19 de outubro de 2018

O Crescimento do Reino de Deus


O Crescimento do Reino de Deus
TEXTO ÁUREO
"[...] Porque eis que o Reino de Deus está entre vós." (Lc 17.21)

VERDADE PRÁTICA
Reino de Deus cresce e continuará crescendo até a consumação dos séculos.

LEITURA BÍBLICA = Marcos 4.30-32; Mateus 13.31-33; Lucas 13.18,19

HINOS SUGERIDOS: 42, 242, 259 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL

Evidenciar que o propósito de muitas parábolas é revelar o Reino de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I- Interpretar as parábolas acerca do Reino de Deus;
II- Demonstrar a singeleza do início do crescimento do Reino de Deus;
III - Narrar o perfil dos participantes do Reino de Deus.

INTRODUÇÃO

Tendo como base a Parábola do Grão de Mostarda, mostraremos neste domingo a franca expansão do Reino de Deus sobre a terra através da Igreja. A fim de melhor compreendermos as lições reveladas pelo Mestre, dividiremos o nosso estudo em três pontos principais: a semente, a hortaliça e as aves do céu. Roguemos ao Senhor, pois, que nos ajude a colocar em prática cada uma das lições encontradas nessa parábola.

I. A SEMENTE DE MOSTARDA

1. O grão de mostarda (v.31). A palavra mostarda é de origem egípcia (sinapis) e aparece por cinco vezes nos três primeiros Evangelhos (Mt 13.31; 17.20; Mc 4.31; Lc 13.19; 17.6). Nos dias de Jesus, a mostarda negra (sinapis nigra) era a mais conhecida. Suas sementes, depois de trituradas, serviam de tempero para os alimentos. A mostarda era uma planta que, em terra fértil, crescia rapidamente até três ou quatro metros. Em seus ramos, aninhavam-se as aves do céu.

2. A lição dos contrastes. Ao propor esta parábola, Jesus usa um artifício literário a fim de ressaltar o contraste apresentado por esta hortaliça. O grão de mostarda é a menor das sementes; ao crescer, é a maior das hortaliças (v.32). Considerando tal fato, Jesus queria que seus discípulos entendessem que mesmo uma semente tão pequena é capaz de produzir um grande resultado.

A operação divina é o elemento que promove o crescimento do Reino de Deus. À semelhança do grão de mostarda, o Reino de Deus surge do nada para demonstrar a plenitude do poder divino. Isto equivale dizer que a Igreja, como grão de mostarda, surpreendeu o mundo com a sua mensagem e com o seu poder irresistível no Espírito Santo.

No começo, seu desenvolvimento foi vagaroso por causa das dificuldades a serem vencidas, tanto em relação aos inimigos do reino, quanto à negligência dos lavradores. Mas, como nos diz a Palavra, o grão de mostarda “é realmente a menor de todas as se- mentes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore” (Mt 13.32).

3. O poder misterioso da fé. Em outro evento, Jesus usou a figura do “grão de mostarda” para ilustrar o poder misterioso e qualitativo da fé. Ler Mt 17.20.

A dificuldade dos discípulos em curar um menino (Mt 17.14-19) deu a Jesus a oportunidade não só de expulsar o demônio que oprimia a criança, como também de mostrar-lhes que a fé é produtiva quando procede de Cristo. Esta é posta em ação, como confiança absoluta em Deus, segundo a sua Palavra. Voltando ao “grão de mostarda”, vejamos as suas características.

4. O campo de semeadura (v.3 1). O “campo” desta parábola pode ser interpretado como o mundo, onde foi semeado o evangelho. No dia de Pentecostes, o grupo de quase cento e vinte pessoas (At 1.15,16), mediante a ação do Espírito Santo, imediatamente cresceu e multiplicou-se para quase três mil almas (At 2.14,37-41).

5. A lição do crescimento. Jesus não estava apenas empenhado em crescimento numérico de discípulos, mas também em mostrar outro elemento fundamental para se avaliar o desenvolvimento do Reino de Deus: o qualitativo. Em Mateus 28.19,20, há uma relação do discipulado com o crescimento da Igreja. No cumprimento da Grande Comissão, os discípulos, já revestidos do poder do alto, mostraram haver aprendido as lições da parábola do grão de mostarda.

