12 de março de 2014

DEUS ESCOLHE ARÃO E SEUS FILHOS PARA O SACERDÓCIO



DEUS ESCOLHE ARÃO E SEUS FILHOS PARA O SACERDÓCIO

TEXTO ÁUREO  = “E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra” (Ap 5.10).

VERDADE PRÁTICA = Cristo nos fez reis e sacerdotes, para anunciarmos as virtudes do seu Reino.

LEITURA BIBLICA = Exodo 28: 1-1

INTRODUÇÃO

Em Êxodo 28:1 aprendemos que Arão e seus filhos foram separados para o ministério de sacerdote no Tabernáculo. Tudo que diz respeito ao oficio deles, das suas roupas e consagração, é introduzido aqui, pois estas coisas devem ser vistas como parte do Tabernáculo e dos seus serviços. Como revelado em Êxodo 39:32, o Tabernáculo não estava completo até que as vestimentas sacerdotais estivessem prontas.

Descrição Geral

Desde que o pecado entrou no mundo o homem tem sentido a necessidade de um sacerdote. Até mesmo as religiões pagãs incluem uma classe especial de sacerdotes para intermediar entre o devoto e seu deus. O desejo de um sacerdote vem do sentimento de culpa e a necessidade de um mediador entre a pessoa e Deus.

Os sacerdotes Levíticos foram ordenados por Deus sob o regime da Velha Aliança para servirem no Tabernáculo e na adoração no Templo. Seu trabalho era simbólico e tipificava o verdadeiro sacerdócio de Jesus Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote.

O trabalho destes sacerdotes é resumido em Hebreus 5:1-2. Eles deviam ser descendentes de Arão e tinham de preencher qualificações rígidas (Levítico 21). O traje deles é descrito em Êxodo. Todo serviço do Tabernáculo estava sob os cuidados deles. Eles ofereciam sacrifícios, aspergiam sangue, queimavam incenso, trocavam os pães da proposição e transportavam o Tabernáculo quando necessário. Muitos dos deveres ligados à pureza cerimonial de Israel estavam também nas mãos deles (Levítico 12-15 nos dá um exemplo disto). E por fim, os sacerdotes deveriam instruir a nação na lei de Deus (Deuteronômio 33:10).

O Típico Significado do Sacerdócio Levítico

O sacerdócio Levítico foi instituído para prefigurar o ofício e obra sacerdotal de nosso Senhor. Estes sacerdotes judeus ilustravam a obra de Cristo tanto por comparações quanto por contrastes. Os contrastes revelam a superioridade do Seu sacerdócio. Note primeiramente as seguintes comparações:

A. Os sacerdotes Levíticos eram ungidos para o seu ofício (Êxodo 29:7, Levítico 8:12). Jesus é o Cristo. Cristo significa !o ungido?.

B. Nosso Senhor, se tornou sacerdote pela autoridade divina (Hebreus 5:4-5), assim como os sacerdotes do Velho Testamento.

C. Os sacerdotes Levíticos eram homens e podiam sentir empatia pelo povo (Hebreus 5:1-2). Jesus Cristo tomou sobre si a natureza humana a fim de que pudesse ser um Sumo Sacerdote compassivo para o Seu povo (Hebreus 2:14-18).

D. Os sacerdotes Levíticos ofereciam sacrifícios pelo povo e intercediam a Deus a favor deles (Hebreus 5:1-2). Cristo, nosso grande sumo sacerdote, se deu a si mesmo como nosso sacrifício e vive para interceder por nós (Hebreus 9:11-12, 24-28).

E. As qualificações para a o sacerdócio da Velha Aliança asseguravam que, no mínimo, eles estavam cerimonialmente e oficialmente santos. Nosso Senhor em verdade era perfeitamente santo (Hebreus 7:26).

Note agora alguns contrastes entre Cristo e os sacerdotes Levíticos:

F. Enquanto os sacerdotes Levíticos eram meramente homens, nosso grande sumo sacerdote era tanto homem quanto Deus. A Epístola aos Hebreus que fala muito a respeito do sacerdócio de Cristo, começa com um capítulo assegurando a Sua deidade (Hebreus 1:1-14). Sendo tanto homem quanto Deus Cristo pode verdadeiramente atuar como nosso mediador (I Timóteo 2:3-5).

G. Enquanto os sacerdotes Levíticos eram sacerdotes terrenos sobre uma casa terrena, nosso Salvador é um sacerdote celestial sobre uma casa celestial (Hebreus 8:1-2, 9:24).

H. Enquanto não havia nenhum juramento conectado a consagração dos sacerdotes Levíticos, nosso Senhor foi feito sacerdote pelo juramento de Deus (Salmo 110:4, Hebreus 7:21 e 28).

I. Os sacerdotes terrenos eram pecadores e necessitavam se purificar através do sacrifício. Nosso Salvador era santo e sem pecado (Hebreus 7:26-28).

J. Os sacerdotes Levíticos nunca se sentavam quando ministravam, pois seu trabalho nunca acabava. Suas ofertas realmente nunca tiravam o pecado (Hebreus 10:11). O sacrifício de nosso Senhor tirou de uma vez por todas os nossos pecados. Ele agora está assentado á direita de Deus (Hebreus 10:11-13).

