12 de dezembro de 2020

A Teologia de Eliú O Sofrimento É uma Correção Divina

 

A Teologia de Eliú O Sofrimento É uma Correção Divina

Texto Áureo

Ao aflito livra da sua aflição e, na opressão, se revela aos seus ouvidos.

Jó 36.15

 

Podemos dizer que, neste mundo corrompido pelo pecado, o sofrimento e os problemas da vida fornecem os “contextos” em que Deus pode realizar seus propósitos. A aflição não é o meio de libertação (Cristo é), mas (a aflição) é a oportunidade para que o ser humano veja o quanto precisa

“estar próximo de Deus”.

(Aprenderemos mais sobre isso no decorrer da lição)

 

 

Nesta lição aprenderemos sobre a teologia de Eliú, exposta em 4 discursos teológicos (Jó 32-37).

No hebraico Eliú parece significar “Ele é o meu Deus” ou “meu Deus é Pai”.

Não ouvimos Eliú falar senão no capítulo 32, embora é evidente que ele tinha sido um ouvinte atento durante toda a discussão. Havia prestado ouvidos pacientemente às duas partes (os 3 amigos de Jó e Jó), achando que ambas estavam erradas.

Para Eliú, Jó fez mal em tratar de se defender e seus amigos, em tratar de condená-lo.

Eliú foi o mais hábil dentre os amigos de Jó, seus argumentos foram os mais acertados em relação ao problema do mau (por que os homens sofrem e por que sofrem como sofrem), Eliú tinha as melhores percepções de todos, algumas melhores até do que as de Jó. Eliú empregou um argumento quase exclusivo dos outros amigos de Jó, a lei moral da colheita segundo a semeadura, mas, acrescentou algumas compreensões. Jó, porém, pareceu não ter achado de muita ajuda os argumentos de Eliú para explicar o enigma do seu sofrimento.

1   – O Sofrimento Como Uma Forma de Revelar Deus

 

1.     Deus é soberano (Jó 33.14,15).

2.     O orgulho do homem priva-o de ouvir Deus.

14.   Antes, Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso. (Deus realmente fala, mas o homem em sua ignorância na maioria das vezes não ouve, e Deus muitas vezes fala em mistérios, isto é, em uma linguagem que os pecadores não podem compreender, alguns homens simplesmente não se colocam onde possam ouvir a Deus. Deus não estava surdo a apelos como os de Jó, era Jó quem estava surdo e cego a ponto de não ver e ouvir Deus (por assim dizer). Deus fala de várias maneiras, conforme Eliú passou a demonstrar, Jó 33 – 37).

15.   Em sonho ou em visão de noite, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama,

(Neste versículo vemos que Eliú tinha elevado respeito, tanto por visões quanto por sonhos. É claro que Deus pode se comunicar com os homens através destes meios (ainda hoje), mas é muito importante ter em mente que o crente deve provar os espíritos (isto é as revelações, a doutrina, o ensino, 1 João 4.1) pra ver se realmente são de Deus, e para isto é preciso examinar tudo tendo por base a Palavra de Deus (1 Tessalonicenses 5.21). Tenha em mente também que, através do Evangelho temos muito mais conhecimento e revelações disponíveis (através da Palavra de Deus) do que tinham Eliú e os “crentes do Velho Testamento).

Jó 33.14,15

 

Após um longo ciclo de discursos, onde houve réplicas e tréplicas, porém nenhuma conclusão, Eliú pede a palavra. Ele sentiu-se incomodado com a falta de habilidade dos seus outros amigos em contestarem os argumentos de Jó: “Atentando, pois, para vós, eis que nenhum de vós há que possa convencer a Jó, nem que responda às suas razões.” (Jó 32.12). Embora fosse o mais jovem de todos, ele estava convencido de que poderia fazer melhor do que eles.

Eliú não aceita o argumento de Jó sobre o “silêncio de Deus”, pois Deus fala ao ser humano de várias maneiras, incluindo sonhos e visões (Jó 33.15), para Eliú Deus não está em silêncio, mas é o orgulho humano que não deixa o ser humano ouvir (ou ver) o agir e o falar de Deus (por assim dizer).

