8 de janeiro de 2015

O Padrão da Lei Moral



O Padrão da Lei Moral

TEXTO ÁUREO = "Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra."  (Dt 4.13)

VERDADE PRÁTICA = As chamadas "lei moral", "lei cerimonial" e "lei civil" são, na verdade, três partes de uma mesma lei que o Senhor Jesus já cumpriu na sua totalidade. 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Deuteronômio 9.9-11; 10.1-5

INTRODUÇÃO

Quando Deus libertou Israel do Egito, não os deixou vagando indefinidamente, sem rumo. Deus os enviou para uma terra abençoada, que daria seus frutos nas estações certas e tornaria a vida dos israelitas muito agradável. Eles receberiam essa terra por uma obra da graça de Deus. Nela eles seriam uma nação regida pdo próprio Deus, teriam seu espaço para viver, trabalhar, comemorar datas festivas e, acima de tudo, adorar a Deus.

Mas antes de chegar nessa nova terra, eles precisavam entender que deveriam ter regras específicas de convivência com Deus, com seu próximo e consigo mesmos. Eles não seriam pessoas sem regras, que poderiam fazer o que quisessem sem prestar contas de suas atitudes. Por isso, eles deveriam ter uma lei que organizasse a vida. Essa lei foi dada por Deus. Os Dez Mandamentos, como são conhecidos, foram dados ao povo de Israel pelo Senhor, a fim de que os israelitas pautassem sua existência pelo que Deus queria

                                                    Origem das Tábuas.

As Dez Palavras foram originalmente fornecidas, de forma oral, no monte Sinai, pelo anjo de Yehowah. (Êx 20:1; 31:18; De 5:22; 9:10; At 7:38, 53; veja também Gál 3:19; He 2:2.) Em seguida Moisés subiu ao monte, a fim de receber as Dez Palavras em forma escrita, em duas tábuas de pedra, junto com outros mandamentos e instruções. Durante a sua prolongada estada de 40 dias, o povo ficou impaciente e fez a estátua fundida dum bezerro, para adorar.

Ao descer do monte, Moisés viu este espetáculo de idolatria e atirou ao chão “as tábuas [que] eram o trabalho de Deus”, as próprias tábuas sobre as quais haviam sido escritas as Dez Palavras, destroçando-as. — Êx 24:12; 31:18-32:19; De 9:8-17; compare isso com Lu 11:20.


Mais tarde, Deus disse a Moisés: “Lavra para ti duas tábuas de pedra iguais às primeiras, e eu terei de escrever nas tábuas as palavras que apareceram nas primeiras tábuas que destroçaste.” (Êx 34:1-4) E assim, depois de passar mais 40 dias no monte, obteve uma cópia idêntica das Dez Palavras.
Estas foram guardadas por Moisés numa arca de madeira de acácia. (De 10:1-5) As duas tábuas foram chamadas de “as tábuas do pacto”. (De 9:9, 11, 15).

Evidentemente, foi por esta razão que a arca revestida de ouro, feita mais tarde por Bezalel, na qual as tábuas foram por fim guardadas, era chamada de “arca do pacto”. (Jos 3:6, 11; 8:33; Jz 20:27; He 9:4) Esta legislação das Dez Palavras também era chamada de “o testemunho” (Êx 25:16, 21; 40:20), e de “tábuas do Testemunho” (Êx 31:18; 34:29), daí as expressões “a arca do testemunho” (Êx 25:22; Núm 4:5), e também “o tabernáculo do Testemunho”, isto é, a tenda na qual a Arca era abrigada. — Êx 38:21.

A respeito do primeiro conjunto de tábuas, declara-se que não apenas foram feitas por Yehowah, mas que também foram “inscritas pelo dedo de Deus”, evidentemente, denotando o espírito de Deus. (Êx 31:18; De 4:13; 5:22; 9:10) Da mesma forma, Yehowah fez as inscrições no segundo conjunto de tábuas, embora lavradas por Moisés. Quando se disse a Moisés, em Êxodo 34:27: “Escreve para ti estas palavras”, não se aludiu às próprias Dez Palavras, mas, antes, como numa ocasião anterior (Êx 24:3, 4), que ele devia escrever alguns dos outros detalhes pertinentes aos regulamentos do pacto. Assim, o pronome “ele”, em Êxodo 34:28b, refere-se a Yehowah, quando diz: “E ele [Deus, e não Moisés] passou a escrever nas tábuas as palavras do pacto, as Dez Palavras.” O versículo 1 mostra que foi assim. Mais tarde, ao lembrar tais acontecimentos, Moisés confirma que foi Yehowah quem reproduziu as tábuas. — De 10:1-4.

OS DEZ MANDAMENTOS

Os Dez Mandamentos é uma tradução da expressão hebraica ‛aséreth haddevarím, encontrada apenas no Pentateuco, que designa as dez leis básicas do pacto da Lei de Deus; comumente chamadas de Dez Mandamentos. (Êx 34:18; De 4:13; 10:4).

Este código especial de leis é também chamado de “Palavras” (De 5:22) e de “as palavras do pacto”. (Êx 34:28).

A Septuaginta grega (Êx 34:28; De 10:4) reza déka (dez) lógous (palavras), combinação da qual deriva a palavra “Decálogo”.


No Antigo Testamento, o Decálogo é uniformemente referida como “as dez palavras” (Exo 34:28; Deut 4:13; Deut 10:4), ou simplesmente como “as palavras” faladas por Yahweh (Exo 20:1; Exo 34:27; Deut 5:22 Deut 10:2), ou como “as palavras da aliança” (Exo 34:28). No Novo Testamento, eles são chamados de “mandamentos” (Mat 19:17; ), como acontece com a maioria de nós em terras cristãs.

A lei de Moisés não consiste apenas num compêndio religioso; trata de profecias, histórias, registros genealógicos e cronológicos, regulamentos, ritos, cerimônias, exortações, preceitos morais, civis e cerimoniais, instrução para sacerdotes, sacrifícios, ofertas, festas e o tabernáculo. A grande diversidade de conteúdo e suas várias formas de apresentação dos dados da revelação têm impressionado o espírito humano até hoje. A estrutura literária dessa parte das Escrituras Sagradas é complexa e sobre ela muitas’ interpretações e especulações têm sido levantadas ao longo dos séculos.

