4 de novembro de 2014

A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO - 01

A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO

TEXTO ÁUREO = “E te levantaste contra o Senhor do céu, [...] além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste” (Dn 5.23)

VERDADE PRÁTICA = Se nos rebelarmos contra o Soberano e Santo Deus Ele nos abatera

LEITURA BIBLICA = Daniel 5: 1, 2,22-30

INTRODUÇÃO

A primeira metade do livro de Daniel é o registro de uma série de encontros cruciais entre o orgulho e poder de homens insignificantes e o grande e bondoso Deus. Este, em última análise, dirige as ações dos homens quer eles reconheçam isso, quer não. O incidente desse quinto capítulo serve como clímax da jornada meteórica ao longo da história do reino Babilônico. Após a morte de Nabucodonosor, o seu filho, Evil-Merodaque, o sucedeu no trono. Esse é o rei que deu honra especial ao rei Joaquim, depois de 37 anos de exílio, ao soltáá10 da prisão e designar-lhe uma pensão (Jr 52.31-34; 2 Rs 25.27-30).

Depois de dois anos, Neriglissar, o cunhado de Evil-Merodaque, liderou uma revolta e o assassinou. Neriglissar tinha se casado com uma das filhas de Nabucodonosor e reivindicava um certo direito real, especialmente por meio do seu filho, Labashi-Marduque. Mas o jovem não recebeu apoio e logo foi morto pelos seus amigos de confiança. Os generais e líderes políticos escolheram Nabonido, outro genro de Nabucodonosor, um auxiliar experimentado e de confiança durante a maior parte do seu reinado. Nitocris, filha de Nabucodonosor, deu um filho a Nabonido. Seu nome era Belsazar. Por causa do seu sangue real, Belsazar, três anos após a ascensão de Nabonido ao trono, foi feito co-regente com seu pai. Ele tinha a incumbência de governar a cidade e província da Babilônia. Esse foi o rei Belsazar descrito por Daniel, como os caracteres cuneiformes têm revelado após décadas de confusão sobre a sua identidade, mesmo entre estudiosos conservadores.

A FESTA DE BELSAZAR = 5:1-4

5: 1 - Durante muitos anos tem existido confusão sobre quem foi Belsazar, e os céticos ampliaram-na como outra razão para destruir a fé na veracidade do livro. Contudo, arqueólogos, mais uma vez, descobriram evidência que prova a exatidão histórica da Bíblia. Tabletes de argila têm sido descobertos referindo-se a Belsazar como filho de Nabonido.
Isto faria de Belsazar o neto de Nabucodonosor, uma vez que Nabonido foi casado com sua filha. Era muito comum nos dias da Bíblia que um neto ou mesmo bisneto se referisse a um membro ilustre de sua linhagem como "pai" (5:2, 11, 13, 18,22).

Depois da morte de Nabucodonosor (562 a.C) o império babilônio experimentou um rápido declínio. Seu filho, Evil-Merodaque (2 Reis 25:27) ascendeu ao trono mas governou durante pouco tempo (562 - 560 a.C). Neriglissar, um cunhado, assassinou Evil-Merodaque e então reinou durante quatro anos (560 - 556 a.C) quando ele, também, foi assassinado. Labassi-Marduque tornou-se o cabeça durante nove meses; foi deposto pelo partido sacerdotal, e Nabonido, um ex-sacerdote babilônio sob Nabucodonosor, foi nomeado rei do império.

Nabonido reinou durante dezessete anos (556 - 539 a.C). Próximo do fim do seu reinado, ele fez de seu filho primogênito, Belsazar, co-regente. Obviamente, Belsazar era o governante número dois do império e isto explica porque ele ofereceu fazer de Daniel o "terceiro no governo" (5: 16,29). Evidentemente, Nabonido esteve longe da Babilônia neste tempo.


5:2 - Como um jovem "exibido" que se vangloriava de sua posição e poder, Belsazar deu uma enorme festa. Ele ordenou que bebessem dos vasos sagrados que Nabucodonosor tinha anteriormente trazido de Jerusalém (veja 2 Reis 24: 1 0-14; 25: 13-17; Daniel 1 :2; Jeremias 28: 19-22).

