9 de agosto de 2017

A Necessidade do Novo Nascimento


A Necessidade do Novo Nascimento

Texto Áureo = "Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo." (Jo 3.7)

Verdade Prática = Cremos na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus Cristo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = João 3.1-12

INTRODUÇÃO

Havia um homem dos fariseus que se chamava Nicodemos, um principal entre os judeus. Este veio a Jesus de noite e lhe disse: “Rabi, sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes se Deus não estiver com ele. Respondeu-lhe Jesus: “Em verdade, em verdade te digo se o  homem não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus”. Nicodemos lhe disse: “Como pode um homem nascer de novo sendo velho? Pode por acaso entrar uma segunda vez no ventre de sua mãe e nascer?”Respondeu-lhe Jesus: “Em verdade, em verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não poderá entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te maravilhes do que eu te disse: é necessário nascer de novo. O vento sopra onde quer e se ouve o seu som; mas ninguém sabe de onde vem e nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. Perguntou-lhe Nicodemos: “ Como pode acontecer isso?” Respondeu-lhe Jesus: “Tu és mestre de Israel e não sabe disso? Em verdade,em  verdade te digo que aquilo sabemos falamos, e aquilo que temos visto testificamos, mas vós não recebeis o nosso testemunho. Se eu vos tenho dito coisas terrenas e não acreditastes, como acreditareis se eu vos falar das celestiais? Ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, o Filho do Homem, que está no céu. E assim como Moisés levantou a serpente do deserto, é necessário que o filho do homem seja levantado para que todo aquele que Nele crer, não se perda, mas tenha vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito para que todo aquele que Nele crer não se perda, mas tenha vida eterna”.João 3:1-16

COMO ALCANÇAR A SALVAÇÃO, a pergunta principal da humanidade

Hoje ainda não lhes foi explicado o Evangelho. Escreve o evangelista São João que certo fariseu de nome Nicodemos veio ao Senhor de noite e teve com ele uma conversa, e Cristo, de sua parte, lhe pregou um sermão para aquele homem piedoso que realmente ele não sabia que fazer com ele: quanto mais o ouvia, menos o entendia.

Sobre essa historia se prega todo ano. Mas como hoje o momento novamente é propício, falaremos mais uma vez sobre ela. Desde que o mundo existe, os sábios que existem nele se perguntam: “De que modo se pode alcançar a justiça e a bem-aventurança?”

 

Essa questão se discute desde quando há homens na terra, e continuará sendodiscutida até que o mundo chegue a seu fim. Ainda nos nossos dias atuais pode-se ver com quanto ardor debatemos esse assunto. Todos crêem estar em condições de emitir um juízo, porém, com seu juízo, revelam sua ignorância. Esta mesma questão, como nos informa o Evangelho para o dia de hoje, Cristo a tratou com um homem que, falando nos términos da lei judaica, era uma pessoa corretíssima e muito instruída.

Aquele homem quer discutir sobre aquilo que devemos fazer e como devemos viver para sermos salvos, e espera que Cristo lhe dê uma resposta. “Porque tu” ele diz, “és mestre vindo de Deus, pois os sinaisque tu fazes vão além da capacidade de qualquer ser humano. Nós os fariseus ensinamos, no campo do espiritual, a lei de Moisés. Opinas tu que há algo melhor que possa nos recomendar?” Surge assim na discussão entre ambos a pergunta sobre as obras, ou seja, a vida perfeita – a pergunta que inquieta aos homens de todas as gerações.

I - O que tenta alcançar a salvação pelos caminhos das obras, não a alcançará

Já os antigos romanos meditavam com muita seriedade sobre qual era o caminho reto a seguir, acerca de como, por exemplo, se devia lidar corretamente com a casa e a família. Seus interesses se dirigiam diante de toda a exata determinação do que exige a “justiça”. Mas com isso se meteram em um problema que não tem solução, como eles mesmos tiveram que admitir: “excesso de justiça, excesso de injustiça.” Por qual motivo? Porque a “justiça” no sentido estrito da palavra está fora de nosso alcance. Por isso que se tem que buscar o caminho do meio e adaptar-se às circunstâncias.

Nesse sentido também se costuma dizer: “acertou como os atiradores quando acertam o alvo”, quer dizer, não graças a sua pontaria, senão graças a um impacto fortuito. Pois um bom atirador e até um eventual ganhador é também aquele que chegou mais próximo do alvo. Assim o reconhecem até os juristas. Tem que se dar por satisfeitos se com seu governo e administração da coisa pública conseguem que ninguém inflija a outro injustiças muito grosseiras, ainda quando seja impossível acertar e aplicar rigidamente a justiça em sua forma pura. Porém quando chega ao poder um desses desorientados, só causa alvoroço, distúrbios e dissensões.

Assim toda autoridade secular tem que se ater ao que é possível. Não obstante, a razão gostaria de elevar a salvação ou a uma ordem política perfeita pela via da injustiça. Porém tal coisa é impossível. Que fazer então? Quase se diria que acontece como com aquele que queriasubir uma alta montanha e por não poder fazer, exclamou: “Pois bem, ficarei aqui”. No entanto, Cristo nos diz: “Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos céus” (Mateus 5:20). Ali no sermão do monte o Senhor explica qual o verdadeiro cumprimento da lei, e o que significa acertar o alvo: não se irar, nem mesmo no recôndito do coração; não cobiçar nem mesmo em pensamentos a mulher ou os bens do nosso próximo.

 

Ali se coloca diante dos nossos olhos a justiça mais perfeita. E, apesar de tudo os homens acreditam poder alcançá-la mediante o cumprimento da lei. “Não queremos nem pretendemos”, dizem, “acertar exatamente o alvo”; se o conseguem com certa aproximação, se têm por desculpados. Nós, porém, atentamos para o que nos ensina Cristo: “Ninguém pode ver o reino de Deus ao menos que tenha acertado o alvo”. E no Apocalipse lemos: “Neste tabernáculo não entrará nenhum imundo”. Que devemos fazer pois? Também exclamaremos: “Temos que ficar aqui embaixo, não podemos subir a montanha”?

Tampouco Nicodemos sabe outra coisa que esta: “Eu sou uma pessoa correta, vivo piedosamente conforme a lei e transito pelo caminho que conduz ao céu”. E agora ele quer que esse Mestre lhe expresse sua aprovação ou desaprovação – ainda que não gostaria de pensar nesta última opção, senão espera que o Senhor lhe responda: “Sim, Nicodemos, és perfeito, e ainda: Já és bem-aventurado e os demais entrariam no reino dos céus se fizessem como tu”. Porém, ocorre justamente o contrário: Cristo o bota a correr do reino dos céus: “Por certo, és um homem bom. Porém se não nasces de novo, tua justiça não te servirá de nada.” O “nascer de novo”: esta é a justiça na qual insistimos tanto em nossa pregação.

