dúvidas de que o livro de Eclesiastes tem em mente essas passagens bíblicas quando adverte: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras”.(Ec 5.4,5, ARA). Em o Novo Testamento não encontramos um preceito concernente à prática do voto, mas o seu princípio permanece válido. Fazer compromisso ou propósito diante de Deus e cumpri-los é uma verdade que ultrapassa gerações.



O valor das orações e votos — uma análise contextualizada dessas práticas

Há algum tempo postei no meu blog um artigo sobre “voto” que escrevi para um periódico da CPAD. Visto que esse material literário tem ajudado muitos a dirimir suas dúvidas sobre essa prática, irei reproduzi-lo aqui.

Observei que essa é uma das postagens mais visitadas do blog com mais de 15 mil acessos. 
Recebi muitos e-mails de internautas que leram a postagem.
Publicarei um deles, resguardando a identidade da autora:

A Paz do Senhor Pr. José Gonçalves. Sou adolescente de 16 anos, já fiz por diversas vezes “votos” com Deus. Só que eu nunca consigo cumpri-los. Mas a dúvida que me fez buscar a internet é: Nós podemos fazer um voto com Deus assim que concedida a graça? Um voto não cumprido, quais as consequências?

Na Bíblia, tem uma passagem que diz mais ou menos assim (nem me lembro onde nem as palavras certas, mas tenho certeza que o Pr. sabe onde se encontra) o tempo da ignorância, Deus não leva em conta. Se eu fiz votos, antes de receber a bênção desejada (porque não fui devidamente orientada) e por motivos de fraqueza não as cumpri, Deus vai cobrar de mim? Agradeço muito se o Pr. responder esse meu comentário, pois estou muito angustiada. A Paz do Senhor.

Pois bem, vamos começar com um texto bíblico que faz alusão direta ao voto:
Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz, para a casa de meu pai, então, o Senhor será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a casa de Deus; e de tudo quanto me concederes, certamente eu te pagarei o dízimo (Gn 28.20-22, ARA).

Há alguns anos, eu acompanhava um pastor em uma visita a um outro colega obreiro de uma cidade vizinha a nossa. Ali chegando, enquanto aguardávamos a hora do almoço, os pastores presentes aproveitavam o tempo com assuntos informais. As conversas giravam em torno da vida da igreja. Não sendo ainda um obreiro com funções pastorais, apenas observava de “fora” aquele saudável debate. Pois bem, a certa altura daquele debate teológico, um dos pastores pôs no centro das discussões a falta de vitalidade espiritual na vida de muitos crentes. Ele achava que uma espécie de apatia parecia dominar a vida de muitos cristãos. Observou que essa “mornidão” sempre existiu, mas que na época presente a situação parecia ter crescido em escala geométrica. Era algo com proporções nunca vista. Em palavras mais simples, a percentagem de crentes frios na presente dispensação da Igreja, era de longe superior a de outros tempos. Qual a razão para isso? Era a pergunta que todos os presentes sentiram-se forçados a fazer naquele momento.

Observei que dentre os pastores presentes, muitas explicações consistentes foram dadas, mas jamais me esquecerei daquela que um dos obreiros deu naquele momento. Na sua fala simples, porém sem ser simplista, ele disse que esse esfriamento ocorre por conta da falta de compromisso com Deus por parte de muitos crentes. Destacou no final de seu argumento a prática bíblica do voto como algo que estava sendo esquecido. Acrescentando em seguida que muitos crentes hoje desconhecem até mesmo o que seja um pacto com Deus. Sob muitos aspectos, destacou que o voto na cultura bíblica revelava propósitos específicos da vida dos crentes. Embora já se tenham passado muitos anos, todavia nunca me esqueci daquela cena. Ela me marcou. Ao se referir ao voto como algo a ser observado em nossos dias, aquele obreiro fez-me refletir sobre a validade dessa prática bíblica. Todavia estou consciente, em razão do atual contexto da fé evangélica brasileira, das reações contrárias que podem surgir.

Em um contexto em que se loteia o céu; em que ainda outros fazem barganha da fé, é compreensível que surjam vozes discordantes da observância de determinadas práticas ou princípios bíblicos. Isso pode parecer legalismo. Todavia não tenho a menor dúvida da validade do voto.

A propósito, William Masselink destaca algumas razões que justificam a prática do voto a Deus em nossos dias.

1. O voto é um promessa feita a Deus.

O que pode ser uma expressão de gratidão por algum favor outorgado, ou uma promessa no sentido de manifestar gratidão por algumas bênçãos desejadas, caso Deus ache por bem outorgá-las.

Neste aspecto o voto bíblico não pode ser confundido com a “promessa” católica, uma vez que esta é feita a um “santo”, enquanto aquele só poderia ser feito a Deus.

