24 de julho de 2019

Exercendo a mordomia na família


Exercendo a mordomia na família

TEXTO ÁUREO

“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”.  I Pe 4.10

VERDADE APLICADA

A mordomia da família é uma prerrogativa divina, um mandamento para todos nós, a fim de evitar sua desintegração.

Leitura bíblica – Colossenses 3: 18-24

INTRODUÇÃO

I - A FAMÍLIA É UM PROJETO DE DEUS

Deus estabeleceu a família na terra segundo a sua soberana vontade: “... macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Na visão divina não era bom que o homem estivesse só (Gn 2.18). Por isso, Deus planejou a vida a dois como uma maneira de harmonizar a sobrevivência humana sobre a terra (Ec 4.9-12). Portanto, não podemos ignorar a mordomia da família, uma necessidade para sua manutenção enquanto aqui vivermos (1 Tm 5.8).

a) Família, um projeto de Deus - No princípio o homem ainda estava só, quando Deus viu sua necessidade: “... mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele” (Gn 2.20b). O plano divino foi fazer uma companheira para o homem, que saísse do seu lado (Gn 2.21) e pudesse estar com ele durante a sua existência na Terra (Gn 2.22). O projeto de Deus fora executado, trazendo grande alegria para o homem: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne ...“ (Gn 2.23). Ainda hoje a mulher é uma bênção que vem de Deus (Pv 18.22).

b) O propósito de Deus para a família — A família foi criada com propósitos divinos: “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra e sujeitai-a, e dominai .. .“ (Gn 1.28). A procriação da raça humana está limitada ao âmbito da família, isto é, após o casamento, na constituição de um lar, pois a fornicação é pecado diante de Deus (At 15.29). Os casados, portanto, devem viver de acordo com os princípios estabelecidos por Deus em sua Palavra (Pv 5.15-19; Ec 9.9). e) A indissolubilidade do lar — O casamento é também um contrato que se faz entre duas pessoas que se amam e que estão dispostas a assumirem os compromissos dele decorrente: “Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A expressão “uma carne” salienta a”indissolubilidade do casamento, algo que foi enfatizado por Jesus, quando afirmou: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.6).

II - OS PAIS SÃO O ESTEIO DO LAR

Os pais se constituem no lar como alicerces morais e espirituais da família (Dt 6.6,7; Js 24.15b). Eles foram estabelecidos por Deus como um canal de bênçãos para toda a casa (Si 128.1-4). Cabe aos pais conduzir os filhos na “doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4) para que eles cresçam como plantas viçosas na casa de Deus (Sl 144. 12).

a) O lugar de sacerdotes. O Senhor tem dado aos pais a incumbência de zelar pela vida espiritual de seus filhos: “Pais, não irriteis os vossos filhos, para que não fiquem desanimados” (Cl 3.2 1). O grande exemplo a ser seguido é o de Jó (Jó 1.5). A intercessão pelos filhos é propósito de Deus para os pais, que se constituem em verdadeiros sacerdotes (1 Pe 2.9; Ap 5.10).

b) O lugar de provedores — Cabe aos pais prover o necessário para os seus filhos (Gn 6.21,22; Pv 31.15) e guardar algo para o futuro deles (Pv 13.22; 2 Co 12.14). Jesus exemplificou isso falando-nos do cuidado de Deus com seus filhos na terra (Mt 6.31,32), Ele nos provê o necessário para a nossa sobrevivência (Lc 12.22,30). Portanto, os pais devem trabalhar o necessário para o sustento de sua família (Sl 128.2).

e) O lugar de disciplinadores — Para o equilíbrio da família não pode faltar à disciplina no lar (Pv 29.15). Aos filhos cabem ouvir e obedecer a disciplina dos pais (Pv 4.1), pois a correção vem do Senhor (Pv 3.11). Filho sem disciplina, é filho bastardo (Hb 12.8).

OS FILHOS SÃO HERANÇA DO SENHOR

Os filhos têm um lugar de destaque na família, pois se constituem na alegria do lar (Pv 10.1). Eles são vistos na Bíblia como plantas (Si 128.3), que merecem cuidados especiais, a fim de se desenvolverem física, mental e espiritualmente (Si 144.12), assim como sucedeu a Jesus (Lc 2.52).

a) Os filhos são galardão de Deus — O salmista declarou que “os filhos são herança do Senhor” (Si 12 7.3), eles se constituem no galardão de Deus aos homens (Gn 33.5). A falta deles traz “opróbrio” à família (Gn 30.1; 1 Sm 1.2,6). Isso levou Ana a buscar do Senhor uma solução (1 Sm 1.27,28). Devemos, portanto, conduzir essa “herança preciosa” com sabedoria na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6.4).

b) Os filhos honram os pais — Aos filhos cabem honrar seus pais (Ex 20.12). Este mandamento divino foi corroborado por Jesus (Mt 15.4) e ensinado por Paulo como doutrina na igreja (Ef 6.2). Mesmo que estejamos em situação superior,jamais devemos desprezar nossos pais (1 Rs 2.19), pois o desprezo é uma desonra (Pv 19.26).

c) Os filhos cooperam no lar — A cooperação dos filhos é importante para a boa administração do lar (Pv 10.5). Eles devem participar das atividades dos pais e assim contribuírem para o sustento da família (Mt 4.2 1). Somente através da obediência e da sujeição podem os filhos cooperarem com os seus pais (Mt 2 1.28-30). Os filhos que agem em obediência aos seus pais são abençoados pelo Senhor (Cl 3.20).

IV - EXERCITANDO A MORDOMIA NA FAMÍLIA

A mordomia da família cristã implica em responsabilidades dentro dos princípios estabelecidos por Deus em sua Palavra (Cl 3.18-20). Para uma boa “administração” do lar, é necessário a distribuição de tarefas, onde cada um faz a sua parte (Lc 10.40) e todos contribuem para a edificação do lar (Pv 24.3; 3 1.27). Se não zelarmos, portanto, pela “mordomia do lar” sofreremos sérias conseqüências (Ec 10.18).

a) O cultivo do amor no lar — A família é preservada quando o amor é cultivado no lar por todos os que dele participam (Rm 12.10). O esposo deve cultivar o amor pela esposa: “Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25), a esposa procura agradar ao marido: “e assim está dividido.

Também a mulher, tanto a viúva como a virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser santa, assim no corpo como no espírito; a que se casou, porém, se preocupa com as coisas do mundo, de como agradar ao marido” (1 Co 7.34) e os filhos devem manifestar o amor aos seus pais (Pv 31.28,29; 1 Tm 5.4; Rm 13.8). O amor deve estar presente na vida do lar, pois ele é o “laço” que une toda a família: “acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3.14).

b) O cultivo da vida espiritual — O culto doméstico é o culto da família. Através dele é cultivada a vida espiritual do lar (Dt 11.18-20; Js 24.15; Ex 12.26,27). Nesse culto é desenvolvida a harmonia entre os membros da família (Sl 133.1,2), a gratidão pelos benefícios do Senhor é lembrada por todos (Sl 103.1,2) e a adoração a Deus toma o primeiro lugar (Jo 4.23,24). O cultivo da vida espiritual no lar traz um grande beneficio à mente do cristão (Fp 4.8).

c) O cuidado com a salvação da família — A salvação é uma dádiva divina pessoal e intransferível (1 Co 7.16; Ef 2.8). Por isso todos os membros da família precisam cuidar de sua salvação: “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti” (2 Tm 1.5).
Nesse aspecto a esposa pode contribuir para a salvação do seu marido (1 Pe 3.1) e vice-versa (1 Co 7.12,14). O grande exemplo de Noé deve ser seguido por todos os que desejam a salvação de sua família (Gn 7.1; Hb 11.7).

