2 de janeiro de 2014

O LIVRO DE ÊXODO E O CATIVEIRO DE ISRAEL NO EGITO



O LIVRO DE ÊXODO E O CATIVEIRO DE ISRAEL NO EGITO

                                                       Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Êxodo quer dizer “saída, caminho de saída, escape”.  Moisés foi testemunha ocular de quase tudo o que está registrado neste livro, exceção às primeiras informações, que recebeu da mesma forma que as registradas no Gênesis. Foi composto como sendo um diário, tendo sido registrado à medida em que os vários episódios se desenrolaram ao longo do tempo. É muito difícil decidir-se sobre um tema único que unifique todo o material variado deste livro. Segue-se disto que várias abordagens ao livro, seu conteúdo e estrutura são possíveis. Umas são mais geográficas, outras mais históricas e outras ainda, mais teológicas.

Uma primeira abordagem centra na parada no Sinai onde o povo redimido encontra-se com Deus e concorda em associar-se a uma aliança com Ele como centro teológico. A perseguição de Israel no Egito; o nascimento de Moisés, seu exílio e retorno ao Egito como líder de Israel; as pragas e a poderosa saída – o próprio êxodo – todos levam ao clímax do compromisso da aliança. Da mesma forma, tudo o que vem após – o estabelecimento de métodos de culto, sacerdócio e tabernáculo – fluem do concerto e permitem o mesmo ser posto em prática.

Uma segunda abordagem olha a presença de Deus com Israel e em meio a Israel como tema central. A presença salvadora de Deus com Israel resulta na sua libertação da escravatura egípcia. A presença continuada de Deus exige obediência ao compromisso da aliança e de culto.

Uma terceira abordagem focaliza o senhorio de Deus como tema teológico central. No Êxodo Deus é revelado como sendo Senhor da história (1.1-7.7), Senhor da natureza (7.8-18.27); Senhor do povo da aliança (19.1-24.14), e Senhor do culto (25.1-40.38).

Uma abordagem, das mais interessantes, que focaliza um tema teológico central, é a que divide o livro em duas partes, uma enfocando o nascimento físico (1.1-15.27) e outra o nascimento espiritual (16.1-40.38) da nação de Israel. Esta permite ver o paralelo com a grande verdade universal: o nascimento da raça humana fisicamente e o “novo” nascimento espiritual, o que também se aplica a cada ser humano individualmente.

Apesar de muitas vezes focalizar-se os 10 mandamentos como sendo o foco central do Êxodo, esta abordagem leva a grandes falhas de entendimento teológico da ação de Deus. Uma percepção teológica importante que se ganha no reconhecimento de que os caps. 20-23 são um concerto na sua natureza e não apenas uma lei, não dependendo de comparações com outras leis antigas da época. O livro do Êxodo não é um tratado legal abstrato e frio. É muito mais; é lei nascida de uma situação concreta do compromisso com a aliança de Jeová com a nação de Israel, que Ele mesmo libertou da escravatura egípcia.

Assim, este livro é a história de dois parceiros de um tratado – Deus e Israel. O Êxodo relata a narrativa de como Israel se tornou o povo de Deus e esclarece os termos do concerto pelos quais a nação deveria viver como povo de Deus. O Êxodo revela o caráter do Deus santo, fiel, poderoso e salvador que estabelece uma aliança com Israel. O caráter de Deus é demonstrado tanto pelo nome de Deus quanto pelos atos de Deus.

Deus se designa primeiramente como o “Eu sou”, que está presente para o Seu povo e atua em seu favor. Outro aspecto do nome de Deus é a designação de “Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”, que ilustra Deus como Aquele que é fiel às Suas promessas aos patriarcas.

Este livro também revela o caráter de Deus através de Seus atos, preservando a Israel da fome pelo envio de José ao Egito. Os faraós vinham e iam, mas Deus continuava o mesmo preservando o Seu povo através da opressão. Deus então resgata e salva, guia e provê, disciplina e perdoa. Uma grande revelação do caráter amoroso e imutável de Deus.

O êxodo também demonstra o caráter fraco do povo, ao tempo em que demonstra o plano de Deus olhando para o passado e apontando para um futuro de promessas cumpridas.

O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão sobre o livro do Êxodo. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

I.         O LIVRO DE ÊXODO

"Segundo Livro de Moisés chamado Êxodo" é o título que introduz este livro aos leitores de nossa versão. Aceitamos esse título como uma descrição exata. Aqui desejamos mencionar apenas que a tradição da autoria mosaica do livro de Êxodo já era bem estabelecida no terceiro século A.C., conforme evidenciado pela referência ao fato no livro de Eclesiástico (45.5). Que a lei foi escrita por Moisés, é fato ensinado por Jesus Cristo (Mc 1.44; Jo 7.19-22), e por Seus discípulos (Jo 1.45; At 26.23). A afirmação que certas porções do livro foram escritas por Moisés aparece no próprio livro (Êx 17.14; Êx 24.4)

Dentro do livro nada entra em conflito com essa reivindicação da autoria mosaica. A freqüente menção do nome de Moisés, na terceira pessoa do singular, tem seus paralelos nos livros de Isaías e Jeremias, enquanto que o registro de sua chamada, em Êx 3, traz as mesmas marcas de autenticidade como os relatos daqueles dois autores. 