K. Os sacrifícios dos sacerdotes Levíticos eram muitos porque eram apenas meras figuras e não podiam tirar os pecados (Hebreus 10:1-4). Cristo ofereceu apenas um sacrifício que é eternamente o suficiente para salvar o Seu povo (Hebreus 10:10-14).

L. Os sacerdotes Levíticos eram muitos enquanto nosso verdadeiro sacerdote apenas Um (Atos 4:12).

M. Os sacerdotes do Velho Testamento morreram enquanto nosso Salvador vive para sempre (Hebreus 7:22-25).

N. Os sacerdotes Levíticos pertenciam a um típico e temporário sistema baseado na aliança que terminou um dia. Nosso Senhor tem um real e imutável sacerdócio (Hebreus 7:11-12, 24-25).

O. Finalmente, os sacerdotes Levíticos pertenciam a uma ordem diferente de nosso Senhor. Ele era sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hebreus 7:17). Isto será explicado na próxima seção.

 O Sacerdócio de Melquisedeque

Nós aprendemos muito a respeito de nosso Salvador contrastando o sacerdócio Levítico com o de Melquisedeque. Vamos estudar a base necessária de informações e então faremos estes importantes contrastes.

Em Gênesis 14:18-20 encontramos Melquisedeque. Esta misteriosa pessoa era tanto rei de Salém (Jerusalém) quanto sacerdote de Deus. Abraão, reconhecendo sua grandeza, pagou-lhe os dízimos. Em Salmo 110:4 lemos que o Messias seria sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. O autor de Hebreus usa isto para ensinar algumas grandes verdades:

P. Abraão era o pai (ancestral) dos sacerdotes Levíticos, mas ainda assim reconheceu que Melquisedeque era seu superior e lhe pagou os dízimos. Portanto, é óbvio que o sacerdócio de Melquisedeque é maior do que o de Arão (Hebreus 7:1-10). Logicamente, Cristo como sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque é superior aos sacerdotes Levíticos.

Q. O sacerdócio Levítico estava baseado na linhagem e descendência humana. Os sacerdotes Levíticos nasceram em certa família e então se tornaram sacerdotes. Não há relato da linhagem de Melquisedeque (Hebreus 7:3). Nosso Senhor assim como Melquisedeque, não foi um sacerdote feito em virtude de descendência de Arão (Hebreus 7:12-15).

R. Sacerdotes Levíticos eram muitos porque eles morriam e necessitavam de um sucessor. Não há registro da morte de Melquisedeque (Hebreus 7:2-3). Da mesma forma, nosso Senhor não necessita de sucessor, pois Ele vive sempre para realizar a Sua obra salvadora (Hebreus 7:15-17, 23-25).

S. Diferente dos sacerdotes Levíticos, Melquisedeque era rei e sacerdote. Nosso Salvador também é um sacerdote e um rei, aos quais poderíamos acrescentar que Ele também é um profeta. Somente Cristo é profeta, sacerdote e rei; o ungido

A Indumentária dos Sacerdotes (28.1-43; cf. 39.1-31)

a) Introdução (28.1-5). Deus escolheu Arão, o irmão de Moisés, e seus descendentes, para servir de sacerdotes. Até este momento, Moisés era o único mediador, mas foi a família de Arão, e não a de Moisés, que foi escolhida para administrar perante Deus a favor de Israel (1). As vestes destes sacerdotes eram especiais e consideradas santas (2). Típico da pureza interior do povo de Deus, os objetos externos eram separados para propósitos santos. Estas roupas também eram para glória e ornamento. Seria incompatível e desprovido de glória o sacerdote ministrar com roupas simples e sem brilho no Tabernáculo graciosamente colorido. Deus, o Autor de tudo que é bom e bonito, deseja que seu povo seja formoso e que haja beleza nos procedimentos de adoração.

Deus concedeu espírito de sabedoria (3) a homens sábios para capacitá-los a fazer estas vestes. Deus, que criou a beleza, dá ao homem a apreciação divina pela beleza e a aptidão divina para criá-la. Certas produções que o mundo chama arte não passam de imoralidade, mas a verdadeira arte é de Deus.

No versículo 4, há uma lista dividida em grupos dos artigos para o sumo sacerdote, os quais são detalhados separadamente nos versículos seguintes. Os materiais eram os mesmos para as cortinas do Tabernáculo (5), exceto que havia ouro.

O Éfode! versículos 6-14 = O Éfode somente era usado pelo sumo sacerdote. Esta vestimenta era semelhante a um avental duplo fixado por um ?cinto especial? que era assim chamado para distingui-lo do cinto comum usado pelos outros sacerdotes (versículo 40). Tanto o cinto especial quanto o éfode eram confeccionados com o mesmo material utilizado nos véus e nas cortinas interiores do tabernáculo.

