20 de fevereiro de 2019

Nossa Luta não é contra Carne e Sangue


INTRODUÇÃO
O tema da presente lição trata dos poderes ocultos das trevas e de como se proteger deles pela força do poder de Deus. Embora o apóstolo Paulo não apresente a origem nem a biografia do príncipe das trevas, ele nos ensina a importância de conhecer as astutas ciladas do nosso Inimigo. 0 Diabo já perdeu a peleja, mas continua fazendo estrago nesse período entre o início e o final da jornada da Igreja.
I - Breve análise de Efésios 6.10 Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.

A preparação do soldado cristão consiste em admitir que por sua própria força, ele não é capaz de vencer a batalha e admitir como Paulo: Porque quando estou fraco, então é que sou forte II Co 12.10.

A expressão quanto ao mais significa finalmente ou quanto ao restante. É como se ele estivesse falando assim: “eu já falei isso e isso, agora só falta falar mais uma coisa”. Paulo nos dá uma ordem: sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. A expressão sede fortalecidos está no presente passivo no texto original. O tempo presente indica que algo está sendo feito agora. A voz passiva indica que algo está sendo feito em alguém. Isso significa que o ato de ser fortalecido é algo que está acontecendo agora e que alguém está fazendo isso em nós. Com base no texto podemos descobrir que é Deus quem nos fortalece e a origem desse poder está nele. É Deus quem nos fortalece nele e em seu poder. A voz passiva sugere que nós mesmos não podemos fazer isso.

Este poder que vem de Deus é o mesmo que foi mencionado em Ef 1.19 e Ef 3.16. Em Ef 1.19, Paulo diz que Deus ressuscitou Cristo por meio do seu poder, e em Ef 3.16 lemos que este poder nos é dado por meio do Espírito Santo para que Cristo habite em nós.
Ef 6.11: Revesti-vos de toda armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo.
Paulo fala sobre nos revestirmos em Rm 13.12-14; 2Co 6.7; 1Ts 5.8. Em Is 59.17 Deus é descrito vestindo uma armadura. O texto de Ef 6.11 deixa bem claro esta armadura pertence a Deus e não a nós – armadura de Deus. A palavra armadura no texto grego é panoplía e se refere à armadura de um soldado fortemente armado da cabeça aos pés. Esta armadura serve para que haja defesa contra as ciladas do diabo. Paulo introduz o nosso inimigo, e nos diz que seu nome é Diabo. A palavra diabo significa “acusador”.
Como já foi dito, essa armadura serve par nos defender das ciladas do nosso acusador. A palavra “ciladas” no texto grego significa tramas, truques. Estas ciladas são os truques de Satanás para enganar os cristãos (2Co 11.14). As ciladas são também as tentações à incredulidade, ao pecado e à conformidade com o mundo. Paulo teve experiências com essas ciladas e nos adverte: “não ignoreis os seus ardis” (confira: 1Co  7.5; 2Co 11.3,14; 1Ts 2.18).

Ef 6.12: Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

Paulo deixa claro que não lutamos contra forças humanas, porque ele diz que a nossa luta não é contra o sangue e a carne. Nossos inimigos são invisíveis aos nossos olhos. São eles: principados, potestades, dominadores do mundo e forças espirituais. Alguns intendem que os principados, potestades e os dominadores são uma e a mesma coisa: as forças espirituais do mal, os seres espirituais que o diabo governa. Outros interpretam como sendo classes hierárquicas do exército de Satanás.

Paulo menciona esses seres espirituais em Ef 1.21; 2.2; 3.10; Rm 8.38,39; Cl 1.13. o texto de Ef 1.21 nos chama a atenção. O texto diz que Cristo está acima de todo “principado, e potestade, e poder, e domínio”. Quando lemos o texto de Ef 6.12 à luz de Ef 1.21 aprendemos que Satanás está debaixo da autoridade de Cristo. Muitas vezes ouvimos tanto que Satanás “tem poder” que parece que ele é um poder independente, poderoso igual a Deus, mas que anda na direção contrária. Isso é um erro muito grave. Satanás não é deus, ele não é igual a Deus e ele só vai até onde Deus lhe permitir. Ele está debaixo do domínio de Cristo. O livro de Jó nos prova isso quando Satanás tocou na vida de Jó e só pôde ir tocar onde Deus lhe permitiu. Devemos entender que quando a Bíblia diz que Satanás tem poder, isso se refere ao fato de que ele é mais forte do que nós seres humanos, e não que ele é poderoso em si.

