19 de julho de 2023

QUANDO A CRIATURA VALE MAIS QUE O CRIADOR

 

 

LIÇÃO 04 – QUANDO A CRIATURA VALE MAIS QUE O CRIADOR – 3º TRIMESTRE 2023 (Rm 1.18-25)

INTRODUÇÃO

O ser humano é, por natureza, um ser adorador. Fomos criados capazes de conhecer, temer, amar, servir e adorar o Criador. Porém, desde a Queda que o ser humano tem se afastado de Deus, e tem honrado e adorado mais a criatura do que o Deus verdadeiro, que é criador de todas as coisas. Nesta lição veremos a definição de idolatria e autolatria; explicaremos

o texto da Leitura Bíblica em Classe e veremos qual deve ser a nossa atitude diante desta sociedade idólatra e perversa.

 

I  DEFINIÇÕES DAS PALAVRAS IDOLATRIA E AUTOLATRIA

 

1.1  Idolatria. O dicionário de Houaiss define idolatria como: “culto que se presta a ídolos” (2011, p. 1567). O termo deriva- se do grego “eidololatreia”. Teologicamente “a idolatria pode ser considerada também o amor excessivo por alguma pessoa, ou objeto. Amor este que suplanta o amor que se deve devotar, voluntária, incondicional e amorosamente, ao único e verdadeiro Deus” (ANDRADE, 2006, p. 220). “Essa palavra vem do grego: “eidolon” que significa: “ídolo”, e “latreuein” que quer dizer “adorar”. Esse termo refere-se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado em seu sentido primário. Porém, em um sentido mais lato, pode indicar a veneração ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição, etc., que tome o lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que lhe devemos” (CHAMPLIN, 2004, p. 206). O pastor Timothy Keller resume idolatria da seguinte maneira: “O que é um ídolo? Qualquer coisa mais importante do que Deus para você, que domine seu coração e sua imaginação mais do que Deus. Qualquer coisa que você busque a fim de receber o que Deus pode dar” (KELLER, 2021, p. 20).

 

1.2  Autolatria. A palavra “autolatria” é formada por dois vocábulos gregos: “autos”, que significa “a si mesmo” e “latria”, que quer dizer “adoração”. Logo, “autolatria” significa: “adoração a si próprio”. Esse tipo de idolatria também é conhecido como “egolatria”. Encontramos alguns exemplos na Bíblia, tais como: Lúcifer (Ez 28.11-19; Is 14.12-14) e o rei Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21). Esta é uma das características dos homens dos tempos do fim (2Tm 3.2). Ao se manifestar no seio familiar, os pais ou filhos afetados por esse ídolo, promoverão a desintegração familiar, haja vista que o(s) mesmo(s) só pensarão em si, e nunca, na unidade da família.

 

II  A IDOLATRIA E DEPRAVAÇÃO DA HUMANIDADE

Em Romanos 1.18-32 o apóstolo Paulo escreve acerca da idolatria e imoralidade dos gentios. Apesar de se tratar de um texto escrito milênios, podemos perceber claramente a atualidade deste texto, como veremos a seguir:

 

2.1  “[...] do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens [...]” (Rm 1.18). A palavra grega traduzida por “ira” é “orge”, e aparece 12 vezes em Romanos (Rm 1.18; 2.5,8; 3.5; 4.15; 5.9; 9.22; 12.19; 13.4,5). A ira de Deus não pode ser confundida com a ira humana, que é fruto da natureza caída e pecaminosa (Gl 5.20; Ef 4.31; Cl 3.8; Tm 2.8; Tg 1.20). A ira de Deus é contra toda impiedade e injustiça dos homens, ou seja, sobre o pecado (Rm 2.8; 9.22; Cl 3.6; Hb 3.11; 4.3; Ap 11.18). O termo “impiedade” neste texto diz respeito ao descaso que o homem faz de Deus, ou seja, viver como se Deus não existisse. a palavra “injustiça” fala da conduta pecaminosa humana. Dessa maneira, a raça humana, por rejeitar a Deus vive na prática da injustiça.

 

2.2  “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou” (Rm 1.19). Paulo deixa bem claro que a humanidade se afastou do Criador, mas, não pelo fato de que Ele não tenha se manifestado, ou seja, se revelado, mas, por livre e espontânea vontade. O Salmo 19, por exemplo, apresenta ao menos duas provas da existência de Deus: o universo que Ele criou (v. 1-6) e a Bíblia (v. 7-10). “O conhecimento do Deus verdadeiro era acessível aos homens, mas eles fecharam suas mentes para ele. Em vez de apreciarem a glória do criador ao contemplarem o universo que ele criou, davam a coisas criadas aquela glória que pertencia somente a Deus” (BRUCE, 1979, p. 68).

