14 de dezembro de 2016

Sabedoria Divina para a tomada de Decisões.


Lição 12
 
 
Tema: Sabedoria Divina para a tomada de Decisões.
 
Terceiro rei de Israel (971-931 a.C) filho de Davi e Bete-Seba , também foi chamado de Jedidias pelo profeta Natã (  2 Sm 12.25) . Salomão não aparece nas narrativas biblicas até próximo da morte de seu pai Davi (I Rs 1.10) . No tempo determinado por Deus aparece na história biblica como um dos homens mais sábio de todos os tempos.
 
Os empreendimentos políticos de Davi foram assinalados pelo sucesso. Em menos de uma década, depois da morte de Saul, todo o Israel se juntou em apoio a Davi, o qual dera início a seu reinado somente com o pequeno reino de Judá. Por meio de sucessos militares e de gestos de amizade em breve ele controlava o território que vai desde o rio do Egito e o golfo de Acaba até às costas fenícias e a terra de Hamate. O respeito internacional e o reconhecimento obtido por Davi para Israel continuaram intocados pelas potências estrangeiras até aos anos finais do reinado de Salomão.
 
O novo rei também se distinguiu como líder religioso. Embora lhe fosse ne­gado o privilégio de construir o templo, ele fez laboriosos preparativos para sua edificação, por seu filho, Salomão. Através da liderança de Davi, os sacer­dotes e levitas foram profundamente organizados para que participassem eficaz­mente nas atividades religiosas da nação inteira.
 
O livro de 2 Samuel retrata o reinado de Davi com grandes detalhes. Uma lon­ga secção (11 - 20) nos proporciona o relato exclusivo do pecado, crime e rebel­dia que houve na família real. A transferência do trono para Salomão e o fale­cimento de Davi são narrados nos capítulos iniciais de 1 Reis. O livro de 1 Crôni­cas, que igualmente conta a história do período de Davi. Sem dúvida, muitas das cidades dadas aos levitas ou designadas cidades de refúgio, sob Moisés e Josué, não vinham sendo usadas como tais até ao tempo de Davi, quando foram desalojados seus ocupantes pagãos.
 
 
Quando Davi assumiu o reino sobre as doze tribos, selecionou Jerusalém para ser sua capital política. Durante os dias em que foi tido como fora da lei, era seguido por centenas de homens. Esses foram bem organizados sob suas ordens, em Ziclague, e, posteriormente, em Hebrom (1 Cr 11:20 - 12:22). Esses ho­mens se tinham destacado de tal modo em feitos militares que foram nomea­dos príncipes e líderes. Quando todo o Israel se unificou em apoio a Davi, a or­ganização foi ampliada a fim de incluir a nação toda, tendo Jerusalém como centro (1 Cr 12:23-40). Firmando um contrato com os fenícios, um magnificente palácio foi erigido para Davi, o rei (2 Sm 5:11,12).
 
Ao mesmo tempo, Jerusalém tornou-se o centro religioso da nação inteira (1 Cr 13:1 - 17:27 e 2 Sm 6:1 - 7:29). Quando Davi tentou mudar a arca da aliança da casa de Abinadabe, em Quiriate-Jearim, por meio de um carro, ao invés de fazê-la transportar pelos sacerdotes, Uzá subitamente caiu morto. Ao invés de levar a arca para Jerusalém, Davi guardou-a na casa de Obe-de-Edom, em Gibeá. Quando sentiu que o Senhor estava abençoando aquela casa, imediatamente Davi transferiu a arca para Jerusalém, para que fosse abriga­da em uma tenda ou tabernáculo.
 
Por qual razão foi negado a Davi o privilégio de construir o templo? Nos anos finais de seu reinado, ele tomou consciência de que fora comissionado como estadista militar, a fim de estabelecer firmemente o reino de Israel (1 Cr 28:3 e 22:8). Enquanto o reinado de Davi foi caracterizado pela guerra, Salomão desfrutou de um período de paz. Talvez a paz já viesse prevalecendo na época em que Davi exprimiu sua intenção de erigir um templo, mas não há como deter­minar, pelas Escrituras, de que modo às guerras subsequentemente narradas se relacionam cronologicamente a essa mensagem de Natã. Talvez foi somente nos estágios finais de seu reinado que Davi veio a perceber que os dias de Salomão seriam mais oportunos para a edificação do templo.
 
A ascensão de Salomão
 
A vereda que salomão teve de palmilhar até o trono esteve longe de ser suave. A oposição de Absalão foi continuada pelo filho mais velho sobrevivente de Davi, Adonias (2 Sm 3.4) . apoiado pelo general deposto por Davi, Joabe, que havia assassinado Absalão (2Sm 18.14,15)  e por influência do sacerdote Abiatar , Adonias reuniu com os seus e chegou até a fazer uma festa de coroação.
 
Mas Salomão contava com muitos aliados. Benaia filho de Joiada, interessava-se pelo generalato; Zadoque ambicionava uma posição sacerdotal proiminente. O profeta Natã surge como porta-voz e de Salomão. Depois que o profeta Natã e Bate-Seba relembram a Davi sobre a promessa existente em relação a Salomão, o rei da instrução acerca da ascensão de Salomão ao trono, selando-as com um juramento (I Rs 1.28,30). Acerca de ter um final de reinado um tamto turbulento, mesmo sofrendo uma guerra civil liderada pelo seu filho Absalão, Davi encontra forças para manter um padrão equilibrado quando da sua liderança como rei. Ainda que no meio de tantas turbulências do dia a dia, o crente em Jesus precisa estar atentos aos sinais que podem estar lhes conduzindo a uma nova etapa de suas vidas. Quantas pessoas alegam que as portas estão “fechadas”, quantas pessoas reclamam que nada da certo ou simplesmente abandonam emprego, empresas, familias por acharem que Deus os “abandou”. A verdade é uma só Deus tem os seus meios de trabalhar, tem seus meios de chegar aos objetivos que podem nos levam ao fim desejado pelo SENHOR. Portanto qualquer que seja a dificuldade para chegar ao objetivo maior, tenhamos fé porque Deus está no controle de tudo.
 
