4 de setembro de 2019

A MORDOMIA CRISTÃ DAS FINANÇAS


A MORDOMIA CRISTÃ DAS FINANÇAS

TEXTO ÁUREO - “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de male’, nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm 6.10).

VERDADE PRÁTICA - O dinheiro foi feito para o homem, e não o homem para o dinheiro, por isso, deveu administrá-lo com sabedoria e desprendimento.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - II REIS 12. 4-15

INTRODUÇÃO

Acerca das coisas que movem o mundo, o dinheiro se destaca como algo eticamente difícil de ser administrado. A mordomia cristã das finanças implica instruir o cristão com relação ao modo ético, decente e correto de lidar com o dinheiro. O dinheiro está diretamente ligado aos bens materiais. A mordomia cristã, nesse particular, tem a ver com a administração adequada do dinheiro, como adquiri-lo, posse e a utilização do mesmo nas várias atividades da vida material. A administração do dinheiro, seja pessoal ou público, deve ser feita com critério, honestidade e responsabilidade.

I.                   A MORDOMIA EXEMPLAR DE JOÁS

O rei Joás percebendo que o reino e principalmente a casa de Deus estavam em estado deplorável, necessitando reparos, despertou o coração do povo para contribuir para essa finalidade. O rei organizou um sistema de arrecadação de dinheiro para a reparação do templo. Desse modo, Joás constitui-se num modelo de mordomia cristã na Bíblia. Aqui aprendemos preciosas lições com a mordomia de Joás referente às finanças do povo de Deus.

1. Joás despertou o interesse do povo para contribuir. Joás percebeu que o segredo do sucesso do seu reinado consistia, em cuidar primeiro das coisas de Deus.  O templo precisava de reparos urgentes e, para tal, precisavam de amor, dedicação e cooperação do povo (II Rs 12.4).

2. Joás estabeleceu ordem e organização (II Rs 12.4,5,7). Sem esses elementos não pode haver coordenação nos trabalhos da igreja, mesmo que haja fervor e espiritualidade. Ele deixou com Joiada, o sumo sacerdote, a responsabilidade de coordenar, com os demais sacerdotes, a captação e manuseio do dinheiro. As mensagens inspiradas sobre o propósito das ofertas estimularam o povo a contribuir com espírito voluntário, generoso e alegre.

3. Joás demonstrou responsabilidade na sua administração (II Rs 12.7). Joás estava firme em seu propósito de reconstruir e reparar o templo. Convocaram seus liderados, principalmente Joiada, o sacerdote, e perguntou-lhe: “Por que não reparais os estragos da casa?” Joiada não estava cumprindo sua responsabilidade.

Nossa mordomia requer propósito e fidelidade. Quantos líderes cristãos são honestos quanto ao emprego do dinheiro do Senhor que entra nos cofres das suas igrejas, mas, em vez de o utilizarem na obra de Deus, preferem guardá-lo em bancos.
Com Joás, o dinheiro tinha de ser empregado nas finalidades estabelecidas, para que o povo não perdesse a fé e a confiança nos seus líderes.

4. O povo viu o bom resultado de suas contribuições. Joás determinou que “a obra dos reparos” fosse executada imediatamente. A obra foi dividida em setores de trabalho. Estabeleceu chefes especialistas para cada tipo de trabalho. Havia carpinteiros, pedreiros, cavouqueiros, construtores (II Rs 12.11,12). O dinheiro era separado segundo a necessidade e, cada chefe de serviço administrava o pagamento aos trabalhadores.

O dinheiro da oferta pela culpa e o dinheiro das ofertas pelo pecado eram os únicos separados exclusivamente para o sustento dos sacerdotes (II Rs 12.16).

II.                PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DO DINHEIRO

1. Avaliação correta do dinheiro. Não é o dinheiro que “é a raiz de toda espécie de males”, mas “o amor do dinheiro” (I Tm 6.10). É esse amor idolatrado que tornam as pessoas vítimas da ganância, da presunção e da avareza, O dinheiro não é mau nem bom em si mesmo. Sua utilização é que deve ser justa, honesta e racional. A parte final do texto de I Timóteo 6.10, assevera: “e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. É o amor ao dinheiro que é prejudicial, e faz mal à alma. Colocar o dinheiro à frente de todas as coisas na vida, ou acima das prioridades espirituais, é mau e perigoso. A Bíblia condena a avareza porque ela conduz ao egoísmo e ao desamor  (Hb 13.5; 2 Pe 2.3,14).

2. Na mordomia cristã, o dinheiro é um meio e não um fim em si mesmo. A sociedade humana gira em torno do dinheiro e faz do mesmo a razão de tudo na vida, pois o incrédulo, na sua cegueira espiritual não conhece a Deus. A Bíblia adverte: “o que ama o dinheiro nunca se fartará dele” (Ec 5.10).

3. A arte de ganhar dinheiro. Não é pecado ganhar dinheiro de maneira digna, lícita e honesta. Pecado é aplicá-lo mal. Para que ganhemos dinheiro sabiamente, precisamos reconhecer antes de tudo, e em primeiro lugar, o reino de Deus. Isto é, o seu predomínio nas nossas finanças pessoais (Mt 6.33). Todo verdadeiro mordomo cristão, nas suas finanças, faz de Deus o seu sócio- gerente, isto é, seu orientador. Na sua obtenção de dinheiro veja sempre um modo de contribuir para o reino de Deus.

4. O uso racional do dinheiro. João Wesley era muito prático e, por isso, deu três regrinhas sobre o uso correto do dinheiro:

Primeira: “Ganhar o máximo que pudermos”. Isto deve ser feito sem pagarmos demasiado caro pelo dinheiro e sem prejudicarmos o próximo, assim no corpo como na alma. Pagar demasiado caro o dinheiro é ganhá-lo com prejuízo da saúde, da honra, do bom nome; ganhá-lo ilicitamente enfim.

Segunda: “Economizar o máximo que pudermos”. Isto significa que devemos cortar as despesas que apenas visam dar satisfação aos loucos desejos da carne, à vaidade e à cobiça dos olhos.

Não se deve desperdiçá-lo em pecados e loucuras durante a nossa existência, e providenciar para que nossos filhos não o desperdicem depois da morte. Terceira: “Doarmos o máximo que pudermos.”

III.             A MORDOMIA DA PROSPERIDADE

1. Prosperidade e espiritualidade. Há um falso conceito de que a pobreza material é o caminho para a verdadeira espiritualidade. Há quem pense que a prosperidade financeira rouba a humildade do crente e o afasta de Deus. Aqueles que querem prosperar segundo o sistema do mundo, realmente correm esse risco, mas quem coloca sua prosperidade material sob a égide de Deus, certamente será abençoado.