2. A Bíblia contém muitas injunções sobre a observância do voto.

Não deve, portanto, o voto ser visto como uma barganha. Uma espécie de “toma lá dá cá”. O voto deve ser feito como uma expressão de devoção piedosa do crente a Deus. O Dr. Clyde T. Francisco ao se referir ao voto de Jacó, observa que “algumas pessoas têm criticado este ato como tentativa típica de uma barganha com Deus, mas ele estava longe disso. Jacó não pediu fama nem riquezas. Tudo o que ele desejou foi pão e roupa, até poder voltar. Este fato, por si mesmo, nos informa que essencialmente ele não era uma pessoa egoísta.” A passagem de Gênesis 28.20-22 é a primeira referência bíblica sobre a prática do voto.

Mas como bem observou o rabino Meir Matzliah Melamed, “em todas os tempos tanto na alegria como no sofrimento o homem sentiu a necessidade de estender seu coração a Deus por meio de votos e promessas.

Mas afinal o que é, portanto, um voto? William Gesenius, renomado hebraísta, nos dá a definição para a palavra hebraica nadar, traduzida como “votar”. Gesenius diz que um voto significa: “Prometer voluntariamente fazer ou dar alguma coisa”. Gesenius ainda observa que a expressão mais completa nadar neder, é traduzida literalmente e de forma redundante como “votar um voto” (Jz 11.39; 2 Sm 15.8). O voto, portanto, é uma promessa que alguém assume perante a divindade. No conceito dado, fica em destaque que quando alguém quer fazer algum voto, deve fazê-lo voluntariamente. Todos os intérpretes fazem questão de destacar a voluntariedade do voto. W. Massilink observa que um voto “significa uma obrigação ou promessa voluntária feita a Deus”.

De fato a voluntariedade é um elemento essencial para que um ato se configure como moral. Em outras palavras, só seremos responsabilizados por aqueles atos que praticarmos voluntariamente.

No caso do voto bíblico, ninguém era obrigado a fazê-lo. “Abstendo-te de fazer o voto, não haverá pecado em ti” (Dt 23.22). Por outro lado, uma vez feito o voto, havia a responsabilidade de cumpri-lo. “Quando fizeres algum voto ao Senhor, teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o Senhor teu Deus, certamente, o requererá de ti, e em ti haverá pecado” (Dt 23.21); “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes” (Ec 5.4). Antes de se fazer um voto é necessário ter consciência do compromisso que estamos assumindo. Poderei cumprir esse voto? Lembro-me que um irmão me procurou certa vez. Ele demonstrava estar insatisfeito com o líder da congregação da qual ele fazia parte. Querendo saber a razão do seu descontentamento, descobri que era algo relacionado a um voto que ele havia feito. Ele votara a Deus dizendo que se o Senhor lhe desse vitória em algo que pedira, então em cumprimento do voto feito realizaria um culto semanal em sua casa. Sempre às terças-feiras. Tendo alcançado o favor do Senhor, aquele irmão viu-se em dificuldades para cumprir seu voto, O dirigente da congregação disse-lhe, com razão, que ele não deveria ter feito um voto que dependesse de terceiros para que pudesse ser cumprido. A igreja tinha a sua própria agenda e não poderia viver em função do voto daquele irmão. A questão não é, portanto, simplesmente votar, mas o que estamos votando e de que maneira cumpriremos os nossos votos.

O caso de Jefté é bem conhecido (Jz 11.30,35-36,39). Os versículos citados deixam claro que Jefté não tencionava que sua filha fosse o objeto de cumprimento de seu voto precipitado. “Fez Jefté um voto ao Senhor e disse: Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto”( Jz 11.30,31). Todavia a forma vaga e precipitada como fez o seu voto foi a causa do seu posterior lamento. “Quando a viu, rasgou as suas vestes e disse:

Ah! Filha minha, tu me prostras por completo; tu passaste a ser a causa da minha calamidade, porquanto fiz voto ao Senhor e não tornarei atrás (Jz 11.35). Por último, convém observar que de acordo com as Escrituras não podemos oferecer como voto ao Senhor aquilo que já lhe pertence ou que por Ele é proibido. Por exemplo: o dízimo já é do Senhor, não poderei fazer um voto tencionando pagá-lo com ele (Ml 3.10). Aquilo que é fruto de alguma coisa impura ou abominável também não pode ser objeto de voto (Dt 23.18). O voto, portanto, deve ser visto como uma forma de manifestação da graça de Deus, e com a qual Ele quer nos abençoar.

Neste capítulo abordamos as palavras do sábio Salomão no contexto da adoração bíblica. Ficamos logo conscientes de que não há adoração verdadeira que não leve em conta as obrigações diante de Deus e dos homens. Se quisermos viver uma vida espiritual plena devemos estar conscientes das implicações que a acompanham.