 
A notícia da coroação de Salomõa interrompeu as festifidades de Adonias ( I Rs 1.41), mas não limitou o seu desejo de controlar o reino. Implorou Bate-Seba  para que confecesse a Salomão a dar-lhe a Abusague, criada de Dvai como sua esposa (I Rs 1.3,4). Salomão percebeu que tal casamento podeia enfraquecer o seu reinado que  havia começado, e recusou a proposta de seu irmão o qual pagou com sua vida por sua proposta precipitada ( I Rs 2.25) .
 
Salomão foi o primeiro govenante dinastico sobre Israel.  A principio não teve uma escolha distinta como foi o caso de Saul e de Davi seu pai. Ambos foram escolhidos por Deus e tiveram um chamado distinto para cada um. O primeiro pela queixa do povo conta Samuel Deus permite a escolha de um rei segundo o coração do povo. Já o segundo acontece com a rejeição do primeiro quando Deus escolhe a Davi de entre todos os teus irmãos. Salomão se tornaria uma exceção regra utilizada pelo SENHOR, na escolha do novo rei. Mas Deus que conhece todos os corações aparece a Salomão em sonhos e oferece a ele tudo o que quizesse.
 
A resposta de muitos que numa situação semelhante poderia escolher fama, riqueza e muitas outars coisas. Salomão foi mais centrado no que diz respeito a sua postura como futuro monarqua de uma grande nação. Certamente o jovem Salomão já havia esperimentado no palacio real as grandes dificuldades enfrentadas pelo seu pai. Governar uma granda nação não seria tarefa fácil a partir do momentos ao qual ele tomasse alguma atidude ou decisão desfaforável. Certamente diante de tamtos embates que seu pai passou pela vida Salomão percebe que com uma sabedoria divina poderia governar com autoridade e respeito dos cidadões de Israel.
 
A Era Áurea de Salomão
 
O reinado de Salomão se caracterizou por paz e prosperidade. Davi estabelece­ra o reino agora Salomão haveria de colher os benefícios dos labores de seu pai. A narrativa sobre essa era é brevemente contada em 1 Rs 1:1, 11:43 e 2 Cr 1:1 -9:31. Os pontos foquem de ambos os livros é a construção e dedicação do templo, o que recebe muito maior consideração do que qualquer outro aspecto do reinado de Salomão. Outros projetos de construção, negócios e comércios, progresso in­dustrial e sábia administração do reino, são mencionados apenas de passagem. Muitas dessas atividades, escassamente mencionadas no registro bíblico, têm sido iluminadas mediante as escavações arqueológicas que tem havido nas três últi­mas décadas.
 
A sagacidade de Salomão tornou-se motivo de profunda admiração. A deci­são dada pelo rei, quando duas mulheres contendiam por um único filho vivo (1 Rs 3:16-28), sem dúvida alguma representa apenas um exemplo dentre os casos que demonstraram a sua sabedoria. Quando essa e outras notícias pas­saram a circular por toda a nação, os israelitas reconheceram que a oração do rei, pedindo sabedoria, lhe fora respondida.
 
            Quando em meio ao caus politico e administrativo Deus levanta um homem com grande sabedoria para governar o seu povo. Pode ser que a história de vida de Salomão não seje a mais brilhante do ponto de vista espiritual. Ele deixou certamente a sua marca na história, pois a sabedoria alcançada do SENHOR, fez toda a diferença na vida e na história de Israel em todas as suas eras.
 
Elaborado pelo : Evangelista Juarez Alves.
 
 

9 de dezembro de 2016

Lição 11 - O Socorro de Deus para livrar o seu Povo


Lição 11 - O Socorro de Deus para livrar o seu Povo
 
Texto Áureo - “Os justo clamam, e o Senhor os ouve e os livra de todas as suas angustias.” (Sl 34.17)
 
Introdução
 
Deus por muitas vezes trabalha de maneira oculta em favor de seu povo, mesmo sem ver nitidamente o agir de Deus, os resultados são sempre surpreendentes pois a sua glória e real e no final ela sempre se manifesta. Deus sempre age em favor dos que o servem.
 
ü  PERSONAGENS DO LIVRO DE ESTER
 
Assuero (Et 1.1).
 
Rei da Pérsia, mais conhecido como Assuero (chamado de Xerxes em algumas versões bíblicas) é mencionado no livro de Ester e em Esdras 4.6. Um dos maiores reis do Império Persa, governou de 486 a 465 a.C. Era filho de Dario I, o Grande. No livro de Ester, Assuero é retrato como um rei poderoso, com um grande império “que reinou desde a Índia até Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias” (Et 1.1-b).
 
Vasti (Et 1.9).
 
Rainha da Pérsia, esposa do rei Assuero. No último dia do banquete oferecido por este monarca, Vasti foi convocada para mostrar sua beleza diante dos convidados. Ela recusou o convite e essa atitude gerou controvérsias entre os conselheiros do rei. Receosos de que a desobediência da rainha desacreditasse todos os homens do reino diante de suas esposas. Eles aconselharam o rei que depusesse Vasti do cargo e mandasse trazer as donzelas do reino para delas escolher uma nova rainha. O rei anuiu ao conselho e assim o fez (Et 1.9-22; 2.1-4).
 
Mardoqueu (Et 2.5).
 
Da tribo de Benjamin, filho de Jair, pai adotivo de Ester, também chamado Mordecai em algumas versões bíblicas. Vivia na fortaleza de Susã durante o exílio do povo judeu, reinado de Assuero, onde criou Ester como se fosse sua própria filha (Et 2.5-7).
 
Ester (Et 2.7).
 
