3 de maio de 2017

JÔNATAS, UM EXEMPLO DE LEALDADE


LIÇÃO 06 – JÔNATAS, UM EXEMPLO DE LEALDADE - 2º TRIMESTRE 2017 (1 Sm 18.3,4; 19.1,2; 20.8,16,17,31,32)

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre Jônatas – um personagem pouco explorado nas Escrituras. Traremos informações acerca do seu nome, quem eram seus familiares; veremos algumas caracteristicas deste que era o filho mais velho de Saul; destacaremos importantes traços do seu caráter; sua aliança com Davi, seu grande e estimado amigo; e, por fim, pontuaremos que a sua lealdade a Davi foi recompensada quando este ajudou seu filho Mefibosete.

 

I – INFORMAÇÕES SOBRE JÔNATAS

Nome.

Nome que no hebraico é composto de duas palavras, a primeira é “Ya” uma abreviação do nome Yahweh; a segunda é “natã” que significa “dar”. Logo, o nome completo quer dizer: “O Senhor tem dado”. Era um nome comum entre os israelitas em todos os períodos (Jz 18.30; 2 Sm 23.32; 1 Rs 1.42; 1 Cr 2.32).

Seus pais.

Jônatas era filho de Saul e Ainoã (1 Sm 14.50). Saul foi o primeiro rei de Israel, e Jônatas era o primogênito e legítimo herdeiro do trono, já que o reino era hereditário (1 Cr 8.33; 9.39). Mas, por causa da desobediência de seu pai, Deus transferiu o reino para Davi (1 Sm 15.28,35; 16.1).

Sua família.

Jônatas era casado, pois a Bíblia registra que ele teve um filho: “e o filho de Jônatas foi Meribe-Baal, e Meribe-Baal gerou a Mica” (1 Cr 9.40). Meri-Baal também era chamado de Mefibosete (2 Sm 4.4; 9.6).

 

·         Lealdade

É a qualidade, ação ou procedimento de quem é leal, sincero, franco e honesto; Fiel aos seus compromissos.

 

·         Amizade

É um sentimento de grande afeição, simpatia, apreço entre pessoas. O Dr. John Mackay, presidente do Seminário de Princeton, em seu livro “O sentido da vida”, disse que não há relação mais espiritual e sublime que a amizade. A relação de amigos é mais elevada que a de irmãos, noivos ou esposos, pois há muitos irmãos, noivos e esposos que não são amigos. Jônatas (יְהוֹנָתָן; Yonatan: “presente de Deus”), filho mais velho do rei Saul. Jônatas e Davi são um exemplo clássico de amizade e lealdade, bem ao estilo das definições postas inicialmente, que deve existir em todas as amizades.

II - CARACTERÍSTICAS DE JÔNATAS

Jônatas era um homem de coragem, sabedoria e honra, com o potencial de ser um dos maiores reis de Israel. Vejamos algumas de suas características:

 

·         Um filho obediente.

Jônatas foi um filho obediente ao seu pai Saul. Nada o rei fazia sem contar a Jônatas (1 Sm 20.2). Mesmo quando Saul havia sido rejeitado por Deus para ser rei, manteve-se ao seu lado como um fiel companheiro: “Saul e Jônatas, tão amados e queridos na sua vida, também na sua morte não se separaram” (2 Sm 1.23).

 

·         Um valente guerreiro.

A destreza de Jônatas como guerreiro é evidente em toda narrativa de sua história, principalmente em 1 Samuel 13.1-23 e 14.1-13. Com dois anos de governo Saul escolheu três mil homens para formarem o exército (1 Sm 13.1). Dois mil ficaram com ele e mil ficaram sob a liderança de Jônatas que não tardou em atacar os filisteus (1 Sm 13.2,3). A maior parte das vitórias de Israel deu-se sob o comando de Jônatas. Mais tarde quando veio a falecer no monte Gilboa, Davi tomou conhecimento, lamentou, chorou e fez referência em seu lamento a habilidade deste como guerreiro, dizendo que era “mais ligeiro que a águia e mais forte que o leão” (2 Sm 1.22,23).

 

·         Um soldado benquisto pelo povo.

Por causa de seu êxito nas investidas contra os inimigos de Israel, Jônatas era amado pelo povo (1 Sm 14.45). Jônatas morreu como um soldado, lutando bravamente por sua pátria, por isso o sepultaram-no dignamente (1 Sm 31.12,13).

 

III - CIRCUNSTÂNCIAS QUE UNIRAM JÔNATAS E DAVI

Consta na narrativa histórica dos Livros de Samuel diversas vezes que Jônatas e Davi fizeram aliança entre si (1 Sm 18.3; 20.16; 23.18). Principalmente em 1 Samuel 20.14-17 uma aliança entre Davi e Jônatas surgiu, a qual enfatizou a atitude de Davi em relação a Jônatas e seus descendentes. Jônatas reconheceu que Davi seria o próximo rei, e pediu que Davi jurasse que teria misericórdia de sua casa. Champlin (2004, p. 1999) nos diz que “Jônatas temia o que poderia acontecer a seus filhos órfãos. Era costume no Oriente, em todas as épocas, quando uma dinastia era violentamente mudada, o novo rei tirar a vida de toda a família do ex-monarca”. Abimeleque fez o possível para que ninguém sobrasse da casa de Gideão (Jz 9.5); o mesmo aconteceu com Atalia, que não quis que alguém sobrevivesse da semente real (2 Cr 22.10,11). Davi, no entanto, manteve esta aliança e provou ser verdadeiro para com o seu amigo (2 Sm 9.1-13).