O livro de Êxodo é o livro da redenção. O nome grego "Êxodo" (lit. "saída") descreve aqui como Deus tirou os filhos de Israel da escravidão no Egito; mas por redenção compreendemos que o Redentor não apenas livra Seu povo da escravidão, mas também coloca esse povo em relação especial Consigo mesmo, fazendo dele Sua própria possessão adquirida, sua "propriedade peculiar" (Êx 19.5).

O início do livro descreve, portanto, a grande libertação do povo de Deus, Israel, o que culmina com a Páscoa e prefigura a redenção ainda maior operada no Calvário. Desse ponto o livro passa para o concerto estabelecido no monte Sinai, no qual Deus declarou que Israel era Seu povo, dando-lhes os dez mandamentos, enquanto que por sua vez eles aceitaram Jeová como seu Deus, comprometendo-se a obedecê-lo. Esse concerto foi o fundamento de sua existência nacional, do qual a nova aliança (ICo 11.25; Hb 8.6-13) forma o antítipo, com a chamada da Igreja. Finalmente, a história do estabelecimento do tabernáculo e de sua adoração provê a base sobre a qual a vida do povo redimido, em sua relação para com Deus, precisava ser mantida. Na nova aliança a base da comunhão com Deus é Cristo. O tabernáculo e sua adoração, portanto, provêm muitos tipos e prefigura Cristo (ver, por exemplo, Hb 8.5; Hb 9.1-11; Hb 10.1).


As referências no Novo Testamento justificam plenamente nossa posição que vê Cristo como o "cumprimento" deste livro. Nos milagres registrados vemos "sinais" da operação divina (conf. Jo 2.11), no concerto do Sinai vemos um precursor da nova aliança, e na adoração do tabernáculo vemos uma "sombra dos bens vindouros" (Hb 10.1). 

A segunda palavra em nosso texto, "pois" (em heb. aparecendo em primeiro lugar como conjunção copulativa "e") marca o livro de Êxodo como uma seqüência ao livro de Gênesis. O primeiro livro é composto de narrativas patriarcais, que parecem autobiografias; aqui, no segundo livro, temos a manifestação do poder de Deus no livramento de Seu povo e temos seu nascimento como nação. A adoração no tabernáculo é então elaborada no livro de Levítico. O livro de Números vê o povo como nômades no deserto e registra a adição de certas leis. O livro de Deuteronômio encontra-os olhando para a terra prometida, do outro lado do Jordão, recebendo de Moisés suas exortações finais e sua constituição nacional. Dessa maneira vemos que o livro de Êxodo é uma parte integral do plano do Pentateuco.

II.                O NASCIMENTO DE MOISÉS

"E foi-se um varão da casa de Levi e casou com uma filha de Levi. E a mulher concebeu, e teve um filho, e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses. Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos e a betumou com betume e pez; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à borda do rio. E a irmã do menino postou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer" (versículos l a 4).

Aqui temos uma cena de tocante interesse, qualquer que seja o ponto de vista por que a encaramos. Na realidade, era simplesmente o triunfo da fé sobre as influências da natureza e da morte, deixando lugar para que o Deus da ressurreição agisse na Sua esfera e no caráter que Lhe é próprio. É certo que o poder do inimigo está patente, visto a criança ter de ser colocada em tal posição — em princípio, uma posição de morte. E, além disso, era como se uma espada atravessasse o coração da mãe ao ver o seu filho precioso exposto à morte. Satanás podia agir e a natureza podia chorar; contudo, o Vivificador dos mortos estava detrás daquela nuvem sombria e a fé via-O ali iluminando o cume dessa nuvem com os Seus raios brilhantes e vivificadores. "Pela fé, Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei" (Hb 11:23).