O Decálogo é o exemplo mais conhecido da forma categórica ou absoluta que se caracteriza pelo comando absoluto, geralmente pelo uso da segunda pessoa do singular no futuro ou no imperativo, e algumas vezes no plural. Isso aparece nos mandamentos negativos ou positivos. O mandamento com o verbo no particípio hebraico também é considerado categórico ou absoluto por muitos, como em: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem seu sangue será derramado” (Gn 9.6); ou: “Quem ferir alguém, que morra, ele também certamente morrerá” (Êx 21.12). As expressões “quem derramar” e “quem ferir” estão no particípio, na língua original. Mas há quem afirme que a referida forma é casuística

Os quatro primeiros referem-se aos deveres do homem para com Deus. Os outros seis, incluem os deveres do homem para com os seus semelhantes.

1º = “Não terás outros deuses diante de mim” (v.3). Refere-se ao único Deus. Nenhuma adoração a santos, anjos ou a outra criatura ou objeto é permitido pelo Senhor.

2º. “Não farás para ti Imagem de escultura”; “não te encurvarás a elas nem as servirás” (v.4-6). Lembra que Deus é Espírito e não admite ser adorado por meio de imagem de homem ou de qualquer criatura.

3º. “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (v.7). Evidencia a santidade de Deus, não sendo permitido o uso de seu nome de modo vão, desrespeitoso ou frívolo.


4º., “Lembra-te do dia do sábado para o santificar” (v.8). Lembra que Deus é o Senhor, criador de todas as coisas; lembra a sua soberania sobre a criação. A palavra sábado, em heb. shabbath, do verbo sabath, significa “cessar” ou “descansar” de trabalhar. Para os judeus, era um concerto perpétuo (Êx 31.12-18).

5º., “Honra a teu pai e a tua mãe” (v.12). Impõe o respeito à autoridade paterna, como símbolo do respeito à autoridade de Deus. É o primefro mandamento com promessa (Ef 6.2,3).

6º. “Não matarás” (v.13). Defende a preservação da vida como dom de Deus, proibindo o homicídio. No tempo de Moisés, era penuitida a,pena de morte pela autoridade judicial (Ex 21.12-15).

7º. “Não adulterarás” (v.14). Refere-se à santidade e pureza do casamento. O Senhor Jesus, no Novo Ccxicesto, trouxe nova maneira de aplicar esse mandamento, tornando-o mais abrangente (Mt 5.28).

8º. “Não furtarás” (v.15). Valoriza o respeito à propriedade dos bens alheios. Há muitas maneiras de desrespeitar esse mandamento. Não é só pela apropriação indevida de coisa materiais; não pagar o salário condignamente, é furtar o direito do trabalhador.

9º. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (v.16). Uma pessoa pode prejudicar a boa reputação de alguém, mediante uma calúnia. O Código Penal é severo, quando dispõe sobre os crimes de calúnias, injúria ou difamação. É interessante notar-se que, em muitas igrejas, alguém é excluído por causa do adultério (72 mandamento), mas ninguém é excluído por causa dos pecados contra 090 mandamento. Isso é praticar dois pesos e duas medidas, 6 juízo ontrário a Palavra de Deus.

10’. “Não cobiçarás...” (v.17). Cobiçar é atitude mental, interior, apenas sentida pelo pecador. Deus não quer santidade apenas no exterior. Ele quer a santidade do corpo, da alma e do espírito. O último mandamento proibe cobiçar a casa do próximo, sua mulher, seu servo ou serva, seu boi ou jumento, etc. Esse mandamento é tão importante quanto os outros, pois o pecado, antes de ser praticado, começa na mente, no desejo interior (Tg 1.14,15).

No Velho Testamento, o Decálogo é o princípio básico do Velho Concerto. No Novo Testamento, o Sermão da Montanha (Mt 5.6 e 7), proferido por Cristo, é mais abrangente, pois inclui todos os princípios do Decálogo, em conformidade com a vida cristã, expressanoN. Testamento. Jesus resumiu toda a lei em dois mandamentos: Amar a Deus e amar ao próximo (Mt 22.37-40; Rm 13.8-10).

A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI

Os Propósitos da Lei

Quando Deus libertou Israel do Egito, não os deixou vagando indefinidamente, sem rumo. Deus os enviou para uma terra abençoada, que daria seus frutos nas estações certas e tornaria a vida dos israelitas muito agradável. Eles receberiam essa terra por uma obra da graça de Deus. Nela eles seriam uma nação regida pdo próprio Deus, teriam seu espaço para viver, trabalhar, comemorar datas festivas e, acima de tudo, adorar a Deus.

Mas antes de chegar nessa nova terra, eles precisavam entender que deveriam ter regras específicas de convivência com Deus, com seu próximo e consigo mesmos. Eles não seriam pessoas sem regras, que poderiam fazer o que quisessem sem prestar contas de suas atitudes. Por isso, eles deveriam ter uma lei que organizasse a vida. Essa lei foi dada por Deus. Os Dez Mandamentos, como são conhecidos, foram dados ao povo de Israel pelo Senhor, a fim de que os israelitas pautassem sua existência pelo que Deus queria.

Os objetivos de Deus com a Lei foram, inicialmente:

Providenciar um padrão de justiça que pudesse ser alcançado. Quando pensamos que Deus deu sua lei ao povo de Israel, podemos pensar que a abrangência dessa lei refere-se apenas aos judeus. Entretanto, é preciso fazer aqui uma observação: princípios e regras devem ser analisados em nosso estudo. Princípios são ordenações gerais que têm por objetivo regular determinadas situações. Esses princípios são expostos em regras, ou seja, quando Deus desejou proteger o fruto do trabalho dos israelitas, ordenou que não se furtasse. Os princípios desse mandamento são a proteção da propriedade e a valorização do trabalho, e eles são expostos na regra “não furtarás”. Portanto, os princípios estão no topo, e as regras, na base. Regras podem variar com o passar do tempo, com o local e o povo, mas os princípios não (Dt 4.8; Rm 7.12).

A lei de Deus também mostra o pecado do homem. Ela não faz do homem um pecador, mas mostra o quanto ele é inclinado a desobedecer às regras e princípios que Deus determinou.  Paulo comenta isso em Romanos 5.20: “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse”, isto é, fosse devidamente conhecida. “Pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20), ou seja, o conhecimento pleno dele.
“Mas eu não conheci o pecado senão pela lei” (Rm 7.7). Ou seja, Paulo deixa claro que a lei traz o conhecimento de nossos pecados. Ela não os cria, mas os denuncia.


