5 de abril de 2017

ABEL, EXEMPLO DE CARÁTER QUE AGRADA A DEUS


LIÇÃO 02 – ABEL, EXEMPLO DE CARÁTER QUE AGRADA A DEUS 2º TRI 2017 (Gn 4.8-16)

INTRODUÇÃO

Nesta lição analisaremos a definição da palavra caráter; estudaremos a pessoa de Caim e Abel como dois tipos de adoradores opostos; pontuaremos Abel como um grande exemplo de um verdadeiro adorador, e por fim, comentaremos sobre quais as lições que Abel nos deixou com sua vida piedosa e obediente.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA CARÁTER

·         Definição da palavra caráter

Segundo o dicionário Aurélio caráter é: “formação moral; honestidade, caracterização do próprio sujeito; índole, humor, temperamento, traço distintivo; conjunto de características que, sendo boas ou más, distinguem uma pessoa, um povo”. O caráter refere-se ao aspecto fisiológico ou morfológico usado para diferenciar os seres em diferentes espécies ou numa mesma espécie. Reunião de caracteres psicológicos comuns que compõem um indivíduo ou um grupo de pessoas.

II – A OFERTA DE ABEL

·         Abel: O homem que agradou a Deus

O exemplo de Abel, homem espiritual e digno, em sua conduta séria e voltada para o relacionamento correto fiel a Deus e o quanto foi terrível o efeito do pecado na vida dos homens. Ao procurar oferecer a Deus sacrifício agradável e santo, Abel fez irromper no coração de seu irmão Caim, que era carnal, o sentimento da inveja e da amargura sem sentido. A natureza carnal mostrava, ali, no cenário familiar, a inveja, o ódio, a ira, e a violência em sua forma mais covarde e cruel. Um inocente sendo morto por motivo torpe, sem chance de defesa.

Abel, homem fiel, santo e inocente, foi morto pelo próprio irmão por causa de sua fidelidade a Deus. Por permissão do Senhor, que respeita o livre-arbítrio humano, teve início a tragédia da violência no seio da humanidade, em sua marcha contínua e destruidora de vidas preciosas. Há quem diga que o sacrifício de Abel foi aceito por Deus pelo fato de ser um sacrifício cruente, com sangue, dos animais dos animais que ele cuidava. Certamente, perante Deus, o sacrifício com sangue já tinha o sentido profético do sacrifício de Cristo. Deus, porém, também aceitava o sacrifício de vegetais. “As primícias, os primeiros frutos da tua terra, trarás à casa do SENHOR, teu Deus [...]” Ex 23.19; 34.22; Lv 23.10.

Na realidade, o sacrifício de Caim foi rejeitado não por causa do tipo da oferta – por ser frutos da terra, mas sim por causa do seu coração maligno, de seus sentimentos maus. Antes de olhar para a oferta de alguém, Deus olha e vê o coração (lSm 16.7). Não adiante apresentar uma oferta ou um sacrifício que chama atenção dos homens em quantidade ou qualidade se o interior estiver cheio de maldade, ódio ou presunção. Na verdade Caim era mau. A Palavra de Deus diz sobre seu caráter:

“Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio, que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou. Porque as suas obras eram más e as de seus irmão, justas” (1 Jo 3.11,12).

lll – UMA OFERTA AGRADÁVEL A DEUS

·         ABEL: EXEMPLO DE UM VERDADEIRO ADORADOR

Abel pode ser um derivado do vocábulo hebraico que significa: “sopro, fôlego, vapor, respiração”, possivelmente para prefigurar assim que sua vida seria curta (GARDNER, 1999, p. 11 – acréscimo nosso). Abel é lembrado nas Escrituras como um homem de fé, um homem de Deus, alguém de destaque (Hb 11.4). Embora saibamos muito pouco dele, o pouco que nos é revelado é suficiente para nos mostrar alguém especial e agradável aos olhos de Deus (Gn 4.2-9; Mt 23.35; Lc 11.51; Hb 11.4, 12.24). Diante disso, comentaristas tem afirmado que Abel é, sem dúvidas, um exemplo para os cristãos em todos os tempos.

·         Abel: um exemplo de verdadeiro adorador.

O termo “primícias” no AT é usado correspondentemente em relação a produtos da terra (Gn 49.3; Êx 23.16,19; 34.22, 26; Lv 2.12, 4; 23.10,17,20; Nm 15.20,21; Dt 18.4, 21.17) da mesma forma como os “primogênitos” eram os mais preciosos entre os animais, as “primícias” o eram entre os cereais. A ausência do termo primícias em relação a oferta de Caim mostra que a sua oferta foi de pouca qualidade em contraste com o melhor que Abel havia trazido, Caim simplesmente trouxe a Deus algo sem importância. Ao ofertar, Caim trouxe uma oferta “comum” para Deus, e quando Abel traz sua oferta, a Bíblia faz questão em explicitar que não se tratava de uma oferta comum, mas dos primogênitos, ou seja, os primeiros animais nascidos. Enquanto a oferta de Abel foi com fé e zelo, a de Caim foi sem compromisso e desprezo.

·         Abel: um exemplo de adorador com caráter.

O crente verdadeiro e o não verdadeiro são diferenciados por suas atitudes básicas em relação a Deus. Embora as Escrituras não contenham nem uma única palavra proferida por Abel, ele “ainda fala” por intermédio de seu caráter exemplar (Hb 11.4). Seu sangue, que “clamava a Deus desde o solo”, não foi esquecido (Gn 4.10; Lc 11.48-51). Jesus fala do caráter de Abel em Mateus 23.34-35, e com esses dois versos aprendemos três lições:

a) Que Jesus reputava a Abel como um profeta: “eis que eu vos envio profetas...”;

 

b) Que Jesus reputava a Abel como um mártir: “...o sangue justo derramado sobre a terra”;

 

c) Que Jesus reputava Abel como Justo: “… desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias”.

Duas vezes Jesus usa o termo “justo” do grego “dikaiós” para descrever a Abel, uma vez em referência a seu sangue e outro em relação a sua pessoa.

·         Abel: um exemplo de adorador que tinha uma visão de Deus.

Abel não viveu uma vida-longa, mas uma vida que se prolonga até hoje. Foi o primeiro a ser assassinado, e o foi exatamente por causa da visão que tinha de adorador. Caim e Abel ambos haviam recebido a vida, saúde e condições de trabalhar. Ambos foram abençoados em seu trabalho, ambos criam em Deus, mas a visão de adorador foi diferente. A oferta de Abel era uma oferta das suas primícias. O termo hebraico “bekowrah” é usado poucas vezes no AT, e normalmente significa primogênito (Gn 43.33), ou até mesmo primogenitura (Gn 25.31). A ideia que se tem desse texto é que Abel trouxe o que tinha de melhor. Caim por sua vez lembrou-se do culto, mas não preocupou-se em dar o melhor, pegou qualquer coisa dos produtos da terra e ofertou ao Senhor (Gn 4.3-5).

 

IV - CAIM: UM MAL EXEMPLO DE ADORADOR

·         Antes de atentar para a oferta, Deus atenta para o ofertante (Gn 4.3-5).

 

Fica claro que Deus atenta primeiramente para o homem e depois para a oferta. Nada que possamos oferecer a Deus pode comprá-lo. Ele não receberá uma oferta de procedência duvidosa (Dt 23.18), nem aquela dada como se fosse uma obrigação incômoda (2Co 9.7). A visão de Deus se uma oferta é correta ou não, está mais ligada ao coração daquele que ofertou do que com a oferta em si. Observe que Deus se agradou “de Abel e de sua oferta”. Primeiro o Senhor olhou para o coração de Abel, e depois observou que sua oferta era adequada. Da mesma forma Deus não se agradou “de Caim e de sua oferta”. A atitude de Caim após a rejeição de sua oferta mostrou o que de verdade ele tinha em seu coração: “Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas.” (1Jo 3.12).

