27 de outubro de 2023

Uma Perspectiva Pentecostal de Missões

 

Uma Perspectiva Pentecostal de Missões

Esmiuçando o Texto Áureo

A missão dos apóstolos de difundir o evangelho foi a razão principal para a qual o Espírito Santo os capacitou.

Esse acontecimento alterou dramaticamente a história mundial, e a mensagem do Evangelho finalmente chegou a todas as partes da terra (Mt 28.19-20).

Aqui ficamos sabendo que, embora os apóstolos já haviam experimentado o poder do Espírito Santo de salvar, guiar, ensinar e realizar milagres, em breve eles receberiam a presença habitadora do Espírito e uma nova dimensão de poder para testemunhar (At 2.4; 1Co 6 .19-20; Ef 3.16,20).

O termo grego usado aqui para testemunhas, se refere a pessoas que contam a verdade sobre Jesus Cristo (Jo 14.26; 1Pe 3.15).

A palavra grega significa “pessoa que dá a vida pela sua fé", pois esse foi o preço comumente pago pelo testemunho.

LEITURA BÍBLICA = Atos 2.1-8, 14-18

Atos 2.1 nos apresenta o dia de Pentecostes.

Pentecostes significa "quinquagéstmo" e se refere à Festa das Semanas (Êx 34.22-23) ou da Colheita (Lv 23.16),

Que era celebrada 30 dias depois da Páscoa, em maio/junho (Lv 23.15-22).

Era uma das três festas anuais para as quais o povo devia ir a Jerusalém (Êx 23.14-19).

No Pentecostes, era feita a oferta das primícias (Lv 23:20).

O Espírito Santo veio nesse dia como as primícias da herança dos crentes (2Co 5.5).

Os que foram reunidos na igreja de então também foram as primícias da ceifa plena de todos os crentes que estava por vir.

Eles estavam no cenáculo mencionado em At 1.13.

Em At 2.2, Lucas utiliza uma símile para descrever a ação de Deus de enviar o Espírito Santo - um som, como... vento impetuoso... Na Escritura, com frequência o vento é usado como uma figura do Espírito.

Em At 2.3 vemos que os discípulos não podiam compreender o significado da vinda do Espírito sem que o Senhor ilustrasse soberanamente com um fenômeno visível o que estava acontecendo,

E aí, línguas, como de fogo, assim como o som, o vento também era simbólico; não se tratava de línguas de fogo literais, mas indicadores sobrenaturais, como de fogo, de que Deus estava enviando o Espírito Santo sobre cada crente.

Na Escritura, o fogo muitas vozes indica a presença divina (Êx 3.2-6).

O uso que Deus faz com a aparência de fogo aqui é paralelo ao que ele fez com a pomba quando Jesus foi batizado

Os apóstolos e os 120 discípulos que estavam reunidos no cenáculo foram cheios do Espirito Santo, e assim falaram corajosamente a palavra de Deus. A plenitude do Espírito afeta todas as áreas da vida, não apenas o testemunho ousado por meio de palavras (Ef 5.19-33).

Enquanto os crentes falavam, cada peregrino no meio da multidão reconheceu a língua ou o dialeto de seu país; galileus habitantes da mais remota área rural ao norte de Israel ao redor do mar da Galileia, judeus galileus falavam com sotaque diferente e eram consideradas pessoas não sofisticadas e iletradas pelos judeus do sul da Judeia.

Quando os galileus foram vistos falando tantas línguas diferentes, os judeus da Judeia ficaram atônitos.

Já em At 2.14-40, nos apresenta o primeiro acontecimento importante na história da igreja depois da vinda do Espírito Santo, o sermão de Pedro, que resultou em 3.000 conversões e estabeleceu a igreja.

Em At 2.17, a expressão últimos dias, refere-se à era presente da história redentora, da primeira vinda de Cristo (Hb 1.2; IPe 1.20; 1Jo 2.18)

Até o seu retorno. Nesse período, toda a carne, isto é, todas as pessoas receberão o Espírito Santo e profetizarão.

INTRODUÇÃO

É um fato facilmente comprovado o incrível crescimento do pentecostalismo, desde suas origens históricas até o fenômeno mundial que é hoje, fruto do engajamento na obra missionária, o que em outros ramos do Cristianismo é verificado com menor vigor.

Talvez seja, esse vigor seja motivado pela urgência da volta iminente de Cristo, uma crença notadamente pentecostal; os crentes batizados com o Espírito Santo espalharam-se pelos lugares mais remotos mundo a fora levando o Evangelho do Senhor Jesus Cristo e a mensagem Pentecostal. Certamente, tem sido muito grande a contribuição pentecostal no avanço da Igreja Cristã atual.