5:3-4 - Eles desconsagraram estes vasos santos não somente por removê-los de seu propósito ordenado, mas porque foram profanados mais tarde, quando foram usados para louvar os deuses ídolos da Babilônia.


O IRREVOGÁVEL JUIZO DE DEUS

O semblante do rei mudou quando a mão escreveu na parede, 5:5-9.

5:5-6 - Belsazar ficou aterrorizado quando viu os dedos de uma mão humana escreverem sobre o estuque da parede do palácio. Pode-se bem imaginar porque seus joelhos bateram um contra o outro!

5:7-9 - Em pânico, o rei mandou chamar os sábios de seu reino para interpretarem a escrita. Desesperado para saber o significado, ele ofereceu grandes prêmios incluindo ser o terceiro governante do reino. Contudo, ninguém podia dar a interpretação.

Daniel é trazido perante o rei, 5:10-16.

5: 1 O - A rainha aqui referida pode não ter sido uma das esposas de Belsazar, que já estavam no salão do banquete (v. 2). Talvez esta rainha fosse sua própria mãe, a filha de Nabucodonosor.

5: 11-13 - Quando ela descreveu Daniel, mostrou que estava bem informada sobre ele e sua relação com Nabucodonosor (veja 2:46-49; 4:9).

5: 13-16 - Quando Daniel foi trazido perante o rei, o mesmo oferecimento de recompensa lhe foi feito.

A SENTENÇA CONTRA BELSAZAR E A QUEDA DE BABILÔNIA

Daniel recusa o oferecimento do rei, mas lhe revela o motivo da
escrita, 5:17-23.

5: 17 - Daniel não estava interessado no na recompensa oferecida pelo rei. Ainda que mais tarde lhe tivesse sido dada (v. 29), era uma recompensa sem valor porque o reino caiu naquela mesma noite. Contudo, Daniel desejava dar a interpretação porque era um anúncio claro de que a queda da Babilônia vinha como um julgamento direto do Senhor!

5: 18-19 - A história registra que Nabucodonosor era um grande homem. Daniel revela que sua grandeza foi possibilitada por Deus (veja Daniel 2:21,37; 4: 17,25,32).

5:20-21 - O orgulho causou a queda de Nabucodonosor. Ele tinha sido afligido com uma estranha doença até que aprendeu a dar honra ao Senhor (capítulo 4).
5:22-23 - Belsazar ignorou a lição da história. Sua própria arrogância levou-o a cometer uma desonra semelhante ao Senhor do céu, ao contaminar os vasos santos e ao usá-los para louvar os ídolos.

A interpretação da escrita, 5:24-31.

5:24-28 - As palavras são apresentadas como "Mene", que significa "numerado"; "Tequel", que significa "pesado"; e "Ufarsim" ou "Peres" (5:28), que significa "divisão." ("Peres" é a forma singular de "Ufarsim"). A mensagem que Daniel interpretou revelava a queda do reino babilônio.

5: 29 - Belsazar honrou sua promessa de recompensas, e Daniel permitiu-lhe mostrar alguma integridade mantendo sua palavra, ainda que as dádivas nada significassem para ele.

5: 30 - Naquela noite de 538 a.C. Belsazar foi morto e a Babilônia caiu sob os medos e os persas. Este foi um cumprimento de profecia, não somente de Daniel, mas também daquilo que [saías tinha falado 175 anos antes (Isaías capítulos 13; 14; 21; 47). Uma vitória tão fácil para os medos e os persas parecia impossível, porque a cidade da Babilônia era circundada por uma muralha de 105 metros de altura por 26 metros de espessura (6 carros de guerra podiam percorrê-la emparelhados). Contudo, Ciro arquitetou uma brilhante estratégia militar.