O equipamento: Ef 6.13-17.
Tendo introduzido o nosso inimigo, agora Paulo introduz a armadura de Deus. Lembre-se que esta armadura não pertence a nós, mas a Deus. Outra coisa que precisamos lembrar é o fato de que o apóstolo Paulo estava preso junto a um soldado romano da guarda pretoriana. A armadura do soldado romano serviu de instrumento para Paulo montar sua metáfora da armadura de Deus.
Políbio (210 a.C. – 120 a.C.) escreveu diversos livros de história e por isso se tornou autoridade em táticas de guerra. Em um de seus livros, ele fez uma descrição completa da vestimenta que a infantaria romana usava. Paulo omite duas peças essenciais: as grevas, parte da armadura que cobria as pernas desde os joelhos aos pés, e as lanças. Entretanto, alguns estudiosos entendem que Paulo não estava se baseando totalmente na figura do soldado romano, mas que ele tinha em mente a figura do Antigo Testamento que descreve Deus como um guerreiro nos textos de Is 11.4,5; Is 59.14-17.

Não há nada de surpreendente na armadura. O que encontramos nela é o velho “feijão com arroz” que aprendemos na Escola Dominical: oração, leitura da Palavra, vida justa reta diante de Deus etc. O que Paulo nos apresenta aqui é apenas uma ilustração daquilo que caracteriza a vida cristã. Essas características são tudo aquilo que Cristo conquistou na cruz para nós.

Ef 6.13: Portanto, tomai a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mal e, depois de terdes vencido tudo, permaneceis inabaláveis.
Este versículo é crucial para entendermos o papel do soldado que Paulo está descrevendo. É muito comum ouvirmos dizer que a igreja tem que ir ao ataque os demônios, ir contra os poderes do mal. No entanto, não é essa a figura que Paulo pinta aqui. A figura de Paulo diz respeito a um soldado que está em terreno conquistado, mas que está sofrendo ataque e precisa se defender. Esta ideia torna-se mais clara quando percebemos a expressão ficar firmes do versículo 11 e permanecer inabaláveis do versículo 13. Embora na tradução em português haja duas palavras diferentes, no texto grego é o mesmo verbo. Este verbo é usado num sentido militar indicando assumir um posto de vigia ou também significa sustentar-se numa posição crítica durante a batalha.

Paulo repete a exortação de Ef 6.11 sobre tomar a armadura de Deus. Perceba que o texto insiste em deixar claro que a armadura pertence a Deus. O objetivo de tomar essa armadura é para “resistir o dia mal”. Em Ef 5.16 lemos que os dias são maus. O “dia mal” de Ef 6.13 é o dia do conflito da nossa alma, e pode ser qualquer luta espiritual em nossa vida. Lembremo-nos do que diz o Sl 34.19: “Muitas são as aflições do justo, mas Senhor de todas o livra”.

Ef 6.14: Estai, pois, firmes, cingindo-vos com verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
A palavra firme aparece novamente no texto e é o mesmo verbo utilizado nos versículos 11 e 13 (vide acima). A NVI traduziu a frase estais, pois, firmes por “assim, mantenham-se firmes”. A NTLH traduziu por “portanto, estejam preparados”. Cingir significa por à cintura, apertar.

Os versículos 14 ao 17 nos apresentam seis peças da armadura: quatro são mencionadas de modo específico, mas o cinturão e as sandálias estão implícitos. Neste versículo o apóstolo Paulo nos apresenta as duas primeiras ferramentas da armadura de Deus: o cinturão e a couraça. Começaremos pelo cinto ou cinturão. A primeira coisa que temos que saber é que cingir significa por à cintura, apertar. O cinto era uma correia ou tira que cercava a cintura com uma só volta a fim de apertá-la, e era também usada como suporte para as bainhas das espadas (2Sm 20.8). Alguns cintos eram de couro. O cinto era a peça que mantinha firme todas as peças da armadura; o cinto é  o elemento que mantém a estrutura. Esta estrutura é chamada verdade. No versículo 11, o nosso inimigo nos é apresentado com o nome de diabo, nome de significa acusador. Em Jo 8.44, Jesus nos diz que o diabo é o pai da mentira. Sendo assim, só poderemos resistir-lhe se estivermos fundamentados na verdade. Se, pois, estivermos cingidos com a verdade, nosso inimigo, que nos acusa e que é mentiroso, não terá argumentos válidos para lançar contra nós, pois estamos alicerçados na verdade. Para Paulo, a verdade é um atributo essencial. Essa verdade pode ser integridade, autenticidade e honestidade. Devemos seguir a verdade em amor (Ef 4.15). Falar a verdade é uma das características de uma vida santificada (Ef 4.25).