Eliú acredita que Jó, ao procurar mostrar que é moralmente puro, está na verdade cometendo o pecado do orgulho (Jó 33.17). Vejamos o versículo com detalhes:

Para apartar o homem do seu desígnio e esconder do homem a soberba;

Jó 33.17

(A iluminação divina afasta o pecador de sua visão de “pessoa boa” e corta o seu orgulho. Para Eliú, o pecador arrogante (Jó), seria humilhado e assim tornar-se-ia um candidato apropriado para ser “curado do mal que sofria”. Mas enquanto Jó continuasse a vangloriar-se de sua inocência, sua condição iria tornando-se cada vez pior. Os castigos de Deus (na visão de Eliú) são vistos como “disciplinadores”, e esse era o grande

“discernimento” de Eliú, que ele repetiria no capítulo 36.

(O erro de Eliú foi associar o sofrimento de Jó ao pecado, e dar a entender que a soberania de Deus está acima de seu amor, más, Eliú estava certo ao ensinar que, os castigos de Deus são disciplinadores e que orgulho humano pode nos impedir de ouvir a Deus).

 

 

 

 

 

3. O mistério da redenção.

Em Jó 33.14-30 Eliú refere-se aos vários meios pelos quais Deus que é muito paciente usa para se manifestar ao homem, Deus fala por sonhos e por visões, mas também pode usar as enfermidades como um meio de falar ao ser humano (Jó 33.19-22), ou seja, Deus também fala pelo sofrimento (por assim dizer). Eliú destaca que Deus pode enviar a Jó um anjo para anunciar a Jó o seu dever (Jó 33.23) e interceder por Jó, para que ele voltasse a ter saúde, o anjo aqui (dá a entender que, na visão de Eliú) não precisa ser necessariamente uma “figura angelical”, mas um mensageiro de Deus (no caso, poderia ser até mesmo um ser humano) para mostrar a Jó algumas verdades que Jó não via (por assim dizer). Em Jó 33.23-28 não está em pauta a “salvação da alma”, mas sim a salvação da morte física.

 

2   – O Sofrimento Como Meio de Revelar a Justiça e a Soberania de Deus

 

1. A justiça de Deus demonstrada.

 

10. Pelo que vós, homens de entendimento, escutai-me: longe de Deus a impiedade, e do Todo-poderoso, a perversidade! (ou seja, para Eliú, Deus jamais permitiria um justo passar pelo que Jó estava a passar).

12. Também, na verdade, Deus não procede impiamente; nem o Todo- poderoso perverte o juízo. (Jó dava a entender que Deus o havia castigado e o abandonado sem causa, Eliú defendia (em outras palavras) que se Jó fosse mesmo justo (ou inocente) Deus não permitia tal sofrimento na vida de Jó, pois Deus não procede impiamente; nem o Todo-poderoso perverte o juízo.

Jó 34. 10,12

 

Em outras palavras, Eliú estava afirmando que Deus é justo e trata a todos com justiça, portanto, para Eliú, era óbvio que Jó não era inocente como afirmava. Embora praticamente todos os homens concordassem com este ponto das explicações de Eliú, para Jó, Deus o havia abandonado e por isso ele estava a sofrer tanto.

Devemos ter em mente que, na teologia da época de Jó, Deus era a única fonte do bem e do mal, ou seja, na visão deles, era de Deus que procedia tanto o bem quanto o mal. (o calvinismo extremo ainda defende esta mesma ideia hoje em dia).

É claro que tanto Jó quanto seus amigos estavam enganados neste ponto.

Ainda sobre a teologia dos antigos hebreus, eles acreditavam que Deus não permitiria em hipótese alguma um justo passar pelo que Jó estava passando, Deus na visão deles (fazia o mal para os injustos, mas jamais faria mal para os justos, então para eles, era óbvio que Jó tinha “culpa no

cartório”, por assim dizer). A teologia patriarcal não tinha o conhecimento que os crentes tem hoje sobre “recompensa e punição” após esta vida, por isso a teologia de Eliú, embora fosse um pouco melhor se comparada a dos 3 amigos de Jó, ainda era superficial se comparada a teologia acessível aos crentes do Novo Testamento.

 

2. O caráter justo de Deus.

 

Eliú descreve o caráter justo de Deus (Jó 34). E em toda a Bíblia vemos que Deus é justo e sempre age com justiça:

34.   E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas;

35.   mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo.

Atos 10.34,35

 

porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.

Romanos 14.17

 

Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?