II. A GRANDE ARVORE (MT 13.32)

1. A forma de crescimento. O crescimento de uma árvore é lento e progressivo; o de uma hortaliça, como a mostarda, é rápido e passageiro, porque esta vive apenas o suficiente para produzir flores e sementes. Quando Jesus assemelhou o Reino de Deus a um grão de mostarda, sugeriu que, assim como a semente desta hortaliça desenvolve- se com muito vigor e misteriosamente, o Reino de Deus, através da Igreja, expandir-se-ia e surpreenderia o mundo apesar de seu início pequeno e humilde. Todavia, precisamos levarem conta um contraste sugerido pela comparação: o crescimento da hortaliça é temporário e limitado; o do Reino de Deus é ilimitado.

2. As ameaças ao crescimento. Nas parábolas anteriores, aparece o campo de plantio com os seus problemas típicos: recepção, absorção e crescimento da semente lançada. Cada problema devia ser encarado com diligência pelo agricultor, pois, conforme diz a Bíblia, “o que planta e que rega são um; mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho” (1 Co 3.8). Em sentido geral, a Igreja é o grão de mostarda semeado que se desenvolveu e tornou-se uma grande árvore. Nesta parábola, o campo é um sistema de ação demoníaca comandado pelo Diabo, pois “sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno”(l Jo 5.19).

Como Igreja, deparamo-nos com muitos oponentes neste mundo, como a carne, o mundo, o Diabo e o pecado, os quais incumbem- se de criar todas as dificuldades possíveis ao desenvolvimento do Reino de Deus. Ver 1 Jo 2.16,17.
Não podemos esquecer-nos de que, no campo de boas sementes, vem o inimigo e semeia o joio.

3. O significado de “grande árvore”(v.32). Todos sabemos que a mostarda é uma hortaliça que pode crescer até uma altura de três a quatro metros, dependendo de condições ideais do meio ambiente, como é o caso do vale do Jordão. Em síntese, uma árvore chama a atenção porque se torna visível aos olhos humanos. Cada salvo, em Cristo, faz parte da igreja invisível. Porém, é a igreja visível que é observada.

III. AS AVES DO CÉU (MT 13. 32)

O texto sagrado diz: “Mas crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu e se aninham nos seus ramos” (v.32).

À luz do contexto das sete parábolas de Mateus 13 sobre a esfera atual do Reino dos Céus, bem como a analogia geral das Escrituras, as “aves do céu” simbolizam Satanás e seus demônios contra a Igreja. Herbert Lockyer, respeitado erudito bíblico, em seu livro sobre Parábolas, declarou: “as aves do céu não representam homens e nações, e sim o mal, isto é, Satanás, o príncipe da potestade do ar”. A lição básica que o Mestre desejava ensinar era sobre o “crescimento da igreja no mundo”.

CONCLUSÃO

A Igreja, muito embora tenha tido um início humilde e até mesmo insignificante em relação as grandes religiões não-cristãs existentes no mundo, cresceu e frutificou abrigando milhões de seres humanos em sua sombra e copa.

Por =  Evangelista Isaías Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 2005

O CRESCIMENTO DOREINO DE DEUS

AS PARÁBOLAS DO GRÃO DE MOSTARDA E DO FERMENTO

TEXTO AUREO = “E tocou o s6timo anjo a sua trombeta, e houve no cu grandes vozes, que diziam: Os remos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15).

VERDADE PRÁTICA = O reino de Deus começou pequeno aos olhos dos homens. Mas, um dia, será tão grande, que encherá a Terra e será o único a abrigar os habitantes do planeta.

LEITURA EM CLASSE = LUCAS 13.18-21

INTRODUÇÃO

Em um dia de sábado, como era de costume, Jesus ensinava “numa sinagoga” (Lc 13.10). Após libertar uma mulher, oprimida por um espírito de enfermidade, seus adversários ficaram envergonhados e o povo regozijou-se. Àqueles ouvintes, o Senhor proferiu duas brevíssimas parábolas: A do grão de mostarda e a do fermento, e ilustrou com elas um fenômeno grandioso: o crescimento do reino de Deus. O texto em análise encontra-se também em Mateus 13.31-33 e Marcos 4.30-32, com algumas variações de estilo e anotações dos evangelistas.

