10 de outubro de 2019

O Nascimento de um Líder Profético em Israel


O Nascimento de um Líder Profético em Israel

TEXTO ÁUREO

“E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel, porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.”  (1 Sm 1.20)

VERDADE PRÁTICA

O surgimento de pessoas vocacionadas, como Samuel, pode ser o resultado da oração, consagração e ensino dos pais no lar.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Samuel 1.20-28

INTRODUÇÃO

Samuel foi um dos maiores líderes do povo de Israel. Ele foi o último e o mais importante dos juízes, como também o primeiro da escola profética (Atos 3:24; 13:20). O profeta Samuel certamente é uma das figuras mais notáveis da Bíblia. A história de Samuel revela que ele era considerado a pessoa mais proeminente desde Moisés nos tempos do Antigo Testamento (cf. Jeremias 15:1).

O significado exato do nome “Samuel” é incerto, mas várias alternativas têm sido sugeridas pelos intérpretes. As principais são: “ouvido por Deus”, “aquele que provém de Deus”, “nome de Deus” e “prometido ou dado por Deus”. A vocalização do nome Samuel em hebraico sugere o significado de “ouvido por Deus”, mas isso é inconclusivo.


1 - O AMBIETE FAMILIAR DE SAMUEL

A unidade inicial de 1 Samuel abre com um registro da narrativa do nascimento de Samuel (1.1-28), inclui o hino de louvor e gratidão de Ana (2.1-10), e conclui com uma breve observação de que Samuel começou a servir o Senhor sob a direção do sacerdote Eli (1 Sm 2.11b). As dicas sintáticas, literárias e temáticas dentro do texto indicam que as cenas de abertura do capítulo 1 naturalmente associam 1 e 2 Samuel com o Livro de Juízes; porém, elas também sugerem que uma importante mudança na linha da trama da narrativa de Israel esteja acontecendo. Por um lado, 1 Samuel vem logo depois de Juízes na Bíblia Hebraica, unindo, assim, este livro com o anterior em termos de arranjo canônico. Entretanto, uma evidência mais substancial indica uma conexão mais forte com Juízes.

 O cenário de 1.1—2.11 situa-se no santuário em Siló, o mesmo local onde os homens de benjamim tomaram mulheres para si no final de Juízes (21.15-24). Além disso, a frase: Havia certo homem (1 Sm 1.1a) mostra uma íntima afinidade literária com a apresentação de Manoá, o pai de Sansão (Jz 13.2), bem como com as histórias de Mica (Jz 17.1) e do levita (Jz 19.1b). Essa relação canônica é acentuada pelo fato de que a história de Elcana e sua família acontece na montanha de Efraim (1 Sm 1.1a), o mesmo território tribal que é mencionado em Juízes 17. Como resultado dessa evidência, o público leitor é levado a deduzir que os eventos da abertura de 1 Samuel seguem naturalmente a época dos Juízes.

Outras considerações gramaticais e sintáticas, porém, indicam que a trama também está caminhando em uma nova direção. A sintaxe hebraica de 1.1a (Havia certo homem) indica o início de uma nova cena dentro da estrutura narrativa. Além disso, a introdução formal de um novo grupo de personagens no capítulo 1 (i.e., Elcana, Ana e Eli) assinala a abertura de uma sequência narrativa distinta. 

O surgimento de Samuel, em particular, transporta o cenário da história da época dos juízes para o período da monarquia. Samuel é essencial para o desenvolvimento do reinado de Saul (especialmente nos cap. 8—12), e ele é responsável pelo estabelecimento da monarquia de Davi também (1 Sm 16—2 Sm 24). Já que Samuel é o homem a quem Israel deve a sua monarquia, ele torna-se uma figura central durante essa fase transitória da história de Israel.

Embora o nascimento de Samuel funcione como o clímax do primeiro capítulo (1 Sm 1.19,20), a esterilidade de Ana (v. 2), o tratamento cruel de Penina para com Ana (v. 6,7), e a oração e o voto de Ana (v. 10,11) desenvolvem uma tensão palpável que precede o surgimento inicial de Samuel na história (v. 20). Além das duas esposas e do menino Samuel, essa unidade introduz ao leitor quatro homens que são cruciais ao enredo: Elcana, Hofni, Finéias e Eli. 

Enquanto Elcana basicamente desaparece da trama após o nascimento de Samuel, Eli e seus filhos desempenham um papel mais proeminente nos capítulos 1—3, pois servem como principais sacerdotes do santuário de Siló. Como sacerdotes de Siló, eles também agiam fundamentalmente como cuidadores da arca da aliança. O texto ainda indica que eles também contribuíram grandemente para a decadência moral e religiosa do sacerdócio nesse período.

A história de Samuel nos capítulos 1—3 está intimamente ligada ao santuário de Siló. Juntamente com Siquém (Js 24) e Gilgal (Js 5), Silo servia como um dos principais centros religiosos do passado de Israel. De acordo com o Antigo Testamento, tanto a tenda do encontro como a arca da aliança permaneceram ali nos tempos pré-monárquicos (Js 18.1-10; 19.51; 21.2; 22.9; Jz 20.26-28). Siló fica cerca de 30Km ao norte de Jerusalém, nas montanhas de Efraim. Recentes escavações arqueológicas apontam para as ruínas de um local cultual com extensivas características arquiteturais que podem ser datadas da primeira metade do século 11 a.C. (Halpern, 1992, p. 1214). Essa data o colocaria na época de Eli e Samuel aproximadamente (aproximadamente 1050 a.C.). Os filisteus destruíram o santuário posteriormente, um acontecimento ao qual Jeremias alude em seu livro (26.6,9).


Elcana fazia peregrinações anuais a Siló a fim de apresentar ofertas e sacrifícios diante do Senhor. É possível que essas peregrinações estivessem ligadas ao festival do outono conhecido como Festa dos Tabernáculos ou Sucote (Dt 16.13-15), mas o texto não diz isso diretamente. O texto também nota que suas mulheres, Ana e Penina, e seus filhos acompanhavam-no ao local sagrado regularmente.

Embora seja ilegal na sociedade ocidental moderna, a bigamia era uma prática comum no antigo Oriente Próximo. Nas culturas antigas, se a primeira esposa do homem não pudesse gerar filhos, compromentendo, assim, a preservação da linhagem da família e a geração de um herdeiro direto para os bens familiares, ele poderia tomar uma segunda esposa a fim de produzir um descendente masculino.

Embora fossem permitidos pela tradição mosaica (Dt 21.15), os arranjos polígamos frequentemente apresentavam uma ameaça política, econômica e social para a mulher estéril (Schneider, 2004, p. 46-61). Esses acordos matrimoniais também tinham o poder de inflamar fortes tensões dentro da unidade da família. Esse parece ser o caso da família de Elcana. A amarga rivalidade que se desenvolveu entre Ana e Penina tornou-se particularmente difícil para a primeira.

A dor e a frustração por causa da situação de Ana eventualmente a levou a pedir um filho em suas orações, o qual seria dedicado ao Senhor com um voto de nazireu. O Senhor respondeu à oração de Ana posteriormente, que cumpriu a sua parte do voto e entregou o menino a Ele. Assim, um dos principais propósitos dessa unidade introdutória é fornecer uma explicação acerca de como Samuel ficou associado ao santuário de Siló e, mais tarde, tomou o lugar de Eli e seus filhos como o principal sacerdote.

2 - A ÁRVORE GENEALÓGICA DE SAMUEL .

Elcana, o pai de Samuel, é descrito como um homem de Ramataim-Zofim. Em hebraico, esta frase literalmente significa “as alturas duplas de Zofim” Já que este local não é mencionado em nenhum outro lugar do AT, muitas traduções modernas tentam emendar o texto a fim de dar sentido a esta leitura. Alguns traduziram o texto para que leia “Ramataim dos Zufitas” (jps). Outra maneira, mais atraente, de traduzir esta frase é “certo homem de Ramataim, zufita” ou “um dos zufitas de Ramataim” (Tsumura, 2007, p. 107). 

As duas últimas opções preservam a linhagem zufita de Elcana (referida no v. 1b) e o coloca em Ramataim, que é a forma plural de Ramá. Ramá é designada como a cidade natal de Eli em 1.19 e 2.11,e tem sido associada à antiga cidade de Rentis, que está localizada a cerca de trinta quilômetros ao leste de Tel Aviv (também chamada de Arimateia no NT). A forma plural de Ramá (Ramataim, que também pode ser interpretada como “duas montanhas”) é utilizada aqui porque provavelmente havia duas montanhas associadas ao local: uma na cidade e a outra utilizada como um “lugar alto” (9.25).

Elcana é também identificado como filho de Jeroao, filho de Eliú, filho de Toá, filho de Zufe, efirateu (v. 1). O nome Elcana literalmente significa “Deus adquiriu (um filho?)”, e a inclusão da fórmula patronímica após o seu nome levanta algumas questões importantes. Primeiro, a inclusão de um registro tão longo de nomes pode indicar que Eli era um homem de alguma fortuna (Gordon, 1986, p. 72). 

A longa genealogia não só indica que ele veio de uma família abastada, mas o fato de que ele podia manter duas esposas também dá crédito a esta noção. É irônico, entretanto, que os homens/ enumerados em sua linhagem não sejam bem conhecidos e não desempenham um papel importante no AT. Apesar disto, a fórmula patronímica é uma concepção literária típica usada pelos escritores bíblicos para introduzir formalmente as figuras importantes como os profetas, sacerdotes, e/ou reis. O fato de que o texto inclui a árvore genealógica de Elcana como um prelúdio da chegada de Samuel é uma dica sutil de que Samuel seria especial; talvez até antecipando sua futura função como profeta e sacerdote (Mauchline, 1971, p. 42).