Miquéias 6.8

Jó estava tão aflito e terrivelmente desesperado que não conseguia mais enxergar com clareza o fato de que Deus é justo e amoroso, Eliú através de suas palavras procurava fazer com que Jó tivesse isso em mente (Jó 34).

(É importante observar que pelo fato de Eliú, Elifaz, Bildade e Zofar, por não estarem “na pele de Jó, por assim dizer, usavam palavras duras que pouco ,ou nada, ajudavam Jó), porém, no caso de Eliú, seus argumentos foram mais “acertados”, tanto é que Eliú foi o único dos amigos de Jó que não foi repreendido por Deus (Jó 42.7-9).

 

3. A defesa da soberania de Deus.

A soberania de Deus pode ser resumida da seguinte forma:

 

O Senhor realiza seus propósitos (Romanos 8.28), e isso é o que importa. Não devemos perguntar: "Porque tenho de receber isso?", quando temos provação, mas: " Senhor, o que posso tirar disso?"

 

E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.

Romanos 8.28

 

3   – O Sofrimento Como Um Instrumento Pedagógico de Deus

 

 

 

1.     O caráter pedagógico do sofrimento (Jó 36.7-15).

 

Eliú (assim como Elifaz, Bildade e Zofar) argumentavam crendo que Jó havia pecado e não reconhecia seu pecado, e por isso estava a sofrer, mas no caso de Eliú, ele introduz a ideia de que o sofrimento tem caráter pedagógico (Jó 36.15), Eliú estava certo em entender que o sofrimento tem um caráter pedagógico*

*caráter pedagógico: é um conjunto de processos, situações, vivências, atividades que tem por objetivo ensinar o ser humano a aprender sobre a vida e o que a engloba.

 

Ao aflito livra da sua aflição e, na opressão, se revela aos seus ouvidos.

Jó 36.15

O sofrimento serve muitas vezes para nos fazer voltar para Deus, ou buscar mais a Deus.

Na verdade, a Bíblia ensina que os justos são instruídos a esperar por sofrimento nesta vida, por assim dizer (João 16.33; Atos 14.22; 2 Timóteo 3.12; Hebreus 12.1-11; 1 Pedro 4.12,13).

 

2.     Adorando a Deus na tormenta.

Eis que Deus é grande, e nós o não compreendemos, e o número dos seus anos não se pode calcular.

Jó 36.26

 

Embora Eliú destaque que Deus é grande (e é óbvio, Eliú estava certo), ele cometia 2 erros que muitos teólogos atualmente também cometem:

1-    Eliú não compreendia que Deus também é amor e que sua justiça não é maior que seu amor.

2-    Eliú acreditava que sua teologia não tinha falhas.

O fato de Eliú acreditar que sua teologia não tinha falhas, não o deixava enxergar a possibilidade da “inocência de Jó”. Isto nos faz refletir sobre o fato de que (atualmente, mesmo que sem querer), muitos (por vezes) usam a experiência para julgar se algo é bíblico ou não, quando deveriam usar a Bíblia para julgar se a experiência é bíblica ou não. (Pense nisso).

Conclusão

Nesta lição aprendemos um pouco sobre a visão teológica de Eliú, que era mais acertada que a dos três amigos de Jó (Elifaz, Bildade e Zofar), embora não fosse perfeita, por não abordar o amor e a misericórdia de Deus de maneira concreta.

 

 

 

 

Fontes

Enciclopédia Bíblica R. N. Champlin,

Bíblia de Estudo Pentecostal,

Bíblia de Estudo do Expositor,

Comentário Bíblico Broadman,

Bíblia de Estudo Arqueológica,

Novo Comentário da Bíblia F. Davidson,

Jó e seus amigos – C. H. Mackintosh,

Série Heróis da Fé JÓ – Charles Swindoll,

Revista Cristão Alerta 4º Trimestre de 2020,

 Apontamentos teológicos professor José Junior.

 

 

 

 

2 de dezembro de 2020

A ÚLTIMA DEFESA DE JÓ


A ÚLTIMA DEFESA DE JÓ

Texto Áureo

Ou não vê ele os meus caminhos e não conta todos os meus passos?

Jó 31.4

Deus sabia como Jó tratava as pessoas a sua volta, e, Jó sabia que Deus observava tudo (Jó 31.1-40), vemos em todo o capítulo 31 de uma continuação de seu lamento (o que era natural para um homem que tanto padecia sem saber o real motivo).