De nada adianta termos templos suntuosos, ministrações eloquentes e cantores famosos se não estamos cumprindo com as obrigações que uma verdadeira adoração requer.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS


BIBLIOGRAFIA

Livro = Sábios Conselhos Para Um Viver Vitorioso =Sabedoria Bíblica Para Quem Quer Vencer na vida! =  Josué Gonçalves



27 de novembro de 2013

O TEMPO PARA TODAS AS COISAS



O TEMPO PARA TODAS AS COISAS

TEXTO ÁUREO =  “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”(Ec 3.1).

VERDADE PRATICA = O tempo e o espaço em que vivemos são limitados, por isso, devemos ser bons despenseiros de Deus nesta vida.

LEITURA BIBLICA = Eclesiastes 3: 1-8

INTRODUÇÃO

Um livro curioso e dos mais atraentes.  Para alguns, um livro desalentador, mas não é bem assim. É um dos mais ricos e profundos da Bíblia e que exige certo cuidado em seu estudo. O autor mostra caminhos errados para se realizar na vida, e depois mostra o caminho certo. Ao mostrar os caminhos errados, ele não os defende. Isto faz parte de sua estrutura de trabalho. É um livro diferente, num estilo diferente. Ele mostra uma pessoa, que no relato é ele meso, procurando o significado da existência. Frustrou-se com todas as possibilidades. Por fim, descobre como fazer. É assim que o livro caminha.

1. TÍTULO – O título hebraico é Qoheleth e significa “Pregador” ou “Mestre” ou “alguém, um orador público, que se dirige a uma assembléia (de qahal,  congregar) de pessoas”.  Não sabemos se é um nome pessoal, um pseudônimo, ou o título de um ofício.  O termo surge sete vezes em Eclesiastes (1.1,2, 12; 7.27; 12.8,9,10) mas não aparece em nenhum outro livro do AT.  A LXX deu o nome de Eclesiastes (ek,  fora de; klesis,  chamado).  A palavra Igreja no grego é   ekklesía,  “uma assembléia, um grupo chamado fora (separado)”.

2. AUTOR – Não há menção do nome do autor, mas 1.1 o chama “filho de Davi, rei de Jerusalém”.  A única pessoa que preencheria tais características é Salomão, devido à sua sabedoria (Ec 1.16 e 1Rs 3.12; 4.29,30), sua riqueza (Ec 2.8 e 1Rs 10.23-24,27), seus projetos de construção (Ec 2.4-6 e 1Rs 6.1; 7.1) e sua coleção de provérbios (Ec 12.9 e 1Rs 4.32-34).  O autor se identifica em 1.1,12; 2.7,9; 12.9.  Alguns acham que a expressão “filho de Davi” poderia se referir a qualquer descendente de Davi, e que 1.16 e 2.9 não teriam sentido se o autor fosse Salomão.  Assim sugerem que o autor é uma pessoa anônima que está apresentando a sabedoria de Salomão para nossa consideração, e que Salomão é um tipo de “patrono” e “fundador” da tradição de sabedoria. Esta é uma posição que tem ganhado muitos adeptos.

3. LUGAR NA BÍBLIA – Eclesiastes é o quarto dos cinco livros poéticos: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares, em nossa Bíblia.  Na Bíblia Hebraica, é o quarto dos  Cinco Rolos (ou Megilloth), como são chamados Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes, e Ester.

4. DATA Alguns presumem que Salomão tenha escrito Cantares no início do seu reinado (cerca de 965 a.C.), Provérbios no meio, quando seus poderes intelectuais estavam no auge (cerca de 950 a.C.), e Eclesiastes no final do seu reinado, quando estava decepcionado e desiludido com sua vida mundana (cerca de 935 a.C.).  Se o autor não foi Salomão, o livro pode ter sido escrito por um descendente de Davi entre 800 e 600 a.C., talvez no 4º século a.C. 

O Talmude registra que houve objeção inicial da Escola Rabínica de Shammai e de outros rabinos quanto à inclusão de Eclesiastes no cânon da Bíblia Hebraica. Mas estas observações me parecem surgir por causa da dificuldade em lidar com o teor do livro. E pode ser que o livro não seja de Salomão, mas produto de uma escola de pensamento que o teria maturado por longo tempo.

CONTEÚDO DE ECLESIASTES

 A futilidade do modo de vida do homem (1:1–3:22). As primeiras palavras ressoam o tema do livro: “‘A maior das vaidades’, disse o congregante, ‘a maior das vaidades! Tudo é vaidade!’” Que proveito tira o homem de toda a luta e labuta em que se empenha? Gerações vêm e vão, os ciclos naturais seguem seu curso na terra, e “não há nada de novo debaixo do sol”. (1:2, 3, 9) O congregante pôs o coração a buscar e perscrutar a sabedoria, no tocante às calamitosas atividades dos filhos dos homens, mas constata que, na sabedoria e na estultícia, nos empreendimentos e no trabalho árduo, no comer e no beber, tudo é “vaidade e um esforço para alcançar o vento”. Ele chega a ‘odiar a vida’, a vida cheia de calamidades e de empreendimentos materialistas. — 1:14; 2:11, 17.