O nome hebraico dessa mulher era “Hadassah”, que significa “murta”, o nome de uma planta. Ester era o nome persa que lhe foi dado, quando ela tornou-se parte do harém real. Era uma jovem judia, da tribo de Benjamin,cujos pais morreram na época do exílio babilônico. Foi criada por seu primo Mardoqueu (Et 2.5-7). Estavam entre os judeus que habitavam na fortaleza de Susã, sob o reinado de Assuero. A vida de Ester mudou, quando foi levada para olharem real junto com outras donzelas de Susã. Depois de um ano de embelezamento, ela foi eleita pelo rei como a mais linda jovem entre todas as que foram apresentadas (Et 2.8-17).
 
 
 
Hamã (Et 3.1).
 
Era Filho de Hamedata e tinha um alto cargo político no reinado de Assuero, na Pérsia. Josefo, historiador judeu, diz que Hamã era um amalequita. “Ele é descrito como 'agagita', talvez por causa da sua descendência de Agague, o rei amalequita (I Sm 15.8,33)”. Ele desfrutava de muita confiança do rei (Et 3.10). Hamã tinha um grande ódio de Mardoqueu, bem como de todos os judeus (Et 3.5-6;10).
 
Dos livros da Bíblia, Ester e Cantares são dois livros que se distinguem por evitar usar o nome de Deus, não ensinar a Lei de Moisés, nem destacar a religiosidade israelita. Mas a razão principal que fez com que o livro de Ester fosse reconhecido no Cânon das Escrituras foi o fato de revelar o cuidado divino com o povo de Israel em meio à hostilidade, estando exilado de sua terra.É uma história em que se percebe a presença de Deus de modo inescrutável e invisível nos seus elementos circunstâncias, destacando, em especial, dois personagens importantes, Mardoqueu e Ester.
 
Temos uma história delineada pela providencia divina. Não há determinismo nos ingrediente da história, mas percebe-se a soberania de Deus fazendo valer seus desígnios. Todos os fatos que envolvem pactos e alianças de Deus com o seu povo são cumpridos com aqueles que o servem.Nessa história podemos observar as operações invisíveis de Deus delineando todos os fatos que envolvem o povo de Deus em terra estranha, sofrendo toda sorte de perseguição e rejeição no lugar em que habitavam e os personagens da história. Além de Mardoqueu (ou Mordecai) e Ester, outros três personagens fazem parte de todo o enredo da história, que são: o rei Assuero (ou Xerxes I), a rainha Vasti e Hamã, o oficial da corte do reino de Assuero (Et 1.19; 2.5,6; 3.1).
 
Desde a divisão de Israel em dois reinos – o povo de Israel, chamado Reino do Norte, e o de Judá, chamado Reino do Sul -, os seus reis, com pouca exceção, não foram fiéis a Deus e, por isso, tiveram que arcar com as consequências graves e trágicas na vida do povo de Deus. Os exércitos da Assíria entraram em suas terras, subjugando os dois reinos ao domínio persa. Os judeus serviam aos interesses persas com trabalho forçado, escravidão e muito sofrimento das famílias. Nesse tempo do domínio de Assuero (Xerxes I) entra a história de Ester como uma prova de que Deus não havia se esquecido do seu povo. Ora, o povo de Israel tinha consciência de sua eleição para representar os interesses de Deus entre as nações e que aquela situação momentânea era consequência dos pecados de seus líderes. Por isso, estavam exilados e longe da sua terra.
 
Ao longo da história, o povo de Israel tem sofrido com tentativa de exterminação, porque Satanás odeia esse povo e quer destruí-lo. Então, por desígnio de Deus entra no cenário dessa circunstancia uma jovem temente a Deus que se torna o elemento-chave da libertação do seu povo no reino Persia. A jovemHadassa, criada por seu tio Mardoqueu também chamada Ester entra na cena que Deus armou para que seus desígnios fossem concretizados. Ester, entre as moças do palácio, alcançou graça perante o rei e f oi constituída rainha da Pérsia, no lugar de Vasti. Não imaginava ela que seu papel dentro do palácio real de Assuero seria o de salvar todo o seu povo do extermínio tramado por Hamã e conquistar espaço dentro do império para defender e servir ao seu Deus.
 
I - O PROJETO DIABÓLICO PARA DESTRUIÇÃO DOS JUDEUS
 
ü  A nomeação de Hamã (Et 3.1).
 
O livro de Rute nos informa que Assuero engrandeceu a um homem chamado Hamã.Segundo Beacon (2008, p. 550): Hamã “foi elevado à posição de primeiro ministro. Esta posição lhe trouxe a maior condição entre os príncipes da corte persa, e tornou-se o segundo abaixo do rei em poder. De acordo com a ordem do monarca, segundo o costume dos governos orientais antigos, as princesas e nobres, assim como o povo em geral, todos precisavam inclinar-se perante o grão-vizir quando ele passava pelo palácio e pelas ruas de Susã”. De fato, todos os servos do rei se inclinavam diante de Hamã, no entanto, Mardoqueu o judeu, descumpria esta ordem (Et 3.2). Josefo (2004, p. 503) diz que: “Mardoqueu era o único que não lhe prestava essa homenagem, porque a lei de Deus o proibia”.Talvez uma alusão ao Decálogo, que condenava a adoração a qualquer coisa em lugar de Deus (Êx 20.3-6; Dt 5.7-10).
 
ü  O ódio de Hamã (Et 3.5,6).
 
Ao ver que Mardoqueu não se prostava diante de si, contrariando a ordenação real, Hamãencheu-se de furor. Sua atitude em seguida deste sentimento foi de executar Mardoqueu e também todo o povo judeu aquem ele pertencia. O registro bíblico nos diz que Hamã se tornou adversário dos judeus (Et 3.10).
 
ü  O decreto de Hamã (Et 3.7-15).
 