Assim, esta digna filha de Levi ensina-nos uma santa lição. A sua arca de juncos betumada com betume epez proclama a confiança que ela tinha na verdade que havia qualquer coisa que, como no caso de Noé, "pregoeiro da justiça", podia defender aquele "menino formo­so" das águas da morte. Devemos nós supor que esta "arca" fosse apenas uma invenção humanai Foi inventada por previsão e habi­lidade do homem'?- Foi a criança colocada na arca por inspiração do coração da mãe, que alimentava a doce mas ilusória esperança de salvar, por esse meio, o seu ente querido da morte1? Se a nossa resposta a estas interrogações fosse afirmativa perderíamos, quanto a mim, o ensino precioso de todo o assunto. Como admitir a suposição que a "arca" fosse inventada por quem não via outro destino para o seu filho senão afogando-o? Não há outra maneira de encarar essa significante estrutura senão como um saque da fé apresentado na tesouraria do Deus da ressurreição. Aquela arca foi inventada pela fé, como vaso de misericórdia, para conduzir o "menino formoso" através das águas da morte ao lugar que lhe era designado pelos propósitos imutáveis do Deus vivo. Quando con­templamos esta filha de Levi curvada sobre aquela "arca" de juncos, que a sua fé havia construído, despedindo-se do seu filho, conclu­ímos que ela segue as mesmas pisadas que seu pai Abraão deu quando se levantou de diante do seu morto para comprar a cova de Macpela aos filhos de Hete (Gênesis, capítulo 23). 

Não vemos nela apenas a energia da natureza que se debruça sobre o objeto das suas afeições prestes a cair nas garras do rei dos terrores. Não, mas reconhecemos nela a energia da fé que a habilitou a postar-se, como vencedora, junto da margem do caudal frio da morte, observando o vaso escolhido de Jeová até que passe em segurança para a outra margem.

Sim, prezado leitor, a fé pode voar ousadamente a essas regiões que estão muito afastadas deste mundo de morte e vasta desolação; e com o seu olhar de águia atravessar essas nuvens que se acumulam sobre a sepultura e ver como o Deus da ressurreição cumpre os Seus desígnios eternos numa esfera onde os dardos da morte não podem jamais chegar. Ela pode postar-se sobre a Rocha dos Séculos e esperar em atitude de triunfo enquanto as vagas da morte bramam e se desfazem a seus pés.

Deixai-me perguntar: que valor tinha o mandamento do rei para alguém que possuía este princípio celestiais

Que importância tinha esse mandamento para uma mulher que podia permanecer calmamente ao lado da sua "arca de juncos" e encarar impavidamente a morte O Espírito Santo responde: "não temeram o mandamento do rei" (Hb 11:26). O espírito que sabe um pouco o que é ter comunhão com Aquele que ressuscita os mortos nada receia e pode fazer coro triunfante com I Coríntios 15: "Onde está, ó morte, o teu aguilhãoS Onde está, ó inferno, a tua vitoriai Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo". Pode pronunciar estas palavras de triunfo sobre Abel martirizado, sobre José no fundo da cova, sobre Moisés na arca de j uncos, sobre "a semente real" exterminada por mão de Atália e sobre os inocentes de Belém, assassinados por ordem do cruel Herodes; e, acima de tudo, no túmulo do Capitão da nossa salvação.

Contudo, é possível que alguns não possam distinguir a obra da fé na arca de juncos. Alguns talvez não possam ultrapassar a compreensão da irmã de Moisés, a qual se "postou de longe, para saber o que lhe havia de acontecer". É que a "sua irmã" não estava à altura da mãe pelo que respeitava à fé. Sem dúvida, havia nela esse profundo interesse, essa verdadeira afeição, que vemos em "Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro" (Mt 27:61). Porém, naquela que fez a arca de juncos havia alguma coisa muito superior ao interesse ou afeto. E certo que a mãe do menino não se postou de longe para ver o que havia de acontecer ao seu filho; e, por isso, à semelhança do que acontece frequente­mente, a dignidade da fé poderia parecer, no seu caso, indiferença. Porém, não era indiferença, mas, sim, verdadeiro engrandecimen­to da fé. Se o afeto natural não a obrigava a ficar junto daquele ambiente de morte era apenas porque o poder da fé lhe havia confiado uma obra mais nobre na presença do Deus da ressurrei­ção. A fé dela havia aberto lugar para Deus naquele ambiente, e Ele manifesta-Se logo duma maneira gloriosa.

"E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam pela borda do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos e enviou a sua criada, e a tomou. E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este" (versículo 5-6). Aqui, pois, começa a soar a resposta divina em doce murmúrio aos ouvidos da fé. Deus intervinha em tudo isto. O racionalismo, o cepticismo, a infideli­dade, e o ateísmo, podem rir-se desta ideia. E a fé também; mas são risos diferentes. Os primeiros riem com desprezo da ideia da inter­venção divina num banal passeio duma princesa real pela margem do rio. A segunda ri de cordial contentamento ao pensar que Deus está em tudo. E, de fato, se alguma vez Deus interveio em qualquer coisa foi neste passeio da filha do Faraó, embora ela o não soubesse.

