19 de fevereiro de 2014

Moisés — Sua liderança e seus auxiliares



Moisés — Sua liderança e seus auxiliares

Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

            Recaía sobre os ombros de Moisés a tarefa de organizar uma multidão tão grande e julgar o povo mesmo nas coisas insignificantes que surgiam entre eles a cada momento. Entre as tribos semitas nômades, o líder era também o legislador e o árbitro das disputas. Ele procurava fazer tudo não repartindo os trabalhos e responsabilidades entre diversas pessoas. Quando seu sogro Jetro o visitou, trazendo-lhe sua esposa e filhos, Moisés recebeu seu conselho, apesar de apresentar a Jetro duas boas razões por que ele resolvia sozinho todos os casos. Primeira, o povo requeria decisão que pudessem confiar ser a resposta do próprio Deus. Segunda, além de resolver a disputa imediata, ele podia usar o caso como base para transmitir princípios morais, estatutos, bem como leis específicas que diziam respeito a circunstâncias especiais. 

Jetro oferece sua solução para o problema. Em primeiro lugar, Moisés devia continuar a agir claramente como representante de Deus para com o povo, ensinando-os os princípios dados por Deus, pelos quais os muitos casos detalhados poderiam ficar decididos, e levando todos os casos especialmente difíceis diretamente a Deus (conf. Nm 9.6-8). Porém o trabalho poderia ser aliviado se fossem nomeados oficiais legais que ouvissem separadamente as disputas, segundo o grau de gravidade dos casos. 

A qualificação para os sub-juízes é que eles deveriam preocupar-se exclusivamente com a aprovação de Deus, e não do homem (conf. Êx 1.17), que fossem cândidos em seus vereditos, e que não se encurvassem aos subornos. No versículo 23 Jetro submete seu próprio conselho à aprovação final da orientação de Deus. Não somente aquele plano aliviaria Moisés, mas o povo retornaria satisfeito para suas tendas, sempre que tivessem trazido algum caso perante os oficiais locais. Após o conselho, Moisés organizou Israel em grupos e colocou chefes sobre estes para resolver as dificuldades. Parece que Moisés demonstrou grande sabedoria e humildade ao receber as sugestões de outros.

Há indícios que nesta ocasião Jetro se converteu à religião do Senhor. Ao ouvir falar dos prodígios que o Senhor havia feito, Jetro reconheceu que Deus era supremo sobre os deuses pagãos e lhe ofereceu sacrifício (18:8-12). Ross comenta: "Lembremo-nos de que um dos propósitos das pragas foi fazer que Faraó e todas as nações reconhe¬cessem que o Senhor é Deus." Aqui se observa entre os gentios algo das primícias resultantes dos juízos sobre o Egito.

            O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão sobre o assunto em tela. Extraídos dos comentários de Charles H. Mackintosh (1820 - 1896), os comentários desta lição focam em outra abordagem, diferente da abordagem do comentarista. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos, pontos de vista e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

I. O TRABALHO DO SENHOR E OS SEUS OBREIROS

Desde o versículo 13 até ao fim do capítulo fala-se da nomeação de chefes para ajudarem Moisés na administração dos negócios da congregação. Isto foi feito por sugestão de Jetro, que temia que Moisés desfalecesse totalmente em consequência do seu trabalho. Em relação com este fato, pode ser útil considerar a nomeação dos setenta anciãos em Números, Capítulo 11. Vemos ali o espírito de Moisés esmagado sob o peso da responsabilidade que pesava sobre si, e dá lugar à angústia do seu coração nas seguintes palavras: "Por que fizeste mal a teu servo, e por que não achei graça aos teus olhos, que pusesses sobre mim a carga de todo este povo?- Concebi eu, porventura, todo este povo?- Gerei-o eu, para que me dissesses que o levasse ao colo, como o aio leva o que cria, à terra que juraste a seus pais. Eu sozinho não posso levar a todo este povo, por que muito pesado é para mim. E, se assim fazes comigo, mata-me, eu te peço, se tenho achado graça aos teus olhos; e não me deixes ver o meu mal" (Nm 1:11-15).

Em todo este caso vemos como Moisés se retira de um lugar de honra. Se aprouve a Deus fazer dele o único instrumento da administração da Assembleia, isso foi para ele uma maior honra e um alto privilégio. É verdade que era uma grande responsabilidade; porém a fé teria reconhecido que Deus era amplamente suficiente para tudo. Todavia, Moisés perde o ânimo (servo abençoado como era) e diz, "eu sozinho não posso levar todo este povo, porque muito pesado é para mim. Mas ele não fora incumbido de levar todo o povo sozinho, porque Deus estava consigo. 