1. O REINO DE DEUS
A expressão “reino de Deus” refere-se ao domínio de Deus, o Criador, sobre a criação e, mui especialmente, sobre os que aceitam sua soberania. Ela faz alusão ao presente e ao futuro (Mt 12.28; 21.43). Existe também a “reino dos céus”, que se encontra em Mateus 5.3 e 5.19.

II. O REINO DE DEUS COMPARADO AO GRÃO DE MOSTARDA

1. O grão de mostarda. Trata-se, segundo o dicionarista Aurélio, “de semente da mostardeira, que é erva da família das crucíferas (sinapis alba), cujas folhas, comestíveis, têm sabor picante, e de cujas sementes se retira um pó amarelo, com que se preparam vários condimentos muito picantes...” Em seu Dicionário da Bíblia, Davis diz que “a mostarda comum na Palestina é a sinapisnigra, ou mostarda negra”.

A árvore chega à altura de um homem a cavalo (Davis). Na verdade, trata-se de uma hortaliça gigante, comparada às outras em uma horta. Com relação ao tamanho do grão, Marcos diz que “...é a mais pequena de todas as sementes que há na terra”(Mc4.3 1).

J. Jeremias (Parábolas de Jesus) diz que o grão de mostarda é do tamanho da cabeça de um alfinete, “a menor grandeza visível a olhos humanos”. Ao obtermos estas informações, entendemos o que Jesus quis dizer, ao comparar o reino de Deus com esta sementinha, a qual, tão pequena, tem a potencialidade de algo muito maior do que é aparente.

2. O crescimento exterior do reino de Deus. Ao comparar o reino de Deus ao grão de mostarda, Jesus quis, certamente, ressaltar o seu aspecto externo, visível. Ele falava a homens que não conheciam as ciências naturais.

Para eles, o crescimento de uma planta era algo misterioso. Marcos registrou esta observação, quando o Senhor disse que “O reino de Deus é assim como se um homem lançasse semente à terra, e dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como.”A Igreja Universal, que congrega os salvos em Cristo, não obstante as perseguições e barreiras que lhe são impostas, cresce, visivelmente, sem se saber como! Há lugares em que desenvolve mais; e em outros,menos, mas, no seu todo, está presente entre tribos, línguas, nações e povos (Ap 7.9)

a) O contraste misterioso. O ministério de Jesus teve um começo insignificante, aos olhos da razão humana. Um jovem desconhecido, nascido de jovem senhora pobre, iniciou sua pregação à beira do mar da Galiléia, e reuniu um pequeno número de homens humildes, com uma mensagem simples (Mt 4.17). A maioria não deu muito valor às suas palavras (Mc 6,4). Acontece que, com o passar do tempo, sem se saber como, o reino de Deus se desenvolveu! Com sua morte, decresceu. Mas, depois da Ressurreição e vinda do Espírito Santo, voltou a crescer e, hoje, “seus ramos” estendem-se por toda a Terra! Para esse crescimento, Deus se vale de contrastes marcantes (1 Co 1.27,28). E maravilhoso para nós, os crentes em Jesus, sabermos que fazemos parte deste reino divino. Diariamente, devemos orar: “Venha a nós o teu reino!”

b) O crescimento da árvore. Desde o Antigo Testamento, a figura da árvore era tomada como símbolo do reino de Deus. Em Ezequiel 17.22,23, temos este entendimento. O Senhor, pelo profeta, comparou seu reino ao cedro excelente, uma árvore de grande porte. Na parábola, Jesus o equivale ao que acontece com um grão de mostarda, de pequenino tamanho.

c) As aves dos céus se aninharam nos ramos da árvore (Lc 13.19). Quem são estas “aves”? Uns dizem que são os filhos do maligno, os quais se infiltram e se abrigam no meio da Igreja, e tomam por base a parábola do Semeador (Mt 13.3,19). Outros, como Champlin (Comentário doNT), aceitam a idéia de que são os gentios, os quais encontram abrigo no reino, no meio da Igreja. Nós aceitamos esta última concepção.

Quanto aos “ramos”, acreditamos tratar-se das diversas denominações que surgiram, a partir do “tronco” da árvore (Igreja Primitiva) e se espalharam pelo mundo. Nenhum ramo é igual a outro, mas todos devem ter a mesma seiva (princípios, doutrinas fundamentais, tradições e costumes que glorifiquem o Senhor da árvore). Há galhos que precisam ser podados e até cortados e lançados no fogo. Entendemos que Jesus, ao usar o verbo no passado (“se aninharam”), teve uma visão profética de como se configurará a árvore.