Uma das mais ditosas ocupações da alma regenerada é seguir as pegadas divinas em circunstâncias e acontecimentos que a mente irrefletida atribui ao acaso ou à fatalidade. Por vezes a coisa mais banal pode ser um importantíssimo elo numa cadeia de aconteci­mentos de que Deus Se está servindo para levar avante os Seus grandiosos desígnios. Vejamos, por exemplo, Ester 6:1; que encon-tramos? Um monarca pagão que passa uma noite inquieta. Nada há de extraordinário nisso, podemos supor; e no entanto, esta circuns­tância constitui um elo numa grande cadeia de acontecimentos providenciais, ao fim da qual surge a maravilhosa libertação dos descendentes oprimidos de Israel.

Assim sucedeu com a filha do Faraó e o seu passeio pela margem do rio. Mas ela não pensava que estava ajudando os intentos do "Senhor Deus dos hebreus"! Mal ela sabia que o bebé que chorava na arca de juncos viria ainda a ser o instrumento do Senhor para abalar a terra do Egito até aos seus alicerces! E contudo era assim. O Senhor pode fazer com que a cólera do homem redunde em Seu louvor (SI 76:10) e restringir o restante dessa cólera. Como a verdade deste fato transparece claramente nas palavras que se seguem!

"Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Irei eu a chamar uma ama das hebréias, que crie este menino para tií- E a filha de Faraó disse-lhe: Vai. E foi-se a moça e chamou a mãe do menino. Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino e criou-o. E, sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adoptou; e chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das águas o tenho tirado" versículos (7a 10).

A fé da mãe de Moisés encontra aqui a sua inteira recompensa; Satanás fica embaraçado e a sabedoria maravilhosa de Deus é revelada. Quem poderia supor que aquele que havia dito às parteiras das hebréias "se for filho, matai-o", acrescentando, "a todos os filhos que nascerem lançareis no rio", havia de ter na sua própria corte um desses próprios filhos? O diabo foi vencido com as suas próprias armas, porque Faraó, de quem queria servir-se para frustrar os propósitos de Deus, foi usado por Deus para alimentar e educar esse Moisés, que havia de ser o Seu instrumento para confundir o poder de Satanás. Providência notável! Maravilhosa sabedoria! Certa­mente, "até isto procede do Senhor" (Is 28:29). Possamos nós confiar n'Ele com mais simplicidade, e então a nossa carreira será mais brilhante e o nosso testemunho mais eficaz.

III.   O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA FUGA

Meditando sobre a história de Moisés é necessário considerar este grande servo de Deus debaixo do ponto de vista duplo do seu caráter pessoal e o seu caráter figurativo.

No caráter pessoal de Moisés há muito, muitíssimo, que apren­der. Deus teve não só de o elevar como de o treinar, dum e doutro modo, durante o longo espaço de oitenta anos: primeiro na casa da filha do Faraó e depois "atrás do deserto". À nossa fraca mentalidade oitenta anos parecem muito tempo para a preparação dum ministro de Deus. Mas os pensamentos de Deus não são os nossos pensamen­tos. O Senhor sabia que eram necessários esses dois períodos de quarenta anos para preparar o Seu vaso eleito. Quando Deus educa alguém, fá-lo duma maneira digna de Si e do Seu Santo serviço. O seu trabalho não o confia a noviços. O servo de Cristo tem muitas lições que aprender, deve passar por vários exercícios e padecer muitos conflitos em segredo antes de estar realmente apto a agirem público. A natureza humana não gosta deste método — prefere evidenciar-se em público a aprender em particular. Gosta mais de ser contemplada e admirada pelos homens do que de ser disciplina­da pela mão de Deus.
Porém isto não serve. Nós temos que seguir o caminho traçado pelo Senhor.

A natureza pode precipitar-se no campo das operações, mas Deus não a quer ali. É necessário que aquilo que é humano seja quebran­tado, consumido e posto de lado: o lugar que lhe compete é o da morte. Se a natureza teima em entrar em atividade, Deus, na Sua fidelidade infalível e na Sua perfeita sabedoria, ordena as coisas de tal maneira que o resultado dessa atividade se transforma em fracasso e confusão. Ele sabe o que há de fazer com a nossa natureza, onde deve ser colocada e como guardá-la. Oh! que todos possamos estarem mais íntima comunhão com Deus no que diz respeito aos Seus pensamentos quanto ao "eu" e tudo que com ele se relaciona. Assim cairemos menos em erro, a nossa vida será mais fiel e moralmente elevada, o nosso espírito estará tranquilo e o nosso serviço será, então, mais eficiente.