O povo não era demasiado pesado para Deus; era Ele que os suportava. Moisés era apenas o instrumento. Da mesma forma poderia ter dito que a sua vara levava o povo, porque o que era ele senão um simples instrumento nas mãos de Deus, da mesma forma que a vara o era nas suas? E neste ponto que os servos de Cristo falham constantemente; e a sua falta é tanto mais perigosa quanto é certo que se reveste da aparência de humildade. Fugir de uma grande responsabilidade dá a impressão de falta de confiança pessoal e de uma profunda humildade de espírito; porém, tudo que nos interessa saber é se Deus tem imposto essa responsabilidade. Sendo assim, Ele estará incontestavelmente conosco no seu desempenho; e, com a Sua companhia, podemos suportar todas as coisas. Com o Senhor o peso de uma montanha não é nada; sem Ele o peso de uma simples pena é esmagador. É uma coisa muito diferente se um homem, na vaidade do seu espírito, se apressa em tomar um fardo sobre os seus ombros, um fardo que Deus nunca teve intenção de ele levar, e, portanto, nunca o dotara para o conduzir; podemos, portanto, esperar vê-lo esmagado sob o peso. Porém, se é Deus que põe sobre ele esse fardo, Ele torna-o não só apto a conduzi-lo como lhe dá as forças necessárias.

II. O ENSINAMENTO PARA O SERVO DE CRISTO

O abandono de um posto divinamente indicado nunca é o fruto de humildade. Pelo contrário, a mais profunda humildade manifes-tar-se-á na permanência nesse posto em simples dependência de Deus. Quando recuamos ante algum serviço sob o fundamento de inaptidão é uma prova segura de estarmos ocupados com o ego — com nós próprios. Deus não nos chama para o serviço com base na nossa capacidade, mas, sim, na Sua; por isso, a menos que esteja ocupado com pensamentos a meu respeito ou com desconfiança n'Ele, não preciso abandonar qualquer posição de serviço ou testemunho por causa das muitas dificuldades relacionadas com ela. Todo o poder pertence a Deus, e é o mesmo quer esse poder atue por meio de um só instrumento ou mediante setenta; o poder é ainda o mesmo: contudo, se um instrumento recusa o cargo, tanto pior é para ele. Deus não obrigará ninguém a ocupar um lugar de honra, se não confiar em Si para o manter nele. O caminho está sempre aberto para poder descer do seu cargo e lançar-se no lugar onde a vil incredulidade quer colocar-nos.

Aconteceu assim com Moisés: queixou-se do fardo que devia levar, e o fardo foi imediatamente removido; porém com ele foi tirada também a grande honra de poder levá-lo. "E disse o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, de quem sabes que são anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da congregação, e ali se porão contigo. Então, eu descerei, e ali falarei contigo, e tirarei do Espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão o cargo do povo, para que tudo sozinho o não leves" (Nm11:16-17). Nenhum novo poder foi introduzido. Era o mesmo Espírito, que fosse num ou em setenta. Não havia mais valor ou virtude na natureza de setenta homens do que na de um só homem. "O Espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita" (Jo 6:63). Nada se ganhou, quanto ao poder, mas Moisés perdeu muito da sua dignidade.

Na segunda parte do capítulo onze de Números vemos como Moisés profere palavras de incredulidade, as quais lhe valeram uma severa reprimenda da parte do Senhor. "Seria pois encurtada a mão do Senhora Agora verás se a minha palavra te acontecerá ou não" (versículo 23). Se o leitor comparar os versículos 11 a 15 com os versículos 21 e 22, verá que existe uma relação solene e clara. O homem que recua perante a responsabilidade, com fundamento na sua própria fraqueza, corre grande perigo de pôr em dúvida a suficiência e plenitude dos recursos de Deus.

Esta cena ensina uma lição muito preciosa para todo o servo de Cristo que possa ser tentado a sentir-se só ou sobrecarregado com o seu trabalho. Convém que um tal servo se lembre que, onde o Espírito Santo está operando um só instrumento é tão bom e eficaz como setenta instrumentos; e onde Ele não opera, setenta não têm mais valor do que um só. Tudo depende da energia do Espírito Santo. Com Ele um só homem pode fazer tudo, sofrer tudo e suportar tudo.

Sem Ele setenta homens nada podem fazer. Que o servo solitário se recorde, para conforto e ânimo do seu coração fatigado, que, contanto que tenha consigo a presença e poder do Espírito Santo, não tem motivo para queixar-se da sua carga nem de suspirar por diminuição do seu trabalho. Se Deus honra um homem dando-lhe muito trabalho a fazer, regozije-se o tal no seu trabalho e não murmure; porque se murmurar pode perder rapidamente a sua honra. Deus não tropeça com dificuldades quando se trata de achar instrumen¬tos. Até das pedras podia levantar filhos a Abrão, e pode suscitar de essas mesmas pedras os instrumentos necessários para o cumprimento da sua obra gloriosa.