O rio Eufrates corria através da cidade, mas a base da muralha estava mergulhada na superfície da água. Ciro foi rio acima alguma distância e desviou a água para um lago artificial que drenou o leito do rio de modo que seu exército pôde marchar para dentro da cidade. Uma vez dentro dela, o exército ainda enfrentava as muralhas ao longo de cada margem do rio, mas talvez porque a festa de Belsazar estivesse acontecendo, os portões estavam abertos. Como poderia alguém, a não ser que estivesse inspirado, imaginar o nome do rei invasor, ou que as portas estariam abertas? Mas Isaías profetizou as duas coisas 175 anos antes que acontecessem (Isaías 45:1-5).

5: 31 - A identificação exata de Dario, o Medo, é discutível; contudo, os mais fortes argumentos parecem ser que ele se ajusta à descrição de um homem referido comumente em vários textos cuneiformes do sexto século a.C. com o nome de "Gubaru". Definitivamente, ele não deverá ser confundido com Dario, o Grande, que mais tarde dominou a Pérsia (521-486 a.C.). Ciro, o Grande, foi o governador universal deste novo império que é freqüentemente chamado o Império Persa. Contudo, Ciro indicou Dario para ser o governador sobre a província da Caldéia.



Aplicações para os Dias de Hoje:

1. Daniel 5: 18-20 - o homem não deverá tomar para si a honra quando suas realizações parecerem grandes, mas deverá dar glória e honra ao Senhor que torna todas as coisas possíveis (l Crônicas 29:11-15; Deuteronômio 8:10-18; 1 Coríntios 4:7; 1 Timóteo 6:17-19).

2. Daniel 5:27- Todos os homens serão "pesados nas balanças" no sentido que enfrentaremos julgamento (2 Coríntios 5: 10; Romanos 14: 12). Deveremos examinar-nos continuamente para que não "sejamos achados insuficientes" pelo modo com que usamos os talentos, o tempo e as línguas (Mateus 25:14-30; 25:31-46; Romanos 12:1-2; 1 Coríntios 6:19-20; Mateus 12:35-37).

CONCLUSÃO

O que parecia impossível aconteceu caiu a grande CIDADE DE BABILÔNIA. Ruiu a glória das nações. Depois de várias advertências, Deus cumpriu Sua promessa e libertou Seu povo do cativeiro que durou 70 anos. Desde a invasão de Babilônia à cidade de Jerusalém, até a queda do último rei, Belsazar, vemos a mão de Deus conduzindo a história e o destino das nações.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA
novotempo.com
www.estudosdabiblia.net
Comentário Bíblico Beacon Daniel

28 de outubro de 2014

DEUS ABOMINA A SOBERBA



DEUS ABOMINA A SOBERBA

TEXTO ÁUREO = “Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalto, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba” (Dn 4.3 7).

VERDADE PRÁTICA =  = A soberba e o pecado que mais afronta a a soberania divina.

LEITURA BIBLICA = Daniel 4.10-18

INTRODUÇÃO

O princípio e o final deste capítulo levam-nos a ter a esperança de que Nabucodonosor tenha sido um monumento ao poder da graça divina, e às riquezas da misericórdia celeste. Após ser curado de sua loucura, difundiu amplamente e escreveu para as gerações futuras o modo como Deus o havia humilhado de modo justo e, por sua graça o havia restaurado. Quando o pecador volta a si, procurará o bem-estar dos demais, dando a conhecer a prodigiosa misericórdia de Deus.

Antes de Daniel relatar os juízos divinos contra ele por causa de seu orgulho, Nabucodonosor falou das advertências que teve em um sonho ou visão. Daniel explicou-lhe o seu significado. A pessoa representada seria despojada de toda honra e privada do uso da razão pelo espaço de sete anos. Este é certamente o mais doloroso de todos os juízos temporais. Qualquer que seja a aflição exterior que Deus permita nos alcançar temos motivos para suportá-la pacientemente e estar agradecidos de Ele permitir que utilizemos a nossa mente de um modo são, e que coloque a nossa consciência em paz. Porém se o Senhor considerar adequado impedir por tais meios que um pecador cometa múltiplos delitos, ou que um crente desonre o seu nome, até a prevenção mais espantosa seria preferível à má conduta.