A segunda peça que nos é apresentada neste versículo é a couraça da justiça. A couraça era feita de couro duro ou de metal e envolvia o corpo todo do soldado, para que todo o tórax (onde estão os órgãos vitais) fosse protegido. A justiça da qual o texto se refere é aquilo que Cristo conquistou na cruz para nós: a justificação (2Co 5.12; Ef 4.24).
A Doutrina da Justificação pela Fé é uma doutrina fundamental para o cristão, mas que infelizmente tem caído no esquecimento na maioria das igrejas pentecostais e neopentecostais. Romanos 5.1 diz: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. A justificação é o ato de Deus redimir os pecados dos culpados e admitir esses culpados como justos gratuitamente pela sua graça mediante a fé em Jesus Cristo, não por méritos dos pecadores, mas porque Jesus Cristo guardou a lei em nome deles e os redimiu (Rm 3.23-26; Rm cap. 4 ao 5). Porque todos pecaram, todos estão condenados à perdição (Rm 3.9,23). Ninguém poderá ser justificado mediante a guarda da lei de Deus, ou seja, por seus próprios esforços. Os crentes são “feitos justiça” diante de Deus porque ele os trata conforme o merecimento de Cristo. Os crentes são justificados em Cristo (Gl 2.17). Os que foram justificados por meio do sacrifício de Cristo são aqueles que foram predestinados desde a fundação do mundo, (Rm 8.29-30; Ef 1.3-7).
Em resumo, a justificação é algo que não depende de nossos esforços; nós a alcançamos por meio do sacrifício de Cristo. Outro ponto que devemos considerar é que somo justificados pela fé (Rm 5.1). A fé é um dom de Deus, ela não pertence ao ser humano (1C 12.9; Ef 2.8). É Deus quem nos concede a fé. Em Rm 10.11 lemos que “… a fé vem pela pregação…”, pois será pela pregação do Evangelho que os eleitos e predestinados serão convertidos. Para encerrar este assunto, em 2 Ts 3.2 lemos que fé não pertence a todos. Deus a dá para aqueles que ele predestinou desde a eternidade.

Ef 6.15: Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz.

Paulo nos apresenta agora as sandálias. As sandálias militares de um soldado romano eram calçados duros, de couro, para proteger os pés, que tinham tachas para manter o equilíbrio em terrenos acidentados proporcionando apoio aos pés. Paulo usa a ilustração da sandália para representar a preparação do evangelho. Isso pode significar duas coisas:

1) o Evangelho é o firme fundamento no qual os cristãos devem apoiar-se;
2) o soldado cristão deve estar preparado para seguir o Evangelho e levá-lo por onde andar para propagá-lo. Se calçarmos (calçai) as sandálias de Evangelho teremos os “pés formosos” de Is 52.7 (cf. Rm 10.15).

O evangelho da paz é a paz com Deus pela salvação através da pregação (Ef 2.17). Em toda a Carta aos Efésios, Paulo ressaltou como o Evangelho traz paz, reconciliando-nos com Deus. Em Efésios, a paz é o elo que mantém a unidade entre os cristãos. Esta paz é a mesma referida em Rm 5.1, a paz que temos com Deus por meio do sacrifício de Cristo na cruz do calvário. Outrora nossa condição perante Deus era de inimizade, pois quem ama o mundo odeia a Deus (1Jo 2.15). Mas agora, pelo sacrifício na cruz, temos paz com Deus, pois fomos reconciliados com ele mediante o Senhor Jesus. Deus não mais nos considera como inimigos, mas como filhos por meio da adoção, Ef 1.5 (cf. Rm 8. 15). É de fundamental importância salientar mais uma vez que este ato da soberania de Deus não nos é dado por nossos méritos, mas unicamente pelo sacrifício substitutivo de Cristo na cruz.

Ef 6.16: Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.

O escudo aqui emocionado era aquele maior e mais pesado que protegia todo o corpo. Media cerca de 80 cm por 120 cm. Esses escudos eram escavados na madeira e coberto com couro. A referência é ao scutum dos soldados romanos que tinha uma estrutura metálica e, às vezes, uma massa de metal no centro. Frequentemente as várias camadas de couro eram ensopadas e socadas na água antes da batalha, a fim de apagar as setas incendiárias do inimigo.

A aqui descrita é a confiança em Deus. A fé que traz libertação é a fé que nos guarda. Ela nos protege dos dardos inflamado do maligno. Satanás lança dardo inflamados em nosso coração e em nossa mente: mentiras, pensamentos blasfemos, pensamentos de ódio contra os outros, dúvidas e desejos ardentes pelo pecado. Se não apagarmos esses dardos pela fé, eles começarão um incêndio.

Ef 6.17: Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.

O capacete da salvação era um traje militar ajustado e mais leve para proteger a cabeça e fazia com que o soldado parecesse mais alto e imponente. Os capacetes romanos eram feitos de bronze e tinham uma camada de feltro ou esponja. Satanás deseja atacar nossa mente, foi assim que ele derrotou  Adão (Gn 3). O capacete da salvação refere-se à mente controlada por Deus.[36]