Ou seja: Cristo não tem a intenção de rechaçar a lei, antes quer que ela seja cumprida. “Porém”, diz “a forma como vós a cumpríeis não tem validade. Cumpríeis a lei só em vossa imaginação, mas não na realidade. Os Dez Mandamentos são perfeitos, e quero que os cumpra. Quem quiser entrar no céu tem que cumpri-los. Porém, com o vosso conceito do ‘direito’ e com a vossa justiça, não os estais cumprindo”. Não temos outra justiça melhor do que a que resultaria do meu cumprimento de tudo o que se manda nas duas tábuas da lei de Moisés. Então seríamos “justos” – porém só justos conforme a justiça dos fariseus, e não conforme a justiça exigida pela lei.

II. Só a regeneração nos torna participantes da salvação eterna

É-nos dito, pois: “lhe é necessário nascer pela segunda vez”. Para Nicodemos isso é chocante. Ele pensa em outras leis, alem do ponto das leis mosaicas, tais como as que achamos no papado e no judaísmo farisaico; espera que Cristo estabeleça artigos novos, leis novas, todoum código novo. Porém, nada disso: Cristo não diz uma palavra quanto a leis e estatutos novos. “Pois o que possuis em matéria de leis já é mais do que podeis cumprir. Eu, em troca, os prego assim: Vós, vós mesmos precisam chegar ser outras pessoas. Eu não falo de fazer ou não fazer, senão de chegar a ser. Tu tens que chegar a ser outro homem, tens que nascer de novo. Isso será então a justiça que acerta o alvo, a justiçasem mancha nem ruga, a justiça que conseguirá entrar no céu”. Para Nicodemos, ao ouvir Jesus falar dessa maneira, lhe vem certas duvidas. Essas são palavras novas para ele. “Entrar eu pela segunda vez no ventre de minha mãe? Tolice!” Porém a essas tolices Cristo acrescenta outras piores: “não te digo que tenhas de nascer de novo de pai e mãe humanos, senão da água e do Espírito Santo”.

 

Agora, Nicodemos fica totalmente confundido. “Que homem e mulher são esses: água e Espírito?” E como se ainda não fosse suficiente, Cristo lhe pergunta:“Tu és mestre de Israel e não sabes disso?”, o que soa como zombaria manifesta. E sem dúvida, Cristo tem que falar assim porque o assunto é totalmente novo para Nicodemos. Para explicá-lo Cristo recorre a uma ilustração como se quisesse dizer a Nicodemos: “queres que eu desenhe para que tu entendas? Digo-te porém: se não podes captar com a razão, capta-a com a fé. Pois se não acreditaste quando te falei coisas  terrenas, como crerás se eu te falasse das coisas espirituais? Nós falamos o que sabemos, e o que sabemos é a verdade e vós não acreditais Pois bem: se alguém não quer crer, deixe-se!”

A nossa pregação, iniciada naquelas condições por Cristo, se apoia exclusivamente na fé. Só com a fé se pode compreender da “regeneração pela água e pelo Espírito”. O Espírito é o homem e a água a mulher. O que isso implica, não o podes medir com a tua razão. Daí o tema que pregamos seja artigo de boas obras ou de fé. E já os papistas aprenderam algo de nós ao dizer que com a fé e a graça começa a vida verdadeiramente cristã. Antes só se falava da missa privada e da invocação dos santos; agora, em troca, dizem que a fé, efetivamente, salva, porém não só a fé, senão a fé em cooperação com nossas obras. E essa cooperação, apóiam, é imprescindível. E a nós criticam duramente afirmando que proibimos as obras e induzimos os homens à preguiça. Todavia lhes falta bastante para serem tão piedosos e estarem tão próximos da verdade como Nicodemos. Nós nunca proibimos as boas obras; mais ainda: se dizemos algo a respeito das boas obras, nossa própria gente fica logo com raiva, o qual é um claro sinal de que realmente pregamos sobre esse tema.

E apesar disso os papistas seguem blasfemando de nós. Eles ensinam: “as boas obras têm quer vir com a ajuda da fé – vãs palavras que demonstram que esses mestres não têm noção do que é fé, boas obras, nascer do Espírito, nascer de Deus. É por isso que é necessário que estudemos com cuidado o nosso presente texto (João 3:5) e outros iguais. Aqui se fala de “nascer de novo”, não de “fazer algo novo”. Primeiro deves plantar uma arvore, e logo terás também os frutos. Segundo seja boa ou mal a arvore, serão também bons ou maus os frutos. O mesmo ocorre aqui. Nós chamamos um novo nascimento, quer dizer, uma nova maneira de ser, uma nova pessoa, não somente um novo vestido ou novas obras. Quando eu era monge, minha vestimenta eradistinta  e  também  minhas  obras  eram;  as  sete  horas  para  as orações, a missa, o crisma, o celibato – todas essas eram outras obras, muito dessemelhantes de minhas obras anteriores. Porém a simples mudança das obras não é o que vale; que mude a pessoa, que mudem os pensamentos e o ânimo: esse é o novo nascimento. Portanto não se pode sobrepor as obras à fé. Em que uma criança contribui para que seja concebida e venha à luz? Isso é obra dos pais; a criança não faz nada para que suas perninhas e todos os seus membros cresçam; não é parte ativa nesse processo de crescimento, senão parte meramente passiva. Qual foi, nesse sentido, a nossa contribuição? Onde estão as obras cooperantes? Queria saber então de onde vem essa insistência de que se deve agregar também obras , e logo obras próprias nossas!

É verdade: a mãe leva a criatura em suas entranhas e lhe dá o calor materno; no entanto, não é obra dela que essa criatura se origine. De igual maneira quem pregamos e batizamos somos nós, no entanto, a palavra e o batismo não são nossos; somente pomos à disposição nossa boca e nossas mãos. Na realidade a palavra e o batismo são de Deus, no entanto somos chamados colaboradores de Deus (1 Coríntios 3:9).

É,por certo, uma colaboração bastante modesta a nossa. Não que contribuamos com obra ou a palavra; o único com que contribuo ao batizar e pregar é com a voz, os dedos, a boca. Assim, na geração de uma criança, o pai e a mãe só contribuem com a carne e o sangue como fatores seus; a criatura concebida não contribui absolutamente em nada, senão que “se deixa criar” por Deus todos os seus membros, e a mãe a leva em seu seio. Há alguma razão então para que eu retire a honra de Deus e diga que eu mesmo me gerei e que minha própria atuação contribuiu para que eu nascesse?

Isso não significaria um agravo a Deus? Por acaso não somos chamados seus filhos, obras de suas mãos? Se é verdade que as obras colaboram na regeneração, vejo- me obrigado também a achar que eu colaborei com Deus – e isso é uma blasfêmia contra Ele. Mas se é verdade que eu sou nascido de novo, como diz Cristo, não tenho que colaborar com nada, senão que tenho que permanecer quieto e passivo para aquele que é meu Pai e Criador me faça nascer de novo como filho seu. Nesse sentido o apostolo Paulo declara que “nós somos uma nova criação, criados em Cristo para boas obras”. Como se vê, Paulo não se esquece das boas obras, mas as menciona não por que tenham contribuído em algo, não por que sejam elas que produzem a nova criação, mas “para que andássemos nelas”.