A PROVA DA SOBERANIA DIVINA

4: 1-3 - Este capítulo está na forma de uma proclamação do rei para todo o mundo. A lição que Nabucodonosor aprendeu de sua experiência é resumida agora, depois que sua arrogância se foi, só então a maneira pela qual ele foi humilhado é explicada. Nabucodonosor fala da grandeza de Deus e da sua capacidade de fazer com que os homens orgulhosos se humilhem (Jeremias 27:4-6) e também reconhece a permanência do reino de Deus (Salmo 145: 13).




Atribuição de Louvor ao Deus Altíssimo (4.1-3)

    O quarto capítulo de Daniel tem sido descrito ·como o documento governamental mais marcante dos tempos antigos. Iniciando com a inscrição Nabucodonosor, rei (1), esse documento falava com autoridade imperial a todos os povos, nações e línguas. Sem expressar vergonha ou apresentar desculpas, essa proclamação exaltava a Deus, o Altíssimo(2). Poucos líderes mundiais em qualquer época têm sobrepujado Nabucodonosor em dar glória a Deus ou em expressar de forma correta seu sublime caráter. Esse capítulo bem poderia ser chamado de "Teodicéia do Imperador" - uma vindicação sublime dos julgamentos de Deus e sua justiça.

Como são grandes os seus sinais,  como são poderosas as suas maravilhas!
O seu reino é um reino eterno; o seu domínio dura de geração em geração (3, NVI).

2. Nabucodonosor fala de seu sonho, 4:4-18.

4:4-7 - Este sonho difere daquele do capítulo 2 porque Nabucodonosor o conta aos sábios, mas nem assim eles conseguem dar a interpretação.

4:8-9 - Nabucodonosor não tinha sido completamente curado do politeísmo, mas parece reconhecer o Deus de Daniel como o maioral. Depois que seus próprios sábios fracassam na interpretação, ele chama por Daniel.

4: 1 0-12 - Ele sonhou com uma árvore forte e grande que estava num lugar proeminente e cujos galhos atingiam os confins da terra. Era agradável de se olhar, seu fruto era bom de se comer, e sua sombra dava proteção às bestas do campo e às aves do ar.

4:13-14 - Um "vigilante" (anjo), "um santo que descia do céu" veio. Ele mandou que a árvore fosse abatida, os galhos e as folhas cortados, e seu fruto espalhado.

4: 15-16 - Mas o tronco foi deixado, amarrado com uma faixa de ferro e bronze. A árvore representava uma pessoa que teria seu coração de homem trocado por um de um animal até que sete períodos de tempo passassem. A extensão dos "tempos" não pode ser determinada, se refere a semanas, meses ou anos, ou mesmo estações dentro do ano. O ensinamento mais claro é que se refere a um tempo completo, um período de tempo plenamente determinado, conhecido por Deus e intencionalmente começado e terminado por Deus (veja 4:25,32; 5:21).

4: 17 -18 - O propósito a ser conseguido por isto é, então, declarado: "o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer" (veja 2:21; 4:17, 25, 32; 5:21; Jeremias 27:4-8). 


Um Sonho Perturbador (4.4-18)

    Não há uma indicação clara acerca do período no reinado de Nabucodonosor em que essa experiência humilde e esclarecedora veio a ele. Keil sugere que ela ocorreu "no período final do seu reinado, depois de ter participado de muitas guerras para a fundação e estabelecimento do seu império mundial, mas também, após concluir a maior parte das suas construções esplêndidas". Não havia nada em seu ambiente que trouxesse profunda satisfação ao rei. Ele havia varrido o mundo com suas conquistas. Ele tinha sido altamente bem-sucedido como projetista e construtor, tanto na Babilônia como em todo seu vasto império. Agora, em casa, estava sossegado [...] e florescente no seu palácio (4). Mas sua paz e satisfação foram quebradas por um sonho que o perturbou profundamente. Como ele havia feito anteriormente em uma ocasião semelhante, convocou todos os sábios de Babilônia (6). Mas, apesar de toda sua sabedoria e ostentação eles não fizeram saber (7) o mistério ao rei. Não está inteiramente claro se Daniel foi chamado nessa primeira convocação.

