7 de maio de 2020

A CONDIÇÃO DOS GENTIOS SEM DEUS


A CONDIÇÃO DOS GENTIOS SEM DEUS

Texto Áureo

Portanto, lembrai-vos de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens;   Efésios 2.11

A maioria dos Efésios eram gentios (isto é não judeus). Paulo diz lembrai- vos. Uma memória piedosa é aqui recomendada. O que Paulo queria dizer era que:

-           Eles aguçassem o seu senso de gratidão.
-           Que se fortalecessem em sua fé.
-           Que fizessem um claro contraste entre seu passado e sua presente restauração de que agora desfrutavam.

Paulo fê-los lembrarem-se de sua anterior degradação moral, mas também de sua condição “religiosa” impotente conforme isto era visto pelos olhos dos judeus, condição esta que é aqui sumariada (resumida) pela palavra “incircuncisão”, que indica aqueles que estavam religiosamente separados dos pactos de Deus, não fazendo parte dos mesmos. Provavelmente não fazia muito tempo que aqueles irmãos gentios haviam sido libertos do paganismo, Paulo estava fazendo com que eles refletissem sobre a sua condição passada (sem Cristo) e sua condição presente (agora com Cristo).

Os gentios eram assim denominados pelos judeus geralmente como uma demonstração de desprezo.

Mas por meio de Cristo, os gentios (isto é, os não judeus) tornaram-se herdeiros da promessa e descendência de Abrão, pela fé (Gálatas 3.26-29).

1- Chamados Incircuncisão

1. O conceito de circuncisão.

 Na era antes de Cristo, além de mortos espiritualmente, os gentios eram desprezados pelos judeus e identificados como incircuncisos (Efésios 2.11).

Circuncisão (Efésios 2.11) é a remoção cirúrgica do prepúcio do órgão sexual masculino. Foi prescrito como sinal externo de quem pertencia ao povo da aliança com Deus. Essa era a marca do Pacto Abraâmico e deveria ser rigorosamente observada por todos do sexo masculino (Gênesis 17.10-11). O procedimento era realizado no oitavo dia de vida dos nascidos em Israel ou estrangeiros comprados a dinheiro (Gênesis 17.12; Levítico 12.3).
 
Na Bíblia não está registrado o passo-a-passo da execução do ritual, mas, na extração da pele que recobre o órgão sexual masculino aparentemente eram usados instrumentos cortantes de pedra (Êxodo 4.24-26).

2. O significado religioso da circuncisão.

Quem não era circuncidado era considerado “incircunciso” e, portanto, excluído da aliança (Gênesis 17.14). O significado religioso apontava para a pureza espiritual e a santificação (Êxodo 19.5,6).

Pelo fato de a corrupção e as práticas idólatras estarem fortemente ligadas as práticas sexuais ilícitas e a sexualidade depravada, a circuncisão representava a aliança de purificação requerida ao povo escolhido por Deus (Jeremias 5.7; Oséias 4.14; Gálatas 5.19). A circuncisão era algo tão sério que os judeus até mesmo se recusavam a comer com “incircuncisos” (Atos 11.3).

Alguns estudiosos acreditam que, para os antigos judeus, a circuncisão ficava (na visão dos antigos judeus) apenas abaixo da “guarda do sábado”.

3. A circuncisão do coração.

O Antigo Testamento enfatiza a circuncisão tanto no sentido espiritual quanto no sentido carnal. O Novo Testamento valoriza somente o sentido espiritual ao atribuir-lhe um significado mais profundo, relacionando-a com a crucificação e a ressurreição de Cristo.

Paulo mostra aos gentios que eles não faziam parte do pacto da circuncisão do Antigo testamento, mas, também mostra que a circuncisão dos judeus era um sinal físico feito por mãos humanas (Efésios 2.11b). Paulo explica aos irmãos Efésios que a “verdadeira circuncisão” não se tratava apenas de uma operação externa feita por seres humanos, mas a verdadeira circuncisão é aquela que foi feita no interior do coração (Romanos 2.29), este conceito de circuncisão não é uma inovação de Paulo, pois ocorre também no Antigo Testamento, veja o que diz Jeremias 9.26:

.. porque todas as nações são incircuncisas, e toda a casa de Israel é incircuncisa de coração. Jeremias 9.26b

O ato físico de circuncidar-se era apenas um sinal físico de um uma circuncisão no coração (isto é, no interior), os israelitas deveriam viver os princípios e a ética de Deus, muitos judeus eram (ou se circuncidavam), mas interiormente não viviam os princípios e a ética de Deus, ou seja, muitos israelitas eram apenas “religiosos”, tinham aparência de “servos aprovados por Deus”, mas não eram.