Israel estava no campo de batalha contra os filisteus, num monte, "no vale do carvalho", e os filisteus estavam do lado oposto do vale, também sobre um monte (1Sm 17.1-3). Um gigante filisteu, de nome Golias, campeão de seu povo, desafiava os exércitos de Israel, mas ninguém tinha coragem de enfrentar o inimigo. O clima de medo prenunciava a provável derrota de Israel (1Sm 17.10,11).

·         Golias (גָּלְיָת) natural de Gate (1Sm 17.4), é descrito como um homem medindo cerca de 2,90m. Em  1º Crônicas 20.5, ficamos sabendo que este tinha um irmão chamado Lami, morto em outra batalha por El-Hanã: “E tornou a haver guerra com os filisteus; e El-Hanã, filho de Jair, feriu a Lami, irmão de Golias, o giteu, cuja haste da lança era como órgão de tecelão”. (1Cr 20:5 ACF). Quando lemos 2º Samuel 21.15-22 e 1º Crônicas 20.1-8, aprendemos que Golias teve ao todo quatro irmãos: Isbi-Benobe, Safe, Lami, e um "Homem de alta estatura". Todos estes eram gigantes e filhos do Gigante Rapha em Gate. No site SolaScriptura temos a seguinte descrição: “Então saiu do arraial dos filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, que tinha de altura seis côvados e um palmo.” (1Sm 17.4 ACF). O cúbito tinha entre 45 e 50 cm, tomemos a média desses valores, 47 cm. Um palmo como o meu tem 25cm. Portanto, Golias tinha cerca de 6 vezes 47 cm, mais 25 cm, igual a 3,07 metros, um gigante sem similar nos dias de hoje! Mesmo sendo somente musculoso mas não gordo, e sendo de proporções normais e não longelíneas e finas como as dos jogadores de basquete de hoje, Golias deveria pesar 400 kg de fortes músculos, ossos, e tendões. Um verdadeiro gigante. Humanamente falando, ninguém teria coragem de enfrentá-lo, ninguém teria a menor chance contra ele. Seria como a briga de um fila brasileiro contra um poodle.

 

IV - UMA AMIZADE APROVADA POR DEUS

Jônatas fez um pacto com Davi, porque o amava como à sua própria vida. E Jônatas se despojou da capa que vestia, e a deu a Davi, como também a sua armadura, e até mesmo a sua espada, o seu arco e o seu cinto” (1Sm 18.3,4). A troca de túnica ou Capa significa que tua vida se torna minha vida e que minha vida se torna tua vida. A troca de cinto (ou de armadura, ou de armas) significa proteção, quem luta contra mim luta contra ti e quem luta contra ti, luta contra mim. Por isso Davi ajudou o filho de Jônatas depois da morte deste. A aliança deve ser mantida eternamente, não pode ser quebrada. Davi era homem de Aliança. Davi colocou o filho de Jônatas para comer em sua mesa e devolveu a Mefibosete as terras de seu pai Jônatas, para cumprir a aliança feita (2Sm 9.6-9). O rei Saul buscou incansavelmente matar Davi, escolhido por Deus como seu sucessor. Jônatas, da mesma forma, poderia ter olhado para Davi com inveja ou ódio, pois se Deus não tivesse nomeado Davi, o próprio Jônatas seria rei depois da morte de Saul. No entanto, não mostrou o mesmo sentimento do pai, manteve-se fiel à aliança feita com Davi.

 

Quando Saul tentou matar Davi, Jônatas protegeu seu amigo (1Sm 20). Davi lamentou amargamente a morte desse amigo tão especial (2Sm 1.17-27). Mesmo após a morte de Jônatas, Davi buscou exercer benignidade para com o filho aleijado de seu amigo, Mefibosete (2Sm 9), em cumprimento da aliança firmada por eles.

 

V - A RECOMPENSA DA LEALDADE

Apesar de Davi ter sofrido muitas perseguições de Saul (1 Sm 18.10,11; 21-22,29; 19.1; 9-10) e de ter oportunidade de matá-lo, duas vezes (I Sm 24.3-12; 26.8-11), mostrou-se benigno não lhe fazendo mal nem a sua descendência. Pelo contrário, quando estava no trono Davi decidiu beneficiar alguém que restou da família de Saul, por amor de Jônatas seu amigo (2 Sm 9.1,7), como veremos a seguir:

·         A lembrança de Davi (2 Sm 9.1).