Talvez ele tenha sido propositadamente excluído pelo rei até que a maioria dos sábios tivesse a oportunidade de provar o que eles eram capazes de fazer. Mas, por fim, entrou na minha presença Daniel (8). Dele, o rei testificou: eu sei que há em ti o espírito dos deuses santos (9). O rei tinha visto em seu sonho uma árvore (10) que crescia cada vez mais de maneira que a sua altura chegava até ao céu (11) e parecia cobrir toda a terra. Sua folhagem era tão formosa e o fruto tão abundante que provia alimento e sombra para todos (12) - homens, aves e animais do campo. Então, um ser celestial chamado de vigia, um santo (13) apareceu e quebrou o silêncio com uma ordem poderosa:  Derribai a árvore, e cortai·lhe os ramos, e sacudi as suas folhas, e espalhai o seu fruto (14).

O mensageiro celestial continuou a mostrar detalhes específicos do sonho amedrontador, o qual soava como um presságio de julgamento. E, na verdade, era um julgamento, mas um julgamento temperado com misericórdia. Porque Nabucodonosor estava em rota de colisão, mas Deus seria fiel a ele.

Keil sugere que é possível que na identificação do rei do decreto dos vigiadores (17) haja uma alusão à antiga teologia babilônica. Na hierarquia das deidades havia trinta deuses conselheiros servindo cinco grandes deuses planetários. Quinze deles eram encarregados pelo mundo superior e quinze pelo mundo inferior. A cada dez dias um mensageiro de cada conselho visitava o outro mundo e trazia uma palavra. Mas, independentemente da limitação teológica que Nabucodonosor tivesse tido, ele veio a conhecer um Deus superior, o Altíssimo, que tem domínio sobre os reinos dos homens.


A Interpretação do Sonho, 4: 19-27.

4: 19 - Daniel ficou perturbado por algum tempo, pois preferia que a interpretação se aplicasse aos inimigos do rei antes que ao próprio Nabucodonosor. Mas este encorajou-o a falar.

4: 20-22 - Daniel explicou que a árvore representava a grandeza do reino babilônio, particularmente o próprio Nabucodonosor, que dominava com orgulho e arrogância.

4: 23-25 - Por um tempo determinado o rei seria retirado dentre os homens, e viveria entre o gado do campo, molhado pelo orvalho do céu, e comeria a erva do campo "até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens" (veja Provérbios 14:34; 16:12; Salmo 9:17).

4: 26-27 - Foi deixado o tronco que o assegurava de que voltaria a reinar depois de ter sido humilhado. Contudo, Daniel insiste com o rei para que se arrependa e assim prolongue sua prosperidade.

A Interpretação de Daniel (4.19-27)

Quando os filósofos e cientistas pagãos da corte desistiram de interpretar o sonho e estavam em completa confusão, Daniel foi introduzido e saudado pelo rei com deferência respeitosa, reveladora de sua alta estima por esse servo de Deus. Tu podes; pois há em ti o espírito dos deuses santos (18), disse o rei. Mas Daniel, quando ouviu o sonho, foi dominado por um grande espanto e ficou sem falar durante uma hora. Então, encorajado pelo rei, ele expressou o motivo do seu espanto: Senhor meu, o sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação, para os teus inimigos (19).

A enorme árvore era, na verdade, o próprio rei. Seu crescimento e força estupenda apresentavam um quadro exato do seu grande poder. A tua grandeza cresceu e chegou até ao céu, e o teu domínio, até à extremidade da terra (22). Mas o resultado trágico era que essa grandeza estava com os dias contados. O rei, conhecido em toda a terra pela sua capacidade, perderia a razão e se arrastaria pelo chão como um animal do campo. Ele, que era honrado como o maior entre os seres humanos, perderia sua condição de humano e se tornaria como um boi que se alimenta de ervas. Até que passem sobre ele sete tempos (23) indicava sete anos de insanidade para o rei.