 

2.3  “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1.20). A criação é uma prova não apenas da existência de Deus, mas, também, dos seus atributos. Ao contemplar a natureza, a beleza e a perfeição do universo, podemos perceber a Sua eternidade (Dt 4.32; Sl 90.1,2; Hb 1.10), onipotência (Sl 148.5; Is 42.5; Hb 3.4), sabedoria (Pv 3.19-23; Jr 10.12; 51.15). Nós não precisamos ver a Deus para saber que Ele existe, pois, as Suas obras revelam a sua existência. É como se alguém fosse numa galeria de obras de arte e pudesse ver os quadros e as esculturas. Ainda que os artistas não estivessem presentes, suas obras revelam a sua existência. Assim, todos os homens são indesculpáveis diante de Deus (Hb 11.3,6).


2.4   “porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu” (Rm 1.21). O homem afastado de Deus está em inimizade com o Senhor, pois a Bíblia classifica os pecadores como: (a) filhos da desobediência (Ef 2.2); (b) amigos do mundo (Tg 4.4); e (c) pecadores vivendo nas trevas (Ef 5.8; 11; 6.12; Cl 1.13). Por esses motivos e outros apresentados na palavra de Deus (Sl 14: 1-3; Is 64.6; Rm 3.10), o texto Sagrado apresenta o homem em inimizade constante com Deus. Mas em Cristo essa inimizade é desfeita: Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus, pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm 5.10).

 

2.5  “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis” (Rm. 1.22,23). A Palavra de Deus nos revela que quem oferece sacrifícios aos ídolos, oferece aos demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; 2Cr 11.15; Sl 106.37; 1Co 10.20,21). Por trás das imagens de escultura existem entidades demoníacas que ouvem as preces dos fiéis, e até operam favoravelmente por eles, com o intuito de aprisioná-los cada vez mais na idolatria. Eis o porquê de tantas pessoas pagarem promessas nos denominados “dias santos” e nas festividades dos padroeiros. Satanás, como “deus deste século” (2Co 4.4) tem poder para realizar benefícios físicos e materiais com intuito de enganar as pessoas (Ap 13.2-8,13; 16.13,14).

 

2.6  “Pelo que também Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para desonrarem o seu corpo entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!” (Rm. 1.24,25). O pecado afetou todas as áreas da vida humana, inclusive a sexualidade gerando toda sorte de perversão sexual. As consequências da queda do primeiro homem foram tão nefastas que as Escrituras citam 372 formas de pecado e há centenas de outras não mencionadas na Bíblia. Há várias listas de pecados semelhantes ao que o apóstolo faz referência (Rm 1.18-32; 1Co 5.9-11; 6.9; 2Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; 1Ts 2.3; 4.3-7; 1Tm 1.9,10; 6.4,5; 2Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). Essa lista, embora extensa, não é exaustiva, uma vez que Paulo conclui dizendo: “[…] e coisas semelhantes a estas” (Gl 5.21).

 

III  A NOSSA ATITUDE DIANTE DESTA SOCIEDADE IDÓLATRA E PERVERSA

 

3.1  Precisamos proclamar a verdade. Uma das principais atribuições da igreja é a de influenciar a cultura e a sociedade onde ela está inserida (Mt 5.13-16; Mc 9.49; Lc 14.34-35; Mc 4.21; Lc 8.16; 1Pd 2.12). E como ela pode fazer isto? Priorizando os princípios da Palavra de Deus, independente do modelo cultural da sociedade. Na prática, significa combater o pecado, mesmo que este seja visto como uma questão cultural. É ensinar sobre a fidelidade conjugal (Hb 13.4), mesmo quando a infidelidade se tornou comum; combater a mentira e o engano (Ef 4.25; Rm 12.17), ainda que sejam vistas como coisas normais ou naturais; pregar contra o paganismo e a idolatria (Rm 2.22; 1Jo 5.21), mesmo quando ela é vista como mera religiosidade, etc.