2. A prosperidade de Abraão. Abraão foi um homem próspero em sua vida material porque era obediente às leis divinas da prosperidade. Ele teve uma vida frutífera e próspera. “E Abraão era muito rico em gado, prata e ouro” (Gn 13.2). Ora, temos direito, também, à mesma bênção de Abraão, por Jesus Cristo; e a bênção de Abraão chegou aos gentios através de Cristo”  (Gl 3.14).

E diz mais: “E se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.29).

CONCLUSÃO

Aprendemos que o dinheiro não é fim primordial da vida humana. O cristão que ama a Deus sobre todas as coisas, fará com que a arte de ganhar dinheiro se constitua numa fonte de bênçãos para si mesmo, para sua família e, acima de tudo, para o reino de Deus, representado pela igreja de Cristo.

Amém

Por:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 2003

   
A MORDOMIA DO DINHEIRO

TEXTO ÁUREO - “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se transpassaram a si mesmos com muitas dores” (I Tm 6.10.

VERDADE PRÁTICA - O dinheiro foi feito para o homem, e não o homem para o dinheiro. Administremo-lo com sabedoria.

TEXTO BÍBLICO BÁSICO II Rs 12.4-15

INTRODUÇÃO

O dinheiro está diretamente ligado aos bens materiais. A mordomia cristã implica na administração adequada do dinheiro, seu método de aquisição, posse e utilização do mesmo nas várias atividades da vida material. Nesta lição procuraremos desfazer a interpretação errada acerca do dinheiro, pois o mesmo é de vital importância para o sustento das pessoas que o ganham honestamente e, também, para a manutenção da obra de Deus na terra.

I.                   A MORDOMIA EXEMPLAR DE JOÁS (II Rs 12.4-15)

Quando Joás assumiu o reino de Israel teve a preocupação de administrar bem e ordenar as entradas e as saídas do dinheiro que vinha à casa do Senhor. O rei percebeu que o templo estava em estado deplorável. As paredes estavam caindo, e ninguém, até então, se preocupava com o reparo do templo. Foi ai que o rei sabiamente, procurou levantar os recursos financeiros para a tarefa de reparar o templo.  Organizou o levantamento dos recursos, estabelecendo urna determinada ordem, O dinheiro consagrado à casa do Senhor que consistia:

1) nas coisas que as pessoas consagravam para o serviço da casa de Deus

2) nas ofertas de boa vontade que os estrangeiros visitantes em Jerusalém doavam;

3) no dinheiro equivalente à taxa pessoal que cada jovem começava a pagar aos vinte anos de idade (Êx 30.12), que era o dinheiro do resgate de cada pessoa. Com esse dinheiro, Joás dedicou-se ao trabalho de reparar a casa do Senhor.
Aprendemos as seguintes lições com a mordomia de •Joás:

1. Joás despertou o interesse do povo para contribuir. Joás percebeu que o segredo para o sucesso do seu reinado era, antes de tudo, zelar pelas coisas de Deus
O templo precisava de reparos urgentes e, para tal, precisava do amor e da cooperação do povo (II Rs 12.4).

O povo percebeu no seu novo rei urna liderança capaz e merecedora de inteira confiança. Ele motivou a todos para a realização da tarefa, e despertou coragem e segurança no plano.

2. Joás baseou sua administração numa realidade de vida. Joás não agiu como um sonhador, mas sua avaliação foi feita na realidade da vida religiosa de seu povo.

O templo representava o nível de fé do povo. Para tal, ele levantou o problema a nível dessa fé; mostrou firmeza e inteligência. O povo podia confiar na sua administração. O dinheiro arrecadado seria bem administrado.

3. Joás demonstrou o seu senso de organização (II Rs 12.4,5,7). O segredo do sucesso da mordomia aplicada no seu reino estava na coordenação. Joás, primeiro organizou a aquisição do dinheiro para os fins estabelecidos. Ele deixou com Jeotada o sumo sacerdote, a responsabilidade de coordenar com os demais sacerdotes a recepção do dinheiro, segundo a sua ordem. O povo foi estimulado a contribuir e o fez voluntariamente e com alegria.

4. Joás demonstrou responsabilidade com sua administração (II Rs 12.7). Joás não se descuidou, nem se esqueceu da finalidade de seu propósito - reparar o templo! Chamou seus liderados, principalmente a Jeoiada, e perguntou-lhes: “Por que não reparais as fendas da casa?”

Aprendemos aqui que devemos ter finalidade na nossa mordomia! De que adianta juntar dinheiro em bancos quando a obra de Deus tem finalidade a merecer atenção? Joás não estava interessado em juntar dinheiro, mas, sim, em utilizá-lo para alcançar uma finalidade. O objetivo da arrecadação era o de reparar a casa do Senhor, e isso deveria ser feito.

Quantas campanhas são iniciadas em nossas igrejas para certos projetos, e apesar de tais campanhas atingirem o sucesso arrecadador esperado, os referidos projetos permanecem no papel! Parece que ter dinheiro em bancos é mais importante do que atender às reais necessidades da obra de Deus!

5. Joás destinou o dinheiro arrecadado para as suas finalidades. Ele ordenou que “a obra dos reparos” fosse executada imediatamente. A ordem foi dividida por setores de trabalho. Havia um chefe para os ‘‘carpinteiros’’ (II Rs 12.11); outro chefe para os ‘‘pedreiros” e ‘‘cabouqueiros’’ (II Rs 12.12); outro chefe para os “edificadores”, etc.

O dinheiro era separado segundo a necessidade, e cada chefe de serviço administrava o pagamento aos trabalhadores (II Rs 12.12).

II.                IMPLICAÇÕES DA MORDOMIA CRISTÃ DO DINHEIRO

1. Avaliação correta do dinheiro. Muitos crentes crêem que “o dinheiro é a raiz de todos os males”, mas esta é uma interpretação incorreta do que a Bíblia diz.

O dinheiro, em si mesmo, não é mau, pois com ele construímos templos, escolas, hospitais, nossas próprias casas. Com ele enviamos missionários, sustentamos nossos pastore. Com ele produzimos livros de edificação e tantas outras coisas úteis.  Não, o dinheiro não é mau. Com ele compramos roupas, alimentos e toda a sorte de utensílios.

A Bíblia ensina o seguinte:  ‘‘Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmo com muitas dores” (1 Tm 6.10).

Aprendemos então que o amor ao dinheiro é prejudicial, é mau. Colocar o dinheiro á frente de todas as coisas na vida, ou acima das prioridades espirituais, é mau e perigoso. A Bíblia condena a avareza porque ela traz a tristeza e o desamor.

2. A mordomia dos recursos materiais. O homem dispõe de fontes de recursos materiais as quais foram criadas por Deus. Essas fontes de recursos são, antes de tudo, para os que temem a Deus e reconhecem a sua soberania sobre todas as coisas.