Mas no meio desse presságio chocante de julgamento, que para o rei deve ter soado mais terrível do que a morte, veio a garantia da infinita fidelidade e misericórdia de Deus.
Embora a árvore fosse cortada, o tronco (23; "toco", NVI) foi deixado para revi ver e crescer novamente. Além disso, ele foi cercado de cadeias de ferro e de bronze, um símbolo da firmeza e constância da promessa de Deus de sobrevivência e restauração. No final da sua interpretação, Daniel estava parado diante do rei rogando para que ele se arrependesse dos seus pecados de injustiça e opressão, a fim de que Deus prolongasse a sua tranqüilidade (27).

O Cumprimento do Sonho, 4:28-37.

4: 28-30 - Ou o sonho logo foi esquecido por Nabucodonosor ou foi negligenciado, porque doze meses mais tarde estava vangloriando-se com sua grandeza e com o que tinha feito.

4: 31-33 - Uma voz do céu declara o início do cumprimento do sonho. Nabucodonosor tomou a forma que é diagnosticada pelos médicos como licantropia, quando o paciente sofredor se imagina transformado em um animal. Ainda que sejam levantadas objeções contra a historicidade deste relato, pode primeiro ser argumentado que os registros do reinado de Nabucodonosor contêm muitas falhas em pormenores. Mas há citações de escritores deste período que não deixam suspeita da possibilidade que, próximo ao fim do reinado dele, houve um período de tempo no qual ele sofreu de doença mental.

Cumprimento e Destronização (4.28-33)

A falha de Nabucodonosor em prestar atenção e voltar-se para Deus por meio de um arrependimento genuíno é um reflexo ilustrativo da fraqueza e perversidade humanas. Doze meses (29) se passaram e a visão apavorante desvaneceu-se. Talvez a visão não viesse a se tornar realidade.  Certo dia, em um momento de glorificação própria, o rei começou a se exultar pelas suas grandes realizações. Enquanto caminhava pelo "terraço do palácio real" (NVI), debaixo dos seus pés estava o edifício mais esplêndido que a Babilônia já  tinha visto, adornado em ouro com ladrilhos lustrosos de cores brilhantes.

Próximo do palácio ficava a montanha artificial e os mágicos jardins suspensos construídos para a sua rainha das montanhas da Média. Esta era a grande Babilônia (30). De uma pequena cidade dê um lado do rio Eufrates o rei havia dobrado sua área para os dois lados do rio. Ele a havia enchido com novas construções e templos com uma arquitetura distinta. Ele a havia cercado com muros conhecidos pela sua altura e largura. Parelhas de carruagens podiam correr lado a lado sobre esses muros. Cerca de 210 quilômetros desses me cercavam a cidade. Cem aberturas, com portões de bronze, controlavam o acesso à cidade.

Do lado de fora dos muros ficava um reservatório de cerca de 220 quilômetros dê circunferência, conservando e controlando as águas do Eufrates. Canais para navegação e irrigação cobriam toda a área. Diques e represas alinhavam o Eufrates até o mar diversos quebra-mares tornavam o Golfo Pérsico seguro para a navegação.

Com esse tipo de visão enchendo a sua mente, podemos imaginar a soberba do rei
Aquele que já tinha tudo glorificou-se a si mesmo: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei [...] para glória da minha magnificência? (30). Inflado de amor-proprio, a ponto de explodir, ele ruiu em um abismo de trevas espirituais e mentais. O interlúdio de insanidade de Nabucodonosor aqui relatado não é conhecido em nenhuma outra fonte, como bem podemos entender. Qualquer referência a esse fato nas fontes babilônicas seria cuidadosamente apagada depois que o rei recuperou a sua Sanidade e posição. O orgulho extremo do monarca foi castigado por meio de um julgamento fulminante e humilhante. A forma específica de demência que atingiu o rei Nabucodonosor é conhecida como licantropia.

Louvor de Nabucodonosor a Deus, 4:34-37.