Segundo, o ancestral de Elcana, Zufe, que é apenas identificado como um efrateu, não descendia de uma família de profetas ou sacerdotes. Esta questão apresentou dificuldades peculiares para os editores posteriores e intérpretes da história de Samuel. Já que o texto indica que Samuel realizou funções proféticas e sacerdotais em Siló, as tradições posteriores compensaram pela inexistência da linhagem sacerdotal de Samuel. 

Primeiro Crônicas 6.16-28, 33-38, em particular, lidou com esta questão modificando a linhagem histórica de Samuel colocando Zufe como descendente de Levi. Esta importante mudança genealógica, desta forma, atribuiu a Samuel a descendência levítica (sacerdotal). Além do mais, o autor de Crônicas colocou Elcana e Samuel entre o clã coatita, cuja maior responsabilidade era cuidar da arca do concerto (Nm 3.31). E compreensível que o autor de Crônicas tenha colocado Samuel neste clã, considerando que ele teve alguma associação com a arca (1 Sm 3.3).

Os versículos 2 e 3 a fornecem mais informação sobre Elcana. Enquanto que o versículo 1 se refere à sua história ancestral, o versículo 2 fornece informação sobre suas esposas. No versículo 2a Ana aparece primeiro, indicando assim sua importância pessoal para com Elcana e sua posição como a primeira esposa. O nome Ana significa “graciosa” e, portanto, explicaria porque ela era favorecida por Elcana (Klein, 1983, p. 6). Penina aparece em segundo lugar, provavelmente enfatizando seu papel de esposa secundária. 

A ordem do nome delas é invertida, entretanto, na segunda parte do versículo. No versículo 2b Penina é mencionada primeiro com o acréscimo da informação que Penina tinha filhos enquanto Ana não tinha filhos. O texto posiciona Ana depois de Penina na segunda parte do versículo para lembrar ao público da condição estéril da última, que é crucial para o desenvolvimento da trama (Alter, 1999, p. 3). O nome Penina pode significar algo como “prolífica”, portanto, é uma denominação adequada à luz do fato de que ela foi capaz de produzir múltiplos filhos para Elcana (Klein, 1983, p. 6). 

O nome Ana também é sugestivo à luz de suas circunstâncias especiais porque é etimologicamente similar à palavra hebraica para favor (hên). Uma vez que ela não podia ter filhos no começo da narrativa, o nome de Ana mais tarde ganhou um novo significado quando o Senhor demonstrou favor a ela, não só provendo Samuel, mas vários outros filhos também (2.21).

O texto também menciona que Elcana viajava para Siló: Todos os anos esse homem subia de sua cidade a Siló para adorar e sacrificar ao Senhor dos Exército (1.3a). A construção gramatical do versículo 3a (miyyãmim yãmim = “de ano em ano”), acoplada aos dois infinitivos (adorar e sacrificar), é digna de menção porque indica uma ação contínua ou uma atividade consistente.
A referência da peregrinação regular de Elcana a Siló sugere que ele era um homem piedoso que temia ao Senhor. O versículo 3b conclui a subunidade mencionando que, quando Elcana ia ao santuário, Lá, Hofhi e Finéias, os dois filhos de Eli, eram sacerdotes do Senhor. O fato de que o texto não diz “Eli e seus filhos” sugere a noção de que o adorador esperava encontrar Hofni e Finéias no recinto sagrado, mas não Eli (Frolov, 2002, p. 140). 

Isto indicaria que Eli permanecia nos bastidores enquanto que seus filhos desempenhavam o papel de liderança na ministração naquele local. A referência aos filhos de Eli neste versículo também prepara o leitor para o próximo capítulo, no qual eles serão o assunto do foco do editor/narrador.

3 -  A FAMILIA DE ELCANA EM SILO

Esta seção reconta o que geralmente acontecia quando a família de Elcana visitava o santuário de Silo. A unidade se inicia no versículo 4a com a frase E sucedeu que, no dia em que Elcana sacrificava e prossegue nos versículos 4b-7a para fornecer uma nota parentética descrevendo as ações habituais de Elcana na época do sacrifício. Esses versículos recontam que ele dava porções à sua mulher Penina e a todos os filhos e filhas dela do animal sacrificado. Entretanto, ele dava uma porção dupla a Ana. 

O significado da última frase tem deixado os estudiosos perplexos durante gerações. A palavra hebraica que é empregada é a forma dupla Çapãyim) e literalmente significa “faces”. Alguns a têm traduzido como uma porção dupla (Hertzberg, 1964, p. 24), “parte excelente” (ARC), ou “em seu rosto”, como frustração pela incapacidade de Ana de prover filhos para Elcana (Frolov, 2002, p. 143).

À luz da frase seguinte que afirma que Elcana amava a Ana (JPS, “Ana era a sua favorita”), podemos provavelmente entender que Elcana apresentava a porção a Ana de tal maneira como lhe dando uma porção maior do que era o mérito, ou de uma maneira muito pessoal ou amável (portanto, “em sua face”), de forma que isto a honrasse (uma “porção de honra”, Caquot e de Robert, 1994, p. 33) acima de Penina. Segundo, o texto reconta que sua rival a provocava continuamente, a fim de irritá-la (v. 6).

O tratamento duro de Penina para com Ana é capturado mais precisamente em hebraico. Ela não somente mostrou hostilidade para com Ana (portanto, sua rival), mas também o fez de propósito a fim de “irritá-la” ou “embravecê-la”. Na linguagem de hoje, esta frase poderia ter sido traduzida como “amedrontá-la” ou “intimidá-la” (Mauchline, 1971, p. 46). A LXX não contém uma declaração sobre a “esposa rival” e como ela provocava Ana no versículo 6. Em vez disso, a dor de Ana é causada pelo Senhor que a impediu de gerar filhos. O versículo 6 da LXX diz: “Pois o Senhor não lhe deu filhos em sua aflição, e segundo o abatimento de sua aflição; e ela estava desanimada por causa disto, porque o Senhor cerrara a sua madre para não lhe dar um filho” Na LXX, o abatimento de Ana é causado por sua esterilidade, e não pela provocação de Penina.

A amarga rivalidade que o texto hebraico captura tão pungentemente existia porque Penina tinha ciúmes porque Ana continuava sendo a esposa favorita de Elcana, embora Penina produzisse filhos para ele. A rivalidade entre as mulheres de Elcana relembra semelhantemente os encontros entre Sara e Hagar (Gn 16.4-6) e Lea e Raquel (v.3 Gn 30.1-3). 

O ecoar dessas tradições da história patriarcal tem uma função importante na interpretação da história. Na história bíblica, os filhos nascidos de uma mulher previamente estéril geralmente indicavam algo peculiar ou especial sobre a posição daquela criança (i.e., Isaque, Jacó, José).
Já que o filho de Ana foi concebido com a assistência de Deus, o leitor fica na antecipação de que Samuel desempenharia um importante papel na sociedade de Israel. Os capítulos seguintes (esp. 1 Sm 3—7) indicam que este é realmente o caso. O versículo 7a encerra a informação parentética mencionando que este cenário acontecia ano após ano, quando ela subia à Casa do Senhor.

Assim, não só era a esterilidade de Ana uma fonte de sofrimento e humilhação, mas a repetida ridicularização que ela tinha de suportar, sem dúvida, provocava nela uma indescritível angústia e dor de cabeça. I 7 b-8 O versículo 7b se une ao versículo 4a mencionando que, em resposta a esta situação, Ana chorava e não comia na hora da refeição, enfatizando, assim, a sua intensa amargura.
Em certa ocasião, Elcana reagiu ao sofrimento de Ana perguntando: Por que você estâ chorando?Epor que você não come? Epor que seu coração estâ triste? Não sou eu melhor do que dezfilhos? Elcana, no versículo 8, basicamente “bombardeou” Ana com quatro breves perguntas para tentar amenizar os sentimentos dela (Fokkelman,.1993, p. 31).

A reação de Elcana, embora bem intencionada, essencialmente não compreendia a situação pessoal de Ana e ignorava desajeitadamente a raiz do problema dela. Embora Elcana tentasse, ele não conseguiu prover as palavras curadoras que teriam trazido um conforto duradouro para ela. No mundo antigo, a posição social da mulher, a estabilidade financeira, e a realização na vida eram encontradas na geração de filhos (Alter, 1999, p. 4). O amor e a atenção de Elcana, independentemente de quão significantes, nunca conseguiriam alcançar essas necessidades específicas da vida de Ana.

Olhando esses versículos em conjunto, então, percebe-se que o sofrimento de Ana era extremamente frustrante e inimaginavelmente difícil; ela era estéril, sua rival repetida e propositalmente a antagonizava por causa de sua esterilidade, e o seu marido era completamente alheio às suas próprias necessidades e à fonte de sua frustração, dor, e tristeza.

4 - SAMUEL FRUTO DE ORAÇÃO E O VOTO DE ANA

Esses versículos, 9-11 recontam a reação de Ana às suas circunstâncias difíceis. Em certa ocasião específica, Ana foi ao templo orar e apresentar sua angústia diante do Senhor. Já que o Senhor havia fechado o seu ventre, somente o Senhor, o doador da vida, poderia abri-lo (Evans, 2003, p. 16). Enquanto estava ali, o texto menciona que Eli estava sentado próximo dos umbrais das portas do templo de Yahweh (v. 9).