A lei mostra ainda a santidade de Deus. Deus é santo, e não pode tolerar o pecado. A lei mostra que o padrão de Deus para uma vida justa deve ser buscado pelo homem. Com o passar do tempo, percebeu-se que essa busca pela justiça não poderia ser alcançada sem a ajuda de um Salvador, a quem Deus enviou ao mundo, seu Filho Jesus Cristo. Apenas por Ele podemos nos aproximar da santidade de Deus e buscá-la para um viver santo neste mundo decaído.

Outras Maneiras de Alistar Estas Leis.

A divisão acima das Dez Palavras, conforme se encontra em Êxodo 20:2-17, é a natural. É a mesma fornecida por Josefo, historiador judeu do primeiro século EC (Antiquities of the Jews [Antiguidades Judaicas], III, 91, 92 [v, 5]), e pelo filósofo judeu Filo, também do primeiro século EC, em The Decalogue (XII, 51). Outros, porém, inclusive Agostinho, juntaram as duas leis contra deuses estranhos e contra imagens (Êx 20:3-6; De 5:7-10) num só mandamento, e, então, a fim de ainda ter dez, dividiram Êxodo 20:17 (De 5:21) em dois mandamentos, criando assim um nono contra cobiçar a esposa do próximo e um décimo contra cobiçar sua casa, e assim por diante. Agostinho buscou apoio para a sua divisão teórica no alistamento paralelo posterior do Decálogo, em Deuteronômio 5:6-21, onde se encontram duas palavras hebraicas diferentes no versículo 21 (“Nem deves desejar [forma da hebr. hhamádh] . . . Nem deves almejar egoistamente [forma da hebr. ’awáh]”), ao invés de no texto anterior de Êxodo 20:17, onde apenas o único verbo (desejar) ocorre duas vezes.

Moisés, a Lei e a Nação de Israel

Em 1943 AEC, Deus escolheu Abrão para ser seu servo especial e mais tarde fez-lhe um solene juramento devido à sua fidelidade em dispor-se a oferecer seu filho Isaque em sacrifício, ainda que esse sacrifício não se consumasse. (Gênesis 12:1-3; 22:1-14) Naquele juramento, Deus disse: “Juro por Mim Mesmo, o SENHOR [hebraico: יהוה, YHWH] declara: Por teres feito isto, e não teres negado teu filho, teu dileto, dar-te-ei Minha bênção e farei teus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu . . . Todas as nações da terra se abençoarão a si mesmas por meio de teus descendentes [“semente”, Al, rev. e corr.], porque obedeceste a Minha ordem.” Este voto juramentado foi repetido ao filho e ao neto de Abraão, passando então à tribo de Judá e à linhagem de Davi. Este conceito estritamente monoteísta de um Deus pessoal tendo tratos diretos com humanos era ímpar naquele mundo antigo, e veio a formar a base da religião judaica. — Gênesis 22:15-18; 26:3-5; 28:13-15; Salmo 89:4, 5, 29, 30, 36, 37 (Salmo 89:3, 4, 28, 29, 35, 36).

Para cumprir suas promessas feitas a Abraão, Deus lançou o fundamento para uma nação firmando um pacto especial com os descendentes de Abraão.

Este pacto foi instituído por meio de Moisés, o grande líder hebreu e mediador entre Deus e Israel. Quem era Moisés, e por que é ele tão importante para os judeus? O relato bíblico de Êxodo nos diz que ele nasceu no Egito (1593 AEC) de pais israelitas que eram escravos no cativeiro junto com o restante de Israel. Foi ele “a quem o SENHOR escolheu” para conduzir o Seu povo à liberdade em Canaã, a Terra Prometida. (Deuteronômio 6:23; 34:10) Moisés cumpriu o papel vital de mediador do pacto da Lei dado por Deus a Israel, além de ser seu profeta, juiz, líder e historiador. — Êxodo 2:1-3:22.

Em que consiste a Lei de Moisés? 

Quando se faz referência à Lei de Moisés nas igrejas, geralmente está se falando dos Dez Mandamentos. Mas esse é um engano, pois cumprir a Lei Mosaica é muito mais: ela é composta de todo o código de leis formado por 613 disposições, ordens e proibições. Em hebraico a Lei é chamada de Torá, que pode significar lei como também instrução ou doutrina. O conteúdo da Torá são os cinco livros de Moisés, mas o termo Torá é aplicado igualmente ao Antigo Testamento como um todo. 

Jesus Cristo e a Lei de Moisés 



É interessante observar que Jesus posicionou-se claramente a favor do código legal mosaico, pois disse: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17). Entretanto, Ele rejeitou com veemência as ordenanças humanas e as obrigações impostas apenas pela tradição judaica (compiladas, posteriormente, no Talmude), afirmando: “Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens. E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que podereis aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta para o Senhor, então, o dispensais de fazer qualquer coisa em favor de seu pai ou de sua mãe, invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes” (Mc 7.8-13). 

Jesus defendeu firmemente a Palavra de Deus. Ele considerava o Pentateuco como realmente escrito por Moisés, inspirado por Deus e normativo para Sua própria vida e Seu ministério, pois afirmou: “Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem uma vírgula ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus” (Mt 5.18-19).

A Lei de Moisés foi entregue a Israel 

A Lei fez de Israel algo especial, transformando-o em parâmetro para todos os outros povos. A Bíblia exprime essa verdade da seguinte maneira: “Porque tu és povo santo ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra” (Dt 7.6). Por conseqüência, o Israel do Antigo Testamento era a única nação cuja legislação, jurisdição e jurisprudência tinham sua origem na pessoa do Deus vivo. 

A LEI E A GRAÇA

A Igreja de Jesus deve cumprir a Lei? 

O Senhor Jesus, cabeça da Igreja (Ef 5.23), validou toda a Lei Mosaica, inclusive as 613 disposições, ordens e proibições, ao afirmar: “É mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til sequer da Lei” (Lc 16.17). Ele avançou mais um passo, dizendo: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17). Jesus, ao nascer, também foi colocado sob a Lei: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). Ele foi criado e educado segundo os preceitos da Lei, pois cumpria suas exigências. 

O Senhor Jesus, porém, não apenas se ateve pessoalmente a toda a Lei de Moisés. Foi essa mesma Lei que O condenou à morte. Quando tomou sobre Si todos os nossos pecados, teve de morrer por eles, pois a Lei assim o exige. Vemos que a Lei foi cumprida e vivida por Jesus, e através dEle ela alcançou seu objetivo. Por isso está escrito que “...o fim da Lei é Cristo” (Rm 10.4). 

Quando sou confrontado com a Lei Mosaica, ela me apresenta uma exigência que devo cumprir. Deus diz em Sua Lei : “...eu sou santo...” e exige de nós: “...vós sereis santos...” (Lv 11.44-45). Assim, a Lei me coloca diante do problema do pecado, que não posso resolver sozinho. O apóstolo Paulo escreve: “...eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado” (Rm 7.14). 