Esses recursos, Deus os criou para uma utilização adequada sobre a face da terra. O homem que teme a Deus nunca deverá agir com monopólio, mas deve lembrar-se de que são bênçãos de Deus. Aprendemos aqui que a mordomia cristã nos ensina a usar recursos naturais na medida do necessário controlando-os e conservando-os, afim de que possa tirar o melhor proveito possível para si próprio e também para os demais.

Deverá também zelar para que esses recursos naturais não se esgotem de uma vez só.  Muitas vezes as devastações inconscientes das matas, empobrecem a terra, e a exploração desordenada dos recursos minerais trazem consequências drásticas aos que precisam dos mesmos, posteriormente.

3. O dinheiro é um meio, não um fim. E preciso saber que a despeito de nossa sociedade girar em torno do dinheiro e fazer do mesmo o fim para todas as suas atividades a Bíblia ensina diferente. O dinheiro, hoje, representa o resultado de parte de energia física e mental dispendida. O fruto do seu trabalho é transformado em dinheiro o qual você usará para sua subsistência.

Você trabalha determinado número de horas para ter direito ao seu ‘‘pão de cada dia’’. O Rev. Valter Kaschel disse: ‘‘Não exageramos, portanto, quando dizemos que o dinheiro é a personalidade armazenada, ou, por assim dizer, parte

4. A arte de ganhar dinheiro. Não é pecado ganhar dinheiro. Pecado é aplicá-lo mal. Deus quer que ganhemos dinheiro, de modo a glorificar o seu nome. A arte de ganhar dinheiro implica na capacidade de desenvolver o poder aquisitivo. Para que ganhemos dinheiro sabiamente precisamos reconhecer, antes de tudo e em primeiro lugar, o reino de Deus nas nossas finanças pessoais (Mt 6.33).

A aquisição de dinheiro deve ser feita em oração, com joelhos em terra e olhos no céu.
Todo verdadeiro mordomo cristão faz de Deus o seu sócio gerente, isto é, o orientador.
Faça da arte de ganhar dinheiro um modo de contribuir para o reino de Deus.

III.             A MORDOMIA DA PROSPERIDADE

1. Prosperidade e Espiritualidade. Há um falso conceito de que a pobreza material é o caminho para a verdadeira espiritualidade. Parece-nos, isto sim, que é do modo inverso desse conceito que se mede a espiritualidade de um cristão autêntico. A prosperidade material e espiritual é uma boa medida para a verdadeira espiritualidade. Outro falso conceito sobre prosperidade material é o de que o crente não deve ter dinheiro guardado em banco, nem fazer investimento. Esse conceito não condiz com o próprio testemunho da Bíblia quando fala de Abraão. Isaque, Jacó, Davi, Salomão, José de Arimatéia e outros.

Alguns crentes acreditam que a prosperidade financeira rouba a humildade e afasta-nos de Deus. Na verdade, quando o crente deseja prosperar segundo o sistema do mundo, corre esse risco; mas se ele coloca sua prosperidade material sob a égide de Deus, certamente será abençoado.

2. A Prosperidade de Abraão. Abraão foi homem próspero em sua vida material, porque era obediente às leis da prosperidade divina. Ele teve uma vida frutífera e próspera. “E ia Abraão muito rico em gado, em prata, e em ouro” (Gn 13.2).

“Ora, temos direito, também, a mesma bênção de Abraão, por Jesus Cristo; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo”. (GI 3.14).

E diz mais: “E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (GI 3.29).

Entende-se aqui que se formos obedientes ás leis divinas instituídas para prosperidade, seremos herdeiros de Abraão, isto é, teremos direito à mesma prosperidade material e espiritual.

3. Prosperidade e Honestidade. Não há nada errado ou pecaminoso quanto a sermos prósperos na vida material. Seria errado, sim, se essa prosperidade fosse desonesta para com Deus e para com o próximo. O segredo da prosperidade está em obedecer às leis divinas. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer. E sua descendência será poderosa na terra; a geração dos justos será abençoada.  Fazenda e riquezas haverá na sua casa...” (Sl 112.1-3).

Amém


Por:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas CPAD 1987


ADMINISTRANDO O DINHEIRO COM JUSTIÇA

TEXTO ÁUREO

“Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade”. Ec 5.10

VERDADE APLICADA

O dinheiro jamais deve ocupar o primeiro lugar em nossas vidas, mas ser uma bênção para nós e para o reino de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – II Cro. 9.6-12

INTRODUÇÃO

O dinheiro faz parte desses recursos divinos para que, através dele possamos ser abençoados e também abençoar a outros. Feliz o crente que entende que todas as coisas vêm das mãos de Deus, pois dessa maneira jamais agirá com monopólio, mas será um mordomo fiel das riquezas advindas das mãos do Criador. Saber possuir o dinheiro é um dom que poucos têm, pois infelizmente alguns têm feito do dinheiro o senhor absoluto.


I.                   O DINHEIRO É UMA BÊNÇÃO DE DEUS


Desde o princípio, o homem lida com o dinheiro (Gn 23.16) que nos foi dado por Deus para ser bênção em nossa vida: “A bênção do Senhor enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto” (Pv 10.22). Através do dinheiro podemos cuidar de nossa família:

“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (I Tm 5.8), adquirir bens: “Acaso, não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra” (Jó 1.10), abençoar alguém que necessite (At 4.34) e ainda investir no reino de Deus (Mt 6.20).

a) Dinheiro, um recurso material. O crente deve saber que o dinheiro é apenas um recurso material, que precisa ser aplicado com sabedoria para que não traga prejuízos espirituais (I Tm 6.10).

Tais recursos não devem nos tornar gananciosos (Lc 12.16-19), pois a nossa vida não consiste na abundância do que possuímos (Lc 12.15).

b) Um meio para sermos abençoados. O dinheiro é apenas um meio em si, e não o fim, por isso o conselho de Deus: “... se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o vosso coração” (Sl 62. 10b).

Lembremo-nos que o dinheiro é apenas uma “sombra” (Ec 7.12), e não o principal em nossas vidas (I Tm 6.8); um meio para sermos abençoados (Jz 1.15).

c) Uma bênção para a igreja. A casa do Senhor é abençoada com o dinheiro do povo de Deus (II Rs 12.9).

Nossa contribuição é empregada nas mais diversas necessidades da obra e na expansão do reino de Deus (Fp 4.15,16).

Qualquer que sejam os recursos eles devem ser aplicados com sabedoria                                       (II Rs 12.11,12), para que o nome do Senhor seja glorificado.

II.                USANDO O DINHEIRO COM SABEDORIA

O dinheiro está diretamente ligado aos bens materiais, e precisamos de sabedoria no seu uso para não sermos sufocados por ele (Pv 30.7,8; Mt 13.22).

Devemos atentar para a palavra de Paulo, quando disse: “... porque já aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11).