A espada do Espírito, ao contrário do que se pensa, não é uma arma de ataque. Ela é uma arma de defesa! Na armadura de Deus (Ef 6.11) não há peças de ataque, só de defesa. Lembre-se de que o soldado que Paulo descreve aqui já está em terreno conquistado e ele tem que se defender do inimigo que o ataca. A palavra grega para espada usada aqui é macaira (lê-se márraira). Este tipo de espada era pequena, aquela que o soldado usava no combate corpo a corpo. Não era a espada mais longa usada em combates. A expressão “espada do Espírito” tem conotação possessiva: pertence ao Espírito, a espada é dele. Isso fica claro uma vez que essa espada é a palavra de Deus e que o Espírito Santo é seu autor (2Pe 1.20,21). Em termos práticos, essa espada é a Palavra específica que precisamos desembainhar numa determinada situação. Para ter a Palavra precisa à mão, o cristão deve conhecer intimamente toda a Bíblia (a Palavra de Deus, ou seja, a espada) e saber manejá-la. Quando Jesus foi ao deserto para ser tentado pelo diabo, ele resistiu aos ataques do diabo respondendo com textos bíblicos: Dt 8.3; Dt 6.16; Dt 6.13 (Dt 10.20). Quando Satanás vier te tentar, que texto você usará para rebater os ataques dele?

A energia: Ef 6.18-20.
Esta é a última seção que estudaremos sobre o texto que nos relata a batalha em que estamos inseridos. O assunto geral desta seção é a oração, o único meio de diálogo com o nosso Senhor, por isso não abordaremos cada versículo de forma isolada, mas os trataremos todos juntos.

Ef 6.18-20: Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo.

O versículo 18 parece fazer par com o versículo 13. É como se os versículos 14 ao 17 fossem parêntesis. Sendo assim, o meio pelo qual podemos tomar a armadura de Deus é por meio da oração. A frase oração e súplica quer dizer todo tipo de petição diante de Deus. Note que a oração não é uma das partes da armadura. A comunhão com Deus é a atividade mais elevada de que as pessoas são capazes. A doutrina bíblica da oração destaca o caráter de Deus e a necessidade de estar num relacionamento correto de aliança com ele (Jo 4.24). Em 1Ts 5.17 lemos: “orai sem cessar”.

II - A DEPENDÊNCIA DE DEUS

Portanto, é necessário se fortalecer no Senhor Jesus (I Pe. 5.10), buscando sua orientação, seus ensinamentos na palavra e sua proteção, é preciso esvaziar-se do conceito moderno de força que temos e nos dispormos em uma relação de Total Dependência com o Senhor. Pois o Senhor Jesus afirma: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza II Co. 12.9

Na batalha da vida o cristão precisa ser fortalecido na força do poder do Senhor.
Mas como ocorre este fortalecimento no poder de Deus?

- É necessário reconhecer que o poder que nos fortalece vem de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. "Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus." I Co 1.24, "Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus."I Co 1.18
"Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra." At 1.8


- É necessário que o Espírito Santo haja em seu homem interior. "para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;" Ef 3.16

 Para que o Consolador possa agir em seu interior, é necessário desfazer-se de todo o orgulho e auto-afirmação de sua própria força; é necessário admitir que você é barro, um vaso nas mãos do Senhor e aceitar que o poder que atua em você é da parte de Deus em nosso Senhor Jesus Cristo, " Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte." II Co 4.7

- É necessário também que o soldado se fortaleça pelo amor por Cristo e pelo próximo. " E, sobre tudo isto, revestí-vos do amor, que é o vínculo da perfeição." Co 3.14
Estes quatro pontos não encerram a forma como somos fortalecidos no poder de nosso Senhor Jesus, mas apresenta o aspecto principal que é a nossa Total Dependência a Cristo.
-Total Dependência a Cristo não significa anular nossos dons, qualidades, conhecimentos e sonhos, mas sim admitir que dependemos em tudo de nosso Senhor Jesus; Admitir que precisamos de sua força e poder para usá-los de maneira sábia, vencedora, motivadora e iluminadora.

-Total Dependência a Cristo abre portas para que nossas qualidades, dons, conhecimentos e sonhos sejam direcionados de maneira propicia para servir ao Senhor e aos outros de maneira adequada e nos trazer alegria.

-Total Dependência a Cristo faz com que tenhamos sonhos que valem a pena realizar.
-Total Dependência a Cristo nos permite desenvolver dons e características que não conhecíamos, ou não sabíamos que possuíamos.
-Total Dependência a Cristo nos faz fortes na força e no poder do Senhor Jesus.




Somente pelo poder de Deus.

Nenhum ser humano tem condições de, sozinho, enfrentar os demônios e sair vitorioso. Os demônios existem de fato, mas não passam de um inconveniente diante do poder de Jesus; são entidades destituídas de poder na presença do Senhor Jesus (Mc 1.23-26; 3.11). No entanto, os humanos não podem desafiá-los com suas próprias forças.

III - CONTRA OS PODERES DAS TREVAS

1. Carne e sangue.

O apóstolo começa apresentando a luta interna do cristão: "porque não temos que lutar contra carne e sangue" (v.12a). O termo "carne" tem vários significados na Bíblia, mas a combinação "carne e sangue", que só aparece três vezes no Novo Testamento (v.12; Mt 16.17; 1 Co 15.50), parece indicar um significado físico. Nesse caso, essa combinação diz respeito à pessoa, ser humano, que pode ser o outro ou nós mesmos em conflito interno, no sentido de: "a carne cobiça contra o Espirito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis" (Gl 5.17).