"E aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já grande, saiu a seus irmãos e atentou nas suas cargas; e viu que um varão egípcio feria a um varão hebreu, de seus irmãos. E olhou a uma e a outra banda, e, vendo que ninguém ali havia, feriu ao egípcio e escondeu-o na areia" versículos (11-12). Moisés mostra aqui zelo por seus irmãos "mas não com entendimento" (Rm 10:2). Ainda não che­gara o tempo determinado por Deus para julgar o Egito e libertar Israel, e o servo inteligente deve aguardar sempre o tempo de Deus. Moisés era "já grande" e "instruído em toda a ciência dos egípcios"; e, além disso, "cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar liberdade pela sua mão" (At 7:25). Tudo isto era verdade, todavia, ele correu, evidentemente, antes de tempo, e quando alguém procede assim o resultado é o fracasso.

E não só o fracasso como também manifesta incerteza, falta de serena devoção e santa independência no progresso de um trabalho começado antes do tempo determinado por Deus. Não há necessidade disto quando se age com e para Deus e na plena compreensão dos Seus pensamentos quanto aos pormenores da Sua obra. Se o tempo determinado por Deus tivesse realmente chegado, e se Moisés sentisse que havia sido incumbido de executar a sentença de Deus sobre o egípcio, se sentisse ainda a presença divina consigo, não teria olhado "a uma e outra banda."

A valente tentativa de Moisés para ajudar seu povo terminou em fracasso. Temendo a vingança de Faraó, ele fugiu para a terra de Midiã, onde viveu duran­te os próximos quarenta anos. Ali foi favoravelmente recebido no lar de Reuel, sacerdote em Midiã, que também atendia pelo nome de Jetro. No decurso do tempo Moisés se casou com a filha de Reuel, Zípora, tendo-se acomodado à vida de pastor no deserto de Midiã. Mediante a experiência obtida do pastoreio de rebanhos, na região que circunda o golfo de Acaba, sem dúvida alguma Moisés adquiriu completo conhecimento daquele território. Sem ter consciência de sua relevância, ele recebeu excelente preparação para conduzir Israel através desse deserto, muitos anos depois

CONCLUSÃO
Na confecção deste pequeno estudo, buscamos consultar literatura que mais se aproxima com o pensamento de nossa denominação, tentando não perder a coerência teológica. Evitamos expressar conceitos e opiniões pessoais sem o devido embasamento na Palavra, pois a finalidade é agregar conhecimentos, enriquecer a aula da escola dominical e proporcionar ao professor domínio sobre a matéria em tela. Caso alcance tais finalidades, agradeço ao meu DEUS por esta grandiosa oportunidade.


                                                       Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR


25 de dezembro de 2013

TEMA A DEUS EM TODO TEMPO



TEMA A DEUS EM TODO TEMPO


TEXTO ÁUREO =  “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem”(Ec 12.13).

VERDADE PRATICA = Obedecer aos mandamentos do Senhor é a prova de que vivemos uma vida justa diante dos homens e de Deus.

LEITURA BIBLICA = ECLESIASTES 12: 1-8

NÓS SOMOS TODOS CRIATURAS DE DEUS?

E porquê? Porque Deus criou-nos a todos assim como criou todo o mundo. Mas sermos filhos de Deus isso é muito diferente: só é filho de Deus aquele que de Deus nasce, aquele que entrega a sua vida a Jesus e o recebe como seu Salvador.
Irmãos, quando alguém entrega a sua vida a Jesus, várias coisas acontecem e uma delas é que você é feito uma nova pessoa, não por fora mas por dentro. Outra coisa que acontece é que é feito um filho de Deus.

E repare numa coisa interessante: não é você que se faz filho de Deus! Deus é que o faz Seu filho! Você não fez absolutamente nada..

Romanos 8:15 - "Porque não recebeste o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adopção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai."

Romanos 8:16 - "E o mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."
Eu não sou mais um pecador, mas sim um filho de Deus. Eu sou aquilo que Deus diz que eu sou! Eu era um pecador, mas fui salvo e tornei-me uma nova criatura.

Romanos 8:17 - "E se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo: se é certo que com Ele padecemos, para que também com Ele sejamos glorificados."

SOMOS UMA NOVA CRIATURA

Havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. De noite Nicodemos foi ter com Jesus e disse-lhe: "Rabi, bem sabemos que és Mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes se Deus não for com ele" (João 3:1 e 2).
E Jesus respondeu e disse-lhe: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus".

E o versículo 4 diz: "E disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer de novo sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe?

Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do espírito é espírito."Este homem era princípe de uma sinagoga; era assim como que um pastor. Foi ter com Jesus e Jesus disse-lhe que ninguém podia entrar no Reino de Deus se não nascesse de novo. Jesus disse que ninguém entraria no Reino de Deus se não tivesse nascido de novo.

O DEUS DA CRIAÇÃO.

(1) Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto- existente e como a Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra, está acima e independe dela ( 1 Tm 6.16 nota; Cl 1.16).

(2) Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva “à sua imagem” (1.27; ver 1.26 ). Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal.

(3) Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era “muito bom” (1.31).

Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado (1.26 ). O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou Satanás (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9).