Precisamos aprender a viver com modéstia para que não sejamos escravizados pelo dinheiro (Fp 4.12,13).

a) Não gastá-lo inutilmente. O profeta de Deus brada ainda hoje, dizendo: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?”(Is 55.2). Quantas pessoas vivem a gastar dissolutamente o que tem recebido como “produto do seu trabalho” (Lc 15.13,14).

Lembre-se, não podemos gastar “tudo o que ganhamos”, mas fazer um depósito para o dia da necessidade (Pv 10.5).

b) Não acumular dívidas. A Bíblia é enfática, quando diz: “Ai daquele que se carrega a si mesmo de dívidas!” (Hc 2.6).

As dívidas são o resultado da má administração do dinheiro; compramos além das nossas possibilidades. Por isso a Bíblia ensina: “... não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes...” (Rm 12.16). E preciso vigiar para que também não sejamos fiadores de dívidas (Pv 22.26).

c) Não viver em função do dinheiro. Infelizmente, muitas pessoas vivem em função do dinheiro, mas veja o que diz a Bíblia:  “O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda...“ (Ec 5.10).

Paulo ensina que “o amor do dinheiro” é a raiz de todos os males (I Tm 6.10), enfatiza ainda que “nessa cobiça”, vêm os desvios da fé e muitas dores. Devemos, portanto, viver em função da bênção de Deus: “A bênção do Senhor enriquece, e, com ela, ele não traz desgosto” (Pv 10.22).

III.             USANDO O DINHEIRO COM GENEROSIDADE

O crente, como bom mordomo do seu dinheiro, atenta para a bênção da generosidade: “A alma generosa prosperará, e o que regar também será regado” (Pv 11.25).

Aqui está o segredo para que recebamos todas as bênçãos de Deus: “Dai e servos-á dado...“ (Lc 6.38).

a) Generosidade, um princípio divino. O apóstolo Paulo nos ensina através da igreja de Corinto que a generosidade é um princípio divino para que haja “igualdade”: “suprindo a vossa abundância, no presente, a falta daqueles, de modo que a abundância daqueles venha a suprir a vossa falta, e, assim, haja igualdade” (II Co 8.14).

As desigualdades sociais são fruto da falta de generosidade dos ricos para com os pobres, o que não havia na Igreja Primitiva (At 4.34,35). Que possamos seguir-lhes o exemplo de generosidade.

b) A generosidade em repartir. Repartir é um dom divino, e precisamos alcançar essa graça: “Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?” (Is 58.7).

A ordem bíblica para nós, é repartir: “Repartes com sete e ainda com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra” (Ec 11.2).

Isto significa ser verdadeiros mordomos daquilo que temos recebido do Senhor, através do nosso trabalho: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Ef 4.28).

c) A generosidade se prova com amor. O crente que compreende o que significa ser “mordomo”, prova sua generosidade através do amor ao próximo: “Quem, pois tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as sua entranhas, como estará nele o amor de Deus?” (I Jo 3.17).

A generosidade é prova de nossa fé e do nosso amor ao próximo (Tg 2.14-16).

IV.             A PROSPERIDADE É UMA BÊNÇÃO DIVINA

A prosperidade é derramada sobre a casa do justo (Sl 112.1,2), e a Bíblia complementa dizendo:  “Fazenda e riquezas haverá na sua casa, e a sua justiça permanece para sempre” (Sl 112.3).

Isto nos faz entender claramente que a prosperidade é uma bênção divina: “Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão; e digam sempre: Glorificado seja o Senhor, que se compraz na prosperidade do seu servo” (Sl 35.27).

a) O exemplo de Abraão. A Bíblia dá testemunho de Abraão como um homem de fé (Gn 12.1,5).

Ele peregrinou por Canaã como um homem rico e próspero: “Era Abrão muito rico; possuía gado, prata e ouro” (Gn 13.2), pois tinha a bênção de Deus.  Paulo diz que a bênção de Abraão tem chegado até nós por Jesus Cristo (Gl 3.14), de maneira que podemos hoje também desfrutar da mesma prosperidade (II Co 8.9).

b) A honestidade na prosperidade. Não há nada de errado ou pecaminoso em sermos prósperos materialmente, desde que sejamos honestos em nossa prosperidade:  “Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos, para pôr em lugar alto o seu ninho, a fim de livrar-se das garras do mal” (Hc 2.9).

Devemos crescer com o fruto do nosso trabalho (Pv 13.11), para que possamos ser exemplos para as gerações futuras (Gn 39.2).

c) A prosperidade aplicada no reino dos céus. Sendo a prosperidade resultado da bênção de Deus em nossa vida, devemos aplicar também parte dessa “bênção” no reino de Deus: “Mas ajuntai tesouros no céu ...“ (Mt 6.20).

Jesus falou sobre isso alertando que, “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6.2 1). Se as nossas riquezas estiverem no céu, o nosso coração estará lá também.

CONCLUSÃO

Alguns crentes acham que a prosperidade financeira rouba-nos a comunhão com Deus.  Isto acontece quando o crente põe o seu coração no dinheiro como acontece com pessoas mundanas que não conhecem a Palavra de Deus. O verdadeiro cidadão do céu está preocupado com sua vida espiritual e de maneira nenhuma se atrapalhará com negócios “impróprios” dessa vida, pois ele vive para agradar aquele que o salvou.


Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Lições bíblicas BETEL 2002


26 de agosto de 2019

A MORDOMIA DO TRABALHO


A MORDOMIA DO TRABALHO

Texto Base: 2Tessalonicenses 3:6-13

''Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto: que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também" (2Ts.3:10).

2 Tessalonicenses 3: 6-13

INTRODUÇÃO
Trataremos nesta Aula da Mordomia do Trabalho. A pessoa se revela através do seu trabalho. O Salmo 19 diz que Deus Se revela ao mundo através da Sua obra. Por meio da revelação natural, a existência de Deus é conhecida por todas as pessoas na Terra. Assim, o trabalho revela algo sobre aquele que o realiza; ele expõe o caráter subjacente, motivações, habilidades e traços da personalidade. Jesus repetiu este princípio em Mateus 7:15-20 quando declarou que as árvores ruins produzem apenas frutos ruins e boas árvores somente bons frutos. Isaías 43:7 indica que Deus criou o homem para a Sua própria glória. Em 1Coríntios 10:31, lemos que tudo o que fazemos deve ser para a Sua glória. O termo glória significa "dar uma representação precisa". Por isso, o trabalho feito por cristãos deve dar ao mundo uma imagem fiel de Deus em sua justiça, fidelidade e excelência. Podemos, então, e devemos, glorificar a Deus com o nosso trabalho.

I. O TRABALHO DE DEUS NA BÍBLIA
É fundamental que se compreenda que a origem do trabalho não começa conosco, começa com Deus. A Bíblia Sagrada é o compêndio apropriado para quem quer saber sobre a origem do Trabalho. O livro de Gênesis inicia a história da salvação revelando o trabalho de Deus na criação do Universo - “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn.1:1). Deus é o mais dedicado trabalhador.
Geralmente, nós consideramos que a história do trabalho tem começo a partir da Queda e termina quando Jesus voltar. De fato, essa história começou no Jardim do Éden, muito antes da Queda, e continuará no Novo Céu e na Nova Terra.