Salomão escreveu um provérbio que retrata de maneira simplificada boa parte das palavras de Jó em Jó 31:

 

 

Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR,..

Provérbios 5.21

 

(Nesta lição 10, eu farei uma exegese de alguns textos e algumas aplicações sobre a lição para as nossas vidas, mas de forma breve e reduzida, semelhante ao que fiz na lição 5, porque esta lição 10 mostra, a meu ver, uma continuação do lamento de Jó, e eu professor José Junior não acho que seja de grande valia esmiuçar o lamento de Jó, como eu expliquei na lição 5, mas isto é apenas uma opinião minha e você não precisa concordar comigo)

 

1 – Jó Relembra seu Passado de Glória

 

1.     Prosperidade material e espiritual.

2.     Reconhecimento social.

3.     Uma ponderação importante.

 

Jó, ainda no meio dos seus sofrimentos físicos passa em revista seu passado feliz (cap. 29), analisa seu presente farto de sofrimentos (cap. 30), e evidencia como sua consciência esclarecida não o deixou pecar (cap. 31).

Jó esboça uma recapitulação da sua vida, um exame dos seus passados dias ideais, antes de perder tudo. Não acha que aquela fora uma vida que merecesse as acusações dos seus amigos, do tipo das enumeradas por Elifaz no cap. 22, nem os sofrimentos que passa, então, a descrever no cap. 30.

Para Jó, o pior de tudo era que Deus não dava nenhum sinal visível para ele.

É interessante notar que Jó se sentia cuidado e protegido por Deus (Jó 29.2- 5), porém diante das lutas, ele achava que Deus não mais cuidava e protegia-o. Mas, a verdade é que Deus continuava cuidando e protegendo Jó, caso contrário, satanás sem dúvida o teria matado, isto nos faz refletir sobre o fato de que, mesmo em meio as terríveis lutas, tribulações e provações da vida o cristão verdadeiro continua tendo a proteção e o cuidado de Deus, mesmo que o cristão não se de conta disso.

É interessante notar também o fato de que Jó era muito bem reconhecido diante da sociedade de sua época, as pessoas mais importantes e as autoridades da cidade paravam para lhe ouvir com muita atenção, Jó era elogiado e as pessoas falavam bem de sua vida (Jó 29.7-10). Jó tratava a todos com igualdade, justiça e honestidade (Jó 29.14-16). E Jó era também um excelente conselheiro para as pessoas (Jó 29.21,23,25).

Jó era um modelo de “justiça social”, por assim dizer, mas era muito diferente dos socialistas modernos que não colocam Deus em primeiro lugar (e sim os próprios interesses).

Justiça social significado: Construção moral e política baseada na igualdade de direitos e na solidariedade coletiva........................ igualdade equitativa de oportunidades; trabalhar para que haja

igualdade de bens e direitos para toda a sociedade.

 

2 – Jó Lamenta seu Estado Presente

 

1.     Desprezo por parte dos jovens e das classes menos favorecidas.

O respeito que Jó antes recebia (Jó 29.8-10), é transformado agora em desprezo, e isto partindo de pessoas que são a escória da raça humana, rejeitadas pela sociedade, descritas em Jó 30.2-8. É perfeitamente possível o crente verdadeiro cair em dias difíceis (com a permissão de Deus), e sofrer a perda de seus “bens”, por assim dizer. As pessoas descritas em Jó 30.2-8 eram (segundo Champlin) uma espécie de nômades selvagens que se escondiam em cavernas e produziam sons como se fossem animais, eram insensatos que se aproveitavam da miséria de Jó para o molestar. Jó lamenta pelo fato de ter chegado nesta terrível condição, pois até mesmo aqueles que eram considerados a escória da humanidade tornaram-se seus críticos e inimigos.

 

2.     Abatimento físico e emocional.

Em Jó 30.19, Jó culpa a Deus por seu sofrimento, em outras palavras, Jó não entendia o motivo de seu sofrimento, mas na visão dele, era Deus quem estava fazendo-o sofrer daquela maneira, e Jó não entendia o por que disso, mas, mesmo assim Jó embora enxergasse Deus como o causador de seu sofrimento, não ousou “desrespeitar o nome do Senhor”.

Jó lamenta com Deus (Clamo a ti, mas tu não me respondes; estou em pé, mas para mim não atentas. Tornaste-te cruel contra mim;.. Jó 30.20,21).