CONCLUSÃO

A mordomia da instituição da família se manifesta no reconhecimento e obediência aos princípios básicos da mesma. Isto é, quando a família obedece aos mandamentos divinos instituídos, a mordomia do lar se torna algo simples e fácil, pois através deles há o crescimento e o desenvolvimento de cada membro em particular. Os princípios que o Senhor estabeleceu para a família não são pesados, portanto, todos devem contribuir com o seu papel no lar e assim a família irá bem e prosperará em Cristo Jesus.
Lições Bíblicas Betel 4º. Trimestre 20002


A MORDOMIA DA FAMILIA

TEXTO ÁUREO

Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.1 5).

VERDADE PRATICA

Deus estabeleceu a família como base fundamental da vida social, moral e espiritual.

LEITURA BIBLICA EM CLASSE = GENESIS 8.18-24; EFESIOS 5.22-25,33

INTRODUÇAO

É muito grande a preocupação com a preservação da família nos últimos anos, devido a deterioração progressiva da sua estrutura social e moral, bem como seus valores em geral. A família foi instituída por Deus, no princípio, através de Adão e Eva, o primeiro casal, a primeira família. A instituição mais forte na terra para impedir o avanço da deterioração do casamento e da família é a igreja. Mesmo assim, a igreja de Cristo tem enfraquecido seu poder de reação contra essas ameaças. Ao tratar da família, o nosso propósito, com oração diante de Deus, é que o padrão da sua Palavra seja uma realidade em cada lar. Que os pais e mães sejam bons mordomos de suas famílias perante Deus.

1. SOMOS MORDOMOS DA INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA

A família é a mais antiga instituição da raça humana. Ela é a única instituição criada por Deus antes da entrada do pecado no mundo (Gn 1.26-31; 2.18-25). O homem, como criatura de Deus, era a mais distinta obra de toda a criação, mas, diz a Bíblia que ele estava só. Então disse Deus: Não é bom que o homem esteja só; farlhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18), Então o Senhor fez a mulher dando- lhe características distintas do homem, para que, ambos procriassem e propagassem o gênero humano através da família.

1. A proteção e preservação da família. Instituída por Deus, a família deve ser preservada contra toda a possibilidade de enfraquecimento e dissolução. A família representa a unidade básica e de suporte da sociedade. (Mc 1O.1-12; Mt 19.1-12).

2. A família como muralha moral e espiritual contra a degeneração social. São muitos os elementos corruptores que agem contra a família. Deus estabeleceu princípios básicos e vitais para a manutenção da, família, os quais dão o equilíbrio necessário para a sua preservação. O primeiro princípio é o da união entre o homem e a mulher, mediante o matrimônio.

3. A família é a “célula mater” da sociedade. Do ponto de vista de Deus, o casamento deve ser vitalício e a família indissolúvel.

II. A MORDOMIA DOS DEVERES CONJUGAIS

A mordomia cristã para a família requer que seus membros conheçam as responsabilidades de cada um deles. A administração familiar começa pelo pai, depois a mãe, cada qual cumprindo o seu papel. Os princípios básicos de administração da vida familiar foram estabelecidos por Deus na sua Palavra, ao instituir a primeira família na terra. A partir do primeiro casal, prossegue a doutrina da família até ao final da Bíblia.

1. Administrando as responsabilidades conjugais. A vida conjugal deve apoiar-se no amor, que é o sólido fundamento de um bom relacionamento conjugal (Ef 5.22-25,28-33).

2. Cultivando o amor na vida conjugal. Num lar cristão regido pelo amor não há espaço para ciúmes doentios, atitudes frívolas, agressões físicas ou palavras grosseiras. Ninguém magoa a própria carne (Ef 5.29), já que ambos (marido e mulher) pelo casamento formam uma “só carne” (Ef 5.3 1). No relacionamento conjugal deve existir intimidade com respeito mutuo, para que a união conjugal não se desmorone facilmente. O amor evidente e demonstrado entre os cônjuges cria um ambiente de felicidade e tranqüilidade entre todos dentro do lar.

3. O cultivo da fidelidade. A infidelidade conjugal tem sido a ruína de muitos casamentos e lares. Por trás de toda infidelidade conjugal sempre há algum tipo de problema pessoal, não tratado, nem solucionado entre o casal. Insatisfação, vingança, carência afetiva não satisfeita e outras coisas mais são os elementos negativos condutores para a infidelidade conjugal. O casal que se preocupa com o melhoramento do seu casamento procura resolver suas dificuldades e busca ajuda e aconselhamento dos seus líderes na igreja. O casal deve administrar seus problemas, de ordem conjugal e emocional, de modo a haver reciprocidade e satisfação mútua (Êx 20.14,17; 1 Co 7.2,3).

4. A função do marido como autoridade na vida familiar. Deus estabeleceu um padrão de autoridade dentro da família. Todos os membros da família estão sob a autoridade do cabeça apontado por Deus. O padrão divino é esse: Cristo, o cabeça do marido, senhor da família (1 Co 11.3; Ef 5.23); o marido, o cabeça da mulher e dos filhos (Ef 5.2 2); a esposa, parceira e ajudadora do marido com autoridade compartilhada na criação dos filhos (Gn 2.18); os filhos, submissos e obedientes aos pais enquanto estiverem sob sua autoridade no lar (Ef 6.1-4). Toda tentativa para melhorar ou modificar o “padrão divino da família” termina em fracasso. O padrão divino adapta-se a todas as culturas, porque é universal e atemporal.

5. A função da esposa dentro da família. A Bíblia ressalta como princípio fundamental de responsabilidade da parte da esposa, a obediência e a submissão ao marido (Ef 5.22, 24,33), além de retribuir-lhe amor.
Esse princípio é refutado veementemente pela sociedade moderna, hostil aos princípios de Deus. A obediência amorosa envolve submissão e isto significa, antes de tudo, respeito e reverência à posição do líder dentro da família. A Bíblia ensina que a submissão dentro da família é “como ao Senhor”.

III. A MORDOMIA DOS DEVERES FAMILIARES

1. O papel dos pais. A disciplina é a chave do sucesso da instrução familiar. Adverte-nos a Escritura: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desvia-rá dele” (Pv 22.6). Quatro requisitos essenciais da desafiante missão de criar filhos:

a) Maturidade. Maturidade no contexto da família define-se como aquela capacitação para agir com segurança e equilíbrio. Pais imaturos não saberão encaminhar seus filhos no caminho certo para o futuro. Muitos filhos inseguras, desobedientes, rebeldes e fracos de personalidade resultam da falta de pais conscientes de seus papéis. A imaturidade de pais despreparados tem sido a causa da ruína moral de inúmeras famílias. A igreja é a grande agência de Deus na terra para orientar a administração do lar, dos filhos e das relações conjugais.

b) Educação (Dt 6.6,7; Sl 78.4). A educação em qualquer sentido, começa no lar. Os país são os primeiros e mais próximos mestres dos filhos. Nos dias de Moisés, vemos no Pentateuco, o empenho na educação dos filhos.

c) Amor. Para que haja um desenvolvimento positivo dos valores morais e espirituais nos filhos, se faz necessário que os pais cultivem o amor de Deus no ambiente do lar, e que o mesmo predomine nas pessoas da família (1 Co 13; Cl 3.19; Mt 22.37,38; 1 Ts 3.12). Quando estamos possuidos do amor divino todas as demais expressões do amor, como o conjugal, o filial e o fraternal tornam-se uma realidade constante.

d) Disciplina. O Dr. Henry Brandt, escreveu: “Disciplinar uma criança não é puni-la por haver feito algo errado, mas primeiramente instruí-la no caminho que deve seguir”. Quem ama e aplica a disciplina nos assuntos pessoais, nas relações familiares, produz a consciência de ser amado pelos que são atendidos. A disciplina correta produz fruto pacífico (Hb 12.6,11).

