6 de maio de 2021

O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO

 


Texto Áureo:

E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,

Efésios 4.11

A palavra “Apóstolo” tem um significado tanto “singular”, “estrito” (único), quanto “abrangente”, “geral” (amplo), aprenderemos mais sobre isso no decorrer da lição.

No estabelecimento da “Igreja” de Cristo os Apóstolos e Profetas eram obviamente os ofícios de ministério mais importantes, porque foram os primeiros Dons ministeriais a serem desenvolvidos ou "estabelecidos" no Corpo de Cristo.

Além disso, eles eram Apóstolos e profetas fundacionais — eles lançaram a fundação para o Novo Testamento, em outras palavras, eles eram inicialmente os ofícios! mais importantes quando a “Igreja” primitiva estava somente começando, porque propagaram a revelação do Novo Testamento, que é o fundamento sobre o qual a “Igreja” em todas as gerações deve se estabelecer.

Apóstolos e Profetas ocupam o primeiro lugar na lista de 1 Coríntios 12.28 e na Didaquê 11.3 (Didaquê ou Didaqué, Instrução dos Doze Apóstolos ou Doutrina dos Doze Apóstolos é um escrito do século I). A razão para a proeminência (importância) destes ministérios é dada em Efésios 2.20, porque estes servos davam testemunho do SENHOR encarnado e ressuscitado e eram os veículos através dos quais o SENHOR JESUS continuava a expressar seus ensinos a “Igreja”.

1 O Colégio Apostólico

1.     O termo “Apóstolo”.

Apóstolo” é um termo que se aplica a certos líderes cristãos do Novo Testamento. O verbo grego “Apostello” significa: Enviar alguém em missão especial como mensageiro e representante pessoal de quem o envia. O termo “Apóstolo” é usado para Cristo (Hebreus 3.1), os doze discípulos escolhidos por JESUS (Mateus 10.2), o Apóstolo Paulo (Romanos 1.1; 2 Coríntios 1.1; Gálatas 1.1), e outros (Atos 14.4,14; Romanos 16.7; Gálatas

1.19; 2.8,9; 1 Tessalonicenses 2.6,7).

2.     O colégio apostólico.

Entende-se por colégio apostólico o grupo dos doze primeiros discípulos de JESUS convidados por Ele a auxiliarem o seu ministério terreno. O Salvador os separou e nomeou. Não deveria haver rivalidade entre eles e nem entre possuidores de outros “Dons ministeriais”, cada um tem seu próprio trabalho e executar, assim como cada engrenagem de um relógio tem sua função especial.

Em um relógio engrenagens maiores e menores, se faltar uma das engrenagens maiores, o relógio não funcionará corretamente e se faltar uma das engrenagens menores, o relógio também não funcionará corretamente, na “obra de DEUS” também é assim, cada Dom e cada função é de extrema importância para a “obra de DEUS”.

Os Apóstolos não eram perfeitos, mas, quando DEUS chama, Ele capacita, da mesma forma os que possuem Dons e realizam funções na “Igreja” contemporânea (atual) também não são perfeitos, mas quando DEUS chama, Ele capacita (2 Coríntios 3.4-6).

 

3.     A singularidade dos doze.

O apostolado dos doze tem uma conotação bem singular (única) em relação aos demais encontrados em Atos e também nas epístolas paulinas.

Apóstolos no sentido “Estrito” (único, minucioso, exato) da palavra já não existem mais, pois para ser apóstolo no sentido “Estrito” da palavra é necessário ter sido testemunha ocular da ressurreição de Cristo e/ou ter recebido Dele a comissão apostólica especial para ser um dos “líderes

maiores” da “Igreja” primitiva (por assim dizer).

 

Não há qualquer evidência Bíblica de que este ofício de Apóstolo no sentido “Estrito” da palavra tenha sido transferido a outros depois dos primeiros doze, de Matias (Atos 1.21-26) e de Paulo (Atos 9.4-6,15,16; 1 Timóteo 1.1).

Observe que, depois da morte do Apóstolo Tiago (Atos 12.2) irmão do Apóstolo João, não foi colocado nenhum substituto entre os doze, o que mostra que, Apóstolos no sentido “Estrito” da palavra foram apenas os doze primeiros, Matias e Paulo.