III. O REINO DE DEUS COMPARADO AO FERMENTO

Jesus comparou, ainda, o reino de Deus”... ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou” (Lc 13.21). Enquanto o crescimento externo pode ser representado pelo que ocorre com o grão de mostarda, o desenvolvimento interno do reino pode ser simbolizado pela ação invisível do fermento lançado sobre a massa.

1. O fermento. Boyer (Peq. Enc. Bíblica) diz que “O fermento dos hebreus constava de uma porção de massa velha em alto grau de fermentação, introduzida na massa fresca”. A fermentação é sinônimo de levedura.

2.0 sentido literal do fermento. Nas Escrituras, o sentido literal do fermento é símbolo do mal, da corrupção(Mt 16.6,7,11,12;Mc8.15; Lc 12.1; 1 Co 5.6-8).

3. O fermento da parábola. Ao contrário do sentido literal, na parábola, o fermento é apresentado, por Jesus, com um sentido benéfico, positivo, desejável. É símbolo da influência do reino de Deus ou da Igreja no mundo, e espalha-se, através da evangelização e do testemunho dos crentes fiéis, até que a mensagem do reino seja difundida por todo o mundo...a toda a criatura” (Mc 16.15). “Até que tudo levedou”. Esta expressão resume a missão da Igreja, tipificada como “uma mulher”que lança o fermento no meio da massa, cobre-a com um pano (a oração), deixa descansar (espera) e vê o resultado: milhares de almas salvas pelo poder do Evangelho de Jesus Cristo. A massa (as multidões) precisa do fermento sadio e poderoso da Igreja. Se ele não for lançado sobre os povos, estes perecerão sob o mofo do pecado, da corrupção espiritual e serão lançados fora, no Inferno.

4. Os meios para a fermentação. São muitos os meios deixados por Jesus, a fim de que, por intermédio deles, a Igreja difunda sua influência salvadora no mundo. Ele disse que estaria conosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt28.20). Ele estabeleceu a Grande Comissão, ao ordenar a pregação do Evangelho (Mc 16.15), e nos deixou a autoridade do seu nome, com sinais autenticadores do seu poder (Mc 16.17,18). Enviou-nos o Espírito Santo (Jo 14.16,17,26; At 2), e os dons espirituais estão à nossa disposição (1 Co 12.7-11). Nenhuma instituição, no mundo, dispõe de tantos meios e recursos poderosos para ser vitoriosa como a Igreja do Senhor. SÓ falta a união de todos, ou melhor, o fermento na massa e o resultado virá, pois o Senhor é fiel.

Por =  Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1994



10 de outubro de 2018

Para Ouvir e Anunciar a Palavra de Deus


Para Ouvir e Anunciar a Palavra de Deus

TEXTO ÁUREO = "Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro, sessenta, e outro, trinta." (Mt 13.23)

VERDADE PRÁTICA = É preciso falar de Cristo e orar para que os ouvintes recebam a Palavra, e tornem-se seguidores do Mestre.

LEITURA DIÁRIA
Seg. Mc 4.3,14: Os semeadores devem semear
Ter. Mt 4.4-8,15-20: Quatro tipos de terrenos
Qua. Mc 4.4,15: As aves do céu e sua representação
Qui. Mc 4.5,6,16,17: Os pedregais e o seu significado
Sex. Mc 4.7,18,19: Os espinhos e sua representação
Sab. Mc 4.8,20: A boa terra e o tipo de ouvinte

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE = Marcos 4.3-20

INTRODUÇÃO

A parábola do Semeador relata com exatidão a humanidade através dos tempos. É interessante mencionar que o próprio Jesus, após narrá-la, revelou o significado desta para seus discípulos. Nesta parábola, Ele se volta para a vida agrícola de Israel com o objetivo de ilustrar os tipos de corações que recebem a semente da Palavra de Deus, tornando-a um dos mais edificantes e esclarecedores ensinos a respeito deste assunto.