Davi havia alcançado o alto posto de monarca segundo a promessa de Deus (I Sm 16.13; 2 Sm 8.15). No entanto, mesmo nesta alta posição não havia esquecido de onde veio e a aliança que fez com seu amigo Jônatas quando ainda não era rei: “e disse Davi: Há ainda alguém que tenha ficado da casa de Saul, para que lhe faça benevolência por amor de Jônatas? Isso aconteceu bem depois de sua ascensão ao trono porque, pelo que tudo indica, Mefibosete, que tinha apenas 5 anos de idade quando Saul morreu, já era pai de um filho nessa ocasião (2 Sm 9.12). Davi foi avisado por um servo de Saul, chamado Ziba, que havia ainda vivo um filho de Jônatas, chamado de Mefibosete que era coxo de ambos os pés (2 Sm 9.2,3). Então Davi mandou chamá-lo (2 Sm 9.4,5).

·         A misericórdia de Davi (2 Sm 9.1,3,7).

Ao invés de chamar algum descendente da família de Saul para executar, Davi convoca para usar de misericórdia. Em 2 Sm 9.1 Davi fala de “beneficência”; em 2 Sm 9.3 de “benevolência de Deus”; e, em 2 Sm 9.7 ele fala de “benevolência”. Matthew Henry diz: “a beneficência que Davi prometeu mostrar é:

(a) beneficência em busca de cumprir a aliança que havia entre ele e Jônatas, da qual Deus era testemunha (1 Sm 20.42); (b) beneficência em relação ao exemplo de Deus; pois devemos ser misericordiosos como Ele o é (Sl 17.7; 103.2; Lc 6.36); (c) Essa beneficência tem um caráter piedoso, tendo um olho em Deus, bem como na sua honra e favor (Mt 5.16; 1 Pe 2.12).

·         A lealdade de Davi (2 Sm 9.9).

Quando Davi chamou Mefibosete a sua presença, ele veio temendo e tremendo, por certo pensando que o rei o executaria, pois era o único que sobrara da descêndência de Saul (2 Sm 9.6). No entanto, Davi o apazigua dizendo: “Não temas, porque decerto usarei contigo de benevolência por amor de Jônatas, teu pai [...]”. Em seguida o rei Davi lhe concedeu:

(a) um servo para ajudá-lo (2 Sm 9.9,10);

(b) restituiu as terras de seu avô e seu pai (2 Sm 9.7-a);

(c) lhe concedeu um lugar a mesa, como um dos filhos do rei (2 Sm 9.11).

 

VI - O CARÁTER DE JÔNATAS E SUAS LIÇÕES

Há um provérbio popular que diz: "Tal pai, tal filho", sugerindo que os filhos tendem a demonstrar o mesmo comportamento de seus pais. Mas tal entendimento não pode ser generalizado. O exemplo de Jônatas é prova disso. Seu caráter praticamente era oposto ao do seu pai. Vejamos alguns aspectos do caráter de Jônatas. Os estudos modernos feitos sobre a herança genética mostram-nos que devemos receber menos crédito quando nossos filhos se saem bem, e menos culpa quando se saem mal. Jônatas era o oposto de seu pai. Jônatas era homem generoso, justo e completamente destituído de inveja. Em contraste com o espírito traiçoeiro de Saul, Jônatas era leal. Era homem dotado de grande coragem e determinação, capaz de amar verdadeiramente. Uma outra característica significativa sua era que, a despeito de todos os erros cometidos por seu pai, ainda assim ele se pôs ao lado de seu pai, combatendo junto com ele até o fim. Os dois foram companheiros na morte.

·         Um homem de coragem.

Saul era um homem inseguro e ciumento. Jônatas não herdou nem desenvolveu esse traço da personalidade do pai. Era corajoso. Em Micmás, ele lutou contra a guarnição dos filisteus, com seu pajem de armas, e os derrotou, confiando em Deus. Revelou-se um comandante de tropas, um herói e um homem de fé (1Sm 14.6). Mas sua coragem não era apenas física e emocional. Ele tinha a grandeza espiritual que lhe dava confiança, diante das adversidades (1Sm 14.1-4). Ele revelou firmeza diante dos inimigos, e lealdade diante dos amigos. Em Micmás, a liderança fraca de Saul quase põe tudo a perder. No entanto, a fidelidade e o compromisso com Deus de seu filho Jônatas, leva a vitória a Israel, mesmo diante de uma situação impossível de ser vencida! Jônatas não levou em conta a superioridade numérica do inimigo, pois sabia que o Senhor estava ao seu lado. A coragem do anônimo pajem de Jônatas deve ser destacada, também. Ele respondeu: “Faze tudo o que tiveres em mente; eu irei contigo” (1Sm.14.7). Quando Saul chegou, não precisou lutar. Deus não traria vitória através de Saul. Deus suscitou um exército do próprio exército inimigo! Um exército que eles não sabiam que tinham!

·         Um homem humilde.

Sua coragem moral fê-lo não ter medo de perder a posição, como herdeiro do trono para Davi. Soube reconhecer que seu amigo tinha a direção de Deus, e as condições humanas para substituir Saul no cargo de monarca de Israel (1Sm 16.1,12,13). Um exemplo para os dias presentes. Há muitos, em igrejas evangélicas, que brigam por cargos e posições, agindo, muitas vezes, com métodos carnais, seguindo o exemplo dos ímpios. São obreiros carnais, dominados por "torpe ganância" (1Tm 3.3). A humildade é qualidade que só possuem os que têm grandeza de alma. E Deus se agrada dos humildes (1Pe 5.6). A Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (CPAD) traz a seguinte nota: “Esta amizade é uma das mais profundas e legítimas na Bíblia.