 

Matias foi escolhido para tomar o lugar de Judas, pois havia convivido com os Apóstolos todo o tempo em que JESUS andou entre os Apóstolos, ou seja, Matias era um dos crentes que esteve presente desde o início do ministério de JESUS (Atos 1.21), e Paulo, embora não estivesse presente desde o início do ministério de JESUS e mesmo não pertencendo ao colégio apostólico original (isto é, não fazia parte dos doze primeiros) foi chamado por questões particulares e soberanas de DEUS.

2 O Apóstolo Paulo

1.     Saulo e sua conversão.

Em Atos 9.1-22 vemos como foi a conversão de Paulo. Hernandes Dias Lopes observa que Lucas (que escreveu Atos) fez questão de mencionar que Paulo respirava ameaças e mortes contra os discípulos do SENHOR

(Atos 9.1), ou seja, Lucas comparou Paulo a uma fera terrível. Paulo foi instruído aos pés de Gamaliel (Atos 22.3), Gamaliel era um rabino muito respeitado entre as autoridades judaicas, Paulo não foi criado por Gamaliel (como pensam alguns), Paulo recebeu instruções de Gamaliel (foi discípulo de Gamaliel) e, ser discípulo de Gamaliel não era pra qualquer um, pois Gamaliel era um mestre muito reconhecido e respeitado, Paulo , sendo discípulo de Gamaliel tinha grandes chances de ser um dia, uma das maiores autoridades judaicas da história. Paulo teve educação filosófica, retórica, matemática, Paulo era poliglota (falava vários idiomas), tinha profundo conhecimento sobre as leis judaicas, Romanas e provavelmente conhecia bem as religiões gregas e talvez as egípcias. Paulo tinha tudo para se tornar um grande homem aos olhos da nação judaica e romana, pois Paulo era um homem muito zeloso (mas, sem o verdadeiro entendimento sobre DEUS e sua Palavra).

Mas, não era isso que DEUS queria de Paulo. O perseguidor tornou-se uma notável ferramenta nas mãos de DEUS.

 

2.     Um homem preparado para servir.

3.     O menor dos Apóstolos.

Paulo foi um terrível perseguidor da “Igreja”. Paulo teve participação na morte de Estevão (Atos 7.60; 8.1), Paulo assolava a “Igreja” (Assolar significa: afligir, causar agonia, grandes dores, sofrimentos terríveis, devastar arruinar, destruir), veja Atos 8.3.

Certamente muitos cristãos desejaram a morte de Paulo, é possível que alguns tenham orado para que DEUS o destruísse.

Mas não podemos nos esquecer que DEUS não vê como o homem vê e o caminho que o cristão deve seguir é o caminho do amor (1 Coríntios 13) e não o da vingança.

Paulo tornou-se um grande instrumento nas mãos de DEUS, o maior de todos os Apóstolos, embora ele se considerasse o menor (1 Coríntios 15.9),

ele não se esquecia do terrível mal que causou a “Igreja” (Gálatas 1.13). Mas DEUS o usou poderosamente para escrever metade do Novo Testamento, dos 27 livros do NT, Paulo foi usado por DEUS para escrever 13 livros. Paulo certamente foi o maior de todos os teólogos.

Quantos perseguidores da “Igreja” você conhece? Quantos perseguidores de crentes você conhece? Você já se sentiu de alguma forma perseguido por ser crente? zombaram de você de alguma forma por você ser crente?

Pois bem. JESUS te disse o que você deve fazer diante disso:

44.   Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem,

45.   para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.

46.   Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?

47.   E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim?

48.   Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.

Mateus 5.44-48

3 Apostolicidade Atual (Efésios 4.11)

1.     Ainda Apóstolos?

No sentido “Estrito” da palavra, NÃO, NÃO HÁ.

2.     Apóstolos fora dos doze.

No sentido “Geral”, sim, ainda há Apóstolos (mas é preciso compreender muito bem isso, para saber ensinar sobre isso).

Veja outros Apóstolos que aparecem na Bíblia (mas estes o são no sentido geral, da palavra).

Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram as suas vestes e saltaram para o meio da multidão, clamando

Atos 4.14

Saudai a Andrônico e a Júnia (os historiadores mais aprofundados concordam de maneira quase unânime que Júnia é nome de mulher. Mas entrarei neste assunto em momento oportuno para não sair do escopo da lição), meus parentes e meus

companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em Cristo.

Romanos 16.7

E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor.