O éfode era um símbolo das funções e deveres sacerdotais. Em cada ombro havia uma pedra de ônix fixada por engates de ouro. Os nomes de cada uma das tribos de Israel estavam gravados nestas pedras. Temos aqui uma preciosa verdade em ilustração. Quando o sumo sacerdote comparecia diante de Deus, ele carregava os nomes do povo da aliança. Ele os representava em seus deveres e intercedia por eles diante de Deus. As pedras estavam nos seus ombros para revelar que sua força estava prometida para o bem estar deles.

Isto tipifica Cristo, que é a força, o representante e intercessor do Seu povo. Nossos nomes estão no livro do Seu decreto e aliança ! o da vida do Cordeiro (Apocalipse 13:8). Ele nos representou no Calvário e agora vive para levar os nossos nomes diante do Pai (João 17:9). Ele é a nossa força e salvação.

O cinto era usado para amarrar o manto para o trabalho ou quando em viagem.  Nas Escrituras, o cinto simboliza força e prontidão.  Cristo é sempre pronto para atuar ao favor do Seu povo (João 13:3-5). 

O Seu trabalho e serviço é sempre feito em justiça, querendo Ele abençoar o Seu povo ou julgar os inimigos deles (Isaías 11:5).

O Peitoral! versículos 15-29 = O peitoral tinha aproximadamente 23 centímetros quadrados e era incrustado com doze pedras preciosas gravadas com os nomes das tribos de Israel. Ele era fixado ao éfode e o cinto especial, através de cadeiazinhas de ouro e do cordão azul.

Assim como os nomes gravados nas pedras de ônix revelavam a força do nosso Salvador, estas outras revelam o Seu amor. Nós estamos sempre no coração do nosso grande Sumo Sacerdote (versículo 29) do mesmo modo que as tribos de Israel estavam sobre o coração de Arão. É maravilhoso saber que Cristo intercede por nós porque nos ama. Nós somos Suas jóias (Malaquias 3:16-17). Ele nunca comparece perante o Pai sem levar os nossos nomes em Seu coração.

O Urim e Tumim! versículo 30 = As palavras ?Urim? e !Tumim? significam !luz? e ?perfeição?. Estes objetos que estavam sempre associados ao Éfode e ao Peitoral estavam relacionados com o serviço sacerdotal de discernir a vontade de Deus (Números 27:21; I Samuel 23:9-11 e 28:6; Esdras 2:61-63). Elas revelam Cristo como conselheiro e como aquele que revela a vontade de Deus (Isaías 9:6).

O que estas pedras eram e como elas funcionavam tem sido objeto de extenso debate. Basicamente há duas teorias pelas quais os homens têm feito muitas especulações.

A. Muitos acreditam que o Urim e Tumim eram duas pedras ou objetos guardados no bolso criado pelo duplo peitoral (versículo 16). De alguma maneira isto era usado para discernir a vontade de Deus. Alguns acreditam que elas eram gravadas com um !sim? e um ?não? e de certo modo revelavam a resposta de Deus quando os homens buscavam Sua direção.

B. Outros acreditam que o Urim e Tumim eram simplesmente as doze pedras do peitoral que eram designadas como !luz? e ?perfeição?. O sumo sacerdote o vestia em razão de ser o representante oficial de Israel perante o Senhor. Em virtude da posição do sumo sacerdote, acredita-se que Deus falava ao povo através dele.

Mesmo que o autor se inclina mais para a segunda teoria, não podemos esquecer que Deus poderia perfeitamente ter dado todos os detalhes se Ele achasse conveniente. O importante a ser visto no Urim e Tumim é que Cristo como nosso Sumo Sacerdote é também nosso profeta e revelador da vontade do Pai.



AS LEIS PARA A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES = ÊXODO 29

Este capítulo trata ao respeito das leis para a consagração dos sacerdotes em seus ofícios. Em Levítico 8 temos a descrição atual da consagração destes homens. Alguém pode perguntar porque os sacerdotes, que !tipificavam? á de Cristo, precisavam estar cerimonialmente limpos. Devemos lembrar que diferente do nosso Salvador, estes homens eram pecadores e necessitavam ficarem limpos (Hebreus 7:26-28). Israel foi então ensinado que o sacerdócio Levítico não era perfeito em si mesmo, mas apontava para a vinda de um sacerdote maior.

Os Sacrifícios Reunidos! versículos 1-3

A Iniciação da Consagração! versículo 4

Arão e seus filhos foram tirados dentre o povo de Israel para atuarem como sacerdotes. Eles foram primeiramente trazidos á porta do Tabernáculo. Como sacerdotes eles deveriam ser mediadores entre Deus e o povo, como foi mostrado em suas posições entre o Shekinah e a porta do Tabernáculo. Eles foram lavados, da mesma forma como aqueles que servem á Deus devem estar limpos (Isaías 52:11). Em nossos dias, somente aqueles que são lavados pelo novo nascimento podem verdadeiramente servir a Deus (Tito 3:5).

 Arão é Vestido! versículos 5-6

Na lição anterior aprendemos como estas roupas foram usadas para tipificar o caráter e a obra do nosso Salvador.

Arão é Ungido! versículo 7

Os dois títulos de !Cristo? e ?Messias? têm o mesmo significado, ou seja !o ungido?. Jesus é o Cristo porque foi ungido com o Espírito Santo (Isaías 61:1; Hebreus 1:8-9). Para entendermos o sentido completo disto precisamos voltar á tipologia do Velho Testamento.