Ah! quem tivera um coração mais disposto a servi-Lo! Um coração paciente, humilde, consagrado e despido de si mesmo! Um coração pronto a servir com outros e disposto a servir só; um coração cheio de tal maneira de amor por Cristo, que encontra o seu gozo —o seu maior gozo—em servi-Lo, seja em que esfera for e qualquer que seja o caráter do serviço. Esta é certamente a necessidade especial dos dias em que nos caiu a nossa sorte. Que o Espírito Santo desperte em nossos corações um sentimento mais profundo da preciosidade excelente do nome de Jesus e nos habilite a dar uma resposta mais clara, completa e inequívoca ao amor imutável de Seu coração!

CONCLUSÃO

Na confecção deste pequeno estudo, buscamos consultar literatura que mais se aproxima com o pensamento de nossa denominação, tentando não perder a coerência teológica. Evitamos expressar conceitos e opiniões pessoais sem o devido embasamento na Palavra, pois a finalidade é agregar conhecimentos, enriquecer a aula da escola dominical e proporcionar ao professor domínio sobre a matéria em tela. Caso alcance tais finalidades, agradeço ao meu DEUS por esta grandiosa oportunidade.


                                                       Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR


11 de fevereiro de 2014

OS DEZ MANDAMENTOS DO SENHOR



OS DEZ MANDAMENTOS DO SENHOR

TEXTO ÁUREO = “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.”

VERDADE PRÁTICA = A lei expõe e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo seu sangue expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé.

LEITURA BIBLICA = Êxodo 20: 1-5, 7-10,12-17

INTRODUÇÃO

O povo de Deus, desde os tempos da criação, é um povo que vive debaixo de normas e orientações divinas. Essas normas foram anotadas e transmitidas oralmente. Com o povo de Israel, o Senhor mandou que Moisés escrevesse os mandamentos, os juízos e os estatutos, que reunissem a lei do Senhor. Os dez mandamentos são um conjunto de normas espirituais, éticas e morais, para o povo que Deus escolheu para representá-lo entre todas as nações do mundo, como Sua propriedade peculiar, reino sacerdotal e povo santo (Êx 19.5-7).

1. SIGNIFICADO E CLASSIFICA ÇAO DO DECÁLOGO

Os dez mandamentos são chamados, também de “O Decálogo”, expressão que vem do Grego (Dekálogos), significando “dez palavras”, ou dez princípios, leis ou mandamentos (Dt 4.13). Existem diversas classificações quanto à ordem dos dez mandamentos. Umas, por conveniência, e outras, por erro de interpretação.

1. Classificação católica e luterana. O primeiro mandamento é a reunião dos Êx - 20.2-6.0 segundo, o versículo 7; Do terceiro ao 8º,  mandamentos, incluem os versículos 8 a 16; o nono e o décimo mandamentos são resumidos no versículo 17 de 20. Esta classificação é enganosa, pois procura evitar o destaque de Êx 20.4, como o segundo mandamento, que proibe fazer imagens de esculturas e o v.5, que proibe encurvar-se a elas. Essa artimanha doutrinária é freio da concepção idolatrada Igreja Católica. Os luteranos também a adotam.

2. Classificação correta. A Igreja Evangélica, em geral, adota como válida a classificação que considera o primeiro mandamento como sendo Êx 20.3; o segundo (v.4-6); o terceiro (v.7); o quarto (v.8-11); o quinto(v.12); o sexto (v.13); o sétimo (v.14); o oitavo (v.15); o nono (v.16) e o décimo, todo o versículo 17. Essa ordem é aceita desde a Igreja Primitiva, pela Igreja Ortodoxa Oriental e pelas igrejas protestantes em geral (Comentário Bíblico Moody, p.90). Essa discrepância doutrinária mostra como pensadores e lideres religiosos procuram torcer a Palavra de Deus, de modo a acomodá-la a seus dogmas e ensinamentos tendenciosos. Eles incorrem na repreensão do Senhor (Jr 22.36b).


IL ABRANGÊNCIA DO DECÁLOGO

1. No aspecto estrito. Os dez mandamentos, sob o ponto de vista estrito, contém normas de relacionamento entre o povo de Israel e o seu Deus e entre os indivíduos e o seu próximo. O Decálogo proibe matar (6º mandamento). Cristo, doutrinando sobre o assunto, disse que era pecado não só matar, mas, até, encolerizar-se, sem motivo, contra o seu irmão (Mt 522). Nesse aspecto estrito, tem-se, por exemplo, a guarda literal do sábado como sétimo dia da semana. Somente pari os judeus foi isso determinado (Ex 31.12-18; Ez 20. 12- 13,20; Cl 2.16-17) e não para todos os povos.

2. No aspecto mais amplo. O Decálogo contém normas que servem para todos os povos, respeitando-se sua aplicação, de acordo com o entendimento abrangente dos propósitos neles incluídos.