A lei expõe e revela nossa incapacidade de atender às exigências divinas, pois ela nos confronta com o padrão de Deus. Ela nos mostra a verdadeira maneira de adorá-lO, estabelece as diretrizes segundo as quais devemos viver e regulamenta nossas relações com nosso próximo. Além disso, a Lei é o fundamento que um dia norteará a sentença que receberemos quando nossa vida for julgada por Deus. Pela Lei, reconhecemos quem é Deus e como nós devemos ser e nos portar. Mas existe uma coisa que a Lei não pode: ela não consegue nos salvar. Ela nos expõe diante de Deus e mostra que somos pecadores culpados. Essa é sua função. 

Lembremos que Jesus disse: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir” (Mt 5.17). O Filho de Deus está afirmando que veio a este mundo para cumprir a Lei com todas as suas 613 disposições, ordenanças e proibições. Ele realmente cumpriu todas elas, pelo que está escrito: “...o fim da lei é Cristo” (Rm 10.4). Ele conduziu a Lei ao seu final; ela está cumprida. Por que Ele o fez? Encontramos a resposta quando lemos o versículo inteiro: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). Jesus cumpriu a Lei para todos, mas Sua obra é eficaz apenas para todo aquele que crê. Segundo a Bíblia, que tipo de fé é essa? É a fé que sabe... 

Jesus estabeleceu uma ética muito superior... 

...à ética da Lei de Moisés. Ela exige: “Não adulterarás” (Êx 20.14). Mas Jesus disse: “qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt 5.28). A lei de Moisés impõe: “Não matarás” (Êx 20.13). Mas Jesus ensina: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44). 

CONCLUSÃO

A Lei expõe e condena os nossos pecados, porém, o Senhor Jesus Cristo, pelo seu sangue expiador, nos perdoa e nos justifica mediante a fé. [Comentário: Devem os cristãos hoje guardar os Dez mandamentos? A unidade da Escritura assume a continuidade da Lei de Deus. A Palavra de Deus nos revela uma ética contínua e justa: “A Escritura não pode ser anulada” (João 10.35b).


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus 

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1988

Livro Os Dez Mandamentos = CPAD = Esequias Soares

Livro Uma Jornada de Fé = PAD = Alexandre Coelho e Silas Daniel

31 de dezembro de 2014

"Deus Dá sua Lei ao Povo de Israel"



"Deus Dá sua Lei ao Povo de Israel"

TEXTO ÁUREO = “Que são israelitas, dos quais é a  adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas.” (Rm 9.4)

VERDADE PRÁTICA = Uma nova nação despontava no horizonte e precisava de uma legislação que definisse as bases em que o povo devia viver, isto é, fundamentada nas promessas feitas aos patriarcas

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Êxodo 20.18-22, 24; 24.4, 6-8

SIGNIFICADO E CLASSIFICAÇAO DO DECÁLOGO

Os dez mandamentos são chamados, também de “O Decálogo”, expressão que vem do Grego (Dekálogos), significando “dez palavras”, ou dez princípios, leis ou mandamentos (Dt 4.13). Existem diversas classificações quanto à ordem dos dez mandamentos. Umas, por conveniência, e outras, por erro de interpretação.

1. Classificação católica e luterana. O primeiro mandamento é a reunião dos Êx - 20.2-6.0 segundo, o versículo 7; Do terceiro ao 8º,  mandamentos, incluem os versículos 8 a 16; o nono e o décimo mandamentos são resumidos no versículo 17 de 20. Esta classificação é enganosa, pois procura evitar o destaque de Êx 20.4, como o segundo mandamento, que proibe fazer imagens de esculturas e o v.5, que proibe encurvar-se a elas. Essa artimanha doutrinária é freio da concepção idolatrada Igreja Católica. Os luteranos também a adotam.

2. Classificação correta. A Igreja Evangélica, em geral, adota como válida a classificação que considera o primeiro mandamento como sendo Êx 20.3; o segundo (v.4-6); o terceiro (v.7); o quarto (v.8-11); o quinto(v.12); o sexto (v.13); o sétimo (v.14); o oitavo (v.15); o nono (v.16) e o décimo, todo o versículo 17.

Essa ordem é aceita desde a Igreja Primitiva, pela Igreja Ortodoxa Oriental e pelas igrejas protestantes em geral (Comentário Bíblico Moody, p.90). Essa discrepância doutrinária mostra como pensadores e lideres religiosos procuram torcer a Palavra de Deus, de modo a acomodá-la a seus dogmas e ensinamentos tendenciosos. Eles incorrem na repreensão do Senhor (Jr 22.36b).

ABRANGÊNCIA DO DECÁLOGO

1. No aspecto estrito. Os dez mandamentos, sob o ponto de vista estrito, contém normas de relacionamento entre o povo de Israel e o seu Deus e entre os indivíduos e oseu próximo.
O Decálogo proibe matar (6º mandamento). Cristo, doutrinando sobre o assunto, disse que era pecado não só matar, mas, até, encolerizar-se, sem motivo, contra o seu irmão (Mt 522).

Nesse aspecto estrito, tem-se, por exemplo, a guarda literal do sábado como sétimo dia da semana. Somente pari os judeus foi isso determinado (Ex 31.12-18; Ez 20. 12- 13,20; Cl 2.16-17) e não para todos os povos.

2. No aspecto mais amplo. O Decálogo contém normas que servem para todos os povos, respeitando-se sua aplicação, de acordo com o entendimento abrangente dos prepósitos neles incluídos.

Enquanto paraojudeu, o sábado deveria ser observado estritamente, no seu aspecto moral e cerimonial, para outro povo serve a recomendação quanto a observar- se um dia de descanso na semana, para restauração das energias físicas e espirituais. Não matar, não cobiçarnada do próximo, honrar os pais, e não ter outros deuses além do Senhor, é, em essência, o desejável para todos os povos e nações.

3. Cristo e o Decálogo. O Senhor Jesus Cristo, doutrinando sobre o cumprimento da lei, fez alusão ao comportamento dos escribas e fariseus. que procuravam ser legalistas, observando o aspecto formal da lei, mas não praticavam de verdade, no dia-a-dia, o que era mais importante para a vida espiritual. Por isso, o Senhor disse aos seus discípulos que a justiça deles deveria exceder à dos escribas e fariseus (Mt 5.20). Em seguida, o Mestre demonstrou, no Sermão da Montanha, como Ele entendia e ordenava aos seus seguidores o cumprimento dos mandamentos:

= 6º.- mandamento: não matarás. Jesus disse: “Qualquer que se encolerizar, sem motivo, contra seu irmão, será réu de juízo”. “Qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno” (Mt 5.22).