Para levar adiante o seu plano de provocar um genocídio dos judeus, Hamã, que tinha acesso direto ao rei, lhe propôs exterminar e saquear os bens de um povo que segundo ele tinha leis e costumes diferentes dos povos que estavam sob o domínio de Assuero (Et 3.8). Além de Hamã estar propondo varrer do reino um povo “insubmisso ao rei”, prometeu-lhe também que pagaria ao rei por esta prestação de serviço (Et 3.9). Ao que o rei consentiu, colocando-lhe na mão o seu anel com o qual o decreto poderia ser assinado (Et 3.10). O decreto de morte então foi assinado, para ser colocado em prática no dia 13 do mês de Adar, segundo consultou os seus deuses (Et 3.7,12-14).
 
II – A PROVIDÊNCIA INVISIVEL DE DEUS
 
Existe uma palavra profética de Mardoqueu par Ester que revela a providência divina no cenário daquela história que se iniciava como uma simples jovem do povo judeu. A palavra aconteceu quando uma trama contra o povo de Deus foi armada por Hamã, oficial da corte do rei Assuero. Mardoqueu, tendo notícias da trama, preparou Ester para ser o elo de Deus para salvação do seu povo, e disse-lhe: “Não imagines, em teu ânimo, que escaparás na casa do rei, mais do que todos os outros judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” (Et 4.14). Indiscutivelmente, o dedo de Deus delineia a história do seu povo.
 
 
A expressão “dedo de Deus” encontrada na Bíblia em algumas circunstâncias especiais é uma metáfora antropomórfica que atribui a Deus coisas, figuras e órgãos humanos, como coração, mãos, pés, olhos, ouvidos, que representem ações de Deus. Deus é Espírito, e qualquer figura humana em relação a Deus tem sentido de revelação de um Deus que é Pessoa e fala conosco. Em relação à história do livro de Ester,
o dedo de Deus é uma figura invisível da providência divina. A palavra “providencia” vem do latim providentia, e o prefixo “pro” significa “antes” ou “antecipadamente”, mas o sufixo da palavra, Videntia, deriva de videre, que significa “ver”. Quando nos referimos a Deus, sua providencia diz respeito ao que Ele faz e vê antecipadamente. É o que Deus vê, e Ele vê todos os incidentes da vida antes que ocorram, algo humanamente não podemos fazer (Sl 139.1-14).
 
Nesse sentido, constatamos que os incidentes históricos naqueles dias dentro do império Pérsia foram delineados e orientados pelo dedo de Deus dirigindo cada circunstância. Por esse modo invisível e providencial, o Senhor colocou a jovem Ester dentro do palácio de Assuero para que o seu povo fosse salvo da destruição. Comprova-se esse fato pelo que Deus disse a Isaias, o profeta: “[...] os meus pensamentos [são] mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55.9).
 
III – SOB O DESÍGNIO DE DEUS, ESTER ENTRA NO PALÁCIO DE ASSUERO
 
Segundo o historiador judeu Josefo, do primeiro século da era Cristã, depois que os servos mais leais ao rei sugeriam que ele escolhesse uma das moças do seu harém no palácio para ocupar o lugar de Vasti, foram selecionadas 400 moças virgens como candidata sao trono de rainha junto a Assuero. Depois de todos os preparativos necessários em termos de estéticas e beleza, as moças seriam apresentadas individualmente perante Assuero. Todas as que estavam no palácio e faziam parte do harém do rei teriam a oportunidade de conquistar seu coração, e uma delas seria elevada à posição de rainha (Et 2.14). Foi assim que Deus preparou Ester para ser a moça que conquistaria o coração do rei e seria elevada à posição de rainha.
 
ü  Ester foi designada por Deus para o lugar de Vasti
 
Entre a deposição de Vasti e a chegada de Ester ao palácio, passaram-se quatro anos aproximadamente. Logo depois daquela festa, Assuero empreendeu uma guerra contra a Grécia e todos os planos elaborados não deram certo. Dois anos depois ele volta a Susã, completamente decepcionado porque a guerra não foi vencedora. Ao voltar para o palácio, Assuero estava só e o trono de rainha ao seu lado estava vazio.
Depois da volta da guerra frustrada contra a Grécia, alguns servos de Assuero que o serviam junto ao trono sugeriam que se buscassem moças virgens e formosas e, quem sabe, fosse escolhida pelo rei uma delas para assumir o trono de rainha. Comissários em todas as províncias trouxeram muitas moças bonitas e virgens para o palácio de Susã para que ficassem sob os cuidados do seu eunuco Hegai, que era guarda das mulheres. Entre todas as moças levadas para o palácio, foi levada a jovem judia Ester, que ganhou a simpatia do eunuco do rei (Et2.9). Não há dúvidas de que Ester fazia parte do desígnio de Deus para ajudar o seu povo, mas nem ela podia imaginar isso.
 
ü  Ester, uma jovem graciosa que correspondeu à expectativa de Deus
 
Seu nome hebreu era Hadassa que passou a ser chamada Ester, um nome que provinha de palavra persa que significa “estrela” e derivava do nome de uma deusa babilônica (Isthar), que siginifca “deusa do amor”. Naturalmente esse nome não teve qualquer influência em sua vida de comunhão com Deus de Israel. No seu livro bíblico, Ester é a personagem principal da história que fala de uma jovem cujos valores morais e espirituais serviram para torna-la um instrumento de justiça de Deus para salvar a sua gente. Quando levada para o palácio de Susã, ela era uma jovem entre tantas outras jovens bonitas e prendadas. Entretanto, o seu tio Mardoqueu tinha uma visão mais ampla acerca do futuro de Ester e, por isso, disse-lhe: “[...} quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?” (Et 4.14).
 