·         Abel ofereceu a Deus o melhor que tinha, enquanto Caim não (Jd 11-a).

Caim não foi rejeitado por causa da oferta que escolheu, mas sua oferta foi rejeitada por causa de Caim, pois seu coração não estava em ordem com Deus. A Bíblia nos mostra que Deus observa o coração do ofertante (Is 1.11-20; Mt 5.23-26). Muitos anos depois, a lei de Moisés prescreveu a oferta de grãos e de frutas (Lv 2; Dt 26:1-11), de modo que não temos motivos para acreditar que tais ofertas (de cereais) não eram aceitáveis desde o princípio. Contudo, mesmo que Caim tivesse sacrificado animais e derramado o sangue deles, não teriam sido aceitáveis para Deus por causa da disposição do coração de Caim. Abel trouxe o que tinha de melhor e procurou verdadeiramente agradar a Deus; Caim, porém, não teve essa atitude de fé (1Sm 15.22; Is 1.11-13; Os 6.6; Mq 6.6-8; Mc 12.28-34, 41-44)”.

·         Caim jamais experimentou um relacionamento verdadeiro com o Senhor.

Sem um coração submisso, nem mesmo as mais preciosas ofertas podem tornar o adorador aceitável diante de Deus (Sl 51.16, 17; 2Tm 3.5). O Senhor usando o profeta Isaías disse: “Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim” (ls 29.1 3; Mt 15.8). O caminho de Caim é o caminho da vontade própria e da incredulidade (Jd 11). Caim representa a humanidade caída, pecadora e fugitiva da presença de Deus: “E saiu Caim de diante da face do Senhor [...]” (Gn 4.16). O rei Salomão disse: “O sacrifício dos ímpios é abominação; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna!” (Pv 21.27). Somente quando são oferecidos com fé, os sacrifícios e o serviço dos homens agradam a Deus (Is 1.11-17; Ml 1.6-14).

·         Caim foi o agricultor que sabia cuidar da terra mas não do seu espírito             (Gn 4.2).

Caim aprendeu com o seu pai Adão, a arte da agricultura e certamente foi um bom lavrador da terra, porém não adiantava ser um bom lavrador da terra se o seu coração era voltado para o mal. Caim foi recebido em seu lar como uma bênção de Deus (Gn 4.1), e assim poderia ter sido se tivesse buscado servi-lo. Ele se afastou de Deus, e, por conseguinte, todos os seus descendentes caíram em desgraça, por isso foram destruídos no dilúvio (Gn 6.13). Judas nos exorta que evitemos nos apartar do Deus vivo, pois este caminho conduz, inevitavelmente, à destruição (Jd 11-13). Apesar das honras que lhe conferiam a primogenitura, Caim deixou-se dominar por uma inveja tola e injustificável. Como primeiro filho de Adão, cabia-lhe, entre outras coisas, a herança messiânica se tivesse permanecido fiel, estaria hoje entre os ancestrais de Cristo.

V – A INJUSTIÇA CONTRA ABEL

·         Abel era um homem justo

Diz a Bíblia: “Pela fé, Abel, ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo” (Hb 11.4). Não se sabe quantos anos Abel tinha quando ofereceu seu sacrifício a Deus e foi assassinado por seu irmão. Mas, em toda a sua vida, ele demonstrou ser homem de bem, que andava em retidão, de caráter ilibado e reconhecido por Deus. Abel representa a parte da humanidade que se volta para Deus e que formada por homens justos.

 

Caim representa a parte má da humanidade, que dá as costas para Deus e que busca os interesses egoístas e imediatos. Contra Abel, foi preparado o terrível crime de homicídio e fratricídio, não porque praticara qualquer ato indigno, mas porque era homem como Jó: “reto, sincero, temente a Deus” e desviava-se do mal. Em qualquer tribunal imparcial, a morte de Abel seria considerada uma terrível injustiça, sujeita ao mais severo castigo. Caim poderia ter sofrido a pena de morte se teu crime fosse cometido séculos mais tarde, pena esta por decreto do próprio Deus (Gn 9.6) e na vigência da Lei de Moisés (EX 21.12,14). Abel era justo e morreu injustamente – permissão de Deus. Diz a Bíblia que o que acontece ao ímpio acontece também ao justo (Ec 9.2).

 

 

·         Abel, o primeiro Mártir

Abel foi protagonista primário de algumas coisas: foi o primeiro pastor de ovelhas; o primeiro a oferecer sacrifício de animais no culto a Deus; e também o primeiro homem justo; porém, também foi o primeiro mártir; e o primeiro a entrar para galeria dos mártires por causa de sua fé e também o primeiro a ter seu nome registrado na galeria dos heróis da fé (Hb 11.4). Jesus foi morto por inveja: “Porque ele bem sabia que por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham entregado” (Mc 15.10). Da mesma forma que Jesus, Abel também foi morto por inveja. Caim ficou irado pelo fato de Deus ter aceitado a oferta de Abel e, tomado de ódio, assassinou friamente o seu irmão sem dar a ele chance alguma de defesa. Hoje, seu crime seria considerado homicídio qualificado doloso por motivo torpe.

VI – UM HOMEM QUE AGRADOU A DEUS

O episódio envolvendo Caim e Abel é o mais destacado na história de Adão. O relato bíblico autoriza-nos a dizer que Abel buscou a Deus com amis afinco e amor, pois ele entendeu que seu sacrifício deveria ser o melhor daquilo que possuía: “E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para sua oferta” (Gn 4.4). Além de oferecer sacrifício dos “dos primogênitos” das ovelhas, o texto diz que ele levou a Deus “da sua gordura”. O sacrifício com gordura sobre o altar era “cheiro suave” e agradável a Deus (Ex 29.13; Lv 4.31) e fazia parte do “sacrifício pacifico” e “oferta queimada ao Senhor” (Lv 3.3,4). Que Deus nos ajude e nos guarde e também nos dê sabedoria e amor para oferecermos sempre “sacrifícios de louvor” (Sl 50.14). “Portanto ofereçamos sempre por ele, a Deus sacrifícios de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15).

CONCLUSÃO

A humanidade começou mal coma desobediência dos primeiros habitantes da terra. Adão pecou ao ouvir o Diabo através de sua mulher. Toda a tragédia humana decorre daquele gesto precipitado sob a insinuação maliciosa do Diabo. Expulsos do Éden, Adão e Eva certamente criaram seus filhos mostrando os preceitos e mandamentos de Deus para eles. Caim, o primogênito, preferiu o exemplo do pai quando desobedeceu ao Criador. Seu irmão, Abel, pelo contrário, preferiu dedicar-se a adorar a Deus e oferecer o melhor dos seus esforços e trabalho.

Deus aceitou a oferta de Abel e rejeitou a oferta de Caim. Por isso, por inveja, este foi seguido de milhões de atos semelhantes que causaram e ainda causam dor e tristeza. Em pleno século XXI, a ciranda da violência prossegue ceifando vidas preciosas. Somente com a intervenção de Deus na terra, essa onda maligna de infelicidade cessará. No Milênio, o planeta será restaurado em seu ambiente ecológico, social e espiritual.

 

Elaboração pelo: Pb. Mickel Souza Porto

Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

 

REFERÊNCIAS

CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.

GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.

RADMACHER, Earl D. Et al. O Novo Comentário Bíblico: AT. CENTRAL GOSPEL.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

WIERSBE, Warren W. Comentario Biblico Espositivo do Antigo Testamento. PDF

ELINALDO RENOVATO DE LIMA. O Caráter do Cristão. CPAD

IEAD PERNAMBUCO Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

30 de março de 2017

A FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO


A FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO

 

Texto Áureo = Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a nafé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.” (Gl 5.20)

 

Verdade Prática = O homem nascido de novo tem o seu caráter transformadopelo Espírito Santo.