4: 34-35 - Nabucodonosor recuperou a razão e louvou o poder de Deus e sua autoridade sobre toda a terra.

4: 36-37 - Quando sua razão retomou, seus administradores começaram a consultá-lo novamente. Se Nabucodonosor converteu-se a Jeová ou não, é duvidoso, mas ele aprendeu uma lição de que todos os governantes precisam hoje em dia: Deus domina sobre o reino dos homens e é capaz de rebaixar os orgulhosos. 

Restauração (4.34-37)

Esse capítulo encerra de maneira apropriada a narração do rei acerca da sua recuperação e sua declaração de louvor ao Deus Altíssimo. Como Deus havia prometido, seu reino foi preservado. Seu ministério de conselheiros, do qual Daniel provavelmente fazia parte, administrou o reino durante os "sete tempos" (32) da incapacidade do rei. Se esses sete tempos representavam sete anos, como a maioria dos comentaristas interpreta, isso mostra algo da consideração e estima que os subordinados do rei tinham por ele. -= como a providência fiel de Deus em inclinar os seus corações nesse sentido.

Talvez alguns se perguntem: Por que Deus permitiu a restauração? Ou, então: L que Deus garantiu essa restauração a um autocrata tão egocêntrico como Nabucodonosor Não foi para que Deus pudesse revelar a sua glória por meio desse homem?

Deus tinha planejado essa experiência como uma disciplina especial de aprendizado para Nabucodonosor. Seu propósito especial era, nas palavras de Daniel: até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer (25). E nós lemos que a recuperação ocorreu quando eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu (34).

O rei tinha aprendido bem a sua lição. Tudo que sabia acerca de Deus até então, muito ou pouco, ele agora expressa por meio de um louvor profundo. A natureza do Deus Altíssimo distingue-se em claro contraste ao paganismo e superstição daqueles dias.

Nesse texto vemos revelados:

1) A eternidade de Deus - ao que vive para sempre (34).
2) Sua soberania - cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração.
3) Sua onipresença - segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra (35).
4) Sua onipotência - não há quem possa estorvar a sua mão e lhe diga: Que fazes? 5) Sua justiça - "Porque tudo o que ele faz é certo, e todos os seus caminhos são justos" (37, NVI).

Aplicações para os Dias de Hoje:

1. Daniel 4: 17,25,32: Deus domina o reino dos homens (veja Daniel 2:21,37; 5:21). Isto é claramente ensinado através de todos os diferentes períodos da história do Velho Testamento (Isaías 10:5-16,25-27; Habacuque 1 :5-11; Jeremias 51; Isaías 44:28 - 45: 7). Do mesmo modo, o Novo Testamento declara que Jesus Cristo é "Soberano dos reis da terra" (Apocalipse 1 :5; 17:14; Efésios 1:20-23).

2. Daniel 4: 30-32: O orgulho vai adiante da queda (Provérbios 16:18; Obadias 3:4; 1 Coríntios 10:12; DanieI5:18-20; 1 Pedro 5:5-7).

LIÇÃO QUE A HISTÓRIA NOS DEIXA

Exemplos negativos de pessoas que se tornaram soberbas

A Bíblia não conta apenas as vitórias e conquistas dos homens, nas revela suas fraquezas e derrotas para que se aprenda lições que envolvem nossas relações com Deus e com as pessoas.


Nabucodonosor é o grande exemplo do perigo da arrogância. Ior esta causa ele perdeu seu trono e seu reino.A soberba é um dos pecados do espírito humano que afeta diretamente a soberania de  Deus. Por causa da sua arrogância contra o Cetro do Deus Altíssimo, Nabucodonosor, assim como a árvore do sonho, foi cortado até a raiz (v. 18 ). A profecia cumpriu—se integralmente na vida de Nabucodonosor, e ele, depois de humilhado, perdeu a capacidade moral de pensar e decidir porque seu coração foi mudado, de “coração de homem”(v.16) para “um coração de animal”. “A punição levaria sete tempos” (v. 16).