(1) Eles basearam este pacto no compromisso para com Deus, não apenas para com o outro.

(2) Não permitiram que qualquer coisa se colocasse entre eles, nem mesmo o interesse próprio ou os problemas familiares.

(3) Aproximaram-se ainda mais quando a amizade foi testada.

(4) Permaneceram amigos até o fim. Jônatas o primogênito do rei, mais tarde predisse que Davi, e não ele, seria o próximo monarca. Mas isso não enfraqueceu sua estima pelo amigo. Jônatas preferia a amizade de Davi ao trono de Israel.”

·         Um homem leal.

Em todas as ocasiões, depois que se tornou amigo de Davi, Jônatas demonstrou sua lealdade. Poderia ter ficado ao lado do seu pai, mas não cedeu aos caprichos de Saul, quando este, injustamente, quis eliminar a vida de Davi. Quando soube do plano de Saul para matar Davi, Jônatas procurou o amigo e lhe advertiu do perigo de morte (1Sm 19.1-3; 20.11-17,32,33). Jônatas teve um último encontro com Davi, onde mais uma vez selaram o pacto de lealdade diante de Deus (1Sm 20.41-43). Até o dia da sua morte, Saul continuou perseguindo Davi. Jônatas também veio a morrer em Gilboa ao lado de seu pai (1 Sm 31.8). A profunda amizade entre Jônatas e Davi é surpreendente por uma série de razões. Primeiro, Deus escolheu Davi e não Jônatas (filho de Saul e príncipe de Israel) para ser o segundo rei de Israel. Segundo, o pai de Jônatas, Saul, sentia intenso ciúme de Davi e tentou repetidamente matá-lo. Terceiro, Davi era um indivíduo multitalentoso, muito popular com as massas do que Saul ou Jônatas. Jônatas e Davi deviam ter sido pelo menos cautelosos um para com o outro, senão inimigos declarados. Contudo, eles foram capazes de superar esses obstáculos em potencial e construir uma amizade exemplar. Talvez a qualidade excepcional de sua amizade fosse a lealdade. Aquela lealdade estava fundamentada numa profunda devoção a Deus. Esse maior compromisso foi o que capacitou a amizade deles e não apenas sobreviver, mas crescer em tempos de confusão e conflito. Você é um amigo para todas as horas? Você foge de relacionamentos quando as dificuldades surgem? Se seus relacionamentos humanos são fracos, examine a profundidade de sua lealdade a Deus. Você pode se surpreender com o que vai descobrir".

 

CONCLUSÃO

A amizade entre Jônatas e Davi foi um tipo do amor de Jesus por Sua Igreja. Quando Jônatas encontrou com Davi, depois que ele matou Golias e firmou com ele uma aliança perpétua, a primeira coisa que Jônatas fez foi se despojar, se despir de suas vestes de príncipe e entregá-las a Davi, veja: “E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.” (1Sm 18.4). “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25).

 

Elaboração pelo Pb. Mickel Souza Porto

 

Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

 

REFERÊNCIAS

 

• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

• FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.

• LIMA, Elinaldo R. de. O Caráter do Cristão. CPAD. • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.





IEAD em Pernambuco - Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

F. B. Campina Grande - PB Abril de 2017

 

 