Enquanto para o judeu, o sábado deveria ser observado estritamente, no seu aspecto moral e cerimonial, para outro povo serve a recomendação quanto a observar- se um dia de descanso na semana, para restauração das energias físicas e espirituais. Não matar, não cobiçar nada do próximo, honrar os pais, e não ter outros deuses além do Senhor, é, em essência, o desejável para todos os povos e nações.

3. Cristo e o Decálogo. O Senhor Jesus Cristo, doutrinando sobre o cumprimento da lei, fez alusão ao comportamento dos escribas e fariseus. que procuravam ser legalistas, observando o aspecto formal da lei, mas não praticavam de verdade, no dia-a-dia, o que era mais importante para a vida espiritual. Por isso, o Senhor disse aos seus discípulos que a justiça deles deveria exceder à dos escribas e fariseus (Mt 5.20). Em seguida, o Mestre demonstrou, no Sermão da Montanha, como Ele entendia e ordenava aos seus seguidores o cumprimento dos mandamentos:

= 6º.- mandamento: não matarás. Jesus disse: “Qualquer que se encolerizar, sem motivo, contra seu irmão, será réu de juízo”. “Qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno” (Mt 5.22).

= 7º.- mandamento: não adulterarás. Jesus disse: “Qualquer que atentar numa mulher para cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28).

Com esses exemplos, o Senhor Jesus mostrou que ele não é um legalista formal. Ele exige dos seus servos não apenas o cumprimento exterior, mas o cumprimento interior das normas da lei.

4. O Decálogo e sua unidade com a lei. Alguns crentes, adeptos do legalismo, fazem questão de dividir a lei em aspectos ou partes, a fim de melhor se acomodarem com suas doutrinas e equívocos teológicos. Dentre esses, os mais conhecidos são os Adventistas do Sétimo Dia. Eles dividem a lei em:

1) Lei Moral, compreendendo os dez mandamentos e

2) Lei cerimonial, que compreende os demais preceitos da lei. Há quem veja, ainda, um terceiro aspecto:

A lei Social ou Civil. Esse arranjo doutrinário nada mais é do que a tentativa de legitimar a doutrina da guarda do sábado. Dizem eles que Jesus Cristo aboliu a lei cerimonial (sacrifícios, rituais,etc), mas que não aboliu a lei moral (os dez mandamentos), entre os quais está a guarda do sábado. Entretanto, nem Jesus nem os apóstolos fizeram qualquer referência a essa divisão (arbitrária) da lei. No Sermão da Montanha, que contém as “leis do Reino”, vemos o Senhor referir-se à lei de modo geral, incluindo ou não os dez mandamentos. Em Mt 5.21, refere-se ao 6 mandamento; em Mt 5.28, refere-se ao 7º. mandamento; em Mt 5.31, refere- se ao divórcio, que não está nos dez mandamentos, mas está na lei, e dá sua determinação sobre o assunto; Em Mt 5.43, Jesus refere-se ao amor ao próximo, que está na lei, mas não nos dez mandamentos (Lv 19.18).

Paulo, referindo-se à lei, não faz qualquer distinção entre moral e cerimonial. Em 01 5.3, ele diz que os que querem justificar-se pela lei estão separados de Cristo; que são malditos os que não permanecem em todas as coisas da lei ( Gl 3.10).

Naquilo em que os adventistas chamam de lei cerimonial, há inúmeros preceitos morais. Por exemplo: Não afligir a estrangeiros, órfãos e viúvas (Êx 22.21,22). É preceito altamente moral e não cerimonial. Não torcer o juízo (Dt 16.19). Estes e outros são preceitos morais, que, no entanto, não estão no Decálogo. Diante disso, verifica-se que os dez mandamentos e os outros preceitos da lei constituem uma unidade do velho concerto, abolido por Cristo (2 Co 3.14). O Novo Testamento (concerto), trazido por Cristo, é superior ao de Moisés (Jo 14.15; 1 Jo 2.3,10; 3.22-24; 4.21; 5.1-3; 01 6.2). Os mandamentos de Cristo não são só dez. São todo o NT.

OS DEZ MANDAMENTOS (Êx 20.1-17).

Os quatro primeiros referem-se aos deveres do homem para com Deus. Os outros seis, incluem os deveres do homem para com os seus semelhantes.

1º = “Não terás outros deuses diante de mim” (v.3). Refere-se ao único Deus. Nenhuma adoração a santos, anjos ou a outra criatura ou objeto é permitido pelo Senhor.

2º. “Não farás para ti Imagem de escultura”; “não te encurvarás a elas nem as servirás” (v.4-6). Lembra que Deus é Espírito e não admite ser adorado por meio de imagem de homem ou de qualquer criatura.

3º. “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (v.7). Evidencia a santidade de Deus, não sendo permitido o uso de seu nome de modo vão, desrespeitoso ou frívolo.