Na linguagem bíblica, sete tempos equivalem a sete anos em que o monarca da Babilônia estaria agindo como um animal do campo em total demência racional. A estupidez da experiência amarga de Nabucodonosor foi demonstrada por uma licantropia, ou seja, ele foi dominado por uma insanidade sem precedente. Passou a agir como um animal do campo, tendo o seu corpo molhado pelo orvalho do céu e com um comportamento irracional, comendo a erva do campo (Dn 4.25). Esse estado de decadência do rei foi resultado de sua soberba que o levou a perder o reino e o trono e a Babilônia esteve em decadência política.

O Rei Herodes é outro personagem que se destaca na Bíblia por sua soberba. Ele era neto de Herodes, o Grande, e seu nome era Agripa 1 que governou a Palestina nos anos 37-44 d.C., mas foi o imperador de Roma que lhe deu o título de rei sobre Israel. Ele não gozava de aprovação entre os judeus, porque era um homem altivo, presunçoso e teve um fim triste para a sua história. Em Atos dos Apóstolos está registrado que ele mandou matar Tiago, irmão de João, um dos apóstolos de Jesus Cristo para ganhar o coração de judeus inimigos dos cristãos naqueles primeiros dias da Igreja (At 12.1,2). Depois, percebendo que isto agradaria os judeus que não o recebiam bem, mandou prender outros cristãos e, principalmente Pedro, mandando—o para a prisão (At 12.3-1 1) quando foi libertado pelo anjo do Senhor de modo excepcional. Herodes não conseguiu matar Pedro. Mais tarde, a soberba de Herodes lhe rendeu desprezo do próprio povo (At 12.21,22).

Para que todos entendessem que Deus não aceita que se zombe da sua soberania e justiça, enviou o seu anjo que feriu-o...,porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou” (At 12.23). Ninguém usurpa a glória que só pertence a Deus, a glória de sua soberania.

O Rei Saul é outro exemplo negativo do significado da soberba. Foi o primeiro rei de Israel. Saul começou bem o seu reinado, até que se deixou dominar por inveja, ciúmes e, então, começou a agir irracionalmente. A presunção de se achar superior a tudo, o levou a agir com atitudes arbitrárias dentro do Palácio e nos assuntos do reino. Foram atitudes que feriam princípios morais, políticos e espirituais de Israel.

Sua arrogância o fez praticar ações que não competiam à sua alçada e, por isso, foi lhe tirado a graça de Deus na sua vida. Então passou a agir irrefletidamente dominado pela soberba que fez Deus rejeitá-lo, porque sua desobediência era fruto da soberba (1 Sm9.26; 10.1; 15.2,3,9; 15.23).

A soberba é como vírus contagiante

A soberba é o orgulho excessivo que uma pessoa demonstra e não tem nenhum senso de autocrítica. A soberba é como uma doença contagiosa que se aloja no coração do homem e ele perde a capacidade de admitir que para viver no mundo dos homens ele precisa lembrar que o outro existe. A falta do senso de autocrítica o faz agir irracionalmente (Si i0l.5;2 Cr26.16).A soberba é contagiosa porque contamina todo o homem (Mc 7.21-23). A Bíblia nos mostra que a soberba torna os olhos altivos (Pv 21 .4) e cega a vista (1 Tm 3.6; 6.4).

A soberba foi o pecado de Lúcifer

A história de Lúcifer infere-se em dois textos proféticos de Isaías e Ezequiel nos quais, encontramos em linguagem metafórica, a história literal da queda de Lúcifer, perdendo sua posição na presença de Deus. Ele é identificado na Bíblia corno Diabo, Satanás (Is 14.13-16; Ez 28.14,16). Essas duas escrituras revelam que Lúcifer perdeu seu status celestial na presença de Deus por causa da sua soberba. Por isso, a soberba é um pecado do espírito humano, que afeta diretamente as relações verticais do homem com Deus.

CONCLUSÃO

Que Deus nos livre da soberba!



Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Comentário Bíblico Beacon Daniel
Comentário Bíblico Mathew Henry 
Livro Integridade Moral e Espiritual = CPAD = Elienai Cabral