Gálatas 1.19

A Bíblia mostra que haviam Apóstolos fora dos doze, mas estes (fora dos doze, com exceção de Paulo e Matias) o eram no sentido geral da palavra, pois Apóstolo significa enviado, fora dos doze, a palavra Apóstolo refere- se a pessoas (com o Dom ministerial de Apóstolo) autorizadas por congregações locais e encarregados de:

1-    compartilhar com segurança e responsabilidade ensinamentos aprofundados sobre a Palavra de DEUS.

2-    Compartilhar “Dons” específicos a outros membros da comunidade cristã (2 Coríntios 8.23; Filipenses 2.25).

3-    Levar a palavra de DEUS a lugares distantes (neste sentido, todo missionário é um Apóstolo, porque Apóstolo significa em termos

gerais “Enviado”, mas certamente nem todo missionário tem o “Dom  ministerial de Apóstolo”).

 

O Apóstolo é alguém que se destaca por ser homem espiritual visivelmente reconhecido como homem de DEUS, por seu profundo conhecimento bíblico, por levar a Palavra a lugares distantes, por ter outros “Dons Espirituais” além do de Apóstolo, por ser reconhecido por uma “Igreja” local como sendo Apóstolo, por ter maturidade espiritual, por respeitar o que diz a palavra de DEUS sem inventar novas doutrinas e sem seguir

“achismos”, o Apóstolo acima de tudo e de todos, segue a direção de DEUS sem querer agradar aos homens.

 

3.     O ministério Apostólico atual.

Não há substitutos para o ministério apostólico (dos doze), atualmente há Apóstolos no sentido de “Enviados”, mas não no sentido “Estrito” da palavra. Há atualmente até mesmo no meio evangélico homens que tomam para si o título de Apóstolos, considerando-se no mesmo nível apostólico dos doze originais, mas estes na grande maioria das vezes não sabem nem a definição básica do termo “Apóstolo” e muito menos a definição “Estrita” do termo.

O Dom ministerial de Apóstolo é algo raro (mas certamente ainda está em evidência na “Igreja” contemporânea (pois não há motivos para crer que não).

Conclusão

Nos moldes do colégio dos doze, o ministério apostólico não existe atualmente. Entretanto, o dom ministerial de Apóstolo citado por Paulo em Efésios 4.11 está em plena vigência. Pastores experimentados, evangelistas e missionários que desbravaram os rincões do nosso país ou em países

inimigos do Evangelho, são pessoas portadoras desse dom ministerial. São os verdadeiros apóstolos da “Igreja” de Cristo hoje.

 

Fontes

 

Comentário Bíblico F. F. Bruce,

Comentário Bíblico Willian Barclay,

Comentário Histórico-Cultural da Bíblia – Craig S. Keener,

Bíblia de Estudo MacArthur,

Comentário Bíblico Mundo Espano,

Bíblia de Estudo Pentecostal,

Bíblia de Estudo do Expositor,

Enciclopédia Bíblica Russel Norman Champlin,

Bíblico Shedd, Comentário Bíblico Broadman,

Comentário Expositivo Hagnos- Hernandes Dias Lopes,

Comentário Bíblico Popular – NT,

Comentário Bíblico Moody,

Bíblia de Estudo Holman,

Comentário Bíblico F. B. Meyer,

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal,

de Estudo Arqueológica,

Dons Espirituais e Ministeriais – Elinaldo Renovato,

Dons do Espírito – Gordon Lindsay,

Revista Cristão Alerta 2º Trimestre de 2021,

15 Perguntas sobre a lição 6 – professor Jean Carlos, Paulo o Apóstolo da Graça

F. F. Bruce,

Apontamentos teológicos professor José Junior.

 

 

28 de abril de 2021

DONS DE ELOCUÇÃO

 

DONS DE ELOCUÇÃO

 

Elocução significa: Exprimir o pensamento por meio de palavras. Esses Dons se manifestam sobrenaturalmente através de mensagens orais, segundo a orientação do ESPÍRITO SANTO.

Texto Áureo:

2.   Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios ( Russel Norman Champlin observa que Paulo se refere aqui aqueles que falam em

“Línguas” sem interprete, o que evidentemente era uma prática comum na “Igreja” de Corinto (1 Coríntios 14.27,28), porque falar em “Línguas” com

interpretação equivale a “Profecia”. Champlin observa ainda que no que diz respeito a edificação, se pensarmos na edificação dos irmãos, o que fala em “Línguas” no culto, o faz sem propósito, a não ser que haja interprete, para que os irmãos sejam edificados. Champlin observa também que, quem fala em “Línguas” deve fazê-lo privadamente, a não ser que haja intérprete, pois, este “Dom” edifica o seu possuidor (a não ser que haja intérprete).