2. O papel dos filhos (Cl 3.20). A formação moral e espiritual dos filhos tem seu suporte no modelo dos pais. Uma boa liderança dentro da família abrange três dimensões da vida dos filhos. A primeira dimensão alcança os filhos pela instrução, isto é, refere-se ao que dizemos para os nossos filhos. A segunda dimensão é a influência, isto é, o que fazemos diante e para os filhos. A terceira dimensão é a imagem; aquilo que os pais são e demonstram para os filhos no dia a dia. A obediência contraria, às vezes, a nossa natureza carnal. 

Os pais devem desenvolver atitude firme, amorável e paciente para com os filhos, para que eles compreendam que a obediência é para o bem deles. Obedecer é um princípio divino estabelecido para um relacionamento sadio entre as partes dentro da família.

CONCLUSÃO
O cultivo da vida espiritual é indispensável dentro da família. Cabe ao chefe da família conscientizar-se do seu papel de sacerdote do lar (x 12.26,27; Ap 1.6). Conduzir a família à experiência da salvação; cultivar a vida espiritual dentro do lar e, conduzir a família à participação na vida da igreja são atitudes positivas. Essas atividades na igreja, através da Escola Dominical e a integração na vida da igreja em outras atividades, trarão frutos positivos à família.

Lições Bíblicas CPAD 4º. Trimestre 2003


A MORDOMIA DA FAMÍLIA CRISTÃ

TEXTO ÁUREO

“Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a” (Gn 1.28).

VERDADE PRÁTICA

A desintegração da família resulta da falta de mordomia cristã. Integremo-la conforme o padrão divino estabelecido para a família cristã.

TEXTO BIBLICO BÁSICO = Ef 5.22,23,25-28,31; 6.1-4

INTRODUÇÃO

Muito se tem falado sobre os problemas da família nos últimos anos. Declarações negativistas colocam a família à beira do precipício e não encontram meios de recuperá-la. Temas jornalísticos que põem em dúvida a sobrevivência da família são abordados em todo o mundo. Porém, a despeito das ameaças contra a família, cremos na sua sustentação, pelo fato dela ter sido instituída por Deus. Portanto, acima de tudo, a família é um ato de Deus, confirmado pela Palavra de Deus.

1. A MORDOMIA CRISTÃ DA INSTITUIÇÃO DIVINA DA FAMILIA

A família é a mais antiga instituição da raça humana. Foi estabelecida antes do Estado, da Igreja, da Escola ou outra qualquer instituição humana. A família é a única instituição bíblica antes da entrada do pecado no mundo (Gn 1.26-31; 2.18-25). Quando Deus criou o homem, ele era a criatura mais distinta da criação, porém estava só. Então disse Deus: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18). Foi na criação da mulher que ft)i instituída a família e a unidade da raça humana.

1. A família deve ser preservada. A mordomia da família está na conscientização de que a família foi instituida por Deus e que deve ser preservada contra toda possibilidade dissolução. Deus não só instituiu, mas ordenou a continuação da família através de um relacionamento sadio e de temor a Deus. A família representa a unidade básica da sociedade, por isso ninguém tem o direito de interferir ou fazer alterações no plano divino (Mc 10.1-12; Mt 19.1-12). A igreja é responsável pelo ensino bíblico de orientação da família cristã em todas as suas esferas.

2. A família provê as necessidades básicas do indivíduo. Deus não instituiu o casamento por acaso, mas Ele tinha um propósito previamente estabelecido. Enquanto o homem estiver nesta estrutura fisica. o matrimônio será uma necessidade à sua vida. Ele criou o homem para a felicidade e o prazer da Sua comunhão. Deu-lhe uma esposa para complementar-lhe em termos de vida física e psicológica.

3. A família provê a perpetuação do nome de Deus sobre a terra. Deus estava comprometido com a continuação da raça humana. quando disse: “Frutificai e multiplicai-vos. e enchei a terra, e sujeitai-a” (Gn 1.28). A família foi instituída para que enchesse a terra com a semente humana e, assim, perpetuasse o nome de Deus sobre toda a terra. Casamento, nascimento, criação de filhos são os meios para a execução do ideal divino. Portanto, preservar esses valores significa preservar os interesses de Deus.

4. A família é muralha moral e espiritual. A mordomia da instituiçã() da família se manifesta no reconhecimento e obediência aos princípios básicos da constituição da mesma. O primeiro princípio é o da união entre o homem e a mulher: não só uma união física, mas também de um entendimento perfeito, de uma comunhão genuína e espiritual entre eles mesmos e Deus, O segundo principio é o da realização pessoal e mútua. Como o homem é de natureza gregária, isto é, nasceu para receber e para prover companhia. o casamento satisfaz essa necessidade de ambas as partes. O terceiro princípio é o da perpetuação da espécie sobre a terra. Não por outro meio, nem de outro modo, mas é pelo casamento que se perpetua a espécie humana e, naturalmente, a família.

5. A família é indissolúvel. Por causa do pecado e da dureza de coração do homem, têm havido constantes ameaças contra a indissolubilidade do casamento, O casamento foi criado para durar, dentro de um harmonioso relacionamento entre marido e mulher, pais e filhos. Ordena a Bíblia que haja respeito mútuo, amor e compreensão entre as pessoas da família (Mt 19.6; 1 Co 7.20: Ef 5.25.28.31; 6.1-4).

II. A MORDOMIA CRISTÃ DOS DEVERES FAMILIARES

A mordomia da família implica em conhecimento de responsabilidade sob uma administração dentro dos princípios divinos estabelecidos. I)eus, ao instituir a família, estabeleceu princípios de liderança.

1. A mordomia dos deveres conjugais. Para que haja um relacionamento sadio e de plena compreensão é necessário que ambos os cônjuges se auto-administrem em perfeita comunhão com o Senhor. A vida conjugal deve apoiar-se no amor, que deve ser o fundamento invisível do relacionamento conjugal (Ef 5.22-25,28-33).

a. A mordomia do amor na tida conjugal. O amor não deve ser egoísta querendo unicamente a satisfação de uma das partes. Num lar cristão regido pelo amor não há lugar para ciúmes doentios, atitudes frívolas. agressões físicas ou palavras grosseiras. Ninguém magoa a sua própria carne (Ef 5.29), já que ambos (marido e mulher), pelo casamento são “uma só carne” (Ef 5.31). No relacionamento conjugal deve existir intimidade com respeito mútuo, para que a união conjugal não se desmorone facilmente, O amor entre os cônjuges cria um ambiente de felicidade e tranqüilidade entre todos de casa.

b. A mordomia da fidelidade no relacionamento conjugal. A infidelidade conjugal tem sido a ruína de muitos lares e vidas. O casal deve administrar suas necessidades físicas de modo a haver reciprocidade e satisfação mútua. A Bíblia exige exclusividade e pureza no casamento.

c. A mordomia da liderança no lar. Deus deu esse privilegio ao homem de ser o responsável pela família e por todas as decisões. A ele pertence o lugar de líder, de cabeça da mulher e do lar (Ef 5.23). Notemos o que a Bíblia ensina aos maridos cristãos: “Igualmente vós, maridos, co-habitai (vivei) com elas com entendimento, dando honra à mulher” (1 Pe 3.7).

d. A mordomia da esposa no lar. E natural que o principio do amor seja recíproco entre os cônjuges. Porém. a Bíblia ressalta como princípio fundamental de responsabilidade da esposa, a obediência e a submissão ao marido (Ef 5.22,24,33). Esse principio é refutado veementemente pela sociedade moderna, porque não o entende. A obediência envolve submissão que deve ser entendida como respeito e reverência à posição do líder dentro da família. Não significa uma submissão cega, incoerente com os princípios de vida conjugal estabelecidos por Deus. Essa submissão é, antes de tudo. “como ao Senhor”.