Embora Eli não viesse cumprimentar o povo quando eles vinham sacrificar, ele desempenhava alguma função (limitada?) no templo. Mais provavelmente, ele estava confinado à parte mais interna do santuário onde pessoas como Ana vinham orar. O texto do versículo 9 faz referência ao umbrais do templo, o que pode indicar que o santuário de Siló fosse uma estrutura mais permanente e não somente uma tenda religiosa como o tabernáculo das tradições do deserto (Klein, 1983, p. 8; veja SI 78.60, que pode indicar o oposto). Dentro do santuário, Ana orou ao Senhor e chorou abundantemente. A descrição do choro de Ana é significante. A sintaxe inclui o uso do infinitivo absoluto (bãkõh tibkeh) ao descrever a reação emocional de Ana.

A gramática pretende demonstrar um choro intenso (i.e., ela “realmente chorou”) ou um pesado choro por parte de Ana. Assim, o leitor recebe um vislumbre da intensa amargura que ela estava enfrentando.
A intensa oração de Ana nos versículos 10,11 também incluía um voto. Ela orou: Se realmente atentares para a aflição da tua serva, e lembrares de mim, e não esqueceres da tua serva, e deres a semente dos homens à tua serva, eu o entregarei a Yahweh todos os dias da sua vida e nenhuma navalha passara sobre a sua cabeça.
Duas questões importantes estão relacionadas com a oração de Ana. Primeiro, o pedido de Ana, para que o Senhor “atentasse” para a sua aflição e “lembrasse” dela, distintamente ecoa o sofrimento e o clamor dos israelitas quando estavam na escravidão do Egito (Ex 2.23,24; 6.5). O narrador, então, cuidadosamente traça uma comparação entre o sofrimento de Ana e as dolorosas lembranças dos ancestrais de Israel no Egito.
Segundo, o voto de Ana é significante porque não se dá no modo quid pro quo (i.e., se você fizer X, então farei Y). Ana basicamente disse, se você me der X, então eu lhe darei Y. O voto de Ana, portanto, indica que Samuel seria não somente um presente de Deus, mas o filho dela seria um presente para Deus (Hamilton, 2004, p. 215). Presume-se que Samuel seria um nazireu, pois ela prometeu que o cabelo dele não seria cortado (Nm 6.5; Jz 13.5; 16.17). A LXX e o 4QSama acrescentam ainda a menção de que ele não beberia vinho também. Ao examinar essa linguagem, torna-se aparente que o narrador faz uma conexão com o livro de Juízes, particularmente na história de Sansão. Diferentemente de Sansão, que fracassou em ser um nazireu e quebrava os seus votos em cada esquina, Samuel seria um nazireu exemplar, demonstrando grande fidelidade a Deus tanto como profeta e sacerdote. Esta reflexão “retrovisora” sobre a história de Sansão indica, portanto, que um novo capítulo e um novo futuro emergirão entre a liderança religiosa de Israel com o advento de Samuel.
5 - NAZIREU
O termo Nazireu deriva da palavra hebraica (nãzar) que significa "consagrar" ou "apartar". Os nazireus demonstravam sua devoção a Deus por meio de comportamentos distintos como a observação de proibições contra cortar o cabelo, beber vinho ou bebidas fermentadas, e tocar em mortos. Os nazireus, ou eram chamados por Deus, ou dedicados por seus pais desde uma tenra idade. 

Além de Sansão (]z 13—16) e Samuel, homens e mulheres poderiam fazer o voto e tornarem-se nazireus temporários por um tempo designado. O livro de Números fornece a legislação pertinente aos termos e obrigações do voto nazireu (6.1-21).

6 - A DEDICAÇÃO DE SAMUEL

Esta seção do texto registra o intercâmbio um tanto longo entre Ana e o sacerdote Eli no santuário de Silo. Enquanto Ana orava, Eli observava atentamente o comportamento e a linguagem corporal de Ana. A gramática hebraica, no versículo 12, concentra-se na acentuação do fervor com que Ana orava: Ana perseverava em orar diante de Yahweh. O significado do verbo (hirbetâ) nesta frase pode ser traduzido como “ser grande ou muitos”. Portanto, Ana “multiplicou” suas orações, ou ela orava “sem cessar”.

Eli não conseguia ouvir o que ela dizia e percebeu apenas que os lábios dela estavam movendo-se, considerando-a uma mulher embriagada, e ordenou-lhe que se apartasse do vinho (v. 13,14). Ana prontamente replicou à resposta rude e à acusação mal concebida de Eli, declarando que não era uma mulher bêbada que se entregara ao vinho ou à bebida forte (cobrindo assim a gama de bebidas intoxicantes), mas, ao contrário, em sua angústia, ela derramava a sua alma diante de Yahweh (v. 15).

7 - A IRONIA DESSE INTERCÃMBIO NÃO PODE DEIXAR DE SER OBSERVADA

Primeiro, a ineficiência de Eli como sacerdote fica óbvia. Como um sacerdote, ele deveria estar sintonizado com uma suplicante de coração angustiado. Ao contrário, ele foi incapaz de interpretar eficientemente as ações de Ana e falsamente a acusou de cometer um erro. Este é apenas um sinal que aponta para a infeliz condição da liderança religiosa e do estado geral das coisas no santuário de Silo.

Segundo, na resposta de Ana a Eli, o texto usa um verbo que é geralmente usado para derramar um líquido como descrição de sua oração (sãpak). O mesmo termo é o termo técnico que pode ser usado em conjunto com um sacrifício ou oferta que é derramada (Dt 12.27) ou como sinal de profunda contrição (Am 5.8; 9.6) e tristeza (Lm 2.19).

Assim, Ana não estava embebida em vinho ou bebida forte, mas estava derramando a sua alma - o tipo de oferta e derramamento que provinha de um coração amargurado e um espírito perturbado. Enquanto que os sacrifícios de Elcana eram do tipo tradicional, o sacrifício e a oferta de Ana incluíam um tipo de lamento. Além do mais, Eli erroneamente acusou a futura mãe de um nazireu (que seria obrigado a ficar longe do vinho e dos intoxicantes, Nm 6.3) de estar bêbada! A ironia é imensa, para dizer o mínimo.

Quando Eli percebeu seu grave erro, ele rapidamente começou a pronunciar a seguinte bênção sobre Ana: que o Deus de Israel lhe conceda o que você pediu (v. 17b). A construção desta frase em hebraico pode também ser tomada como uma promessa de que Deus iria verdadeiramente agir em favor dela: o Deus de Israel te concederá aquilo que lhe pediste.

É significante notar também aqui que entre os versículos 16-28 (inclusive o 2.20), palavras associadas ao verbo pedir (sã°at) ocorrem nada menos do que nove vezes. Isto pode ser visto no seguinte esboço (Hamilton, 2004, p. 215):

Versículo 17: Eli respondeu: “Vá em paz, e que o Deus de Israel lhe conceda o que você pediu”.

Versículo 20: E deu-lhe o nome de Samuel dizendo: “Eu o pedi ao Senhor”.

Versículo 27: Era este menino que eu pedia, e o Senhor concedeu-me o pedido.

Versículo 28: Por isso, agora, eu o dedico ao Senhor. Por toda a sua vida será dedicado ao Senhor”. E ali adorou o Senhor.

2.20: Eli abençoava Elcana e sua mulher, dizendo: “O Senhor dê a você filhos desta mulher no lugar daquele por quem ela pediu e dedicou ao Senhor”.

A constante referência do “pedido” ou da “petição” de Ana tem feito alguns eruditos enxergarem referências oblíquas ao rei Saul, e assim concluir que esta narrativa de abertura originalmente pertencesse ao seu nascimento (Stolz, 1981, p. 16).

Embora o nome de Saul seja derivado da forma passiva do mesmo verbo (sãul), não há evidência substancial fora desta narrativa para manter esta posição. Em hebraico, o narrador/escritor está usando uma construção gramatical chamada etimologia aliterante, onde ambas as palavras começam e terminam com as mesmas consoantes. O narrador/escritor deste texto usa deliberada- mente palavras similares para criar uma profunda dicotomia entre Samuel, por quem Ana pediu, e Saul, por quem o povo pedirá nos capítulos 8 e 12. O prenúncio é ainda mais patente: uma Ana estéril pede um filho que ela não tinha; mais tarde, um Israel estéril pede um rei que eles não tinham (Polzin, 1989, 24,25).

Imediatamente depois que Eli pronunciou esta bênção promessa para Ana, o texto menciona que ela seguiu seu caminho, comeu, e seu rosto já não estava mais abatido (v. 18). A bênção/promessa que Ana recebeu parece ter revivido os seus ânimos. Ela não somente participou da refeição que outro- ra rejeitava, mas a frase seu rosto já não estava mais abatido emprega um interessante jogo de palavras. O termo seu rosto {pãneyhã) soa bem parecido com o nome Penina, portanto, um trocadilho com o nome de sua rival indicando que ela não mais seria um problema ou preocupação para Ana.

8 – SAMUEL É APRESENTADO

O texto se desloca rapidamente da oração de Ana e da bênção promessa de Eli para o nascimento de Samuel; a resposta da oração de Ana. Quando o casal voltou de Siló, o texto imediatamente menciona que “Elcana conheceu a Ana, sua mulher, e o Senhor se lembrou dela” (1.19b ARC). O termo “conhecer” (yãdac) é usado no AT como um eufemismo sexual (Gn 4.1).