Assim, em Cristo, o sinal de quem pertence a Deus não é a circuncisão nem a incircuncisão, mas sim “o ser uma nova criatura” (Gálatas 6.15).

4. A circuncisão na nova aliança.

O assunto da circuncisão gerou discussões acaloradas entre judeus e gentios. Vejamos alguns versículos sobre isto:

2. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará.
3. E, de novo, protesto a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.
Gálatas 5.2,3
Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai- vos da circuncisão! Filipenses 3.2
1. Então, alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.
2. Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos anciãos sobre aquela questão.
 5. Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.
6. Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.
Atos 15.1,2,5,6

Vemos que Paulo sempre lutou para tirar o judaísmo de dentro do cristianismo, e hoje na época da “igreja contemporânea” muitos líderes religiosos (infelizmente) lutam para colocar o judaísmo dentro do cristianismo através de campanhas, cópias de arcas da aliança, cópias do tabernáculo e outras bizarrices, que fazem parecer que o sacrifício de Cristo não foi suficiente para resgatar e abençoar o seu povo. Lembre-se que nem Jesus, nem os apóstolos nunca orientaram o povo a fazer campanhas, cópias de arcas da aliança, tabernáculos, ungir objetos para quebras de maldições e etc.

Quanto a discussão sobre circuncisão, a resposta dos apóstolos, na direção do Espírito Santo       ( Atos 15.28,29) passou a enfatizar que na nova aliança “a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Filipenses 3.3).

2- Estranhos ao Concerto da Promessa

1. Uma vida sem Cristo.

...que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
Efésios 2.12

Quando Paulo diz: “naquele tempo”, refere-se a vida que os irmãos de Éfeso levavam sem Cristo, presos no paganismo, espiritualmente mortos, “estáveis sem cristo”, quer dizer que os gentios estavam sem a promessa messiânica, sem as vantagens e o pacto com Israel. A maior de todas essas vantagens é o próprio Cristo Jesus, o qual cumpriu as promessas feitas através dos profetas, dadas aos patriarcas israelitas.

Os gentios, antes da obra redentora de Cristo não tinham tais vantagens.
Uma vida sem Cristo é a maior de todas as tristezas, uma pessoa que leva uma vida fora de Cristo está sem as bençãos que Deus concede por intermédio de Cristo.

2. Separados da comunidade de Israel.

No versículo 12 de Efésios 2 ainda podemos refletir sobre 7 grandes perdas que os gentios tinham, e estas perdas estão presentes na vida de todos que se afastaram de Deus.
que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
Efésios 2.12

- Perda de comunhão, Gênesis 3.8
-Perda de alegria, Salmo 51.12
-Perda do lar, Lucas Lucas 15: .11-17
-Perda de paz, Romanos 3.17
-Perda de liberdade, Romanos 6.19
-Perda de esperança, Efésios 2.12
-Perda de autoridade, 2 Pedro 2.4

3. Alienados aos pactos das promessas.

Uma vez separados da comunidade de Israel, os gentios desconheciam totalmente os vários pactos que Deus estabelecera com os patriarcas israelitas.

Com relação aos gentios, Deus ainda não lhes havia estendido a mão (antes de Cristo) para lhes estabelecer uma relação baseada em uma aliança (isto é, o cumprimento dos pactos), mas, através de Cristo, Deus deu aos gentios a oportunidade de voltarem a se relacionar com seu criador.

No pacto que Deus estabeleceu com Abraão cerca de 1400 anos a.C, podemos perceber uma abertura para a inclusão dos demais povos (..em ti serão benditas todas as famílias da terra. Genesis 12.3b).

 Os judeus, no entanto, não se aperceberam desse detalhe, ou ignoraram essa possibilidade, não a entendendo, ou preferindo interpretá-la de outra maneira. Com o passar dos anos os judeus permitiram que o orgulho os fizesse se considerarem superiores a todos que não fossem judeus. Mas Deus nunca quis que os judeus tivessem esse pensamento.

Lembre-se que “qualquer tipo de orgulho torna-se a sala de espera para todo e qualquer tipo de fracasso” a curto, médio ou longo prazo.