= 7º.- mandamento: não adulterarás. Jesus disse: “Qualquer que atentar numa mulher para cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela” (Mt 5.28).
Com esses exemplos, o Senhor Jesus mostrou que ele não 6 um legalista formaL Ele exige dos seus servos não apenas o cumprimento exterior, mas o cumprimento interior das normas da lei.

4. O Decálogo e sua unidade com a lei. Alguns crentes, adeptos do legalismo, fazem questão de dividiralei em aspectos ou partes, a fim de melhor se acomodarem com suas doutrinas e equívocos teológicos.

Dentre esses, os mais conhecidos são os Adventistas do Sétimo Dia. Eles dividem a lei em:

1) Lei Moral, compreendendo os dez mandamentos e

2) Lei cerimonial, que compreende os demais preceitos da lei. Há quem veja, ainda, um teiceiro aspecto:

A lei Social ou Civil. Esse arranjo doutrinário nada mais é do que a tentativa de legitimar a doutrina da guarda do sábado. Dizem eles que Jesus Cristo aboliu a lei cerimonial (sacrifícios, rituais,etc), mas que não aboliu a lei moral (os dez mandamentos), entre os quais está a guarda do sábado. Entretanto, nem Jesus nem os apóstolos fizeram qualquer referência a essa divisão (arbitrária) da lei. No Sermão da Montanha, que contém as “leis do Reino”, vemos o Senhor referir-se à lei de modo geral, incluindo ou não os dez mandamentos.

Em Mt 5.21, refere-se ao 6 mandamento; em Mt 5.28, refere-se ao 7º. mandamento; em Mt 5.31, refere- se ao divórcio, que não está nos dez mandamentos, mas está na lei, e dá sua determinação sobre o assunto; Em Mt 5.43, Jesus refere-se ao amor ao próximo, que está na lei, mas não nos dez mandamentos (Lv 19.18).

Paulo, referindo-se à lei, não faz qualquer distinção entre moral e cerimonial. Em 01 5.3, ele diz que os que querem justificar-se pela lei estão separados de Cristo; que são malditos os que não permanecem em todas as coisas da lei ( Gl 3.10).

Naquilo em que os adventistas chamam de lei cerimonial, há inúmeros preceitos morais. Por exemplo: Não afligir a estrangeiros, órfãs e viúvas (Êx 22.21,22). É preceito altamente moral e não cerimonial. Não torcer o juízo (Dt 16.19). Estes e outros são preceitos morais, que, no entanto, não estão no Decálogo. Diante disso, verifica-se que os dez mandamentos e os outros preceitos da lei constituem umaunidade dovelho concerto, abolido por Cristo (2 Co 3.14). O Novo Testamento (concerto), trazido por Cristo, é superior ao de Moisés (Jo 14.15; 1 Jo 2.3,10; 3.22-24; 4.21; 5.1-3; 01 6.2). Os mandamentos de Cristo não são só dez. São todo o NT.

OS DEZ MANDAMENTOS (Êx 20.1-17).

Os quatro primeiros referem-se aos deveres do homem para com Deus. Os outros seis, incluem os deveres do homem para com os seus semelhantes.

1º = “Não terás outros deuses diante de mim” (v.3). Refere-se ao único Deus. Nenhuma adoração a santos, anjos ou a outra criatura ou objeto é permitido pelo Senhor.

2º. “Não farás para ti Imagem de escultura”; “não te encurvarás a elas nem as servirás” (v.4-6). Lembra que Deus é Espírito e não admite ser adorado por meio de imagem de homem ou de qualquer criatura.

3º. “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão” (v.7). Evidencia a santidade de Deus, não sendo permitido o uso de seu nome de modo vão, desrespeitoso ou frívolo.

4º., “Lembra-te do dia do sábado para o santificar” (v.8). Lembra que Deus é o Senhor, criador de todas as coisas; lembra a sua soberania sobre a criação. A palavra sábado, em heb. shabbath, do verbo sabath, significa “cessar” ou “descansar” de trabalhar. Para os judeus, era um concerto perpétuo (Êx 31.12-18).

5º., “Honra a teu pai e a tua mãe” (v.12). Impõe o respeito à autoridade paterna, como símbolo do respeito à autoridade de Deus. É o primefro mandamento com promessa (Ef 6.2,3).

6º. “Não matarás” (v.13). Defende a preservação da vida como dom de Deus, proibindo o homicídio. No tempo de Moisés, era penuitida a,pena de morte pela autoridade judicial (Ex 21.12-15).

7º. “Não adulterarás” (v.14). Refere-se à santidade e pureza do casamento. O Senhor Jesus, no Novo Ccxicesto, trouxe nova maneira de aplicar esse mandamento, tornando-o mais abrangente (Mt 5.28).

8º. “Não furtarás” (v.15). Valoriza o respeito à propriedade dos bens alheios. Há muitas maneiras de desrespeitar esse mandamento. Não é só pela apropriação indevida de coisa materiais; não pagar o salário condignamente, é furtar o direito do trabalhador.

9º. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (v.16). Uma pessoa pode prejudicar a boa reputação de alguém, mediante uma calúnia. O Código Penal é severo, quando dispõe sobre os crimes de calúnias, injúria ou difamação. É interessante notar-se que, em muitas igrejas, alguém é excluído por causa do adultério (7 mandamento), mas ninguém é excluído por causa dos pecados contra (9) mandamento. Isso é praticar dois pesos e duas medidas, 6 juízo contrário a Palavra de Deus.

10’. “Não cobiçarás...” (v.17). Cobiçar é atitude mental, interior, apenas sentida pelo pecador. Deus não quer santidade apenas no exterior. Ele quer a santidade do corpo, da alma e do espírito. O último mandamento proibe cobiçar a casa do próximo, sua mulher, seu servo ou serva, seu boi ou jumento, etc.

Esse mandamento é tão importante quanto os outros, pois o pecado, antes de ser praticado, começa na mente, no desejo interior (Tg 1.14,15). No Velho Testamento, o Decálogo é o princípio básico do Velho Concerto. 

No Novo Testamento, o Sermão da Montanha (Mt 5.6 e 7), proferido por Cristo, é mais abrangente, pois inclui todos os princípios do Decálogo, em conformidade com a vida cristã, expressa no N. Testamento. Jesus resumiu toda a lei em dois mandamentos: Amar a Deus e amar ao próximo (Mt 22.37-40; Rm 13.8-10).