A noção de contribuição envolve o movimento pentecostal mundial que representa um crescimento fenomenal, e também uma deficiência nas missões contemporâneas.

Um desordenado “silêncio sobre o Espírito Santo” faz parte da herança da missão protestante. O movimento pentecostal aborda esse silêncio de maneira significativa.

Igrejas tradicionais, ditas cessacionistas, têm crescido, no entanto quando comparadas, o pentecostalismo se evidencia.

I- UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL DE MISSÕES

1. Somos evangélicos. Quando focamos nos termos protestante e evangélico, percebemos a multiplicidade de sentidos dos conceitos no contexto mundial. O termo protestante, está ligado historicamente à Dieta de Espira (1529), quando um grupo protestou contra as medidas do rei Carlos V. Foi um protesto a partir da consciência.

Assim, católicos e protestantes estavam, juridicamente, separados. Já o termo evangélico tem duas maneiras de ter sua origem verificada. Num primeiro momento aparece na Alemanha como um termo positivo, ou seja, no sentido teológico de adequação da doutrina com o Evangelho.

É por essa razão que os luteranos no Brasil, por exemplo, se identificam como Igreja Evangélica Luterana do Brasil e Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.

A ideia de colocar a doutrina em acordo com o Evangelho está na origem do termo usado por Lutero. Os evangélicos, portanto, são aqueles que procuram seguir o Evangelho de Jesus Cristo tornando a doutrina mais próxima dessa perspectiva.

Por essa razão, cristão e evangélico tornaram-se termos intercambiáveis. O missiólogo Paul Pomerville afirma que “Deus levantou a “terceira força” no século XX para “apressar a vinda” de seus dias, acelerando a obediência missionária de sua igreja.”

2. Somos pentecostais. O surgimento do movimento pentecostal é datado de 1906, ano em que William Joseph Seymour, um pregador afro-americano, iniciou reuniões num barracão na Rua Azuza, número 312, em Los Angeles, EUA.

Nessas reuniões, a ênfase era a busca pelo batismo com o Espírito Santo, o que Seymour ensinava ser uma experiência pós-conversão, acompanhada pelo falar em línguas. “Os pentecostais enfatizam uma experiência pós conversão conhecida como ‘batismo no Espírito Santo’.

A singularidade do ensino dos pentecostais, contudo, e que os dons do Espirito (ou charismata) devem normalmente acompanhar esta experiência de batismo e con­tinuar a ser manifestados na vida do crente e na igreja. Os dons mais frequentemente enfatizados pelos antigos pentecostais era o falar em línguas e os dons de curar.

O ensino da ‘evidencia inicial’ e o ponto central da teologia da maioria das igrejas pentecostais clássicas em todo o mundo.

Este ensino enfatiza que o falar em línguas (glossolalia) desco­nhecidas do falante e o primeiro sinal, necessário para se saber que alguém recebeu a experiência pentecostal.

Este ensino é baseado no fato de que as línguas apareceram quando o Espírito foi derramado na Igreja Primitiva, em Atos 2, 10 e 19, e estão implícitas em Atos 8 e 9.

3. Contribuições Pentecostais às Missões. Uma característica notável do atual movimento pentecostal desde o seu início na virada do século tem sido a paixão por evangelismo e missões. Os pentecostais no Brasil não crescem porque buscam pessoas em outras igrejas, mas crescem porque as evangelizam e as discipulam por meio do Evangelho de Cristo.

Segundo dados do IBGE em 2010, os evangélicos eram constituídos de aproximadamente 42 milhões de pessoas. Desse número, a esmagadora maioria é de tradição pentecostal.

Certamente, a próxima pesquisa do IBGE confirma a tendência de alta. Tudo isso foi fruto do poderoso Avivamento Pentecostal que Deus enviou para a nossa nação.

“Os antigos pentecostais não se consideravam como uma nova denominação, mas preferiram ser vistos como um movimento de avivamento que tinha uma mensagem para o Corpo de Cristo como um todo. A primeira igreja pentecostal foi fundada em Copenhague, em 1912.

Consequentemente, algumas outras igrejas locais foram fundadas. Essas igrejas independentes organizaram-se em uma associação livre. Embora as igrejas dinamarquesas mantiveram laços estreitos com outros grupos pentecostais da Escandinávia, o Movimento Pentecostal não prosperou na Dinamarca como na Noruega e Suécia.

II- A OBRA MISSIONÁRIA DEPOIS DO PENTECOSTES

1. A causa da obra missionária da primeira igreja. Em Atos 1.8 encontramos a base e a amplitude do plano de Deus para que a igreja executasse missões.