3- Sem Esperança e Sem Deus

1. Desprovidos de esperança.

Esperança: confiança, acreditar que aquilo que se espera que aconteça acontecerá.
A esperança é tão importante que é uma das 3 virtudes destacadas por Paulo em 1 Coríntios 13.13.

A esperança infalível é aquela que é embasada na Palavra de Deus. Quando o indivíduo está na direção de Deus, sua esperança é infalível. Os gentios por estarem fora da direção de Deus, não tinham a verdadeira esperança. Eles eram destituídos da esperança de salvação e vida eterna.
Toda pessoa que anda fora da direção de Deus está na verdade, desprovida de (verdadeira e infalível) esperança.

2. Sem Deus no mundo.

A expressão “sem Deus” não significa que os gentios não serviam ou não acreditavam em divindades (1 Coríntios 8.4; Gálatas 4.8). Ao contrário, eles eram politeístas (ou seja, acreditavam na existência de vários deuses) e idólatras, acreditavam e adoravam muitos “deuses”, mas estavam sem o conhecimento do Deus que se havia revelado a Israel (Gênesis 17.1,2; Êxodo 3.1-10). No seu paganismo, viviam em total desconhecimento do Deus único e verdadeiro.

Isso implica concluir que os gentios estavam sendo conduzidos por falsos deuses que os mantinham em escravidão e densas trevas espirituais. Trata-se de uma descrição calamitosa. Felizmente, esse quadro foi alterado pela intervenção dos desígnios eternos do verdadeiro Deus (João 17.3). Na sequência do texto aos Efésios (2.13ss.), o apóstolo Paulo “compara a miséria original em que os gentios viviam antes de aceitarem a Cristo pela fé, com a felicidade em que foram integrados pela fé nele, de modo a fazer que a grande e misericordiosa bênção de Deus fosse a maior de todas”, tema que será abordado na próxima lição.

Conclusão:

Noutro tempo éramos incircuncisos e estávamos excluídos da aliança com Deus. Separados de Cristo e de Israel vivíamos alienados ao concerto da promessa, desesperançados e longe de Deus. Um dia, porém, a magnitude do amor divino circuncidou os nossos corações, aproximou-nos de Cristo e de Israel, incluiu-nos na esperança da promessa e revelou a nós o único e verdadeiro Deus. Bendito seja o seu santo nome para sempre!

Por Porf José Junior

Referências

Bíblia para pregadores e líderes Geziel Gomes,
Enciclopédia Bíblica R. N. Champlin,
Bíblia de Estudo Holman,
Bíblia de Estudo Pentecostal,
Livro de apoio 2º Trimestre de 2020- Adultos, E- Book Subsídios EBD – A igreja eleita,
Novo Comentário Bíblico com Recursos NT,
Apontamentos teológicos professor José Junior.






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..de graça recebestes, de graça dai.
Mateus 10.8b



27 de abril de 2020

LIBERTOS DO PECADO PARA UMA NOVA VIDA EM CRISTO


LIBERTOS DO PECADO PARA UMA NOVA VIDA EM CRISTO

Texto Áureo

4. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
Efésios 2.4,5

As palavras ,“Mas Deus” mostram o que realmente faz toda a diferença na vida do ser humano. Aqueles que não servem a Deus, não vivem, apenas vegetam, espiritualmente falando. Apenas aqueles que servem a Deus podem dizer que estão vivos, espiritualmente falando.

Paulo salienta (torna visível) o fato de que Deus é riquíssimo em misericórdia, no original grego “misericórdia” é “eleos” (que significa: “compaixão”), “misericórdia” no original grego também tem o sentido de “dó”, “simpatia”
.
Podemos entender pelo contexto cultural da época  por assim dizer*, é que Paulo queria dizer que, a justiça de Deus é temperada com misericórdia, portanto, temos aqui em vista, aquela “simpatia divina”, aquele amor divino que se mostra paciente, que suaviza a punição e alivia a culpa.

*por assim dizer, ou seja, Paulo procurava fazer com que eles aprendessem e entendessem mais sobre Deus, seu amor, seu poder, seu plano de redenção e sua justiça.