Se é certo que minhas próprias obras contribuem para que eu seja uma nova criação, bem posso me gloriar de ser meu próprio Deus; porque o criar é obra exclusiva de Deus. Se eu colaboro, então Deus não é meu único Deus, senão que eu também o sou. Por outro lado, se Ele é o único, não o posso ser eu também, como se afirma muito claramente no Salmo: “Ele nos fez e não nós a nós mesmos; somos seu povo e ovelhas de seu pasto”. E não obstante, certa gente incorre em tremenda tolicede sustentar que a fé cria homens novos, mas com a ajuda das obras. Mas precisa de toda lógica dizer que eu me crio a mim mesmo e sou Deus junto com Deus, de modo que Ele me tem a seu lado como um Deus adjunto. Assim como eu não me formei a mim mesmo no corpo de minha mãe, senão que foi Deus quem me formou, valendo-se dos meus membros e do calor de minha mãe, assim tampouco na regeneração somos convencidos mediante nossas próprias forças e obras, senão unicamente pelas mãos e o Espírito de Deus. Em consequência, é ilícito acrescentar obras à fé; do contrário, não é Deus só o que me cria, senão que eu sou simultaneamente com ele meu próprio criador.

Ao fogo do inferno com um criador que se cria a si mesmo! A Escritura me chama de uma nova criação de Deus e, não obstante, eu haveria de atribuir a nova criação a mim mesmo? De esse modo eu seria criação e criador, obra e obrador em uma mesma pessoa. A toda luz, esses são pensamentos diabólicos e ensinos de homens cegos.

Devemos observar estritamente ao que aqui nos ensina o evangelista São João. Também Paulo nos chama “novas criaturas”. Da mesma maneira, pois, como não contribuo para meu nascimento corporal e pela minha concepção,senão que sou parte meramente passiva e ‘me faço’ gerar e criar, da mesma maneira tampouco as obras contribuem em nada para que o homem seja regenerado.

Se não for assim, Deus já não será apenas Deus, senão que nós seremos Deus junto com Ele e seremos nossos próprios progenitores. Mas quando a criatura já está gerada, e quando a criancinha já está formada no seio materno com todos seus membros, a mãe diz: “Sinto que o nenezinho faz as obras que em seu estado pode fazer”. Porem, só o já criado dá esses sinais de sua existência, e só quando foi dado à luz move seus membros, e fica com vida, aprende a caminhar e a cantar. Mas se não tivesse sido criada previamente, agora não se moveria.

III. O regenerado se manifesta como crente mediante a prática de boas obras.

Nossa pregação quanto à nova criação é, pois, uma vez que fomos regenerados, devemos andar em boas obras. Nesse sentido fazemosalgo: pregamos; aqueles, todavia, que são convertidos não fazem nada para chegar a sê-lo, já que somos criação e obra de Deus, “criados para que andássemos em boas obras” (Efésios 2:10). Essas palavras nos falam com inteira claridade. A semelhança com uma criatura humana é evidente. A criatura deve se separar do corpo materno; antes de estar completamente formada, não contribui em nada para esse fato.

Por que Deus a beneficiou de membros? Para se mover; uma vez nascida deve caminhar, ficar de pé, comer, beber, trabalhar, mandar, pois para isso nasceu. Se não fizesse nada, seria um tronco ou uma pedra. Porémdeve fazer algo, para isso foi criada. A isso se refere Cristo quando disse ao fariseu Nicodemos: “Todos vós quereis ser vossos próprios criadores. Possuíeis a lei de Moisés e esforçai-vos para cumpri-la. Porem não obtereis êxito, uma vez que ainda não nascestes de novo; não possuíeis o Espírito Santo. Por conseguinte todas as vossas obras são obras do velho homem. Podeis, por exemplo, construir uma casa ou fabricar um sapato, porém tais obras não têm nada haver com o céu. Não são obras que conferem justiça a quem as faz. Também os gentios são capazes de fazê-las. Ademais trazeis oferendas, circuncidais a vossos filhos, usais as vestiduras sagradas – também isso está ao alcance de qualquer pagão. Por isso digo que são obras do homem velho, nascido uma só  vez, a saber, do seio de sua mãe.

Mas se quereis fazer obras que sejam de valor diante de Deus e que tragam proveito ao próximo, precisais nascer de novo. Vós por sua vez acreditam que o fazer obras que exteriormente parecem ser boas já está assegurada a vossa entrada no céu, ainda mesmo o coração não se achando no estado devido. Porem não façais as coisas ao contrário, não comeceis pelas obras!”

 

Também os papistas são da opinião de que se pode merecer o céu com suas obras que acompanham a graça. É um engano. As boas obras não podem ajudar de nenhuma forma, nem como obras que precedem a graça, nem como obras que lhe correm paralelas, nem tampouco como obras que seguem a graça, senão que tudo tem que proceder do Espírito Santo e da água. “No lugar de pai e mãe vos darei água e o Espírito Santo”, reza a pregação de Cristo. Onde isso é assim, posso dizer: “minhas próprias obras não me criaram, nem me geraram como nova criação, nem tampouco poderão fazê-lo, posto que fui criado e gerado da água e do Espírito”. Também resulta agora fácil provar e julgar os espíritos fanáticos.

Pois o que nasceu, o que já foi feito e criado, nãotem necessidade de ser feito e criado. Como podem dizer então que as obras subsequentes à graça me geram e me criam? Fazer boas obras é necessário; correto – porém não para chegar a ser por meio delas uma nova criação. Portanto há de se diferenciar entre fé e obras; assim, aqui o Senhor nos ensina. As obras feitas antes da fé são condenadas como pecado. Em contrapartida, as obras feitas por quem já tem fé são obras preciosas e boas. Todavia, tampouco essas servem para nos converter em homens justos, senão para louvar e glorificar a nosso Pai que está nos céus (Mateus 5:16) e para causar alegria aos anjos. Pois quem por meio de boas obras e de uma pregação frutífera honra ao Pai, receberá também dele a recompensa correspondente. Se não andas em boas obras, tampouco nasceu ainda para elas (Efésios 2:10).

Onde se ensina e se vive dessa maneira, a verdade aqui ensinada por Cristo permanece vigente em toda a pureza. Cristo diz que temos que nascer, Paulo reforça que temos que ser criados por Deus. Falando em termos de comparação com uma criatura: a criatura não se gera nem se faz nascer a si mesma, senão que depois de ser criada pode fazer obras. Analogamente, a árvore frutífera depois de plantada dá frutos. Não se diz: “Se não tiver peras na árvore, essa não é uma árvore”, senão o inverso. Por isso cresce a pereira, para que dê peras, para glória elouvor de Deus o Criador, e para que nós as comamos. Assim, a obra de Deus é a que precede, e a nossa obra é a que segue. Igualmente: se não existisse ferreiro, não existiria machado, pois para que machado corte, previamente precisa ser fabricado.

Só um perfeito idiota poderia dizer: “Faz-me um machado que colabore na sua fabricação, de maneira que mediante seu despedaçar e cortar se transforme em machado”. Primeiro se fabrica o machado, e só então se pode empregá-lo nos trabalhos aos quais a ele se destinam.