Entretanto, enquanto que Elcana conheceu a Ana, em um breve encontro sexual, o Yahweh realmente se lembrou dela. Que o Senhor “se lembrou” de Ana é uma referência direta à sua súplica no versículo 11, demonstrando, assim, que Yahweh “observou” o sofrimento de Ana e nunca se “esqueceu” de seu pedido. Uma alusão, mais uma vez, à tradição do Êxodo, onde Yahweh “viu” a aflição do povo, “ouviu” o clamor do povo, e “lembrou-se” de que a aliança que fizera com seus ancestrais não poderia ser ignorada. As semelhanças dessas duas tradições lembram ao público leitor que Deus cuida profundamente daqueles que estão vulneráveis e passando por sofrimentos.

Quando o filho de Ana nasceu, ela lhe deu o nome de Samuel, pois Eu o pedi ao Senhor (v. 20). O nome Samuel {semü° êl), entretanto, não é etimologicamente relacionado ao verbo “pedir”. Embora diversos estudiosos tenham tentado explicar o significado de seu nome, Samuel pode provavelmente ser mais bem interpretado como “Deus ouviu” (i.e., a oração de Ana). Ana cuidou de Samuel e o desmamou (provavelmente por volta da idade de três ou quatro anos; veja 2 Mac. 7.27) antes que o devolvesse a Yahweh. Uma vez que o menino alcançou uma idade suficiente, Ana foi ao santuário de Silo e apresentou os materiais para dois sacrifícios.

O primeiro consistia de “três bezerros e um efa de farinha e um odre de vinho” (1 Sm 1.24 ARC). Baseado na informação da LXX, 4QSama, e da Peshita, pode-se melhor traduzir isto como “um novilho de três anos e pão”. Esses elementos eram provavelmente designados a uma oferta pelo voto, tendo em vista o voto que ela fizera anteriormente (Nm 15.8-10).

A segunda oferta era muito mais valiosa e preciosa: o próprio menino Samuel. Ana trouxe (v 24a, b) Samuel ao santuário e o ofereceu ao Senhor, entregando-o aos cuidados de Eli. Embora dois verbos diferentes sejam usados no versículo 24 para referir que Ana “trouxe” Samuel (vãtã1 ãlêhü e vãtbi êhu)y ambos são verbos causativos, enfatizando, assim, o papel dela em entregar o menino a Deus. Ao apresentar Samuel a Eli, ela realmente cumpriu a sua parte do voto (v. 28). Samuel, essencialmente, tornou-se um “sacrifício vivo” ao Senhor como resultado do gesto de Ana.

O texto não revela como o fato de deixar Samuel em Silo a afetou pessoalmente, mas pode-se imaginar o alto preço emocional que ela pagou por deixar o seu único filho com Eli. O texto menciona que ela visitava Samuel uma vez por ano (2.19); é difícil crer, entretanto, que isto fosse proporcionar a Ana tempo suficiente para desenvolver um relacionamento íntimo com seu filho. O tipo de sacrifício e fidelidade demonstrada por parte de Ana se compara com o de Abraão que também demonstrou a disposição de sacrificar o seu próprio filho (Gn 21).

CONCLUSÕES QUE PODEMOS APRENDER NESSE TEXTO

1. Uma das coisas que aprendemos ao examinarmos a vida de Ana é que a vida nem sempre é justa. Deus nem sempre nos isenta de situações ou circunstâncias lamentáveis. Há momentos ou períodos na vida nos quais experimentamos dificuldades ou enfrentamos oposições que nos trazem sofrimentos ou dores de cabeça. Ao longo da jornada podemos até encontrar pessoas que pioram a nossa dor (como no caso de Penina) ou encontramos aqueles que tentam nos ajudar, mas estão alheios à nossa situação e necessidades pessoais (como no caso de Elcana).

Durante esses momentos da vida, aprendemos algumas lições importantes por meio da história de Ana.

Primeiro, estar intensamente atento àqueles que estão sofrendo. O AT consistentemente testemunha o fato de que Deus está do lado dos humildes, sofredores, fracos e oprimidos. Como os israelitas no cativeiro egípcio, Deus vê a dor de Seus filhos e ouve os clamores daqueles que estão sofrendo. Deus também está em ação no meio dessas situações para cumprir o Seu plano, mesmo quando podemos não estar cientes das intenções dele.

Assim como Ana, Deus lembra-se daqueles que clamam o Seu nome no momento da angústia e pode até extrair algo maravilhoso do nosso infortúnio. Como está testemunhado no hino de louvor e gratidão de Ana (veja comentário em 2.1-10), Deus exalta o humilde e dá honra ao fraco. Samuel representa um dos maiores líderes de Deus na história de Israel, no entanto, como os filhos de Sara e Rebeca, ele surgiu como uma bênção em tempos de incertezas.

Segundo, as próprias ações de Ana são instrutivas. Em um momento em que ela tinha poucas escolhas ou opções, Ana não perdeu a fé em Deus e levou as suas reclamações a Ele em oração e lágrimas.

O texto indica que Ana teve de enfrentar o sofrimento por um período de tempo, todavia, ela levou sua petição diante de Deus, Aquele que poderia verdadeiramente ajudá-la. Foi em sua grande angústia que ela clamou a Deus, e Deus olhou para a situação dela. Deus não somente atendeu a Ana provendo-lhe um filho, mas deu-lhe vários outros filhos também.

2. A fé e a piedade de Ana também emergem no texto. Ao pedir um filho a Deus, Ana não apresentou sua petição como uma tática de permuta a fim de chantagear a Deus: se você fizer isto, eu farei aquilo. Ana não foi presunçosa dessa forma, mas percebeu que se Deus lhe desse um filho, o filho seria devolvido a Deus como um presente/oferta. Há momentos em que as pessoas fazem transações com Deus a fim de garantirem que seus pedidos sejam realizados.

Essa atitude indica que os suplicantes não estão verdadeiramente preocupados em buscar a vontade de Deus, mas estão mais preocupados em obter ou adquirir o que é desejado. Além do mais, eles mascaram suas verdadeiras intenções com linguagem piedosa. Ana provou que o seu coração e a sua oração eram genuínos porque quando Samuel foi dado a Ana, ela o devolveu ao santuário como uma oferta viva de gratidão a Deus.

3. Aprendemos também uma importante lição sobre a conexão entre a adoração e o serviço. Samuel era um presente de Deus, e a sua vida foi caracterizada pelo contínuo serviço a Deus. Mesmo quando Samuel era um menino, o texto afirma em 2.11 que ele servia a Deus na presença de Eli. Outro modo de entender este texto é dizer que Samuel servia a Deus ao servir a Eli. Muitas vezes a nossa compreensão de adoração é muito restrita, pensando que a adoração apenas acontece em um santuário ou igreja.

O exemplo de Samuel nos lembra de que a nossa adoração também está ligada em cumprirmos nossas funções na família, no trabalho e na vida cotidiana. Esta compreensão de adoração não se aplica somente aos adultos, mas às crianças e aos jovens também. Frequentemente os nossos filhos têm o pensamento de que eles não podem fazer nada significante para Deus até que fiquem mais velhos. Todavia, é importante que eles entendam que eles adoram a Deus ao obedecerem e ajudarem a seus pais, ao se esforçarem para irem bem nos trabalhos escolares, e ao tratarem seus irmãos e amigos com respeito e carinho. Desta forma, a adoração está ligada às coisas que eles fazem diariamente. O mesmo é verdadeiro para os adultos.

Os adultos também adoram a Deus cumprindo suas funções como cônjuges, pais, empregados, e vizinhos nas melhores de suas habilidades. Geralmente as pessoas sentem que sua vida é apenas comum e que não estão fazendo um trabalho importante para o Reino de Deus. Elas podem acreditar que se não servirem a Deus em um país estrangeiro como missionários ou em uma função ministerial integral na igreja, a vida delas tem pouca relevância ou impacto no mundo. O texto nos lembra de que nós honramos e adoramos a Deus quando cumprimos as funções nas quais nos encontramos fielmente e de todo o coração, independentemente de quão comuns ou banais elas possam parecer. Lembre-se: Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai (Cl 3.17).

BIBLIOGRAFIA

NOVO COMENTARIO BIBLICO BEACON 1 E 2 SAMUEL - KEVIN J. MELLISH, Editora Central Gospel Ltda, 1ª.  Edição: Outubro/2015

1 de outubro de 2019

Conhecendo os Dois Livros de Samuel


Conhecendo os Dois Livros de Samuel
TEXTO ÁUREO
"E disse ela: Ache a tua serva graça em teus olhos. Assim, a mulher se foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste." (1Sm 1.18)
VERDADE PRÁTICA
Nos livros de Samuel, aprendemos a servir, a adorar e a amar a Deus de todo o coração, apesar das circunstâncias adversas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – 1 SAMUEL 1:1-8
INTRODUÇÃO
OS LIVROS DE PRIMEIRO E SEGUNDO SAMUEL
1. Um Livro Só.
Estes dois livros são um livro só na Bíblia hebraica. A divisão dele em dois livros vem da septuaginta.
2. Nome e Autor dos Livros.
Estes livros têm o nome de Samuel porque ele é a pessoa principal na primeira parte dos livros. Foi Samuel que inaugurou a monarquia e ungiu Saul e Davi como os primeiros dois reis de Israel. A morte de Samuel está relatada em I Samuel 25:1.
O autor é Samuel? Não é sabido com toda certeza, mas uma boa parte dos livros foram escritos por Samuel. É claro que Samuel não pode ser o autor dos dois livros porque morreu em I Samuel 25. Observe I Crônicas 29:29. Pode ser que fossem escritos pelos profetas: Samuel, Natã e Gade.
3. Relação destes Livros com os Juízes.
Samuel é a conexão entre os livros de Juízes e Samuel. É a transição da teocracia dos juízes para a monarquia dos livros históricos. Samuel é o último juiz e o primeiro profeta.
4. Propósito do Livro.
Relatar a história de Israel e dos homens que ficaram na frente da história desta época: Samuel, Saul e Davi. Também mostrar que a conseqüência da fidelidade é a bênção de Deus e que a conseqüência da infidelidade é o castigo de Deus.
 