A misericórdia de Deus repousa em seu amor por todos os homens, estando nós ainda mortos em nossas ofensas Deus tomou a iniciativa de nos “estender a mão” por assim dizer,nos vivificou juntamente com Cristo, ou seja, Deus, por intermédio de Jesus Cristo no deu a vida eterna, nós os que recebemos Cristo, já começamos a DESFRUTAR DESTA VIDA ( ou bençãos) a partir do momento em que recebemos Cristo, esta “VIDA” tem um aspecto “presente” ( ou seja, já somos abençoados por Deus, Romanos 8.28) e um aspecto “futuro” ( Mateus 25.34;  Apocalipse 22.1-6).

1-      A Antiga Natureza Morta em Ofensas e Pecados

1.      Nossa condição anterior.

estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
Efésios 2.5

Efésios 2.5 descreve a condição do ser humano antes de receber a Cristo (estando nós ainda mortos em nossas ofensas).A palavra “ofensa”, do grego “paraptoma”, tem o sentido de “passo em falso de forma deliberada”.

O termo para pecado é “hamartia”, que descreve alguém que “erra o alvo”, “anda pelo caminho errado”, “sai do caminho”.

Aqueles que não receberam a Cristo são descritos como mortos. Veja o que diz Efésios 2.1:
E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados.

Vivificar tem o significado de: restituir a vida, reanimar, tornar a dar vida. O que mostra que aqueles que ainda não receberam Cristo estão aos olhos de Deus, mortos espiritualmente, sem vida (isto é, sem a vida que Jesus veio dar, João 10.10b,28).

A condição pecaminosa do homem é a razão da sua morte moral e espiritual (Tiago 1.15).

2.      Nossas ofensas e pecados.

Nos versículos 1 e 2 de Efésios 2 Paulo ensina aos irmãos que antes de sermos vivificados com Cristo, andávamos segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar...
Vejamos isto com detalhes:

1. E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,

2. em que, noutro tempo, andastes ( a metáfora do ato de “andar” é empregada para indicar o “estilo geral da conduta diária”), segundo o curso deste mundo (as palavras“segundo o curso deste mundo” são usadas para se referir ao comportamento das pessoas não regeneradas, que não tem o Espírito Santo, pessoas que por não serem regeneradas por Deus tem o seu comportamento bem explicado pela seguinte frase : O CERTO É ERRADO E O ERRADO É O CERTO), segundo o príncipe das potestades do ar ( as palavras “segundo o príncipe das potestades do ar”, assim como Efésios 6.12, mostram que a atmosfera em redor da terra está carregada de seres e poderes malignos, a nossa luta é contra tais seres e não contra “carne e sangue”, porquanto o mal é inspirado no mundo por satanás e seus agentes), do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência ( as palavras “espírito que agora opera nos filhos da desobediência” mostra a terrível condição em que se encontram aqueles que não servem a Deus, que não são regenerados, que não andam na Luz de Deus, estas pessoas são “presas fáceis” para satanás e seus agentes, essas pessoas estão presas por satanás e seus agentes, 1 João 5.19) ; Efésios 2.1,2

Por causa de nossas ofensas e pecados nós, antes de receber a Cristo, estávamos “nas mãos de satanás e seus agentes”, por assim dizer, mas Deus, pelo seu muito amor com que nos amou, (Efésios 2.4), nos resgatou nas garras do inimigo (Efésios 2.5,6).

2 – Vivificados pela Graça

1.      Alcançados pela misericórdia e pelo amor divino.

Em Efésios 2.3 Paulo faz menção sobre a terrível situação da humanidade sob a ira de Deus, e em Efésios 2.4 Paulo descreve os atos divinos de amor e de misericórdia que mudam o quadro caótico em que se encontra a raça humana. Veja:

Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
Efésios 2.4

Deus, pelo seu grande amor e misericórdia, deixa de nos dar aquilo que merecemos (ou seja, sua ira), e nos dá aquilo que não merecemos (ou seja, bençãos indizíveis, imerecidas).

A “ira de Deus” (Salmo 6.1; Isaías 12.1; Romanos 2.8) nada mais é do que a “atitude de Deus com relação ao pecado e com relação ao pecador que rejeita a Deus por escolher viver no pecado de maneira deliberada, intencional, proposital).

O “livramento” que recebemos da “ira de Deus” por assim dizer, foi por causa da obra redentora de Cristo.

Foi no Calvário que Deus demonstrou seu ódio pelo pecado e seu amor pelos pecadores (Romanos 5.8; João 3.16). Ele nos vivificou (Efésios 2.5). Isso significa que nos deu vida, mesmo quando estávamos mortos em pecados.