1. O SEMEADOR

No contexto da parábola em estudo, o semeador é o próprio Cristo. O texto diz: “O semeador saiu a semear” (v.3). Ler Mt 4.2 3; 9.35; Lc 8.1. Jesus foi, de modo incansável e exemplar, o primeiro semeador das Boas Novas. Depois de sua ascensão, o Espírito Santo foi enviado para lembrar aos discípulos as verdades espirituais ensinadas pelo Senhor, capacitá-los com poder do alto e impulsioná-los a, sem cessar, disseminá-las por todo o mundo (Jo 14.26). 

A missão evangelizadora dos discípulos de Cristo é evidenciada em dois textos dos Evangelhos (Mt 28.19,20 e Mc 16.20). O Espírito Santo é vital na semeadura da Palavra de Deus. Ele é quem inspira os semeadores a semear e a regar a semente depois de lançada no solo. A expressão “o vento assopra onde quer” (Jo 3.8) implica a ação do Espírito semeando a Palavra de Deus. Todo crente em Cristo deve ser um dedicado e fervoroso semeador da sua Palavra. Fomos salvos para servir ao Senhor, e isso abrange com prioridade semear de todas as maneiras a boa semente, que é a Palavra de Deus. Nisso, devemos servir ao Senhor com amor, renúncia e dedicação (Sl 126.6).

II. A SEMENTE

A semente de que Jesus falou na parábola “é a palavra de Deus” (Lc 8.11). Em Mateus 13.19, é chamada “a palavra do Reino”, isto é, a palavra poderosa que rege o Reino de Deus. Em Marcos 4.14, é denominada “a palavra”, no sentido de inspirada, autêntica, inerrante, infalível, imutável, indivisível, única, ímpar, soberana, como somente a Escritura Sagrada o é. Ela é viva, eficaz e penetrante (Hb 4.12). 

“É o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Uma vez em nós enxertada, ela gera, como instrumento de Deus, nova vida e assim pode nos salvar (Tg 1.18,2 1). Ela identifica-se com Deus, assim como um homem de bem é identificado por sua palavra honrada e confiável. O Senhor Jesus é chamado o Verbo; a Palavra (Jo 1.1,14; Ap 19.11-13; 1 Jo 1.1).

Aqueles que aceitam “a semente” (a Palavra, Cristo) recebem a vida eterna, porque Cristo é a própria vida (Jo 20.31; 11.25; 1 Jo 5.12).

III. O TERRENO PARA O PLANTIO DA SEMENTE (MT 13.4-8)

Jesus mencionou quatro tipos de terrenos nos quais a semente é semeada. Isso representa o coração das pessoas onde semeamos a Palavra de Deus. Jesus ensina nesta parábola que nem todos são igualmente receptivos à “boa semente”. Isso decorre da ação degenerante, deformadora e maligna do pecado no ser humano. Deus fez tudo bom no princípio (Gn 1.31; Ec 7.29). Hoje não i á ninguém bom; só Deus é bom (Mt 19.17).

1. O terreno “ao pé do caminho” (vv.4,19). Esse tipo de terreno é comparado a que classe de ouvintes? Segundo o próprio Jesus, são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e não a entendem, nem se esforçam para compreendê-la (v.19). Na realidade, são negligentes, não se preocupam com os assuntos espirituais, nem com o seu destino eterno. Recebem a mensagem da salvação pelos canais de comunicação do intelecto, todavia não permitem que esta desça ao coração; por isso, ela não germina. São muitas e maléficas as influências exteriores que se alojam no coração humano e prevalecem na vida das pessoas, deixando a semente exposta na superfície da terra. Isto permite que as nocivas “aves do céu” (Lc 8.5,12), venham e arrebatem a semente lançada no coração endurecido, obstinado e resistente ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

2. O terreno com pedregais (vv.5,6). Esse tipo de solo representa a pessoa que de início recebe bem a Palavra de Deus, porém não persevera na fé em Cristo. São cheios de entusiasmo puramente emocional. Todavia, os obstáculos e provações da vida os impedem de crescer e frutificar. Os tais até choram quando ouvem a Palavra, reconhecem suas necessidades, porém não conseguem desvencilhar-se das pedras de sua vida pessoal. A semente é aceita, contudo não cria raízes pelo fato de o crente não ter firmeza, nem perseverança. As pedras podem representar tropeços morais, vícios, pecados sedutores e maus hábitos.