 
5. Tema do Livro.
Mostrar a instituição da monarquia em Israel e o caráter dos três homens envolvidos nisso: Samuel, Saul e Davi.
6. Observação Teológica.
O Pacto Davídico. II Samuel 7:13-17. O reino e o trono de Davi foram estabelecidos e firmados para sempre. Como? Através do Messias (Jesus Cristo) que é da descendência de Davi o rei. Mateus 1:1, 6, 16. Lucas 1:27, 31-33. Atos 2:29-30. Apocalipse 20:1-6.
Os Livros Explicados Abreviadamente.
1. Samuel. I Samuel 1-7.
Samuel é um grande homem de Deus. Ele era um homem de qualidades excelentes, sinceridade, consagração absoluta, caráter inatacável e que glorificou a Deus. Ele está no mesmo grupo de homens fiéis a Deus: Abraão, José, Moisés, Josué e Davi.
A. O Nascimento e os Primeiros Anos de Samuel. I Samuel 1-3.
a. A mãe (Ana) de Samuel e sua oração. 1:1-2:11. Esterilidade era nesta época considerada uma desgraça e o castigo de Deus. A outra esposa de Alcana (Penina) sempre provocou Ana para irritá-la excessivamente porque não teve filhos. Assim deixou Ana desesperada e abatida demais. Isso levou Ana ao Senhor em oração para pedir um filho. Ela prometeu dar ao Senhor o filho todos os dias da sua vida, se o Senhor desse um filho para ela.
Eli viu Ana orando ao Senhor na casa de Deus e achou que era bêbeda, mas não foi, era a tristeza dela que ele viu. Deus ouviu o pedido dela e deu um filho a ela pelo nome Samuel. O nome de Samuel significa “pedido ao Senhor”, 1:20. O nome de Ana significa “graça” ou “ordenado ao Senhor”.
Ana era uma mulher muito piedosa e fiel a Deus e cumpriu a sua promessa ao Senhor. Ela levou seu filho à casa de Deus e o entregou ao Senhor. Samuel tinha provavelmente três anos de idade segundo o costume daquela época. Em 2:1-11 há a oração e louvor ao Senhor de Ana pela bênção de Deus. Note no versículo 10 que fala a palavra “ungido”. Esta palavra é palavra para Messias.
b. O pecado de Eli e de seus filhos. 2:12-36. Os filhos de Eli eram homens cobiçosos, abusivos, desonestos e imorais. Eli soube disso, mas somente suavemente os repreendeu, mas não fez nada para acabar com isso nem ajeitar isso. Veja 3:13. Mas Samuel continuou servindo o Senhor no meio de tudo isso. Deus agiu e deu um aviso que ia matar os seus dois filhos e dar o sacerdócio para outro. Foi isso mesmo que Deus fez. Capítulo 4.
 