Embora a lição focalize o Pentecostes como força motriz missionária da Igreja Primitiva, é somente em Atos 13 e 14 que vemos uma igreja comissionando e enviando missionários - a Igreja de Antioquia foi a primeira no envio de missionários, depois de uma ordem expressa do Espírito Santo!

Em Atos 2, a incumbência que Jesus havia dado aos discípulos de levar o evangelho ao mundo inteiro parecia uma tarefa difícil. E, de fato, teria sido, se o derramar do Espírito Santo não tivesse acontecido (At 2.1-3).

Em poucos dias, aquele grupo de cento e vinte pessoas tornou-se uma multidão de salvos (At 2.41; 4.4 e 5.14).

2. A expansão missionária da primeira igreja. A igreja nasceu em Jerusalém e seus membros se estruturaram para dar continuidade à obra de Jesus. Para a igreja cumprir a sua tarefa missionária, ela precisa de autoridade espiritual.

Autoridade é a base ou o ponto de partida da missão, isto é, saber quem a enviou e em nome de quem ela realizará o seu trabalho.

Esta foi a pergunta que Deus fez a Moisés: Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? (Êx 3.13).

Em outras palavras, eu vou aos filhos de Israel com que autoridade ou em nome de quem? Resposta: Disse Deus a Moises: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros (Êx 3.14).

A Igreja em Atos dos Apóstolos partiu para cumprir a missão sob a autoridade de Jesus. Ela partiu para o trabalho em nome de Jesus (Mt 28.19; Lc 24.47).

A igreja de Jerusalém era uma família, de modo que as necessidades de cada irmão eram supridas e havia cooperação de todos os membros para ajudar os apóstolos (At 6.1-3): ali foi instituído o diaconato, escolhendo para tal função homens que deveriam possuir três requisitos básicos: bom testemunho (aspecto social), serem cheios do Espírito Santo (aspecto espiritual) e de sabedoria (aspecto intelectual).

Para os apóstolos ficaram reservadas a prática da oração e da pregação da Palavra (At 6.4).

Toda a igreja era, então, completamente envolvida com a obra de Deus, porém, ainda restrita a Jerusalém.

A perseguição foi o instrumento usado por Deus para desaglutinar a igreja de Jerusalém e alcançar outros povos. Inicialmente concentrada em Jerusalém, entretanto, Deus estava firme em seu propósito de levar a bênção do Evangelho às outras regiões e, por fim, a todas as nações.

Ocorreu então que, com a perseguição vinda diretamente contra a igreja de Jerusalém, os que foram dispersos começaram a pregar em toda parte por onde passavam (At 8.1,4 e 5.11, 19, 20 e 13.46,47.

Com a morte de Estêvão (At 6 e 7), as testemunhas de Jesus foram espalhadas.

Felipe prega em Samaria (At 8.4-8), e em missão transcultural prega ao etíope, um alto oficial da rainha de Candace, que crê e pede para ser batizado naquele mesmo dia (At 8.26, 28-36 e 39).

A história indica que aquele etíope pode ter preparado o caminho para o posterior estabelecimento de milhares de igrejas no longínquo vale do Nilo, na África. Pedro prega para Cornélio, um centurião romano.

Foi difícil para Pedro, ainda que cheio do Espírito Santo, aceitar a conversão de um gentio. Mas, após uma visão, entendeu que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.9, 23, 34 e 35);

Saulo, escolhido por Deus para levar a mensagem aos gentios (At 9.15, 16),

Cumpre com êxito a sua tarefa.

Em pouco mais de dez anos, e em três viagens missionárias, ele estabelece a igreja em quatro províncias do Império Romano: Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia (At 13.2, 14.28, 15.40, 18.23 e 21.17).

3. “Deus não faz acepção de pessoas”. A Igreja foi estabelecida no “centro do mundo” antigo. Na Judéia daqueles dias as rotas comerciais traziam mercadores e embaixadores, onde eles entravam em contato com o evangelho. Dessa maneira, no livro de Atos vemos a conversão de oficiais de Roma (At 10.1-48), da Etiópia (At 8.26-40), e de outras terras.

Logo depois da morte de Estevão, a igreja deu início a uma atividade sistemática para levar o evangelho a outras nações.

Pedro visitou as principais cidades da Palestina, pregando tanto a judeus como aos gentios.

Outros foram para a Fenícia, Chipre e Antioquia da Síria. Ouvindo que o evangelho era bem recebido nessas regiões, a igreja de Jerusalém enviou a Barnabé para incentivar os novos cristãos em Antioquia (At 11.22-23).

Barnabé, a seguir, foi para Tarso em busca do jovem convertido Saulo e o levou para a Antioquia, onde ensinaram na igreja durante um ano (At 11.26).