2. Os principados e potestades.

Os dois termos aqui, "contra os principados, contra as potestades" (v,12b), aparecem juntos pelo menos dez vezes no Novo Testamento. Os "principados", archai, em grego, cuja ideia é primazia no poder; as "potestades", exousíai, denotam liberdade para agir. O apóstolo Paulo emprega o termo tanto para os anjos (Rm 8.38; Cl 1.16) como para os demônios (1 Co 15.24; Cl 2.15) investidos de poder. Desse modo, a expressão refere-se a governos ou autoridades tanto na esfera terrestre como na espiritual.

3. "Os dominadores deste mundo tenebroso" (v.12b, ARA).

A ARC emprega "os príncipes das trevas deste século"; a TB cita "governadores do mundo destas trevas"; e a Nova Almeida Atualizada mantém as mesmas palavras da ARA. O termo grego mais usado para "príncipe" é archon, que aparece 37 vezes no Novo Testamento, traduzido também como "governador". É usado para se referir a Belzebu, "príncipe dos demônios" (Mt 12.24).

O apóstolo começa apresentando a luta interna do cristão: "porque não temos que lutar contra carne e sangue" (v.12a). para Satanás, como "príncipe deste mundo" (Jo 12.31; 14.30; 16.11); e, ainda, ao "príncipe das potestades do ar" (Ef 2.2).
Mas, aqui, o apóstolo Paulo emprega um termo diferente, kosmokrátor, "senhor do mundo", de kosmos, "mundo", e krateo, "dominar". O uso plural mostra que Paulo não está se referindo ao próprio Satanás, mas às hostes dominantes do mundo das trevas.

4. Os lugares celestiais.

O apóstolo acrescenta ainda "contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais". Parece que aqui Paulo coloca todos esses anjos decaídos num mesmo bojo. A expressão "lugares celestiais" indicada aqui é intrigante. Essas palavras, ou "regiões celestiais", aparecem em Efésios para designar o céu, onde Cristo está sentado à destra de Deus, onde os salvos estão com Cristo (1.3,20) e onde habitam os anjos eleitos (3.10). Como podem essas hostes infernais estar nas regiões celestiais? Uma explicação convincente é que se trata da esfera espiritual invisível em oposição ao mundo material (Ef 1.3).

CONCLUSÃO

Com base nas palavras do apóstolo Paulo, ficamos sabendo de que existem diferentes classes de espíritos maus que são enumerados aqui como "principados, potestades, príncipes das trevas, hostes espirituais da maldade". O universo é um campo de batalha e nisso não precisamos enfrentar apenas o ataque de outras pessoas, mas também as forças espirituais que se opõem a Deus e ao seu Povo.

Por: Pb. Mickel Porto

Referências

12 de fevereiro de 2019

Tentação A batalha por nossas escolhas e atitudes


Tentação A batalha por nossas escolhas e atitudes

INTRODUÇÃO

Há certo paralelismo entre os quarenta anos da peregrinação de Israel no deserto e os quarenta dias e as quarenta noites em que o Senhor Jesus jejuou no lugar ermo. A diferença é que Israel não passou no teste, e Jesus foi o vitorioso sobre Satanás. Esses dois cenários têm a ver com nossas escolhas e atitudes na jornada de nossa vida espiritual.

I - A TENTAÇÃO

Os termos "tentação" e "tentar" na Bíblia aplicam-se tanto no campo secular como no campo religioso. Vamos analisar o assunto partindo dos significados e sentidos dessas palavras, levando em consideração o contexto das várias passagens bíblicas.

A provocação de Refidim.

O substantivo "tentação" significa literalmente "teste, provação, instigação". Na contenda paradigmática de Refidim, no deserto, temos o significado dessa palavra: "E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou não?" (Êx 17.7).

O vocábulo hebraico massá significa "tentação", e meribá quer dizer "contenda". Os israelitas estavam testando o próprio Deus. A Septuaginta traduz massá por peirasmós, "tentação", a mesma palavra usada no Novo Testamento grego. O enfoque do termo aqui é sobre a ideia de instigação ou sedução para o pecado (Mt 6.13; 26.41).

A experiência de Massá e Meribá.

Ninguém deve testar a Javé, o Deus de Israel, pois o nosso dever é obedecê-lo (Dt 6.16). O que aconteceu nessa contenda teve a reprovação divina, de modo que serviu como um paradigma daquilo que não se deve fazer (Sl 95.8,9). Testar Deus é questionar sua fidelidade no pacto e duvidar de sua autoridade (Sl 78.41,56). Entendemos que tentar o Criador reflete a nossa descrença nEle, e a Bíblia é contra essa prática (Is 7.12; At 15.10).