 Para tudo há um tempo designado — sim, Deus fez tudo “bonito no seu tempo”. Ele deseja que suas criaturas desfrutem a vida sobre a terra. “Vim saber que não há nada melhor para eles do que alegrar-se e fazer o bem durante a sua vida; e também que todo homem coma e deveras beba, e veja o que é bom por todo o seu trabalho árduo. É a dádiva de Deus.” Mas, infelizmente, para o homem pecador e para o animal há o mesmo evento conseqüente: “Como morre um, assim morre o outro; e todos eles têm apenas um só espírito, de modo que não há nenhuma superioridade do homem sobre o animal, pois tudo é vaidade.” — 3:1, 11-13, 19.

Conselhos sábios para os que temem a Deus (4:1–7:29). Salomão congratula os mortos, porque estão livres de “todos os atos de opressão que se praticam debaixo do sol”. Daí, continua a descrever as obras vãs e calamitosas. Ele aconselha também de modo sábio, dizendo que é “melhor dois do que um” e que o “cordão tríplice não pode ser prontamente rompido em dois”. (4:1, 2, 9, 12) Ele dá bons conselhos ao povo de Deus, ao se congregar: ‘Guarde os seus pés, sempre que for à casa do verdadeiro Deus; e haja um achegamento para ouvir.’ Não seja precipitado em falar diante de Deus; ‘as suas palavras devem mostrar ser poucas’, e pague o que vota a Deus. ‘Tema o próprio verdadeiro Deus.’

Quando os pobres são oprimidos, lembre-se de que “alguém que é mais alto do que o alto está vigiando, e há os que estão alto por cima deles”. O simples servo, observa ele, terá sono doce, mas o rico está preocupado demais para poder dormir. Contudo, nu ele veio ao mundo, e, apesar de todo o seu trabalho árduo, não pode levar nada do mundo. — 5:1, 2, 4, 7, 8, 12, 15.
 Um homem talvez receba riquezas e glória, mas que adianta viver “mil anos duas vezes”, se não vir o que é bom? É melhor tomar a peito as questões sérias da vida e da morte do que associar-se com o estúpido, “na casa de alegria”; com efeito, é melhor receber a repreensão do sábio, pois como o estalar “de espinhos sob a panela é o riso do estúpido”. A sabedoria é proveitosa. “Pois a sabedoria é para proteção, assim como o dinheiro é para proteção; mas a vantagem do conhecimento é que a própria sabedoria preserva vivos os que a possuem.” Por que, então, se tornou calamitoso o caminho da humanidade? “O verdadeiro Deus fez a humanidade reta, mas eles mesmos têm procurado muitos planos.” — 6:6; 7:4, 6, 12, 29.

 O mesmo evento conseqüente para todos (8:1–9:12). “Guarda a própria ordem do rei”, aconselha o congregante, mas ele observa que, visto que a sentença contra o trabalho mau não é executada prontamente, “o coração dos filhos dos homens ficou neles plenamente determinado a fazer o mal”. (8:2, 11) Ele próprio gaba a alegria, mas há outra coisa calamitosa! Toda sorte de homens segue o mesmo caminho — para a morte! Os vivos estão cônscios de que morrerão, os “mortos, porém, não estão cônscios de absolutamente nada . . . Tudo o que a tua mão achar para fazer, faze-o com o próprio poder que tens, pois não há trabalho, nem planejamento, nem conhecimento, nem sabedoria no Seol, o lugar para onde vais.” — 9:5, 10.

 A sabedoria prática e a obrigação do homem (9:13–12:14). O congregante cita outras calamidades, como a “estultícia . . . em muitas posições elevadas”. Apresenta também muitos provérbios de sabedoria prática, e declara que mesmo “a juventude e o primor da mocidade são vaidade”, a menos que se acate a verdadeira sabedoria. Ele declara: “Lembra-te, pois, do teu Grandioso Criador nos dias da tua idade viril.” De outra forma, a velhice resultará meramente em a pessoa retornar ao pó da terra, isto acompanhado das palavras do congregante: “A maior das vaidades! . . . Tudo é vaidade.” Ele próprio sempre ensinou ao povo o conhecimento, pois “as palavras dos sábios são como aguilhadas”, impelindo a obras corretas, mas, quanto à sabedoria do mundo, ele adverte: “De se fazer muitos livros não há fim, e muita devoção a eles é fadiga para a carne.” Daí, o congregante leva o livro ao seu grandioso clímax, fazendo um resumo de tudo o que considerou sobre a vaidade e sobre a sabedoria: “A conclusão do assunto, tudo tendo sido ouvido, é: Teme o verdadeiro Deus e guarda os seus mandamentos.