2. A mordomia dos deveres familiares.

a. O papel dos pais. Os pais têm a importante missão de delinear os rumos da vida de seus filhos, de tal forma que, desde a infância até se tornarem adultos, sejam felizes e ajustados. A Bíblia é o manual por excelência de educação moral. cívica e espiritual para todas as idades. A disciplina é a chave do sucesso da instrução familiar. Diz o sábio provérbio de Salomão: “Instrui ao menino no caminho em que deve andar. e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6). Quatro requisitos essenciais da fascinante missão de criar filhos são:

• Maturidade. Maturidade aqui tem o sentido de capacitação emocional, física, moral e espiritual. Maturidade tem a ver com pessoas equilibradas, que sabem o que querem e que agem conscientemente. A imaturidade dos pais tem sido a causa de ruínas morais de muitos casais que fracassaram na criação de filhos.

• Educação. (Dt 6.6,7; SI 78.4). Esses versículos nos mostram a preocupação com a educação dos filhos nos dias de Moisés.

• Amor. Para que haja um desenvolvimento positivo nos filhos é preciso que o amor divino domine o ambiente do lar e seja contagiante (1 Co 13; Tt 2.4; CI 3.19: Mt 22.37,38: 1 Ts 3.12). O amor divino deve englobar todas as expressões de amor conjugal filial e fraternal.

• Disciplina. O Dr. Henrr Rrandt escreveu: “Pessoa disciplinada e aquela que escolhe voluntariamente um certo modo de viver, disciplinar uma criança não é puni!a por haver feito algo errado, mas instruí-la no caminho que deve seguir”. Lamentavelmente. é por falta de uma conceituação correta e bíblica acerca da disciplina dos filhos que muitos pais têm perdido seus filhos.
Quem ama aplica a disciplina e ela produz a consciência de ser amado. A disciplina correta produz fruto pacífico (Hb 12.6,11).

b. O papel dos filhos. (Cl 3.20). A idéia da obediência contraria, às vezes, a nossa natureza carnal, Porém, ainda que a palavra obediência pareça amarga, ela pode tornar- se doce, mediante a conscientização de que esse é o caminho para a felicidade. Obedecer é um princípio divino estabelecido para o relacionamento familiar. Nem sempre um filho concorda com certa ordem dos pais, porém, a obediência resultará positivamente, porque contribui para ajustar-se aos padrões divinos.

III. A MORDOMIA DA VIDA ESPIRITUAL NA FAMILIA

O cultivo na vida espiritual é fundamental dentro da família. Cabe ao chefe da família conscientizar-se de seu papel espiritual como sacerdote da família (Êx 12.26,27; Ap 1.6).

1. A mordomia da salvação da família. Há um conceito de que a salvação é herança para os filhos, uma vez que os pais sejam crentes em Crista. Esse conceito é falso! Nossos filhos precisam ser evangelizados. Eles precisam ser persuadidos acerca da necessidade de serem salvos por Jesus, Não basta serem filhos de crentes, Eles precisam conhecer a Jesus Cristo pessoalmente. 

Quantos pais isolam seus filhos de sua experiência religiosa porque acham que os filhos são pequenos e não entendem. Com isto afastam deles a possibilidade de receberem a semente do Evangelho quando novos, Depois crescem sem nenhuma experiência com Deus e nada querem com a igreja. A Escola Dominical é o melhor local para conduzir os filhos ao conhecimento e à experiência de salvação.

2. O cultivo da vida espiritual dentro da família. Nos primórdios dos tempos do Antigo Testamento encontramos Adão e Eva estabelecendo o culto a Deus juntamente com seus filhos. Abraão, o pai da fé, construiu um altar familiar para adorar a Deus (Gn 18.19). 

Noé, após o dilúvio, construiu um altar familiar para, com seus filhos, adorar a Deus. que os salvou da catástrofe. Os pais, portanto, devem ensinar aos filhos que o lugar de culto a Deus começa no lar. Portanto, lar e igreja são complementares quanto à adoração ao Senhor.

3. A mordomia da participação da família na vida da igreja. A família é a base da constituição da igreja. Não há igreja sem famílias, por isso a vida da igreja se manifesta pela participação e cooperação da família aos cultos. Há muitos pais que se descuidam dessa parte com seus filhos. A casa de Deus é o lugar apropriado para os pais se reunirem com os filhos, e onde todos podem receber instruções da Palavra de Deus através dos seus ministros (Hb 10.22-25). 

Os pais devem sentir prazer em estar na casa de Deus e transmitir esse prazer aos filhos (SI 122.1; 132.4,5). A família deve participar das atividades nos vários trabalhos da igreja. Várias áreas das atividades da igreja são carentes de pessoas dispostas a servir em prol da causa do Senhor. Essa participação na vida da igreja integra os membros da família entre si e os irmãos na fé, capacitando-os a servir ao Senhor.

Lições Bíblicas CPAD 2º. Trimestre 1987

17 de julho de 2019

A Mordomia da Alma e do Espírito

A Mordomia da Alma e do Espírito

TEXTO ÁUREO

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” (Gn 2.7).

VERDADE PRÁTICA

A alma humana é dotada de poderes inatos como inteligência, emoção e livre-arbítrio, o que a torna altamente responsável. 

LEITURA BIBLICA = GÊNESIS 2.7; DEUTERONÚMIO 6.5;  SALMOS 16.10; 41.4; 42.1-6

INTRODUÇÃO

A alma pertence à parte imaterial do ser humano. Certos teólogos liberais influenciados por filósofos como Platão e Descartes, criaram a doutrina da dicotomia, isto é, que o homem consiste apenas de corpo e alma, como se alma e espírito fossem uma só coisa. Fiquemos com a Palavra de Deus! Ela nos basta!

Vejamos nesta lição algo da alma e suas relações com o mundo exterior. Como administrar a alma? Como guardá-la das ameaças? A mordomia da alma implica em administrar as suas fontes vitais que são a mente, a vontade e os sentimentos.
 
I. OS SIGNIFICADOS DA ALMA HUMANA

Podemos definir alma, primeiramente, como sendo a vida física e inteligente do ser humano, a saber, o ser vivente. Entretanto, ela possui outros significados:

1. Alma com o sentido de respiração da vida. No hebraico do Antigo Testamento a palavra nephesh (alma) significa respiração da vida (Gn 1.24; 2.7), ou vida física. Quando Raquel, esposa de Jacó, morreu, a Bíblia diz: ao sair-lhe a alma nephesh (Gn 35.18), subentende-se que se trata de vida física. Notemos que a alma do filho da viúva de Sarepta voltou a ele (1 Rs 17.21,22).

2. Alma significando o sangue (Dt 12.23; Lv 17.14). O sangue representa a vida física, sem a qual não há possibilidade de o homem viver. O sangue é a fonte da vida física, tanto para o homem como para os animais. Por isso, num sentido estrito, a alma pode significar sangue.