 

LEITURA BIBLICA – Efésios 4: 17-24

 

INTRODUÇÃO

 

É notório, neste século, observar o crescimento numérico do povo evangélico em quase todos os países da América Latina. Também é animador ver que nas últimas décadas foi em geral dado uma maior abertura para a ação e para os dons do Espírito Santo, uma renovação na liturgia, uma melhor disposição para a unidade da igreja, o despertar da consciência missionária, e existem outros sinais positivos semelhantes.

 

Mas longe de cair em um enganoso triunfalismo, serena e objetivamente devemos viver

nossos pontos fracos para superá-los. Existem algumas coisas que nos preocupam.

As estatísticas sobre o crescimento da igreja só leva em conta a quantidade mas não a

qualidade dos crentes evangélicos. Hoje em dia, existe em todas as partes uma espécie de febre pela “quantidade”, mas não pela “unidade”, e menos ainda pela “qualidade”.

 

Precisamos viver algumas coisas básicas.

Por acaso nosso objetivo é meramente conseguir que a América Latina se converta em um continente com maioria evangélica? Qual a qualidade de vida? Por que há tanta mediocridade no CARÁTER e na conduta de muitos cristãos?

Quais as mudanças morais e sociais que o evangelho deve produzir nas vidas como produziu na de Zaqueu? Onde estão os homens e mulheres que estão sendo transformados a imagem de Cristo? Porque é tão fraca a influência da igreja na sociedade? E como estas poderíamos fazer muitas outras perguntas.

 

Basicamente desenvolverei o tema em três partes principais:

 

I - O caráter Cristão.

II - Os principais fatores na formação do caráter

III - Os perigos que existem no ministério.

 

I - O CARÁTER CRISTÃO.

 

1. O povo que Deus planejou ter:

• Fomos escolhidos não meramente para sermos salvos e sim para sermos santos. Efésios 1.4

• Fomos chamados não apenas para ter a Deus como Pai, e sim para ser perfeitos como Ele. Mateus 5.48 (“teleiós” = maduros completos)

• O importante não é somente nascer e sim crescer até chegar a medida da estatura da

plenitude de Cristo. Ef. 4.13-15

• Deus não quer apenas quantidade e sim qualidade. A igreja deve ser edificada (construída) com ouro, prata e pedras preciosas, e não com madeira, feno e palha. I Cor. 3.12

• Fomos predestinados não apenas para sermos filhos de Deus, mas sim para sermos feitos conforme a imagem de seu Filho. Romanos 8.29

• O objetivo de nosso ministério não é apenas salvar almas, mas sim apresentar todo homem perfeito em Cristo. Colossenses 1.28

 

Em termos práticos, isto significa uma igreja integrada por famílias que vivem em paz e harmonia. Maridos ternos, sábios e amáveis. Esposas submissas de caráter meigo e pacífico. Filhos respeitadores e obedientes. Rapazes e moças que chegam virgens ao casamento. Anciãos honrados e respeitados pelos mais jovens. Crianças felizes criadas no amor e temor de Deus.

 

Homens trabalhadores, responsáveis, diligentes, cuidadosos, fiéis. Mulheres virtuosas, alegres,cheias de boas obras. Um povo diferente, formado por discípulos que aprendem a serhumildes, pacientes, mansos, justos, generosos, sinceros, bons, felizes, honrados, íntegros.

 

Discípulos cujo o estilo de vida é amar, perdoar, servir, confessar seus pecados, obedecer,cumprir, sujeitar-se as autoridades, pagar seus impostos, ser sempre verdadeiro, confiar emDeus, amar o seu próximo, ajudar, dividir com os necessitados, chorar com os que choram, rircom os que riem, ser um com seus irmãos, pagar o mal com o bem, sofrer a injustiça, dargraças sempre por tudo, vencer tentações, viver no gozo do Senhor, orar sem cessar, testemunhar a Cristo, ganhar outros para Cristo, Fazer (formar) discípulos, colocar seu dinheiro e seus bens a disposição de seu irmão, e sobre todas as coisas, amar a Deus com todo o seu ser, e ser assim o sal da terra e a luz do mundo.

 

2. Caráter e Conduta

 

Caráter é a maneira de ser de uma pessoa que é avaliado pela sua conduta. É a soma de suas qualidades e defeitos morais integrados na sua personalidade.

 

“CARÁTER” é uma palavra grega que aparece no Novo Testamento uma única vez, emHebreus 1.3 e está traduzida por “imagem” (Edição Revista e Corrigida). Cristo é a “mesma imagem de sua essência”, quer dizer que tem o caráter idêntico do Pai.

Conduta é a maneira habitual de comportar-se, a maneira de viver.

A conduta de uma pessoa manifesta o seu caráter.

A meta do Cristão é ser como Jesus, quer dizer, ter caráter de Cristo.

Isto é uma síntese do que devemos chegar a ser, por isso nossa conduta deve ser como a Sua. “Aquele que diz que permanece Nele, esse deve também andar assim como Ele andou”. 1º João 2.6.

 

A análise desta definição consiste em descrever todas as qualidades morais de Cristo revelados nas Escrituras, as quais são o projeto total do que Deus quer formar em cada um de seus filhos.

 

3. A primeira descrição do caráter de um cristão.

 

Está no sermão da montanha, nas bem-aventuranças.

O sermão da montanha é o primeiro catecismo de transmissão oral e em seguida a primeira parte escrita do evangelho.

O verbo aqui é “SER” (os que são humildes, os que são mansos). Bem aventurados, felizes, ditosos, afortunados.

A felicidade não é um objetivo é sim uma conseqüência, é a conseqüência de ser como

Deus quer e fazer Sua vontade.

 

Justamente “Caráter” é aquilo que somos e o que determina nossa conduta.

Jesus indica as oito qualidades de caráter que deve distinguir a seus discípulos.

Na realidade estas bem-aventuranças são a descrição das virtudes do caráter de Jesus e o que Deus quer formar em nós.

 

OITO QUALIDADES DO CARÁTER DE UM DISCÍPULO:

 

- Humildade (5.3)

 

“Os humildes”; “os pobre de espírito” A humildade é a primeira qualidade inerente à condição humana. O oposto é o orgulho a soberba, a arrogância, a auto-suficiência, etc...

 

- Contrição (5.4)

 

“Os que choram”. Não são os que choram por raiva ou auto compaixão, e sim aqueles que ao conhecer-se diante de Deus se quebrantam por sua condição, pecado e miséria e mudam de atitude, se humilham.

 

Também choram diante do amor e da graça de Deus. Alem disso, sensibilizados pelo amos de Deus, choram com os que choram, com os que sofrem, pelos perdidos. Eles serão consolados.


- Mansidão (5.5)

 

“Os mansos” obedecem com boa disposição são submissos, pacientes, tem domínio próprio. O contrario à mansidão é a rebeldia, que leve à violência, briga, gritos, insolência, queixa, impaciência, etc.

 

- Justiça (5.6)

 

“Os que tem fome e sede de justiça”. Não são os que exigem que se lhes faça a justiça, e sim aqueles que tem como o maior desejo em suas vidas o de serem justos, santos, retos, honrados, de boas obras.

 

- Misericórdia (5.7)

 

“Os misericordiosos”. Significa ter coração para aqueles que estão na miséria.

A miséria tem duas expressões principais: Amabilidade para com todos, ajuda e generosidade com o que sofre

 

- Pureza de coração (5.8)

 

“Os limpos de coração” Significa sinceridade, transparência boa consciência, desejos puros, intenções corretas, motivações santas, sem engano nem mentira sem hipocrisia. Eles verão a Deus.

 

- Paz (5.9)

 

“Os pacificadores”, perdoam, renunciam seus direitos, cedem, não brigam, preferem perder, tem resposta branda. Também pacificam a outros que estão com inimizades, são instrumentos de reconciliação.

 

- Alegria no sofrimento injusto (10-12)

 

“Os que sofrem perseguições por causa da justiça” São os que diante do sofrimento, a perseguição e a calúnia, ao invés de deprimir-se, se alegram e se regozijam.