Nesse ponto estamos fazendo uma pequena digressão histórica que nos leva ao primeiro estagio de Ester antes de se tornar a escolhida de Assuero. Depois da deposição de Vasti como rainha, as moça escolhidas de todas as províncias foram levadas para a casa das mulheres do palácio e, depois de apresentadas, uma delas seria escolhida para ser a rainha. Quando veio a vez de Ester, sua presença superou a todas as moças que até então haviam sido apresentadas. Ester achou graça diante do rei, e ele baixou o cetro sobre ela e colocou a coroa de rainha sobre a sua cabeça. Mardoque, que havia orientado o comportamento de Ester para várias situações, estava assentado “à porta do rei” (Et 2.19) e teve o coração emocionado por ver o desígnio de Deus sendo cumprido na vida de sua sobrinha. Um grande banquete foi preparado com a coroação de Ester, e o rei deu-lhe presentes. Essa escolha estava nos designios divinos para que ela, sendo rainha naquele império, tivesse influencia suficiente para conceder uma grande libertação ao seu povo, o povo de Deus, e os desígnios malignos de seus inimigos, especialmente, Hamã, que odiava Ester e Mardoqueu, queria destruí-los dentro do reino.
 
ü  A trama de Hamã, o Agagita
 
Hamã foi um homem descendente de Agague, um rei amalequita (1 Sm 15.8,33). Servindo no palácio de Susã ao rei Assuero, Hamã foi elevado à posição de primeiro ministro do reino, dando-lhe condições superiores entre todos os príncipes da corte persa, tornando-se o segundo homem mais importante do reino depois de Assuero.Sem dúvida alguma, o inimigo maior do povo de Deus é o Diabo, que influenciava pessoas para odiarem o povo judeu naqueles dias. Hamã se tornou um instrumento diabólico para perseguir e desejar a destruição do povo judeu. Sua descendência agagita o lembrava de uma história de derrota dos amalequitas, que eram descendentes de Agague e foram derrotados pelo rei Saul no passado, e tinha o estgma de ódio contra os judeus. Era um povo com uma história de pilhagem e roubo que assaltava os que viajavam no deserto, especialmente, Israel. Por isso, esse povo foi amaldiçoado por Deus (Dt 25.17-19).Hamã era um agagita que odiava os judeus, especialmente Mardoqueu, um judeu que exercia liderança no meio do seu povo. Visto que Hamã tinha poderes políticos advindos do seu “status” de primeiro oficial do reino persa, por sua arrogância, ambição e astúcia resolveu destruir o povo judeu, principalmente, Mardoqueu.
Como Mardoqueu não se inclinava perante ele quando passava entre o povo, o seu ódio cresceu e, para tanto, tramou diabolicamente a destruição de todos os judeus que viviam no império. Pelo fato do enforcamento de dois oficiais que haviam tramado o assassinato do rei, por informação de Mardoqueu, a crueldade de Hamã agitou sua adrenalina, e então cheio de empatia e espírito vingativo, ele sugeriu ao rei a destruição do povo judeu.
 
A postura de Mardoqueu em não se inclinar perante ele quando passava causou tanta fúria em Hamã que este ficou obcecado com a ideia de destruição total do povo judeu dentro doimpério. Para esse intento, Hamã persuadiu Assuero a fazer um decreto contra os judeus. Seu plano continha mentiras e calúnias contra o povo judeu de que queriam a morte do rei e por isso deviam ser destruídos totalmente. O rei aderiu ao plano de assassinato de Hamã, que ordenou o massacre do povo (Et 3.13-15). Foi marcado um dia especial para destruição do povo judeu e, quando esse povo teve notícia desse decreto, houve grande tristeza e lamento do povo judeu. Mardoqueu, percebendo que a tragédia viria e seu povo seria destruído, vestiu-se de saco de cilício e foi para a porta do palácio de Assuero (Et 4.1-6).
 
IV - A REAÇÃO DO POVO JUDEU ANTE A AMEAÇA DE EXTINÇÃO
 
Depois que o edito real assinado por Hamã começou a ganhar notoriedade, a cidade de Susã “estava confusa” ( Et 3.15). Mardoqueu e os judeus que estavam na Pérsia, resolveram agir (Et 4.3). Vejamos quais foram as suas atitudes:
 
ü  Oração (Et 4.1-3).
 
Diante da ameaça iminente, os judeus se puseram a orar. Mardoqueu foi o primeiro (Et 4.1). Todo o povo começou a clamar também (Et 4.3). A oração é uma prece dirigida pelo homem ao seu Criador, com o objetivo de adorá-Lo, pedir-lhe perdão pelas faltas cometidas, agradecer-lhe pelos favores recebidos, buscar proteção e, acima de tudo, uma comunhão mais íntima com Ele. Essa atividade é descrita como: invocar a Deus (Sl 17.6); invocar o nome do Senhor (Gn 4.26); clamar ao Senhor (Sl 3.4); levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1). Este deve ser o primeiro e não o último recurso utilizado pelo crente em todo tempo e principalmente diante das dificuldades (Sl 4.1; 18.6; 77.2; 91.15).
 
ü  Quebrantamento (Et 4.1-3).
 
Além de os judeus orarem, o registro sagrado diz de que forma eles oraram: “e em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegava, havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em saco e em cinza” (Et 4.3). Segundo Champlin (2004, p. 620), “o ato de rasgar as próprias vestes era uma maneira comum e simbólica de exprimir alguma emoção forte, como ira, tristeza ou consternação”. O que Deus requer de cada um de nós é um espírito quebrantado (II Cr 7.14; Sl 34.18; 51.17; Is 57.15).
 
ü  Jejum (Et 4.15-17).
 
Ester ficou sabendo por meio dos seus servos que o seu parente Mardoqueu estava a porta do rei clamando por misericórdia, mandou procurar saber do próprio Mardoqueu o porquê daquela atitude (Et 4.4-7). Ele deu a ela uma cópia do decreto assinado de morte assinado pelo rei e mandou dizer-lhe que como era a rainha e estava no palácio, deveria comparecer diante do rei para suplicar em favor do seu povo (Et 4.7-9). Ester sabia que não podia comparecer ante o rei sem ser chamada (Et 4.11). Diante desta dificuldade, Ester propôs que junto com ela os demais judeus recorressem a Deus em jejum para que Ele pudesse intervir nesse caso (Et 4.10-16). O jejum é a abstinência parcial ou total de alimentos com finalidades específicas. Prática comum entre os judeus em ocasiões específicas, sendo a principal delas os momentos de aflição (II Cr 20.3; Dn 9.3; Jl 1.1-14).
 