Algo muito deplorável neste tipo de terreno é que além dele ser raso, tem pedra por baixo. Há crentes que na superfície demonstram ser uma coisa, no entanto, interiormente são outra. “Aborreço a duplicidade”, diz a Escritura (Si 119.113; Tg 1.8; 4.8). 

O crente “terreno raso” nos ensina que muitos aceitam a verdade, entretanto não permanecem firmes, nem se aprofundam na fé, na comunhão com Deus. Notemos no versículo seis que a planta “queimou-se e secou-se” não somente devido ao calor do sol, mas também “porque não tinha raiz”.

3. O terreno cheio de espinhos (v.7). Diz o texto: “e outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na”.  A semente fora bem plantada, porém o terreno havia sido abandonado por seu dono, tal qual o terreno de Pv 24.30-32. As ervas daninhas e os espinhos multiplicaram-se e sufocaram a planta, tornando-a improdutiva. Esses “espinhos” são as preocupações causadas pelo mundo, as cobranças da sociedade ímpia, os prazeres ilusórios da vida e o engano do acúmulo de riquezas materiais (Mt 13.22; Mc 4.19; Lc 8.14).

Nessas riquezas há espinhos que traspassam seus donos “com muitas dores” (1 Tm 6.10). A possessão de riqueza sem temor de Deus tem provocado sofrimento e sufocado a vida espiritual de muitos crentes, os quais ficam sem tempo para a oração, o estudo da Bíblia e o serviço do Senhor em geral. Assim, o terreno “cheio de espinhos” mostra-nos que muitos crentes permanecem na fé, contudo não são consagrados ao Senhor.

4. O terreno da boa terra (v. 8). A «boa terra” acolhe bem a semente porque é macia, funda, limpa, úmida e apropriada. Nela, a semente, como diz o profeta, “tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto para cima” (Is 37.3 1). As pessoas simbolizadas por este tipo de terreno ouvem e entendem a Palavra. Esta não volta vazia; sempre prospera (Is 55.11). Em 2 Tm 3.15- 17 e no Salmo 119, encontramos inúmeras bênçãos para aqueles que buscam e amam a Palavra de Deus. Nesta mesma parábola em Lucas 8.15, Jesus aludiu a este coração como “honesto e bom”. Este último terreno ainda nos mostra que mesmo entre os crentes dedicados há diferente frutificação espiritual (vv. 8,23). Um grão produziu cem, outro, sessenta, e outro, trinta. Que poder maravilhoso há na Palavra do Deus vivo, quando ela encontra um terreno propício!

CONCLUSÃO

Na parábola do Semeador, o Senhor Jesus nos ensina uma grande e permanente lição: É nosso dever prioritário, como seus servos, semear a Palavra de Deus utilizando todos os meios, “a tempo e fora de tempo”, como está dito em 2 Tm 4.2. Somente assim teremos um ministério abençoado, pois Deus dá semente a quem se- meia (2 Co 9.10). Vemos ainda na parábola que apesar dos terrenos
Por =  Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS                                  Lições bíblicas CPAD 2005

A PARÁBOLA DO SEMEADOR

TEXTO ÁUREO = “Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão” (Ec. 11.6)

VERDADE PRÁTICA = A eficácia da Palavra de Deus nas pessoas depende muito do modo pelo qual ela é recebida.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO – Mt 13.1-9

INTRODUÇÃO

As parábolas são parte da abundante linguagem figurada da escritura. O termo parábola significa comparação. Isto é ao lado da outra para fins de comparação. Jesus muito ensinou mediante parábolas, do início ao fim do seu ministério. Não se sabe quantas ele proferiu. Os Evangelhos registram um bom número delas.

O número varia entre os eruditos, porque muitos contam como parábolas declarações figurativas, símiles e metáforas ampliadas. O salmo 78.2 predisse este tipo de ensino por Jesus e o Novo Testamento registra o cumprimento da predição, em Mt 13.35.

Das muitas parábolas dos Evangelhos estudaremos 12 delas, em ordem cronológica. A parábola do Semeador, como a do Trigo e a do Joio, foi interpretada pelo próprio Senhor Jesus, mostrando assim como devem ser interpretadas as parábolas. A parábola do Semeador relata com exatidão a humanidade através dos tempos.

I.                   O SEMEADOR DA BOA SEMENTE

1. O semeador da parábola (v.3). Representa o Filho de Deus, mas por extensão, também todos aqueles que semeiam a sua Palavra.  Ao interpretar esta parábola, Jesus explicou este ponto (Mt 13.37).

“Saiu a semear”, em Marcos 4.14, Jesus ao interpretar a parábola, explicou: “o que semeia, semeia a palavra”. Assim faz hoje o bom semeador. Ele não somente lê, estuda, conhece, examina, crê, defende e discute a Palavra; ele a semeia. Não perde tempo discutindo religião, direitos humanos, suas próprias idéias e opiniões ele semeia a Palavra por todos os meios seu alcance, sabendo que 

“Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará sem dúvida com alegria, trazendo consigo os seus molhos” (Sl 126.6). (SP-1)

2. O zelo do semeador. O semeador da Palavra deve ser diligente e constante no seu trabalho.  Diz-nos que Jesus proferiu esta parábola “naquele dia”; isto é, no mesmo dia atarefado do cap. 12 de Mateus. Certamente esta parábola foi proferida já à tarde. Tudo isso nos ensina a semear diligentemente enquanto é dia; enquanto temos tempo.

II.                A BOA SEMENTE

“Uma parte da semente”. Em Lucas 8.11, quando Jesus expunha a mesma parábola, mostrou que a semente representa a Palavra de Deus. A semente natural já é um milagre. Ali dentro está uma partícula de vida, e tudo mais que a futura planta ou árvore vai produzir: caule, galhos, folhas, flores, frutos. Tudo está ali em miniatura. A semente sendo de boa qualidade, plantada na época adequada, havendo condições climáticas ideais, e num bom terreno, por certo dará o seu abundante fruto. Conforme temos em Gn 1.11, 12, o fruto é produzido de acordo com o tipo de semente. Se tu semeares tuas próprias idéias, a tua própria imagem, estarás semeando palha, que não tem peso, nem vida, e então cumprir- se-á Gl 6.7,8; Jó 4.8. (SP-2)

III.             OS DIFERENTES TERRENOS

Há apenas uma classe de semeadores e um tipo de semente, mas os terrenos são de variados tipos. Esses terrenos falam dos vários modos como o Evangelho é recebido nos corações. O número é muito expressivo porque 4 é o número simbólico da terra.

De onde Jesus estava no barco, de costa para ornar, e de frente para a multidão em terra, é bem possível que ele estivesse vendo à distância o semeador semeando a sua semente. Jesus era sobremaneira prático e objetivo nos seus ensinos.

1. O terreno duro (vv 4,5).”Uma parte da semente caiu pé cio caminho”.  Caminhos do campo, cujo leito foi calcado durante séculos por homens e animais. Duro como a pedra. Nele o arado não trabalhou, nem a chuva o amoleceu.  A semente não pôde penetrar nele por causa da sua dureza. São os que fecham o coração por causa da Palavra de Deus e o pecado se encarrega do seu endurecimento (Hb 3.13).

a. A semente foi pisada (Lc 8.5).Além do terreno ser duro, a semente ainda foi pisada.

O endurecimento também vem pela não compreensão da Palavra (Mt 13.19).
Por sua vez, o pecador não a compreende porque não abre o seu coração à verdade.
O próprio crente pode endurecer como o terreno à beira do caminho, a menos que esteja sempre aberto à Palavra de Deus e disposto a obedecer ao Senhor. O crente do tipo “terreno de beira de caminho”, é irreverente com as coisas santas do Senhor, inclusive a mensagem da sua Palavra, a ponto de se tomar indiferente, e sem qualquer sinal de vida, a não ser quando enfrenta aperto, mas a seguir volta aos seus caminhos tortuosos.

b. As aves comeram a semente (Mt 13.4). Jesus ao interpretar a parábola disse que essas “aves”, são o maligno arrebatando a Palavra semeada, mas não aceita. Ver Mt 13.19; Mc 4.15; Le 8.12; Ef 2.2.
Se a Palavra não encontra acolhida em nosso coração, os emissários de Satanás encontrarão um jeito de retirá-la. Devemos, pois guardá-la em nosso coração para amá-la, e, em nossa mente, para compreendê-la (Hb 10.16; Sl 119.1 1). Este primeiro terreno mostra que muitos não aceitam a Palavra. (SP-3)