 

4. As virtudes que o Espírito Santo produz em nós. Gálatas 5.22-23 Amor, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. A função do Espírito Santo é produzir em nós as qualidades morais de Cristo a fim de tornar-nos como Ele.

 

5. Hábitos do novo homem

 

Colossenses 3.10-15. Misericórdia, benignidade, humildade, mansidão, paciência, o suportar, o perdoar, amor, paz.

 

6. Qualidade de caráter e conduta que se requer de um líder. 1º Timóteo 3.1-7 - Tito 1.5-8

 

• irrepreensível

• marido de uma só mulher

• sóbrio

• prudente

• decoroso

• hospitaleiro

• não dado ao vinho

• não tendencioso

• não condizente com ganâncias desonestas.

• amável

• pacifico

• não avarento

• que governe bem a sua própria casa

• não seja neófito

• justo

• santo

• não seja dado a ira

• amante do bem

• dono de si mesmo

 

7. Outras qualidades de caráter que nos ensinam as Sagradas Escrituras

 

• Serviço - Mateus 20.26-28

• Laboriosidade - Provérbios 6.6-11 - 2º Tessalonicenses 3.7-12

• Diligência - Provérbios 10.4 e 13.4

• Constância - 2ºTim. 3.14

• Autodisciplina - 1º Cor 9.25-27 - Submissão á disciplina

• Responsabilidade - 1º Tim 3.4 e 1º Tess. 4.11

• Estabilidade - Ef. 4.14

• Firmeza - Ef. 6.11

• Valentia - Josué 1.6-9

• Sinceridade - Heb.10.22

• Honradez - 1º Tess. 4.6

• Integridade - Salmo 15.02

• Imparcialidade - I Tim 5.21 - Lev.19.15

• Respeitador - 1º Pedro 2.17

 

“Nossa esperança e fé”. “Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em nos há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus” (Filip. 1.6)

 

 

II - OS PRINCIPAIS FATORES NA FORMAÇÃO DO CARÁTER.

 

1. Ter um modelo. Jesus varão perfeito, é o grande modelo que o Pai nos apresenta.

Devemos conhece-Lo mediante testemunho conjunto da Palavra e do Espírito. Efésios 4.13, sugere que um dos fatores principais para se chegar à estatura de Cristo é

conhece-Lo.

 

Algumas das qualidades que se sobressaem do caráter de Jesus que revelam os relatos dos evangelhos:

 

• Sua mansidão e humildade

• Seu amor e compaixão

• Sua pureza e santidade

• Seu valor e autoridade

• Sua misericórdia e graça

• Sua sabedoria.

 

Na sua paixão e morte se revelam, até com maior excelência, as virtudes de caráter que havia manifestado em sua vida e ministério.

 

2. Receber instruções baixo (sob) o senhorio de Cristo:

 

O que é conversão? Durante anos, os evangélicos tem pregado que a condição para ser salvo é aceitar aJesus Cristo como Salvador pessoal. Não existe na bíblia nenhum versículo sequer quesustente tal afirmação.

 

Paulo declara em Romanos 10:9 que a condição para ser salvo é confessar a Jesus como Senhor (Kyrios). Todo o Novo Testamento confirma tal declaração. (Atos 2.36; 16.31;

Filip. 2.9-11)

 

Aceitar a Cristo meramente como Salvador seria pretender receber o perdão e a vida eterna sem uma verdadeira sujeição a seu senhorio, e tal coisa não existe no Novo

Testamento.

 

Aceitar Jesus como Senhor é colocar nossa vida totalmente sob sua autoridade, e isto

não é apenas a condição “Siniqua non” para a salvação, é, também o que fará possível o novo convertido, ao ser instruído, seja formado à imagem de Jesus.

 

O que é um discípulo? Mateus 28.19-20

 

Discípulo é alguém que recebe ensinamento e instruções sob a autoridade de seu mestre. O discípulo de Cristo precisa receber todos os ensinamentos de Jesus. O objetivo da instrução não é meramente para que “saiba”, e sim para que “guarde” os mandamentos do Senhor.

O propósito não é dar-lhe informação e sim a formação de seu caráter segundo a palavra de Deus.

 

O que é a “Didaquê”?

 

É a palavra grega traduzida “doutrina ou ensinamento”. (Mateus 7.28, Atos 2:42).Seu sinônimo é “didaskalia” (v.21) (Marcos 7.7, Tito 2.1, 7)

 

• Consiste em ensinamentos e instruções que revelam a vontade de Deus para todos os

homens. Geralmente são mandamentos (tom imperativo) pois provém de nosso Mestre e

Senhor, sob cuja autoridade estamos. Exigem obediência sujeição.

 

• Abrange todas as áreas de nossa vida, caráter, atitudes, revelações e conduta.

• É clara, direta e prática.

• É universal e imutável para todos os homens de todas as gerações.

• Seu objetivo final é fazermos como Jesus, tanto em nosso caráter, conduta e serviço.

 

• A maior parte da Didaquê podemos encontra-la resumidamente em 9 capítulos do Novo Testamento, em Mateus 5, 6, 7; em Efésios 4, 5, 6; em Romanos 12, 13, 14.

• É um dos elementos indispensáveis para formação do caráter cristão nos discípulos.

 

3. Estar cheios do poder (Dunamis) que transforma:

 

Os 12 apóstolos tiveram o modelo e receberam a instrução, mas não era suficiente,

precisavam receber poder para serem transformados e viver a Didaquê.

 

A condição humana: A Bíblia chama a esta condição “estar na carne” É o estado natural do homem depois da queda: fraco, pecador e incapaz de agradar a Deus. No melhor dos casos procura fazer a vontade de Deus com seus próprios recursos para fracassar uma vez atrás da outra. (Romanos 7.14-25 e Gálatas 5.19-21)

 

A lei: Nos exige fazer a vontade de Deus, mas não nos capacita a cumpri-la.

A obra de Cristo: Cristo na cruz não só levou nossos pecados, como nos incluiu a nós mesmos. “Nosso velho homem” foi crucificado juntamente com Ele (Romanos 6.4) Sua morte é nossa morte, e sua ressurreição é a nossa ressurreição.

 

Mas esta realidade objetiva se faz realidade subjetiva e experimental pela ação do

Espírito em nós (Romanos 8.2)

A obra do Espírito : Cristo não envia apenas o Espírito Santo aos nossos corações, mas mediante o Espírito Ele mesmo vem habitar em nós João 14.18.

Ter o Espírito é ter a Cristo em nós. (João 14.10-11, 1º João 3.24)

O Espírito nos comunica a eficácia da morte de Cristo sobre nossa carne, e o poder da

sua ressurreição (Gál. 2.20)

A função do Espírito é nos transmitir a vida de Cristo, a glória de Cristo, suas virtudes morais, seu amor, sua humildade, sua paz, sua mansidão, sua santidade.

“Receberá do que é meu, e vo-lo há de anunciar” (João 16.14)

A função ao Espírito é formar em nós a Cristo Jesus; transformar-nos de glória na sua

própria imagem (2º Cor. 3.18)

 

A Kerigma: Estas são as verdades que proclama o Kerigma apostólico orientando para

edificação dos crentes.

 

4. Estar integrado a uma comunidade de fé: Atos 2.42-47

 

Cada discípulo para sua formação necessita:

• Contenção: amor, relações pessoais (relacionamento), afeto, comunhão, amizade, pastoreio, identidade, cobertura espiritual.

• Discipulado de grupo e pessoal: relações firmes e definidas, modelos próximos,

ensinamento, oração, instrução, animo, correção fraternal, disciplina.

• Capacitar para a missão: Instrução, treinamento, apoio, espaço para o exercício dos dons e desenvolvimento de novos ministérios.

 

5. Assumir plenamente a responsabilidade pessoal

 

Este é o fator decisivo na formação do caráter cristão.