Toda a misericórdia de Deus procede do seu muito amor com que nos amou.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
João 3.16

Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Romanos 5.8

2.      Vivificados por sua graça.

Graça, em resumo, é o favor imerecido de Deus. A palavra geralmente é usada para descrever aquilo que Deus fez, faz e fará por nós mesmo sem merecermos.*

Descrevendo o contraste entre a incapacidade humana e asuficiência do Senhor, Paulo enfatiza que fomos alcançados pelo
muito amor de Deus estando nós ainda mortos em nossas ofensas(Efésios 2.5a).

Isso significaque não éramos merecedoresdesse amor, mas que, mesmo assim,Deus “nos vivificou juntamente comCristo” (Efésios 2.5b). Essa frase quer dizerque nascemos de novo (João 3.3). Nãoestamos mais mortos, pois Cristo nos deu vida outra vez. Fomos vivificados sem mérito algum, tudo foi efetivado por meio da sua graça, o favor imerecido(Efésios 2.8,9).

*Se você quiser saber mais sobre o termo GRAÇA e o seu amplo significado baixe gratuitamente o nosso micro-ebook: Graça e o seu extenso significado bíblico, através da página subsídios EBD Andradina no Facebook, você também pode solicitar gratuitamente nossos estudos em PDF por e-mail: subsidiosebdandradina@gmail.com
 ou via whatsapp: 18 9 9769-5087.

3.      Exaltados por sua graça.

Paulo ainda destacaque o poder de Deus “nos ressuscitoujuntamente com ele, e nos fez assentarnos lugares celestiais, em Cristo” (Efésios 2.5,6). Vejamos um detalhe interessante nos versículos 5 e 6:
estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus
       Efésios 2.6

Notemos (nos versículos acima) que os verbos que falam da obra de Cristo estão no tempo passado, o que dá um caráter definitivo na obra realizada por Deus e pelo seu Cristo.

Segundo o propósito de Deus, fomos ressuscitados do túmulo do pecado e estamos assentados com o Senhor ressurreto aceitos e triunfantes (por assim dizer). Podemos dizer que (espiritualmente falando) nós estávamos com Cristo quando ele jazia no túmulo e depois também, quando ressuscitou.

No pensamento de Deus, por assim dizer, nós já estamos assentados nos lugares celestiais com Cristo glorificado (ou seja, nós já desfrutamos de bençãos indizíveis aqui neste mundo por estarmos em Cristo, e desfrutaremos de muito mais na era vindoura).

Somos exaltados pela graça (o favor imerecido de Deus) em nossas vidas.
Passamos da morte para a vida por meio da graça divina,
concedida por obra da misericórdia e do grande amor de Deus.

3-      A Salvação não Vem de Obras

1.      Graça como meio de salvação.

Em Efésios 2.8-10, Paulo revela que a salvação não depende de obrashumanas, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé” (Efésios 2.8a). Porémuma vez salvo, o crente deve praticaras boas obras.

O Salmo 49.8 nos diz que a redenção da alma é caríssima, por esta razão, ninguém, com suas obras, esforço próprio, recursos financeiros ou de qualquer espécie poderia redimir sua própria alma ou comprar a própria salvação.

A graça é o meio de Salvação que Deus preparou para aqueles que recebem a Cristo serem salvos da “ira de Deus”.

O que Paulo queria dizer era que, absolutamente nada é de nossa autoria ou por nossos próprios méritos. Nem salvação, nem graça e nem mesmo a fé exercida para receber a salvação. Pelo contrário, tudo é um presente de Deus. Tudo é graça de Deus.

É pormeio da graça, por exemplo, que Deus nos deu o livre-arbítrio e capacita o pecador para que responda com fé ao chamado doEvangelho (Romanos 11.6).

Embora haja “desavenças teológicas” sobre isto, podemos entender que a graça de Deus opera na humanidade desde a fundação do mundo, pois a graça, ou seja, o favor imerecido de Deus é a causa de Deus continuar permitindo que a terra produza, que as águas não se sequem por completo e que o próprio homem não destrua o planeta, mesmo depois de o homem ter pecado e a humanidade estar “mergulhada” no pecado.