26 de abril de 2017

JACÓ: UM EXEMPLO DE CARÁTER RESTAURADO


JACÓ: UM EXEMPLO DE CARÁTER RESTAURADO
INTRODUÇÃO
Isaque teve dois filhos gêmeos. Esaú tinha uma inclinação para o campo, para vida pastoril e também para a caça. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e por sua personalidade, voltou- se para vida doméstica. Logo revelou ter um caráter oportunista e usurpador, que o levou a enganar o pai com apoio da mãe. As consequências foram duras em sua vida. O que plantou, colheu com grande sofrimento. Mas a misericórdia de Deus o alcançou e o Senhor o escolheu para ser o pai das doze tribos de Israel.
I – Os Dois Filhos de Isaque
A família de Abraão destaca-se na Bíblia desde que o patriarca foi chamado por Deus para uma grande missão. Ele vivia em Ur, na Caldeia, juntamente com seu pai, Tera. Em Harã Abrão ouviu o chamado de Deus para que deixasse sua parentela e fosse para uma terá que ele não conhecia (Gn12.13). Abraão quando tinha 100 anos foi pai de Isaque, e Sara sua esposa tinha 90 anos. Isaque seguiu os passos do pai e habitou em Gerar, na terra dos filisteus. Seus filhos nasceram gêmeos, o primogênito Esaú, tinha índole e caráter completamente diferente de Jacó o mais novo.
Esaú tinha uma inclinação para o campo, para a vida pastoril e também para a caça. Ele gostava de viver nas planícies, nos montes e nos vales que tinham em sua terra. Jacó, ao contrário, pelo seu temperamento e também por sua personalidade, voltou-se a vida doméstica. Ele gostava mais de estar ao lado de seus pais, ajudando nos afazeres do lar e apreciando a confecção de alimentos e refeições.
Um episódio que marcou a vida dos dois irmãos ocorreu quando, em um determinado momento, Esaú chegou de sua jornada, cansado e faminto, e encontrou Jacó, seu irmão, que preparara uma sopa de lentilhas que exalava um cheiro agradável, despertando ainda mais a fome de Esaú. Naquela ocasião Esaú fez um pedido a Jacó dizendo: “Dá-me da tua sopa, pois estou com muita fome”.
Jacó não perdeu tempo usando de esperteza e astucia, disse para o seu irmão: “Eu lhe dou da minha sopa se você me vender o seu direito de primogenitura”. Naquele momento Esaú disse: “De que me serve o direito de primogenitura se no momento, estou com fome”. E ele trocou seu precioso direito por um prato de lentilhas. Jacó poderia ter compartilhado de sua sopa com seu irmão, que estava faminto e cansado, mas não fez isso. Ele aproveitou da ocasião para obter um direito que, pela Lei, não era dele, querendo de fato, usurpar o direito de primogenitura do seu irmão.
Por outro lado, vemos Esaú, um homem que não dava valor à benção de ser o filho mais velho. Ele nem ao menos considerou o valor de ser o primogênito diante de Deus, da família e do seu povo.
De uma maneira muito irresponsável, trocou seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas, e isso custou muito caro.
Dessa forma os dois irmãos tinham personalidades e temperamentos bem diferentes. Noutra ocasião, Isaque, já bastante idoso, resolveu determinar uma benção de Deus sobre a vida de Esaú, o seu primogênito. Fazia parte da história e da tradição do povo hebreu do Antigo Testamento o primogênito ter seus direitos dobrados com relação à partilha da herança. E Isaque quis, além desse direito natural, ministrar, pela fé em Deus, uma benção especial sobre o seu filho primogênito. Ele, porém, foi surpreendido pela astucia da própria esposa, que induzira seu filho a enganar seu pai e apropriar-se da benção de Isaque. As consequências não foram nada desejáveis. Sentindo-se traído, Esaú quis matar Jacó, que teve que fugir do seu irmão. Diante de todos esse fatos, Jacó demonstrava que tinha caráter prejudicado por falhas de sua personalidade. Ele precisava ser restaurado.
 