Em Israel havia três ofícios importantes que prefiguravam a obra de Cristo. Israel tinha profetas, sacerdotes e reis. Em cada caso estas pessoas eram ungidas para o ofício (I Crônicas 11:3; I Reis 19:16). Eles prefiguravam Jesus Cristo como nosso profeta, sacerdote e rei.

Portanto, Arão foi ungido neste ofício a fim de prefigurar Cristo como nosso sumo sacerdote. O Salmo 133 está baseado nisto. O óleo foi copiosamente derramado sobre o sumo sacerdote pra prefigurar a unção completa do nosso Senhor (Hebreus 1:8-9). Não havia limites para o poder do Espírito manifestado na obra de nosso Senhor. O óleo, sem dúvida, é uma figura do Espírito. (Note que a receita para o óleo de unção é encontrada em Êxodo 30:23-30).

Os Filhos de Arão são Vestidos! versículo 8-9

Os sacerdotes normais eram vestidos de forma diferente do sumo sacerdote, que vestia o peitoral, a mitra... etc.

O Sacrifício pelo Pecado! versículos 10-14

O sacrifício pelo pecado revelava a necessidade dos sacerdotes estarem limpos do pecado e serem então aceitos por Deus. Suas mãos eram colocadas sobre a cabeça do novilho para simbolicamente transferir os pecados deles para o animal. Cristo é o nosso sacrifício pelo pecado (II Coríntios 5:21; Isaías 53:6-8). O ato das mãos colocadas sobre o sacrifício é muitas vezes usado como figura da nossa fé no Senhor Jesus.

A queima da gordura representa a figura do Pai aceitando o sacrifício de Cristo (Efésios 5:2). A queima da pele e do esterco fora do arraial, mostra a vergonha que Cristo tomou sobre si mesmo quando carregou todos os nossos pecados (Hebreus 13:11-13).

O Holocausto! versículos 15-18

Na consagração dos sacerdotes eram utilizados três sacrifícios separados. Talvez a melhor explicação deste simbolismo seja aquela dada pelo Rabino Levi ben Gerson, como citado por George Bush, em seu comentário sobre Êxodo:

É adequado notar a ordem pela qual estes sacrifícios eram oferecidos. Primeiramente, uma expiação pelos pecados era feita, através do sacrifício pelo pecado; da qual nada, exceto a gordura, era oferecida a Deus (A quem seja louvor); porque os ofertantes ainda não eram dignos da aceitação de Deus de uma oferta ou um presente a Ele. Mas depois de terem sido purificados, eles imolavam á Deus (A quem seja louvor) um holocausto, o qual era totalmente consumido sobre o altar, a fim de indicar o seu estado de devoção ao ofício sagrado.

E depois do holocausto eles ofereceram um sacrifício á semelhança da oferta pacífica, onde uma parte era oferecida á Deus, uma ao sacerdote e outra aos ofertantes, indicando assim que eles foram aceitos por Deus, que podiam agora, ter uma mesa comum com ele.

O Carneiro da Consagração! versículos 19-28

O segundo carneiro revela os sacerdotes como agora sendo aceitos por Deus e consagrados a Ele. O sangue colocado nos sacerdotes revelava que eles estavam totalmente consagrados a Deus (versículo 20). Seu ouvir, trabalho e andar diário eram consagrados para Deus. É o sangue de Cristo que nos limpa e faz com que a nossa dedicação e serviço a Deus sejam aceitos.

O óleo e o sangue eram então aspergidos sobre os sacerdotes e suas roupas. Nós somos salvos pela regeneração do Espírito e a aplicação do sangue de Cristo. Pensaria que as embelezadas roupas ficariam manchadas pelo sangue. Entretanto, podemos ver que enquanto o sangue normal mancha, o sangue de Cristo branqueia (Apocalipse 7:14).

Parte do carneiro e o pão eram colocados nas mãos de Arão como oferta de movimento. Os sacerdotes eram agora aceitos e podiam oferecer a oferta pacífica ao Senhor. Somente através de Cristo nossos sacrifícios espirituais são aceitos.

Preparação para o Futuro! versículos 29-30

Arão morreria um dia. Quando isso ocorresse as roupas especiais passariam para aquele que o substituiria (Números 20:28). Nosso Senhor Jesus Cristo não precisa de nenhuns sucessores (Hebreus 7:24-25).

Sete dias de Consagração? versículos 31-37

Durante sete dias esta consagração deveria se repetir diariamente. Israel deveria ficar impregnado com as exigências santas de Deus. Até mesmo o altar deveria ser consagrado. Certamente que um israelita atencioso veria nestas repetições a necessidade de um melhor sacrifício (Hebreus 9:24-26). Eles deveriam ver que estas ofertas, repetidas freqüentemente, eram apenas tipos do verdadeiro.

Note que os sacrifícios se tornavam a comida dos sacerdotes. Sacrifícios e banquetes caminhavam juntos. Somos lembrados disto na ceia do Senhor (Mateus 26:26-28). Cristo morreu para tornar-se nossa comida espiritual (João 6:33).