Um profeta por nome Ágabo predisse que o Império Romano sofreria uma grande fome sob o governo do Imperador Cláudio. Herodes Agripa estava perseguindo a igreja em Jerusalém; Ele já havia executado a Tiago, irmão de João, e tinha lançado Pedro na prisão (At 12.1-4).

Assim os cristãos de Antioquia coletaram dinheiro para enviar a seus amigos em Jerusalém, e despacharam Barnabé e Paulo com o socorro.

Os dois voltaram de Jerusalém levando um jovem chamado João Marcos (At 12.25).

Por esta ocasião, diversos evangelistas haviam surgido no seio da igreja de Antioquia, de modo que a congregação enviou Barnabé e Paulo numa viagem missionária à Ásia Menor (At 13-14).

III- A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A OBRA MISSIONÁRIA

1. A função do Espírito na obra missionária. "E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, pois, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49). – “A promessa de meu Pai” refere-se ao derramamento do Espírito Santo.

Vemos esta promessa no Antigo Testamento, em Is 32.15, 44.3; Jl 2.28; Ez 39.29; e no NT, em Jo 14.16,17,26; 15.26; 16.7; At 1.4-8; 2.17,18,33,38,39.

Os discípulos aguardaram o cumprimento desta promessa em oração perseverante (At 1.14).

O crente atual que busca o batismo no Espírito Santo deve fazer a mesma coisa.

O batismo com o Espírito Santo outorga maior dinamismo espiritual, isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20).

Jesus foi ungido com o Espírito Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18, 19).

Assim também cada crente foi chamado para servir (1Ts 1.9).

O Espírito Santo desperta o crente para entregar-se ao serviço de Deus (Rm 6.13,19,22).

O mesmo Espírito eterno que levou Jesus a se oferecer para expiar os nossos pecados, opera também em nós o propósito de servir ao Deus vivo (Hb 9.14).

Se antes do batismo com o Espírito Santo o crente tem prazer em servir ao Senhor Jesus, quanto mais depois que “recebe a virtude do Espírito Santo para ser testemunha”! (At 1.8).

O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou.

2. O Espírito Santo capacita para a obra. Mateus 28.18,19 diz: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”, estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações.

Elas declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja. O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observem os mandamentos de Cristo.

Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão.

As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer verdadeiros discípulos que se separem do mundo, que observem os mandamentos de Cristo e que o segam de todo o coração, mente e vontade (Jo 8.31).

Observe-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo.

3. Deus age por meio do Espírito Santo. Na dimensão do batismo com o Espírito Santo, a experiência inicial é o falar em línguas, conhecido por “dom do Espírito” (At 2.38).

Inicialmente, é importante destacar que “o dom” e “os dons” são distintos: após a conversão, pode-se receber o dom do Espírito, porém, os dons do Espírito apenas ocorrem na vida coletiva da Igreja, para sua edificação e para a glória de Deus.

Em At 2.38, o termo grego charisma é singular, diferente da ocorrência em 1Co 12.31 onde o termo é charismata, plural de charisma. Em Ef 4.11-13, os termos gregos dorea e doma são também usados para designar “dons”, referindo-se àqueles dons como capacitadores ou equipadores para o culto pessoal no reino de Deus. Também o termo pneumatika empregado em 1Co 12.1, é usado para descrever os dons como “coisas pertencentes ao Espírito”.

O ponto é que cada ocorrência dessas palavras dá o sentido contemporâneo à obra sobrenatural do Espírito em nossas vidas.

Da nossa palavra chave entendemos que o termo latino que traduz o grego charisma é donum, presente, dádiva, e de maneira nenhuma se trata de algo que recebemos para guardar; os dons do Espírito não são presentes que recebemos para proveito nosso e nem tampouco o Despenseiro leva em consideração os nossos méritos para concedê-los.

São concedidos graciosamente, segundo o conhecimento e soberania divinas.

A Bíblia de Estudo Pentecostal afirma no Estudo Doutrinário Dons Espirituais para o Crente: “As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (1Co 12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (1Co 12.31; 14.1)

Bíblia de Estudo Pentecostal; CPAD. 2ª impressão, 1996, Rio de Janeiro; Adaptado do no Estudo Doutrinário Dons Espirituais para o Crente.

Assim Deus também testificou da mensagem das testemunhas oculares apostólicas "por sinais, prodígios e vários milagres, e por distribuições (*) do Espírito Santo segundo a sua vontade" (Hb 2.4) A palavra aqui em grego não é charismata, mas merismoi, "distribuições" (melhor que a tradução "dons" da ARC), e pode referir-se à distribuição de poderes, como sugere o contexto, em vez de dons].