1. O Trabalho de Deus na criação do Universo
Na passagem de abertura das Escrituras Sagradas, Deus é o trabalhador primário, ocupado com a criação do Universo (Gn.1:1-15) - “No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn.1:1). A Bíblia diz que Deus trabalhou por seis dias e descansou no sétimo (Êx.20:11; Ne.9:6). Nos primeiros dois capítulos de Gênesis, somos informados sete vezes que Deus criou algo e doze vezes que ele fez alguma coisa. Os atos de criar e de fazer são resumidos como seu trabalho - “No sétimo dia, Deus havia terminado sua obra de criação e descansou de todo o seu trabalho” (Gn.2.2).
Deus foi o primeiro a trabalhar sobre a terra; portanto, o legítimo trabalho reflete a atividade de Deus. Porque Deus é inerentemente bom, o trabalho também é inerentemente bom (Salmos 25:8, Ef.4:28). Além disso, Gênesis 1:31 declara que quando Deus viu o fruto do Seu trabalho, Ele disse que era tudo "muito bom", alegrando-se com o resultado. Por este exemplo é evidente que o trabalho deve ser produtivo e deve ser conduzido de uma maneira que produza um resultado da mais alta qualidade. A sua recompensa é a honra e a satisfação que vêm de um trabalho bem feito.

2. O Trabalho de Deus na criação do homem
O momento supremo do trabalho criativo de Deus não foi a criação de galáxias distantes, da fauna e da flora, mas a criação do homem e da mulher (Gn.1:27). Assim como o resto da criação, somos o produto do trabalho de Deus. No entanto, de forma singular e distinta de todos os outros seres criados, somos feitos à imagem de Deus. De todas as implicações desse fato, isso significa, principalmente, que fomos criados para ser um reflexo de Deus para o mundo, uma reapresentação dele na Terra. Vemos isso, primeiro, em Gênesis 1:28, que diz: 
“Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam pelo chão”.
Até esse ponto da narrativa, tudo o que Deus disse aos pássaros, aos peixes e aos outros animais foi dito também a Adão. Como todas as outras criaturas, estamos destinados a reproduzir. Mas Deus afirma que nós não fomos criados apenas para encher a terra, como os demais animais; nós devemos “governá-la” e “dominá-la” sobre tudo e sobre todos.
Temos trabalho a fazer, e não é qualquer trabalho. Trata-se de refletirmos, através do trabalho, a própria natureza de Deus. Deus é claramente Rei sobre a criação. Ele diz aos seres humanos: governem o mundo como meus representantes, os portadores da minha imagem. E foi só nesse ponto da narrativa que Deus declarou ser sua obra muito boa e depois descansou (confira Gênesis 1:27 – 2:3).

3. O Trabalho continua
Após criar o Universo, todas as criaturas viventes, a natureza, o ser humano, Deus continuou a trabalhar; Ele não se aposentou; não se isolou, fechando-se num céu muito distante e entregando a Terra e o ser humano à sua sorte, como afirmaram, e ainda afirmam alguns adeptos de heresias inspiradas por Satanás. Não! Deus nunca ficou alheio a tudo que acontece na Terra, conforme afirmou o Profeta Hanani: “Porque, quanto ao Senhor, os seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele...” (2Cr.16:9).
“Os olhos do SENHOR estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons” (Pv.15:3).
Deus, nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo, da mesma forma que havia trabalhado na criação de todas as coisas e na reconstrução da Terra, continuou trabalhando, agora, num novo projeto.
O capítulo 2 de Gênesis inicia com Deus trabalhando novamente; só que, agora, não é o trabalho de criar, mas o trabalho de governar e de ordenar tudo o que Ele fez. Deus plantou um Jardim; literalmente, um Paraíso. Você pode imaginar como se fosse uma propriedade rural bem organizada, e lá Ele colocou o primeiro homem. Surge, então, uma pergunta: como Deus criou um Paraíso dentro de um mundo já perfeito? Resposta: Deus criou um lugar perfeitamente adaptado para o florescimento humano. Lá, ele colocou Adão. Está escrito: 
“O SENHOR Deus colocou o homem no jardim do Éden para cultivá-lo e tomar conta dele”(Gn.2:15).
Deus não é inerte, parado; Deus é vida, é ação. Ele trabalhou e continua trabalhando no Seu plano elaborado “desde a fundação do mundo” (Ap.13:8). Sobre o trabalhar contínuo de Deus, declarou o Senhor Jesus, em resposta a alguns acusadores: "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (João 5:17). O Deus revelado nas Escrituras, o Criador dos céus e da terra, continua trabalhando em prol de sua criação.
“Tu visitas a terra e a refrescas; tu a enriqueces grandemente com o rio de Deus, que está cheio de água; tu lhe dás o trigo, quando assim a tens preparada; tu enches de água os seus sulcos, regulando a sua altura; tu a amoleces com a muita chuva; tu abençoas as suas novidades” (Sl.65:9,10).
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera” (Is.64:4).
Deus continua trabalhando e o homem deve trabalhar também. O papel dos seres humanos é trabalhar a Terra, tornando-a aquilo que pode sustentar a vida; e o papel de Deus é provê-la de tudo o que é necessária (Gn.8:22).
“Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não Cessarão”.
Esses dois papéis da humanidade e de Deus são os fatores mais fundamentais da existência, cuja ausência significaria o estado do mundo antes da criação: sem forma e vazio.
É claro que, nesta Dispensação, o trabalho prioritário de Deus é, sem dúvidas, a preparação da Igreja. Porém, mesmo depois do Arrebatamento da Igreja, Deus não cessará de trabalhar, e nem nós, conforme nos advertem as Escrituras Sagradas.
“E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão” (Ap.22:3).