O Sacrifício Diário! versículos 38-42

Deixando a consagração dos sacerdotes passamos para o trabalho deles. Todo dia, sem exceção, dois cordeiros deviam ser oferecidos como oferta queimada. Diariamente, Israel deveria ser lembrado da sua necessidade de um Salvador.

Que este sacrifício diário possa nos fazer lembrar de nunca deixar passar uma manhã ou uma noite sem tirarmos tempo para confessarmos nossos pecados, orarmos e adorarmos Cristo, nosso Salvador.

Deus Habitando entre o Povo! versículos 43-46

O tabernáculo, o sacerdócio e os sacrifícios, lembravam Israel constantemente que Deus somente habita com Seu povo por causa da obra salvadora de Cristo.


Conclusão

Nós poderíamos concluir que o autor da Epístola aos Hebreus usa o juramento do Salmo 110:4 para provar que o sacerdócio Levítico era temporário.
O sacerdócio Levítico não era perfeito, ou então Deus não teria prometido a vinda de outro tipo de sacerdote. O sacerdócio Levítico duraria somente até a vinda do Salvador (Hebreus 7:11-12) que iria tirar o primeiro (Velha Aliança) para estabelecer o segundo (Hebreus 10:9).  


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Comentário Bíblico Beacon
www.palavraprudente.com.br
Livro Uma Jornada de Fé = PAD = Alexandre Coelho e Silas Daniel




4 de março de 2014

AS LEIS CIVIS ENTREGUES POR MOISÉS AOS ISRAELITAS



AS LEIS CIVIS ENTREGUES POR MOISÉS AOS ISRAELITAS –
1º TRIMESTRE 2014 = (Êx 21.1-12)
INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição as “leis civis” de Israel. Verificaremos sua aplicabilidade e pontuaremos as diferenças entre o Decálogo e as “outras leis” entregues a Israel por meio de Moisés.
DEFINIÇÃO DA PALAVRA LEI EM SUAS VARIADAS APLICAÇÕES
Segundo o Dicionário Teológico a Lei de Deus contida no Pentateuco, é a expressão máxima da vontade Divina quanto a condução dos negócios, interesses e necessidades humanas na família, na sociedade e no Estado. Embora entregue a Israel, a parte ética da Lei de Deus é aplicável aos demais povos, tendo em vista a sua universalidade e reivindicações eternas (ANDRADE, 2006, p. 252).
A Lei de Moisés do hebraico “Torah” que significa “ensino ou instrução” admite uma tríplice divisão:
·A lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (Êx 20. 1-17);
·A lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (Êx 21.1 – 23.33)
·A lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (Êx 24.12 – 31.18).
É importante observar o contexto em que cada “lei” é dada, a quem é dada e qual o seu objetivo manifesto. Só assim poderemos saber a que estamos nos referindo quando falamos de Lei. A Confissão de FÉ hebraica, no capítulo 18 de Êxodo, divide esses aspectos em lei moral, civil e cerimonial. Cada uma tem um papel e um tempo para sua aplicação:

· Lei Civil ou Judicial – representa a legislação dada à sociedade israelita ou à nação de Israel. Ela define os crimes contra a propriedade e suas respectivas punições.
· Lei Religiosa ou Cerimonial representa a legislação levítica do AT. Ela prescreve os sacrifícios e todo o simbolismo cerimonial.
· Lei Moral representa a vontade de Deus para o ser humano, no que diz respeito ao seu comportamento e aos seus principais deveres.
Na Bíblia, ao referir à lei de Moisés, para os judeus não se acha a distinção de lei "moral", "cerimonia" ou "civil" mas somente: "Lei", "Lei do Senhor" e "Lei de Moisés". Nisso podemos entender que o Decálogo é só uma parte da Lei e não a sua totalidade. Há muitos que querem distinguir o Decálogo como a mais importante parte da Lei, sendo a parte moral, e as outras como as cerimonias ou civis, sendo inferiores. É claro que o Decálogo tem as partes morais, cerimônias e civis. Essas partes, em si, não são distinguidas como sendo maior ou menor da "lei" mas, a própria lei. A parte cerimonial (sacrifícios) é chamada "lei" (Lc 2.27). A parte moral é chamada "lei" (I Tm 1.9). A parte civil é chamada "lei" (At 23.3). Pode entender isso comparando o resto da Bíblia com o Pentateuco.

Entenderá que a Bíblia distingue o Pentateuco como sendo a Lei. Gênesis é a Lei (I Co 14.34; Gn 3.16); Êxodo é a Lei (Rm 7.7; Êx 20.17); Levítico é a Lei (Mt 22.39; Lv 19.18); Números é a Lei (Mt 12.5; Nm 28.9) e Deuteronômio é a Lei (Mt 22.36, 37; Dt 6.5).