Sobre esse tema se discute de modo por demais obstinado desde os primórdios da humanidade. E esse é o nosso ensino no qual insistimos com toda energia, afim de que conserve o lugar correspondente naigreja e para evitar que penetrem nela pessoas que atribuem um efeito também às obras precedentes ou concomitantes. Primeiro deve estar a criação, o nascimento: logo pode seguir a obra.

Nicodemos não pode compreender isso porque ele vive na crença equivocada de que obterá êxito para entrar no céu graças as suas obras precedentes. Cristo se opõe a ele com um sonoro NÃO: “o que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”.

Todos aqueles que ensinam algo que contrarie esse artigo são falsos mestres. Nós, todavia, cremos e damos graças a Deus pelo fato de que ao fim foi trago a luz e posto ao conhecimento de todos qual é o verdadeiro caminho da vida: “Faz com que eu seja regenerado sem a colaboração de nenhuma obra minha, mas apenas pela palavra e pela fé”. Se tal é o caso, sou filho de Deus, tenho livre acesso a casa de meu Pai, e tudo quanto faço é bom e aceito diante de seus olhos. Se meu pé escorrega, Ele me castiga. Se eu sou uma arvore boa, levofrutos bons.

Se a árvore é tomada por vermes nocivos, o Pai os extermina. Se eu sou um bom machado, sirvo para cortar; se no machado se produz uma falha, também esse mal poderá ser sanado pelo Pai. Por isso vós os fariseus estais muito distantes do alvo com vossas obras precedentes; porque dessas resulta não mais que uma justiça válida diante dos olhos do mundo e para ela vale o que acabo de dizer quanto ao atirador. A justiça proveniente da fé acerta o alvo: aponta ao centro mesmo e penetra até a vida eterna – não por nossos próprios meios, senão em união com aquele que é o Mediador, do qualse fala na parte final do evangelho (João 3:14 e similares).  Fomos criados por Ele e somos recriados por Ele; por meio Dele somos uma criação perfeita, apesar de ainda não estarmos livres de faltas e debilidades.

Isso se chama falar de forma cristã sobre a regeneração, da qual os papistas, os turcos e os judeus não têm o menor conhecimento. Estou seguro, portanto, que no Concílio1 dos papistas rejeitarão esse artigo, já que a norma deles é julgar a obra de Deus segundo eles mesmos a entendem. Cristo, porém, sustenta invariavelmente: “O que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”.

É preciso, pois, deixar de lado os pensamentos próprios, a sabedoria própria, as opiniões próprias e ouvir somente a palavra por meio da qual é criado em ti um coração novo sem a tua contribuição, como o novo ser no corpo da mãe. Este texto soluciona a questão que se vem debatendo no mundo inteiro sobrecomo é possível uma vida bem-aventurada e feliz. Não há outro meio que a justiça efetuada pela regeneração não atinja o alvo.

CONCLUSÃO

Portanto amado leitor, o apelo de Deus ao teu coração hoje é para que você morra para esse mundo, para a tua carne e viva para Deus. Deixe que Ele te comunique a vida que você necessita, a vida espiritual, a vida de Cristo que criará em você desejos que honrem ao teu Deus, pois o Senhor Jesus mesmo promete: “Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, ASSIM COMO EU VENCI e me sentei com meu pai no seu trono.

Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 3:21-22). Vencer como Jesus venceu, nas mesmas condições, assim como ele nasceu do espírito e foi vencedor, Deus te convida hoje para que você tenha também esta experiência na tua vida, nascer do Espírito e ser um vencedor em Cristo Jesus.

 

Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia

Traduzido de http://www.escriturayverdad.cl/mlutero.html

Original em espanhol: Nos EsNecesarioNacer De Nuevo. Convertido para o formato digital por Andrés San Martín Arrizaga, 27 de Fevereiro de 2007

Tradução: Luciano de Oliveira Revisão: Armando Marcos Pinto 18 de outubro de 2012

www.projetospurgeon.com.br

 

 

 

 

1 de agosto de 2017

A Pecaminosidade Humana e a sua Restauração a Deus


A Pecaminosidade Humana e a sua Restauração a Deus

Texto Áureo = "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." (Rm 3.23)

Verdade Prática = Reconhecemos a pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem restaurá-los a Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Romanos 5.12-21

HINOS SUGERIDO 8, 198, 536 Harpa Cristã

INTRODUÇÃO

A história da humanidade começa, conforme as Escrituras, com a história do pecado do homem e sua desobediência a Deus. Na literatura mundial, no campo da Filosofia e da Teologia, o problema do pecado é tratado de modo a tentar explicar a questão da existência do mal.

Ao longo da história da humanidade, esse problema tem sido estudado, especulado e pesquisado pelo homem na tentativa de explicar essa questão do mal. Essa preocupação humana com a realidade do mal tem motivado as mais sérias discussões com respostas as mais diversificadas. Visto que o

poder do mal se impõe naturalmente na experiência humana, a preocupação com a sua origem desafia a inteligência e aguça o interesse em descobri-lo na sua essência. Entretanto, é impossível discutir a realidade universal do pecado no mundo sem relacionar a sua razão de ser com a vida do homem. Conforme o relato bíblico, foi o homem que, por seu livre-arbítrio, caiu na rede de engano do originador do pecado, o Diabo, e deixou-se induzir ao pecado de rebelião contra o Criador.

O que é o pecado?

 Teologicamente, a doutrina do pecado é identificada como Hamartiologia. Essa palavra deriva de dois termos da língua grega, língua do Novo Testamento: “hamartia” e “logos”, que significam juntas “estudo acerca do pecado”. O termo “hamartia” tem, na sua etimologia grega, o sentido de “errar o alvo”. Portanto, o estudo acerca do pecado, como ato, estado ou condição, sugere que o pecado é “um desvio do fim (ou modo) estabelecido por Deus”.

Na Teologia Cristã, a doutrina do pecado ganha espaço porque o cristianismo representa a possibilidade de redenção do estado pecaminoso do homem. Três grandiosas doutrinas bíblicas ganham espaço na vida do homem, as quais são: a Doutrina de Deus, a Doutrina do Pecado e a Doutrina da Redenção. Existe uma relação essencial entre essas três doutrinas de tal modo que é impossível tratar do pecado sem tratar da Redenção e, naturalmente, ao tratar sobre Redenção, inevitavelmente a relacionamos com a sua fonte, que é Deus.

A questão do mal é tratada na Bíblia a partir do relato do livro de Gênesis sobre a Queda do homem. Esse relato descreve o princípio da tentação do homem e a sua concessão ao pecado, trazendo maldição à sua vida pessoal e a toda a Terra. Para entendermos a relação do pecado com o homem, devemos considerar a definição de pecado.

Tanto, no Antigo quanto no Novo Testamentos, a palavra “pecado” é sinônima de muitas outras palavras que são usadas na Bíblia e indicam conceitos distintos sobre a mesma. São vários termos que amplificam o conceito de “pecado” nas suas várias manifestações. Entretanto, usaremos apenas um termo hebraico e outro grego, línguas originais da Bíblia, os quais apresentam definições relativas que podem ilustrar o significado da palavra “pecado”.