4º., “Lembra-te do dia do sábado para o santificar” (v.8). Lembra que Deus é o Senhor, criador de todas as coisas; lembra a sua soberania sobre a criação. A palavra sábado, em heb. shabbath, do verbo sabath, significa “cessar” ou “descansar” de trabalhar. Para os judeus, era um concerto perpétuo (Êx 31.12-18).

5º., “Honra a teu pai e a tua mãe” (v.12). Impõe o respeito à autoridade paterna, como símbolo do respeito à autoridade de Deus. É o primeiro mandamento com promessa (Ef 6.2,3).

6º. “Não matarás” (v.13). Defende a preservação da vida como dom de Deus, proibindo o homicídio. No tempo de Moisés, era permitida a,pena de morte pela autoridade judicial (Ex 21.12-15).

7º. “Não adulterarás” (v.14). Refere-se à santidade e pureza do casamento. O Senhor Jesus, no Novo Contesto, trouxe nova maneira de aplicar esse mandamento, tornando-o mais abrangente (Mt 5.28).

8º. “Não furtarás” (v.15). Valoriza o respeito à propriedade dos bens alheios. Há muitas maneiras de desrespeitar esse mandamento. Não é só pela apropriação indevida de coisa materiais; não pagar o salário condignamente, é furtar o direito do trabalhador.

9º. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (v.16). Uma pessoa pode prejudicar a boa reputação de alguém, mediante uma calúnia. O Código Penal é severo, quando dispõe sobre os crimes de calúnias, injúria ou difamação. É interessante notar-se que, em muitas igrejas, alguém é excluído por causa do adultério (7 mandamento), mas ninguém é excluído por causa dos pecados contra os mandamento. Isso é praticar dois pesos e duas medidas, é 
juízo contrário a Palavra de Deus.

10’. “Não cobiçarás...” (v.17). Cobiçar é atitude mental, interior, apenas sentida pelo pecador. Deus não quer santidade apenas no exterior. Ele quer a santidade do corpo, da alma e do espírito. O último mandamento proibe cobiçar a casa do próximo, sua mulher, seu servo ou serva, seu boi ou jumento, etc. Esse mandamento é tão importante quanto os outros, pois o pecado, antes de ser praticado, começa na mente, no desejo interior (Tg 1.14,15). No Velho Testamento, o Decálogo é o princípio básico do Velho Concerto. No Novo Testamento, o Sermão da Montanha (Mt 5.6 e 7), proferido por Cristo, é mais abrangente, pois inclui todos os princípios do Decálogo, em conformidade com a vida cristã, expressando no N. Testamento. Jesus resumiu toda a lei em dois mandamentos: Amar a Deus e amar ao próximo (Mt 22.37-40; Rm 13.8-10).


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS                   
 Lições bíblicas CPAD 1991



ESTUDO COMPLEMENTAR

OS DEZ MANDAMENTOS, 20.1-17

Deus falou (1) com o povo do monte em chamas. O texto em Deuteronômio declara nitidamente que Deus “no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz” (Dt 5.22) deu estes mandamentos para a assembléia. Não sabemos como Deus falou em voz audível, mas Israel entendia que a voz que ouviam era de Deus. Esta era “uma voz audível e terrível, a voz de Jeová, soando como trombeta pela multidão (19.16; 20.18)”.’ Este modo de descrever o evento não indica que Deus tenha cordas vocais como o homem, mas assevera que Deus criou um som audível que, de forma inteligível, enunciava suas palavras para o homem. Depois que ouviram aquela voz, preferiram que Moisés (19) lhes falasse.

E importante saber que era o SENHOR, teu Deus (2), que estava falando. Nos dias de hoje, quando se fala em “nova moralidade” e quando há teólogos que anunciam que “Deus está morto”, precisamos saber onde está a autoridade divina. Estas palavras foram ditas por Deus ao povo como normas orientadoras para toda a humanidade. Não basta afirmar que são pertinentes apenas para a época em que foram dadas. “Deus queria que os israelitas entendessem claramente que fora Ele mesmo que lhes dera os mandamentos.”

Além disso, as pessoas ouviram todas estas palavras (1). No original hebraico, os Dez Mandamentos são chamados “dez palavras” (34.28; Dt 4.13; 10.4; daí o título Decálogo, lit., “dez palavras”). Estes dizeres não foram copiados do Egito ou de outras nações, como alguns suspeitam. “As declarações do monte Sinai são nobres e inteiramente diferentes de qualquer coisa encontrada em todo o conjunto da literatura egípcia.”