CARACTERÍSTICAS DA LEI

Êx 20.1,2 “Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.” Um dos aspectos mais importantes da experiência dos israelitas no monte Sinai foi o de receberem a lei de Deus através do seu líder, Moisés.

A Lei Mosaica (hb. torah, que significa “ensino”), admite uma tríplice divisão:

(a) a lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (20.1-17);

(b) a lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (2 1.1 — 23.33); e

(c) a lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (24.12 — 31.18).

Note os seguintes fatos no tocante à natureza e à função da lei no Antigo Testamento.

(1) A lei foi dada por Deus em virtude do concerto que Ele fez com o seu povo. Ela expunha as condições do concerto a que o povo devia obedecer por lealdade ao Senhor Deus, a quem eles pertenciam.  Os israelitas aceitaram formalmente essas obrigações do concerto (24.1-8;).

(2) A obediência de Israel à lei devia fundamentar-se na misericórdia redentora de Deus e na sua libertação do povo (19.4).

(3) A lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (19.4-6; 20.1-17; 21.1— 24.8)

E prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados     (Lv 1 .5; 16.33).

A lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (20.2).

Antes, pela lei Deus ensinou ao seu povo como andar em retidão diante dEle como seu Redentor, e igualmente diante do seu próximo. Os israelitas deviam obedecer à lei mediante a graça de Deus a fim de perseverarem na fé e cultuarem também por fé, ao Senhor (Dt 28.1,2; 30.15-20).

(4) Tanto no AT quanto no NT, a total confiança em Deus e na sua Palavra (Gn 15.6),

E o amor sincero a Ele (Dt 6.5),

Formaram o fundamento para a guarda dos seus mandamentos.  Israel fracassou exatamente nesse ponto, pois constantemente aquele povo não fazia da fé em Deus, do amor para com Ele de todo o coração e do propósito de andar nos seus caminhos, o motivo de cumprirem a sua lei.

Paulo declara que Israel não alcançou a justiça que a lei previa, porque “não foi pela fé” que a buscavam (Rm 9.32).

(5) A lei ressaltava a verdade eterna que a obediência a Deus, partindo de um coração cheio de amor (ver Gn 2.9 nota; Dt 6.5 nota)

Levaria a uma vida feliz e rica de bênçãos da parte do Senhor (cf. Gn 2.16 nota; Dt 4.1,40; 5.33; 8.1; Sl 119.45; Rm8.13; 1 J0 1.7).

(6) A lei expressava a natureza e o caráter de Deus, i.e., seu amor, bondade, justiça e repúdio ao mal. Os fiéis israelitas deviam guardar a lei moral de Deus, pois foram criados à sua imagem (Lv 19.2).

(7) A salvação no AT jamais teve por base a perfeição mediante a guarda de todos os mandamentos. Inerente no relacionamento entre Deus e Israel, estava o sistema de sacríficios, mediante os quais, o transgressor da lei obtinha o perdão. Quando buscava a misericórdia de Deus, com sinceridade, arrependimento e fé, conforme a provisão divina expiatória mediante o sangue.

(8) A lei e o concerto do AT não eram perfeitos, nem permanentes. A lei funcionava como um tutor temporário para o povo de Deus até que Cristo viesse (GI 3.22-26).

O antigo concerto agora foi substituído pelo novo concerto, no qual Deus revelou plenamente o seu plano de salvação mediante Jesus Cristo (Rm 3.24-26; ver Gl 3.19, Nota com matéria adicional sobre a natureza e função da lei no AT).

(9) A lei foi dada por Deus e acrescentada à promessa “por causa das transgressões” (GI 3.19); i.e., tinha o propósito

(a) de prescrever a conduta de Israel;

(b) definir o que era pecado;

(c) revelar aos israelitas a sua tendência inerente de transgredir a vontade de Deus e de praticar o mal, e

(d) despertar neles o sentimento da necessidade da misericórdia, graça e redenção divinas (Rm 3.20; 5.20; 8.2).

Veremos a seguir as diferenças entre a lei de Moisés e a Lei de Deus, os Dez Mandamentos.

1- Leia Hb 10:1 e Lc 16-17 e responda: a lei de Moisés e a lei de Deus são a mesma?

2- Onde foi guardado o livro da lei de Moisés, e as duas tábuas dos mandamentos de Deus? Dt 31:26. IICr 5:10.

3- Em que Moisés escreveu sua lei, e onde foi posta? Dt 31:24-26.

4- Que material foi usado, e quem escreveu os dez mandamentos da lei de Deus? Ex 31:18. 24:12.

5- Qual a lei que não justificava o homem diante de Deus? Gl 3:10-11. Lv 16:1-5,14-15.

6- Qual a lei que, se obedecida, justifica o pecado do homem diante de Deus? Rm 2:12-13. Ex 20:3-17.

Os fariseus valorizavam mais as tradições dos homens e gostavam de serem vistos como os melhores crentes, cheios de fé, mas não guardavam os mandamentos de Deus: (Mc 7:7-8) Em vão, porém me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens, porque deixando o mandamento de Deus, retende a tradição dos homens. Em At 15:5 alguns da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram dizendo que era mister circuncidá-los e mandou que guardassem a lei de Moisés. Porém, Paulo disse que dava graças a Deus por Jesus Cristo, que ele mesmo com entendimento servia a lei de Deus (Rm 7-25).

O servo fiel deve guardar os mandamentos da lei de Deus, a qual foi escrita por Ele, em tábuas de pedra. A lei de Moisés foi boa, porque conduziu Israel de Moisés à Cristo. Por ela o povo temia a Deus e guardava os seus mandamentos. A Lei de Deus diz: não adulterarás (Ex 20:14).
A lei de Moisés condenava a morte quem adulterasse (Jo 8:3-5). Mas ela morreu quando Cristo disse: Ninguém te condenou? Depois disse: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais (v.10up e v.11up). Aquela mulher adúltera saiu da lei de Moisés e recebeu a graça de Cristo, porém, condicional: Não peques mais, ou seja, “não quebre mais os mandamentos da Lei de Deus”.

7- O que disse Paulo aos crentes fariseus? Rm 2:23

8 - O que disse Paulo aos que dizem ser filhos de Abraão pela fé, mas que por falta de fé anulam a lei de Deus? Rm 3:31.