Como um teste.

Isso é muito comum no Antigo Testamento (1 Rs 10.1). O exemplo clássico é a passagem do sacrifício de Isaque: "E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão" (Gn 22.1). A finalidade disso é revelar ou desenvolver o nosso caráter (Êx 20.20; Jo 6.6). O hebraico aqui para "tentou" é nissá, que tem o sentido de testar, experimentar, usado para pesquisas científicas hoje em Israel. A Septuaginta traduziu por peirazo, de onde vem o substantivo peirasmós, que aparece no Novo Testamento com a mesma ideia de teste: "e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são" (Ap 2.2). O Novo Testamento emprega o termo também com ideia de tentativa (At 16.7; 24.6).

De onde vem a tentação?
·      Do diabo – o diabo quer nos destruir, levando-nos ao pecado; ele tentou Adão e Eva e eles caíram no pecado
·      De outras pessoas – algumas pessoas nos convidam ou pressionam a fazer o que é errado; isso é tentação
·      De dentro – nossa natureza humana nos convida a pecar diante de algumas situações, porque somos imperfeitos – Tiago 1:14

A Bíblia diz que a tentação nunca vem de Deus. Deus odeia o pecado e nunca convida ninguém a pecar (Tiago 1:13). Ele permite situações em que temos de escolher entre o bem e o mal (provações) mas Ele nunca nos tenta a pecar. Deus nos ajuda a resistir à tentação.
Não é pecado ser tentado. Jesus também foi tentado mas nunca pecou (Hebreus 4:15). Apenas é pecado quando não resistimos à tentação. Mas não devemos tentar outra pessoa ao pecado de propósito. Convidar outra pessoa a pecar é errado.
Como resistir à tentação?
Todos somos tentados. É bom evitar situações de tentação mas não podemos evitar tudo. Por isso, a Bíblia nos mostra como resistir à tentação:
·      Pedindo ajuda a Deus – não estamos sozinhos na luta contra o pecado; na oração do Pai Nosso, Jesus nos ensinou a pedir a ajuda de Deus para não cair quando somos tentados – Mateus 6:13
·      Com a palavra de Deus – Jesus resistiu ao diabo citando a Bíblia; é importante conhecer as verdades da Bíblia e confiar mais nelas que nos argumentos da tentação
·      Dizendo “Não!” - muitas vezes nem tentamos resistir! Não podemos ficar passivos; quando reconhecemos uma tentação, precisamos rejeitá-la – Tiago 4:7
·      Fugindo – Deus sempre nos dá uma forma de escapar da tentação; às vezes (como no caso da imoralidade sexual) isso significa fugir da situação – 1 Coríntios 10:13

II - A TENTAÇÃO DE JESUS

Após Seu batismo, Jesus foi "levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo diabo" (Lucas 4:1-2). As três tentações de Jesus no deserto foram um esforço de seduzir e transferir a Sua fidelidade de Deus a Satanás. Vemos uma tentação semelhante em Mateus 16:21-23 onde Satanás, através de Pedro, tenta Jesus a renunciar a cruz à qual estava destinado. Lucas 4:13 nos diz que após as tentações no deserto, Satanás "o deixou até ocasião oportuna", o que aparenta indicar que Jesus foi tentado outras vezes por Satanás, embora novos incidentes não sejam registrados. O ponto importante é que, apesar de várias tentações, Ele nunca pecou.

Que Deus tinha um propósito ao permitir que Jesus fosse tentado no deserto é evidente pela declaração "foi levado pelo Espírito ao deserto". Uma finalidade é assegurar-nos de que temos um sumo sacerdote capaz de Se relacionar conosco em todas as nossas debilidades e fraquezas (Hebreus 4:15) porque Ele mesmo foi tentado em todos os pontos nos quais também somos.

A natureza humana do Nosso Senhor permite que Ele compreenda as nossas próprias fraquezas por ter sido submetido à fraqueza também. "Porque, tendo em vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles que também estão sendo tentados" (Hebreus 2:18). A palavra grega traduzida "tentado" aqui significa "pôr à prova". Então, quando somos colocados à prova e testados pelas circunstâncias da vida, podemos ter certeza de que Jesus entende e se solidariza como alguém que sofreu as mesmas provações.



As tentações de Jesus seguem três padrões que são comuns a todos os homens. A primeira tentação diz respeito à concupiscência da carne (Mateus 4:3-4), a qual inclui todos os tipos de desejos físicos. O Nosso Senhor teve fome, e o diabo o tentou a transformar pedras em pão, mas Ele respondeu citando Deuteronômio 8:3.

A segunda tentação foi acerca da soberba da vida (Mateus 4:5-7), e aqui o diabo tentou usar uma passagem da Escritura contra Ele (Salmo 91:11-12), mas novamente o Senhor respondeu com a Escritura em sentido contrário (Deuteronômio 6:16), afirmando que seria errado abusar de Seus próprios poderes.