II – JACÓ, QUEM ERA ELE
1 - O filho mais novo de Isaque
Ele integra a lista dos três patriarcas hebreus que marcaram a história de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Sua história foi pontilhada de episódios dramáticos desde o seu nascimento. Isaque e Rebeca oraram a Deus para que pudessem ter filhos, pois ela era estéril, e Deus ouviu suas orações (Gn 25.20,21). Quando Isaque tinha 60 anos, o casal teve dois filhos gêmeos como resposta de Deus. O texto diz que havia no ventre um luta entre os bebes (Gn 25.22). em oração Deus revelou que, no ventre de sua mãe, havia duas nações. Um fato profético que se cumpriu plenamente. A nação de Jacó sempre viveu em confronto coma nação de Esaú.
Se os meninos lutavam no ventre ao nascer, houver disputa para ver quem sairia primeiro. Esaú nasceu primeiro, peludo e ruivo. Essa é a razão do seu nome, que tem significado de vermelho, ou Edom. O segundo recebeu o nome de Jacó, que, em hebraico, é Yaakov, que significa “Deus protege”, o sentido primeiro e original do nome. Jacó nasceu agarrado ao calcanhar do seu irmão. Por causa disso, o seu nome passou a ter o significado de “aquele que segura pelo calcanhar” ou “suplantador”.
2 – O preferido de sua mãe
Isaque tinha preferência por Esaú porque gostava de caça, e Rebeca amava mais a Jacó por ver “varão simples, habitando em tendas” (v. 27). Essa preferência dividida entre os pais por causa dos filhos não resultou em benefício algum para a família. Quando Isaque quis dar a bênção a Esaú, o primogênito (Gn 27.1-5), Rebeca, numa demonstração clara do seu caráter astucioso, chamou Jacó e o induziu a enganar seu pai (Gn 27.11,12,14,15). Enganado, Isaque abençoou Jacó (Gn 27.27-29).
Ao retornar da caça, Esaú descobriu que seu irmão tomara sua bênção. Desesperado, recebeu do pai uma bênção menor (Gn 27.39,40). Cheio de ódio, planejou matar seu irmão (Gn 27.41). Jacó teve que fugir ameaçado por Esaú. Isaque percebeu que Deus tinha um plano na vida de Jacó, e o despediu com uma bênção profética de grande significado (Gn 28.1-4).
A lei da herança nos ajuda a responder a questão ética e judicial: foi errado Rebeca e Jacó enganar a Isaque? A resposta é não, não foi errado. A cegueira física de Isaque refletia seu julgamento moral. Jacó e Rebeca tomaram vantagem de sua fraqueza física para sobrepujar a sua fraqueza moral. Eles estavam encarando um velho moralmente cego, que não reconheceria a legitimidade da profecia de Deus feita à Rebeca sobre os dois filhos e a respectiva linha pactual deles, nem honraria a venda que Esaú fez de sua primogenitura a Jacó. Isaque estava disposto a desafiar Deus por causa de seu deleite no sabor de uma carne ensopada (Gn. 27.3-4). Nisso, Isaque foi tão míope quanto Esaú quando vendeu sua primogenitura por um ensopado de lentilhas. Rebeca estava moral e legalmente justificada em arruinar o plano vil do seu marido de deserdar Jacó, e através desse ato de rebelião, deserdar a semente pactual prometida por Deus. Deus tinha especificado para ela que filho deveria herdar. Isaque estava em rebelião! (http://www.monergismo.com/textos/etica_crista/rebeca-jaco-enganaram_north.pdf).
·         Como resultado do flagrante favorito de seus pais, a devastação emocional é desencadeada nos dois irmãos, e os seus caracteres são descrito pelo tratamento preferencial. Esaú cresceu obstinado e orgulhoso, sem autocontrole. Jacó tornou-se mentiroso e conspirador, sem autoestima, querendo, desesperadamente, ser amado e aceito por seu pai, estando disposto a fazer qualquer coisa para ganhar a aprovação de Isaque, mesmo que isso significasse enganar. (BUSIC, David A.)
3 – Preferido de Deus
 A escolha de Jacó é um caso especial de presciência divina face aos desígnios de Deus. Deus não tem filhos privilegiados, nem escolhe uns para a salvação e outros para a condenação, pois tal atitude contrariaria frontalmente o seu caráter santo, justo e bom. Seria uma terrível discriminação
por parte de Deus que condena quem faz acepção de pessoas (Tg 2.9; Pe 1.17). Mas, em sua soberania, em casos especiais, Ele escolhe pessoas para serem instrumentos de sua vontade diretiva. Jacó foi um desses escolhidos, ainda no ventre (Rm 9.9-13).
·         A referência “amei a Jacó e odiei a Esaú” é uma citação do livro de Malaquias 1.1-4. Em Malaquias, esses nomes representam os povos que descenderam de Jacó, e os que descenderam de Esaú, os edomitas. Em vista de que os edomitas haviam perseguido os judeus, Deus disse: “desolarei a vossa terra...” Deus prometeu o direito de primogenitura a Jacó. Significava isso que Esaú não podia salvar-se? Logicamente não. Em parte alguma das Escrituras lemos que Esaú não podia ser salvo. Esaú de fato buscou o direito de primogenitura com lágrimas, e foi incapaz de obtê-lo, mas em parte nenhuma a Bíblia diz que ele não poderia salvar-se. Na realidade, a Bíblia diz é que Deus amoleceu o seu coração para com o irmão, e ele o acolheu no fim de sua vida (Gênesis 33.4) Extraído do site: http://www.cacp.org.br/amei-a-jaco-me-aborreci-de-esau/.
 
·         Hernandes Dias Lopes escreve: “Jacó recebeu um nome que foi o espelho da sua personalidade: enganador, suplantador. Ele nasceu segurando no calcanhar do seu irmão. Ele aproveitou um momento de fraqueza do seu irmão, para arrancar-lhe o direito de primogenitura. Ele aproveitou um momento de cegueira do seu pai, para mentir para ele e se passar como se fosse Esaú. Ele mentiu em nome de Deus e roubou a bênção que Isaque intentava dar a Esaú. Jacó tinha um comportamento reprovável. Ele enganou, mentiu, traiu. Mas a despeito de quem era, Deus o amou e continuou investindo na sua vida. Assim é o amor de Deus por nós. Ele nos ama apesar de nós. Temos pecado contra ele, mas ele continua nos amando e investindo em nós ”http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/jaco-um-homem-a-quem-deus-nao-desiste-de-amar/.
III – ASPECTOS DO CARÁTER DE JACÓ
Antes do seu encontro com Deus
1 – Oportunista e Egoísta
·         Quando seu irmão chegou com fome e pediu-lhe para comer do seu guisado, ele poderia ter-lhe oferecido de sua comida, compartilhado sua refeição. No entanto, numa prova de oportunismo e ambição, disse logo: “Vende-me hoje, hoje, a tua primogenitura” (Gn 25.31). O oportunismo e ambição de Jacó, pediu a seu irmão o que ele tinha de mais precioso em troca de um prato de lentilhas, que foi o direito de primogenitura, que lhe garantia privilégios quando da partilha da herança de seu pai. O primogênito era santificado ou consagrado a Deus (Ex 13.2, Nm 3.13; Lc 2.23); era tão importante ser o primogênito que Deus deu os levitas em lugar deles (Nm 3.12), a herança do primogênito era o dobro do que os demais filhos recebiam, mesmo que fosse filho de esposa “aborrecida” pelo marido (Dt 21.17); o primogênito tinha direito de assumir a liderança do pai sobre o grupo, o clã, a tribo ou o reino (2 Rs 3.27).
2 – Interesseiro e calculista
·         Enquanto Esaú era mediatista e agia por impulsos, Jacó era frio e calculista. Conhecedor do comportamento leviano do irmão, Jacó não apenas propôs trocar algo tão insignificante, como um prato de sopa de lentilhas, por algo tão valioso, como também exigiu que Esaú fizesse um juramento que garantisse que sua troca seria respeitada por toda a vida. Jacó era inteligente, provavelmente de temperamento fleumático, o que lhe dava condição de raciocinar para alcançar o que queria.
 