 

3.2   Precisamos obedecer aos princípios da Palavra de Deus. Recebemos do Senhor Jesus uma responsabilidade para produzir uma cultura debaixo do Senhorio de Cristo (2Co 10.4,5), ou seja, promover a cosmovisão cristã em um mundo pluralista (Rm 12.1,2), onde as culturas estão afetadas em suas estruturas e práticas do pecado, necessitando assim, que a Igreja exerça sua função profética (1Pd 2.9,10), mostrando o caminho que Deus planejou para vivermos de acordo com os princípios estabelecidos na palavra de Deus. Ela é o livro-texto do cristão. Ela nos ensina como devemos amar, temer e obedecer a Deus (Dt 17.18,19; Ec 12.13; Lc 10.27); como devemos amar ao próximo (Mc 12.33; Lc 10.27-37); bem como nos ensina a viver neste mundo (Mt 5.13-16; 1Co 10.32).

 

3.3  Precisamos vigiar para não sermos influenciados pelas práticas idólatras e imorais desta sociedade. Fomos salvos da condenação e do poder do pecado, mas não ainda da presença do pecado (Rm 7.18,23). No campo do nosso interior ainda se trava uma guerra, um conflito permanente entre a carne e o Espírito. Eles são opostos entre si. Paulo tratou da guerra interior que existe em cada cristão com as suas duas naturezas (Rm 7.22.23; Gl 5.17). Nessa batalha “carne versus espírito”, vencerá aquele que dermos a maior preferência (Gl 5.16).

 

CONCLUSÃO

Tal qual os gentios nos dias de Paulo (Rm 1.18-32), nós vivemos em meio a uma geração corrompida e perversa (Fp 2.15), onde os seres humanos são amantes de si mesmos, idólatras, que adoram mais a criatura do que ao Criador. Como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16) precisamos proclamar a verdade, obedecendo aos mandamentos divinos, e sermos vigilantes para não sermos influenciados por esta sociedade.

 

REFERÊNCIAS

·        BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. CPAD.

·        BRUCE, F. F. Romanos: Introdução e Comentários. VIDA NOVA.

·        CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

·        KELLER, Timothy. deuses falsos. VIDA NOVA.

·        SANTOS, Roberto dos. Romanos: Uma Carta Para Igreja do Século XXI. REFLEXÃO.

·        STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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15 de julho de 2023

O PERIGO DO ENSINO PROGRESSISTA

 

 

LIÇÃO 03 – O PERIGO DO ENSINO PROGRESSISTA - 3º TRIMESTRE DE 2023 (2Tm. 3.1-9)

 

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos sobre o movimento progressista, que tenta a todo custo desconstruir ou reconfigurar o pensamento cristão e da sociedade. Ao longo dos últimos séculos uma avalanche de falsas doutrinas tenta minar a base de todo o nosso pensamento ocidental, formatado pelas “Escrituras Sagradas”, sendo assim, na aula de hoje iremos estudar sobre o que é o progressismo, qual seu intuito em relação as Escrituras além de refutar seus ensinos nocivos.

I  – O QUE VEM A SER O MOVIMENTO PROGRESSISTA

Pode-se definir progressismo como: “o conjunto de ensinamentos filosóficos, sociais e econômicos baseados na ideia de que o progresso é fundamental para o aprimoramento do ser humano”. Bobbio (1998, p. 1009) enfatiza que o progressismo está alinhado com o progresso material, moral e social em que uma sociedade caminha. Essa ideia é oriunda dos filósofos franceses do século XVIII, os quais “proclamavam um progresso mundial secular, isto é, sem Deus”. Nessa premissa, os teóricos subsequentes passaram a pregar um progressismo científico (Augusto Comte), progressismo econômico (Karl Marx), progressismo biológico (Charles Darwin), entre outros. Destaca-se que o progressismo inclui ideais ateístas e racionalismo exacerbado. Henry (2007, p. 472) afirma que, “entre os progressistas, alguns eram secularistas que rejeitavam completamente a religião tradicional”. Do pensamento progressista, surgem alguns dogmas que propõem a erradicação da divindade por meio de concepções seculares. Dentre elas, destacamos os seguintes:

1.1.  O Iluminismo: movimento intelectual e filosófico do século XVIII que enfatizava principalmente a razão e defendia ideias como progresso, tolerância, fraternidade, governo constitucional e separação entre Igreja-Estado.

1.2.   O Marxismo: doutrina filosófica/política desenvolvida pelos alemães Karl Marx e Friedrich Engels no século XIX, cuja ideologia serviu de base para o programa político do Partido Comunista Alemão e que pregava a revolução por meio da luta de classes entre a burguesia (patrões) e o proletariado (empregados).