II. A BÍBLIA E A MORDOMIA DO TRABALHO
1. O homem foi criado para o Trabalho
O trabalho é dom de Deus, não um castigo pelo pecado. Mesmo anterior à Queda, o homem tinha deveres a cumprir. Deus estabeleceu atividades laborais que fizessem parte de sua vida (Gn.2:5,7,8,15).
5.Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o SENHOR Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra.
7.E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
8.E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado.
15.E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.
“Deus organizou deliberadamente a vida de tal maneira que ele precisa da cooperação dos seres humanos para o cumprimento dos seus propósitos. Ele não criou o planeta Terra para ser produtivo por si mesmo; os seres humanos têm que subjugá-lo e desenvolvê-lo. Ele não fez um jardim cujas flores se abririam e os frutos amadureceriam por conta própria; Ele designou um jardineiro para cultivar a terra. Chamamos isso de “mandato cultural”, que Deus deu à raça humana. “Natureza” é o que Deus nos dá; “cultura” é o que nós fazemos com ela. Sem um agricultor humano, todo jardim ou campo se degeneraria rapidamente, transformando-se num deserto.
Na verdade, Deus fornece o solo, a semente, o sol e a chuva, mas nós temos que arar, plantar e colher. Deus fornece as árvores frutíferas, mas nós temos que podá-las e apanhar os frutos. Como Lutero disse certa vez num sermão sobre Gênesis, ‘Pois por seu intermédio Deus trabalhará todas as coisas; ele vai ordenhar as vacas e desempenhar as tarefas mais humildes por meio de você, e todas as tarefas, da maior até a menor, serão agradáveis a ele’. De que valeria a provisão que Deus faz para nós de uma vaca cheia de leite se nós não estivéssemos lá para ordenhá-la?
Assim, há cooperação, na qual nós realmente dependemos de Deus, mas na qual ele também depende de nós. Deus é o Criador; o homem é o agricultor. Cada um necessita do outro. No bom propósito de Deus, criação e cultivo, natureza e criação, matéria-prima e perícia profissional humana são indissociáveis. Esse conceito de colaboração divino-humana é aplicável a todas as tarefas honrosas” (John Stott. Os cristãos e os desafios contemporâneos).
Devemos administrar com eficiência os bens do nosso Criador e Senhor. Ele se humilhou e nos honrou ao fazer-se dependente da nossa cooperação. Qualquer que seja nosso trabalho – no ensino, na medicina, nas leis, nos serviços sociais, na arquitetura ou construção, nas políticas nacional ou local, ou no serviço civil, na indústria, no comércio, no cultivo do solo ou na mídia, em pesquisa, na administração, no serviço público, nas artes, em casa, na área de tecnologia, na Igreja – devemos fazê-lo como sendo cooperação com Deus.

2. O Trabalho antes da Queda
Antes da Queda, Deus criou um lindo Jardim para que Adão trabalhasse, cuidasse dele e fosse sua morada. As duas primeiras atividades laborais de Adão, o primeiro homem, foram "lavrar" e "guardar" a terra. A mulher, Eva, é criada como sua ajudante e companheira (Gn.2:18). Assim, Adão e Eva deveriam, literalmente, cultivar o Jardim, fazê-lo crescer e florescer; eles também foram colocados lá para guardá-lo e para protegê-lo de qualquer coisa que pudesse danificá-lo ou prejudicá-lo.
Tudo isso é muito importante porque o trabalho que Deus deu a Adão e Eva é o paradigma para todo trabalho humano. Para entendermos melhor, pense por um momento sobre o Jardim do Éden. Aquele era o lugar que Deus projetou para o florescimento humano. Não há mais nada na Terra para eles fora daquele lugar.
  • O Éden era a casa, onde eles viviam o casamento e criavam a sua família.
  • O Éden era o templo, onde eles se encontravam com Deus.
  • O Éden era o local de trabalho, onde se empregavam produtivamente naquilo que Deus lhes deu para fazer.
Você e eu nunca experimentamos o que eles experimentaram: um mundo no qual as divisões e os conflitos de interesse entre igreja, local de trabalho e família não existiam. Naquele mundo incrível, o trabalho deles era tomar aquele Jardim-Casa-Templo-Local-de-trabalho e protegê-lo, cultivá-lo, fazê-lo florescer e crescer, até que o mundo inteiro, e não apenas aquele pequeno cantinho, tornasse um paraíso. Por que eles deveriam fazer tudo isso? Porque eles foram criados à imagem de Deus.
  • Assim como Deus criou, eles deveriam criar.
  • Assim como Deus governou e tomou conta, eles deveriam governar e cuidar.
  • Assim como Deus criou um mundo frutífero e florescente, eles deveriam proteger e promover esse florescimento e fecundidade.
O trabalho desse primeiro casal, como representante de Deus, era pegar o que Deus tinha começado e levar adiante – para revelar a glória do Criador. O propósito do trabalho não era revelar quem eles eram ou poderiam se tornar através do que faziam; o objetivo era revelar, através do trabalho deles, quem Deus realmente é: Criador, Governador, Protetor e Provedor de todas as coisas. Tendo sido criados à imagem do Criador, o trabalho de Adão e Eva testificaria dEle.
O propósito original do trabalho humano era o avanço do florescimento humano para a glória de Deus. Nosso trabalho, em qualquer esfera que operemos – em casa, na igreja, no local de trabalho – é mostrar a bondade e a magnificência do caráter divino como portadores que somos da imagem de Deus. Fazemos isso enquanto cultivamos o “jardim” que nos foi confiado, para o florescimento dos seres humanos ao nosso redor, para o louvor da glória de Deus.