Conclusão

O objetivo principal de todas as operações do Espírito Santo na vida do crente, é transformá-lo segundo a imagem de Cristo, nos termos mais literais possíveis (2 Co 3.18).

A promessa de Jesus a seus discípulos foi a presença constante do Espírito em suas vidas. O sucesso da Igreja como do crente particular, tem sido a presença gloriosa do Espírito Santo. É Ele quem trabalha na vida do crente, aperfeiçoando o caráter, moldando a personalidade e controlando o temperamento, é Ele quem concede intrepidez para testemunhar de Cristo e capacitação para fazermos a obra de Deus.

O trabalho de Deus é um trabalho espiritual, que só pode ser feito por meios espirituais, más, é antibíblico e insensato se pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada, i.e., menos visível. Isso não exime o crente de procurar o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”.

Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que o crente subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus. Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23).

É importante ter o Espírito Santo dentro de nós, mas é muito mais excelente ter o revestimento do Espírito Santo!

Ótima aula

18 de outubro de 2023

Missões Transculturais no Novo Testamento

 

Missões Transculturais no Novo Testamento

Esmiuçando o versículo-chave

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira. A missão do Filho está ligada de maneira inseparável ao supremo amor de Deus pelo "mundo" perverso e pecador da humanidade (Jo 6.32,51; 12.47; Mt 5.44-45), que está em rebelião contra Deus.

A expressão "de tal maneira” enfatiza a intensidade ou grandeza do amor de Deus. O Pai deu o seu único e amado Filho para morrer em favor dos homens pecadores (2Co 5.21).

Adão trouxe a condenação sobre todos os homens por uma só ofensa — o seu ato deliberado de desobediência (Rm 5.16).

Cristo, entretanto, liberta o eleito da condenação de muitas ofensas.

Em 2 Coríntios 5.21, Paulo resume o cerne do evangelho, explicando como os pecadores podem se reconciliar com Deus por meio de Jesus Cristo.

Essas 15 palavras gregas expressam as doutrinas da imputação e substituição como nenhum outro versículo.

Jesus Cristo, o Filho de Deus sem pecado (Cl 4.4-5; L c 23.4,14,22,47; Jo 8.46; Hb 4.15; 7.26; 1Pe 1.19;-2.22-24; 3.18; Ap 5.2-10),

Se fez pecado por nós - Deus, o Pai, usando o princípio da imputação, tratou Cristo como se ele fosse um pecador, embora não o fosse, e o fez morrer como um substituto, a fim de pagar o castigo pelos pecados daqueles que creem nele (Is 53.4-6; Gl 3.10-13; IP e 2.24).

Na cruz, ele não se tornou um pecador (como alguns sugerem), mas permaneceu tão santo como sempre. Foi tratado com o se fosse culpado de todos os pecados já cometidos por todos aqueles que creriam, um dia, embora ele nunca tivesse cometido nenhum.

A ira de Deus foi exaurida nele e a condição justa da lei de Deus atendida para aqueles pelos quais morrera. A justiça creditada na conta do cristão é a justiça de Jesus Cristo, o Filho de Deus (Rm 1.17; 3.21-24; Fp 3.9).

Como Cristo não era pecador, embora tenha sido tratado como tal, do mesmo modo os cristãos que ainda não foram justificados (até a glorificação) são tratados como se fossem justos.

Ele suportou os pecados deles, por isso eles puderam experimentar a sua justiça. Deus tratou-o com o se ele tivesse cometido os pecados dos cristãos, e trata os cristãos como se tivessem realizado apenas as obras justas do Filho de Deus sem pecado.

Esmiuçando a Verdade Prática

A estratégia de Jesus para sua obra missionária deve ser o modelo essencial para a Igreja. E como Jesus fez sua missão? Lucas 10.1-9 nos indica sete princípios a serem seguidos:

1- Organizou o grupo: v.1: Jesus organizou sua equipe de trabalho e designou uma tarefa para realizarem.

2- Oração em todo o tempo: v.2: A oração é o que sustenta a obra de Deus. Somente o Senhor pode levantar pessoas para realizar a missão.

 

3- Existe uma batalha: v.3: Jesus não prometeu que seria fácil, mas como pastor está sempre pronto a defender suas ovelhas (Salmo 23.4).

4- Deus é o provedor: v.4: Tudo o que precisamos Deus sabe, então se estamos na obra Dele, precisamos crer que Ele nos sustentará.

5- A mensagem: v.5,6: A tarefa missionária é levar o evangelho da paz para todos que aceitarem.

6- Conformidade: v.7,8:  obreiro precisa se conformar com o que recebe e acreditar que Deus pode melhorar tudo. É preciso ter perseverança.