c. O chamado de Deus para Samuel. 3:1-21. Enquanto Samuel estava deitado o Senhor chamou-o três vezes e cada vez ele foi falar com Eli achando que era ele chamando. Samuel não entendeu que era o Senhor chamando ele. A razão porque não entendeu que era o Senhor chamando fica nos v. 1 e 7. Observe que o Senhor falou diretamente com Samuel, como Deus falou naquela época com os profetas. O Senhor confirmou Samuel por profeta e se manifestou a ele. v. 20-21.
B. A Arca da Aliança levada pelos Filisteus. I Samuel 4-7.
a. Israel e os Filisteus. 4-5. Os Filisteus fizeram guerra contra Israel e feriram 4 mil homens. Israel foi buscar a Arca da Aliança em Siló e trouxe para ficar no meio deles para garantir a vitória. Os Filisteus fizeram guerra com Israel de novo e essa vez feriram 30 mil homens e capturaram a Arca da Aliança e levou para seu acampamento. Os dois filhos (Hofni e Finéias) de Eli morreram nessa batalha como Deus tinha falado que ia acontecer.
Quando Eli recebeu a notícia que a Arca da Aliança foi levada pelos Filisteus caiu da cadeira e quebrou-se o pescoço e morreu. Note que não morreu quando ouviu a notícia da morte dos seus filhos, mas quando ouviu que a Arca da Aliança foi levada. Eli tinha 98 anos de idade era muito gordo. A esposa de Finéias morreu dando a luz do seu filho. Observe 4:21-22 que dá o nome do filho de Finéias: Icabode, “De Israel se foi a glória”.
É muito triste quando a glória de Deus não está mais em Israel. Tem aplicação para nós? Os Filisteus levaram a Arca da Aliança para a sua terra e lá não foi uma bênção como pensaram que ia ser. Pelo contrário, foi uma maldição. Os Filisteus colocaram a Arca da Aliança na casa do seu Deus, Dagom. O que foi que aconteceu? Duas vezes Dagom caiu no chão com seu rosto em terra diante da Arca da Aliança. A segunda vez que caiu a cabeça e ambas as palmas das mãos estavam cortadas e só o tronco dele ficou. Deus feriu os Filisteus com hemorróidas nas partes íntimas e muitos morreram.
b. A Arca da Aliança na casa de Dagom. 6. A Arca da Aliança ficou em Filístia sete meses. Mandaram arca de volta para Israel, mas 50.070 morreram dos Filisteus porque olharam para dentro dela. A arca foi uma maldição no meio deles.
c. Samuel, o Juiz, Libertador e Mestre. 7. Samuel chamou o povo de Israel para arrependimento e o povo se arrependeu e determinou deixar os deuses falsos para servir o Senhor fielmente. Os filisteus fizeram guerra contra Israel de novo e Deus deu a vitória sobre eles. Os filisteus não vieram mais aos termos de Israel todos os dias de Samuel.
2. Saul. I Samuel 8-15. A Escolha do Povo e o Homem Desobediente.
A. A Monarquia Estabelecida. I Samuel 8-12. Israel pediu um rei.
a. Capítulo 8. Israel deu algumas razões falsas por pedir um rei. Observe: os filhos de Samuel eram indignos, a idade de Samuel e as guerras que Israel sempre estava enfrentando.
A razão verdadeira desse pedido encontramos em 8:5. Israel queria um rei como as outras nações tinham. Sempre é uma coisa errada quando o povo de Deus quer ser como as pessoas do mundo.
Deus falou que não foi a sua vontade e avisou Israel antemão do resultado do seu pedido. Mas Israel insistiu e falou de novo a razão do seu desejo em 8:19-20. Samuel buscou a vontade de Deus em oração em 8;7, 21-22. Deus disse a ele para dar um rei ao povo de Israel. Cuidado em pedir a Deus o que é contra a sua vontade. Deus pode dar para mostrar sua correção.
b. Capítulos 9-12. Deus deu um rei conforme o desejo que Israel pediu. Vamos ver as qualidades do rei que Israel queria. Saul o homem: filho de homem poderoso, 9:1; tão belo, 9:2; mais belo que os outros, 9:2; novo, 9:2; alto e experto, 9:2. Deus mandou ungir Saul como o rei de Israel. Depois Saul se escondeu entre a bagagem e foi necessário procurá-lo para ser anunciado por Samuel que era o rei de Israel.
10:17-24. Está relatado a primeira vitória de guerra de Saul contra Naás, o amonita, no capítulo 11. Samuel deu a sua despedida no capítulo 12. Porque? Porque agora Israel tinha um rei para liderar o povo. Observe o aviso de Deus em 12:12-15. Veja também o sinal (trovões e chuva) que Deus deu para mostrar que a maldade de Israel era grande em pedir um rei. 12:16-19.
B. Saul Começa Reinar. I Samuel 13-15.
a. Capítulos 13-14. Saul mostrou logo a sua infidelidade. Ele sacrificou ilegalmente (13:8-14) e fez um voto néscio (14:24-31). Nessa passagem (13:13-14) há o primeiro aviso da rejeição de Deus de Saul.
b. Capítulo 15. Veja de novo a desobediência de Saul. v. 3 e 9. Quando foi enfrentado por Samuel, Saul mentiu. v. 13, 15, 20-21. Por esta desobediência Saul foi rejeitado como rei de Israel por Deus. v. 10-11, 23, 26-28. Veja no v. 35 outro resultado da desobediência de Saul. Os versículos chaves desta passagem são 22-23. O melhor que o povo de Deus tem para oferecer ao Senhor é a sua obediência. Pode tentar substituir outra coisa neste lugar, mas sempre é inaceitável.
3. Saul e Davi. Capítulos I Samuel 16 – II Samuel 1. Saul Rejeitado e Davi escolhido.
A. Davi Entra no Serviço de Saul. I Samuel 16:1-18:5.
a. Capítulo 16:1-13. Davi é ungido rei por Samuel. Deus rejeitou Saul como o rei de Israel por causa da sua desobediência. Deus mostrou a Sua escolha do rei para Israel e era Davi.
b. Capítulo 16:14-23. Davi era totalmente diferente do que Saul. Observe v. 7. Davi voltou para casa depois de ser ungido rei por Samuel pela vontade de Deus. Mas depois Saul mandou buscar Davi e ele ficou na corte real com Saul tocando na harpa para Saul por causa da sua depressão.
c. Capítulos 17:1-18:5. Davi matou Golias. Pelo poder de Deus Davi matou um filisteu que estava ameaçando, desafiando e zombando Israel. Por isso Saul tomou Davi para ficar com ele e o pôs sobre os homens de guerra. Davi foi aceito e amado por todos. É esse fato que deixou Saul com inveja de Davi.
B. Davi Perseguido por Saul. I Samuel 18:6-28:2.
a. Capítulos 18:6-20:42. Veja 18:6-9. Davi foi um grande guerreiro e foi louvado pelas mulheres de Israel por isso. Isso deixou Saul louco de inveja e com muita raiva. Saul tentou matar Davi duas vezes com uma lança. (18:11). Davi se conduziu com prudência em todos os seus caminhos e por isso Saul tinha receio de Davi. Porém todo o Israel amou Davi. Por isso Saul deu a sua filha (Mical) para ser a sua esposa pelo preço de cem prepúcios de Filisteus. Foi um troque para matar Davi da parte de Saul.
Mas, porque Deus estava com Davi, ele conseguiu os prepúcios e ganhou Mical para a sua esposa. Por isso Saul temeu Davi mais do que nunca e se tornou o seu inimigo. Saul tentou a terceira vez matar Davi com a lança. (19:1-10). Nessa noite Mical ajudou Davi escapar com a sua vida. (19:11-17). Davi fugiu para Samuel em Ramá e os dois foram para Naiote. É nesta época da vida de Davi que Davi e Jônatas ficaram muitos amigos. Mas Davi continuou fugitivo.
b. Capítulos 21:1-23:29. Davi viveu como Fugitivo. Davi fugiu de Saul e ficou primeiramente com o sacerdote Aimeleque em Nobe. Lá ele recebeu a espada de Golias. Depois ele fugiu para Aquis em Gate na terra dos Filisteus. Lá Davi fingiu ser louco (doido) para escapar dos Filisteus. Depois disso fugiu à caverna de Adulão e ajuntou 400 homens. (22:2). Davi ficou viajando e se escondendo de Saul com os 400 homens até chegou em En-gedi.
c. Capítulos 24 e 26. Davi poupou a vida de Saul. Saul foi matar Davi em En-gedi. Davi teve uma oportunidade para matar Saul enquanto estava dormindo, mas poupou a sua vida na caverna. (Cap. 24). Saul fingiu-se ser arrependido. Davi teve outra oportunidade para matar Saul no capítulo 26, mas de novo poupou a sua vida. Davi entrou no meio do acampamento onde Saul dormia e levou sua lança e a garrafa de água dele e saiu. Depois falou de longe com Abner e Saul.
d. Capítulo 25. Samuel morreu no v. 25:1. Observe a maldade de Nabal para com Davi estava recompensado pelo Senhor. Abigail salvou a vida de Nabal e ele não soube, mas quando soube o que a sua esposa tinha feito, Nabal morreu de coração, ferido pelo Senhor. Davi se casou com Abigail e depois se casou com Ainoá também. No v. 44 diz que Saul deu a esposa de Davi (Milcal) para outro homem. Ó que maldade da parte dele.
e. Capítulos 27:1-28:2 e 29:1-30:31. Davi entre os Filisteus. Davi decidiu fugir de Saul para a terra dos Filisteus. (27:1). Sua fé e confiança enfraqueceram um pouco? Ele fugiu para a terra dos Filisteus (Aquis em Gate) com os 600 soldados dele, suas famílias todas (inclusive as duas esposas, v. 3) e foi dado pelos Filisteus a cidade de Ziclague. Observe que o número de soldados aumentou de 400 para 600.
Davi e os outros que estavam com ele ficaram nessa terra um ano e quatro meses. Davi vivia de brutais correrias contra os inimigos de Israel nessa região, mas enganava Aquis dizendo que lutou contra Israel. Quando os Filisteus iam fazer guerra contra Israel, Deus tomou a conta da situação para livrar Davi de participar nisso. (capítulo 29).
Por isso Davi e seu exército voltaram para Ziclague e descobriram que na sua ausência os Amalequitas tinham invadido e ferido Ziclague, queimado a cidade a fogo e levado as suas esposas e filhos cativos. Todos entristeceram demais (30:4) e o povo falou em apedrejar Davi. Foi uma grande crise na vida de Davi. Veja que diz em 30:6. Depois de consultar o Senhor Deus, eles decidiram buscar as suas famílias. Então foram com Davi 400 soldados e 200 deles ficaram com a bagagem (30:24). Veja a atitude errada do povo e a resposta de Davi. (30:23-25).
É uma grande verdade que Davi falou neste versículo. Pode e deve ser aplicado para a obra de Deus de hoje em dia também. Aquele que vai fazendo a obra missionária longe de casa e aquele que fica para segurar a obra de Deus em casa são cooperadores juntos na obra de Deus. Aqueles que ficam são importantes também e são galardoados pelo Senhor. Eles salvaram tudo e todos e voltaram para Ziclague com uma grande vitória.
C. O Fim de Saul. I Samuel 28:1-25, 31:1 – II Samuel 1:27.
a. Capítulo 28. Neste capítulo o reinado de Saul se aproximava de uma conclusão trágica. Pode ver a desesperança de Saul, porque estava perdendo seu poder porque Deus ficou contra ele. Veja v. 5-6. Porque Saul soube que estava perdendo o seu reino ele foi buscar a ajuda de uma bruxa. Nisso pode ver o que um homem faz que não quer se sujeitar a Deus. Ele é capaz de fazer uma besteira muito grande. Observe as coisas que aconteceram quando Saul foi falar com esta bruxa de En-dor.
A bruxa ficou assustada. Porque? Porque ela soube que estava na presença do rei Saul, o rei que tentou acabar com a feitiçaria em Israel.
Foi Samuel realmente que apareceu? Ou foi um demônio que apareceu falsificando ser Samuel? Sem dúvida foi um demônio. A Bíblia diz que Satanás pode e faz isso. II Coríntios 13:13-14. Veja o que diz em Jô 3:17-18. Também Lucas 16:23-31. Se fosse Samuel mesmo que apareceu, o mal teria perturbado o descanso de Samuel, e a Bíblia diz que isso não pode acontecer. A Bíblia não diz que era Samuel. Também a bruxa disse que viu os deuses subindo da terra. v. 13-14. Ela está enganada em mais de uma coisa. Saul entendeu (achou) que era Samuel, mas a bruxa disse que subiu um ancião.
Observe também o que o “ancião” disse: “amanhã tu e teus filhos estareis comigo”. (28:19). Mas Saul e seus filhos morreram três dias depois. (30:1). Isso mostra um erro que falou, se fosse Samuel de verdade não teria falado esse erro. Jesus Cristo é a única pessoa que voltou depois da morte com uma mensagem de Deus para o povo da terra na Bíblia.
b. Capítulos I Samuel 31:1 - II Samuel 1:27. A Morte de Saul. Os Filisteus fizeram guerra contra Israel e Israel foi vencido por eles. Nessa batalha os três filhos de Saul morreram. Saul ficou ferido gravemente e pediu seu pajem de armas para matá-lo, mas ele não quis. Por isso Saul suicidou-se. (31:2-5). Veja também II Samuel 1:1-10. Saul foi morto por um amalequita? Note II Samuel 4:10. Este amalequita mentiu? Davi lamentou muito a morte de Saul e Jônatas.
4. Davi o Rei. II Samuel 2-24.
A. Guerra Civil. II Samuel 2-4.
a. Capítulo 2:1-7. Davi é ungido rei sobre Judá. Davi consultou ao Senhor e voltou para Hebrom de Judá. Davi foi ungido rei sobre a tribo de Judá. Foi somente depois de sete anos que Davi reinou sobre todo o Israel. Veja II Samuel 2:11 e 5:4-5. Então Davi reinou sobre Judá sete anos e seis meses e reinou sobre todo o Israel trinta e três anos, que faz o total de quarenta anos e seis meses que era rei de Israel.
b. Capítulos 2:8- 4:12. Conflito entre Judá e Israel. Neste tempo Abner (o capitão do exército de Saul) fez o filho de Saul (Is-bosete) rei sobre as outras onze tribos de Israel. Os dois exércitos de Judá e Israel se encontraram um dia perto do tanque de Gibeom e Abner sugeriu um jogo entre os dois exércitos e Joabe aceitou. Doze soldados de cada exército fizeram parte deste jogo e todos os jogadores morreram. O resultado deste jogo foi uma crua peleja e Abner e seus perderam. Joabe e seu exército foram correndo atrás do exército de Abner para vencê-los. O irmão de Joabe (Asael, ligeiro de pés) perseguiu Abner e Abner avisou Asael duas vezes para voltar, mas Asael não quis e por isso Abner matou-o. Joabe odiou Abner por isso e o matou de sangue frio covardemente. Veja 2:12-23 e 3:1-39.
Abner aproveitou a sua posição para se fazer poderoso na casa de Saul e até tomou a concubina de Saul. Quando Is-bosete repreendeu Abner por isso, ele ficou com muita raiva e transferiu Israel todo a Davi. Davi aceitou com a condição de trazer de volta a sua esposa Mical que Saul deu para outro homem.
Agora é quando Joabe matou Abner. Foi uma vingança e para eliminar um rival. Veja 2:31-32. Foi uma grande covardia! Davi reconheceu isso e lamentou Abner muito. No capítulo 4 há a história do assassino covarde também de Is-bosete e sua retribuição por Davi. Porque estes homens mataram Is-bosete? Foi por causa do seu interesse próprio.
B. Davi como rei de todo o Israel. Capítulos 5-10.
a. Capítulo 5:1-5. Davi foi coroado rei de todo o Israel. Agora a fidelidade, paciência e perseverança de Davi foram recompensadas. Todas as tribos de Israel aceitaram Davi como o seu rei. Todas foram a Hebrom e lá ungiram a Davi rei sobre Israel. Davi começou reinar com trinta anos de idade e reinou Israel quarenta anos.
 