Pois esta é toda a obrigação do homem. Pois o próprio verdadeiro Deus levará toda sorte de trabalho a julgamento com relação a toda coisa oculta, quanto a se é bom ou mau.” — 10:6; 11:1, 10; 12:1, 8-14.

PROVEITOSO PARA OS NOSSOS DIAS:

 Longe de ser um livro pessimista, Eclesiastes está cravejado de brilhantes gemas de sabedoria divina. Quando Salomão enumera as muitas consecuções que ele chama de vaidade, não inclui a construção do templo de Deus, sobre o monte Moriá, em Jerusalém, nem a adoração pura de Deus. Tampouco diz que a vida, que é uma dádiva de Deus, seja vaidade; ao contrário, mostra que o objetivo era que o homem se regozijasse e fizesse o bem. (3:12, 13; 5:18-20; 8:15) As atividades calamitosas são as que não levam em conta a Deus. Um pai pode ajuntar riquezas para seu filho, mas um desastre destrói tudo e nada lhe resta. Seria muito melhor providenciar uma herança duradoura de riquezas espirituais. É calamitoso possuir uma abundância e não poder usufruí-la. A calamidade sobrevém a todos os ricos do mundo quando ‘se vão’, de mãos vazias, na morte. — 5:13-15; 6:1, 2.

Em Mateus 12:42, Cristo Jesus se referiu a si mesmo como “algo maior do que Salomão”. Visto que Salomão prefigurou a Jesus, podemos dizer que as palavras de Salomão, contidas no livro Qo·hé·leth, estão em harmonia com os ensinamentos de Jesus? Encontramos muitos paralelos! Por exemplo, Jesus sublinhou o grande alcance da obra de Deus, ao dizer: “Meu Pai tem estado trabalhando até agora e eu estou trabalhando.” (João 5:17) Salomão falou igualmente das obras de Deus: “E eu vi todo o trabalho do verdadeiro Deus, que a humanidade não é capaz de descobrir o trabalho que se fez debaixo do sol; por mais que a humanidade trabalhe arduamente para procurar, ainda assim não o descobre. E mesmo que dissessem que são bastante sábios para saber, não seriam capazes de o descobrir.” — Ecl. 8:17.

Tanto Jesus como Salomão encorajaram os verdadeiros adoradores a se congregarem. (Mat. 18:20; Ecl. 4:9-12; 5:1) As declarações de Jesus sobre a “terminação do sistema de coisas” e “os tempos designados das nações” estão em harmonia com as palavras de Salomão de que “para tudo há um tempo determinado, sim, há um tempo para todo assunto debaixo dos céus”. — Mat. 24:3; Luc. 21:24; Ecl. 3:1.

Acima de tudo, Jesus e seus discípulos se unem a Salomão para avisar sobre as armadilhas do materialismo. A sabedoria é a verdadeira proteção, pois “preserva vivos os que a possuem”, diz Salomão. Jesus diz: “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas”. (Ecl. 7:12; Mat. 6:33) Em Eclesiastes 5:10, está escrito: “O mero amante da prata não se fartará de prata, nem o amante da opulência, da renda. Também isto é vaidade.” Paulo nos dá um conselho bem similar, ao dizer, em 1 Timóteo 6:6-19, que “o amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais”.

Há similares passagens paralelas sobre outros pontos de instrução bíblica. — Ecl. 3:17—Atos 17:31; Ecl. 4:1—Tia. 5:4; Ecl. 5:1, 2—Tia. 1:19; Ecl. 6:12—Tia 4:14; Ecl. 7:20—Rom. 3:23; Ecl. 8:17—Rom. 11:33.

O governo do Reino do amado Filho de Deus, Jesus Cristo, que na carne era descendente do sábio Rei Salomão, estabelecerá uma nova sociedade terrestre. (Ap. 21:1-5) O que Salomão escreveu para a orientação de seus súditos no seu reino típico é de interesse vital para todos os que agora depositam a sua esperança no Reino sob Cristo Jesus. Debaixo da dominação deste Reino, a humanidade viverá segundo os mesmos princípios sábios que o congregante apresentou, e se regozijará eternamente com a dádiva divina de uma vida feliz. Agora é tempo de nos congregarmos para a adoração de Deus, a fim de usufruirmos plenamente as alegrias da vida sob o seu Reino. — Ecl. 3:12, 13; 12:13, 14.