A terceira tentação foi acerca da concupiscência dos olhos (Mateus 4:8-10), e se algum atalho ao Messias fosse possível, evitar a paixão e crucifixão para as quais Ele originalmente veio seria a forma. O diabo já tinha o controle sobre os reinos do mundo (Efésios 2:2), mas estava pronto a dar tudo a Cristo em troca de Sua lealdade. O mero pensamento quase causa a natureza divina do Senhor a tremer, e Ele responde agressivamente: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’" (Mateus 4:10, Deuteronômio 6:13).

Caímos em muitas tentações porque a nossa carne é naturalmente fraca, mas temos um Deus que não nos deixará ser tentados além do que possamos suportar; Ele proverá uma saída (1 Coríntios 10:13). Podemos, portanto, ser vitoriosos e agradecer ao Senhor pelo livramento da tentação. A experiência de Jesus no deserto nos ajuda a enxergar essas tentações comuns que nos impedem de servir a Deus de forma eficaz.

Além disso, Jesus nos deixa o exemplo de como devemos responder às tentações em nossas próprias vidas -- com as Escrituras. As forças do mal vêm sobre nós com uma miríade de tentações, mas todas têm as mesmas três coisas em sua essência: a concupiscência dos olhos, a concupiscência da carne e a soberba da vida (1 João 2:16).

Só podemos reconhecer e combater essas tentações ao saturar os nossos corações e mentes com a verdade. A armadura de um soldado cristão na batalha espiritual inclui apenas uma arma ofensiva, a espada do Espírito, ou seja, a Palavra de Deus (Efésios 6:17). Conhecer a Bíblia intimamente vai colocar a espada em nossas mãos e nos capacitar a ter vitória sobre as tentações.


III – DETALHES SOBRE A TENTAÇÃO

“Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.Tg 1.13-15”

·Verdades sobre a natureza da tentaçăo (Tg 1.13-14)