No Antigo Testamento, o vocábulo hebraico “chata’th” aparece cerca de 522 vezes. O seu termo correlato no Novo Testamento é “hamartia”, e ambos sugerem a idéia de “errar o alvo” ou “desviar-se do rumo”, como o arqueiro antigo que atira suas flechas e erra o alvo. Os termos sugerem e indicam também alguém que erra o alvo propositadamente, ou seja, que atinge outro alvo intencionalmente. Não se trata de uma idéia passiva de erro, mas implica numa ação propositada. Significa que cada ser humano foi criado com um alvo definido diante de si para alcançá-lo. Denota tanto a disposição de pecar como o ato resultante. Em síntese, o homem não foi criado para o pecado e, se pecou, foi por seu livre-arbítrio, sua livre escolha (Lv 16.21; Sl 1.1; 51.4; 103.10; Is 1.18; Dn 9.16; Os 12.8; Rm 5.12; Hb 3.13).

A palavra “hamartia”, no grego do Novo Testamento, já foi citada em correlação com “chata’a” do Antigo Testamento. Entretanto, ambas as palavras, cujo sentido é “errar o alvo”, “perder o rumo ou fracassar”, indicam que o primeiro homem, no princípio, perdeu o rumo de sua vida e fracassou em não atingir o padrão divino estabelecido para a sua vida. Na linguagem do Novo Testamento, a palavra “hamartia” tem ainda um sentido mais forte que a ideia de “fracasso” ou de “transgressão”. A palavra tem o sentido de “poder de engano do pecado”, como em Romanos 5.12 e Hebreus 3.13. Portanto, pecado é mais que um fracasso; é uma condição responsável que implica culpabilidade.

O pecado é um ato livre e voluntário do homem, porque ele é um ser moral, dotado da capacidade de perceber o certo e o errado. O homem é um agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida (Ec 11.9).

O pecado é um tipo de mal, porque nem todo mal é pecado. Existem males físicos conseqüentes da entrada do pecado no mundo. Na esfera física, temos um tipo de mal que se manifesta nas doenças. Entretanto, na esfera ética, o mal tem um sentido moral. É nessa esfera moral que se manifesta o pecado. Os vários termos hebraicos e gregos das línguas originais da Bíblia, quando falam do pecado, apontam para o sentido ético, porque falam da prática do pecado, ou seja, dos atos pecaminosos.

O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria (livre), resolveu fazer (Gn 3.1-6;Is 48.8; Rm 1.18-22; 1Jo 3.4).

Outra verdade acerca do pecado é o fato de que o pecado tem caráter absoluto. Esse conceito é bíblico e correto. É difícil se fazer distinção ou graduação entre o bem e o mal, porque o caráter de uma pessoa tem um sentido qualitativo. Uma pessoa boa não se torna má porque tenha diminuído sua bondade, mas ela se torna má quando se deixa envolver pelo o pecado. Essa é uma questão de qualidade, e não de quantidade. O pecado não pode ser tratado como um grau menor de bondade, porque o pecado é algo sempre negativo e absoluto. Do ponto de vista bíblico, não há neutralidade quanto ao bem ou ao mal. O que é mal não é mais ou menos mal. Ou se está do lado justo e certo ou se está do lado injusto e errado.

O pecado não é apenas a prática de um ato errado. Como dizia o teólogo Louis Berkhof, “o pecado não consiste apenas em atos manifestos”. O pecado não é apenas aquilo que se pratica erradamente, mas é algo entranhado na natureza pecaminosa adquirida da raça humana. É um estado pecaminoso que desenvolve hábitos pecaminosos os quais se manifestam na vida cotidiana. Todas aquelas tendências e propensões pecaminosas típicas da natureza corrompida de cada um de nós demonstram o estado pecaminoso do ser humano. A Bíblia denomina “carne” a este estado que pode ser controlado por uma vida regenerada (2Co 5.17).

Indiscutivelmente, o pecado trouxe graves conseqüências ao universo, especialmente à vida na terra. A Bíblia faz várias declarações a respeito da universalidade do pecado. Por exemplo, temos no Antigo Testamento alguns exemplos, tais como “não há homem que não peque” (1Rs 8.46) e “porque à tua vista não há justo nenhum vivente” (Sl 143.2). Paulo, na Carta aos Romanos, disse: “Não há um justo, nenhum sequer; não há quem faça o bem, nenhum sequer”, Rm 3.10-12; “Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus”, Rm 3.10-12. O apóstolo João afirma: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”, 1Jo 1.8.

Se morte física significa separação de corpo e alma e é parte da pena do pecado, entendemos que, de modo nenhum, a morte física significa a penalidade final. Nas Escrituras, a palavra “morte” é frequentemente usada com sentido moral e espiritual. Isso significa que a verdadeira vida da alma e do espírito é a relação com a presença de Deus. Portanto, a pena divina contra o pecado do homem no Éden foi a separação da comunhão com o Criador.

A morte espiritual tem dois sentidos especiais: um sentido é negativo e o outro é positivo. Em relação à vida cristã, todo crente está morto para o pecado, porque a pena do pecado foi cancelada e ele está fora do domínio do pecado. Trata-se da separação da vida de pecado depois que se aceita a Cristo e é expiado por Ele. Porém, em relação ao futuro, o crente terá a vida eterna, isto é, terá a redenção plena do corpo do pecado (Ap 21.27; 22.15).

O sentido negativo de morte espiritual refere-se à morte no pecado. O crente está morto para o pecado, mas o ímpio está morto espiritualmente no pecado. Significa que o pecador vive em um estado de vida separado de Deus e de sua comunhão. Significa estar “debaixo do pecado” e estar sob o seu domínio (Ef 2.1,5). O efeito desses dois sentidos é presente e temporal. O pecador sem Deus, no presente, está numa condição temporal de excomunhão com Deus, mas, pela graça de Deus, poderá sair desse estado e morrer para o pecado (Ef 4.18; Gn 2.17).

A punição final do pecado é a morte eterna, ou seja, o juízo contra o pecado (Hb 9.27). A morte eterna é a culminância e complementação da morte espiritual. Diz respeito à repugnância da santidade divina que requer justiça contra o pecado e contra o pecador impenitente. Significa a retribuição positiva de um Deus pessoal, tanto sobre o corpo como sobre a sua alma e espírito (Mt 10.28; 2 Ts 1.9; Hb 10.31; Ap 14.11).

Uma das grandes verdades acerca do castigo do pecado é que a justiça de Deus o exige a fim de que ninguém o acuse de injustiça. Ele é o Senhor que pratica a misericórdia, juízo e justiça na terra (Jr 9.24). A questão do pecado encontra resposta e solução quando encontramos na Bíblia a declaração de Paulo de que Deus propôs Jesus Cristo como a propiciação pelo seu sangue, para receber toda a carga da ira de Deus contra o pecado (Rm 3.25). Significa que a cruz foi a forma pela qual Deus castiga o pecado. O próprio Deus, perfeito em justiça, tornou possível a expiação dos pecados por Aquele que se fez nosso justificador completo – Jesus (Rm 3.26).

A Salvação está quando entregamos a nossa vida por inteiro ao Senhor Jesus, reconhecendo, arrependidos, os nossos pecados; e também reconhecendo o sacrifício de Cristo como suficiente para a nossa expiação, procurando agora vivermos sempre conforme a Sua vontade, expressa na Sua Palavra, a Bíblia Sagrada.

ORIGEM DO PECADO

Todos já ouvimos falar do pecado original. Embora haja discordâncias teológicas sobre a ação da graça de Deus para anular o poder do pecado na nossa vida, todos concordamos que o pecado original aconteceu com Adão e Eva no jardim do Éden. Eles decidiram deliberadamente o que seria bom ou mau para eles, e voltaram as costas para Deus e se separaram da fonte do amor. Desta ação originou o pecado no planeta. Mas, mesmo antes do pecado ter o seu início na terra, um ser santo o iniciou no céu: Este anjo chamava-se Lúcifer(portador de luz), mas depois que foi enviado para a terra chamou-se Satanás(adversário) ou Diabo(acusador).

1) Onde e como começou o pecado? No céu: “E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos”. Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.

E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.” Apoc. 12:7-10

Pelo desejo de supremacia:“Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.” Isaías 14:12-15

2) Com quem originou o pecado?

Com Lúcifer: “Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.” Ezequiel 28:14-17

3) Que sinal de obediência deu  Deus à Adão e Eva?

A árvore do conhecimento do bem e do mal: “E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2:15-17

4) Em que consistiu o primeiro pecado?

No engano do diabo que se transformou na serpente: “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.” Gênesis 3:1-6

5) Quem proporcionou a salvação e pode devolver o direito original da imortalidade para o pecador?

Jesus através da sua morte: “Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Romanos 6:22 e 23. Só permanece no pecado quem deseja, pois Jesus já operou a libertação.

A Universalidade do Pecado

Agora que vimos algo sobre a pecaminosidade do pecado, devemos voltar nossa atenção para uma das mais importantes doutrinas de todas as Escrituras — a universalidade do pecado. O pecado não é um fenômeno raro ou incomum confinado a uma pequena minoria da raça humana, mas é universal em seu alcance. As Escrituras são claras quando dizem que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). Não há nenhum membro da raça de Adão que não tenha se unido a ele na rebelião que ele começou. Aqueles que negam tal verdade devem negar o testemunho das Escrituras, da história humana, e de seus próprios pensamentos, palavras e ações pecaminosas.

1. Em Romanos 3:23é encontrada uma das mais importantes passagens de todas as Escrituras a respeito da pecaminosidade e desobediência de todos os homens. O que esta passagem nos ensina?

Nota: A frase “carecem da glória de Deus” é uma provável referência à constante falha do homem em fazer todas as coisas para o louvor, a honra e o beneplácito de Deus. “Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus…” (Romanos 1:21).

2. As Escrituras são cheias de inúmeras referências à pecaminosidade e desobediência voluntária do homem contra Deus e Sua vontade. O que as seguintes passagens das Escrituras nos ensinam sobre a desobediência universal de todos os homens?

3. Em Romanos 3:9-12 é encontrada uma coleção de citações do Antigo Testamento listadas pelo apóstolo Paulo para demonstrar a pecaminosidade universal da humanidade e sua desobediência voluntária contra Deus. Leia o texto diversas vezes até que esteja familiarizado com seu conteúdo. Depois, escreva seus pensamentos a respeito de cada versículo:

a. “Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus quanto gregos, estão debaixo do pecado…” (v. 9):

A SOLUÇÃO PARA O PECADO

Jesus, o Caminho para o Perdão dos Pecados

O pecado é uma ameaça mais séria contra nosso bem-estar do que qualquer perigo físico, econômico ou social, que enfrentemos. Entretanto, todos nós somos culpados de pecado e incapazes, por nós mesmos, de remover sua mancha. O pecado é violação da lei de Deus e somente Deus pode perdoá-lo. Ele providenciou nosso perdão através de Jesus.

"No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" (Efésios 1:7).

"Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" (1 Pedro 2:24).

Depois de seu sacrifício por nós, Jesus explicou como aqueles que estão perdidos no pecado podem ter a remissão dos pecados e serem salvos.

"Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém" (Lucas 24:46,47).

"Quem crer e for batizado sersalvo" (Marcos 16:16).

Jesus, o Caminho para Deus. As pessoas perdidas necessitam mais do que perdão dos pecados. Elas precisam de recuperação daquela íntima união com Deus que perderam por seu pecado. Enviando Jesus ao mundo, ""Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo" (2 Coríntios 5:19).

Jesus declarou que só se pode chegar a Deus através dele. Ele disse: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6).

Jesus, o Caminho para o Céu

"Aos homens estáordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disso, o juízo" (Hebreus 9:27).

A morte é a porta, tanto do céu como do inferno. Morrer em Jesus é morrer no caminho para o céu.

"Então, ouvi uma voz do céu, dizendo, Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham" (Apocalipse 14:13).

"Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras [no sangue do Cordeiro], para que lhes assista o direito àrvore da vida, e entrem na cidade pelas portas" (Apocalipse 22:14).

Consagre todo o seu corpo a Deus.  O pecado não age no seu espírito, ele age na sua carne. Não tem como mortificar o pecado, mas é possível mortificar a carne, através da disciplina, através do jejum. “Não entregue nenhuma parte do corpo de vocês ao pecado, para que ele a use a fim de fazer o que é mau. Pelo contrário, como pessoas que foram trazidas da morte para a vida, entreguem-se completamente a Deus, para que ele use vocês a fim de fazerem o que é direito. (Rm6:13). Quando conhecemos a lei de Cristo e tomamos posse dessa verdade em nós, então temos força e autoridade para anular todos os desejos de pecados em nós.

Renove a sua mente com a Palavra de Deus. O pecado entra na vida através do pensamento primeiro, depois vem a ação.  Mas para sair, o processo é inverso. Você precisa renunciar a ação, parar de pecar e depois renovar a sua mente. (Tudo o que é puro, seja isso que ocupe o nosso pensamento. (Fp 4:8). “Escondi a tua palavra no meu coração para eu não pecar contra ti”. (Sl 119:11). Se o pecado produz situações para a morte reinar. O Espírito de Deus também produz situações para a vida reinar. “Se o Espírito que levantou Jesus habita em vós, esse mesmo Espírito vivificará os vossos corpos mortais (Rm8:11).Você tem o poder para vencer o pecado. Faça isso, antes que ele vença você.

A SOLUÇÃO PARA O PECADO SÓ O SANGUE DE JESUS CRISTO

1 - Temos redenção (perdão) através do sangue (Ef 1.7). 7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça.

2 - Somos justificados através do sangue (Rm 5.9). Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.