7- Milagres: v.9: O sobrenatural acontece na oba de Deus, que responde orações e opera maravilhas.

LEITURA BÍBLICA = Isaías 61.1-2; Lucas 4.17-2

INTRODUÇÃO

A Bíblia revela um Deus missionário em cada página das Sagradas Escrituras. por vezes pensamos erroneamente que o movimento missionário começou no Novo Testamento, e que no Antigo Testamento, Deus não tinha preocupações missionárias. Porém esse é um grande erro. A missão no Novo Testamento começa em Cristo, o cumprimento do plano de salvação proposto por Deus. E se você ao longo das escrituras concluir que Cristo veio apenas aos judeus por ele também ser um, não se esqueça da grande comissão, escrita lá em Marcos 16:15: E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.

I – O DEUS MISSIONÁRIO REVELADO NO NOVO TESTAMENTO

1. A Bíblia mostra um Deus missionário. Lucas relata que Jesus, depois de ressuscitar, reuniu seus discípulos e falou-lhes duas coisas: A primeira foi que o Antigo Testamento ensinava claramente que o Messias tinha de morrer e ressuscitar. Em seguida, acrescentou que o evangelho seria pregado a todas as nações. O ensino que Jesus transmitiu aos discípulos após a ressurreição deve ter sido uma novidade para eles, mas estava claramente expresso no texto sagrado: “Está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.46,47). A ordem de fazer missões é muito clara no Novo Testamento, porém Jesus buscou no Antigo Testamento a base para essa declaração. Se lermos a Bíblia toda sem observar sua ênfase sobre missões, provavelmente a estamos lendo superficialmente, sem notar a centralidade do plano de Deus para as nações.

2. Uma perspectiva missionária do Novo Testamento. A mensagem principal dos Evangelhos é a vida do Filho de Deus. Jesus é o centro de cada frase dos Evangelhos. E a vida de Jesus é o exemplo maior de missão. Muitos missionários deixam suas casas, seu conforto, suas famílias para irem ao encontro dos necessitados, dos sofridos, daqueles que estão distantes de Deus. Jesus deixou sua glória, seu trono, e veio estar entre nós, como homem.

E mais, Ele deu a vida por essa missão. Filipenses 2. 7-8 diz que: “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.”

O maior privilégio de uma Igreja é experimentar o cumprimento da vontade de Deus, pois quando vê o envio de missionários, alegra-se sobremodo, sabendo que o coração de Deus, é um coração missionário! David Livingstone disse: “Deus tinha um único filho e fez dele um missionário”.

Essa frase não nos faz, imediatamente, repensar o que temos pensado ultimamente? Até que ponto estamos dispostos a nos sacrificar, por amor, à algo que nem ao menos merece nosso amor? Esse sacrifício incomparável já foi feito por mim e por você e por toda humanidade, contudo essas boas novas ainda não chegaram a muitos lugares do mundo.

3. A Igreja à luz dessa revelação. Com base na autoridade de Jesus, os discípulos foram enviados a fazer "discípulos de todas as nações" (Mt 28.19). O amplo escopo do comissionamento dos discípulos é consumado por meio da autoridade ilimitada de Jesus.

Marcos registra esta ordem, que Jesus dá aos seus discípulos: “ide e pregai o evangelho”. A responsabilidade é dos discípulos. Pregar as boas novas da salvação pela fé. “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” Os discípulos de Jesus entenderam a mensagem, obedeceram à ordem e pregaram o evangelho. Em consequência, conforme o Livro de Atos dos Apóstolos registra, houve crescimento da igreja.

Paulo escreve que devemos ir e pregar, as pessoas devem conhecer a Cristo para crer: "Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito. Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas"(Rm 10.12-15). Não é dever de um ou outro, mas sim da igreja, é dever da igreja ir, enviar e sustentar, toda ação da igreja deveria ter por base a sua missão, e alcançar a sua missão, que é cumprir o Grande Comandamento.

O Pr Esequias Soares escreve: “Fazer missões é mandamento bíblico. Trata-se de uma ordem bíblica imperativa e não meramente um parecer ou uma recomendação. É algo que não depende mais de mandamento específico ou de receber uma visão especial da parte de Deus para iniciar a obra missionária. Essa ordem, como vimos, já está na Bíblia (1Co 9.16). Essa mensagem de salvação é para ser pregada a "todo o mundo" (Mc 16.15), até os confins da terra, mediante a atuação do Espírito Santo (At 1.8). Essa incumbência foi dada à Igreja. O que é necessário é buscar a direção do Espírito para saber como realizar tal tarefa”

A mensagem do Evangelho é necessária para que vidas sejam resgatadas da condenação eterna. O campo (mundo) se encontra branco para a ceifa, precisamos colocar as mãos no arado. O Pr Elienai Cabral escreve: “O progresso de um igreja local não pode ser medido ou avaliado primeiramente por suas atividades filantrópicas, educacionais e materiais. O progresso real de uma igreja é avaliado por eu alcance evangelístico, juntamente com seus frutos espirituais. Como resultado da semeadura da Palavra de Deus. Todas as demais atividades são importantes, mas a prioritária e incessante é a evangelização”. Revista Lições Bíblicas – 1º Trimestre - 2007 - CPAD - Pág.13-14.