3     – Um caráter fraco e leniente
Jacó não era mais um adolescente; quando foi induzido por sua mãe a mentir e enganar seu pai, ele sabia que tal proposta era errada (Gn 27.11,12). Sua mãe insistiu na prática do erro chamando para si a maldição daquele engano, daquele arranjo fraudulento. Jacó por sua vez não teve força moral para ficar firme e, mesmo contrariado, fez tudo o que sua mãe lhe obrigara: levou os cabritos para ela fazer o guisado, vestiu as roupas de Esaú, deixou sua mãe cobrir suas mãos com pelos de cabrito e levou o guisado para seu pai (Gn 27.6-17). Um filho deve honrar seus pais, pois é mandamento de Deus, mas não tem obrigação de compactuar com a mentira.
4 – Mentiroso e enganador
·         Ao chegar à presença de Isaque, este perguntou: “Quem és tu, meu filho?” (Gn 27.18). Era a hora da verdade. Ainda assim, Jacó preferiu continuar na mentira: “Eu sou Esaú, teu primogênito. Tenho feito como me disseste [...]”. Eis a primeira mentira. Onde estava o temor de Deus na vida de Jacó? Responder ao pai que era o irmão?! Isaque ficou admirado, pesando ser Esaú, e também como teria retornado tão rápido com a caça. Mais uma vez Jacó mentiu: “Porque o SENHOR, teu Deus, a mandou ao meu encontro”. Aí está a segunda mentira. Ao abraçar Jacó, Isaque disse: “A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são mãos de Esaú”. Confuso, Isaque perguntou: “És tu meu filho mesmo? E ele disse: Eu sou”. E assim Jacó mentiu pela terceira vez. Mesmo em dúvida, Isaque abençoou Jacó, pensando que era Esaú (Gn 27.18-29).
Depois do seu encontro com Deus
1 - Um caráter agradecido
·         Surpreendentemente, Jacó passou a ver as coisas numa perspectiva espiritual de um novo relacionamento com Deus e fez um voto, dizendo: “[...] Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer e vestes para vestir, e eu em paz tornar à casa de meu pai, O SENHOR será o meu Deus, e esta pedra, que tenho posto por coluna, será Casa de Deus; e, de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo”. A atitude de Jacó demonstra sua gratidão a Deus de forma antecipada. E o Senhor honrou a sua fé.
 
A graça é demonstrada no fato de que Deus veio até Jacó. Ele não disse o que Jacó deveria fazer, mas o que Ele faria por Jacó. Deus prometeu a Jacó a terra de Canaã. Ele prometeu estar com Jacó em suas jornadas, e o trazer seguro de volta a Canaã. O voto de Jacó não foi um mero contrato com Deus. Ele amava a Deus e acreditava em Suas promessas. Tendo crido nas promessas de Deus, ele fez estes três votos para demonstrar sua gratidão:
A. Jeová seria o seu Deus. Ele se dedicaria a adorar, servir e confiar no Deus verdadeiro.
 
B. Betel seria o lugar onde ele adoraria e serviria a Deus.
 
C. O dízimo seria entregue a Deus. Isto já foi demonstrado ser algo sagrado para Deus [Gênesis 14:20]. Muitos acreditam que isto seja um relato da conversão de Jacó. Na verdade, podemos olhar para este capítulo como um quadro do filho de Deus no caminho da obediência. Este texto foi retirado de:http://www.palavraprudente.com.br/estudos/sergio_f/genesis/cap17.html.
 
2 – Um caráter esforçado e sofredor
 
·         Ao chegar à casa de Labão, seu tio, revelou-se um homem trabalhador. Ali, começou a colher o que semeara em engano e mentira. Na "lua de mel", foi enganado pelo sogro. Em lugar de casar com Raquel, teve de casar com Leia. Só depois, casou com sua amada, e para tanto, trabalhou "outros sete anos" (Gn 29.21-30). Não foi apenas esse o preço que Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou o seu salário dez vezes, durante vinte anos (Gn 31.7). O que o homem semeia, isso é o que colhe (Gl 6.7). Mesmo tendo sido logrado por Labão, ele honestamente cumpriu com sua parte do acordo. Dedicou-se ao seu trabalho, e usou dos recursos que conhecia para fazer com que os cordeiros e cabritos que nascessem fossem pretos, malhados ou salpicados. Teve grande sucesso, e usou de uma técnica de seleção a fim de aprimorar seu próprio rebanho. Durante seis anos seu rebanho se multiplicou, e devido à sua técnica, as ovelhas de Labão eram fracas e as dele, fortes. Ele enriqueceu, adquirindo muitos rebanhos, escravos, camelos e jumentos, o que ele atribuiu a Deus (Gn 31:7,9).
 