3 - Somos santificados através do sangue (Hb 10.10). E por isso tambémJesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. (Hb13 . 12)

4 - Temos purificação através do sangue (1 Jo 1.7). Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue deJesusCristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. (I Jo1 . 7)


5 - Temos paz através do sangue (Cl 1.20). E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. (Cl 1 . 20)

6 - Temos vitória através do sangue (Ap 12.11). E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte. (Ap 12 . 11)

7 - Fomos comprados pelo Sangue de Jesus
E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno é de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; (Ap 5 . 9)




8 - Fomos lavados no sangue:E da parte de JesusCristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, (Ap 1 . 5)


9 - Só Pelo Sangue de Jesus podemos entrar na presença de Deus.Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, (Hb 10 . 19)


10 - Purifica nossa consciência. Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? (Hb9 . 14)

De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador. (Hb7 . 22) .

Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, (aliança) que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. (Mt 26 . 28).

E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.


CONCLUSÃO

Você precisa lutar e chegar íntegro a Deus Pai. O céu é para os decididos, para os violentos; o inferno é para os moles, os fracos e indecisos. Se cairmos durante a caminhada, a solução ideal será o arrependimento. Arrependa-se imediatamente, pois temos um Defensor, um Advogado de defesa diante do Pai: Jesus Cristo, o justo. Ele é vítima de expiação por nossos pecados e os do mundo inteiro.

Ninguém ficará na terra eternamente. Seremos transplantados para o lugar daquele a quem servimos. Ou servimos a Deus, nosso Pai, ou servimos ao príncipe deste mundo, que é um traidor, um usurpador, que quer roubar os filhos do Senhor. Não é possível servir ao príncipe deste mundo e esperar que sejamos transplantados para a casa de Deus, o céu. Felizmente, você não tem um lugar reservado no inferno. Você só irá para lá se quiser e teimar! A nossa meta deve ser romper com o pecado e seguir a Deus. Investir a vida naquilo que é definitivo: a nossa morada no céu.


Por - Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Bibliografia









26 de julho de 2017

LIÇÃO 05 – A IDENTIDADE DO ESPÍRITO SANTO

LIÇÃO 05 – A IDENTIDADE DO ESPÍRITO SANTO - 3º TRIM. DE 2017 (Jo 14.15-18,26)

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos sobre quem é o Espírito Santo, destacando Sua personalidade e divindade; pontuaremos Sua atuação no Antigo e Novo Testamento; falaremos sobre alguns nomes que recebe na Bíblia; e, por fim, trataremos sobre sua atuação na experiência humana

I - QUEM É O ESPÍRITO SANTO

O nome Espírito Santo vem do hebraico “ruahkadosh” e do grego “pneumahagios”. Ele é Deus, igual com o Pai e o Filho, e juntos os três formam uma só divindade, pois eles são “allos da palavra grega que denota “ser de mesma espécie”; diferente de  “heteros” que denota “ser de espécie diferente”. O Espírito é do Pai (1Co 2.12; 3.16) e do Filho (At 16.7; Gl 4.6). Desta forma, o Ele não é uma força ou um raio cósmico, mas uma pessoa como o Pai e o Filho o são (Mt 28.19; 2Co 13.13). “Quando se fala a respeito do Espírito Santo como terceira Pessoa da Trindade, isso não significa terceiro numa hierarquia [...]. As três Pessoas são iguais e não há entre elas primeiro e último”.

II - A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO

Uma pessoa é um ser consciente, com arbítrio próprio e, por isso, partindo do princípio que apresenta plena capacidade mental, é responsável pelos seus atos. Alguns sinônimos da palavra pessoa são:personagem, personalidade, indivíduo ou ser. Embora que algumas seitas heréticas tentem negar a personalidade do Espírito Santo, afirmando que Ele é apenas uma energia, ou uma força ativa de Deus,as Escrituras Sagradas desmentem essa falsa teoria. A Bíblia ensina que o Espírito Santo é uma pessoa,pois possui características pessoais:sentimento (emoção),intelecto (inteligência) e vontade (arbítrio).

Ele fala (2Sm 23.2; Ap 2.7, 11, 17);
Ele intercede (Rm 8.26);
Ele testifica (Jo 15.26; Rm 8.16);
Ele tem vontade (Jo 3.8; 1Co 12.11);
Ele tem emoções (Is 63.10; Ef 4.30);
Ele ama (Rm 15.30);
Ele lembra (Jo 14.26);
Pode-se blasfemar contra Ele (Mt 12.31,32);
Ele ensina (Ne 9.20;Jo 14.26;1Co 2.13);
Ele convence (Ne 9.30; Jo 16.7,8);
Ele realiza milagres (At 8.39);
Ele se revela (At 10.19-21; Ef 1.17);
Ele lidera (Jo 16.13,14);
Ele pode ser ultrajado (Hb 10.29);
Ele escolhe (At 13.2; 20.28);
Ele julga (At 15.28);
Ele advoga (At 5.32);
Ele clama (Gl 4.6);
Ele envia missionários (At 13.2-4);
Ele convida (Ap 22.17);
Ele tem inteligência (Is 11.2);
Ele consola (Jo 14.16, 15.26);
Ele é bom (Sl 143.10);
Ele guia (Jo 16.13; At 8.29; Rm 8.14);
Ele pode ser resistido (At 7.51);
Ele impede (At 16.6,7);
Pode-se mentir a Ele (At 5.3,4);

III - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

A asseidade do Espírito Santo “designa o atributo divino segundo o qual Ele existe por si próprio”. Assim como o Pai eo Filho, o Espírito Santo é auto-existente. Ou seja: não depende de nada fora de si para existir. Ele sempre existiu; é um ser incausado; “[...] pelo Espírito eterno”(Hb 9.14). Em toda a Bíblia, podemos ver claramente que o Espírito Santo é Deus; pois,além de possuir atributos divinos, Ele faz coisas que somente Deus pode fazer. Vejamos alguns atributos incomunicáveis:

Ele é o Espírito de Deus (1Co 6.11; 2Co 3.3);
Ele é criador (Gn 1.2);
Ele é o  Espírito de Cristo (At 16.7; Rm 8.9).
Ele foi o autor da concepção virginal de Jesus (Lc 1.35);
Ele é Eterno (Hb 9.14);
Ele é Deus (At 5:3,4);
Ele é Onipotente (Lc 1.35; 1Co 12.11);
Ele é visto junto com o Pai e o Filho (Mt 28.19; 2Co 13.13);
Ele é Onipresente (Sl 139.7-10);
Ele é doador de vida (Jó 33.4; Sl 104.30);
Ele é Onisciente (Is 40.13; 1Co 2.10-12);
Ele inspirou a Bíblia (1Pe 1.11; 2Pe 1.21; 2Tm 3.16).


IV – A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO

O Espírito Santo está presente em toda a Bíblia. Na criação, no planejamento e na construção do universo (Gn 1.2; Sl 104.30), e na formação do homem (Jó 33.4). A Bíblia descreve a atuação do Espírito Santo no AT.

·         Na Criação: O Espírito deu à criação:

Vida (Sl 104.30; Jó 33.4);
Ordem (Is 40.12; Jó 26.13);
Beleza ( Sl 33.6; Jó 26.13);
Preservação (Sl 104.30).