II – MISSÕES NOS EVANGELHOS E EM ATOS DOS APÓSTOLOS

1. Nos Evangelhos. Quando lemos Mateus 9.35-36 notamos que o autor descreve a vida missionária de Cristo e vai dizendo como Ele vivia essa vida, como Ele desempenhava a missão. A vida de Jesus é um exemplo vivo de como fazer a obra de evangelização.

Às vezes muitos se prendem a vida de Paulo e ainda acham que Paulo foi o maior missionário, ou as vidas de personagens da história da igreja e não atentam para o maior exemplo: Jesus Cristo. Em Jesus encontramos o Manual de como fazer a missão.

Seu ministério foi missionário, Cristo vivia na missão em todos os lugares, ensinando, proclamando e operando milagres no poder de Deus (Lc. 5.17). Via as necessidades e partia para solucioná-las e trata com seus seguidores ensinando-lhes como fazer missões: orando e indo. Baseado nisso, posso me fazer algumas perguntas: Será que ainda escolho lugar para pregar, ou estou indo a todos sem exceção? Quais são os meus passatempos habituais? Como ocupo meus espaços livres? Todos nós somos discípulos de Jesus e devemos saber que a responsabilidade é nossa. Existe uma obra a ser feita, Jesus Cristo nos deu o exemplo, mas nós estamos muito longe de fazê-la... ainda.

2. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários Filipe e Pedro. O que me chama a atenção nestes dois exemplos é que, não havia um plano e uma preparação por nenhum dos dois para missionar. Filipe recebeu uma ordem e prontamente obedeceu. Pedro necessitou ser tratado para poder ir aos gentios.

Judeus que se respeitavam não convidavam nenhum gentio para entrar na sua casa, especialmente soldados do odiado exército romano (At 10.23). Entendo ser necessário, antes do envio, um tratamento por parte do Espírito, missão e sucesso dependem do sobrenatural de Deus. Anunciar o evangelho da paz, ao pagar o preço do pecado mediante morte redentora de Cristo para estabelecer a paz entre o ser humano e Deus (Rm 5.1-11), requer sobretudo, que o próprio Cristo nos prepare para essa missão.

3. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários Paulo e Barnabé. O cap. 13 de Atos assinala uma mudança importante: os primeiros 12 capítulos centram-se em Pedro; os demais capítulos giram em torno de Paulo. Com Pedro, a ênfase está na igreja judaica em Jerusalém e na Judeia; com Paulo, o foco é a igreja gentílica dispersa pelo mundo romano, que começou na igreja de Antioquia. O texto começa informando que aquela igreja possuía profetas. Eles desempenhavam papel importante na igreja apostólica. Eram pregadores da Palavra de Deus e eram os responsáveis, nos primeiros anos, pela igreja na função de instruir congregações locais. Em algumas ocasiões, receberam nova revelação de natureza prática, como em Colossenses 11.28 e 21.10.

Antioquia foi a primeira igreja gentílica que veio a ser, depois de Jerusalém, a cidade mais importante para o Cristianismo do primeiro século (At. 11.19-26). Ela não só foi a primeira igreja gentílica a missionar, como também foi a primeira igreja fora de Jerusalém, e tornou-se a maior igreja missionária da época, servindo como base missionária do apóstolo Paulo (At 11.25,26). Antioquia é o exemplo a ser seguido pelas igrejas da atualidade que precisa reconhecer sua responsabilidade na vida dos seus missionários em orar, contribuir, amar, socorrer e compreender.

III – A MISSÃO CUMPRIDA NAS CARTAS E NO APOCALIPSE

1. Nas Cartas Paulinas. A missão de Paulo apóstolo: anunciar o evangelho (1Ts 2,1-12). Ele fala em ousada confiança com o fim de anunciar o evangelho de Deus, em meio a muita luta. As boas-novas de Deus proclamadas por Paulo incluíam estas verdades: 1) a autoridade e a veracidade da Escritura (v. 13); 2) a divindade de Cristo (Rm 10.9); 3) a pecaminosidade da raça humana (Rm 3.23); 4) a morte e ressurreição de Cristo (I Co 15.4-5); e 5) a salvação da pessoa pela graça por meio da fé (Ef 2.3-9). A passagem de 1 Co 15.1-3 é um resumo que Paulo faz do evangelho.