V - A AÇÃO DE DEUS PARA PROTEGER O SEU POVO
 
O livro de Ester descreve a soberania e o cuidado de Deus para com o seu povo. Ele relata o grande livramento dado por Deus ao povo judeu na Pérsia. Embora o nome de Deus não seja mencionado no livro, cada página está cheia dEle.Mattew Henry (2010, p. 845), diz: “Ainda que o nome de Deus não se encontre nele, o mesmo não se pode dizer da sua mão, guiando minuciosamente os fatos que culminaram na libertação de seu povo”. Vejamos:
 
ü  Agindo previamente.
 
O livro de Ester nos mostra Deus agindo antes que o mal se levantasse sobre o seu povo, por exemplo:
 
(a)  a nomeação de Ester a rainha (Et 2.17), se deu antes da nomeação de Hamã para primeiro ministro
(Et 3.1);
 
(b) a recompensa pelo livramento que Mardoqueu deu ao rei Assuero (Et 2.21-23), somente aconteceu na ocasião que Hamã intentava lhe pendurar numa forca. Deus fez que ao invés de morto, Mardoqueu fosse honrado pelo próprio opositor (Et 5.14; 6.1-12).
 
ü  Agindo providencialmente.
 
O povo de Israel é a semente de Abraão, a qual Deus fez a seguinte promessa: “e abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3-b). Portanto, pelejar contra a nação de Israel só resultará em desvantagem. Tal concepção foi assimilada pela própria mulher de Hamã, após ele ter chegado frustrado de sua tentativa de executar o judeu Mardoqueu (Et 6.13).Embora Satanás tente através de governantes e nações aniquilar a semente abraâmica jamais conseguirá (Zc 14.1-15).Mardoqueu estava convicto de que Deus providenciaria livramento de uma forma ou de outra (Et 4.14).
 
 
ü  Agindo sabiamente.
 
Por certo, Deus orientou a Ester que junto com os judeus orassem e jejuassem por três dias, para que no terceiro dia, mesmo sem ser chamada, ela comparecesse diante do trono real arriscando a sua própria vida(Et 4.11-16). No terceiro dia, Ester corajosamente compareceu diante do rei, o qual estendeu sobre ela o cetro dizendo que estava disposto a lhe conceder o que pedisse. Ester convidou o rei e Hamã para dois banquetes e neste a rainha revelou o propósito de Hamã de destruição de todos os judeus, do qual povo ela também pertencia (Et 7.1-6). Na mesma hora, o rei também ficou sabendo que Hamã intentava enforcar Mardoqueu, o benfeitor do rei (Et 7.9). Diante disto, Assuero enfurecido mandou que Hamã fosse enforcado nela (Et 7.10). Quanto ao decreto real de destruição de todos os judeus,que foi assinado por Hamã com o anel do rei, que era irrevogável (Et 8.8), Deus sabiamente colocou no coração de Mardoqueu que assumiu o cargo de Hamã (Et 8.1,2), que se fizesse outro decreto dando aos judeus o direito de se defenderem (Et 8.9-12). O luto dos judeus terminou em alegria, pois Deus mudou-lhes a sorte (Et 8.16,17; 9.17-32).
 
Conclusão
 
Aprendemos que Deus está sempre pronto e disposto a ajudar os seus servo quando estes colocam em seu coração a busca-lo através de orações e jejuns. Deus sabe todos os perigos que passamos e espera que cada um de nós coloquemos toda nossa confiança exclusivamente Nele.
 
 
 
Elaboração pelo. Pb Mickel Souza
 
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
REFERÊNCIAS
 
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.CPAD.
Elienai Cabral. O Deus de Toda Provisão. CPAD
I.E.A. D. em Pernambuco - Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
 
 
 

1 de dezembro de 2016

LIÇÃO X ADORANDO A DEUS EM MEIO A CALAMIDADE


LIÇÃO X

 

ADORANDO A DEUS EM MEIO A CALAMIDADE

 

                                                       Pr. JOSÉ COSTA JUNIOR

 

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

 

O que é a vida cristã normal? É uma vida que inclui lutas, problemas, e acontecimentos que parecem combater a alegria que nos dizem encontrarmos em Cristo? É normal ter problemas vindos de desejos tão naturais como comida ou sexo, ou lutar com pensamentos descontrolados ou falta de disciplina? É comum ser assoberbado por conturbações emocionais, feridas do passado, lembranças de fracassos, sentimentos de inferioridade e insegurança, e mesmo o medo de ser rejeitado por Deus? Não é incomum lutar com finanças, saúde, um companheiro de quarto incômodo, colega ou parente? Todas essas são questões vexatórias por duas razões essenciais. Primeiro, lutávamos normalmente com tais coisas antes de virmos a Cristo, e como poderíamos ter imaginado tal luta uma vez que estamos nEle? Segundo, muitos autores, palestrantes e líderes cristãos insinuaram que esse tipo de experiência não é parte da vida cristã normal, porém revela, antes, as deficiências de uma fé abaixo do padrão.

 

Quando tentamos entender as inadequações de nossas vidas, podemos ouvir os testemunhos de cristãos vitoriosos que raramente mencionam qualquer experiência perturbadora depois de sua conversão. A vida desses cristãos parece geralmente ter sido de vitória, louvor, e poder avassalador! Geralmente muitos de nós, com o passar do tempo, acabamos aceitando o fato de que somos cristãos muito anormais: fracos, não conseguindo permanecer onde deveríamos, e sem a habilidade, inteligência, e disciplina para vivermos a vida de vitória completa como definida pelas experiências de certos irmãos.