Deus deu estas palavras não como meio de salvação, porque este povo já estava salvo do Egito, mas como norma de conduta. Levando em conta que a obediência era uma cláusula para a continuação do concerto (19.5), estas palavras se tornaram a base de perseverança na qualidade de povo de Deus. Paulo deixou claro que a observância da lei não é meio de salvação pessoal, pois a justificação é pela fé em Cristo (Gl 2.16). A lei conduz a Cristo, mas não salva (Gl 3.24). “Se não é verdade que podemos cumprir a lei para ganhar o céu, é igualmente falso que podemos quebrá-la sem sermos punidos ou sentirmos remorso.”7 Deduzimos que esta lei moral foi dada como fundamento providencial para a fé do povo de Deus. Quem o ama observa sua lei.

Dividir a lei em lei moral, lei cerimonial e lei civil é, por um lado, útil, e, por outro, enganoso. Lógico que a lei moral do Decálogo é básica e expressa a responsabilidade de todos os homens. Mas as outras leis dadas a Israel também eram igualmente obrigatórias.

As leis de Deus eram demonstração de sua justiça por meio de símbolos e forneciam uma disciplina pela qual os israelitas poderiam ser conformados à santidade de Deus. As leis sociais e cerimoniais mudam, mas as relações fundamentais entre Deus e o homem, e entre os homens, conforme exaradas no Decálogo, são eternas.

A divisão dos Dez Mandamentos é entendida de modos variados. Seguindo Agostinho, a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Luterana consideram os versículos 2 a 6 o primeiro mandamento e dividem o versículo 17, que trata da cobiça, em dois mandamentos. O judaísmo hodierno reputa que o versículo 2 ordena a crença em Deus e é a primeira palavra; e combina os versículos 3 a 6 na segunda. A divisão aceita nos primórdios da igreja torna o versículo 3 o primeiro mandamento e os versículos 4 a 6 o segundo. Esta posição foi “apoiada por unanimidade pela igreja primitiva, e é mantida hoje pela Igreja Ortodoxa Oriental e pela maioria das igrejas protestantes”.

Os primeiros quatro mandamentos compõem a primeira tábua do Decálogo e mostram a relação apropriada do homem com Deus. Têm seu cumprimento no primeiro grande mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37). Os últimos seis mandamentos lidam com as relações humanas e cumprem-se no amor ao próximo como a si mesmo.

1. O Primeiro Mandamento: Não Ter Outros Deuses (20.3)

O versículo 2 é a introdução do primeiro mandamento. Deus identifica quem tirou os filhos de Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que ele os libertara e provara que era supremo, eles tinham de torná-lo seu Deus. Não havia lugar para competidores. Todos os outros deuses eram falsos.

Diante de mim (3) significa “lado a lado comigo ou além de mim”.2° Deus não esperava que Israel o abandonasse; Ele sabia que o perigo estava na tendência de prestar submissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do judaísmo e do cristianismo.

“O primeiro mandamento proibe todo tipo de idolatria mental e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os sentidos.” Não existe verdadeira felicidade sem Deus, porque Ele é a Fonte de toda a alegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento e acaba na penúria e em meio a acontecimentos trágicos.

2. O Segundo Mandamento: Não Fazer Imagens (20.4-6)

“Como o primeiro mandamento afirma a unidade de Deus e é um protesto contra o politeísmo, assim o segundo afirma sua espiritualidade e é um protesto contra a idolatria e o materialismo.”

Embora certas formas de idolatria não sejam materiais — por exemplo, a avareza (Cl 3.5) ou a sensualidade (Fp 3.19)—, o segundo mandamento condena primariamente a fabricação de imagens (4) na função de objetos de adoração. Este tipo de idolatria sempre existiu entre os povos pagãos mais simplórios do mundo. A história de Israel comprova que esta tentação é traiçoeira.

Estas imagens pagãs eram feitas na forma de coisas vistas no céu, na terra e nas águas. Estas imagens não deveriam se tornar objetos de adoração: Não te encurvarás a elas (5). Os versículos 4 e 5 devem ser considerados juntos. Não há condenação para a confecção de imagens, contanto que não se tornem objetos de veneração. No Tabernáculo (25.31-34) e no primeiro Templo (1 Rs 6.18,29) havia obras esculpidas. A idolatria consiste em transformar uma imagem em objeto de adoração e atribuir a ela poderes do deus que representa. Se considerarmos que gravuras ou imagens de pessoas possuam poderes divinos e que sejam adorados, então elas se tornam ídolos.

Deus apresentou os motivos para esta proibição. Ele é Deus zeloso, no sentido de que não permite que o respeito e a reverência devidos a Ele sejam dados a outrem. Deus não regateia o sucesso ou a felicidade para as pessoas, como faziam os deuses gregos. E para o bem dos filhos de Deus que eles devem consagrar e reverenciar o nome divino.