3. Alma significando a pessoa física ou corpo. Alguns textos indicam a alma como pessoa física, no sentido de que o corpo é o tabernáculo da alma. É que a alma utiliza o corpo para as suas ações (2 Co 5.1; 2 Pe 1.13,14).

4. Alma significando o indivíduo. Isto é, a alma como personalidade, para dar distinção a cada pessoa. No latim, a palavra animus significa o ser pensante, racional. Cada alma distingue-se de outra pela individualidade (Rm 13.1).

II. A ADMINISTRAÇÃO DA ALMA COMO VIDA FÍSICA

A vida física do homem é representada por “respiração da vida” (nephesh) e pelo sangue que é a materialização da vida, por isso, a Bíblia denomina o ser humano de alma vivente”. O sentido do termo alma na Bíblia não é o mesmo que sangue como afirmam certas seitas falsas. Quando a Bíblia diz que a alma está no sangue, como em Deuteronômio 12.23; Lv 17.14, isto apenas ressalta a importância do sangue, sem o qual o homem não pode viver, mas a alma propriamente dita, como componente imaterial do homem, não é o sangue. O corpo sem a vida física nada é e nada pode fazer. 

1. Deus é o autor da vida, tanto física como espiritual (Gn 2.7; At 17.28). Toda a vida emana de Deus. Ele é a fonte. Jesus identificou-se como tal, dizendo: “Eu sou a ressurreição e a vida”(Jo 11.25); Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6); Eu vim para que todos tenham vida e a tenham com abundância (Jo 10.10).

O apóstolo Paulo confirmou esta fonte, que é Jesus, dizendo:  Nele foram criadas todas as coisas... Tudo foi criado por meio dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste (Cl 1.16,17).

Satanás, o homicida, procura tirar nossa vida, de modo direto ou indireto (Jo 10.10; 8.44).

2. O homem é responsável pela preservação de sua vida física. O instinto de autopreservação visa a continuidade do ser humano. No ato da criação, diz a Bíblia, o homem foi feito alma vivente. Anteriormente discorremos sobre a mordomia do corpo como obra de Deus. Ele é o instrumento da alma, por isso, deve ser conservado sadio.

Somos responsáveis pela vida, por isso devemos vivê-la sensata e inteligentemente (Ec 11.9,10). Várias passagens da Bíblia a definem como sendo limitada (Jó 7.1;14.5), breve (Jó 14.1; Sl 89.47), como um breve pensamento (Sl 90.9), como a neblina instantânea (Tg 4.14). 

A despeito das limitações da vida por causa da queda dos nossos primeiros pais no Éden, devemos dar-lhe o devido valor. Ela deve ser vivida no temor de Deus (1 Pe 1.17), na prática do bem (Ec 3.12) e no serviço de Deus (Lc 1.74,75).

3. Os hábitos da vida devem ser disciplinados. A vida física, para ser saudável e aprazível, depende muito dos cuidados que devemos ter para conosco. Todo crente deve educar-se, no sentido de evitar os maus hábitos quanto à alimentação, higiene pessoal, descanso para o corpo etc. Diz a Escritura: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas (1 Co 6.12).

4. Prestaremos conta da nossa vida perante o Senhor. Todas as obras feitas através do corpo serão julgadas na eternidade. Como crentes, nossas obras serão julgadas no Tribunal de Cristo após o arrebatamento dos vivos e a ressurreição dos mortos (2 Co 5.10).
Os ímpios também prestarão contas um dia, ante o grande Trono Branco, no Juízo Final (Ap 20.11-15).

III. A ADMINISTRAÇÃO DA ALMA COMO PERSONALIDADE

A alma não cessa de existir após a morte do corpo. A imagem e semelhança de Deus no homem refere-se à sua parte imaterial composta de alma e espírito. A parte material (o corpo) foi criada, porém, a parte imaterial foi-lhe outorgada através do sopro divino tornando-o alma vivente. A parte imaterial se originou no homem mediante um ato de transmissão, da parte de Deus e não por um ato de criação, como se vê em Gênesis 2.7.

As palavras imagem e semelhança consistem, principalmente, nas características racionais e morais do homem. Não se trata de imagem e semelhança físicas, mas sim espirituais, porque Deus é Espírito (Jo 4.24). Por imagem moral entende-se a capacidade outorgada por Deus aos homens para pensar, raciocinar, escolher livremente. 
 
IV. A ADMINISTRAÇÃO DAS FACULDADES DA ALMA

A mordomia da personalidade abrange três faculdades principais da alma humana, que são: O intelecto, a vontade e o sentimento (afetividade e emoções).

1. A mordomia do intelecto. É a parte da alma humana que pensa, raciocina, decide, julga e conhece. Não devemos confundir o cérebro, que é o órgão físico e palpável, com intelecto. 

Diretamente ligados ao intelecto estão a imaginação, a memória e a razão. Esses valores precisam ser administrados pelo homem com zelo e temor de Deus. Caso contrário, tornam-se agências de Satanás contra o reino de Deus.

a) Imaginação. Com ela, o homem idealiza e projeta.  A Bíblia fala da geração corrompida dos dias de Noé, salientando que a sua imaginação era má perante os olhos de Deus (Gn 6.5).

Vivemos num século onde a imaginação tem resultado em inventos fantásticos. Entretanto, não podemos fugir do fato de que a imaginação é, também, utilizada para o mal da sociedade.

b) Memória. Através dela, o homem armazena no cérebro os fatos passados e presentes. Retém idéias e conhecimentos adquiridos. 

c) Razão. A razão capacita o homem a pensar, julgar e compreender a relação entre as coisas, distinguir o verdadeiro do falso e o bem do mal (Fp 4.8).

2. A mordomia da vontade. A. H. Strong escreveu sobre a vontade: Vontade é a aptidão da alma para fazer escolha, e para dirigir suas atividades subseqüentes de acordo com a escolha feita. A vontade não é absoluta, isto é, não age sozinha. Há sempre um poder superior sobre ela.
Ela não é algo independente na personalidade humana. A vontade humana está interligada às outras faculdades da alma, como o sentimento e o intelecto.

Paulo, quando falava das suas próprias experiências, dizia: Pois o querer está em mim” (Rm 7.18). Ele falava da faculdade da vontade da sua alma. O motivo para a ação da vontade era o bem, porém, para praticá-lo, ele precisava estar sob a força do Espírito.  A carne age como uma força de persuasão contrária aos motivos da justa vontade (Rm 7.19).

3. A mordomia do sentimento. É a correta direção e controle da parte afetiva do nosso ser. O pecado deturpou os sentimentos humanos escravizando-os e alterando seus valores reais. Ao homem regenerado, é dado um “novo sentimento”, isto é, nova capacidade de sentir, a começar pela manifestação do sentimento divino do amor de Deus derramado nos corações.

V. A Mordomia do Espírito

Ler:- I Coríntios 2: 14-16; Provérbios 16.2; Zacarias 12.1: Marcos 14:38

O homem é uma criatura singular porque é constituído de algo que lhe possibilita ter um relacionamento com o Eterno Criador. O espírito que juntamente com a alma compõe o ser interior. Podemos distingui-los como sendo esta a sede da personalidade; e aquele, a das qualidades espirituais. Essa comunhão só pode se efetivar quando permitimos que o Espírito Santo nos convença do pecado, da justiça e do juízo.

Através da salvação, esse componente imaterial do homem é vivificado. Pelas Escrituras, podemos entender que o espírito do não-crente encontra-se inativo, pois não tem comunhão com Deus, está sufocado pelas concupiscências da carne. Suas faculdades mais importantes são a consciência, que soa dentro de nós como um alarme nos avisando do perigo. E a fé, a nossa capacidade inata de crer ou fé natural, nada tendo a ver com a fé imprescindível à salvação

O espírito e a parte mais profunda e íntima do ser humano. Scofield comentou nas notas de sua Bíblia que “sendo o homem espírito é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele. Sendo alma, tem conhecimento de si próprio. Sendo corpo, tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo”.