b. Capítulo 5:6-25. Observe o jeito que os jebuseus falaram com Davi. v. 6. Note também os nomes: Jerusalém, jebuseu, Sião e a cidade de Davi. Os jebuseus zombaram Davi e seu exército dizendo que não podiam tomar a cidade de Jerusalém. Mas eles entraram pelo canal de água para conquistar a cidade. Davi construiu o palácio e fez construção de obras públicas. O Senhor estabeleceu seu reino bem por amor do seu povo. v. 12. Davi tomou mais mulheres (esposas) e nasceram mais filhos. Veja a lista disso, v. 14-15.
Foi certo isso, ter muitas esposas? Não diz que Deus nem a Bíblia aprovaram isso, somente a Bíblia relatou os fatos. Porque na realidade não foi certo. Observação: era pouca diferença entre esposa e concubina, só que a concubina não teve direito legal. (como carta de divórcio no caso de divórcio). Davi fez guerra com os filisteus e Deus os entregou na sua mão. Observe a segunda batalha e o som nas copas das amoreiras. v. 24. Não devemos agir sem saber que é a vontade de Deus.
c. Capítulos 6-7. Arca da Aliança é trazida para Jerusalém. Davi decidiu trazer a Arca da Aliança para Jerusalém. Era bom trazer a Arca, mas não num carro novo. Deus já tinha ordenado há muito tempo para levar a Arca pelas varas nas argolas. Levar a Arca assim não tem perigo de cair. Êxodo 25:10-14. Pode ser que o povo não entenda porque o Senhor mandou fazer assim, mas Deus tem razão, e devemos obedecer para evitar muito erro. É uma lição boa para nós hoje em dia. Está entrando nas igrejas muita inovação que Deus não mandou fazer. Muitas vezes uma igreja faz a coisa certa de maneira errada.
Estava certo trazer a Arca para Jerusalém, mas não naquela maneira. Uma igreja pode pensar, “não é melhor assim?” Diga isso para Uzá que morreu por causa disso. Nunca está melhor para fazer o que Deus nos mandou fazer de uma maneira que Ele não mandou. Deus não somente mandou a sua igreja fazer e praticar as suas ordens bíblicas, mas também da maneira exata que mandou. Não temos direito para mudar essas coisas e fazer do nosso jeito. Deus sempre sabe melhor.
A segunda vez que eles levaram a Arca para Jerusalém deu certo porque foi feito do jeito que Deus mandou. Fizeram a coisa certa de maneira certa. Mas, apesar disso custou uma vida e a perda de muito tempo. Veja 6:9-11. Note a reação de Davi e de Mical (esposa de Davi) quando a Arca chegou em Jerusalém. 6:21-23. Nem todo mundo fica feliz com a obra de Deus. Capítulo 7 fala sobre o desejo de Davi para fazer o templo do Senhor e a promessa de Deus acerca disso. Davi preparou o material para fazer o templo, mas foi Salomão que fez. I Crônicas 22.
d. Capítulos 5:17-25, 8:1-18 e 10:1-19. Davi faz guerras e forma um império. Durante os reinados de Davi e de Salomão, Israel estabeleceu o mais poderoso reino da sua história. As suas fronteiras estenderam do Golfe de Ácaba até o rio Eufrates – o território maior da sua história. Davi conquistou: Filisteus, Cananeus, Moabitas, Arameus, Edomitas, Amalequitas e Jebuseus. Todas essas vitórias foram pela mão de Deus. Davi também era músico e salmista muito bom. I Samuel 23:1 e II Crônicas 25:1-7.
e. Capítulo 9. Mefibosete. Uma história da graça maravilhosa de Deus. Esta história mostra a graça de Deus na salvação de um pecador simbolicamente. Veja esta grande verdade pregada mais uma vez por este homem.
O homem Mefibosete. (o pecador). O nome Mefibosete significa “espalhador de vergonha”. O pecador é isso mesmo.
Mefibosete era da casa de Saul. Então era inimigo do rei Davi. Todo pecador é da descendência inimiga de Deus. Pela natureza o pecador não é amigo do rei Jesus.
Mefibosete estava se escondendo. Davi tinha que perguntar onde ele estava. v. 3. O pecador está tentando se esconder de Deus.
Mefibosete não mereceu misericórdia nem a graça porque era da família rejeitada de Saul. O pecador não merece a misericórdia nem a graça de Deus porque é da raça humana condenada justamente por Deus.
Mefibosete era aleijado de dois pés que foi o resultado de uma queda. Veja 4:4. O pecador está totalmente incapaz de andar no caminho de Deus. Depravação Total.
Mefibosete não tinha nada para oferecer ao rei Davi porque era pobre demais. O pecador não tem nada a oferecer ao rei Jesus Cristo para merecer a sua salvação. O pecador está falido espiritualmente.
Mefibosete não tinha a capacidade de se levar ao rei nem vontade para fazer isso. Ele vivia como fugitivo. O pecador está incapaz de se levar a Cristo Jesus para a salvação. Ele está morto em ofensas e pecado e não quer o Salvador. O pecador vive em rebelião contra o Salvador.
Mefibosete, o eleito de Deus. Mostra maravilhosamente a eleição da graça de Deus. Deus elegeu alguns para a salvação por causa da sua graça. Estes são os eleitos do Senhor.
O rei Davi mandou o seu servo buscar Mefibosete e trazê-lo para a sua casa. O servo sabia onde ele estava. Ele estava na casa de Maquir. Deus o Espírito Santo busca os eleitos de Deus Pai e os traz para o Salvador. A palavra Maquir significa “escravidão”. O eleito do Senhor está na escravidão do pecado e Deus pela sua graça liberta o eleito da sua escravidão e traz para Cristo e a salvação com grande poder. É o Senhor que traz e não o pecador que traz a si mesmo.
Mefibosete era filho de Amiel. Este nome significa “o povo de Deus”. O escolhido de Deus é o filho do povo de Deus. É como Jesus falou em Mateus 1:21: “porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”. O escolhido está eleito para a salvação desde a eternidade e será salvo com toda certeza. Mefibosete era o filho da eleição como o escolhido do Senhor é o filho da eleição da graça de Deus. Um dia será convertido ao Senhor pelo poder de Deus em arrependimento e fé no Salvador.
O rei Davi mandou trazer Mefibosete para sua casa. Na hora certa Deus traz o seu eleito para si pela sua chamada eficaz graciosamente. Trouxe Mefibosete para o rei, porque era incapaz de si levar a ele. O eleito de Deus é trazido pelo Espírito Santo para o Salvador porque não pode si levar a ele.
Qual foi o motivo do rei Davi em trazer Mefibosete para a sua casa? Foi por amor de Jônatas. I Samuel 18:3, 20:14-17, 42. Somos salvos (os eleitos de Deus) por causa da aliança entre o Pai e o Filho para salvar os eleitos de Deus. Efésios 4:32. João 6:35-40. João capítulo 17 todo.
Mefibosete deveu tudo a Jônatas. Nós os eleitos de Deus devemos a nossa salvação a Jesus Cristo.
Não temas! v. 7-8. Mefibosete reconheceu a sua indignidade de estar com Davi. Os eleitos de Deus reconhecem que não são dignos da salvação em Cristo Jesus e por isso sempre damos graças a Deus por ela.
Mefibosete se tornou como um dos filhos do rei Davi. v. 11. Ele recebeu herança e lugar à mesa do rei junto com os filhos de Davi. Os eleitos são co-herdeiros com o Filho de Deus, Jesus Cristo.
Mefibosete ficou em Jerusalém à mesa do rei, mas ainda estava aleijado de ambos os pés. v. 13.
Os eleitos de Deus vão gozar na presença do rei Jesus continuamente apesar do fato que somos depravados, mas como pobres pecadores somos salvos pela graça. Quando Mefibosete ficou à mesa do rei Davi não foi visto a sua deficiência. A deficiência espiritual dos eleitos do Senhor está coberta para a eternidade. Aleluia!
C. O Grande Pecado de Davi. Capítulos 11-12.
Podemos ver nesta passagem a honestidade bíblica. Deus não passa a mão por cima dos nossos pecados e falhas do povo da terra. É uma grande lição para todo crente. Preste atenção!
a. Capítulo 11. A Queda de Davi. Davi foi um grande homem de Deus. O Salmo 42:1 diz: “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!” Até o homem fiel a Deus pode cair no pecado. O maior cuidado na vida do povo de Deus é preciso para evitar isso. Observe algumas coisas sobre este assunto.
Era a época do ano quando os reis normalmente saíram à guerra. Mas Davi ficou em casa relaxado. Ele negligenciou seu dever como rei de Israel. Ele caiu por causa do seu próprio fracasso, não por causa dos seus inimigos de fora.
Enquanto estava relaxado o Diabo o atacou. Davi viu uma mulher tão linda e olhou para ela e continuou olhando até a cobiçou e tomou. Olhar por acaso é uma coisa, mas olhar de propósito é outra. Cuidado com os olhos!
Bate-seba estava tomando banho num lugar inconveniente? Ao menos se comportou muito imprudentemente. Davi mandou traze-la para o seu palácio. Ela foi forçada por Davi?
Houve pecado entre os dois e ela concebeu.
O marido (Urias) de Bate-seba estava longe de casa na guerra. Então Davi mandou trazer de volta. Porque? Para tentar esconder o seu pecado? Porque Urias veio e era para passar a noite com a sua esposa depois de muito tempo na guerra.
Não deu, porque Urias era homem muito fiel e nobre. Ele não passou a noite com a sua esposa, mas ficou à porta da casa real a noite toda. Era homem de muita honra e lealdade a Israel. Veja v. 8-15.
Por isso Davi mandou Joabe por Urias na frente da maior força da peleja. Porque? Para que seja ferido e morra. O pior é que Davi mandou a sua própria sentença de morte pela mão dele. Em verdade, Davi mandou matar Urias.
Urias morreu sem saber nada sobre o que tinha acontecido. Urias era homem de princípios e é muito difícil levar um homem assim para o lado errado.
Davi achou que tudo estava escondido, mas como Davi se enganou. “Porém esta coisa que Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor”, v. 27.
b. Capítulo 12. A Palavra do Senhor por Natã e Davi arrependido.
Um tempo passou depois deste pecado e com Davi não aconteceu nada. Davi pensou que estava tudo bem e esquecido? Quanto tempo passou? Alguns dizem que pode ser até dois anos.
O Senhor Deus mandou um profeta (Natã) para falar com Davi. Natã contou uma parábola a Davi. Veja v. 1-4. A parábola de Natã falou exatamente o que Davi tinha feito com Urias. Davi até falou, “Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso”. Observe a reação toda de Davi nos v. 5-6.
O profeta de Deus disse a Davi, “Tu és este homem”. O Senhor não esqueceu o que Davi tinha feito. Chegou a hora de prestar contas.
Neste período de tempo foi quando Davi escreveu os Salmos 32 e 51. Davi foi enfrentado pelo Senhor com seu pecado e por isso se arrependeu.
Davi foi perdoado do seu pecado pelo Senhor, mas tinha que sofrer ainda a correção de Deus. Note v. 12. Nós os crentes temos que saber esta realidade, Deus perdoa o pecado do seu povo sim, mas isso não anula a correção dEle do seu povo. Qual foi a correção de Deus de Davi? Veja o seguinte. A espada não apartou jamais da sua casa; as suas mulheres foram dadas ao outro (v. 11-12, II Samuel 16:20-23) e o filho que nasceu de Bate-seba morreu.
Observe que Davi ficou conformado logo com a morte deste filho (v. 23), mas não com a morte do seu filho Absalão. Porque a diferença? Davi soube que Absalão foi um rebelde contra Deus e depois foi para a perdição.
No meio de tudo isso tem uma bênção falada: Salomão nasceu de Bate-seba, v. 24-25.
D. História de Absalão. Capítulos 13-20.
Nos últimos anos da vida de Davi, ele teve muitos problemas dentro de sua própria família. Poligamia, adultério e falta de disciplina foram coisas erradas que tiveram efeito na vida da sua família. Observe I Reis 1:6, por exemplo. Ao outro lado, o bom exemplo e comportamento dos pais não garantem a salvação nem a fidelidade de ninguém.
a. Capítulo 13:1-19. Incesto de Amom. Agora a violência começou na casa de Davi e não saiu. Amom e Tamar eram irmãos da parte do pai (II Samuel 3:2-6). Absalão e Tamar eram filhos de Maaca e Davi. Amom era o filho primogênito de Ainoã e Davi. O que Amom sentiu não foi amor, era concupiscência. A prova disso é a maneira que tratou Tamar depois do crime.
Observe o erro que foi feito: proibido entre irmãos, sem casamento, pecado de estupro e era digno da pena da morte. E Davi não fez nada e soube que aconteceu.
Os jovens devem lembrar de uma coisa, não confundem amor com concupiscência. O homem que ama uma mulher de verdade pode esperar até se casar com ela. Este amor (que não foi) de Amom se tornou depois desprezo.
b. Capítulos 13:20-14:33. A Vingança de Absalão. Absalão odiou Amom, mas não fez nada nem falou nada contra ele durante dois anos. Depois Absalão matou Amom e fugiu para Talmai em Gesur, porque a mãe de Absalão era a filha deste rei Talmai. II Samuel 3:3. Absalão ficou lá três anos.
Davi mandou trazer Absalão e Joabe trouxe Absalão de volta por um esquema da viúva fingida. Davi deixou Absalão voltar e ficar na sua própria casa real, mas não o viu durante dois anos. Veja v. 14:14-25.
Absalão chamou Joabe duas vezes para resolver isso com Davi, mas Joabe não quis. Por isso Absalão mandou queimar o campo de Joabe para chamar a atenção dele. Veja v. 14:32. Joabe falou com Davi e finalmente Davi chamou Absalão e o beijo.
c. Capítulo 15:1-12. A Revolta de Absalão. Parece que Absalão guardou hostilidade no coração apesar da reconciliação com seu pai, porque começou tomar o reino de seu pai deliberadamente. Ele fingiu pagar um voto em Hebrom e lá ajuntou muitos homens para revoltar contra Davi. Absalão ganhou o coração de muitos de Israel.
 