A ATIVIDADE DA CRIAÇÃO.

(1) Deus criou todas as coisas em “os céus e a terra” (1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6).

O verbo “criar” (hb.”bara”) é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram (ver 1.3 nota).

(2) A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (1.2).

Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo vestígio de luz.

Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (1.3-5), Deu forma ao universo (1.6-13). E encheu a terra de seres viventes (1.20-28).

(3) O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado: “E disse Deus...” (1.3,6,9,11,14,20,24,26).

Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir, Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam (Sl 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).

(4) Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação.

(a) O próprio Filho é a Palavra (“Verbo”) poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus (Jo 1.1). “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3).

Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo “foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis.., tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1.16).

Finalmente, o autor do Livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1.2).

(b) Semelhantemente, o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como “pairando” (“se movia”) sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus.

A palavra hebraica traduzida por “Espírito” (ruah) também pode ser traduzida por “vento” e “fôlego”. Por isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca” (Sl 33.6). Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4; Sl 104.30).

O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO.

Deus tinha razões específicas para criar o mundo.

(1) Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Davi diz: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1; cf. 8.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.


(2) Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza — e.g., o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves—rendem louvores ao Deus que os criou (SI 98.7,8; 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos!

(3) Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpri- dos.

(a) Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão.

(b) Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das conseqüências do pecado ( 3.15 ).

Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1- 3; Ef 1.11,12; 1 Pe 2.9).

(c) A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: “...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 2 1.3).

OS DOIS GRANDES MOMENTOS DA VIDA

O que é a juventude? = Alguém poderia dizer: período entre a infância e a idade madura? Acredito ser difícil para qualquer um expressar em palavras um período de vida que compreende a juventude. Isto por se tratar de vida, e como se explica a vida? A vida é um dom de Deus, é verdade. Mais como explicar a vida, difícil? Não concordam?

Mas transcrevendo em palavras, poderíamos dizer que este é o período da vida que expressa mais vida, mocidade, vigor, varonilidade, este é o período da vida em que todos pensam que 
nunca vai acabar de tão bom que é. Por isso é nesse período que os jovens fazem planos, projetos, tomam decisões importantes e etc...

Este período também é marcado pela insegurança, isto porque o mancebo acabou de sair de debaixo das asas dos pais, e agora passa a olhar para o futuro sozinho, passa a entender que a vida não é tão fácil assim. Ser jovem é ser alegre, é gozar de abundância de força física, é romper com o impossível e o “proibido”,é andar segundo o próprio coração e satisfazê-lo.

Juventude é uma flor que desabrochou no tempo certo, e que por algum tempo continuará bela e formosa e chamando a atenção de todos, mas que um dia chega ao fim.
Juventude é a fase do preparo para uma vida mais madura (adulta) e capaz, e isto em todas as áreas da vida: moral, social, familiar, sentimental e espiritual, acadêmica e profissional. Em fim, ser jovem é ter a capacidade de realizar, sonhar, de viver acima das expectativas, mesmo sendo um período de definições, de complexos, de adaptações e carências. E na bíblia existem muitos conselhos para cada área da nossa vida, e conselhos são bons para nós, pois nos fazem saber para onde ir em muitos casos. E a bíblia nos orienta a tomar conselhos (Pv 1:14/15:22)

A bíblia aconselha os jovens em diversas áreas de suas vidas:

Na área espiritual – Aconselha os jovens a servirem a Deus de modo perfeito (Ec 12:1), antes que você não tenha mais prazer na vida (Ec 12: 2-5). Aconselha os jovens a terem um testemunho de vida exemplar em vários aspectos (1Tm 4:12).

Ensina aos jovens a praticarem boas obras (Tt 2:7a). Aconselha aos jovens a serem santos (1Ts 4:3-5). Ensina que os jovens devem ter confiança e esperança no Senhor, desde a mocidade (Sl 71:5)

Na área familiar – Aconselha os jovens a obedecerem aos mais velhos e a serem submissos, tanto aos pais quanto aos outros (1Pe 5:5).

Na área Social – A bíblia ensina aos jovens que no trato de uns com os outros deve haver humildade, e ainda adverte sobre a soberba (1Pe 5:5)

Na área sentimental – A bíblia aconselha aos jovens nesta área de maneira eficaz, e só fala de casamento como compromisso sentimental perfeito (Pv 5:15-20) em um regime monogâmico.

Na área acadêmica e profissional – A bíblia cita jovens de Deus, que eram belos, mais que eram muito inteligentes por estudarem, monstrando assim que todo jovem cristão deve estudar e trabalhar como faziam Daniel, Hananias, Misael e Azarias (Dn1:4,19,20) (Cl 3:22-25)

Na área Moral – A bíblia relata Paulo elogiando a Timóteo, por ter seguido seus ensinamentos também na vida moral (1Tm 3:10).