 

Aqueles que têm problemas, entretanto têm de tomar coragem, porque o que descobri em minha caminhada com o Senhor e interação com seu povo é que, notavelmente, problemas são um elemento natural da vida do cristão. A vida cristã normal não deixa de ter lutas, nem é livre de fracassos, nem é uma vida de picos emocionais constantes. Pelo contrário, essa vida é cheia de adversidade, mas adversidade com propósito.

 

Veja o que o apóstolo Paulo disse em I Co 4.9-13: "Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, tanto a anjos como a homens. Nós somos loucos por amor de Cristo, (...) fracos, (...) desprezíveis. Até a presente hora padecemos fome e sede; estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e o suportamos; somos difamados, e exortamos; até apresente somos considerados como o refugo do mundo, e como a escória de tudo." Essa não é uma passagem popular entre o povo da prosperidade, mas Paulo reitera seu ponto de vista, escrevendo aos Coríntios novamente: "Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexas, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos..." (II Cor. 4.8-10).

O que é, então, a vida cristã normal? Será freqüentemente uma vida cheia de problemas. Uma vez que entendamos que fatos, pessoas, saúde e circunstâncias adversas têm um propósito em nossas vidas, poderemos nos submeter à mão de Deus nelas. Problemas são normais!

 

Muitas vezes os desconfortos na vida dos cristãos vêm nem tanto dos problemas, quanto de seu contínuo auto-exame. Eles imaginam o que estará errado com eles para que Deus permita tais coisas acontecerem. A Escritura está repleta de inferências de que vamos sofrer; hoje, entretanto, esse aspecto da vida cristã comum é freqüentemente ignorado, impedindo muitos de substituírem seu desânimo por coragem.

 

O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão sobre o exemplo do rei Josafá diante de uma calamidade iminente. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.

 

I.     O    REINO DO NORTE E DO SUL

 

O final do reino de Salomão foi marcado por descontentamento das camadas mais pobres da população, que tinham de pagar pesados impostos para financiar seus planos ambiciosos. Além disso, o tratamento preferencial dispensado à sua própria tribo exasperava as outras, e conseqüentemente crescia o antagonismo entre a monarquia e os separatistas tribais. Após a morte de Salomão (930 a.E.C.) uma insurreição aberta provocou a cisão das tribos do norte e a divisão do país em dois reinos: o reino setentrional de Israel, formado pelas dez tribos do norte, e o reino meridional de Judá, no território das tribos de Judá e Benjamim. O Reino de Israel, com sua capital Samaria, durou mais de 200 anos, e teve 19 reis; o Reino de Judá sobreviveu 350 anos, com sua capital, Jerusalém, e teve o mesmo número de reis, todos da linhagem de David. Com a expansão dos impérios assírio e babilônio, tanto Israel quanto Judá, mais tarde, acabaram caindo sob domínio estrangeiro. O Reino de Israel foi destruído pelos assírios (722 a.E.C.) e seu povo foi exilado e esquecido. Uns cem anos depois, a Babilônia conquistou o Reino de Judá, exilando a maioria de seus habitantes e destruindo Jerusalém e o Templo (586 a.E.C.).

 

II.  O REI JOSAFÁ

 

O reino de 25 anos de Josafá (872-848 a.C.) foi um dos mais alentadores, e marcou uma era de esperança na história religiosa de Judá. Nos primeiros anos de seu reinado, Josafá fez reviver a política da reforma religiosa que tinha sido tão efetiva na primeira parte do reinado de Asa. Devido a que Josafá tinha trinta e cinco anos de idade quando começou a governar, deve ter permanecido, muito provavelmente, sob a influência dos grandes líderes religiosos de Judá durante sua infância e juventude. Seu programa esteve bem organizado. Cinco príncipes, que estavam acompanhados por nove levitas principais e dois sacerdotes, foram enviados por todo Judá para ensinar a lei. Além disto, suprimiu os lugares altos e os asserins pagãos, para que o povo não fosse influenciado por eles. Em lugar de buscar a Baal, como o povo provavelmente tinha feito durante as últimas duas décadas do reinado de Asa, este rei e seu povo se voltaram para Deus.


Este novo interesse com Deus teve um amplo efeito sobre as nações circundantes, ao igual que sobre Judá. Conforme Josafá fortificava suas cidades, os filisteus e os árabes não declararam a guerra a Judá, senão que reconheceram a superioridade do Reino do Sul, levando presentes e tributos ao rei. Este providencial favor e apoio o animaram a construir cidades para armazéns e fortalezas por todo o país, estabelecendo nelas unidades militares. Além disso, contava com cinco comandantes do exército de Jerusalém, ligados e responsáveis diretamente a sua pessoa (2 Cr 17.1-19). Como natural conseqüência, sob o mandado de Josafá o Reino do Sul prosperou política e religiosamente.

 

Existiam relações amistosas entre Israel e Judá. A aliança matrimonial entre a dinastia de Davi e Onri deve ter-se realizado, verossimilmente, na primeira década do reinado de Josafá (cerca de 865 a.C.), já que Acazias, o filho desta união, tinha vinte e dois anos quando ascendeu ao trono de Judá em 841 a.C. (2 Rs 8.26). Este nexo de união com a dinastia governante do Reino do Norte, assegurou a Josafá do ataque e a invasão procedente do Norte.


Aparentemente transcorreu mais de uma década do reinado de Josafá sem notícias entre os primeiros dois versículos de 2 Cr 18; o ano era 853 a.C. Depois da batalha de Qarqar, na qual Acabe tinha participado na aliança síria, para opor-se à força expansiva dos assírios, Acabe homenageou a Josafá muito suntuosamente em Samaria. Enquanto Acabe considerou a recuperação de Ramote-Gileade, que Ben-Hadade, o rei sírio, não lhe havia devolvido de acordo com o tratado de Afeque, convidou a Josafá a unir-se a ele na batalha. O rei de Judá respondeu favoravelmente; porém insistiu em assegurar-se os serviços e o conselho de um verdadeiro profeta. Micaías predisse que Acabe seria morto na batalha. Ao ter conhecimento daquilo, Acabe se disfarçou. Ao ser mortalmente ferido por uma flecha perdida, Josafá conseguiu escapar, voltando em paz a Jerusalém.