Jó não vê outra saída, exceto a morte (Jó 30.23).

A dor física e emocional de Jó era muito grande, mas, a maior de suas dores era acreditar que Deus estava sendo cruel contra ele (Jó 30.21).

 

3.     Deus teria abandonado Jó?

 

Naquele momento Jó sentia-se abandonado por Deus (Jó 30.16-23), e pelos homens (Jó 30.24-31), Jó havia ajudado muita gente, no entanto quando mais precisou, era desprezado por todos (Jó 30.25,26), as lutas de Jó eram tantas, e ele enxergava tanta ingratidão das pessoas que ele havia ajudado, que ele veio a pensar que até Deus o havia abandonado, que grande engano.

Muitas vezes, as lutas são tantas na vida do cristão que ele pode ser levado a se sentir como Jó, enxergando ingratidão e pensando que Deus o havia abandonado, quando passar este tipo de pensamento em nossos corações, que venhamos a lembrar de Jó, e ter a certeza de que Deus não abandona os seus:

 

porque ele (Deus) disse: Não te deixarei, nem te desampararei.

Hebreus 13.5

3 – O Futuro em Aberto de Jó

 

1. Jó em defesa de sua ética sexual.

1.  Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?

2.   Porque qual seria a parte de Deus vinda de cima, ou a herança do Todo- poderoso desde as alturas?

3.   Porventura, não é a perdição para o perverso, e o desastre, para os que praticam iniqüidade?

4.  Ou não vê ele os meus caminhos e não conta todos os meus passos?

Jó 31.1-4

 

É importante observar que (dentre outros costumes sexualmente absurdos, que não abordaremos nesta lição) na época em que Jó viveu era comum os homens terem duas ou mais esposas (desde que tivessem condições de suprir as


necessidades das mesmas era possível, naquela época ter duas ou mais esposas), mas Deus nunca aprovou tal prática. Jó mostra em suas palavras que nunca teve um desvio de conduta em sua forma de viver, pois ele sabia que Deus não se agradava do comportamento comum na época (sobre o homem ter mais do que uma esposa, desrespeitando assim a Deus e ao próximo).

O que Jó estava dizendo (em outras palavras era), será que Deus não vê que eu nunca me comportei de maneira desonrosa? Pois Deus tudo vê e tudo sabe.

 

2.     Jó em defesa de sua ética social.

Em Jó 31.16-23 Jó Justifica-se perante Deus e seus amigos, apegando-se ao fato de que (na visão dele) ele nunca fez nenhuma mal contra seus semelhantes, e não merecia passar pelo que estava passando.

3.     Jó busca a resposta de Deus.

35.   Ah! Quem me dera um que me ouvisse! Eis que o meu intento é que o Todo-poderoso me responda e que o meu adversário escreva um livro.

36.   Por certo que o levaria sobre o meu ombro, sobre mim o ataria como coroa.

37.   O número dos meus passos lhe mostraria; como príncipe me chegaria a ele.

Jó 31.35-37

Em outras palavras, Jó desafia (por assim dizer) Deus (ou qualquer um de seus acusadores) a lhe mostrar provas de que ele (Jó) havia pecado de modo que merecesse passar pelas lutas que passava.

 

Jó tinha essa “confiança” por causa de sua forma “espiritual de viver”, uma “confiança de quem andava nos caminhos de Deus”.

Quantos de nós poderiam se expressar com a mesma confiança que Jó demonstrou diante das lutas que passava?

Conclusão

Nesta lição vimos que Jó recapitulou seu passado, sua vida. Podemos entender que é muito importante para o cristão recapitular seu passado para ver onde tem errado, e onde precisa se concertar. Embora não tivesse pecado para merecer tanto sofrimento, Jó obviamente precisava aprender certas lições em sua caminhada com Deus (mas isto já é assunto para as próximas aulas).

 

 

Fontes

 

Comentário Bíblico Africano,

Bíblia de Estudo Pentecostal,

Bíblia de Estudo do Expositor,

Enciclopédia Bíblica R. N. Champlin,

Bíblia de Estudo MacArthur,

Revista Cristão Alerta 4º Trimestre de 2020,

Livro de Apoio – A Fragilidade Humana e a Soberania Divina,

Jó Série Heróis da Fé – Charles Swindoll,

Apontamentos teológicos professor José Junior.