A VELHICE = A LONGEVIDADE DOS QUE SERVEM A DEUS
QUANDO SOMOS PRODUTIVOS

A nossa força é acrescentada - Sl 92.14 Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, Rm 4.19, E não enfraquecendo na fé, nào atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.

O nosso ânimo é fortalecido - Sl 18.32 Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho.  I Pe 5.10 E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá.

O nosso físico é preservado - Sl 92.13 Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus.  Sl 1.3 Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará

QUANDO SOMOS PROVEITOSOS

Ele nos torna incansáveis - Is 40.29a…Dá força ao cansado, 2 Co 2.9 E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.

Ele nos torna infatigáveis - Is 40.29b…e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor   2 Co 12.10 Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.

Ele nos torna inabaláveis - Sl 92.12 O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano.  Sl 125.1 OS que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.

QUANDO SOMOS ESFORÇADOS

Nossa vida é prolongada - Is 40.31a…Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças; subirão com asas como águias   Is 38.5 Vai, e dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos

Nossa vida é restaurada - Is 40.31d…caminharão, e não se fatigarão.  2 Re 5.14 Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado.

Nossa vida é revigorada - Is 40.31c…correrão, e não se cansarão  At 14.20. Mas, rodeando-o os discípulos, levantou-se, e entrou na cidade, e no dia seguinte saiu com Barnabé para Derbe.

AS DIMENSÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA

Corporal = Tudo o que vivemos na vida, suas alegrias como as suas tristezas, seus acertos como também seus erros, seu presente como seu passado, só são possíveis em razão da existência de nossa dimensão corporal. Possuímos um corpo e Salomão chama a atenção para esse fato: “E o pó volte à terra, como o era” (Ec 12.7a).

Esse texto mostra que o nosso corpo está sujeito às limitações do espaço e do tempo. Aqui debaixo do sol não deveríamos nos esquecer de que nosso corpo possui essa dimensão temporal. A propósito, a fisica define nosso corpo sendo um estado limitado da matéria. Nosso corpo possui limites! Por isso o que seremos amanhã depende muito do que fazemos com o nosso corpo agora.

A Escritura não vê nosso corpo como sendo algo mau ou ruim. Não, pelo contrário, a Bíblia mostra que a nossa dimensão tempo- ralé tão importante quanto a espiritual (1 Co 6.19,20). Devemos, pois, cuidar do nosso corpo e fazer uso dele para a glória de Deus.

A real importância da dimensão corporal do homem não tem sido bem entendida na nossa cultura ocidental. Isso se deve à influência da cultura grega que herdamos. Para os gregos, que se valiam de métodos metafisicos nas suas análises antropológicas, a parte mais importante do homem era a sua alma e não o seu corpo. Para eles, a alma seria a mais perfeita, portanto, a causa da existência e não o corpo que seria o seu efeito. Todavia os judeus, tendo em Filo de Alexandria o seu expoente maior, e o cristianismo paulino já viam o homem nas dimensões: somática (corpo); psíquica (alma) e espiritual (espírito).

O filósofo Battista Mondin mostra a importância da nossa dimensão corporal, pois sem um corpo:

- Não podemos nos alimentar.                                                                                                                  

- Não podemos nos reproduzir.                                                                                                      -Não podemos aprender.                                                                                                                    -Não podemos nos comunicar.                                                                                                              -Não podemos nos divertir.

Ele destaca ainda que é mediante o corpo que o homem é um ser social. Os fantasmas nos assustam porque não tem corpo. É mediante o corpo que o homem é um ser no mundo. Valorizemos e, portanto, cuidemos do nosso corpo!

Espiritual e psíquica = Se por um lado possuímos uma dimensão corporal, por outro Eclesiastes 12.7 revela também que possuímos uma outra dimensão — a espiritual: “E o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.7b). Aqui são duas dimensões, mas não independentes uma da outra. O homem é um ser integral, constituído de espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23).

Salomão omite em Eclesiastes 12.7 a parte psíquica, porque já falou dela com exaustão em todo o livro de Eclesiastes, especialmente no capítulo 12.1-6. O hebraico ruach é traduzido como vento, fôlego, hálito e espírito. O contexto desse capítulo, que faz um contraste entre o temporal e o eterno, não deixa dúvida de que esse termo significa “espírito” como a parte imaterial da qual o homem é constituído (1 Ts 5.23; 2 Co 5.8; Fp 1.23). Assim como cuidamos da nossa parte matéria devemos também cuidar da espiritual (2 Co 7.1; lTm4.8).

Se por um lado corremos o risco de negligenciar a nossa dimensão corpórea, por outro corremos o risco de superestimar a dimensão espiritual. Há cristãos que espiritualizam tudo! 