3. O Trabalho depois da Queda
Antes da Queda, a verdadeira felicidade preenchia todo o Jardim do Éden. Mas, depois da Queda, veio o caos. Não sabemos quanto tempo decorreu entre o dia em que Adão conseguiu seu primeiro emprego e o dia em que tudo deu errado. O que está claro, porém, é que uma maneira de entender o que os teólogos chamam de Queda é entender que Adão e Eva caíram no trabalho. Lembre-se: eles foram colocados no Jardim para cuidar dele; eles eram os mordomos de confiança do Criador e dono da Terra; eles deveriam cuidar dele e guardá-lo. Contudo, em ambos os casos – cuidar e guardar o Jardim -, eles falharam.
Satanás, o inimigo de Deus e dos homens, apareceu no Éden. O primeiro casal, em vez de proteger o Jardim, expulsando de lá o adversário, estenderam-se com ele numa trágica conversa (Gn.3:1-5). Depois, no final da conversa, em vez de administrarem o Jardim, eles tentaram usá-lo para si mesmos (Gn.3:6), abusando de sua própria autoridade e arruinando-a para toda a posteridade. Logo após, Adão e Eva perceberam que puseram tudo a perder (Gn.3:7).
O Senhor do Jardim, Deus, apareceu para inspecionar o trabalho, mas Adão e Eva estavam escondidos em um local qualquer - “entre as árvores do Jardim” (Gn.3:8-9). Todos sabemos como é obter uma avaliação negativa de desempenho no trabalho. Alguns de nós sabem inclusive o que é ser demitido, mas o que Adão e Eva experimentaram foi pior do que qualquer uma das situações que citei. Eles foram expulsos do Jardim, mas eles não foram aliviados de suas responsabilidades; eles ainda eram responsáveis por representar a Deus; eles ainda deviam trabalhar. Mas, as condições de seu trabalho mudaram radicalmente: o mundo onde agora trabalhariam estava amaldiçoado por causa de seus pecados. Em Gênesis 3:17-19 está assim escrito:
“E a Adão disse: Porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”.
Observe que, por causa da Queda, tudo foi distorcido na vida do ser humano. Três coisas aconteceram com o trabalho de Adão e Eva, e também aconteceriam com a sua posteridade, chegando até nós.
3.1. O trabalho tornou-se infrutuoso e com fadiga. Mesmo que Adão trabalhasse penosamente no solo, durante toda a sua vida, o solo estava amaldiçoado sob seus pés.
“Maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo” (Gn.3:17,18).
Há quem pense que o trabalho é parte da maldição, porém a Bíblia não ensina tal coisa; ensina, sim, que a maldição transformou o trabalho bom em algo infrutuoso e com fadiga (Gn.3:17). A maldição está mais ligada à tristeza, à frustração, ao cansaço que acompanham o trabalho.
Por causa da Queda, aspirações vão constantemente ser vencidas pela realidade, e por mais duro que se tente, a realidade nunca vai mudar, pois a Terra foi amaldiçoada. Por mais que se trabalhe duro, por vezes, o que se experimenta é futilidade, penúria, inutilidade, insignificância.
Toda a raça humana e a própria natureza ainda continuam sofrendo como consequência do juízo pronunciado sobre o primeiro pecado. O apóstolo Paulo fala poeticamente de uma criação que "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm.8:22). O que era leve, suave e agradável, por causa do pecado, tornou-se pesado, brutal e desagradável.
Mas, Deus faz uma promessa de um juízo redentivo (Gn.3:15). Ao invés de lançar apenas juízos inclementes e condenatórios sobre o casal, Deus, o Justo Juiz, abriu um espaço para a redenção - “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. É a mais gloriosa promessa de redenção, de soerguimento do homem da condenação e da maldição da Terra.
3.2. O trabalho tornou-se penoso, desgastante - “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn.3:19). Isso é tão básico para a nossa experiência com o trabalho que é difícil imaginar como o trabalho deve ter sido antes da Queda. Afinal, até mesmo um trabalho que amamos tem pelo menos algum aspecto que é cansativo, tedioso e mesmo doloroso.
No mundo caído, o trabalho é penoso, desgastante. Inúmeras são as pessoas que se encontram mentalmente esgotadas e cansadas por causa de suas atividades profissionais. Os consultórios médicos estão lotados de pessoas com estafa e estresse. Muitos suicídios acontecem por causa do trabalho estafante, penoso. Há textos na Bíblia que nos lembram dessa realidade: "Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os afligir" (Ec.3:10). Jó também declarou: "...o homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar" (Jó 5:6,7).
3.3. O trabalho tornou-se um ato compulsório de sobrevivência. O que era um ato livre de adoração agora é um ato compulsório de sobrevivência. Disse Deus: “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn.3:19). No Jardim, Adão não tinha de trabalhar para comer. Deus tinha plantado um pomar, e tudo o que Adão precisava estava lá para pegar e comer. Mas, agora há uma urgência, uma compulsão, uma ordem para trabalhar. Como Paulo disse: “Quem não quiser trabalhar não deve comer” (2Ts.3:10). Não é que o trabalho tenha, agora, se tornado ruim; não é que o trabalho seja punição pelo pecado; é que, num mundo caído, o trabalho penoso e infrutuoso é também implacável. Gostemos ou não, devemos trabalhar. Nós não podemos escapar dele, exceto na morte.

III. PRINCÍPIOS CRISTÃOS PARA O TRABALHO
1. O homem deve trabalhar "com o suor de seu rosto"
Após a Queda, o trabalho tornou-se difícil. Por causa do pecado as pessoas têm de trabalhar muito para conseguir alcançar os resultados que antes da Queda eram bem mais tranquilos. Lendo o texto de Gênesis 3:19 podemos entender isso: “Terá de trabalhar no pesado e suar para fazer com que a terra pro­duza algum alimento”.
Por causa do pecado do primeiro homem, Adão, temos que trabalhar pesado para conseguirmos os resultados desejados. Apesar disso, Deus é bom o suficiente para fazer com que o nosso trabalho tenha significado e ajude outras pessoas, principalmente quando nós estivermos fazendo a coisa certa, que é aquilo que está ligado à sua missão aqui na terra.
Portanto, todas as pessoas precisam trabalhar, a não ser aquelas que tenham algum impedimento físico ou mental.
O apóstolo Paulo foi enfático com os cristãos da igreja em Tessalônica: “Quando estávamos aí, demos esta regra: Quem não quer trabalhar, que não coma” (2Ts.3:10). Por que ele disse isso? Será que tinha raiva do pessoal de lá? Claro que não. Ele sabia que, segundo o plano de Deus, deve­mos ganhar o nosso pão de cada dia por meio do trabalho.