·         No Homem:Habitação Seletiva:

O Espírito estava em certas pessoas na época do AT (Gn 41.38; Nm 27.18; Dn 4.8; 5.11-14; 6.3);
O Espírito vinha sobre várias pessoas   (Jz 3.10; 6.34; 11.29; 13.25; 1Sm 10.9,10; 16.13) c) O Espírito enchia alguns (Ex 31.3; 35.31). Assim, seu relacionamento pessoal com os homens no AT era limitado, pois nem todos experimentavam Sua ação e esta não era necessariamente permanente em todos os casos (Sl 51.11);

Capacitação para serviço (especialmente na construção do Tabernáculo, Ex 31.3, mas também em outras circunstâncias, Jz 14.6);

Restrição geral ao pecado (Gn 6.3).

V - A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DE JESUS

Com exceção da Segunda e Terceira Epístola de João, todos os livros do NT contém referências à pessoa e obra do Espírito Santo, onde podemos ler sobre a ação Dele na vida de Cristo, dos pecadores e, principalmente dos servos de Deus.Vejamos alguns exemplos. Notemos:

a)      no seu nascimento (Mt 1.20; Lc 1.35),
b)      no seu batismo (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo1.32,33),
c)      no seu ministério (Mc 1.12; Lc 4.18,19; At 10.38),
d)     na sua morte (Hb 9.14), e,
e)      na sua ressurreição (Rm 1:4; 8:11).

Em suma, podemos afirmar que Jesus foi concebido pelo Espírito (Lc 1.35); guiado pelo Espírito (Lc 4.1); ungido pelo Espírito (Lc 4.18; At 10:38); revestido com poder pelo Espírito (Mt 12.27, 28); ofereceu a Si mesmo pelos nossos pecados, pelo Espírito (Hb 9:14); foi ressuscitado pelo Espírito (Rm 8.11); e deu mandamentos por intermédio do Espírito (At 1.2).

VI - A OBRA DO ESPÍRITO NA SALVAÇÃO
·         Convencimento: (Jo 16.8-11)
Convencer (Jo 16.8) significa esclarecer a verdade do evangelho perante a pessoa não salva, de modo que seja reconhecida como verdade, quer a pessoa receba ou não a cristo como seu Salvador.
Do pecado. O estado pecaminoso do homem se deve à sua incredulidade.
Da Justiça. O homem é convencido da justiça de Cristo porque Ele ressurgiu e ascendeu à direita do Pai.
Do juízo. O Espírito convence sobre o juízo vindouro porque satanás (o maior inimigo) já foi julgado.
·         Regeneração: (Tt 3.5)
Definição:
O ato divino de geração espiritual, pelo qual Ele comunica vida eterna e nova natureza.

É a obra de Deus, particularmente do Espírito  (Jo 3.3-7; Tt 3.5). A fé é o requisito humano em presença do qual o Espírito regenera, e a Palavra de Deus fornece o conteúdo cognitivo da fé.

É um ato instantâneo, não um processo (embora seus antecedentes e consequências possam ser processos). É não-experimental (não se deriva ou baseia em experiência, embora seja seguida das experiências comuns à vida cristã). Os resultados são:
Uma nova natureza (2Co 5.17);
Uma nova vida (1Jo 2.29).

VI – ALGUNS NOMES DO ESPÍRITO SANTO

Em Lucas 11.20, o Espírito Santo é chamado de “O dedo de Deus”; em Apocalipse 19.10, de “Espírito de Profecia”; e,em Isaías 11.2, Ele é descrito com diversos títulos que representam a Sua plenitude.
A Bíblia descreve diversos Nomes e Títulos atribuídos ao Espírito Santo, os quais revelam, além de sua personalidade e divindade, Seus atributos, natureza, bem como as Sua sobras. Vejamos alguns:

· Espírito Santo.

Assim como Deus é santo (1Pe 1.16) e Jesus é santo (At 2.27), o Espírito também o é (Sl 51.11; Is63.10,11; Mt 1.18,20; 3.11; Lc 1.35; Jo 14.26; 1Ts 4.7-8).É chamado de Espírito Santo porque sua obra principal é a santificação (Jo 3.5-8, 16.8; Rm 15.16; 1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pe 1.1,2).

· Espírito de Deus.

Este nome aparece em diversos textos, tanto no AT quanto no NT (Gn 1.2; Êx 35.31; Jó 33.4; Mt 3.16;12.28; Rm 15.19; I Co 2.11).É natural que o Espírito Santo seja chamado Espírito de Deus, visto que ele é enviado por Deus (Jo 15.26). A Bíblia também o chama de Espírito de Deus, porque Deus age através dEle (Jo 6.44; Rm 8.14).

· Espírito de Cristo.

O Espírito Santo é chamado o Espírito de Cristo (Rm 8.9; 1Pd 1.11). Jesus disse que a vinda do Espírito Santo para habitar nos corações dos crentes seria a vinda do próprio Cristo (Jo 14.16-20). Podemos afirmar que o Espírito é chamado de “Espírito de Cristo” porque é enviado em nome de Cristo e por Ele (Jo 14.26; 16.7).

· Espírito da Promessa.

O Espírito Santo é assim chamado (Ef 1.13) porque sua manifestação e poder são prometidos no AT (Jo 2.28,29). A prerrogativa mais elevada de Cristo, ou do Messias, era a de conceder o Espírito; e esta prerrogativa Jesus a reivindicou quando disse: "Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai"(Lc 24.49).

· Espírito da Verdade.

A Bíblia diz que Deus é a verdade (Jr 10.10); Jesus é a verdade (Jo 14.6) e o Espírito Santo também é a verdade (1Jo 5.6). Ele veio para nos guiar em toda a verdade (Jo 16.13,14).




· Espírito de Adoção.

Quando a pessoa é salva, não somente lhe é dado o nome de filho de Deus (Jo 1.12), e adotada na família divina (Ef 2.19), mas também recebe dentro de sua alma o conhecimento de que participa da natureza divina (Rm 8.15). Assim como Cristo é nossa testemunha no céu; aqui na terra, o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.16).


CONCLUSÃO

Sendo o Espírito Santo “Deus”, seria impossível defini-lo ou descrevê-lo em Sua plenitude. Por isso, procuramos apenas descrever alguns atributos, bem como algumas de suas atividades que foram registradas nas Sagradas Escrituras, tanto no AT como no NT, sem esquecer-nos, no entanto, de que a atuação deste supremo Ser, não se limita às experiências que foram registradas nas páginas das Sagradas Escrituras; pois, Ele continua agindo, de maneira atuante e marcante, na vida dos pecadores, e, principalmente, dos servos de Deus, espalhados por todo o mundo.

Elaboração por Pb. Mickel de S. Porto

REFERÊNCIAS

·         STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
·         SILVA, Severino Pedro da A existência e a Pessoa do Espírito Santo CPAD.
·         PEARLMAN, Myer Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Vida.
·         HORTON, Stanley O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo. CPAD.
·         BÉRGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
·         IEAD em Pernambuco Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
·         http://www.portalebd.org.br/