Discernindo os Tempos = Eclesiastes 3. 1 – 14

O livro de Eclesiastes, escrito por Salomão (Ec 1. 1), traz a visão do homem “debaixo do sol” (essa expressão de repete 27 vezes),  em meio a isso, ele mostra a visão do Todo-Poderoso. Talvez os primeiros destinatários que Salomão tinha em mente eram os pensadores do seu tempo, alguns que, quem sabe, não criam em seu Deus. Com esse escrito, o sábio os conduziria a pensar, sobretudo, nAquele que está além do sol.

Este capítulo que lemos traz uma introdução com uma afirmação absoluta: “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu.”. Quando coisas, mesmo que certas, são feitas em ocasiões erradas, a vida não corre bem. Portanto, precisamos discernir os tempos.

Tempos que mexem com a alma.

a)     “Tempo de nascer e tempo de morrer [...]” (v. 2a); “[...] tempo de chorar e tempo de rir,”  (v. 4). Quanta alegria traz um nascimento, mas quanta tristeza traz uma morte. Todos passam por momentos difíceis e, quando eles acontecem, é preciso vivenciá-los da maneira adequada com ajuda de Deus. Os tempos de alegria devem ser bem vividos e com louvor a Deus. A Bíblia é um livro honesto que considera todas as realidades da vida.

b)    “[...] tempo de amar e tempo de odiar,” (v. 8.a). Os tempos a serem odiados são aqueles em que pecamos, em que vemos o pecado agindo no mundo e causando danos, quando percebemos a ação maligna destruindo pessoas. O tempo de amar deve ocorrer no presente e futuro. Lembremo-nos que o amor é um mandamento.

c)     Tenhamos a consciência da morte e da vida, do choro e do riso, do amor e do ódio e busquemos a presença de Deus em todos esses tempos.


Tempos de decisões.

a)     “[...] tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, [...]” (v. 2b). Para um dia poder colher, é preciso decidir plantar. A Bíblia nos diz que tudo o que o homem semear ele vai colher (Gl 6. 7). Decidamos semear boas sementes.

b)    “[...] tempo de abraçar e tempo de se conter, [...]” (v. 5b). Há muitos que não abraçam quando deveriam abraçar e abraçam quando não deveriam.

c)     “[...] tempo de calar e tempo de falar,” (v. 7b). A Escritura nos diz que a palavra proferida no tempo certo é como frutas de ouro incrustadas numa escultura de prata (Pv 25. 11). Tiago 5. 19 nos diz que devemos estar prontos para ouvir, mas tardios para falar e se irar. Precisamos discernir o tempo de falar e o de calar.

Para todos os tempos.

a)     “Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade;” (v. 11). Todo o tempo é tempo para considerar a realidade da eternidade.

b)    “Descobri que não há nada melhor para o homem do que ser feliz e praticar o bem enquanto vive.” (v. 12). Em todo o tempo, devemos procurar a felicidade que as Escrituras nos propõem, assim como buscar fazer o bem para que os outros sejam felizes.

c)     “Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que Ele venha.” (I Co 11. 26). Em todo o tempo de nossa vida terrena, devemos participar da ceia anunciando a morte do Senhor até que Ele venha. Busquemos discernir os tempos que mexem com a nossa alma, que nos chamam a decisões e aqueles que se estendem para toda a eternidade.

O TEMPO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Leia Efésios 4:25-32 e destaque as palavras que tocam mais diretamente seu coração. Reflita em todas as coisas que você pode fazer, com a ajuda de Deus, para melhorar seu relacionamento com outras pessoas. “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.

Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.” (Efés. 4:25-32)

“Expressões ásperas, despóticas, não se harmonizam com a sagrada obra que Cristo deu a Seus ministros. Quando a experiência diária é olhar a Jesus e dEle aprender, haveis de revelar caráter são e harmônico. Abrandai vossas manifestações, e não vos permitais proferir palavras condenatórias. Aprendei do grande Mestre. As expressões de bondade e simpatia farão bem como um remédio, e curarão almas em desespero. O conhecimento da Palavra de Deus, introduzido na vida prática, terá uma força saneadora e suavizante. A aspereza no falar nunca há de produzir bênçãos para vós, nem a nenhuma outra alma.” (Ellen G. White, Obreiros evangélicos, p. 163-164).


“Paulo aconselhou as comunidades da primeira igreja a evitar a deterioração dos relacionamentos pessoais no ‘corpo de Cristo’. Muitas dificuldades interpessoais vêm de tentar destruir uns aos outros e, no processo, ofender toda a comunidade. Aqueles que tomam parte em fofocas e calúnias tendem eles próprios a ter problemas — sentimentos de inferioridade, necessidade de ser notado, desejo de controlar ou ter poder e outras inseguranças. Essas pessoas precisam de ajuda para abandonar esse modo nocivo de lidar com seus conflitos internos.”