2. Trabalhar sem ansiedade
Ansiedade é desejo veemente e impaciente, é aflição, agonia, é falta de tranquilidade, é receio. É possível trabalhar sem ansiedades quando se tem Fé e quando se tem Paz. A Fé funciona como antídoto, ou agente neutralizador da ansiedade. Quem tem Fé não se desespera. Davi tinha Fé, por isto afirmou: “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor” (Salmos 40:1). Quem tem Fé para esperar com paciência não pode padecer de ansiedades. Você é uma pessoa de Fé? Se sua resposta for afirmativa, então, a ansiedade não poderá nunca encontrar guarida em seu coração, pois, pela fé, você tem “a prova das coisas que se não veem”. Consola-nos o apóstolo Pedro: “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1Pd.5:7).
Ansiedade contrasta, também, com a Paz; são duas virtudes antagônicas. Onde existe uma, não pode existir a outra. No coração do homem que tem paz, não pode haver ansiedade. A paz é uma herança que o Senhor Jesus deixou aos seus discípulos (João 14:27). Você é um discípulo de Jesus? Se sua resposta for afirmativa, então, descanse na sua Paz!
2.1. É possível trabalhar sem ansiedade quando se sabe estar realizando a vontade de Deus.  Para o homem sem Deus, ou até para aquele que se diz “crente”, mas não conhece a Palavra de Deus, trabalhar se torna uma obrigação, um agente gerador de ansiedade. Trabalham, mas, trabalham de mal com o trabalho, vendo na pessoa do patrão, um agente escravizador. Isto não pode acontecer com aquele que conhece a Palavra de Deus.
O trabalho foi instituído por Deus, mesmo antes da Queda do homem; trabalhar, portanto, significa cumprir a vontade de Deus. Para um filho de Deus ter um trabalho e poder tirar dele sua subsistência, deve ser considerado como uma bênção, não como um sacrifício. Você já agradeceu a Deus, hoje, pelo seu emprego, ou pela sua profissão?
2.2. É possível trabalhar sem ansiedade quando aprendemos a contentar com o que temos. A ganância, o desejo incontido de ter aquilo que não se pode ter em consequência do pouco que ganha, é motivo que leva a pessoa a trabalhar com ansiedade. Paulo não tinha este problema, pois, podia dizer: “já aprendi a contentar-me com o que tenho” (Fp.4:11). Esta é uma receita capaz de neutralizar o desejo incontido, a cobiça, a ambição, que são agentes geradores de ansiedades.
  • É por não saber contentar com o que tem, que alguns, crentes e não crentes, afundam no crediário, contraindo dívidas sem planejamentos.
  • É por não saber contentar com o que tem que muitos abusam dos cartões de crédito e dos cheques pré-datados.
  • É por não saber contentar com o que tem que muitos insistem em viver de aparência, tentando manter um “status” artificial, não concordando em ser o que realmente são. Um homem de Deus não pode viver de aparência, precisa ser o que realmente é.
Uma má administração financeira, pessoal, ou familiar, leva ao desequilíbrio entre receita e despesa, ou entre o que se ganha e o que se gasta. Isto acontece, muitas vezes, por não saber contentar-se com o que tem.
Trabalhar sabendo que não terá o suficiente para cobrir os compromissos assumidos, pode ser motivo para trabalhar com ansiedades.
3. Trabalhar para não ser pesado a ninguém
Este é um princípio ensinado pelo apóstolo Paulo aos cristãos de Tessalônica, e que se aplica a todos nós. Ele mesmo se dispôs a trabalhar, “noite e dia”, para não dar despesas aos cristãos daquela igreja, para não se aproveitar da bondade deles (cf. 2Ts.3:8).
O apóstolo Paulo é enfático na sua advertência quanto ao dever de trabalhar (2Ts.3:10), e que o trabalho é a forma corriqueira de aquisição de bens materiais de acordo com a Palavra de Deus. Mas, também, nos mostra que deve ser privado de ajuda aquele que não quer trabalhar, ou seja, aquele que, deliberadamente, prefere o ócio ao trabalho, sendo, assim, rebelde à ordenança do Senhor.
Há muitas pessoas, nos nossos dias, que passam por sérias necessidades econômico-financeiras, estão na miséria, mas não em razão da desigualdade social ou do desemprego, mas por não quererem trabalhar, por recusarem seguir a ordem divina do trabalho. Muitos dizem: para que trabalhar, se a vida é tão efêmera, passageira, e que Jesus já está às portas? A consciência da transitoriedade da “figura deste mundo” (cf. 1Co.7:31) não isenta ninguém de trabalhar (cf. 2Ts.3:7-15), pois o trabalho é parte integrante do ser humano, mesmo não sendo a única razão desta vida.
Nenhum cristão deve sentir-se no direito de não trabalhar e de viver às custas dos outros (cf. 2Ts.3:6-12); todos são exortados pelo apóstolo Paulo a tomar como um ponto de “honra” o trabalhar com as próprias mãos de modo a não ter “necessidade de ninguém” (1Ts.4:11,12), e a praticar uma solidariedade também material, compartilhando os frutos do trabalho com “os necessitados” (Ef.4:28).
“e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado; para que andeis honestamente para com os que estão de fora e não necessiteis de coisa alguma” (1Ts.4:11,12).
“Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Ef.4:28).
4. A Bíblia condena expressamente a preguiça (Pv.6:6,9; 13:4; 19:24)
Conhecida é a passagem em que Salomão manda o preguiçoso observar a formiga, e manda que observe os caminhos dela e seja sábio, passando a trabalhar (Pv.6:6); como também o provérbio em que considera o preguiçoso como o filho que envergonha (Pv.10:5), o falta de juízo (Pv.12:11) e um candidato à pobreza (Pv.20:13). Uma das características da mulher virtuosa é o fato de não ser preguiçosa, mas trabalhadora (Pv.31:13). Assim, como podemos ter alguém que se diz servo de Deus e é preguiçoso?
As palavras do apóstolo Paulo foram muito claras e incisivas: “se alguém não quiser trabalhar, que não coma também” (2Ts.3:10b). Lamentavelmente, muitas igrejas locais têm deixado de lado este ensino bíblico, o que tem gerado um sem-número de distorções, em prejuízo dos mais necessitados.
Porém, se o problema não for preguiça, mas uma involuntária causa que impeça a pessoa de trabalhar, como é o caso dos inválidos, dos idosos e demais incapacitados para o trabalho, aí, sim, deve atuar um serviço de ação social, de assistência social, a fim de suprir as necessidades básicas dessa pessoa, que não pode trabalhar, embora o queira. Aliás, é este o limite que deve discernir quem deve e quem não deve ser ajudado pela assistência social de uma Igreja Local.
Mesmo no caso de estarmos desempregados, não temos desculpa para ficar ociosos. Enquanto estivermos sem trabalho remunerado devemos: gastar tempo à procura do trabalho digno; trabalhar no que vier à mão para fazer, pois todo trabalho dignifica a pessoa. A prática da parábola dos talentos (Mt.25:14-30), como ensino sobre nosso empenho no reino de Deus, também pode ser aplicado no cotidiano: fiéis no pouco, sobre muito serão colocados. Não comamos o pão da preguiça, jamais!
5. A relação de empregados e empregadores
Nas relações de trabalho, os empregadores e os empregados cristãos devem manifestar os valores da Palavra de Deus. A visão bíblica com relação a este aspecto é que deve haver responsabilidades entre o empregador e o empregado.
O empregador deve glorificar a Deus honrando os seus empregados, e o empregado deve honrar o seu patrão sendo honesto com ele e dedicado nas tarefas e atividades. Quando uma das partes quebra esse compromisso cristão está instalado a desonra a Deus (Ef.6:5-9).
Os empregados cristãos não devem fugir ao seu compromisso de trabalho; antes, devem executá-lo como se fosse ao Senhor.
“Vós, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo, não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus; servindo de boa vontade como ao Senhor e não como aos homens, sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre”(Ef.6:5-8).
Os patrões cristãos têm o dever de zelar pelos direitos trabalhistas de seus empregados, sob pena de serem condenados por Deus (Tg.5:4).
“Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos” (Tg.6:5-8).
“E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas” (Ef.6:9).
CONCLUSÃO
O Trabalho não é fruto do pecado, mas da Criação e é dádiva de Deus; é uma vocação de Deus para o ser humano, que, em sua natureza, não pode viver sem o trabalho. Quando isso ocorre, ele viola a sua própria natureza e a diretriz que o Criador lhe deu. É vergonhoso que, em nome de qualquer coisa, o ser humano venha a recusar-se de trabalhar. Deus espera que seus filhos trabalhem, glorificando a Deus e abençoando o próximo. É dessa perspectiva que devemos exercer a nossa Mordomia no Trabalho.

Luciano de Paula Lourenço
Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento) - William Macdonald.
Revista Ensinador Cristão – nº 79. CPAD.
Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.
Dr. Caramuru Afonso Francisco. Trabalhando sem ansiedade. Portal-EBD_2005.
Pr. Elinaldo Renovato. Tempo, Bens e Talentos – Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado. CPAD.
John Stott. Os cristãos e os desafios contemporâneos.