1.3.  Darwinismo: teoria de Charles Darwin (Séc. XIX), autor da obra “A Origem das Espécies” (1859), na qual defende que “todos os seres vivos, incluindo o homem, são resultado de transformações progressivas em longo prazo”. O darwinismo prega o progressismo atrelado “à lei do mais forte”, ou seja, somente os melhores sobrevivem na seleção natural. (BAPTISTA, 2023, pp. 33-34).

II  O INTUITO DESTE MOVIMENTO EM NOSSOS DIAS EM RELAÇÃO AS ESCRITURAS

2.1  Desconstruir sua mensagem. Uma das formas mais utilizadas em nosso tempo é a tentativa de desconstruir a mensagem das Escrituras, dizem eles: “Este texto foi escrito há muitos anos, não serve para nós hoje”, ou, “Essa mensagem é antiga, ouço desde o tempo dos meus avós”, não entendem eles aquilo que Pedro registrou (2Pd 3.9).

2.2  Relativizar sua mensagem. Como pudemos observar anteriormente a relativização é a tentativa de dizer que a mensagem pode ter diversas percepções, isto aconteceu também nos dias de Isaias: “Aí dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo!” (Is 5.20).

 

2.3  Negar sua autoridade. A negação da autoridade vem no quesito prático, ou seja, não aceitam seu padrão e ditames tais como a sociedade do império romano nos dias de Paulo: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém” (Rm 1.25), este também tem sido o padrão da nossa sociedade, que também se sentem sábios (Rm 1.22), além de consentirem na prática do erro (Rm 1.32) “Não faço, mas não condeno” é o pensamento deles.

2.4  Resistir sua mensagem. Os tempos trabalhosos que o apóstolo Paulo falou já chegou (2Tm 3.1-5), e hoje em dia existe uma grande resistência a verdade das Sagradas Escrituras, como nos dias de Paulo: E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé” (2Tm 3.8).

III  CARACTERÍSTICAS DA BÍBLIA QUE O PROGRESSISMO TENTA DETURPAR

Quando olhamos o pensamento progressista, conseguimos enxergar que sua maior inimiga é a Palavra de Deus. Pois a Bíblia é um livro superior a qualquer outro livro, ela possui características que a fazem ser singular. Tais característica revestem a Bíblia de autoridade tornando-a o modelo e padrão de conduta para o mundo, e isto não é aceito por nenhuma ala progressista moderna. Vejamos então por que a Bíblia incomoda tanto este pensamento:

 

3.1  Ela é inspiração por Deus. A Bíblia alega ser um livro de Deus e ter uma mensagem com autoridade divina. Paulo diz que: “Toda a Escritura é divinamente inspirada [...]” (2Tm 3.16). A palavra grega é “theopneustos”, e significa literalmente “soprada por Deus”. Portanto, a Bíblia não contém, nem se torna, ela é a Palavra de Deus. Geisler (2010, p. 460 - acréscimo nosso) define a inspiração da seguinte forma: “é a operação sobrenatural do Espírito Santo, que, por intermédio de diferentes personalidades e estilos literários dos autores humanos escolhidos, investiu as palavras exatas dos livros originais das Sagradas Escrituras, em separado ou no seu conjunto, como a própria Palavra de Deus, isenta de erro em tudo o que ensina, e é, dessa forma, a regra infalível e a autoridade final de fé e prática para todos os crentes”. As próprias Escrituras afirmam ser inspiradas no todo, em partes, em palavras e em cada letra (Mt 5.17; Jo 12.14-16; Mt 4.4; Mt 5.18).


3.2  Ela é a revelação divina aos homens. A Bíblia é a revelação escrita de Deus ao homem, pois através dela o Senhor se fez conhecido de forma especial (Jo 3.16). O conhecimento divino preservado nas Sagradas Escrituras, é posto à disposição da humanidade (Dt 8.3; Is 55.11; 2Tm 3.16; Hb 4.12). Por ela, conhecemos Seus atributos comunicáveis e incomunicáveis, dentre outras coisas (Sl 139.1-10; 1Jo 4.8). “Pela Bíblia, Deus fala em linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo. Isto é, Deus, para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa linguagem, bem como do nosso modo de pensar” (GILBERTO, 2004, p. 06 – acréscimo nosso). A revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer aos escritores da Bíblia, coisas e fatos desconhecidos, que eles jamais poderiam saber, nem descrever, senão por revelação divina (Gn 1,2).