Observe que Champlin está falando do uso deste “Dom” dentro do contexto de um culto.

 

3.   Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação (Aqui nestes versículos 2 e 3 o “Dom” de “Línguas” é

contrastado com o “Dom” de “Profecia”. Como bem resumiu Champlin; “Todo ser humano fala no seu idioma nativo, mas o que alguém diz na profecia é inspirado por DEUS, não é algo herdado de maneira

hereditária ou aprendido de maneira natural” Grifo Pessoal.

Champlin observa ainda que, na profecia o indivíduo compreende o que diz ou pelo menos entende a maioria das palavras que profere, o indivíduo é guiado pelo ESPÍRITO SANTO para que diga coisas significativas e importantes, não repete meramente algum conhecimento que já tivesse como mestre ou ensinador.

 

Outro detalhe muito importante é que, aquele que profetiza, não ultrapassa o que diz as Sagradas escrituras, não traz revelações que ultrapassem a Palavra de DEUS (veja, 1 Coríntios 4.6).

 

Como havia em Corinto e em várias outras partes do mundo gentílico muitas manifestações sobrenaturais, o “Dom de Profecia” era mais útil para a “Igreja” de modo coletivo do que o “Dom de Línguas” que era muito mais útil para “Igreja” de modo singular do que de modo coletivo, por isso, Paulo faz esse contraste entre o “Dom de Línguas” e “Dom de Profecia”).

1 Coríntios 14.2,3

 

1 – Dom de Profecia (1 Coríntios 12.10)

 

1.     O que é o Dom de Profecia?

Champlin define o “Dom de Profecia” como o Dom principal, a habilidade de usar certos poderes, a inspiração da mensagem a qual transcende o que é meramente didático. Esse Dom inclui o conhecimento prévio, mas envolve especialmente certo poder de ministrar ensino, instrução, consolo, ainda que em um nível superior ao do mestre ordinário, o profeta pode falar por inspiração e revelação mediante alguma forma de discernimento que ultrapassa o que é natural.

Daniel D. Whedon (teólogo, pregador e professor de línguas antigas) define o “Dom de Profecia” como uma inspirada pregação, predizendo o futuro, mas não apenas isso, expõe misteriosas verdades, desvendando os segredos do coração e do caráter dos homens.

Eu (professor José Junior) gosto de definir o “Dom de Profecia” como "falar no lugar de DEUS" de maneira que todos entendam o desejo de DEUS para as suas vidas. O Dom da manifestação momentânea do ESPÍRITO através da profecia pode converter o coração de um pecador quando lhe é revelado os segredos do coração. É uma capacitação especial, sob o impulso do ESPÍRITO SANTO, dada ao crente para transmitir aos outros o sentimento, o pensamento e o desejo de Deus a nosso respeito.

O Dom da Profecia é algo extremamente raro, porque a profecia não tem nenhum tipo de intuito a não ser por “inspiração divina”, exemplo: Você recebeu um sonho de que uma casa iria cair, isto é uma manifestação do Dom de Palavra de Sabedoria, se você disser; amanhã essa casa vai cair as 10 horas da manhã (a assim acontecer) isto é o Dom da Profecia (o Dom de Profecia é mais direto, por assim dizer). Um exemplo de Dom da Profecia é quando JESUS disse; Quanto a estas coisas que vedes, dias virão em que se não deixará pedra sobre pedra que não seja derribada (Lucas 21.6).

 

O pastor Elinaldo Renovato de Lima observa que, uma pregação pode ter caráter profético, mas, nem toda pregação é uma Profecia.

2.     A relevância do Dom de Profecia.

3.     Propósitos da profecia.

 

Levantaram-se nos tempos da “Igreja” primitiva falsos profetas, muito provavelmente esses falsos profetas conseguiam realizar proezas com a ajuda de espíritos enganadores, pois eles conseguiam enganar até mesmo muitos que se diziam cristãos. Por esta razão Paulo avisou aos crentes que pusessem a prova todas as coisas (1 Tessalonicenses 5.20,21). Este Dom era muito relevante (e certamente ainda é) para interpretar certas verdades,

abordar necessidades específicas da “Igreja” local, abordar questões de ensino, questões morais, questões pessoais, que as pessoas não saberiam resolver com sucesso.