I – MOISÉS, O MEDIADOR DAS LEIS DIVINAS
1. O mediador (Ex 20.19 - 22)
2. Leis concernentes à escravidão (Ex 21.1-7)
Deus havia dado as “dez palavras”, que era o núcleo do pacto de Deus com Israel, a espinha dorsal de todo o relacionamento que cada israelita deveria ter seja em relação a Deus, seja em relação aos demais israelitas.  Os“dez mandamentos” traziam a moral, ou seja, o modo de vida que o povo deveria ter dali para diante.

O povo, entretanto, não suportou ouvir a voz de Deus e, como já temos visto em lições anteriores, retirou se e se pôs de longe, não quis subir ao monte Sinai, como estava previsto, Nenhuma mão tocará nele; porque certamente será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá; soando a buzina longamente, então subirão ao monte (Ex.19.13), preferindo que Deus falasse com Moisés e, então, Moisés se dirigisse ao povo, “E todo o povo viu os trovões e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso retirou-se e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos. E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, afim de que não pequeis. E o povo estava em pé de longe. Moisés, porém, se chegou à escuridão, onde Deus estava.” (Ex.20.18 – 21).

Moisés foi o mediador entre o povo e Deus. Hoje, Jesus é o nosso mediador “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (lTm 2.5), e só através dele podemos a nos aproximar de Deus “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”(Jo 14.6).
As leis civis foram dadas a Israel tendo em vista o meio e a condição social em que vivam. O Senhor nunca acolheu a escravidão, mas, já que ela fazia parte do contexto social em que Israel vivia, era preciso regulamentar essa triste condição social. Deus ordenou que o tempo em que a pessoa estaria na condição de escravo seria de seis anos. “Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de graça” (Ex 21.2).
O Senhor, então, estabelece que todos os israelitas deviam ser considerados como tendo igual dignidade e que, mesmo o fato de ter contraído dívidas que não poderia pagar era impossível de fazer com que alguém se sujeitasse perpetuamente a outrem. Temos aqui um nítido princípio da igualdade de todos os homens diante de Deus, princípio este que demoraria, e muito, para ingressar na ordem jurídica das demais nações.


O escravo deveria sair livre no mesmo estado em que havia sido escravizado (Ex.21:3,4). Assim, se era casado, saía livre juntamente com sua família. Mas, se fosse solteiro e tivesse se casado no estado de servidão, sairia livre sozinho, mantendo se a sua família escravizada, já que a família havia sido constituída durante a servidão.

Nesta regra, vemos estabelecido o princípio da plena liberdade de um homem em relação a outro. O escravo que recebesse de seu senhor uma mulher e tivesse filhos com ela, não poderia sair levando esta família, visto que esta família era do seu senhor, a mulher que lhe dera lhe pertencia e, por tanto, haveria aqui um indevido proveito por parte do escravo. Escravo e senhor eram independentes entre si, tinham igual dignidade e um não poderia levar vantagem em relação ao outro. Que belo ensino a respeito da dignidade de  cada pessoa humana.

O escravo, porém, poderia, se quisesse, passar a servir perpetuamente o seu senhor. Assim, de livre e espontânea vontade, caso não desejasse a liberdade ao término do sexto ano, poderia expressar seu desejo de servir para sempre ao seu senhor e, ante este desejo, o seu senhor deveria levá-lo aos juízes e ali ele manifestaria solenemente a sua vontade e, como consequência disto, teria a sua orelha furada com uma sovela e, então, passaria a servir ao senhor para sempre Mas se aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos; não quero sair livre, Então seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre”(Ex.21:5,6).

·Quatrocentos anos antes da legislação mosaica), havia uma prescrição que instituía uma escravidão de apenas quatro anos, em caso de dívidas, mas tal dispositivo somente era aplicável quando o devedor vendia por dinheiro sua mulher, filho ou filha para saldar a dívida ou para descontar em trabalhar o saldo devedor, ou seja, era decorrência de um ato unilateral de vontade do devedor, não uma imposição legal absoluta, como se deu em Israel. OBS: “...117º - Se alguém tem um débito vencido e vende por dinheiro a mulher, o filho e a filha, ou lhe concedem descontar com trabalho o débito, aqueles deverão trabalhar três anos na casa do comprador ou do senhor, no quarto ano este deverá libertá - los....” (CÓDIGO de Hamurábi. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm

Ricos e pobres (Dt 15.4 – 11; Jo 12.8)
Deus sustentou o seu povo durante sua caminhada no deserto. Agora, quando entrassem na terra, deveriam trabalhar, e haveriam entre os israelitas ricos e pobres.
·As leis civis e penais. Tinham a finalidade de regular a sociedade civil do Estado teocrático de Israel. Essas leis regiam o casamento, o divórcio, heranças, escravatura, multas, propriedade e outros temas relevantes para o Estado teocrático de Israel. Em caso de violação dessas leis, as pessoas eram duramente penalizadas. (Êx 21; 22 e 23:1-13; Lv 18 e 20; 25.23-55; Nm 27.1-11; 35.9-34; Dt 19.1-13; 22.13-30; 24, 25.1-12).
O governo teocrático que regia o povo de Deus deveria ser sem injustiça. Deus sempre quer o melhor para o ser humano, isso abrange os pobres: “Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas” (Is 1.17).
Deus criou o homem, logo, Ele conhece bem a sua natureza. Para orientar o povo em casos de agressões e brigas, o Senhor determinou leis especificas.