 

O que é responsabilidade?O homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. Entre outras, isto significa que o

diferencia dos animais, Deus fez do homem um ser com responsabilidade, moral, trabalhador, familiar, social e espiritual.

 

Todo homem é responsável perante Deus e deve responder perante Ele por seus atos,

atitudes, palavras, conduta, pensamentos, sentimentos, desejos e intenções.

 

John Stott disse:“Nossa responsabilidade perante Deus é um aspecto inalienável de

nossa dignidade humana. Sua expressão final se verá no dia do juízo”

 

Emil Brunner afirma: “A responsabilidade não é um atributo, é a substancia da

existência humana. Contém tudo ...é o que distingue o homem de todas as outras criaturas.

 

Deus pediu contas a Adão, a Eva, a Caim, a Saul, a Davi, a Ananias e Safira, a Saulode Tarso.Um dia todos prestaremos contas de toda nossa vida perante Ele.

 

A operação de Satanás, a fraqueza de nossa carne, a maldade dos homens, a pressãodo mundo, ou as circunstancias adversas, não nos isentam de nossa responsabilidade peranteDeus, pois Deus através de Jesus Cristo nos tem suprido de tudo o que precisamos para ser“mais que vencedores” sobre Satanás, o pecado, a carne e o mundo, mesmo nas circunstanciasmais adversas.

 

Seria estúpido negar a influencia que tem nossa herança genética e nossa criação sobrenosso comportamento, elas tem má influencia mas não determinam. O fator determinante denossa maneira de ser e de viver passa por nossa responsabilidade pessoal.

 

Por que Abel e Caim tendo a mesa herança genética e a mesma criação foram tãodiferentes?

Por que Jacó foi tão diferente de Esaú?

Por que Davi foi tão diferente de seus irmãos?

Sim, pela abundante provisão da graça de Deus podemos ser diferentes, podemosmudar.

Nosso caráter pode ser depurado, nossa conduta pode melhorar. Podemos ser santoshumildes mansos, amáveis, serviçais, podemos ser como Jesus.

 

O Coração:

 

Na linguagem bíblica o coração é o centro do nosso ser, nosso foro íntimo. É onde definimos oque queremos ser. Provérbios 4.23, Atos 8.21. Mateus 15.19

 

A disciplina pessoal

 

As atitudes repetidas com o passar do tempo se tornar hábitos. Existem hábitos que tem características ético morais as quais constituem as diferentes facetas de nosso caráter, de modo que a conduta vai forjando o caráter e logo o caráter determina a conduta.

 

Se vivermos segundo a carne produzirão em nos aspectos carnais. Por exemplo: a ira, a mentira, a queixa, a lascívia, a avareza , o rancor, etc.

 

Mas, se vivermos no Espírito fazemos morrer as obras da carne, manifestamos as

virtudes do caráter de Cristo. Por exemplo, amabilidade, o serviço, a humildade, o dizer a verdade, o perdoar, etc.

 

Uma vez, duas; um dia, dois, dez, cem, mil... Nesta disciplina do Espírito as qualidades de Cristo chegaram a ser as virtudes do nosso caráter. Por isso é importante viver no Espírito as 24 horas do dia (Gál. 2.20).



Na oficina de Deus: Precisamos cultivar uma comunhão íntima, pessoal e secreta com Deus.Mat. 6.6. Então devemos nos submeter a ação profunda do Espírito para ser corrigidos,santificados e transformados. Heb. 4.12, 2º Tim. 3.16, 2º Cor. 3.18, Rom.12.1-2.

 

Nossa maior inspiração tem que ser “conhecer” o filho de Deus, o varão perfeito. Ef

4.13. Isto não é um conhecimento intelectual (conceito grego) e sim experimental e total

(conceito hebreu) até chegar a ser plenamente um com Ele.

 

6. O sofrimento e nossa atitude diante d’Ele

 

Jesus não prometeu a seus discípulos uma vida sem padecimentos, o que Ele sim nos prometeu é paz e vitória em meio as aflições (João 16.33).

 

Hoje parece que muitos valores do mundo são o marco do êxito ministerial: dinheiro,

fama, popularidade, prosperidade, números, gente, poder...

Pouco se fala da cruz, do sofrimento, da disciplina, do vitupério, do sacrifício, etc.

Para mim um dos versículos mais difíceis de entender do Novo Testamento é Hebreus

5.5 “embora sendo filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu”.

 

Diante do sofrimento podemos ter três atitudes:

 

1. Resistirmos e amargurar-nos

2. Resignar-nos sem entender o propósito.

3. Aceita-lo como o plano de Deus para nossa formação, purificação e santificação.

 

O sofrimento nos ajuda a ser humildes, pacientes compassivos misericordiosos, obedientes dependentes de Deus, ou seja, sermos parecidos a Jesus, pois produz em nós cada vez mais excelente e eterno peso de glória (2º Cor. 4.17)

 

III - OS PERIGOS QUE ENFRENTAMOS NO MINISTÉRIO

(BASEADO EM II TIMÓTEO)

 

- O apóstolo Paulo escreve da prisão esta última carta a seu discípulo Timóteo, e consciente que o tempo de sua partida está próximo (4:6-7), o adverte solenemente dos sérios perigos e cuidados que devemos ter no ministério, especialmente nos dias que virão.

 

1º PERIGO: O PROFISSIONALISMO (1:4-8)

 

- O perigo de tornar-se um ministro sem lágrimas (1:4) = Emocionalismo(viver só de

emoções) = Ter emoções ( fundamental - foram dadas por Deus)

 

- O perigo de tornar-se um ministro com uma fé fingida (1:5). (Ver I Tim. 1:5,19; 3:9; 4:1-2), se perde a fé por não manter boa consciência.(Estou crendo em tudo o que estou

pregando?).

 

- O perigo de perder o fogo evangelístico (1:6-8) Temos que evangelizar, se não tivermos o fogo evangelístico o povo não evangelizará; pois somos modelo, referência para o rebanho.

 

2º PERIGO: A FALTA DE LEALDADE (1:15-18)

 

- A falta de lealdade á Palavra. (1:13-14). (Ver I Tim. 1:3-4; 4:6,16; 6:3-5, II Tim.2:2; 4:2- 4). Não pregar nossos próprios conceitos e idéias - gastar tempo em oração para prepararmos a palavra. Pregação expositiva.

 

- A falta de lealdade aos companheiros da obra.(1:15-18).

 

3º PERIGO: A COMODIDADE (2:1-13)

 

- Perigo de nos tornarmos “burguêses evangélicos”- consumismo.

- Diligencia (v. 1) “Esforça-te”

- Eficiência (v. 2)

- Sofrimento (v. 3) “Sofre trabalhos”, “soldado”

- Concentração (v.4) “não se envolve”

- Disciplina (v.5) “luta”

- Dedicação (V. 6) “deve trabalhar”.

 

4º PERIGO: A FALTA DE INTEGRIDADE (2: 14-22)

 

- Deus aprova tua conduta ? (v.15)

- Tens coisas que te envergonhariam caso seus irmãos soubessem ? (v. 15)

- Vives uma vida santa ou praticas a iniquidade ? (v. 19)

- Tens caído em pecados sexuais ? Tens mentido ? Estás limpo no manejo do dinheiro? – Estás em paz com todos os teus irmãos ? (v. 22).

 

=SER USADO POR DEUS NÃO SIGNIFICA SER APROVADO POR DEUS.

(v. 20-21). Exemplos: Balaão, Saul, Jonas. Judas, (Mat. 7:21-23 - Jesus em nenhum momento

contesta esses dons)

 

= POR QUE DEUS USA GENTE NÃO APROVADA ?

a) Deus é soberano, não tem que prestar contas a ninguém, usa quem Ele quer.

b) Deus nos usa por sua graça e não por merecimento próprio.

c) Deus quer que toda a glória seja dada a Ele, que ninguém se glorie.

 

d) Para nos fazer caminhar com temor ao Senhor até o final de nossa caminhada, que dependamos de Sua graça e misericórdia, sempre com os pés descalços porque a terra onde estamos é santa.

e) Para que sigamos ao Senhor e não a homens.