VI. O QUE É O ESPIRÍTO HUMANO

Na Bíblia, a palavra espírito deve ser interpretada dentro do seu contexto para que seja entendido o seu real significado (Mt 27.50: Lc 8.55: 24.39; Jó 12.10; 32:8; 1 Co 14:15 e Is 26:9).

1. A distinção do Espírito Humano. O espírito humano é mais que a simples respiração ou fôlego de vida. É parte principal que o habilita a ter comunhão pessoal com seu Criador, mediante salvação em Cristo e agência do Espírito Santo. É o espírito que vivifica a alma e dá-lhe consciência de Deus.
Mediante Cristo, é ele que nos relaciona com Deus na oração, na adoração e na comunhão. Das criaturas de Deus só o homem possui espírito, o que o torna singular no reino físico (Jó 12.10).

VII. DISTINÇÃO ENTRE ALMA E ESPÍRITO

Alma e espírito compõem a parte imaterial ou espiritual do ser humano e são distintas. Há muito de misterioso e profundo na compreensão detalhada do espírito, alma e corpo humanos. Particularidades não estão reveladas na Bíblia, principalmente quanto à alma e ao espírito. O próprio corpo o elemento mais conhecido, encerra mistérios que nem os estudiosos, nem a ciência puderam desvendar: nas células, no sangue, no tríplice
sistema nervoso e no equilíbrio e sincronia das funções de seus muitos órgãos. Imagine você, agora, as verdades ocultas na arca da alma e do espírito

Alguns textos na Bíblia referem- se, as vezes, a alma e ao espírito como se fossem uma coisa só. Porém, o vasto conteúdo bíblico deixa claro que há uma perfeita e indiscutível distinção entre alma e espírito. Uma vez que alma e espírito são diferentes, intensamente conjugados, certas referências bíblicas ao espírito abrangem a alma e vice-versa (Ec 12.7 e Mt 10.28; Ap 6.9 e Hb 12.23; Lc 23.46 e At 2.31; Gn 35.18 e Tg 2.26; 2 Co 7.1 e 1Pe 2.11; Tg 5.20 e 1 Co 5.5).

1. A composição tríplice do homem. “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito e alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).

Uma outra escritura mostra a mesma distinção de modo claro: “Por que a palavra de Deus e viva e eficaz, é mais penetrante que espada alguma de dois gumes; que penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). A Palavra de Deus penetra até
a divisão da parte imaterial do homem as quais são alma e espírito.

VIII. FACULDADES DO ESPÍRITO HUMANO

São duas as faculdades essenciais do espírito humano: fé e consciência. Essas duas faculdades identificam a religiosidade do homem, isto é, o seu lado intermediário espiritual. Fé e consciência expressam a natureza moral e espiritual do homem e mostram sua primazia e diferença da criação irracional. Pela alma, o homem revela a sua personalidade através dos sentimentos físicos e psicológicos. Pelo espírito, o homem manifesta, pelos sentidos espirituais, o seu ser espiritual (Hb 5.14).

1. Fé. É uma qualidade do espírito com significação profunda e ampla. Ela envolve outras qualidades como adoração, esperança, reverência e oração. A fé a expressão máxima da natureza religiosa do homem. Ela abre caminho para a adoração a Deus, o Criador. A fé suaviza o futuro com a esperança. Daí, o fato de que o homem tem intrínseca em seu espírito, a crença em Deus.

É a chamada fé natural. Notemos o lato de que este tipo de fé tem o sentido de crer. Deus, o Criador, dotou o ser humano da capacidade de crer. Não se trata de fé salvadora, ou fé como fruto do Espírito ou fé como dom do Espírito. Trata-se de fé como crença inerente em Deus.

2. A Consciência. É a lei moral e espiritual, gravada no espírito do ser humano, que age como juiz, que aprova ou desaprova o procedimento de uma pessoa (Rm 2:15, Ec 7:22, 1Jo 3:21).

Na linguagem popular a consciência é a voz de Deus no espírito do homem. É uma lei moral interior, inscrita pelo Criador para nos manter em alerta ou reprovar nossos atos e atitudes conforme nossas prévias convicções morais. Essas convicções devem vir da Palavra de Deus.

IX. PECADOS CONTRA O ESPÍRITO HUMANO

1. O pecado afetou o espírito humano. Diz-nos a Palavra de Deus: “Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Aqui está a declaração de que “todos pecaram” isto é, cada pessoa e todos os seus
elementos: corpo. alma e espírito.

2. O medidor do espírito humano. O caráter santo de Deus é o meio aferidor do estado e conduta do espírito humano. Deus é o aferidor universal da criação, isto é, pelo seu caráter santo e justo, Ele e a base da justiça para julgar as ações do homem. Porém, é preciso esclarecer que a nossa consciência não e o árbitro final das obras dom homem, mas sim Deus.

3. Pecados contra a crença inata (aquilo que nasce com o indivíduo) em Deus. Depois da queda. Todas faculdades morais e espirituais do homem foram afetadas pelo pecado. Então, a comunhão entre Deus e o homem foi abolida, sendo somente restaura da por Jesus Cristo naquele que nEle crê (Ef 2.13-18).

a) Idolatria. Esse é um pecado que atinge frontalmente e a soberania e a santidade de Deus. O primeiro dos dez mandamentos dados a Moisés, estabelece: “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex 20:3)

Aprendemos também que esse mandamento ensina eterna autoridade do Criador. A ele pertence a gloria, o poder e a honra. Portanto, idolatria é rebelião contra Deus.

b) Orgulho. O orgulho é um pecado que faz o homem levantar-se contra Deus e os homens igualmente. É vanglória, soberba, arrogância, presunção, exaltação. Uma das evidências do orgulho é a sede insaciável pelo poder, a busca desenfreada de auto-afirmação.

A Bíblia diz que o orgulho endurece o espírito (Dn 5.20); o orgulho é um obstáculo que impede o homem de buscar a Deus (Sl 10.4; Os 7.10).
A Bíblia condena o orgulho com veemência e diz que os orgulhosos serão abatidos (Dn 4.37; Mt 23,12); castigados (Ml 4.1); justiçados (Sl 31.23).

c) Egoísmo. É outro pecado do espírito humano. O egoísmo torna o espírito das pessoas obsessivo em torno do seu próprio eu. Tudo o que ela pensa ou realiza gira em torno de si mesmo. A grande vitória espiritual do crente está em crucificar seu ego, para que Cristo reine e se assente no trono do coração (Gl 2.20). O egoísmo abriga e esconde certos pecados da carne, como adultério, embriaguez etc. Esse pecado contraria a natureza fraterna e generosa do homem (Rm 15.1, 1 Co 10.33).

d) Dureza de Coração. Outro termo conhecido com o mesmo sentido é “duro de cerviz”. A “dureza do coração” refere-se à insensibilidade de uma pessoa para com o próximo e para com Deus (1 Sm 25.3). A expressão “dura cerviz” refere-se a pessoa que não se submete a qualquer ordem ou mando. A palavra “cerviz” é de origem latina e significa nuca, pescoço. É o espírito insubmisso, autoritário (Ex 32.7, At 7.51)

CONCLUSÃO

Nossa alma - É um bem precioso que precisa ser preservada dos pecados que comprometem e, por fim, destroem a possibilidade de vida eterna com Deus.
Intelecto - É a faculdade que possibilita ao homem perceber a realidade através da compreensão e adaptação  a novas situações mediante a reestruturação dos dados apreendidos no mundo real.