Deus pune a desobediência (5) e recompensa a obediência (6). Muitos questionam o julgamento nos filhos de pais ofensores, mas tais julgamentos são temporários (ver Ez 18. 14-17) e aplicam-se às conseqüências, como, por exemplo, doenças, que naturalmente seguem as más ações. O medo de prejudicar os filhos deveria exercer coibição salutar na conduta dos pais. As perdas que os filhos sofrem por causa da desobediência parental podem levar os pais ao arrependimento. Na pior das hipóteses, a pena vai até à terceira e quarta geração, ao passo que a misericórdia é mostrada a mil gerações quando há amor e obediência.

3. O Terceiro Mandamento: Não Tomar o Nome de Deus em Vão (20.7)

Tomar o nome do SENHOR, teu Deus, em vão é “recorrer ao irrealismo, ou seja, servir-se do nome de Deus para apelar ao que não é expressão do caráter divino”.24 Tal uso profano do nome de Deus ocorre no perjúrio, na prática da magia e na invocação dos mortos. A proibição é contra o falso juramento e também inclui juramentos levianos e a blasfêmia tão comum em nossos dias. “Este mandamento não obsta o uso do nome de Deus em juramentos verdadeiros e solenes.”

Deus odeia a desonestidade, e é pecado sério alguém usar o nome divino para encobrir um coração mau, ou para se fazer melhor do que se é. A pessoa que procura disfarçar uma vida pecaminosa, ao mesmo tempo em que professa o nome de Cristo, quebra este terceiro mandamento.

Tais indivíduos são culpados diante de Deus (7) e só recebem misericórdia depois de se arrependerem. Os justos veneram o nome de Deus por ser santo e sagrado.

4. O Quarto Mandamento: Santificar o Sábado (20.8-11)

O uso do verbo lembra-te (8) insinua que é fácil negligenciar o dia santo de Deus. Tinha de ser mantido em ininterrupta consciência e santificado, ou seja, “retirado do emprego comum e dedicado a Deus” (ATA). Todo o trabalho comum seria feito em seis dias (9), ao passo que o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus (10). Era um dia dedicado, separado, a ser dado inteiramente a Deus.

Ninguém deveria trabalhar neste sétimo dia. O senhor não deveria fazer seus servos trabalharem. Até os animais tinham de descansar do trabalho cotidiano. Havia proibições específicas, como a ordem de não colher maná (16.26), não acender fogo (35.3), não apanhar lenha (Nm 15.32-36). Embora o foco seja negativo, a lei permitia o trabalho necessário, como o trabalho de sacerdotes e levitas no Templo, o atendimento a doentes e o salvamento de animais (cf. Mt 12.5,11).

A razão para observar o sábado é que Deus fez a terra em seis dias e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do sábado e o santificou (11).

As Escrituras não fazem uma lista de coisas que se deve fazer no sábado. A inferência inequívoca é que o dia é de descanso e adoração. As ocupações seculares e materialistas devem ser substituídas por atividades espirituais. Cristo condenou o legalismo que deu ao dia a forma severa e insensível, embora não tenha anulado a sacralidade do dia. Foi ordenado para o bem do homem (Mc 2.23-28).

A observância do dia do Senhor (domingo) como o sábado cristão preserva o princípio moral que há neste mandamento. A mudança do sábado judaico para o sábado cristão foi feita gradualmente sem perder necessariamente o propósito de Deus para este dia santo. Notamos que os versículos 9 e 10 não especificam o sábado nem “o sétimo dia da semana” como o dia do descanso sabático. A letra do mandamento é cumprida pela observação do dia seguinte aos seis dias de trabalho, como faz o cristão.

5. O Quinto Mandamento: Honrar os Pais (20.12)

Honra a teu pai è a tua mãe é o primeiro mandamento em relação aos homens e rege o primeiro relacionamento que a pessoa tem com outrem: a relação dos filhos com os pais.
Este mandamento é tão básico que é amplamente universal. A maioria das sociedades reconhece a importância de filhos obedientes. A melhor exegese deste versículo é a exortação de Paulo encontrada em Efésios 6.1-3, onde ele destaca as responsabilidades de pais e filhos.
Com este mandamento ocorre uma promessa. Quem honra os pais tem a garantia de vida longa. O propósito desta promessa visava a nação em sua permanência na Palestina e o indivíduo que obedece. A promessa ainda vigora: a nação cujos filhos são obedientes permanece sob a bênção de Deus, e os indivíduos obedientes aos pais têm a promessa de vida mais longa. Haverá exceções a esta regra, mas aqui destacamos sua aplicação geral.

6. O Sexto Mandamento: Não Matar (20.13)

A vida é a possessão humana mais estimada e é errado privar alguém da vida sem justa causa. A história de Israel mostra que este mandamento não é absoluto. Houve a adição de outras cláusulas, como o homicídio desculpável (21.13), o homicídio acidental (Nm 35.23) e o homicídio justificável (22.2). Israel também foi autorizado a matar os inimigos. Não há exegese racional que condene a pena de morte ou a guerra simplesmente com base neste mandamento. Jesus esclareceu seu significado quando o citou: “Não matarás” (Mt 19.18).