 

= COMO SABER SE ESTOU SENDO APROVADO POR DEUS ?

 

- Nossa mente, nossa consciência pode estar cauterizada (I Cor. 4:4)

 

- A única maneira de ser aprovado é pela Palavra de Deus, quando eu rejeito a iniquidade, quando eu peco confesso, limpo minha vida e procuro ser transparente na minha maneira de ser e agir.

 

5º PERIGO: A APARÊNCIA DE PIEDADE (3:1-9)

 

Está descrevendo as pessoas de aparência religiosa (v.5), cujas vidas são uma contradição com o que professam:

 

Egoístas , Avarentos, Orgulhosos, Soberbos, Blasfemadores, Desobedientes, Ingratos, Ímpios, Sem afeto, Implacáveis, Caluniadores, Sem domínio de si, Cruéis, Inimigos do bem, Traidores, Atrevidos, Envaidecidos, Amigos dos prazeres, Lascivos (3:6)

 

A SEGURANÇA EM TEMPOS DIFÍCEIS (3:10 - 4:8)

 

1. Seguir o bom exemplo dos homens provados (3:10 -13). Seguir sua doutrina, e imitar sua conduta, propósito, fé, longanimidade, amor, paciência, perseverança e padecimento.

 

2. Persistir em tudo o que aprendeu nas Sagradas Escrituras, tendo em conta que o objetivo da mesma é aperfeiçoar-nos e capacitar-nos para a boa obra (3; 14-17).

 

3. Pregar a palavra em todo o tempo, argumentar, repreender, exortar com toda paciência edoutrina (4:1-4)

 

4. Fazer a obra de evangelização (4:5) - Não nos desviarmos da grande comissão.

 

Conclusão

 

Que Deus nos ajude a desenvolver o caráter de Cristo em nós, para que o mundo possa ver nossas boas obras e Glorifique a Deus. Mt. 5. 16.

 

 

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Setor I - Em Dourados – MS

 

Bibliografia

 


 

 

O CARÁTER DO CRISTÃO

 

Texto Áureo = “Para que vos tomeis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo. “Fp2.15.

 

Verdade Prática. O caráter do crente deve transmitir sua condição de filho de Deus, distinguindo-o do descrente em todos os sentidos.

 

Leitura em Classe = Cl 3.8-17

 

INTRODUÇÃO

 

O verdadeiro cristão se destaca em meio da sociedade corrompida e perversa que habita este mundo por possuir um caráter distinto Somos exortados pelo apóstolo Paulo a brilhar como astros no mundo. Para que isto em verdade aconteça precisamos desenvolver um caráter cristão firme em nossos jovens e zelar pelo nosso próprio caráter a fim de que se não deixe toldar nas águas imundas do pecado que cercam e consomem o mundo sem Deus.

 

1.0 QUE É O CARÁTER

 

1. Conceito. Muitas pessoas fazem confusão acerca do caráter e o tomam como sendo o mesmo que personalidade.

Mas observando melhor os conceitos Vamos notar que o caráter é uma parte da personalidade.

 

2. Formação do caráter. O indivíduo não nasce com um caráter formado.

Ele nasce possuindo um potencial, certos traços que, em contato com o meio-ambiente, vão desenvolver os aspectos que formarão o caráter.

O lar, a escola, a Igreja e demais grupos sociais são responsáveis pelo desenvolvimento do caráter.

 

 

 

II. DE QUE NOS DEVEMOS DESPOJAR (CI 3.8,9).

 

1. Despojar-se da ira. Milhões de crentes no mundo inteiro estão completamente impedidos de crescer espiritualmente e desenvolver um excelente caráter porque estão dominados pela ira.

 

a. A Palavra de Deus proibe a prática da ira. Em Ec 7.9 somos exortados a não nos apressarmos e enveredarmos pelo caminho dos que se iram. Jesus também disse que qualquer que se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, (Mt 5.22). Paulo recomenda que não nos vinguemos a nós mesmos, mas que demos lugar a ira de Deus, (Em12.19).

 

b. A ira é um empecilho á oração. Somos exortados a não orar quando em nosso coração houver ira. Devemos levantar as mãos para Deus, completamente despojados de qualquer sentimento de ira, (1Tm 2.8). E o que nos recomenda o apóstolo Paulo. Assim a oração é uma arma contra a ira, como também a sabedoria, conforme lemos em Pv 29.8.

 

2. Despojar-se da malícia. Homens maliciosos nunca podem ser homens espirituais. Vejamos o que nos ensina a Palavra autorizada de Deus.

 

a. A malícia condenada, Paulo recomenda que sejamos meninos na malícia, (1 Co 14.20), isto é, como as crianças. Não permitamos pois que nossa mente se deixe poluir por um cruel espírito de malícia.

 

b. A malícia é própria dos pecadores. Os que vivem em malícia estão ainda vivendo o “outro tempo” isto é, o tempo que precede a salvação, o tempo do pecado, como se não fossem ainda contados entre os filhos de Deus (Tt 3,3). Paulo descreve a malícia como sendo uma prática comum aos mais perversos pecadores (Rm 1.29).

 

3. Despojar-se das palavras torpes. Uma das figuras mais ilustres de toda a Bíblia e que sempre será lembrada é o profeta Samuel. Um de seus mais preciosos segredos espirituais o encontramos descrito em 1Sm 3.19. “...e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra”. Quantas palavras torpes estão sendo pronunciadas cotidianamente e que estão sendo um grande e perigoso estorvo à nossa vida espiritual!

 

O memorial diante do Senhor. O profeta Malaquias nos fala de um memorial que está diante do Senhor no qual são registradas palavras que “...falavam uns aos outros” (Ml 3. 16). Cuidado, amados irmãos, o Senhor está vendo e ouvindo cada palavra que estamos pronunciando e as mesmas estão sendo relacionadas e registradas. Que sejam palavras que Ele possa aceitar, honrar e confirmar.

 

 

4. Despojar-se da mentira. Deus aborrece profundamente a mentira. Muitos pais usam dizer “mentirinhas” aos seus filhos. Há também alguns crentes que afirmam ser necessário em certas ocasiões dizer “mentiras santas” a outrem. Vejamos, agora, a voz da Palavra de Deus.

 

a. A mentira é proibida. Deus estabeleceu desde o Pentateuco mandamento expresso proibindo o Seu povo de praticar a mentira, (Lv 19.11). Portanto, toda e qualquer mentira praticada no meio do povo de Deus compromete o seu caráter e entristece o Espírito de Deus. Trata-se de pecado, de expressa desobediência à Palavra de Deus, de impureza, desonestidade e engano. Coisas que de forma alguma agradam ao Senhor. (Cl 3.9,10).

 

b. A mentira procede de Satanás. Deus não considera Seus filhos os que mentem, e sim filhos de Satanás, (Jo 8.44). Ananias pereceu sumariamente porque permitiu que Satanás entrasse em seu coração através de uma mentira. Se o mesmo padrão tivesse que ser usado hoje, quantos novos Ananias não seriam encontrados na Casa de Deus...

 

III. DE QUE NOS DEVEMOS REVESTIR

 

Após havermos estudado quatro elementos negativos que podem fácil e definitivamente comprometer nosso caráter cristão, eis-nos, agora, diante de quatro elementos altamente positivos e recomendáveis, os quais devemos insistentemente buscar e cultivar em nossas vidas, para que em tudo possamos agradar ao Senhor.

 

1. Do novo homem, O novo homem é chamado na Bíblia também de “homem interior”, “nova natureza”, etc. E esta nova personalidade espiritual que o Espírito de Deus implanta dentro de nós através do maravilhoso processo de regeneração ou novo nascimento, (Jo 3.5).