Caem numa passividade mental extremamente perigosa. Um outro dia um amigo pastor contou-me uma história cômica, mas que na verdade revela o erro onde muitos crentes estão caindo. Há na sua igreja um irmão que dizia não fazer nada sem Deus mandar. Não usava sua razão para nada, caiu numa total passividade mental. Meu colega observou que a situação chegou ao extremo quando certo dia recebeu uma ligação daquele irmão. Ainda não eram seis horas da manhã quando aquele irmão ligou perguntando ao pastor se poderia ir ao banheiro!

Como pastor também já pastoreei crentes assim. Nos casos que acompanhei pude constatar nesse irmão um tipo de esquizofrenia profunda que necessitava urgentemente de tratamento. São pessoas que começam a dialogar com uma voz interior e que passam a ser totalmente dependentes dos comandos dado por essa voz. Acreditam que essa voz seja Deus, mas na verdade trata-se de um distúrbio mental que precisa ser tratado com oração e medicamentos.

PRESTANDO CONTA DE TUDO

DE TUDO QUE FIZERMOS PRESTAREMOS CONTAS A DEUS  = Ecl 12.14.

O homem tem o livre arbítrio dado por Deus, por isto ele é um ser moral responsável por natureza, e, portanto, prestará contas a Deus por todos os seus atos praticados. Para Deus só tem valor o que o ser humano fizer espontaneamente por amor e devoção. O apóstolo João esclarece porque o homem é inescusável diante de Deus assim: “(...) Quem crê nele (em Jesus) não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.

E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas (pecados) do que a luz, porque as suas obras eram más”. (Jo 3.18-19). Jesus resumiu a essência do juízo vindouro assim: “(...) E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o filho do homem (Jesus). Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz, e os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida eterna, e todos que fizeram o mal para ressurreição da condenação”. Jo 5.27-29. (Ler: 2ª Co 5.10; Mt 25.31-46; Ap 20.11-15; 21.8)

TUDO ESTÁ DESCOBERTO DIANTE DE DEUS. Por que? Porque só Deus é onipotente, oniciente e onipresente. Estes atributos são exclusivos de Deus, por isto Ele é o juiz de toda terra. Textos bíblicos básicos: "Mas Deus é o Juiz: a um abate, e a outro exalta". Sl 75.7. "Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido" Lc 12.2; "E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar". Hb 4.13.

Vejamos os três níveis de julgamentos ou prestação de contas ao Senhor como Juiz:

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO QUE FIZEMOS BEM OU MAL

1. Das obras dos crentes no Tribunal de Cristo após o arrebatamento da Igreja: Todos crentes genuínos prestarão contas dos seus atos a Deus, conforme está escrito assim: “(...) v10 Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo. v11 Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus. v12 De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”. Rm 14.10-12; (...) “v10 Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal”. 2ª Co 5.10.

2. Das nações vivas na volta de Jesus para reinar (parousia): As nações vivas na segunda vinda de Jesus serão julgadas pelo o que fizeram aos seus “pequeninos irmãos” de raça que creram nEle, assim: (...) “v31 E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória; v32 e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. v33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. v34 Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; (...) v41 Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Mt 25.31-34, 41


O JUIZO VINDOURO PARA OS PERDIDOS

3. O juízo final no trono branco após o milênio: Este julgamento final é para manifestar a justiça de Deus e punir todos aqueles que praticaram atos pecaminosos de toda espécie sem se arrependerem e por não crerem em Jesus como Senhor e Salvador, como está escrito assim: (...) v11 E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. v12 E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. v13 E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. v14 E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. v15 E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”, Ap 20.11-15. “(...) v8 Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”. Ap 21.8.

4. O temor a Deus. Portanto, todo homem deve temer ao Senhor Deus e guardar os seus mandamentos, “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”. El 12.14. Os que permanecerem rebeldes em seus pecados desobedecendo aos mandamentos de Deus serão julgados pelas suas más obras e serão condenados eternamente, o que não desejamos de maneira nenhuma.

Conclusão

Todos que rejeitarem a Jesus como Senhor e Salvador de suas almas, portanto, rejeitando a graça suficiente de Deus em Cristo Jesus, morrem sob a ira de Deus debaixo da culpa do pecado, em conseqüência das suas obras pecaminosas, e por este motivo, serão condenados como está escrito em: Jo 3.36; “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”. (Jo 3.18-19, e Jo 5.27-29. Ap 20.13-15). Entretanto, quem se arrepender e crer no Evangelho da graça de Deus será salvo e terá a vida eterna, como disse Jesus assim: “(...) v24 Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”. É como disse, também, o apóstolo Paulo: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus é nosso Senhor”. Rm 6.23.



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Bíblia de Estudo Pentecostal
Livro = Sábios Conselhos Para Um Viver Vitorioso =Sabedoria Bíblica Para Quem Quer Vencer na vida! =  Josué Gonçalves