O pastor Guy Raymond Carlson observa que “A profecia no Novo Testamento difere de uma pregação comum, é uma manifestação sobrenatural dada para a edificação, exortação e consolação (1 Coríntios 14.3).

Na mesma linha de pensamento de Carlson, Peter Derek Vaughan Prince também observa que, os propósitos da Profecia são: Edificação,

Exortação e Consolação”.

 

Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.

1 Coríntios 14.3

Atenção professor: Você já viu aquelas pessoas que dizem, “eu oro e profetizo”, “eu profetizo uma benção na sua vida”, “eu vou profetizar na sua vidaaaa, recebaaa”...

Pois bem, infelizmente eu já vi muito esse tipo de tolice, mas o Dom de Profecia não funciona dessa forma. A profecia é dada pela vontade de DEUS e não pela vontade do crente (2 Pedro 1.21).

2 – Variedade de Línguas (1 Coríntios 12.10)

 

1.     O que é Dom de Variedade de Línguas?

Howard Carter diz que esse Dom é o poder de falar de forma sobrenatural pelo ESPÍRITO SANTO em uma língua desconhecida para aquele que possui o Dom (seja essa língua

conhecida no planeta ou não) - Grifo pessoal.

Sam Storms diz que o Dom de línguas e simplesmente a capacidade, ativada pelo ESPÍRITO, de orar, adorar, dar graças ou falar em um idioma diferente do seu, ou de algum que você tenha aprendido na escola.

Luciano Subirá observa que há cristãos que podem falar várias línguas diferentes concedidas pelo ESPÍRITO, há vários tipos de falar em línguas.

Champlin observa que em Atos 2 foram falados idiomas humanos, revertendo, por assim dizer, a maldição da confusão das línguas imposta em Babel.

Sam Storms observa que, já em 1 Coríntios, eram idiomas espirituais (1 Coríntios 14.2) para a edificação dos crentes. - Grifo pessoal.

 

Variedade de línguas refere-se a língua espiritual (ou língua dos anjos, ou línguas estranhas), refere-se também a línguas conhecidas no planeta, mas que não foram aprendidas de maneira natural, mas sim concedidas pelo ESPÍRITO SANTO de maneira sobrenatural.

 

Há aqueles estudiosos que dizem que o Dom de Variedade de Línguas é inferior aos outros Dons, e, há aqueles estudiosos que dizem que estes Dons não são inferiores aos demais. Eu concordo com o comentarista da lição quando ele diz que o Dom de Variedades de Línguas é tão importante para a “Igreja” quanto os demais apresentados em 1 Coríntios 12. Mas não dúvidas de que quando Paulo disse;

 

 

28.E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.

29.   Porventura, são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres?

30.   Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?

31.   Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente.

1 Coríntios 12.28-31

 

Fica claro dentro do contexto do texto (acima) que Paulo considerava certos Dons superiores a outros Dons. Mas isso não significa que, aquele que tem o Dom de Profecia é superior aquele que tem o Dom de Variedade de Línguas. Significa apenas que, aquele que tem o Dom de Profecia tem uma responsabilidade maior do que o que tem o Dom de Variedade de Línguas, a quem mais é dado, mais será cobrado (Lucas 12.48).

Portanto, aqueles que tem “Dons” considerados, de maior responsabilidade (1 Coríntios 12.28,31), devem ser ainda mais cuidadosos em seu proceder (caminhar, agir, se comportar).

Vejamos a explicação de Russel Norman Champlin a respeito de 1 Coríntios 12.31:

Portanto, procurai com zelo os melhores dons (Champlin diz que a frase “os melhores dons” se literalmente traduzida do original grego dizem “os maiores dons” e não “melhores dons” como aparece em nossas traduções, estes “melhores dons” são aqueles que trazem mais vantagem para a

“Igreja”, como por exemplo o Dom de Profetizar, por isso Paulo disse; eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muito mais que profetizeis (1 Coríntios 14.5); e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente ( o caminho mais excelente é o caminho do amor, como Paulo passaria a mostrar a partir do próximo capítulo (1 Coríntios 13).

1 Coríntios 12.31

Champlin observa ainda que, os cristãos mais bem dotados espiritualmente são os Apóstolos, Profetas e Mestres (ou ensinadores) porque estes são hábeis na “edificação da “Igreja”.