d. Capítulos 15:13-16:14. Fuga de Davi de Jerusalém. Davi ouviu sobre a revolta de Absalão por um mensageiro de Absalão. Por isso Davi e seus fugiram de Jerusalém para escapar de Absalão. Neste período Simei amaldiçoou Davi. Veja 16:9-11.
e. Capítulos 16:15-17:23. Conselho de Aitofel e de Husai. Davi fugiu de Jerusalém e Absalão entrou com todos os seus homens. Absalão pediu a opinião de Aitofel de que devia fazer depois que entrou em Jerusalém e Aitofel deu sua opinião perversa demais. O que foi? Possuir as concubinas de seu pai Davi. Isso foi feito de uma maneira ousada e perversa.
Estenderam uma tenda no terraço do palácio e Absalão possuiu as concubinas do seu pai perante os olhos de todo o Israel. 16:20-23. Nisso foi cumprido a Palavra de Deus. II Samuel 12:11-12. Observe o conselho que Aitofel e Husai deram a Absalão sobre a maneira certa de vencer o rei Davi e seu exército e Absalão achou melhor o conselho de Husai. Por isso Aitofel foi para casa e se enforcou. Porque Husai deu o seu conselho a Absalão? Porque era amigo de Davi e queria ajudá-lo e ajudou mesmo.
f. Capítulos 17:24-19:40. Derrota de Absalão. Através do conselho de Husai Davi e seu exército fugiram para Manaim da outra banda do Jordão e Absalão e seu exército foram os seguindo. A peleja houve no bosque de Efraim e porque Davi e seus eram homens de guerra, Absalão perdeu logo e fugiu. Absalão ficou preso pelo cabelo dele num grande carvalho enquanto estava fugindo e Joabe o matou com três dardos no coração.
O sinal da sua rebeldia (cabelo) acabou com ele. A lamentação de Davi por Absalão era grande demais. 18:33. Joabe repreendeu Davi por isso, porque lamentou demais a morte de um filho mau e rebelde, mas nem pensou nos que arriscaram as suas vidas para protegê-lo. Pelo convite de todo o Israel Davi voltou para Jerusalém novamente.
g. Capítulos 19:41-20:26. Seba aproveitou esta oportunidade para revoltar contra o rei Davi e se declarar o líder das onze tribos de Israel. Davi mandou Amasa (general reconciliado de Absalão) para acabar com esta revolta. Joabe ficou sentido e o matou de sangue frio. Observe a maneira covarde que ele fez isso, 20:9-10. Joabe e seu exército foram atrás de Seba e o encontraram em Abel de Bete-Maaca.
Eles estavam tentando derrubar o muro desta cidade quando uma mulher da cidade clamou para falar com Joabe. Joabe contou que estavam atrás de um homem escondido nesta cidade e a mulher disse que a cabeça dele ia ser lançada pelo muro. O povo da cidade cortou a cabeça de Seba e a lançou pelo muro a Joabe foi satisfeito e a situação foi resolvida.
E. Os Últimos Anos do Rei Davi. Capítulos 21-24.
Estes acontecimentos pertencem aos últimos anos do reinado de Davi, ou às diversas épocas do seu reinado? 23:1-7 são as últimas palavras de Davi e estão continuadas em I Reis 1:1-2:11.
a. Capítulo 21:1-14. Grande Fome por causa do Pacto Violado com os Gibeonitas. Houve três anos de fome e Davi consultou ao Senhor para saber a razão dela. Deus disse que era porque Saul violou o pacto que foi feito com os Gibeonitas por Israel. Josué 9. Quando Saul fez isso não sabemos. Como foi resolvido e acertado isso? Sete netos de Saul foram enforcados e Deus se aplacou por causa da ofensa de Saul.
b. Capítulos 21:15-22 e 23:8-39. Os Valentes de Davi. Estes foram homens de coragem, abilidade, fidelidade e lealdade. Observe o irmão de Golias. 21:19. I Crônicas 20:4-8. Note os três mais valentes de Davi, 23:8-12. Note os outros valentes também, 23:13-39. Como é preciso os homens valentes na obra de Deus.
c. Capítulo 22:1-23:7. Cântico de Davi e suas Últimas Palavras. Salmo 18 é este cântico adaptado para a música do templo. Observe a doutrina da inspiração no v. 23:2 e também a profecia messiânica no v. 23:3-4.
d. Capítulo 24:1-25. O Censo feito por Davi e seu Castigo. Compare I Crônicas 21:1 com II Samuel 24:1 para ver a vontade de Deus permissiva. Davi fez esse censo contra a vontade de Deus. A soma do censo foi 1.300.000. Deus deu para Davi a escolha do seu castigo, mas note a sabedoria de Davi nisso, 24:14. Sempre é melhor confiar na misericórdia de Deus.
 
 Fonte: www.PalavraPrudente.com.br