Com a “obra redentora de Cristo” esta graça de Deus, presente na humanidade desde a criação do mundo foi “potencializada” por assimdizer. A graça de Deus hoje (isto é, após a obra redentora de Cristo) nos permite estar em um melhor concerto, confirmado em melhores promessas (Hebreus 8.6). Pois hoje em dia, não precisamos fazer sacrifícios de animais, somos transformados em filhos de Deus (Romanos 8.15,16), recebemos o Espírito Santo, dentre tantas outras bençãos.

A graça sempre foi (desde o antigo testamento) o meio de salvação (em resposta a fé) que Deus preparou para salvar e ensinar o seu povo.

Com Cristo porém, estamos em um melhor concerto e com melhores promessas (Hebreus 8.6), ou seja, a graça hoje, pela obra de Cristo é muito mais abundante do que era na época da antiga aliança.
Em resumo, a salvação, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, sempre foi pela fé (Hebreus 11.6), mas sempre foi a graça de Deus, que permitiu ao ser humano o “ter fé”, “o acreditar”, “o entender Deus e sua Palavra (Efésios 2.8,9).

2.      Obras como evidência da salvação.

Paulo deixa bem claro aos irmãos Efésios que a origem da salvação não vem do homem, mas sim de Deus:
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.
Efésios 2.8

Ou seja, a salvação não é uma recompensa por algum ato humano, nenhuma medida de esforço próprio ou de devoção religiosa pode operar nossa salvação. A nossa salvação se dá pela vontade de Deus, através da obra redentora de Cristo. O homem por si só (sem a ajuda de Deus), não pode salvar-se.

As obras realizadas pelos homens (que servem a Deus e estão na direção de Deus) são uma consequência da salvação.

Vou dar um exemplo simples:
 Eu (Prof: José Junior) elaboro materiais de estudo bíblico porquê Deus me salvou, e não para ser salvo.

O apologista Norman Geisler escreveu algo interessante sobre salvação e obras: “As exortações bíblicas para as boas obras foram dadas para que nós pudéssemos ser produtivos, não para que pelas boas obras pudéssemos ter a certeza da nossa salvação”.

Essasafirmações excluem qualquer possibilidade de alguém ser salvo poresforço pessoal.

Talvez alguém pergunte, então como entender Tiago 2.17-26?
Tiago 2.24 fala de justificação pelas obras, isto quer dizer que as obras salvam?

17. Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
18. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
19. Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o crêem e estremecem.
20. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
21. Porventura Abraão, o nosso pai, não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque?
22. Bem vês que a fé cooperou com as suas obras e que, pelas obras, a fé foi aperfeiçoada,
23. e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.
24. Vedes, então, que o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé.
25. E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários e os despediu por outro caminho?
26. Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.
Tiago 2.17-26

Para entender um versículo é sempre indispensável analisar o contexto do texto e também o que o escritor estava querendo transmitir para sua época.

Quando não se faz isto, abrem-se caminhos para heresias, por isso, cuidado.

Analisando os versículos 17 a 26 de Tiago 2, podemos entender melhor o que Tiago queria dizer.

Tiago objetiva seus ensinos contra os que “na igreja” professavam fé em Cristo e na expiação por seu sangue, crendo que isto por si só bastava para a salvação. Estes também achavam que não era essencial no relacionamento com Cristo,obedecer-lhecomo Senhor.

Tiago diz que semelhante fé é morta e não resultará em salvação, e nem em qualquer outra coisa boa (Tiago 2 vers. 14-16 e 20-24). 

Não podemos pensar que mantemos uma fé viva exclusivamente por nossos próprios esforços, a graça de Deus, e o Espírito Santo operam em nossa vida, capacitando-nos a obedecer a Deus pela fé do começo ao fim
( Romanos 1.17).

Se deixarmos de ser receptivos a graça de Deus e a direção do Espírito Santo, nossa fé sucumbirá.

Conclusão:

Antes da regeneração éramos “filhos da ira” e condenados à perdição eterna. Por ato do amor divino, por meio de sua maravilhosa graça, nos tornamos“ filhos por adoção”. Essa gloriosa salvação nos foi concedida independente de nossas obras. A partir da salvação passamos a praticar boas obras que glorificam a Deus nosso Pai (Mateus 5.16).

Por. Prof. José Junior

Referências:
Enciclopédia Bíblica R. N. Champlin,
Bíblia de Estudo Pentecostal,
Livro de Apoio 2º Trimestre de 2020,
Comentário Bíblico F. B. Meyer,
E-book: Subsídios EBD 20- A Igreja Eleita,
Apontamentos teológicos Prof: José Junior

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Mateus 10.8