3.3  Ela é inerrante. Segundo o Aurélio (2004, p. 1100) a palavra “inerrância” significa: “que não pode errar; infalível; não errante, fixo”. Teologicamente “a inerrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de Deus” (ANDRADE, 2008, p. 33). A palavra de Deus não pode mentir (Sl 19.8,9; Hb 6.18); não pode passar ou ser destruída (Mt 5.18); permanecerá para sempre (1Pd 1.25); e é a própria verdade (Jo 17.17). Tais atribuições mostram claramente a inerrância das Escrituras.

3.4  Seus inscritos possuem infalibilidade divina. Segundo Andrade (2006, p. 229 acréscimo nosso) infalibilidade é a “doutrina de acordo com a qual a Bíblia Sagrada é infalível em seus propósitos, promessas e profecias”. Ela pode ser assim considerada porque: (a) seus propósitos jamais falham; (b) suas promessas são rigorosamente observadas; e, (c) suas profecias cumprem-se de forma detalhada, exata e clara. Deus usou o profeta Isaías para dizer: “[...] a palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11). O Escritor aos hebreus diz que: “a palavra de Deus é viva e eficaz [...]” (Hb 4.12-a).

3.5  Ela advoga para sim uma completude divina. Quando afirmamos que a Bíblia é um livro completo, dizemos que ela contém tudo aquilo que Deus quis revelar à humanidade (Dt 29.29). Ela é completa no que diz respeito ao seu propósito principal, que é revelar-nos a origem de todas as coisas (Gn 1-3); como o pecado passou a fazer parte da história da humanidade (Gn 3.1-24); como o homem tornou-se destituído da glória de Deus (Rm 3.23); e apresentar o único meio de o homem obter a salvação, através da fé em Jesus Cristo (Jo 3.16; Rm 3.21-24).

IV  VENCENDO A INFLUÊNCIA DO PROGRESSISMO

4.1  Como defender nossa família das influências do progressismo. Não podemos evitar que nossa família sofra investidas do progressismo, mas podemos proteger a nossa família das suas astutas ciladas (Ef 6.10,11). Vejamos como podemos proteger nossa família:

·       Santificando o lar (Lv 20.26; 2 Co 7.1; 1Ts 4.7);

·       Praticando o culto doméstico (Dt 6.7-9);

·       Mantendo uma vida de oração e jejum (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17);

·       Ensinando a Palavra de Deus no lar (Pv 22.6; At 5.42);

·       Frequentando os cultos no templo assiduamente (2 Cr 7.15,16; Sl 122.1);

·       Vigiando em todo tempo (At 20.31; 1Co 16.13; Cl 4.2; 1Ts 5.6.10; 1Pd 5.8).

4.2  levando outros a conhecerem a verdade das Escrituras. A igreja foi incumbida de evangelizar o mundo, a fim de trazer as pessoas das trevas para a luz (1Pd 2.9). É bom dizer que a evangelização consiste na comunicação ao pecador a respeito de sua condição de escravo do pecado (Rm 3.23; 6.23); da natureza e consequência dessa escravidão (Mc 16.16; Rm 5.18); do amor de Deus e de Sua providência, por intermédio de Jesus Cristo para salvação da humanidade (Jo 3.16; Rm 5,8); e da chamada divina para uma decisão por Cristo Jesus (Mt 11.28; Mc 16.15).

CONCLUSÃO

Como pudemos ver na aula de hoje, o movimento progressista nada mais é do que uma tentativa de minar a base de nossa sociedade, a família. Sendo assim, seus ataques contra a palavra de Deus tem um único propósito, destruir o conceito de família e assim levar a sociedade para um patamar de caos social. A Igreja é a guardiã das verdades sagradas e como tal precisa estar preparada não apenas para defender, mas para ensinar o que Deus deseja realmente deseja para nós.

 

REFERÊNCIAS

·        ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD

·        BAPTISTA, Douglas. A Igreja de Cristo e o Império do Mal. CPAD

·        BAPTISTA, Douglas. Valores cristãos. CPAD.

·        GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.

·        GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

·        GRENZ, Stanley, J. Pós-Modernismo: uma guia para entender filosofia do nosso tempo. VIDA NOVA.

·        SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de das Assembleias de Deus. CPAD

·        STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.