II - LEIS ACERCA DE CRIMES (Ex 21.18,19)
1. Brigas, conflitos, lutas pessoais
2. Crimes capitais
3. Uma terra pura
Com efeito, no pacto noaico, encontramos a seguinte cláusula: “E certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; da mão de todo o animal o requererei; como também da mão do homem e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado, porque Deus fez o homem conforme a Sua imagem” (Gn.9:5,6). A vida pertence a Deus e, portanto, ninguém pode ceifar a vida do próximo sem que, com isso, esteja a violar o senhorio de Deus, o absoluto domínio de Deus sobre a vida, pois, como Ana cantará, sob inspiração do Espírito Santo: “O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela” (I Sm.2:6).

O próprio Deus havia prescrito isto claramente nos “dez mandamentos”, abrindo a segunda tábua com o mandamento “Não matarás”, a mostrar que o valor fundamental e mais proeminente no relacionamento entre os homens é o respeito à vida. O direito à vida é um direito absoluto, que não admite quaisquer temperamentos ou restrições, pois é algo que provém diretamente de Deus, que não pode se submeter a qualquer circunstância humana.

É por isso que a Igreja deve defender a vida em toda circunstância, em toda ocasião, opondo - se à “cultura de morte” que tem se disseminado em nosso mundo nestes dias que antecedem ao surgimento do Anticristo. É lamentável vermos muitos que cristãos se dizem ser adotando a mentalidade mundana contrária à vida e tolerando afrontas à lei de Deus como o aborto, a eutanásia, o infanticídio, a pesquisa com células – tronco embrionárias e tantas outras mazelas que nada mais são que atitudes que visam eliminar vidas humanas.

Na continuidade da legislação que Deus deu a Moisés, vemos que, ao lado da noção de que os homens são iguais e livres, devendo ter apenas a Deus como Seu único e verdadeiro Senhor, a legislação trazida pelo Senhor a Israel mostrava que havia um valor fundamental no ser humano: a vida.

Por isso, o Senhor diz que quem matasse alguém, deveria ser morto e certamente o seria, porque Deus Se encarregaria de matá-lo. Isto deveria ser aplicado inclusive se o homicida fosse um sacerdote que, então, deveria ser tirado do ofício para, então, ser julgado e condenado à morte (Ex.21:14). 

Aqui vemos que Deus não faz acepção de pessoas (Dt.10:17), impondo a lei a todos, inclusive os sacerdotes, bem como, ainda, prescrevendo uma norma extremamente salutar, qual seja, a de que qualquer autoridade que for acusada de um delito deve ser, antes de mais nada, afastada da função para que, como pessoa comum, responda ao processo.

OBS:
“...O homem é chamado a uma plenitude de vida que se estende muito para além das dimensões da sua existência terrena, porque consiste  na participação da própria vida de Deus. A sublimidade desta vocação sobrenatural revela a grandeza e o valor precioso da vida humana, inclusive já na sua fase temporal. Com efeito, a vida temporal é condição basilar, momento inicial e parte integrante do processo global e unitário da existência humana: um processo que, para além de toda a expectativa e merecimento, fica iluminado pela promessa e renovado pelo dom da vida divina, que alcançará a sua plena realização na eternidade (cf. 1 Jo 3, 1 - 2). Ao mesmo tempo, porém, o próprio chamamento sobrenatural sublinha a relatividade da vida terrena do homem e da mulher. Na verdade, esta vida não é realidade « última », mas « penúltima »; trata - se, em todo o caso, de uma realidade sagrada que nos é confiada para a guardarmos com sentido de responsabilidade e levarmos à perfeição no amor pelo dom de nós mesmos a Deus e aos irmãos. A Igreja sabe que este Evangelho da vida, recebido do seu Senhor, 1 encontra um eco profundo e persuasivo no coração de cada pessoa, crente e até não crente, porque se ele supera infinitamente as suas aspirações, também lhes corresponde de maneira admirável. Mesmo por entre dificuldades e incertezas, todo o homem sinceramente aberto à verdade e ao bem pode, pela luz da razão e com o secreto influxo da graça, chegar a reconhecer, na lei natural inscrita no coração (cf. Rm 2, 14- 15), o valor sagrado da vida humana desde o seu início até ao seu termo, e afirmar o direito que todo o ser humano tem de ver plenamente respeitado este seu bem primário. Sobre o reconhecimento de tal direito é que se funda a convivência humana e a própria comunidade política....” (JOÃO PAULO II. Encíclica Evangelium vitae, n.2. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_25031995_evangelium-vitae_po.html

Deus libertou seu povo da escravidão e os estava conduzindo para uma nova terra. As leis serviriam para ensinar, advertir e impedir que o povo de Israel profanasse Canaã (Nm 35.33,34).

III - LEIS CONCERNENTES A PROPRIEDADE
1. O roubo (Ex 22.1 - 15)
2. Profanação do solo e o fogo (Ex 21. 33,34; 22.6)

Mas, além da proteção às pessoas, as leis civis dadas pelo Senhor a Moisés no monte Sinai também defendiam a propriedade privada, pois um dos mandamentos era “não furtarás”. A propriedade privada é prevista por Deus, é um direito natural do homem, que, para sobreviver, foi autorizado a se apossar dos bens deixados à sua disposição pelo Senhor na face da Terra.