Paulo, judeu de língua grega, cidadão romano desde o nascimento (At 22,29), preparado para ser um Rabi, desempenhou com intensa paixão a sua missão entre os Gentios da Ásia Menor e da Grécia. Não foi o primeiro missionário de sua época, mas sem dúvida foi o maior, porque era a pessoa mais qualificada para realizar a missão cristã entre o mundo judaico e o mundo greco-romano, pois pertencia a ambos. É bom lembrar que as cartas mais importantes foram escritas durante o período mais intenso de sua atividade apostólica. Com efeito, todas essas cartas, a não ser Romanos, foram endereçadas a comunidades que surgiram graças ao esforço e à fadiga do trabalho missionário de Paulo.

Já Romanos, surgiu do desejo missionário de chegar mais longe, onde o evangelho ainda não havia sido pregado, e contava com o apoio e ajuda dos crentes de Roma! Romanos é uma carta missional!

Em Paulo, entendemos que a missão consiste:

a. em ter consciência da iniciativa de Deus;

b. em proclamar com franqueza o Evangelho;

c. num contexto de “grandes lutas.”

2. Nas Cartas Gerais. Chamam-se Epístolas Universais ou Gerais às cartas do Novo Testamento que vão de Tiago a Judas. São as oito cartas do Novo Testamento que não foram escritas pelo apóstolo Paulo. São elas: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas. Com exceção de 2º e 3º João, é difícil determinar a quais problemas específicos, se é que existiam, estas cartas pretendiam tratar, nem fica claro se elas foram escritas para destinatários em especial.

Tanto as Epístolas Paulinas quanto as Epístolas Gerais, tratam da continuidade do ministério de Jesus, e nos apresenta os cuidados que seus autores tiveram com as igrejas que iam sendo abertas, com o discipulado, e a obediência até os confins da terra, como o próprio Jesus orientou em Atos 1.8.

3. No Apocalipse. Falar de Missões a partir do livro de Apocalipse pode soar inusitado sendo o gênero apocalíptico comumente relacionado às revelações catastróficas dos últimos dias, à manifestação de poderes satânicos, à perseguição da igreja e ao juízo final.

A definição de missão num estudo desse livro deve ser ampla, não se delimitando ao trabalho da igreja local em ações evangelísticas ou a missões transculturais, mas no sentido empregado no Novo Testamento, que envolve o comissionamento de pessoas para uma determinada tarefa (Mt 28.18-20; Lc 24.46-48; Jo 20.21-23): a proclamação do evangelho da salvação e perdão dos pecados por meio de Cristo Jesus apropriada pela fé.

Apocalipse 1.7 funciona como uma chave hermenêutica para o tema da missão em todo o livro de Apocalipse. O versículo traz duas citações combinadas de profecias do Antigo Testamento, Daniel 7.13 e Zacarias 12.10, e, estando situado no prólogo do livro, introduz uma deliberada ambiguidade para definir a ação missionária da igreja. A dificuldade interpretativa se encontra no uso do texto de Zacarias 12.10, sendo este o centro das discussões. A tese de que esta profecia fala do futuro das nações em que o lamentar escatológico será em arrependimento não é amplamente aceita pelos acadêmicos. No contexto original de Zacarias 12.10 e no seu uso na literatura no Judaísmo do Segundo Templo, o tom de julgamento está completamente ausente. O lamentar escatológico de todas as tribos de Israel é, então, universalizado para todas as tribos da terra nas citações de Zacarias 12.10 no Novo Testamento

CONCLUINDO

No Novo Testamento há vários paradigmas missiológicos que dão diferentes perspectivas de missão. Por exemplo, os primeiros quatro livros doo Novo Testamento não são simplesmente biografias de Jesus e sim são evangelhos, histórias com uma mensagem específica. A missão no Novo Testamento começa em Cristo, o cumprimento do plano de salvação proposto por Deus. O ide é para todos, não só para os apóstolos, o plano de salvação, como temos visto, não é só para os judeus, desde o começo o plano de Deus era salvar a toda a criatura, como a Bíblia deixa bem claro. A vinda de Cristo não foi aleatória, impensada, feito na emoção, um plano B, ao contrário, Jesus veio em um momento propício, onde existiam estradas, idioma e uma cultura que facilitava a propagação da mensagem. Foi tudo muito bem pensado, planejado como só um Deus o faria, para que o homem ouvisse e recebesse a mensagem de salvação.

BOA AULA COM A PRESENÇA DO ESPIRITO SANTO