 

a. O novo homem é produto do novo nascimento. Assim como nos tornamos pessoas humanas através de um nascimento natural, nas pessoas que nasceram de novo, passa a existir uma nova criatura (2Co 5.17). A vontade humana, a filosofia, a ciência ou qualquer elemento estranho ao plano redentor não pode produzir uma nova natureza. Somente o Espírito Santo e a Palavra de Deus, (1Pe 1.2; Tt 3.5).

 

b. O novo homem tem um novo viver. Em 2Co 5.14, lemos que a nova criatura deixou todas as coisas para trás. Realmente, tudo se torna novo na vida do cristão. Devemos de toda maneira evitar voltar as práticas do passado. Nunca mais procurar as velhas amizades, com quem participávamos de coisas desagradáveis a Deus, os velhos prazeres, os velhos encontros, as velhas palavras. O novo homem tem um novo viver. O Espírito Santo lhe dá uma nova dimensão de vida.

 

 

c. O novo homem tem um novo compromisso. Agora estamos comprometidos com Cristo e Sua Igreja, (GI 2.20). Não podemos servir a Deus e a Mamom, isto é, a deuses estranhos. Nossa vida pertence a Ele e somente Ele pode e deve receber e merecer nosso culto e nossa adoração.

 

2. De entranhas de misericórdia. Misericórdia é um atributo de Deus. Somente podemos exercer e possuir misericórdia se estivermos em contínuo e íntimo contato com Deus. Deus é descrito em Ex 34.6,7 como Deus misericordioso. “Todas as veredas do Senhor são misericórdia”, lemos no SI 25.10. É exclusividade de nosso Deus possuir misericórdia.

 

Misericórdia significa sentimento doloroso provocado pela miséria ou grande necessidade de outrem. E justamente isso que Deus.sente pelo homem (Lx 20.6; 2 Cr30.9; SI 111.4).

 

Jesus espera que nós tenhamos este mesmo sentimento em relação as almas perdidas e nos empenhemos em falar do seu amor a fim de que sejam alcançadas pelas bênçãos da salvação.

 

3. De humildade. A arrogância, a soberba, o orgulho e a vaidade têm tomado conta do coração do homem de tal maneira que já se torna difícil encontrar pessoas humildes na terra. A Palavra continua a afirmar que os humildes são os herdeiros da gloriosa porção do Senhor, (Mt 5.3).

 

a. A humildade recomendada. Paulo rogou aos efésios que andassem como é digno da vocação cristã, e acrescentou “com toda a humildade”, (Ef 4.1,2). Pedro, por sua vez, recomendou em sua epístola que nos revistamos de humildade, (1Pe5.5).

 

b. A humildade recompensada. O que muitos imaginam é que não vale a pena ser humilde. Até existe quem imagine que ser humilde significa ser covarde. Não é este, todavia, o ensino da Bíblia. “O Senhor é excelso, contudo atenta para os humildes”, (SI 138.6). Deus, apesar de toda a Sua majestade e excelência, compras-Se em habitar com o humilde, (Is 57.15). “Deus salvará o humilde”, (Jó 22.29). “...e o que se humilha será exaltado”, (Lo 14.11). “Humilhai-vos na presença do Senhor e Ele vos exaltará”, (Tg 4.10).

 

4. Da mansidão. E mais fácil ser manso quando tudo nos é favorável. No entanto somos exortados a conservar a mansidão em todas as horas a fim de modelarmos o caráter cristão. -

 

a. A mansidão exigida. Devemos ser mansos para podermos buscar ao Senhor convenientemente, (Sf 2.3). Devemos ser mansos para podermos receber a palavra que nos é enxertada, (Tg 1.21).

A sabedoria para ser demonstrada e conhecida como tal precisa apresentar-se com mansidão, (Tg 3.13). Devemos estar preparados para responder com mansidão aos que nos interrogam sobre a nossa fé, (1Pe 3.15).

 

b. A mansidão definida. Paulo considera a mansidão uma virtude básica do caráter cristão, (Tt2). Pedro pediu as irmãs da Igreja que conservassem o homem encoberto em seu coração com um espírito quieto e manso, (1Pe 3.4). A causa de Cristo é a causa da mansidão, (Mt 11.29).

 

c. A mansidão recompensada. Os mansos da terra foram os que escaparam ao juízo de Jeová, quando Se levantou para julgar, (SI 76.9). Em muitas ocasiões o crente vence uma questão, não pela sua atuação de uma veemente defesa, mas pelo espírito de mansidão com que encara o fato, Isto não significa que o crente não tenha direito de defesa, nem possa procurar argumentos para defender-se em determinadas ocasiões. Mansidão não é sinônimo de covardia.

 

 

IV. PRATICAS QUE DEVEMOS CULTIVAR, (Cl 3.13,15-17).

 

1. Suportar um ao outro. O caráter cristão se espelha em Cristo. É nossa obrigação suportar o nosso irmão, compreender suas fraquezas, ajudá-lo em tudo, para que cresçamos como um corpo homogêneo diante de Deus e dos homens. Não devemos ser intolerantes. Devemos seguir o exemplo de Jesus. Ele suportou a contradição dos pecadores e foi até o patíbulo da cruz, onde nos remiu, para uma vida de perfeita felicidade.

 

2. Perdoar um ao outro. O padrão bíblico de nosso perdão, quando ofendidos somos pelos irmãos em Cristo, é o padrão que se espelha na vida do Senhor Jesus. Assim como Ele nos perdoou, devemos de igual maneira perdoar aos nossos irmãos. Assim cumpriremos a lei de Cristo.

 

Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Lições bíblicas CPAD 1985

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A natureza do caráter cristão

TEXTO ÁUREO Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus(Cl 3.1).

 VERDADE PRÁTICA Só o poder do Evangelho de Cristo é capaz de transformar e aperfeiçoar o caráter humano.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Efésios 4.17-24.

 OBJETIVOS

 Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Definir o termo “caráter”.
  • Descrever as características do caráter doentio.
  • Aspirar um caráter santo.

 ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 Professor, o caráter é distinto do temperamento e da personalidade, embora esteja relacionado a eles. Você sabe distinguir e definir esses três termos? Não? Observe as seguintes explicações: O temperamento refere-se ao estado de humor e às reações emocionais de uma pessoa - o modo de ser. A personalidade envolve a emoção, vontade e inteligência de uma pessoa - aquilo que o indivíduo é. O caráter, influenciado pelo temperamento e personalidade, é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina-lhe a conduta - como a pessoa age. Percebeu? Para esta aula, faça uma tabela antitética apresentando aos alunos os aspectos positivos e negativos do caráter, conforme a tabela abaixo. Oculte qualquer uma das colunas e solicite aos alunos que descrevam o aspecto oposto.

Palavra Chave

Caráter: Conjunto das qualidades de uma pessoa que determina sua conduta em relação a Deus, a si mesma e ao próximo.

 Ao longo deste trimestre estudaremos o caráter de vários personagens bíblicos. A despeito de ter sido criado à imagem e semelhança de Deus: santo, justo e perfeito (Gn 1.26,27; Ec 7.29; Ef 4.24), o homem não permaneceu nessa condição. Atingido pelo pecado, teve sua natureza moral corrompida (Rm 1.18-32), necessitando assim da nova vida em Cristo (2Co 5.17). Nesta lição refletiremos sobre o que afirma a Bíblia acerca do caráter do ímpio e do justo.

 

I. O CARÁTER HUMANO

 1. Definição. Caráter é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina sua conduta em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo. Essas especificidades são responsáveis pela maneira como uma pessoa age, regulando suas escolhas e decisões (Pv 5.21; 16.2,9; 20.6,11). O caráter de uma pessoa, portanto, não apenas define quem ela é, mas também descreve seu estado moral e a distingue das demais de seu grupo (Pv 11.17; 12.2; 14.14; 20.27).

2. Aspecto bíblico-teológico do caráter. A Bíblia é farta de ensinamentos referentes à virtude, à moral e ao caráter cristão.