“Sentir-se realmente bem sobre si mesmo ajuda a evitar se envolver em fofoca e calúnia. Os membros do corpo de Cristo precisam considerar-se privilegiados por ter recebido o dom da salvação “Guarda-me como a menina dos olhos, esconde-me à sombra das tuas asas,” (Sal. 17:8) “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;” (1 Ped. 2:9). Com essa compreensão, a ênfase passa a ser a edificação mútua.

Palavras de encorajamento e aprovação, ênfase no lado positivo das coisas, humildade e uma atitude alegre são modos de sustentar aqueles que têm problemas pessoais.”

“Outra forma de ajudar é servir como mediadores de relacionamentos. Jesus chamou os pacificadores de ‘bem-aventurados’ e ‘filhos Deus’ (Mt 5:9), e Tiago diz que os pacificadores colherão ‘o fruto da justiça’(Tg 3:18).”

A regra básica para todos os relacionamentos é bem clara nas palavras de Jesus: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.” (Mat. 7:12).

“Esse princípio pode ser considerado uma joia inestimável para os relacionamentos sociais. É positivo, está baseado no amor, é universal e estende a lei acima e além da lei humana. A ‘regra áurea’ também traz benefícios práticos a todos os envolvidos.”


 “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei” (Rm 13:8).

“Assim como Jesus, no Sermão do Monte, Paulo amplia neste texto os preceitos da lei, mostrando que o amor deve ser o poder motivador por trás de tudo que fizermos. Sendo a lei uma expressão do caráter de Deus, e Deus é amor, segue-se que o amor é o cumprimento da lei. 

Mas Paulo não substitui os preceitos detalhados com precisão pela lei por um padrão vago de amor, como alegam alguns cristãos.

A lei moral ainda está em vigor, porque, novamente, é ela que assinala o pecado – e quem vai negar a realidade do pecado? Porém, a lei só pode ser obedecida verdadeiramente no contexto do amor. Lembre-se: alguns dos que levaram Cristo para a cruz correram em seguida para casa a fim de guardar a lei!”

“Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.” (Rom. 13:9-10).

“Curiosamente, o amor não foi um princípio introduzido recentemente. Citando Levítico 19:18: “Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo”, Paulo mostra que o princípio era parte integrante do sistema do Antigo Testamento. Paulo apela para o Antigo Testamento a fim de apoiar sua pregação evangélica. Com base nesses textos, alguns argumentam que Paulo ensina que só os poucos mandamentos mencionados aqui estão em vigor. Nesse caso, isto significa que os cristãos podem desonrar os pais, adorar os ídolos e outros deuses diante de Deus? Claro que não! Veja o contexto. Paulo está lidando com o relacionamento entre os cristãos. Ele trata de relações pessoais, e é por isso que especifica os mandamentos que se concentram nessas relações.”

amigos, misericordiosos, humildes,” (1Pe 3:8).

 “Como devemos nos relacionar com os outros?”

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (Jo 13:35). “Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.” (Rm 15:7). “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.” (Ef 4:32). Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem.

Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;” (Cl 3:13). “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.” (1Ts 4:18). “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tg 5:16). “Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes,” (1Pe 3:8). “Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração.” (1Pe 4:9). “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1Jo 1:7).

“Quando entendemos quanta graça e misericórdia nos foram estendidas por Deus, podemos começar a fazer o mesmo aos outros. Amar os amáveis e bondosos é relativamente fácil; quase todos fazem isso. É quando somos chamados a amar os que não nos amam, aqueles com quem é difícil nos entendermos, os que nos tratam mal e injustamente – isso requer a graça de Deus operando em nós.”

“Os que se tornaram novas criaturas em Cristo Jesus, produzirão os frutos do Espírito – ‘amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio’. Gál. 5:22 e 23. Não se conformarão por mais tempo com as concupiscências anteriores, mas pela fé do Filho de Deus seguirão as Suas pisadas, refletir-Lhe-ão o caráter e se purificarão, assim como Ele é puro. As coisas que outrora aborreciam, agora amam; e aquilo que outrora amavam, aborrecem agora. O orgulhoso e presunçoso torna-se manso e humilde de coração. O vanglorioso e arrogante torna-se circunspecto e moderado. O bêbado torna-se sóbrio e o viciado, puro. Os vãos costumes e modas do mundo são renunciados. O cristão buscará, não o ‘enfeite… exterior’, mas ‘o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus’. I Ped. 3:3 e 4. (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 58-59).


 “Toda a humanidade tem parentesco por causa de nossa linhagem comum (‘de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação;’ At 17:26). Somos todos parentes, também, pelo amor que Deus tem por todos nós.

Todos podem ser redimidos pelo sangue precioso de Cristo, porque Deus não deseja que ninguém se perca (‘Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.’ 2Pe 3:9)”.

“A Bíblia diz claramente que pela redenção em Jesus, todas as barreiras entre nós devem ser derribadas, porque somos os mesmos diante do Senhor: pecadores necessitados da graça do de Deus.”