Jeú confrontou a Josafá valentemente com as palavras do Senhor. Sua fraternização com a família real de Israel estava desgostando o Senhor. O juízo divino viria a seguir, sem dúvida. Para Jeú, isto foi um grande ato de valor, já que seu pai, Hanani, tinha sido encarcerado por Asa por ter admoestado o rei. Concluindo sua mensagem, Jeú felicitou a Josafá por tirar do meio os asserins e submeter-se e buscar a Deus.


Em contraste com Asa, seu pai, Josafá respondeu favoravelmente a esta admoestação. Pessoalmente foi por toda Judá, desde Berseba até Efraim, para alentar o povo a voltar-se a Deus. Completou esta reforma, nomeando juízes em todas as cidades fortificadas, admoestando-os a que julgassem com o temor de Deus, antes que com base em juízos particulares ou aceitando subornos. Os casos em disputa deviam apelar-se a Jerusalém, onde os levitas, os sacerdotes e os cabeça de família importantes, tinham a seu cargo o render justas decisões. Amarias, o chefe dos sacerdotes, era em última instancia responsável de todos os casos religiosos. As questões civis e criminosas estavam a cargo de Zebadias, o governador da casa de Judá.


III.   JOSAFÁ E SEUS INIMIGOS


Pouco depois de tudo isto, Josafá se viu enfrentado a uma terrífica invasão procedente do sudeste. Um mensageiro informou que uma grande multidão de amonitas e moabitas se dirigia a Judá, procedentes da terra do Edom, ao sul do Mar Morto. Se aquilo era o castigo implicado na predição de Jeú sobre a pendente ira de Deus, então se viu que Josafá tinha sabiamente preparado a seu povo. Quando proclamou o jejum, o povo de todas as cidades de Judá respondeu imediatamente. Na nova corte do templo, o próprio rei conduziu a oração, reconhecendo que Deus lhes havia entregado a terra prometida, manifestando sua presença no templo dedicado nos dias de Salomão, e prometido a liberação se se prostrassem humildemente diante dEle. Nas simples palavras "não sabemos o que faremos; porém os nossos olhos estão postos em ti", Josafá expressou sua fé em Deus, quando concluiu sua oração (2 Cr 20.12). Mediante Jaaziel, um levita dos filhos de Asa, a assembléia recebeu a certeza divina de que inclusive sem ter de lutar eles veriam uma grande vitória. Em resposta, Josafá e seu povo se inclinaram e adoraram a Deus, enquanto os levitas, audivelmente, louvavam o Senhor.

 
Na manhã seguinte, o rei conduziu seu povo pelo deserto de Tecoa e os alentou a exercer sua fé em Deus e nos profetas. Cantando louvores a Deus, o povo marchava contra o inimigo. As forças inimigas foram lançadas numa terrível confusão e se massacraram uns aos outros. O povo de Judá empregou três dias em recolher o botim e os despojos de guerra. No quarto dia, Josafá reuniu seu povo no vale de Beraca, para uma reunião de ação de graças, reconhecendo que só Deus lhes havia dado a vitória. Numa marcha triunfal, o rei os conduziu a todos de volta a Jerusalém. O temor de Deus caiu sobre as nações dos arredores quando souberam desta miraculosa vitória. Josafá de novo tornou gozar de paz e quietude.


O inimigo que vinha contra os judeus era numeroso, mas a partir do instante em que receberam a promessa de livramento, eles se puseram a louvar. "Pela manhã cedo, se levantaram e saí­ram ao deserto de Tecoa; ao saírem eles, pôs-se Josafá em pé e disse: Ouvi-me, ó Judá e vós, moradores de Jerusalém! Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis. Aconselhou-se com o povo e ordenou cantores para o Senhor, que, vestidos de ornamentos sagrados e marchando à frente do exército, louvassem a Deus, dizendo: Rendei graças ao Senhor, porque a sua misericórdia dura para sempre." (Vv. 20,21.)


Que marcha diferente foi aquela, na qual os soldados, no lu­gar de espadas e lanças, levaram instrumentos musicais! E peran­te tal demonstração de fé, algo extraordinário aconteceu: Deus fez com que a coalizão inimiga se desentendesse e começasse a lutar entre si. "Tendo Judá chegado ao alto que olha para o deser­to, procurou ver a multidão, e eis que eram corpos mortos, que jaziam em terra, sem nenhum sobrevivente." (V. 24.)

Os israelitas venceram a batalha sem precisar disparar uma única flecha, armados, apenas, com o poder do louvor. Quan­do louvamos, coisas maravilhosas acontecem! As vezes pensa­mos que as pessoas mais agradecidas são as que receberam mais bênçãos, mas a verdade é que elas são mais abençoadas porque agradecem mais. Na guerra espiritual, o louvor é a arma definitiva, contra a qual o inimigo não possui defesa.

 
CONCLUSÃO

Identifique a hora de parar de suplicar e começar a agrade­cer. Não glorifique ao Senhor apenas pelo que ele fez: exalte-o também, pelo que vai fazer. Descarte o pessimismo e a murmuração, e prevaleça pelo louvor. Dizem que o gorjeio mais boni­to é o do rouxinol, porque esse pássaro só canta de noite. Da mesma forma, não há adoração tão bela quanto a que é presta­da nas sombras da provação.

Na confecção deste pequeno estudo, buscamos consultar literatura que mais se aproxima com o pensamento de nossa denominação, tentando não perder a coerência teológica. Evitamos expressar conceitos e opiniões pessoais sem o devido embasamento na Palavra, pois a finalidade é agregar conhecimentos, enriquecer a aula da escola dominical e proporcionar ao professor domínio sobre a matéria em tela. Caso alcance tais finalidades, agradeço ao meu DEUS por esta grandiosa oportunidade.

 

 

Pr. JOSÉ COSTA JUNIOR