Não foi apenas esse preço que Jacó teve que pagar por sua vida de enganos e mentiras. Labão mudou seu salário dez vezes durante 20 anos (Gn 31.7).
 
3 – Um homem na direção de Deus
 
·         Depois de ser enganado pelo sogro, Jacó reuniu sua família e fugiu de Harã. Mas não o fez apenas por medo do sogro. Sua saída de Harã foi por direção de Deus (Gn 31.3,13). Desse modo, Jacó empreendeu a fuga com a família, e logo foi perseguido pelo sogro. Este não pôde lhe fazer mal, porque Deus entrou em ação e lhe determinou que não falasse com Jacó "nem bem nem mal" (Gn 31.24). A providência divina é um fato, e ela nos guia pelo caminho. Essa é a convicção central de todo o livro de Gênesis. Apesar das faltas e falhas de Jacó, o propósito divino sempre controlou tudo em sua vida. O fato de Jacó ter voltado para sua terra foi outro capítulo na história de como Deus cuidava dele, dando-lhe alguma orientação especial necessária.
Para esclarecer o fato das varas listradas, leia-se Gn 31.10 - um sonho de Revelação. Somente neste ponto somos informados de que Jacó havia recebido uma experiência mística acerca da questão dos rebanhos. O trecho de Gn 30.32 ss. indica somente que ele fizera um negócio esperto, aparentemente usando sua razão, e não alguma revelação divina. Assim sendo, a questão das varas listradas foi somente uma medida de segurança. Ele acrescen­tou o artifício para garantir que o plano funcionaria. Seu sonho de revelação havia mostrado quais animais se multiplicariam mais. As varas eram apenas um artifício para garantir o resultado previsto em seu sonho. https://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/31.
 
IV – O REENCONTRO COM ESAÚ
 
Aproximando-se de Seir, na terra de Canaã, onde seu irmão vivia, Jacó enviou mensageiros a Esaú e anunciou o seu retorno. Os mensageiros voltaram e disseram que Esaú vinha ao seu encontro com 400 homens.
 
1 – Um homem quebrantado e temente a Deus
 
·         Jacó lembrou-se do seu passado e de sua desavença com o irmão e, temeroso dividiu a família em dois bandos para que um pudesse escapar em caso de ataque. Sua angústia era grande, porém sua oração revela seu temor (Gn 32. 9- 12). Ele enviou três grupos de servos, cada um levando presentes para aplacar uma suposta agressão por parte de Esaú (Gn 32.13-21).
 
2 – Um homem que lutou com Deus
 
·         Após tomar as precauções que julgou necessárias, Jacó passou o vau de Jaboque e travou uma luta com um varão até pela manhã. O “varão” era um ser celestial – provavelmente um anjo – que não prevaleceu contra Jacó. O Vale de Jaboque encerra um dos relatos mais envoltos em mistério. Conta-nos a história da luta entre um ser humano e um anjo e a da outorga de um novo nome a esse homem. A luta durou apenas uma noite; no entanto, seu resultado ecoa na história humana, com reverberações até os nossos dias. Jaboque no hebraico é ‘fluir fora’ ou ‘adiante’, é o rio que atravessa a região a leste do Jordão, que, depois de um curso quase perfeitamente do leste para o oeste, entra no Jordão cerca de 48 km abaixo do mar da Galiléia. Nas escrituras, este rio é mencionado como formador da margem que separou o reino de Seom, rei dos amorreus, daquele de Ogue, rei de Basã. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.
No Vale do Jaboque, teve um encontro que marcou o resto da sua vida. Seu nome foi mudado para Israel, e viu Deus "face a face" (Gn 32.22-30). Ao encontrar Esaú, reconciliou-se com ele e o abraçou com perdão e amor. A experiência do encontro de Jacó com Esaú mostra que, quando Deus age na vida das pessoas, seus caracteres são transformados.
Jacó passou a ser humilde, sofredor, paciente, longânimo, altruísta. Esaú passou a ser manso, perdoador e maduro. Em ambos os casos, vemos a graça de Deus superabundou onde, antes, abundou o pecado na vida desses irmãos (Rm 5.20). Foi pela sua incomensurável graça que Deus escolheu Jacó em lugar de Esaú, mesmo com seu caráter deficiente.
 
CONCLUSÃO
 
A escolha de Jacó para ser o patriarca que tomou o nome de Israel, sedo ele o líder das 12 tribos da nação israelita, não atende aos pressupostos da lógica racional, sob o ponto de vista humano. Mesmo assim, representa umas das insondáveis decisões divinas que atende aos propósitos de Deus especialmente em cumprimento às promessas feitas a Abraão, de que seria pai de uma grande nação, quando de sua estrema velhice e também esterilidade de sua esposa.
 
 
Elaboração pelo Pb. Mickel Souza Porto
 
Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
 
Referências
O Caráter do Cristão – Elinaldo Renovato de Lima, CPAD
http://auxilioebd.blogspot.com.br/2017/04/licao-5-jaco-um-exemplo-de-um-carater.html