A propriedade, como já vimos supra, não poderia ser exercida em detrimento do próximo. Tinha de servir ao bem da coletividade, algo que, como já falamos, custou e ainda custa a ser assimilado pela mentalidade humana, que é egoística e individualista, máxime nos dias em que vivemos.

A primeira disposição traz a penalidade pela ofensa ao oitavo mandamento (“não furtarás”), que era o da restituição acima do valor furtado à vítima. Quem furtasse um boi, pagaria cinco bois; quem furtasse uma ovelha, pagaria quatro ovelhas (Ex.22:1).


OBS:
·Por que o ladrão paga o preço de cincobois por cada um que ele roubou, no entanto só paga quatro ovelhas por cada uma que ele roubou? Diz Rashi: “...Disse Raban Yochanan bem Zakai: ‘D’us tem uma grande preocupação pela dignidade das pessoas. Por ter roubado um touro que caminha com seus próprio s pés e, por isso, o ladrão [somente teve de puxá-lo junto e] não se envergonhou levando - o no ombro ele paga cinco vezes o valor do touro. Para roubar um cordeiro, o ladrão teve de carregá-lo em seu ombro, então ele só paga o quádruplo do valor, já que ele se envergonhou ao fazer isto’. Disse Rabi Meir: ‘Venha e veja quão grande é o poder do trabalho! Para o roubo de um touro, que o ladrão fez com que deixasse de fazer seu trabalho [no campo], ele paga cinco vezes. Para o roubo de um cordeiro, o qual ele não causou com que deixasse de trabalhar [já que uma ovelha não faz trabalho algum na fazenda], o ladrão paga o quádruplo.” (CHUMASH: o livro de Êxodo, p.156).

Esta disposição demonstra, claramente, que, dentro da mentalidade materialista que cerca todo e qualquer ladrão, a maior pena seria o prejuízo material, a perda de mais do que se ganhou com o furto. É pela falta desta princípio que vemos o aumento de tantos ladrões em nosso meio, notadamente nos ambientes da Administração Pública, pois, ainda quando há condenação (o que já é raro), o ladrão continua de posse daquilo que furtou, o que faz, para uma mente voltada única e exclusivamente para as coisas, ter a certeza de que o crime compensou...
Ademais, a legislação era bem mais branda que a de outras nações.

O Código de Hamurábi, considerado um dos grandes diplomas legislativos da Antiguidade Oriental, feito pelo rei Hamurábi, em Babilônia e que é, pelo menos, quatrocentos anos mais antigo que a legislação mosaica, por exemplo, mandava restituir trinta vezes o valor furtado se o bem pertencesse “aos deuses” ou à Corte e dez vezes o valor furtado se pertencesse a um homem liberto comum, mandando matar o ladrão que não tivesse como restituir, ladrão que sempre seria morto em caso de furto de coisas pertencentes aos deuses ou à Corte.



OBS:
·“...6º - Se alguém furta bens do Deus ou da Corte deverá ser morto; e mais quem recebeu dele a coisa furtada também deverá ser morto.

·7º - Se alguém, sem testemunhas ou contrato, compra ou recebe em depósito ouro ou prata ou um escravo ou uma escrava, ou um boi ou uma ovelha, ou um asno, ou outra coisa de um filho alheio ou de um escravo, é considerado como um ladrão e morto.

·8º - Se alguém rouba um boi ou uma ovelha ou um asno ou um porco ou um barco, se a coisa pertence ao Deus ou a Corte, ele deverá dar trinta vezes tanto; se pertence a um liberto, deverá dar dez vezes tanto; se o ladrão não tem nada para dar, deverá ser morto....” (CÓDIGO de Hamurábi. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm

Naquelas terras e naqueles tempos era comum os habitantes perfurarem ou escavarem o solo em busca de água para o povo e os animais e as lavouras. Quem fizesse tal abertura no solo era responsável pela sua proteção para a prevenção de acidentes.

CONCLUSÃO
Quanto à aplicação das leis civis e cerimoniais de Israel; mesmo não tendo um caráter normativo para o povo de Deus em nossos dias; devemos exercitar a seguinte compreensão: A Lei Civil tinha a finalidade de regular a sociedade civil do estado teocrático de Israel. Como tal, não é aplicável normativamente em nossa sociedade. A Lei Religiosa ou Cerimonial tinha a finalidade de imprimir nos homens a santidade de Deus e apontar para o Messias, Cristo, fora do qual não há esperança. Como tal, foi cumprida com sua vinda. A Lei Moral tem a finalidade de deixar bem claro ao homem os seus deveres, revelando suas carências e auxiliando-o a discernir entre o bem e o mal. Como tal, é aplicável em todas as épocas e ocasiões.

REFERÊNCIAS
· ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
· SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
·Portal Escola Dominical –www.portalebd.org.br

Elaboração:- Pb. Mickel Souza