O que Paulo diz aos judeus incrédulos? Tu que te glorias na lei (de Moisés), desonras a Deus pela transgressão da lei (de Deus) (Rm 2:23). Paulo falava aos judeus que tomavam a lei de Moisés como advogada, usando o poder dela para perseguir, prender, apedrejar e matar, e ainda se orgulhavam disso, quando na verdade estavam transgredindo a lei de Deus.
Porque a Lei de Deus diz: Não dirás falso testemunho (Ex 20:16) e isso os judeus faziam contra Cristo e contra os apóstolos. A lei diz: Não matarás (Ex 20:13), e os judeus, depois que faziam falsas acusações, matavam. Paulo ainda fala: a circuncisão (lei de Moisés) é nada e a incircuncisão nada é, mas sim, a observância dos mandamentos de Deus (ICo 7:19).

9- O que disse Deus, pela boca do profeta Oséias, sobre o futuro do sábado da lei de Moisés? Oz 2:11. Lv 23:26-32

10- O que disse Deus por meio de seus profetas, sobre o futuro do sábado da sua Lei? Ex 31:14,18. Ez 20:20. 22:26. Lc 23:56. Rm 7:7. Ap 14:12. 22:19.

A lei de Moisés:… E disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel (Ne 8:1). E Moisés escreveu esta lei, e a deu aos sacerdotes, filhos de Levi, que levaram a arca da aliança do Senhor, e a todos os anciãos de Israel (Dt 31:9). Este texto fala da lei de Moisés e quando cita a arca do concerto, se refere exatamente à lei dos Dez Mandamentos de Deus.

A Lei de Deus: Então disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim, ao monte e fica lá, e dar-te-ei tábuas de pedra e a lei, e os mandamentos que tenho escrito para os ensina,( Ex 24:12). A lei e ao testemunho. Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva (Is 8:20.

A lei de Moisés: Quem ferir alguém que morra, ele também certamente morrerá (Ex 21:12, 22-27). Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou e desta sorte é introduzido uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus (Hb 7:19).

A Lei de Deus: Disse o Senhor Jesus: Não cuideis que vim destruir a lei e os profetas, não vim ab-rogar, mas cumprir (Mt 5:17). E acrescenta: Porque em verdade vos digo que até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido (v.18). Obedecemos a lei de Deus porque até hoje o céu e a terra permanecem. E abriu-se no céu o templo de Deus e a arca do seu conserto foi vista no seu templo e houve relâmpagos e grande saraiva (Ap 11:19; IICr 5:10).

A lei de Moisés: Pelo que também lhes dei estatutos que não eram bons e juízos pelos quais não haviam de viver (Ez 20:25).

A Lei de Deus: E assim, a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom (Rm 7:12). Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto, torna-se culpado de todos (Tg 2:8-10). Em Sl 111:9 o salmista diz que Deus enviou redenção ao Seu povo, ordenou a Sua aliança para sempre. Por isto, Paulo disse que a lei é espiritual (Rm 7:14). Disse ainda que tinha prazer na lei de Deus (Rm 7:22). Paulo jamais falaria isso com a lei citada em Ez. 20:25 e de Os. 2:11. Paulo se referia a Lei de Deus, de Êx 20:3-17. E sobre esta Paulo diz: Portanto a lei é santa, o mandamento santo, justo e bom (Rm 7:12). Paulo viveu como se estivesse sem lei, mas para ganhar os que viviam sem lei, se fez de fraco, mas não viveu sem a lei (I Co 9:20-22).
Somente através da oração é que conheceremos a verdade e a verdade há de nos libertar (Jo 8:32).

OS CÓDIGOS

Os códigos orientais eram casuísmos que se fundamentam na realidade de fatos e acontecimentos para a partir deles formular suas leis. A forma casuística é a lei de precedente legal, geralmente de caráter consuetudinária, comum na legislação mesopotâmica, como os códigos de Lipit-Ishtar, Eshnunna e Hamurabi. É a construção que emprega o recurso retórico no qual o primeiro período é condicional, conhecido como prótase, e o segundo, a apódose, só faz sentido em função do primeiro: “E será que, se ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra... Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então, sobre ti virão todas estas maldições e te alcançarão” (Dt 28.1, 15). Veja ainda Êxodo 2 1.23, 30; 22.8; 23.22; Levítico 5.1, 15; 19.20.


Os códigos do Pentateuco são seções distintas no sistema mosaico que a crítica considera porções legais produzidas durante um longo lapso de tempo. Os críticos afirmam ter encontrado sete grupos: os Dez Mandamentos (Êx 20.1-17; Dt 5.6-21); o que eles costumam chamar de Código da Aliança (Êx 20.22-23.33); Ritual do Decálogo (Êx 34.10-26); Código de Santidade (Lv 17- 26); Código Sacerdotal (Lv 1-16); o Código Deuteronômico (Dt 12-26); além do discurso sobre as bênçãos e as maldições (Dt 27-28). Outros expositores mais ousados chegam a afirmar que o texto se constituía dos Dez Mandamentos sem as explicações de Êxodo 20.4-6, 9-11 e Deuteronômio 5.9, 10, 13-15, as quais teriam sido acrescentadas posteriormente. Há, na verdade, entre os críticos judeus e cristãos mais conservadores, a ideia de que Moisés recebeu as tábuas sem as respectivas explicações, mas que Deus mandou o próprio Moisés incluí-las no livro da Lei.

A novidade da crítica é que ela questiona a tradição judaico-cristã no que diz respeito à paternidade mosaica do Pentateuco e à sua antiguidade. A fragmentação que os críticos apresentam juntamente com os seus pressupostos científicos não deve impressionar ou preocupar os cristãos, pois submeter a Bíblia à ciência não nos parece sensato. A ciência modifica-se a cada nova descoberta; “o espírito científico é essencialmente uma retificação do saber, um alargamento dos quadros do conhecimento” (BACHELARD, 1968, p. 147).

Muitas coisas que foram ciência no passado, hoje, não passam de bobagens; da mesma forma, o que é ciência hoje pode ser bobagem amanhã. A Bíblia, no entanto, permanece para sempre (Is 40.8). A religião cristã se fundamenta na fé e na revelação e não na ciência (Hb 11 .3).

Não se sabe exatamente como o texto do Pentateuco foi produzido e se desconhece também o critério adotado pelo legislador para a organização do livro. O grande problema é a falta de informação de uma época tão distante. É característico da cultura oriental pensar em círculos dando ênfase ao fato ocorrido, e não à data, diferentemente da forma linear adotada no modelo ocidental.