Vontade - Faculdade de representar mentalmente um ato que pode ou não ser praticado em obediência a um impulso ou a motivos ditados pela razão.

Sentimento - Disposição afetiva em relação a coisas de ordem moral ou intelectual.

A mordomia do espírito humano implica, portanto, na administração das faculdades que expressam as ações do espírito. A manutenção das nossas relações espirituais com Deus e de fundamental importância para uma vida feliz.



Lição bíblica cpad 4º. Trimestre 2003

A MORDOMIA DA ALMA

TEXTO ÁUREO

“Amarás pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder” (Dt 6.5).

VERDADE PRÁTICA

A alma é aquele princípio inteligente que anima o corpo e usa os sentidos físicos como agentes na exploração do mundo material.

TEXTO BÍBLICO  = Gn 2.7; Dt 6.5; 10.12; SI 16.10; 41.4; 42.1-6

INTRODUÇÃO

Na tricotomia do homem, a alma pertence à parte imaterial do ser. Alguns teólogos têm dificuldades em distinguir alma e espírito, pelo fato de ambos pertencerem à mesma substância espiritual.

1. DEFININDO O QUE É A ALMA

Há vários significados para a palavra alma nas Escrituras. Toda vez que encontramos a palavra alma nas Escrituras, devemos ter o cuidado de analisar o seu contexto para não haver erro de interpretação.
A alma é aquele principio inteligente que anima o corpo e usa os sentidos físicos como agentes na exploração do mundo material. Podemos defini-la, também, de modo simples, como sendo espiritual e vivente, agindo no mundo físico através do corpo.

1. A Alma com o sentido de respiração da vida. No hebraico do Antigo Testamento a palavra “NEPHESH” significa essencial- mente “respiração da vida” (Gn 1.24; 2.7). Sobre a morte de Raquel, esposa de Jacó, a Bíblia diz: “ao sair-lhe a alma (nephesh) porque morreu” (Gn 35.18). Subentende- se, neste texto, que a palavra alma significa vida. Notemos que a “alma” voltou para o filho da viúva de Sarépta (1 Rã 17.21,22).

2. A Alma significando o sangue (Dt 12.23; Lv 17.14). O sangue é a substância da vida física; sem ele não há possibilidade do homem viver. O sangue é a “alma” da vida física, tanto para o homem como para os animais.

3. A Alma significando a própria pessoa. Vários textos referem- se à alma como sendo a própria pessoa. Este é um sentido genérico, pois o corpo é o tabernáculo da alma, que é por ela utilizado para concretizar as suas ações (2 Co 5.1; Is .38.12; 2 Pe 1.13,14; Éx 1.5).

No latim a palavra ANIMUS significa a alma pensante, racional.
Cada alma distíngue-se da outra. Cada indivíduo é uma alma, uma personalidade (Rm 13.1).

4. A Alma do animal (Ec 3.21). Na criação animal os seres inferiores receberam a alma, no sentido meramente de vida física. A alma de um animal irracional cessa de existir quando o animal morre.

5. A Alma significando coração. A palavra coração aparece na Bíblia como figura da vida inteligente e emocional do ser humano. O seu uso é figurado. Biologicamente, o coração é o órgão pelo qual o sangue é bombeado para todo o corpo. Figurativamente o coração é o lugar onde se formam os pensamentos e os propósitos, bons e maus (Sl 14.1; Mt 9.4; 1 Co 7.37; 1 Rs 8.17).

II. A ADMINISTRAÇÃO DA ALMA COMO VIDA FISICA

A alma do homem é apresentada como “respiração da vida” (nephesh) e pelo sangue com base na expressão “alma vivente”. A Bíblia dá um tratamento respeitoso ao sangue e ordena que não se coma ou beba alimento feito com sangue. E sabido que algumas das moléstias mais terríveis são transmitidas através do sangue, pelo que Deus tem um cuidado especial com o homem. Por essa razão é fácil entender as advertências da Palavra de Deus a tal respeito.
1. Uma Alma Saudável. Para que a alma seja saudável é necessário uma administração correta, visto 
ser ela quem emite as condições necessárias para o corpo ter possibilidades de reações.
Todos os atos, tanto bons como maus, que são praticados pelo corpo, refletem o estado da alma do indivíduo, por9uanto é da alma que emana o raciocínio, a inteligência, os sentimentos e as emoções.

2. Deus é o autor da vida, tanto física como espiritual, (Gn 2.7; At 17.28). Toda a vida emana de Deus. Ele é a fonte da vida. Jesus identificou-se como tal, dizendo: “Eu sou a - ressurreição e a vida” (Jo 11.25); “Eu sou o caminho, e a verdade e a VIDA” (Jo 14.6); “Eu vim para que tenham VIDA, e a tenham com abundância” (Jo 10.10).

III. A ADMINISTRAÇÃO DA ALMA COMO SEDE DA PERSONALIDADE

1. Superior à Alma dos Animais. A alma como sede da personalidade destaca-se pela sua posição superior à dos animais. A alma humana pertence à substância espiritual do homem. Ela não morre, isto é, não cessa de existir. Quando Deus criou o homem disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26). A parte material (o corpo) foi criada, porém a imaterial foi outorgada ao homem através do sopro divino tornando-o “alma vivente”. A parte imaterial veio a integrar o homem mediante um “ato de transmissão” e não por um “ato de criação”. E isso foi uma ação do próprio Deus.

2. O Aspecto Dinâmico da Personalidade. A personalidade possui aspecto dinâmico, isto é, ela se desenvolve.
O meio ambiente ajuda o homem a desenvolver suas faculdades interiores, dando a ele condições de assimilar hábitos, aprender a tomar atitudes, despertar sentimentos, criar e perseguir ideais, controlar seus instintos e emoções, etc, O verdadeiro cristão aprende a administrar bem os seus sentimentos e emoções porque não se deixa levar por impulsos descontrolados. Ele é dirigido pelo Espírito Santo e faz da Palavra de Deus a sua regra de fé e conduta.

IV. PARTES INTEGRANTES DA ALMA

1. O intelecto. É a faculdade da alma que capacita o homem a pensar, raciocinar, decidir, julgar e conhecer. Diretamente ligadas ao intelecto estão a imaginação, a memória e a razão. Essas faculdades precisam ser administradas com zelo e temor de Deus, caso contrário, tornam-se em agências de Satanás contra o reino de Deus.

a. Com a imaginação o homem idealiza e projeta. É uma força do intelecto humano que precisa ser bem utilizada. A Bíblia fala da geração corrompida dos dias de Noé informando que a sua imaginação era má “perante os olhos de Deus” (Gn 6.5). Vivemos num século onde a imaginação é o produtor de inventos fantásticos e de tantas coisas boas. Entretanto não podemos fugir do fato de que a imaginação é utilizada para o mal da sociedade.

b. Com a memória o homem está capacitado a guardar no cérebro os fatos passados e presentes; com a memória o homem retém idéias e conhecimentos adquiridos. O mordomo fiel procura usar a sua memória para glorificar a Deus.

c. Com a razão o homem está capacitado a pensar, julgar e compreender a relação entre as coisas, distinguir o verdadeiro do falso e o bem do mal.(EEI)

2. A vontade. O segredo da mordomia da vontade está em saber administrar os motivos que promovem a ação da alma através da vontade. Paulo, quando falava da sua própria experiência dizia: “E com efeito o querer está em mim” (Rm 7.18).