Os preceitos da Lei, especialmente os do Decálogo (Êx 20), as mensagens éticas dos profetas (Is 10.1,2; Hc 2), os ensinos de Jesus (Mt 5-7), e as doutrinas exaradas nas epístolas (Rm 12.9-21; 1 Pe 3.8-16), revelam a vontade Deus para a vida moral do homem (2 Tm 3.16).

3. O trabalho do Espírito no caráter do homem. Ao aceitar a Cristo como Salvador, o homem recebe da parte de Deus um novo caráter (2Co 5.17). O Espírito Santo, por meio de suas ministrações (Rm 8.1-17; Gl 5.22-26), aperfeiçoa-o gradualmente (2Co 3.18; 1 Pe 1.2). Na continuação, o Espírito da Verdade passa a controlá-lo por completo, de modo que suas ações passam a ser moldadas por Ele (Rm 8.5-11). Uma vez que a imagem perdida no Éden fora restaurada, o homem passa a experimentar e demonstrar uma vida de integridade (Gn 3.11-13; Rm 5.12; 1Co 15.22,45; Ef 4.23,24).

 SINOPSE DO TÓPICO (I) O caráter cristão está fundamentado no Decálogo, na mensagem ética dos profetas, nos ensinos de Jesus e nas doutrinas epistolares. Essas normas revelam a vontade de Deus para a vida moral do homem.

II. CARÁTER DOENTIO

 1. Insensibilidade moral. O pecado tem subtraído do ser humano toda a sua sensibilidade concernente aos princípios e valores morais. Sem que se perceba, sua natureza moral é corrompida (Rm 1.18-32), seu coração é endurecido (Hb 3.7-19) e sua consciência é cauterizada (1Tm 4.2; Ef 4.18). É nesse ponto que o homem se torna insensível à voz do Espírito, passando a praticar todo tipo de pecado, entristecendo ao Todo-Poderoso (Ef 4.31).

Portanto, é dever de todos os crentes observarem os limites estabelecidos pela Palavra de Deus, para que vivam “como astros no mundo” (Fp 2.15).

2. Permissividade. É o que acontece quando o homem não resiste às forças do mal (Rm 12.2; Tg 4.7; 1Pe 5.8,9). Há crentes aceitando e outros até buscando no comércio e na sociedade, o que Jesus terminantemente rejeitou no deserto (Mt 4.3-11).

3. Mentira. Há muitas formas de mentira. Uma informação falsa passada como se fosse verdadeira constitui uma mentira. Alguém já disse que a mentira é qual cabo de ferramenta que dá em qualquer uma delas. É um tipo de pecado que permeia toda a raça humana em todas as épocas, culturas e civilizações (Sl 116.11). A mentira é do Diabo (Jo 8.44). Mas, Cristo é a Verdade que liberta (Jo 3.16; 8.32,36) e conduz o homem a uma vida pautada na realidade.

4. Malícia. As palavras são o instrumento pelo qual o ser humano manifesta seus pensamentos, sentimentos, idéias e desejos, conforme as circunstâncias em que vive e com que se defronta (Mt 15.11,18-20). O que o homem pensa e fala reflete seu caráter (Sl 5.9; 7.9). A malícia é um pecado que macula e subverte o caráter cristão (Rm 1.29). Os maliciosos geralmente pensam e falam o pior acerca dos outros e vêem maldade em tudo (Sl 10.7; Lc 11.39). Para os tais, nada é puro (Tt 1.15). A fim de estarmos comprometidos com os valores celestiais (Fp 4.8; Cl 3.2,3), a Palavra de Deus nos admoesta a abandonarmos definitivamente toda malícia (1Co 14.20; Ef 4.31; Cl 3.8; Tt 3.3-5; 1 Pe 2.1-3).

5. Concupiscência. Trata-se dos desejos desenfreados, malignos, impuros, corruptores e pecaminosos que afetam o caráter do homem (Rm 1.24; Cl 3.5; 1Pe 2.11; 1 Jo 2.15-17). A concupiscência se manifesta mediante o desejo descontrolado pelas coisas naturais desta vida a ponto de conduzir o indivíduo à satisfação desses impulsos por meios imorais e ilícitos (Tg 1.14,15). A Bíblia afirma que a única maneira eficaz de se vencer a concupiscência é andar no Espírito (Gl 5.16).

6. Cobiça. A cobiça é um desejo impetuoso e desequilibrado de adquirir bens materiais, inclusive alheios. A prática da cobiça leva o homem à dívida, ao roubo, à desonra, ao egoísmo, à fraude e, até, ao homicídio (1Tm 6.10).

7. Ambição. O lado negativo da ambição é o desejo incontrolável de obter bens materiais ou posições, mesmo que a pessoa já possua essas e outras coisas. Esta atitude é o primeiro passo para que entre no coração do homem o orgulho. Deus, porém, aborrece tais coisas (Pv 16.5; Tg 4.6,16). A ambição torna o homem egoísta, rebaixa seus valores e transforma a sua maneira de agir com os seus semelhantes.

 SINOPSE DO TÓPICO (II) O caráter doentio é caracterizado pela insensibilidade moral, permissividade, mentira, malícia, concupiscência, cobiça e ambição.

III. COMO PRESERVAR O VERDADEIRO CARÁTER CRISTÃO

 1. Manter-se em comunhão com o Espírito. O ser humano traz em sua natureza uma forte inclinação para o pecado (Rm 7.18-23; Pv 4.14-17). Trata-se de uma tremenda força maligna impossível de ser superada sem a ajuda divina. É justamente por isso que Deus nos enviou seu Espírito para habitar em nós, dando-nos a condição de andarmos em novidade de vida (Rm 6.4; 2Co 5.17). Somente pelo Espírito Eterno, o crente pode caminhar seguro, resistindo aos desejos da carne (Rm8.1,9,13; Cl 5.16).

Em Gálatas 5, o apóstolo Paulo enumera várias obras da carne que contaminam o caráter do homem sem Cristo (Gl 5.19-21). Todavia, nesse mesmo capítulo, encontramos um conjunto de valores espirituais que garante a saúde moral do crente (v.22).

2. Conhecer a Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada é a única regra de fé e prática do cristão. Ela nos apresenta o padrão de comportamento necessário ao homem que deseja viver uma vida justa, sóbria e piedosa neste mundo (Tt 2.12). Ao longo da narrativa bíblica deparamo-nos com uma série de valores e virtudes morais e espirituais estabelecidas por Deus para o homem. Todavia, estas qualidades indispensáveis ao ser humano, só foram plenamente identificadas e vividas em Jesus. Hoje sabemos que essas santas virtudes estão ao alcance de todos, por meio da extraordinária obra do Espírito. É imprescindível ao homem conhecer muito bem as Escrituras e o poder de Deus para que não erre na busca de uma vida virtuosa diante de Deus e do próximo (Mt 22.29).

3. Disciplina. A oração e o jejum, apesar de serem armas espirituais poderosas, são também instrumentos que auxiliam na disciplina do caráter cristão. O jejum, por exemplo, é um sacrifício que agrada a Deus e promove disciplina ao crente (Jz 20.26; 1Sm 7.6). Portanto, o homem pode e deve pedir a Deus que o auxilie durante o tempo em que busca as virtudes espirituais, éticas e morais expostas na Palavra de Deus.

 SINOPSE DO TÓPICO (III) O caráter cristão é preservado mediante a comunhão do crente com o Espírito Santo, pelo conhecimento da Palavra e através de uma vida cristã disciplinada.

 CONCLUSÃO

 Quando uma pessoa aceita a Cristo como Salvador de sua alma, experimenta, imediatamente, uma profunda modificação em seu interior. Essa mudança é demonstrada não apenas nos relacionamentos, mas também nas escolhas, atitudes e responsabilidades assumidas durante a sua nova vida (Cl 3.1-17).

 


Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

Lições bíblicas CPAD 2007

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 HUGHES, R. K. Disciplinas do homem cristão.3.ed., RJ: CPAD, 2004