A narrativa da Torre de Babel (Gn 11.1-7), por exemplo, precede cronologicamente a tabela das nações registrada em Gênesis 10; no entanto, aparece posteriormente no relato das Escrituras. Isso explica, muitas vezes, as repetições presentes nos textos bíblicos. Não se deve, portanto, fragmentar o texto atribuindo-o a diversos autores e a diversas épocas, ainda mais quando a Bíblia afirma ao longo de suas páginas a autoria mosaica do Pentateuco.

Deus mandou Moisés escrever essas coisas num livro (Êx 17.14; 24.4-8; 34.27). A essa altura da história, os escritos eram parciais, pois a produção do texto estava ainda em andamento.
Moisés escreveu as jornadas dos filhos de Israel no deserto (Nm 33.1-49). Mas ainda está escrito que Moisés acabou de “escrever as palavras desta Lei num livro, até de todo as acabar” (Dt 31.24).

Isso é ratificado em toda a Bíblia a partir da própria Torá até o Novo Testamento (Dt 3 1.9, 25, 26; Js 8.32-35; Jz 3.4; 1 Rs 8.53, 56; Dn 9.11-13; Ml 4.4; Mt 19.7, 8; Mc 10.4, 5; Lc 5.14; Jo 1.17; 5.45-47; Rm 10.5; 1 Co9.8, 9; 2 Co 3.15).

Não há como mudar essa verdade, ainda mais com base em especulações ou interpretações sob o argumento de método científico. Assim, as sessões do Pentateuco às quais os críticos chamam de códigos são realmente detectáveis; isso não implica, contudo, a autoria de diversos autores e nem em datas posteriores.


É verdade que há no Pentateuco extratos de escritores desconhecidos ou uma coletânea de diversos documentos, como as genealogias do Gênesis, e outros que sofreram revisão posterior por escribas e profetas igualmente inspirados, como algumas glosas, por exemplo, “e estavam, então, os cananeus na terra” (Gn 12.6); o nome “Dá” antes da formação da família de Jacó (Gn 14.14); a menção de reis em Israel, antes mesmo da conquista de Canaã (Gn 36.31); a expressão “dalém do Jordão” (Dt 1.1) enquanto Moisés nem mesmo atravessou o rio. Nada disso descaracteriza sua paternidade literária.

A revelação divina foi gradativa. A autoridade dos massoretas posteriores do judaísmo rabínico não é a mesma dos sopherim,  “escribas”, que trabalharam nas cópias e na edição dos livros no período pré-cristão. Esdras era um deles e é chamado de “escriba”, sophër 16 (Ed 7.6). Os massoretas jamais ousaram modificar uma palavra das Escrituras, pois o cânon já estava fixado, uma postura diferente da dos sopherim, que eram encarregados de padronizar e revisar textos.

Os livros do Antigo Testamento foram produzidos por profetas, sacerdotes e sábios de Israel (Jr 18.18). Deus confiou a eles a sua revelação. A continuidade do texto, como a narrativa da morte de Moisés em Deuteronômio 34, era realizada por alguém divinamente autorizado. As glosas editoriais foram inseridas no texto sagrado por pessoas autorizadas, profetas, sacerdotes e sábios num período em que o cânon ainda estava aberto. Isso não compromete a paternidade mosaica do Pentateuco. Esses detalhes editoriais são reconhecidos pela tradição desde a antiguidade. Logo, não se sustentam as ideias defendidas pelos críticos liberais sobre os supostos autores do Pentateuco e as diversas datas sugeridas para a composição de cada código.


Israel se rebelou contra Deus, ainda no Sinai, com o culto do bezerro de ouro. Deus renovou o concerto com os israelitas, e “estas palavras” (Êx 34.2 7) são as palavras do concerto descritas nos versículos 10-26. Referem-se a preceitos morais e cerimoniais do Decálogo e de outros códigos do sistema mosaico. O primeiro, o segundo e o quarto mandamentos do Decálogo reaparecem nessa renovação do concerto (Êx 34.14, 17, 21; cp. Êx 20.2-5, 8-li; Dt 5.7-19, 12-15). A guarda do sábado é o único preceito cerimonial do Decálogo, pois os sacerdotes podiam violar o sábado e ficar sem culpa (Mt 12.5).

Mas outros preceitos cerimoniais estão incluídos aqui: as festividades e o ritual da consagração dos primogênitos. Os críticos chamam Êxodo 34.10-26 de “Decálogo Cúltico”  e Êxodo 20.1-17 de “Decálogo Ético”. Aqui se resumem preceitos de todos os códigos da lei de Moisés. Logo, não faz sentido a ideia de um texto produzido por autores diferentes durante um longo intervalo de tempo.

Quanto à lei, algo precisa ser dito sobre a alegada divisão em lei moral, lei cerimonial e lei civil. Desde muito tempo qualifica-se o Decálogo como lei moral, enquanto a parte da legislação mosaica que trata das cerimônias de sacrifícios e festas religiosas, entre outras, é chamada de lei cerimonial, e os preceitos de caráter jurídico são considerados lei civil. A visão tripartite da lei em preceitos morais, cerimoniais e civis não vem das Escrituras. “Embora essa distinção tripartite seja antiga, seu uso como fundamento para explicar a relação entre os testamentos não é demonstravelmente derivada do Novo Testamento e provavelmente não é anterior a Tomás de Aquino” (CARSON, 2011, p. 179). Os judeus jamais dividiram sua lei em moral e cerimonial. Ao longo da história, eles observaram o sábado e a circuncisão com o mesmo cuidado. Jesus disse que a circuncisão está acima do sábado ( Jo 7.22, 23).

Decálogo Cúltico:

1 = Não farás aliança com os cananeus e nem aos seus deuses;
2 = Guardarás as festas dos pães asmos;
3 = Todo o primogênito é de Javé;
4 = Redimirás os teus primogênitos e teus filhos;
5 = Descansarás o sétimo dia da semana;
6 = Três vezes no ano te apresentarás diante de Javé;
7 = Não temerás a nenhum dos teus inimigos;
8=  Não oferecerás coisa levedada nem deixarás para o dia seguinte o sacrificio da páscoa;
9 = Oferecerás a Javé as prirnicias do teu fruto;
10 = Não cozerás o cabrito rio leite de sua mãe.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

BIBLIOGRAFIA

Lições bíblicas CPAD 1988
Bíblia de Estudo Pentecostal
bibliotecabiblica.blogspot.com.br
luizgregoriogomes.wordpress.com
cristianismopuro.blogspot.com.br
Livro Os Dez Mandamentos = CPAD = Esequias Soares