Não há justificativa para a instigação de motins e rebeliões desnecessárias ou outras condições semelhantes que levem ao derramamento de sangue. Há responsabilidade evidente pelo cuidado adequado em viagens, projetos construtivos e jogos esportivos onde haja perigo. Esforços individuais e comunitários são necessários para a preservação da vida humana. Mas este mandamento não requer nem justifica o prolongamento da vida por meio de remédios e equipamentos auxiliares quando a esperança pela vida normal se extingue.

7. O Sétimo Mandamento: Não Adulterar (20.14)

A pureza sexual é o princípio subjacente neste mandamento. Adultério constituiu-se em relações sexuais ilícitas feitas por alguém casado. Tratava-se de pecado contra a família. Mas este mandamento é aplicável a todos os tipos de imoralidade sexual. A concepção em vigor atualmente que afirma haver exceções a esta regra não tem justificativa. Jesus deixou claro que o adultério está no coração e ocorre antes do ato (Mt 5.28). Este mandamento condena todas as relações sexuais que acontecem fora do laço matrimonial. Também infere a proibição de atos que precedem e conduzem ao ato sexual.

8. O Oitavo Mandamento: Não Furtar (20.15) -

Este mandamento regula o direito da propriedade particular. E errado tomar de outro o que é legalmente dele. Constitui roubo quando a pessoa se apossa do que legalmente pertence a uma empresa ou instituição. Não há justificativa para a “apropriação” mesmo quando a pessoa sente que o produto lhe é devido.

Este mandamento é quebrado quando a pessoa intencionalmente preenche a declaração do Imposto de Renda com informações falsas, desta forma retendo tributos devidos ao governo. Esta prática é imprópria mesmo que o cidadão desaprove o governo.

Também passa a ser roubo o ato de tirar vantagens de outrem na venda de propriedades ou produtos, ou na administração de transações comerciais. E impróprio pagar salários mais baixos do que devem receber por direito. O amor do dinheiro é o pecado básico condenado por este mandamento. A obediência é perfeita somente com um coração puro.

9. O Nono Mandamento: Não Dar Falso Testemunho (20.16)

Enquanto que o roubo nos priva da propriedade, a conduta da falsa testemunha nos rouba da boa reputação. Seja no tribunal ou em outro lugar, nossa palavra sempre deve ser verdadeira. Não devemos divulgar um relato até que verifiquemos sua veracidade. A repetição da fofoca é imoral; antes de falar devemos averiguar a correção do que dizemos. Há ocasiões em que mesmo a informação verdadeira não deve ser propagada; não temos a obrigação de anunciar a todos o que sabemos que é a verdade. Mas quando falarmos, até onde sabemos, sempre devemos dizer a verdade.

10. O Décimo Mandamento: Não Cobiçar (20.17)

Este último mandamento está por baixo dos quatro precedentes, visto que atinge o propósito do coração. Matar, adulterar, roubar e mentir são resultados de desejos errados que inflamam nosso ser. E singular que a lei hebraica inclua este desafio ao nosso pensamento e intenção. “Os antigos moralistas não reconheciam esta condição” e não condenavam os desejos maus. Mas é no coração onde se inicia toda a rebelião, e este mandamento revela o aspecto interior de todos os mandamentos de Deus.

Paulo reconheceu este aspecto interior da lei quando se conscientizou de sua condição pecaminosa (Rm 7.7). Muitas pessoas são absolvidas de crimes com base em atos exteriores, mas são condenadas quando levam em conta os pensamentos interiores. Estes desejos cobiçosos são, por exemplo, pela propriedade ou pela mulher pertencente ao próximo (17). Tais desejos criminosos precisam ser purgados pelo Espírito de Deus; só assim viveremos em obediência perfeita à santa lei de Deus.

O MEDO DO Povo, 20.18-20

Os israelitas estavam perto de uma montanha em chamas e ouviram a voz do Deus Todo-Poderoso. Que experiência tremenda! Quando viram esse cenário, afastaram-se e se puseram de longe (18). O medo tomou conta deles. Pediram a Moisés que lhes servisse de intermediário, dizendo:

Fala tu conosco, e ouviremos; e não fale Deus conosco, para que não morramos (19). Nestas circunstâncias, sentiram que não estavam tão preparados para questionar a posição de Moisés como profeta de Deus como antes estiveram (17.1-4).

Moisés lhes deu uma palavra tranqüilizadora. Não havia necessidade de temerem excessivamente, pois Deus veio para provar-vos (20), ou seja, “testar se vós respeitareis seus mandamentos”. Não precisavam ter medo dos relâmpagos, mas deviam ter um temor santo para que não pecassem contra Deus. Os filhos de Deus não precisam ter medo das providências divinas, mas é essencial possuírem um temor piedoso que os leve à reverência e obediência.

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

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