3. Os sentimentos. A mordomia dos sentimentos diz respeito à capacidade de saber administrar a parte afetiva do nosso ser. O homem não é como uma máquina, insensível. Ele pode sentir todas as grandes emoções, como alegria, tristeza, gozo ou prazer, descontentamento e dor.
O pecado deturpou os sentimentos humanos, escravizando-os e alterando os seus valores reais, como está escrito: “os quais, havendo perdido todo o sentimento (Ef 4.19).
Lições Bíblicas CPAD 2º. Trimestre 1987

A MORDOMIA DO ESPÍRITO

TEXTO AUREO

“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).

VERDADE PRÁTICA

A mordomia do espírito humano implica no cuidado que devemos ter em mantê-lo acessível à presença do Espírito de Deus.

TEXTO BÍBLICO = 1 Co 2.14-16; Pv 16.2; Zc 12.1; Mc 14.38

INTRODUÇÃO

O espírito é a parte mais profunda e superior do ser humano. Scofield comentou em sua Bíblia: “Sendo o homem ‘espírito’, é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele; sendo ‘alma’, ele tem conhecimento de si próprio; sendo ‘corpo’, tem através dos sentidos, conhecimento do mundo.”

1. QUE É O ESPÍRITO HUMANO

O espírito no homem representa a sua natureza suprema e o habilita a ter comunhão pessoal com o seu Criador. E o espírito que torna a alma humana distinta da alma do irracional. A alma humana sem o espírito seria igual à do irracional. A alma além de ser a vida natural do homem e fazer parte do seu “eu”, ela pertence à substância espiritual. E o espírito que vivifica a alma. E pelo espírito que o homem tem consciência de Deus e também consciência do bem e do mal. Das criaturas físicas de Deus só o homem possui espírito, o que o torna criatura singular no reino físico (.Jó 12.10).

O espírito do homem não é, portanto, a simples respiração ou fôlego de vida. A respiração é o ato de espirar gás carbônico e inspirar oxigênio para a sobrevivência das células orgânicas do corpo. Assim sendo, o mais adequado sentido para o termo espírito encontra-se na obra da criação do homem, quando Deus soprou às suas narinas fazendo-o “alma vivente”, dando-lhe vida física e espiritual. 

II. DISTINÇÃO ENTRE ALMA E ESPÍRITO

A escola dícotomista não faz distinção entre alma e espírito, por que interpretam que ambos são a mesma coisa. Tanto alma como espírito pertencem à parte imaterial do ser humano. Alguns textos na Bíblia referem-se, às vezes, à alma e ao espírito como se fossem uma coisa só, porém, à luz do contexto escrituristico da Bíblia, podemos perfeita mente perceber a distinção que se faz entre alma e espírito.

O homem. é uma composição tríplice, conforme literalmente está escrito: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vos so espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do nosso Senhor ,Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).

Uma outra escritura mostra a mesma distinção de modo claro: “Por que a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, que penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e in tenções do coração” (Hh 412). Em tendemos que a palavra de Deus penetra até a divisão da parte imaterial do homem. Portanto, são duas as partes do ser espiritual do homem.

Devemos reconhecer a distinção entre alma e espírito. A despeito dessa distinção, ambos estão intrinsecamente entrosados, isto é são inseparáveis de modo que a distinção entre um e outro se torna imperceptível para nós. Espírito, alma e corpo agem simultaneamente.

III. AS FACULDADES DO ESPÍRITO HUMANO

São duas as faculdades essenciais do espírito humano: Fé e consciência. Essas duas faculdades identificam a religiosidade natural do homem, isto é, o seu lado intermediário espiritual.
Fé e consciência expressam a natureza moral e espiritual do homem e mostram sua indiscutível diferença da criação irracional.

1. Primeira faculdade, a fé. Ë uma qualidade do espírito, com significação profunda e ampla. Ela envolve outras qualidades, como adoração, esperança, reverência e oração.

A fé é a expressão máxima da natureza religiosa do homem. Ë uma faculdade que nasce com ele. E inata à sua existência. Não é fé adquirida ou ensinada, mas é própria do ser espiritual humano. Ela abre o caminho para a adoração a Deus, o Criador. A fé visualiza o futuro com a esperança. A fé incita o homem racional a ORAR e comungar com Deus.

A fé. no grego, é PISTIS e tem o sentido simples de crer em, confiar em. Dai. o fato de que o homem tem, intrínseca em seu espírito, a crença em Deus.

Notemos o fato de que este tipo de fé tem o sentido de crer. Deus, o Criador, dotou o ser humano da capacidade de crer.Não se trata de fé salvadora, ou fé como fruto do Espírito. ou fé como dom do Espírito. Trata-se da fé como crença inerente a Deus.

2. Segunda faculdade, a consciência. E a lei moral e espiritual no interior do homem, que age como juiz, que aprova ou desaprova o procedimento de uma pessoa, e que lhe dá condições de reconhecimento do bem e do mal. 
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IV. PECADOS DO ESPIRITO HUMANO

1. O pecado afetou o espírito do homem. Antes de apontar os peca- dos do espírito, convém declarar que o espírito humano foi também afetado pelo pecado. Diz a palavra: “Pelo que como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Aqui está a declaração de que “todos pecaram”, isto é, cada pessoa e todas as suas partes: corpo, alma e espírito.

A Bíblia diz que o homem foi criado “à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). Que semelhança é esta? Já que o homem é um ser moral e espiritual, além de físico, entende-se que há na natureza espiritual do homem uma lei superior centralizada no interior do espírito humano, que é a consciência. Esta lei exige que o homem viva de acordo com a sua natureza mais alta.

2. Pecados afetos à crença inata em Deus. Pelo espírito, o homem tem consciência de Deus e relaciona-se com Ele através da oração, da comunhão e da adoração.

Na criação original, antes da queda, a faculdade da fé inerente ao homem atuava com maior intensidade. Depois da queda, essas faculdades morais e espirituais foram afetadas pelo pecado. As relações entre Deus e o homem foram cortadas, e somente foram restauradas por ,Jesus Cristo (Ef 2.13-18).

a. Idolatria. Esse é um pecado que fere frontalmente a soberania e a santidade de Deus, O primeiro dos dez mandamentos dados a Moisés, ftí: “Não terás outros deuses diante de mim” (Éx 20.3).

É um pecado do espírito humano porque contraria a natureza espiritual que é no sentido de adorar, orar e louvar a Deus, o Criador de todas as coisas. Adorar implica reconhecer a soberania de Deus e oferecer a Ele reverência e louvor (Jo 4.23,24; Fp 3.3). O espírito está no homem para diferenciá-lo do irracional, que não pode adorar ao Criador inteligentemente.

h. Orgulho. No grego a palavra HYBRIS significa insolência devassa. Porém, a idéia básica da palavra hubris é “o orgulho que se levanta contra Deus e os homens igualmente”. A característica mais real do orgulho é a sede insaciável pelo poder, a busca desenfreada de auto afirmação. cED

c. Egoísmo. É outro pecado do espírito humano. Ele se expressa nas relações Com Deus e com OS homens. O egoísmo torna o espírito da pessoa obsessivo. Tudo o que faz, pensa ou realiza fica em torno do seu “eu”. A grande vitória espiritual está em crucificar o “ego” para que Cristo reine e se assente no trono do coração (Gl 2.20).

d. Dureza de coração. Outro termo conhecido com o mesmo sentido é “duro de Cerviz”. A dureza de coração refere-se à insensibilidade de uma pessoa para com o próximo e para com Deus (1 Sm 25.3).

Lições Bíblicas CPAS 2º. Trimestre 1987