2. O terreno raso (vv. 5,6).

a. “Não havia terra bastante” (v. 5). A plantinha não tinha como aprofundar as raízes. São aqueles que crêem apenas com os sentidos, superficialmente, seguem a Cristo enquanto estão comovidos, e quando cessa a emoção, acaba tudo.  A operação não desce às profundezas da alma e do espírito. A Palavra de Deus precisa ir além da fronteira da mente e das emoções e alcançar as profundezas dó homem interior. É aí que ela atinge a nossa vontade e transforma a nossa vida e nossa natureza, não somente no momento da nossa conversão, mas continuamente, como está escrito em  II Co 3.18 e Ef 4.13.

b. Os pedregais “caiu em pedregais” (v.5). O pior é que o terreno raso aqui descrito tenha rocha por baixo, oculta. Há crentes que superficialmente mostram uma coisa, mas interiormente é outra. As pedras escondidas eram muitas (pedregais), mas a terra boa, visível, era pouca.

c. Veio o sol (v.6). Não tendo a planta raiz profunda para resistir à estiagem, secou-se quando o sol brilhou forte. Jesus referia-se aqui às provações, perseguições, tribulações da vida, que todo crente experimenta (Mt 13.21; Me 4.17; Le 8.13).

O “terreno raso” nos ensina que muitos aceitam a verdade, mas não permanecem firmes, não se aprofundam na fé, no batismo com o Espírito Santo, nos dons espirituais, na vida cristã profunda e madura.  Notemos que a planta “queimou-se e secou-se” (v.6) não primeiramente ao calor do sol, mas por não ter raiz. Qual a profundidade da fé da experiência e da doutrina, dos nossos alunos e professores da Escola Dominical?

3. O terreno ocupado (v.7). “Caiu entre espinhos”. Este terreno estava ocupado com espinhos. A semente foi bem plantada, mas o terreno não foi bem cuidado, e as ervas daninhas e espinhos por fim sufocaram a planta, deixando-a improdutiva. Esses espinhos são as preocupações deste mundo, o engano das riquezas e os prazeres da vida (Mt 13.22; Mc 4.19; Le 8.14).

Aqui temos os crentes mistos, com o coração dividido entre Deus e as coisas deste mundo. Persistem em querer agradar a Deus e ao mundo. Estão tão ocupados que não têm tempo para buscar as coisas lá de cima. A sua vida espiritual fica sufocada pelas coisas materiais. A sedução das riquezas (v.22) constitui um grande empecilho. Este é um dos espinhos asfixiadores. Jesus não falou em posse de riquezas, mas em sedução das riquezas. A frase “sedução das riquezas’‘fala de alguém que depende delas para a sua felicidade. Daí, tal pessoa dedicar-se tanto a aquisição de riqueza que deixa de cuidar da sua alma (I Tm 6.7-11,17; Pv 24.30-34).
O terreno número três nos mostra que muitos permanecem na fé, mas não são consagrados ao Senhor.

4. O terreno bom (v.8). “Boa terra” Isto é, terra limpa, desimpedida, macia, molhada, fértil. Este terreno produziu fruto com abundância. Em Lc 8.15 Jesus descreveu este coração como “bom e reto’’, isto diante de Deus e dos homens, porque ouvem e compreendem a Palavra de Deus. Que poder maravilhoso há na Palavra quando ela encontra o terreno propício!

O terreno número 4 mostra-nos que mesmo entre os crentes dedicados há diferente frutificação. Um grão produziu cem, outro produziu sessenta, e outro trinta grãos.
É o retrato da vida cristã abundante. Deus fez prosperar o campo de Isaque por sua fidelidade ao Senhor (Gn 26.12-14,25). Abraão de igual modo foi abençoado (Gn 13.3-6) o patriarca Jó (Jó 42.12).

Esta parábola ensina-nos ainda outras verdades gerais, como:

- A semente da palavra não é toda aproveitada.
- Apenas uma parte em quatro pôde frutificar.
- O mundo não será todo convertido.
-Apenas uni terreno em quatro frutificou a contento.                                                                         
- O reino de Deus sempre prospera através da Palavra - a semente.

Por =  Evangelista Isaias Silva de Jesus

Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS

Lições bíblicas CPAD 1990