Portanto: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. (Ef 4:1-16)

“Os tipos de relacionamentos interpessoais que partilhamos com os outros são centrais à saúde emocional e espiritual.”


ADMINISTRANDO BEM O TEMPO

Como aproveitar o tempo, Dom de Deus.

Administrar o tempo não é apenas manter-se ocupada, mas também buscar o plano de Deus para você- escolher uma direção e seguir em frente para atingir seus objetivos, Administrar o tempo é uma das habilidades mais difíceis e mais úteis que a mulher pode desenvolver, exige o máximo de empenho e um planejamento realista.

Primeiro, você deve reconhecer que tem tempo- a mesma quantidade que Deus deu a todos. Você, com a ajuda de Deus, deve determinar como utilizar seu tempo (PV 3.5-6) .É um erro deixar que outros decidam suas propriedades e façam sua agenda (RM 12.2). Lembre-se de que, ao usar curtos espaços de tempo com fidelidade, você conseguirá fazer grandes coisas ( EC 9.10).

O Maior desafio que a mulher enfrenta não é organizar sua vida ou planejar o ano, mas ordenar o dia-a-dia, abrindo espaços para descansar o suficiente, alimentar-se de forma adequada, exercitar-se e usufruir de um momento exclusivo com o Senhor. Para dedicar-se ao que é realmente importante, deve-se determinar um horário significativo para os relacionamentos vitais, principalmente com o marido e os filhos, no lar.

A "mulher eficiente" levanta- se cedo para planejar as atividades diárias ( PV 31.15). Mesmo não tendo "servas", a mulher de hoje tem eletrodomésticos, carros e também serviços úteis, como telefone e energia elétrica. Essas Bênçãos de Deus encontram -se a mão para ajudar e servir as mulheres nas tarefas diárias e terrenas, propiciando -lhe uma grande quantidade de tempo para passar com o Senhor e servir os demais!

Para os hebreus, o dia se inicia ao anoitecer- com descanso, comunhão com a família e, também, estudo e meditação na palavra de Deus (SL 55.17). Jesus Disse " Buscai, pois,em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça" (MT6.33). Uma forma de fazer isso e dedicar-se as horas noturnas para um descanso tranqüilo, reflexão e " preparação interior" - em todas as palavras, preparar- se á noite para o dia seguinte e também organizar a agenda para começar o dia logo que se levantar.

DUAS VERDADES QUE ENSINAM ADMINISTRAR O TEMPO

a- A incerteza da vida  – A vida nos oferece muitas situações, mas alguns fatos tornam-se inevitáveis. A morte é um fato inevitável. A Bíblia traz várias passagens falando da transitoriedade da vida – Tiago 4.14-15.Moisés, escrevendo o Salmo 90, diz que a vida é como o dia de ontem que se foi “tudo passa rapidamente, e nós voamos” Salmo 90.4-6, 9-10. O que fazer ante essa realidade? Tiago nos recomenda que a incerteza da vida deve nos lembrar quanto dependemos de Deus (Tiago 4.15) Moisés nos aconselha que, diante da brevidade da vida, devemos pedir a Deus que nos ensine a administrar os nossos dias de tal forma  que alcancemos coração sábio (Salmo 90.12).

b- A certeza da volta de Jesus – Outro fato inevitável, que aguardamos a qualquer momento, com ansiedade, é a volta do Senhor Jesus. No Seu discurso de despedida, Ele conforta Seus apóstolos e anuncia a Sua volta: “E quando eu for e vos preparar lugar, voltarei...” João 14.3. Jesus, que prometeu voltar, é fiel para cumprir a Sua Palavra (Hebreus 10.23).

Esta é a bendita esperança da Igreja. Na parábola da dez minas, Jesus recomenda: “Negociai até que eu volte”  - Lucas 19.11-27. O evangelista João nos exorta a fazer a obra enquanto é dia (João 9.4). Não podemos perder tempo! Temos que aproveitar cada momento que o Pai nos dá para testemunhar de Jesus: saudando um vizinho, confortando um aflito, visitando um doente, alimentando um faminto, vestindo um descamisado, apresentando o plano de salvação a um descrente.

CONCLUSÃO

Todo o tempo que tivermos aqui, seja bem aproveitado de maneira arguciosa e sabia, vivendo na direção Deus tudo dá certo, Ele alinha os caminhos tortuosos, tira os impedimentos de maneira que os seus desígnios sejam concretizados em nossa vida, pois operando Deus quem impedirá? (Isa 14:27; 43:13 Porque “Desde a antiguidade não se ouviu, nem com os olhos se viu, um Deus que trabalhe para aquele que nele espera”. (Isa 64:4). Descansemos em suas promessas porque fiel é aquele que prometeu.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA
tempodevocional.com
prelisclementino.blogspot.com.br