2.     Qual a finalidade do Dom de variedade de línguas?

-   Evangelizar (Atos 2.1-12)

-   Edificar o crente (1 Coríntios 14.4)

-   É um sinal para os incrédulos (1 Coríntios 14.22)

 

3.     A atualidade do Dom.

Em nenhum momento a Bíblia diz que os Dons cessaram; algumas pessoas afirmam o término dos Dons, devido a uma interpretação de 1 Coríntios 13:8-12:

 

8.  A caridade (amor) nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; (Aí então podemos perguntar, será que a ciência deixou de existir assim que o cânon* foi concluído? Pois, o texto é claro, ou seja, ao cessar os Dons a ciência também será extinta).

9.  porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.

10.  Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado.

11.  Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

12.  Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido.

1 Coríntios 13.8-12

 

Quando se deu a conclusão do cânon, o Apóstolo Paulo já havia morrido. Logo, podemos concluir que o contexto de 1 Coríntios 13.8-12 fala de Cristo como perfeito, mostra que quando estivermos de forma definitiva com JESUS no novo céu e na nova terra, não haverá mais a necessidade dos Dons, isso não quer dizer que os mesmos vieram a cessar quando o cânon foi concluído.

 

*Cânon: No que se refere aos textos bíblicos, o termo “cânon” expressa quais os livros deveriam ser incluídos como sendo a Palavra de DEUS.

 

O Dom de variedade de línguas (assim como todos os demais Dons) são

para a “Igreja” hoje assim como eram para a “Igreja” primitiva. Pois não há na Bíblia (ou cânon) nada que nos faça acreditar que os Dons da “Igreja” primitiva não são para a “Igreja” contemporânea (atual).

 

3 Interpretação de línguas (1 Coríntios 12.10)

1.     Definição do Dom.

Trata-se da capacidade concedida pelo ESPÍRITO SANTO para que o portador deste Dom compreenda e transmita o significado de uma mensagem dada em línguas.

 

Tal mensagem interpretada para a “Igreja” reunida pode conter ensino sobre adoração e oração, ou pode ser uma profecia. Assim toda a congregação pode desfrutar desta revelação vinda do ESPÍRITO SANTO.

 

A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação de toda a congregação, pois todos recebem a mensagem. A interpretação pode vir por aquele que orou em línguas ou por outra pessoa.

 

Quem fala em línguas deve orar para que possa interpretá-las, conforme ensina as Escrituras (1 Coríntios 14.13).

Quando há interprete, o Dom de variedade de línguas é equivalente a uma profecia (1 Coríntios 14.5).

 

Sam Storms também concorda com esta explicação. Storms diz: “A profecia é superior as línguas não interpretadas porque, por ser inteligível, ela edifica os outros. Quando as línguas são interpretadas, elas se tornam um equivalente funcional a profecia (ver 1 Coríntios 14.5).

 

Línguas não interpretadas são ininteligíveis (que não se compreende bem), portanto, não podem edificar os outros. Por essa razão elas são consideradas inferiores a profecia. Línguas interpretadas são inteligíveis (ouve-se nitidamente) e, por conseguinte, edificam”.

 

2.     Há diferença entre Dom de interpretação e o de Profecia?

 

Sim. O Dom de interpretação de línguas necessita de outra pessoa, também capacitada pelo ESPÍRITO SANTO, para que interprete a mensagem e a

“Igreja” seja edificada. Do contrário, os crentes ficarão sem entender nada. no caso da Profecia não existe a necessidade de um intérprete.

Como bem observou o pastor Estevam Ângelo de Souza; "Não haverá interpretação se não houver quem fale em línguas estranhas, ao passo que a Profecia não depende de outro Dom".

Conclusão:

Todos os Dons dados pelo ESPÍRITO são fundamentais e essenciais para a “Igreja”. Não há na Bíblia absolutamente nada que nos faça acreditar que os Dons cessaram ou que alguns Dons não estão mais disponíveis.

 

Fontes: Bíblia de Estudo Pentecostal, Enciclopédia Bíblica Russel Norman Champlin, Revista Cristão Alerta 2º Trimestre de 2021, Dons Espirituais Perguntas e Respostas – Howard Carter, Dons Espirituais – Sam Storms, Escola de Líderes – Dons e Espiritualidade, Dons Espirituais e Ministeriais – Elinaldo Renovato, Dons do Espírito – Gordon Lindsay, Dons Espirituais

obert L. Brandt, Os Dons do Espírito – Derek Prince, Comentários Expositivos Hagnos – Hernandes Dias Lopes, Apontamentos teológicos professor José Junior.