Inevitável

As principais versões da Bíblia em língua portuguesa indicam que to­dos passarão por tentações (Tg 1.13). A questão não é “se”, mas “quando” vamos ser tentados. Nem uma tradução portuguesa cogita como possibi­lidade, elas afirmam “quando for tentado”. O nosso primeiro desafio em relação à tentação é entender que estamos sujeitos a ela a todo momento. Precisamos prestar atenção continuamente. Ninguém pode dizer que não passa por tentação, pois é naturalmente humana. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana” (cf. 1Co 10.13). “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (cf. 1Co 10.12).
Maligna
A afirmação de que Deus não pode ser tentado pelo mal salienta o caráter bondoso de Deus. A natureza santa de Deus é solidificada no bem, e o mal é incapaz de seduzi-Lo. Habacuque 1.13 revela que a bondade de Deus é inabalável, a ponto de Ele sequer poder olhar o mal. Tiago afirma no versículo 13 que “Deus não pode ser tentado pelo mal”.
Entendamos que, ainda que o diabo tente uma pessoa, ela só cairá se ceder. A tentação surge da cobiça, e isso é inviável para Deus. Ele é o Dono de tudo (cf. Sl 24.1), de forma que não há o que cobiçar. Além disso, o décimo mandamento de Deus diz: “Não cobiçarás” (Êx 20.17), e Deus não pode negar a Si mesmo (cf. 2Tm 2.13). A tentação, sendo o caminho do mal, é totalmente contrária à natureza de Deus.
Humana
Deus não é o responsável pela tentação; Ele não tenta ninguém (Tg 1.13). A tentação tem por objetivo fazer pecar, induzir ao erro. Não lemos na palavra que Deus é o tentador, mas o diabo é assim chamado (cf. Mt 4.3 e 1Ts 3.5).
Esse papel é do diabo, não de Deus. Imaginar que Deus nos induz ao mal é contrariar a natureza divina Dele. Deus é bom (cf. Sl 136.1).
No nosso desejo de nos livrar da culpa do pecado, acabamos cometendo outro erro: atribuir ao diabo todas as nossas culpas. Porém, embora o diabo seja chamado de tentador, a Bíblia atribui o problema à cobiça humana e não à tentação diabólica (Tg 1.14). Nenhum efeito teria a tentação diabólica se não houvesse a cobiça humana, pois, como vimos antes, não nos vem tentação que não seja humana e cada um é tentado pela própria cobiça.
Identificável
Embora o nome de “tentador” seja atribuído ao diabo, vimos que o maior problema da tentação não é o diabo, e sim os nossos desejos. Conforme Douglas J. Moo, em seu comentário sobre o livro de Tiago, a ideia de “atrair e seduzir” é “caçar e pescar”. É preciso atrair o animal para a armadilha, seduzir o peixe com a isca. Lembremo-nos de que o animal vai até a arma­dilha, e o peixe vai até o anzol atraído por uma necessidade legítima de se alimentar. Assim também, alguns desejos nossos têm fundamentos legítimos como o desejo de comer, beber, descansar, mas que podem se tornar pecaminosos se nos atraírem e nos seduzirem.
Moo ainda mostra que a palavra “cobiça”, traduzida algumas vezes como concupiscên­cia, vem do grego epithymia e pode algumas vezes significar um desejo legítimo como em Lucas 22.15 e Filipenses 1.23. Por isso, é importante exercitar o fruto do Espírito (Gl 5.23), que inclui o domínio próprio. Lembre-se de que as piores tentações são aquelas que estão ligadas às necessidades legítimas.
Quais áreas da sua vida você acredita serem inofensivas? Até mesmo as vontades do dia a dia podem ser ciladas para o pecado: namorar; divertir-se; ter dinheiro, amigos; sair; passear; viajar; ser popular. Na maioria das vezes, nós armamos essas ciladas para nós mesmos. Você sabe qual é a natureza de seus desejos, portanto, esteja alerta! Não subestime uma tentação!
·Verdades sobre o caminho da tentaçăo (Tg 1.15)
Escala: pecado
A tentação se encarrega de anunciar, propagar, oferecer, estimular a prática do pecado. A cobiça é a mãe do pecado, ela o concebe e o dá à luz. Muitos alimentam a cobiça pensando que podem suportar a tentação. Assim, acabam por cair na armadilha da cobiça.
Sinônimo de “conceber”, neste contexto, é “consentir”, “permitir”. A partir do momento em que a pessoa consente ou permite a cobiça, estará naturalmente permitindo a entrada do pecado. E o pecado pode ser muito sutil. Se nos entregarmos aos prazeres da comida, poderemos nos tornar glutões; se consentirmos com a bebida alcoólica, poderemos ser domi­nados por ela; se nos deixarmos levar pelo descanso, poderemos nos tornar preguiçosos.
Destino: morte
O objetivo e a consequência final do pecado é sempre a morte. Foi assim desde o início com a serpente no jardim do Éden. Antes mesmo da consumação do pecado, a morte havia sido dada como sentença condenatória de Deus sobre o pecado (cf. Gn 2.17). No dia em que pecaram, Adão e Eva morreram espiritualmente (cf. Rm 5.12), pois foram separados da intimidade com Deus, que é a fonte da vida. A morte física veio depois para confirmar o que já havia ocorrido espiritualmente no ser humano. Pela falta de disciplina (obediência a Deus), ocorre a morte (Pv 5.22-23).
Alternativa: fuga
Precisamos resistir ao diabo, mas devemos fugir das nossas paixões (cf. Tg 4.7; 1Co 6.18; 2Tm 2.22). É muito difícil vencermos sozinhos o nosso próprio instinto. Paulo sentiu isso na pele. Por mais que ele quisesse fazer o bem, realizá-lo estava além de sua capacidade como ser humano (cf. Rm 7.15-25). A razão é que nossa natureza humana foi corrompida pelo pecado, e somente por meio do sacrifício de Jesus podemos ser purificados e deixar de ser escravos do pecado (cf. Rm 6.20,22).
Com Jesus, somos capazes de evitar o pecado, e a melhor forma de fazer isso diante de nossa própria cobiça é fugirmos. A cobiça só tem dois fins: ou é saciada, ou é abandonada. A melhor forma de abandonar a cobiça é afastar-se daquilo que é cobiçado. Ninguém nunca disse que tal atitude seria fácil. Jesus nos diz que existem dois caminhos a seguir: um que leva à vida; outro que leva à morte. O caminho da vida é apertado e difícil de entrar (cf. Mt 7.13-14); para o trilharmos, temos que estar dispostos a negar a nós mesmos (cf. Mt 16.24). Essa é a única rota de fuga da tentação.
O que você tem perdido por causa do pecado: sonhos, amigos, oportunidades, família, minis­tério? Quantas dessas coisas poderiam ter sido salvas se você abrisse mão de alguns desejos egoístas e buscado seguir o que Jesus nos ensinou?
O momento certo para se arrepender e sair de um abismo é antes de cair nele. Antes que seja tarde demais.

Conclusăo

A tentação é um problema provocado por nós e não por Deus. O diabo é o tentador, mas está em nós cair na tentação e pecar. O desafio é reconhecer nossa vulnerabilidade, nossa fraqueza, e vencê-la. Não temos condições de enfrentar a tentação, pois somos fracos diante de nossos próprios desejos. Portanto, a única forma de vencer a tentação é fugir dela.
Mas fugir do que nos atrai exige força espiritual. Por isso precisamos buscar forças no único que foi tentado, mas nunca pecou: Jesus Cristo (cf. Hb 4.15). Alimentemo-nos da pa­lavra de Deus e cuidemos (cf. 1Tm.4.16), pois o mal que o tentador sugerir só terá efeito se nos deixarmos levar por ele!

Por: Pb. Mickel Porto

Referências

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD