4 de março de 2024

A CEIA DO SENHOR: A SEGUNDA ORDENANÇA DA IGREJA

 

A CEIA DO SENHOR: A SEGUNDA ORDENANÇA DA IGREJA

1 Coríntios 11:17 - 34

INTRODUÇÃO

Na última Ceia de Páscoa foi instituída a Ceia do Senhor Jesus. Esta é a lembrança contínua da Sua entrega por nós. A morte de Jesus significa a completa demonstração do interesse divino em ter novamente comunhão conosco.

Ao longo da história, a Igreja tem a Ceia do Senhor como uma das celebrações mais significativas. Nesse sentido, o cristão pode contemplar a Ceia sob três perspectivas:

 

  Primeira, a Ceia do Senhor aponta para o passado (1Co.11:23-25) e ali vemos a cruz de Cristo e seu sacrifício vicário em nosso favor.

 

  Segunda, a Ceia do Senhor aponta para o presente, quando se vê a nossa real condição diante de Deus e como fomos alcançados pela graça de Deus.

 

  Terceira, a Ceira do Senhor também aponta para o futuro (1Co.11:26)

 

E ali vemos o Céu, a festa das Bodas do Cordeiro (Ap.19:9),

 

Quando Ele vai nos receber como Anfitrião para o grande banquete celestial. Jesus Cristo será o centro do banquete que Deus Pai vai oferecer (Ap.2:7).

A Ceia do Senhor substituiu a Páscoa judaica (Lc.22:19-23),

Assumindo o significado que a Páscoa possuía e levando esse significado ao máximo.

Dessa forma, a Ceia do Senhor assumiu um significado universal e a libertação total a todos os povos.

É importante conhecermos os detalhes de como Jesus modificou a Páscoa judaica transformando-a num memorial:

 

a)   A Páscoa judaica celebrava o fato de Deus ter libertado o seu povo do cativeiro egípcio; a Ceia do Senhor celebra o fato de Deus nos ter libertado da escravidão do pecado.

 

b)   O cordeiro sacrifical da Páscoa judaica aplacou o anjo da morte; o Pão da Ceia significa o corpo de Cristo, partido na condenação do nosso pecado.

 

c)   O vinho da Páscoa judaica simbolizava o sangue do cordeiro nas portas; o vinho da Ceia do Senhor simboliza o sangue de Cristo dado por nós. A sua morte é que nos compra a vida eterna.

 

d)   A Páscoa judaica representava a antiga aliança de Deus com o seu povo; a Ceia do Senhor nos lembra da sua Nova Aliança.

Através de todos esses detalhes, reconhecemos o valor que devemos dar à Ceia do Senhor. O cordeiro pascal foi substituído na Ceia do Senhor pelo pão, e o sangue do cordeiro pelo vinho, símbolo do sangue de Jesus.

Então, podemos definir qual é o significado da Ceia do Senhor: ela simboliza o supremo dom do amor de Deus em Jesus, que entregou seu próprio corpo e derramou seu sangue em nosso lugar para nos perdoar os pecados.

 

I. A NATUREZA DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO CRISTÃ

1. Na tradição romana

O entendimento da Igreja Católica Romana sobre a Ceia do Senhor é baseado no ensinamento da transubstanciação. Este ensinamento afirma que durante a “eucaristia”, os elementos do pão e do vinho se transformam literalmente no corpo e no sangue de Cristo, mantendo apenas as aparências físicas dos elementos originais.

A doutrina da transubstanciação é uma parte fundamental da teologia católica e é baseada na interpretação literal das palavras de Jesus durante a última Ceia, registradas nos Evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) e em 1Coríntios 11.

Nestes relatos, Jesus diz aos discípulos: "Isto é o meu corpo", referindo-se ao pão, e "este cálice é o novo testamento no meu sangue", referindo-se ao vinho.

Segundo a visão católica, durante a consagração feita pelo sacerdote na missa, ocorre o que é chamado de transubstanciação.

Isso significa que a substância do pão e do vinho é transformada na substância do corpo e do sangue de Cristo, enquanto as características físicas (aparência, gosto, cheiro etc.) permanecem as mesmas.

A presença real de Cristo, então, é adorada e recebida pelos fiéis na eucaristia.

Em relação aos argumentos levantados contra a transubstanciação, a Igreja Católica sustenta que a presença de Cristo na Eucaristia não está limitada pelas restrições físicas do tempo e do espaço.

Ou seja, a compreensão católica é que, embora Jesus estivesse fisicamente presente na última Ceia, a presença dele na Eucaristia não é limitada pela sua presença física naquele momento.

Quanto à questão das metáforas, a Igreja Católica ensina que Cristo usou expressões diretas e literais sobre seu corpo e sangue na Eucaristia, diferentemente de outras metáforas que Ele usou em seus ensinamentos.

Portanto, a interpretação católica entende essas declarações como algo a ser tomado literalmente.

Em suma, a posição da Igreja Católica Romana sobre a Eucaristia como transubstanciação é um ponto central de sua teologia e liturgia, diferenciando-se de outras interpretações sobre a Ceia do Senhor presentes em outras tradições cristãs.

Mas o bom exegeta deste texto sagrado não interpreta os elementos da Ceia do Senhor dessa maneira. O pão e o vinho são apenas emblemas, símbolos, do corpo e do sangue de Cristo. A Ceia do Senhor é um ato cerimonial.

 

2. Na tradição protestante

Na tradição luterana, por exemplo, há uma divergência em relação à doutrina católica da transubstanciação. Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante, elaborou o conceito de consubstanciação como uma alternativa à crença católica na transubstanciação.

Na consubstanciação luterana, diferentemente da transubstanciação católica, não se ensina que o pão e o vinho se transformam literalmente no corpo e sangue de Cristo.

Em vez disso, os luteranos acreditam que o corpo e o sangue de Cristo estão realmente presentes juntamente com os elementos do pão e do vinho na Ceia do Senhor.

A concepção luterana da consubstanciação mantém a presença física real de Cristo na Ceia, mas não afirma que os elementos se transformam substancialmente em seu corpo e sangue. Em vez disso, acredita-se que a presença de Cristo coexiste com os elementos do pão e do vinho.

No entanto, como mencionado, Lutero não se afastou completamente da tradição católica em sua visão da Ceia do Senhor.

A consubstanciação ainda mantém uma conexão com a ideia de presença real de Cristo nos elementos da Ceia, enquanto se distancia da noção de transubstanciação ao afirmar que os elementos não sofrem uma mudança substancial.

Assim, enquanto Lutero rejeitou a transubstanciação católica, sua teologia da consubstanciação ainda mantém um grau de proximidade com a ideia de presença real de Cristo na Ceia, marcando uma diferença significativa em relação à visão simbólica ou memorialista de outras tradições protestantes.

 

3. A posição pentecostal

A tradição pentecostal entende que o pão da Ceia não é o corpo literal de Cristo, nem está ele presente invisivelmente. Quando Jesus disse que aquele pão era o seu corpo oferecido por nós, não estava falando literalmente, porque ainda estava vivo e o seu corpo não tinha sido partido por nós na cruz.

Estando vivo, não podia pegar com suas mãos parte do seu corpo em forma de pão para oferecer aos seus apóstolos dizendo: “isto é o meu corpo que é oferecido por vós; fazei isto em memória de mim” (Lc.22:19).

Jesus, então, usou uma linguagem simbólica, como fez em outras ocasiões: “Eu sou a porta”, “Eu sou o caminho”, “Eu sou a videira(João 10:7-9; 14:6; 15:1) e assim por diante.

Representa, então, a sua encarnação, que Ele deixou sua glória e tomou um corpo humano (João 1:14), nasceu de uma virgem e viveu entre os pecadores em perfeição de caráter. Era Ele o Homem Perfeito, idôneo para servir de sacrifício pelos nossos pecados (Hb.7:26; 2Co.5:21).

Ele partiu o pão da Ceia significando que ia se sacrificar em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo.

Do mesmo modo que o pão, quando fez referência ao cálice da Nova Aliança (Lc.22:20) no seu sangue, que foi derramado por nós, também falou de maneira simbólica. Portanto, não ocorreu e, ainda hoje quando participamos da Ceia do Senhor, não ocorre a transubstanciação, isto é, a transformação das substâncias que compõem o pão e o vinho em verdadeira carne e sangue de Jesus. Não! Quem acredita que essa transformação ocorre entende o texto de forma equivocada.

Devemos crer, com toda a reverência e ação de graças, mas, simbolicamente, em memória da morte de Jesus Cristo por nós (1Co.11:24,25).

Portanto, o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus. Contudo, como afirma o pr. José Gonçalves, Jesus se faz presente espiritualmente nos símbolos da Ceia (Mt.18.20).

Essa é a posição da maioria dos pentecostais.

Também enfatizamos o aspecto memorial na celebração da Ceia do Senhor. Nesse sentido, a Ceia do Senhor é para quem está em comunhão, e não para dar comunhão. Esse entendimento se ajusta ao ensino do Novo Testamento sobre a Ceia do Senhor.

 

II. O PROPÓSITO DA CEIA DO SENHOR

1. Celebrar a expiação de Cristo

Este propósito da Ceia do Senhor, conforme destacado pelo apóstolo Paulo em 1Coríntios 11:26 e em outras passagens bíblicas, é realmente anunciar e lembrar a morte do Senhor Jesus Cristo.

Este é um dos elementos centrais da Ceia do Senhor, onde os cristãos comemoram a morte sacrificial de Jesus na cruz em favor da humanidade.

A Ceia do Senhor é um memorial, um ato de lembrança e proclamação da obra redentora de Cristo. Ela aponta para o Calvário, onde Jesus ofereceu sua vida como sacrifício pelos pecados da humanidade.

Ela celebra a vitória de Cristo na cruz sobre o pecado, a morte e o Diabo (Hb.2:14,15), que também é a nossa vitória (Ap.12:11).

Este evento histórico é crucial para a fé cristã, pois é através da morte e ressurreição de Jesus que a reconciliação entre Deus e a humanidade é realizada (2Co.5:21).

Ao participar da Ceia do Senhor, os cristãos recordam o sacrifício vicário de Cristo, sua entrega voluntária para redimir os pecados da humanidade. É um momento de gratidão, reflexão e adoração diante do amor e da graça de Deus manifestados na pessoa de Jesus Cristo.

 

2. Proclamar a segunda vinda de Cristo

A Ceia do Senhor não apenas lembra o sacrifício passado de Cristo na cruz, mas também aponta para o futuro, proclamando a esperança da segunda vinda de Cristo (1Co.11:26).

Portanto, a perspectiva escatológica, ou seja, a visão sobre o fim dos tempos e a consumação do Reino de Deus, está intrinsecamente ligada à celebração da Ceia do Senhor.

Na passagem de 1Coríntios 11:26 Paulo enfatiza que sempre que os cristãos comem o pão e bebem do cálice na Ceia, proclamam a morte do Senhor até que Ele venha. Essa afirmação ressalta a ligação entre a Ceia do Senhor e a espera pela segunda vinda de Cristo.

Portanto, a Ceia do Senhor não é apenas uma lembrança do passado, mas também um ato de antecipação e esperança no retorno de Jesus.

Ela é um lembrete para os cristãos de que este mundo não é o fim da história e que aguardam a consumação do Reino de Deus, onde haverá a restauração total e a plenitude da presença de Cristo.

Manter o foco na segunda vinda de Cristo através da celebração da Ceia do Senhor também serve como um lembrete da natureza temporária da vida terrena e da identidade dos cristãos como peregrinos neste mundo, aguardando sua verdadeira pátria nos céus, conforme mencionado em Filipenses 3:20,21.

Portanto, a celebração da Ceia do Senhor não é apenas um evento histórico, mas também tem implicações escatológicas significativas, encorajando os cristãos a viverem com uma esperança firme na consumação do Reino de Deus e na volta de Jesus Cristo.

Essa esperança espiritual também influencia a maneira como os crentes vivem suas vidas no presente, comprometidos com os valores e princípios do Reino, enquanto aguardam a realização plena da promessa da volta de Cristo.

3. Celebrar a comunhão cristã

A Ceia do Senhor não é apenas um ato de lembrança da morte de Cristo e uma antecipação de Sua segunda vinda, mas também é um momento de comunhão e unidade entre os crentes. Paulo, ao abordar a questão da Ceia do Senhor na Primeira Carta aos Coríntios, repreendeu a Igreja por suas divisões e falta de união durante essa celebração (1Co.1:11; 11:17; 11:21).

A comunhão cristã é um elemento essencial na celebração da Ceia do Senhor. A Ceia não é apenas um ato individual, mas uma expressão da unidade da família de Deus, onde os crentes compartilham juntos do pão e do cálice em memória do sacrifício de Cristo. Paulo enfatiza isso ao confrontar a falta de harmonia e compartilhamento entre os membros da Igreja de Corinto durante a Ceia.

O apóstolo destaca que a divisão e a falta de espera pelos outros para celebrar a Ceia juntos demonstravam uma completa distorção do propósito da Ceia do Senhor (1Co.11:21).

Quando há desunião, contendas e falta de amor fraternal entre os crentes, a celebração da Ceia perde sua significância espiritual e testemunho público.

Paulo exorta os coríntios a corrigirem suas atitudes, a buscarem a reconciliação e a restauração da comunhão, para que a celebração da Ceia do Senhor fosse realizada de maneira digna e em um espírito de unidade.

Portanto, a Ceia do Senhor é um momento não apenas para lembrar a morte de Cristo, mas também para fortalecer os laços de comunhão entre os membros do corpo de Cristo. A falta de unidade e amor mútuo entre os crentes compromete o verdadeiro significado e propósito da Ceia do Senhor, enfatizando assim a importância da comunhão e da harmonia na vida da Igreja durante essa celebração.

 

III. O MODO DE CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR

1. O que é participar “indignamente”?

Concernente à celebração da Ceia do Senhor, Paulo advertiu sobre o perigo de participar da Ceia indignamente (1Co.11:27).

Este texto destaca a importância de abordar a Ceia do Senhor com respeito, reverência e consciência do seu significado espiritual.

O vocábulo “indignamente” é a tradução do advérbio grego “anaxiós”, que se refere a algo inadequado, inapropriado ou sem merecimento. No contexto da Ceia do Senhor, Paulo está confrontando os coríntios por suas atitudes e comportamentos durante a celebração, que não estavam de acordo com o propósito e o significado da instituição da Ceia.

Paulo estava preocupado com a falta de consideração e respeito demonstrados pelos coríntios durante a celebração da Ceia. Eles estavam se comportando de maneira egoísta, desordenada e até mesmo irreverente, desconsiderando a santidade e o propósito da Ceia.

Ao comerem sem esperar uns pelos outros, ao se comportarem de forma desordenada, ao excederem nos alimentos disponíveis e até mesmo ao se embriagarem, os coríntios estavam demonstrando falta de respeito não apenas em relação à comunhão entre os irmãos, mas também em relação ao simbolismo da Ceia do Senhor, que remete à morte sacrificial de Jesus Cristo (1Co.11:18,21,22).

Participar da Ceia "indignamente" não significa somente que alguém é moralmente indigno de participar, mas sim que a atitude e o comportamento durante a celebração não estão alinhados com o respeito e a reverência devidos à significância espiritual da ocasião.

Portanto, é fundamental que os participantes da Ceia do Senhor abordem a celebração com reverência, humildade, gratidão e consideração pelos outros irmãos, reconhecendo o significado profundo e sagrado desse ato de comunhão e lembrança do sacrifício de Cristo.

2. Uma celebração reverente

Há uma diferença entre participar da Ceia do Senhor de maneira indigna (modo ou maneira) e a questão da dignidade pessoal (estado, qualidade ou natureza) de cada indivíduo.

É verdade que ninguém é digno por si mesmo de participar da Ceia do Senhor, pois todos são pecadores dependentes da graça de Deus.

A participação na Ceia não é baseada na nossa própria dignidade ou mérito, mas na graça e no sacrifício de Jesus Cristo.

No entanto, é crucial entender que participar da Ceia de forma indigna, como Paulo mencionou, refere-se principalmente à atitude, postura e comportamento dos participantes durante a celebração.

Trata-se de uma advertência contra a irreverência, falta de respeito e falta de discernimento espiritual durante o momento da comunhão.

Contudo, como bem afirma o pr. José Gonçalves, “ninguém seja tentado em pensar que, pelo fato de ser um pecador alcançado pela graça, pode participar da Ceia vivendo deliberadamente em pecado. Se a simples maneira irreverente de celebrar a Ceia atrai o juízo divino, o que dizer então de quem participa com pecados não confessados? Pecado não confessado atrai o juízo divino”.

O crente regenerado deve participar da Ceia do Senhor com uma consciência limpa e humilde. A Bíblia nos instrui a examinar nossos corações e a nos arrependermos de nossos pecados antes de participar da Ceia (1Co.11:28).

O pecado não confessado pode impedir a comunhão íntima com Deus e com os outros membros do Corpo de Cristo.

É importante buscar a reconciliação com Deus e com os outros, confessando nossos pecados e buscando a purificação espiritual através do arrependimento genuíno. O objetivo é participar da Ceia com um coração que busca a santidade, a comunhão e o reconhecimento do significado profundo da morte e ressurreição de Cristo.

Assim, embora reconheçamos nossa indignidade pessoal, é fundamental abordar a Ceia do Senhor com reverência, humildade, gratidão e um coração sincero diante de Deus, evitando qualquer atitude irreverente, desrespeitosa ou pecaminosa durante esse momento sagrado de comunhão e lembrança do sacrifício de Cristo.

 

3. Celebração festiva

A Ceia do Senhor é um momento de profunda reverência e ao mesmo tempo de grande alegria. Ela não é apenas um memorial sombrio da morte de Cristo, mas também uma celebração jubilosa da vitória de Cristo sobre a morte através da Sua ressurreição.

A Ceia do Senhor é um ato de adoração que nos lembra do sacrifício redentor de Jesus na cruz, onde Ele deu Sua vida por nós.

No entanto, essa celebração não se limita à morte, pois ela aponta também para a vitória final de Cristo sobre o pecado, a morte e a ressurreição que traz vida eterna àqueles que creem Nele.

Portanto, enquanto participamos da Ceia, é apropriado ter uma atitude de reverência diante da grandeza desse ato, reconhecendo o amor e o sacrifício de Cristo por nós. Ao mesmo tempo, essa reverência não deve excluir a alegria que temos por causa da esperança e da vida que temos em Cristo ressuscitado.

Paulo, em sua carta aos Coríntios, fala sobre a Páscoa cristã e incentiva a celebração festiva da Ceia do Senhor, exortando a Igreja a viver em santidade e gratidão pelo sacrifício de Cristo, enquanto se regozijam na liberdade e na vida que Ele proporciona.

Portanto, a celebração da Ceia do Senhor deve ser um momento equilibrado entre reverência profunda pelo sacrifício de Cristo e alegria pela salvação que Ele nos trouxe através de Sua morte e ressurreição, manifestando assim a esperança viva que temos Nele.

CONCLUSÃO

Nesta lição, sob diferentes perspectivas, vimos alguns aspectos que revelam o sentido e propósito da Ceia do Senhor. Não é um ritual mágico que confere graça automaticamente àqueles que participam, nem é uma espécie de remédio espiritual para conceder comunhão a quem não a possui. Participar deste importante ato não é um direito adquirido, mas sim um privilégio resultante da graça que foi concedida a cada crente.

É crucial ter discernimento ao participar dessa ordenança sagrada. Ela não deve ser tratada de maneira descuidada, nem deve ser participada por aqueles que deliberadamente persistem no pecado. Em vez disso, a Ceia do Senhor é um ato sagrado que requer reverência, reflexão e um coração pronto para reconhecer e honrar o sacrifício de Cristo. É uma oportunidade para os crentes se reunirem em gratidão pela graça divina demonstrada através da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. É um momento para examinar nossos corações, confessar nossos pecados e renovar nossa comunhão com Deus e com a comunidade de fé, reconhecendo o significado profundo e a relevância espiritual da Ceia do Senhor em nossas vidas como crentes.

 

 

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Bíblia de Estudo – Palavras Chave – Hebraico e Grego. CPAD

William Macdonald. Comentário Bíblico popular (Antigo e Novo Testamento).

Comentário do Novo Testamento – Aplicação Pessoal. CPAD.

Pr. Elienai Cabral. A Igreja e Sua Missão. CPAD.

Pr. Caramuru Afonso Francisco. A Igreja e Sua Missão. PortalEBD_2007.

Pr. Elienai Cabral. Missão Profética da Igreja - A Proclamação da Palavra. CPAD.

Pr. Caramuru Afonso Francisco. Missão Profética Da Igreja - A Proclamação Da Palavra. PortalEBD_2007

Pr. Hernandes Dias Lopes. 1Corintios – como resolver conflitos na Igreja.

Pr. Hernandes Dias Lopes. Atos - A ação do Espírito Santo na vida da igreja.

Pr. Hernandes Dias Lopes. A Carta da liberdade cristã.

 

Luciano de Paula Lourenço – EBD/IEADTC

 

27 de fevereiro de 2024

O Batismo - A Primeira Ordenança da Igreja

 

O Batismo - A Primeira Ordenança da Igreja

TEXTO ÁUREO

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mt 28.19)

Entenda o Texto Áureo

Portanto. Ou seja, com base na sua autoridade, os discípulos foram enviados a fazer "discípulos de todas as nações". O amplo escopo do comissionamento dos discípulos é consumado por meio da autoridade ilimitada de Jesus;

 

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. A fórmula é uma forte declaração do trinitarianismo.

 

- Semelhante ao relato de Mateus da Grande Comissão, Marcos 16.15-16 contrasta e adiciona entre aqueles que foram batizados (crentes) e os que se recusaram a crer e são condenados. Ressalta-se que, o Evangelho de Marcos não ensina que o batismo salva, uma vez que os perdidos são condenados pela descrença, e não por não terem sido batizados (At 2.38).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O batismo é uma ordenança de Jesus Cristo e, por isso, deve ser uma prática obedecida pela igreja.

Entenda a Verdade Prática

 

O Batismo e a Ceia do Senhor são as duas Ordenanças estabelecidas por Jesus Cristo quando esteve aqui na terra com seus discípulos. Estas duas ordenanças tem a forma de ritual religioso e são administradas pelo pastor de cada Igreja com a aprovação da própria Igreja.

 

LEITURA BÍBLICA = Romanos 6.1-11

 

6.1—8.39 - Paulo passa da demonstração da doutrina da justificação, na qual Deus está declarando justo o pecador que crê (3.20—5.21), para a demonstração das ramificações práticas da salvação naqueles que foram justificados. Ele discute, especialmente, a doutrina da santificação, mediante a qual Deus produz a verdadeira justiça no cristão (6.1-8.39).

 

6.1-10 - Ele inicia os seus ensinos sobre a santificação argumentando que, apesar do passado deles, todos quantos Deus justificou experimentarão, individualmente, a santidade (cf. 1Co 6.9-11; 1Tm 1.12-1.3).

 

1. Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?

 

Permaneceremos no pecado. Por causa de sua experiência farisaica no passado, Paulo pôde prever as principais objeções de seus críticos. Ele já havia feito uma alusão a essa crítica, a de que, ao pregar a justificação baseada somente na graça de Deus, ele estava incentivando as pessoas a pecar (cf. 3.5-6,8).

 

2. De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?

 

- De modo nenhum! Usada 14 vezes nas epístolas do Paulo (dez em Rm 3.4,6,31; 6.2.15; 7.7,13; 9.14; 11.1,11), essa é a expressão idiomática mais forte em grego para rejeitar uma afirmação, e contém um sentido de indignação de que ninguém poderia sequer pensar que a afirmação fosse verdadeira.

 

nós os que para ele morremos? Não é uma referência à constante luta diária do cristão com o pecado, mas um acontecimento único completado no passado. Porque estamos "em Cristo" (6.11; 8.1), e ele morreu em nosso lugar (5.6-8), somos considerados mortos com ele. Essa é a premissa fundamental do cap. 6, e Paulo gasta o restante do capítulo para explicá-la e apoiá-la.

 

3. Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?

 

Batizados em Cristo Jesus. Não se refere ao batismo nas águas. Na verdade, Paulo está usando a palavra "batizado" num sentido metafórico, como quando nós dizemos que alguém está imerso no trabalho, ou que passou pelo batismo de fogo ao enfrentar um problema. Todos os cristãos, ao colocar a fé salvadora nele, foram imersos na pessoa de Cristo, que é estar unido e identificado com ele (cf. 1Co 6.17; 10.2; Gl 3.27; 1Pe 3.21; 1Jo 1.3). Não há dúvida de que o batismo nas águas ilustra essa realidade, que é o objetivo — mostrar a transformação do justificado.

 

Na sua morte. Significa que a imersão ou identificação se dá, especificamente, com a morte e ressurreição de Cristo, como o apóstolo explicará (veja 6.4-7).

 

4. De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.

 

Sepultados com ele. Uma vez que estamos unidos com ele pela fé, como simboliza o batismo, a sua morte e o seu sepultamento tornaram-se nossos.

 

Novidade de vida. Isso é verdade se, em Cristo, morremos e fomos sepultados com ele; então, também estaremos unidos a ele na sua ressurreição. Há uma nova qualidade e caráter para a nossa vida, um novo princípio de vida. Trata-se da regeneração do cristão (Ef 4.24). Enquanto o pecado descreve a vida antiga, a justiça descreve a nova.

 

5. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressureição;

 

- À semelhança de sua ressurreição – Isso não significa que devemos parecer com ele quando ressuscitarmos no último dia – o que pode ser verdade, no entanto -, mas que nossa ressurreição do pecado se assemelhará à sua ressurreição da sepultura. Como ele se levantou da tumba e viveu, assim devemos nos erguer do pecado e viver uma nova vida.

 

6. sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, afim de que não sirvamos mais ao pecado.

 

Nosso velho homem. O eu do cristão não regenerado. A palavra grega para "velho" não diz respeito a algo velho em anos, mas a algo gasto e inútil. O nosso velho ser morreu com Cristo, e a vida que desfrutamos agora é uma vida dada de maneira divina, a vida do próprio Cristo (cf. Gl 2.20).

 

Fomos retirados da presença e do controle do nosso ser não regenerado, e desse modo não devemos seguir as lembranças remanescentes de nossos velhos caminhos pecaminosos como se ainda estivéssemos sob a influência do mal (Ef 4.20-24; GI 5.24; Cl 3.9-10).

 

Corpo do pecado. Em sua essência, é parecido com "nosso velho homem". Paulo usa os termos "corpo" e "carne" para se referir às tendências pecaminosas interligadas com as fraquezas e os prazeres físicos (p. ex., 8.10-11,13,23).

 

Embora o velho ser esteja morto, o pecado mantém uma posição em nossa carne profana ou em nossa humanidade não redimida, com seus desejos corrompidos (7.14-24).

 

O cristão não tem duas naturezas conflitantes, a velha e a nova, nas uma nova natureza que ainda está encarcerada numa carne não redimida. Porém, o termo "carne" não equivale ao corpo físico, o qual pode ser um instrumento de santificação (v. 19; 12.1; 1Co 6.20).

 

Destruído. Tornado ineficaz ou inoperante.

7. Porque aquele que está morto está justificado do pecado.

 

Morreu. Pela sua união com Cristo.

 

Justificado do pecado. Não estar mais sob o seu domínio e controle.

 

8. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos;

 

Também com ele viveremos. O contexto sugere que Paulo quer dizer que não apenas os cristãos viverão na presença de Cristo por toda eternidade, mas também todos aqueles que morreram com Cristo — o que é verdadeiro em relação a todos os cristãos — viverão uma vida aqui que é totalmente consistente com a santidade dele.

 

9. sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele.

 

Domínio. Poder, controle ou dominação (Cf. vs. 11-12).

 

10. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.

 

Morreu para o pecado. Cristo morreu para o pecado em dois sentidos:

 

1) em respeito ao castigo do pecado — ele cumpriu as exigências legais pelo pecador; e

 

2) em respeito ao poder do pecado — destruindo, para sempre, o seu poder sobre os que pertencem a ele. E sua morte nunca mais precisará se repetir (Hb 7.26-27; 9.12,28; 10.10; cf. IPe 3.18). O que Paulo está dizendo é que os cristãos haviam morrido para o pecado da mesma maneira, vive para Deus. Para a glória de Deus.

 

11. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.

 

Em 6.11-14 Paulo trata da conclusão lógica dos seus leitores: se o velho ser está morto, por que há urna batalha contínua contra o pecado, e como o novo ser (pode se tornar dominante (veja também 7.1-25)?

 

Sua exortação está contida em duas palavras-chave: "considerar" (vs. 11 b,12) e "oferecer" (vs. 13-14).

 

Assim também. Implica a importância de o seu leitor saber o que ele acabou de explicar. Sem esse fundamento, o que ele está prestes a ensinar não fará sentido. A Escritura sempre identifica o conhecimento como a base para a prática de uma pessoa (cf. Cl 3.10).

 

Considerai-vos. No original, apesar de significar, simplesmente, contar ou numerar algo, essa palavra foi muito usada de maneira metafórica para se referir a uma certeza absoluta e sem reservas no que a mente de uma pessoa sabe ser verdadeiro — o tipo de confiança sincera que afeta as suas ações e decisões. Paulo não está se referindo aos jogos da mente, nos quais nós nos enganamos ao pensar de determinada maneira. Mais precisamente, ele está nos persuadindo a aceitar pela fé o que Deus revelou ser verdade.

 

Mortos para o pecado. Idem vs. 2-7. em Cristo. A expressão favorita de Paulo a respeito da nossa união com Cristo. Essa é sua primeira ocorrência em Romanos (cf. Ef 1.3-14).

 

INTRODUÇÃO

 

A introdução inicia dizendo que “Veremos que o rito do Batismo foi praticado por João Batista, Jesus Cristo e seus apóstolos”. É importante que se diga que Jesus mesmo não batizava: "E quando o Senhor entendeu que os fariseus tinham ouvido que Jesus fazia e batizava mais discípulos do que João (Ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos), Deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galileia" (Jo 4.1-3).

 

João 4.2 diz especificamente que Jesus não batizou pessoalmente, mas que seus discípulos realizavam essa obra.

 

Também é bom esclarecer a diferença entre o batismo de João Batista e o batismo cristão: O "batismo de arrependimento" de João (Lc 3.3; At 19.4) seguiu o paradigma judaico de purificação, embora a purificação final do pecado só esteja disponível por meio de Cristo, e o batismo de João foi o prenúncio disso.

 

O significado do batismo como uma cerimônia do Novo Testamento é que, como crentes em Jesus Cristo, somos batizados em Sua morte (Rm 6.3) e ressuscitados para andar em novidade de vida (Rm 6.4).

 

O Senhor ensinou o significado do batismo na medida em que Ele próprio foi batizado por João Batista no início de Seu ministério (Mc 1.9).

 

Deve-se entender que o batismo é uma proclamação externa de uma conversão interna.

Em outras palavras, o batismo é um ato cerimonial realizado depois que uma pessoa aceita Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Isso geralmente é feito na presença do corpo da igreja como uma proclamação pública de sua fé.

 

Indícios de que o Batismo bíblico é obrigatório:

 

1. Cristo pediu o Batismo (Jo 1.33; Mt 3.13-15);

2. Cristo aprovou o Batismo (Jo 4.1-2);

3. Cristo ordenou o Batismo (Mt 28.18-20);

4. Fazia parte da pregação apostólica: "... Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo ... " (At 2.38);

5. Foi prática dos apóstolos – (At 2.37-41);

6. Era costume universal da Igreja Cristã no seu início e posteriormente (1Co 1.12-17), e

7. A literatura universal da Igreja Cristã, extra-bíblica, isto é, fora da Bíblia, comprova que esta prática foi universal na Igreja daquela época.

 

O Batismo é um ato de amorosa obediência à Palavra de Deus tanto daquele que se batiza como da parte da Igreja que o administra através dos seus oficiais (Jo 14.15; 1Jo 2.3).

 

A circuncisão e a páscoa configuravam-se nos dois sacramentos da Antiga Aliança. O sacramento batismal corresponde à circuncisão: “Nele também vocês foram circuncidados [...]. Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo” (Cl 2.11,12).

 

Na celebração da Santa Ceia há o cumprimento do significado pascal: “Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado” (1 Co 5.7).

 

A produção de um plano de aula como subsídio é trabalhoso e desgastante. Considere citar a fonte ao reproduzir o texto. Considere também ser generoso com este ministério!

 

I. PRESSUPOSTOS BÍBLICO-DOUTRINÁRIOS DO BATISMO

 

1. O Batismo visto como sacramento: a origem de um erro.  O vocábulo “sacramentum” foi introduzido na linguagem da Igreja nas versões africanas da Bíblia latina para traduzir o termo grego mysterion. Paulo utiliza muito essa palavra, especialmente nas cartas aos efésios e aos colossenses, para indicar o plano divino da salvação revelado e realizado em Cristo. O primeiro a utilizar o termo sacramentum para se referir ao batismo foi Tertuliano. Agostinho afirma que Sacramentos são sinais sagrados: “São sinais  visíveis que indicam uma realidade invisível” (A doutrina cristã 3, 9, 13; A cidade de Deus IO, 5).

 

O subtópico traz muita informação que precisa ser bem explicada!

 

Primeiro: O que são meios de graça? Grudem define-os como “[...] quaisquer atividades na comunhão da igreja que Deus usa para distribuir mais graça aos cristãos” (1999, p. 801). A palavra 'sacramento' não aparece na Bíblia, mas seu significado é encontrado lá. Esse termo é muito utilizado no catolicismo, o qual adota sete sacramentos. Os protestantes, porém, compreendem apenas dois – Batismo e Ceia. Sacramento é um ritual cristão sagrado com um significado importante. Ainda que a palavra sacramento não apareça na Bíblia, cada sacramento tem uma base bíblica.

 

Segundo: Os sacramentos são símbolos, atos que representam realidades espirituais. Algumas denominações preferem a palavra “ordenança”, que significa um ritual instituído por Jesus (uma ordem dada por Jesus), no intuito de evitar o entendimento de que os ritos transmitem graça. Outros grupos usam a palavra “mistério”, que significa uma realidade que foi revelada por Jesus (o ritual representa essa realidade).

 

Terceiro: A fé reformada entende que os ritos sacramentais não conferem “poder”, a graça não reside nos Sacramentos em si, mas na ação do Espírito Santo sobre eles (SÍMBOLOS DE FÉ, 2005). Calvino (2006) vê a necessidade de se tomar cuidado para não atribuir poder ao rito externo em si: “Atribuo aos sacramentos o oficio de confirmar e aumentar a fé, não porque eu considere que eles tenham em si a virtude necessária e perpetua para fazerem isso, mas porque foram instituídos por Deus para essa finalidade [...] eles produzem eficazmente o esperado efeito quando o Mestre interno, instruidor do espirito, lhes acrescenta a Sua virtude, único poder capaz de penetrar o coração [...] Grande é a sua eficácia, quando o Espírito age internamente”.

 

Por fim: Os Reformadores entenderam e concordaram que os sacramentos são meios de graça (media gratiae) pelos quais Deus fortalece e encoraja os crentes. Note bem: pela participação nestas Ordenanças, o cristão é fortalecido e encorajado! Os meios de graça são os modos como Deus trabalha invisivelmente em discípulos, acelerando, fortalecendo; e confirmando a fé para que a graça de Deus permeie dentro e através de discípulos.

 

Os sacramentos/ordenanças/mistérios tanto nos asseguram quanto nos fortalecem em nosso relacionamento com Deus. Agostinho também coloca dessa forma: “sacramentos são “sinais visíveis da graça invisível.” Eles são uma forma que Deus concede sua graça para nos fortalecer na fé”. Os sacramentos de Deus, contudo, são mais profundos e ricos do que anéis de casamento. Na verdade, eles nos fortalecem espiritualmente para sermos fiéis ao nosso compromisso com Deus.

Eles nos ajudam a crescer na semelhança de Cristo e nos levam a uma comunhão mais próxima com Cristo. Eles não trabalham sozinhos, de alguma forma mágica. Eles devem ser acompanhados pela Palavra e pelo Espírito, e são eficazes apenas quando combinados com a fé. No entanto, quando administrados e recebidos de maneira adequada, são um meio importante de vitalidade e crescimento espiritual.

 

2. O Batismo não é sacramento, mas ordenança de Cristo. Como já explicado acima, os protestantes de linha reformada ao afirmarem que os sacramentos transmitem graça, não querem dizer com isso que os ritos transmitam alguma espécie de poder mágico, mas que o Espírito Santo age através da administração correta desses ritos, infundido mais fé e graça a quem deles participa, de maneira que, discordo do ilustre comentarista quando ele faz essa afirmativa de que “Não há, portanto, no Batismo, um poder mágico capaz de transmitir graça para a salvação”.

 

Ordenanças são ordens dadas por Cristo à Igreja com a intenção de lembrar e simbolizar verdades fundamentais. Diferente do conceito de “sacramento”, as ordenanças não têm a intenção de serem veículos de graça. Apesar das diferenças entre diversas denominações no que tange à intenção e número das ordenanças, cremos que são identificadas como ordenanças o batismo e a ceia.

 

Uma ordenança é simplesmente uma "prática ou cerimônia prescrita". Os protestantes e evangélicos enxergam as ordenanças como reconstituições simbólicas da mensagem do evangelho que ensina que Cristo viveu, morreu, ressuscitou dentre os mortos, ascendeu aos céus e voltará um dia. Ao invés de serem requisitos para a salvação, as ordenanças são auxílios visuais para nos ajudar a melhor compreender e apreciar o que Jesus Cristo realizou por nós na Sua obra redentora.

 

As ordenanças são determinadas por três fatores: foram instituídas por Cristo, foram ensinadas pelos apóstolos e foram praticadas pela igreja primitiva. Já que o batismo e a comunhão são os únicos rituais que satisfazem estes critérios, então só pode haver duas ordenanças. Nenhuma das ordenanças é necessária para a salvação e nem é um "veículo para a graça".

 

3. O Batismo deve ser administrado aos adultos. As igrejas pedobatistas creem que o batismo pode ser administrado a bebês, enquanto as igrejas credobatistas creem que a ordenança só é apropriada àqueles que têm condições de entender o Evangelho e conscientemente receberem a Cristo como seu Senhor e Salvador. De onde vem a tradição protestante do pedobatismo? O Teólogo Louis Berkhof escreve em sua Teologia Sistemática:

 

Com fundamento em nossos padrões confessionais, pode-se dizer que os filhos pequenos de pais crentes são batizados com base em que são filhos da aliança e, como tais, são herdeiros das amplíssimas promessas pactuais de Deus, que incluem também a promessa de perdão dos pecados e da dádiva do Espírito Santo para a regeneração e a santificação.

 

Na aliança Deus lhes dá certa concessão ou dádiva de maneira formal e objetiva, exige deles que, no devido tempo, aceitem isto pela fé, e promete fazer disso uma vivida realidade nas vidas deles, pela operação do Espírito Santo. E, em vista deste fato, a Igreja deve considerá-los como herdeiros prospectivos da salvação, deve considerá-los como estando na obrigação de andar nas veredas da aliança, tem o direito de esperar que, sob uma fiel administração pactual, eles, falando em termos gerais, vivam segundo a aliança, e é seu dever considerá-los como infratores da aliança, se não cumprirem as exigências desta.

 

É unicamente deste modo que se faz plena justiça às promessas de Deus, que em toda a sua plenitude deverão ser assimiladas pela fé por aqueles que chegarem à maturidade. Assim, a aliança, incluindo as promessas pactuais, constitui a base legal e objetiva do batismo de crianças. O batismo é sinal e selo de tudo quanto as promessas abrangem”

 

O Rev. Hernandes Dias Lopes escrevendo sobre a prática do pedobatismo: “As crianças fazem parte da família de Deus. Deus firmou conosco uma aliança eterna, prometendo ser o nosso Deus e o Deus dos nossos filhos (Gn 17.1-10).

 

O selo espiritual dessa aliança foi a circuncisão (Rm 4.16-18; Gl 3.8,9,14,16).

 

A circuncisão era o rito de entrada no pacto. A criança era circuncidada ao oitavo dia e a partir daí participavam dos benefícios do pacto (Gn 17.10; Is 54.10,13; Jr 31.34).

 

O pacto feito com Abraão, o pai da fé, não foi ab-rogado (Is 59.20,21; At 2.37-39).

 

A promessa está vigente na nova dispensação (Rm 4.13-18 e Gl 3.13-18).

 

Na nova dispensação os infantes não foram excluídos. O Novo Testamento confirma que as crianças de pais crentes era membros da igreja (Mt 19.14; Jo 21.15; At 2.39; I Co 7.14).

 

Temos forte evidência de que os apóstolos batizaram crianças (At 10.48; 11.14; 16.15; 16.33; 18.8; I Co 1.16; I Co 7.14).

 

Outrossim, os principais pais da igreja, como Justino, o mártir, Irineu, Orígenes, Agostinho e Tertuliano fizeram menção dessa prática apostólica. Os teólogos reformados e as principais confissões de fé da igreja reformada também defenderam a prática do batismo infantil, como a Confissão belga, O Catecismo de Heidelberg, os Cânones de Dort e a Confissão de Fé e os Catecismos de Westminster”.

 

Do subtópico, a premissa utilizada pelo autor é vaga: “Uma criança, que ainda não chegou á idade da razão não tem maturidade para crer e fazer escolhas.”; O pressuposto básico aqui é que você deve ter uma experiência de conversão para ser salvo. Você deve se afastar de uma vida passada em direção a uma vida nova, geralmente com lágrimas e lamentos, atestando sua sinceridade. E essa visão do Cristianismo funciona bem em um contexto evangelístico, onde muitos tem vivido declaradamente como incrédulos.

 

O problema é que essa visão não se encaixa corretamente quando tratamos de fé multi-geracional. Qualquer um que tenha sido criado em um lar cristão e ainda crê em Jesus sabe que não houve um momento em que tenha passado da “incredulidade” para a “crença”. Nós nunca fomos “convertidos”. Isto foi simplesmente inculcado desde a infância, e desde que podemos nos lembrar, confiamos em Jesus para o perdão dos nossos pecados, quer tenhamos sido batizados quando bebês ou não. Não estou defendendo o pedobatismo, mas trago para reflexão: quem está mais equivocado: eles ou nós?

 

II. O SÍMBOLO E O PROPÓSITO DO BATISMO

 

1. Símbolo do Batismo: Identificação com Cristo. Como já comentado no verso 3 da Leitura Bíblica em Classe, batizados em Cristo jesus não se refere ao batismo nas águas. Na verdade, Paulo está usando a palavra "batizado" num sentido metafórico, como quando nós dizemos que alguém está imerso no trabalho, ou que passou pelo batismo de fogo ao enfrentar um problema. Todos os cristãos, ao colocar a fé salvadora nele, foram imersos na pessoa de Cristo, que é estar unido e identificado com ele (cf. 1Co 6.17; 10.2; Gl 3.27; 1Pe 3.21; 1Jo 1.3).

 

Não há dúvida de que o batismo nas águas ilustra essa realidade, que é o objetivo — mostrar a transformação do justificado, mas não podemos tirar daí um “modelo” de batismo ou usar o texto como base bíblica para o nosso modelo. Um documento histórico da Reforma, o Catecismo de Heidelberg, diz:

 

A. Os sacramentos são visíveis, sinais sagrados e selos. Eles foram instituídos por Deus para que, por nosso uso deles, Ele nos fizesse compreender mais claramente a promessa do evangelho, e selar essa promessa.

E esta é a promessa evangélica de Deus: conceder-nos o perdão dos pecados e a vida eterna pela graça por causa do único sacrifício de Cristo realizado na cruz (Gn 17.11; Dt 30.6; Rm 4.11; Mt 26.27-28; At 2.38; Hb 10.10).

 

São três modos propostos: a aspersão, a efusão e a imersão.

 

2. O Propósito do Batismo: Testemunho público da fé cristã. No contexto da fé biblica, o Batismo é uma pública profissão de fé. Isso significa que o crente, quando desce as águas batismais, está testemunhando de forma pública perante mundo da sua nova vida em Cristo (At 2.41).

 

Quem se candidata ao Batismo deve estar convicto e consciente da fé que abraçou. Aqui, não há território neutro (Cl 2.6).

 

Enfim, o batismo é para salvos e convertidos que estão dispostos a seguir Jesus (At 8.12; 16.14,15).

 

O batismo é um sinal e um selo da aliança de graça de Deus conosco e com nossos filhos. O batismo é a palavra visível de Deus de que somos purificados no sangue de Cristo, enterrados com Ele na morte e ressuscitados com Ele em nova vida. Outra vez cito o Catecismo de Heidelberg Perguntas e Respostas 69: “Q.

 

Como o santo batismo lhe lembra e lhe assegura que o único sacrifício de Cristo na cruz lhe beneficia pessoalmente? A. Desta forma: Cristo instituiu esta lavagem externa (At 2.28) e com ela prometia que tão certo quanto a água lava a sujeira do corpo, assim certamente seu sangue e seu Espírito lavam a impureza da minha alma, ou seja, todos os meus pecados” (Mt 3.11; Rm 6.3-10; 1Pd 3.21).

 

3. Não há espaço para indecisão. O batismo, como uma ordenança do Senhor, não faz parte da salvação, isto é, não uma condição “sine qua non” para ser salvo; porém é um processo que acontece na vida do cristão depois que ele aceita Jesus em sua vida. A Salvação exige fé em Jesus e Sua obra expiatória, portanto, se uma pessoa se converter e, por algum motivo, não se batizar a tempo ela será salva sem qualquer impedimento, assim mesmo como está narrado em Lucas 23.43; reconhecer que Cristo era o Messias, o Filho de Deus, foi o bastante para que o ladrão da cruz recebesse a salvação. Mas o batismo é muito importante porque é uma confirmação da salvação.

 

Na Grande Comissão de Jesus, fica claro que o batismo é o sinal que alguém é seguidor de Jesus (Mt 28.19-20). No Novo Testamento, as pessoas eram batizadas quando se convertiam. Esse era um sinal que sua conversão era verdadeira e tinham um compromisso sério de seguir Jesus.

 

III. A FÓRMULA E O MÉTODO DO BATISMO

 

1. Fórmula trinitária do Batismo. A fórmula bíblica do batismo é a fórmula trinitária do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Há algo claramente comunicado a todas as testemunhas enquanto o novo crente está imerso debaixo d’água em nome da Trindade. A salvação de cada pecador se completa por todas as três pessoas da Trindade. Portanto, é mais apropriado que o pecador deve dar louvor ao Deus trino na água como uma profissão de fé no único Deus vivo e verdadeiro. 

 

Quando Jesus instrui seus discípulos para ir e fazer os discípulos de todas as nações e batizar-lhes em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo—vale a pena indicar que o substantivo (ὄνομα) traduzido “nome” é singular em Mateus 28.19.

 

Portanto, as três pessoas distintas co-iguais e co-eternas da Trindade não são três deidades diferentes, mas três pessoas distintas que formam o único Deus verdadeiro. B. B. Warfield uma vez disse o seguinte: “Esta é a característica distintiva dos cristãos; e isso é tanto como dizer que a doutrina da Trindade é, de acordo com a própria compreensão de nosso Senhor, é a marca distintiva da religião que ele fundou.”

 

É vitalmente importante ensinar aos novos crentes que quando eles entrarem na água serão batizados em nome do Pai que os escolheu antes da fundação do mundo (Ef 1.2), do filho que morreu por eles na cruz (João 10:11, 15), e do Espírito de Deus que os convenceu do pecado e os trouxe a um lugar de arrependimento e submissão a Deus através da Palavra de Deus (1Pe 1.2). 

 

Os novos cristãos não devem ser confundidos com a fórmula trinitária enquanto estão de pé na água durante o batismo. Jesus ordenou a fórmula trinitária: Quando se trata de sua fé e prática, é fundamental construir suas posições doutrinárias e formular suas posições de como viver sua fé com base nos ensinamentos claros de Jesus. 

 

Se Jesus ordena algo, não há necessidade de orar sobre isso ou considerá-lo.  Os mandamentos de Jesus nunca devem ser rebaixados ao nível de uma consideração.  Jesus disse, “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14.15).

 

Pouco antes da ascensão de Jesus após sua morte, sepultamento e ressurreição—Jesus fez uma declaração que temos memorizado e usado como as nossas ordens de marcha como a igreja de Cristo (Mt 28.18-20). Josh Buice, A razão que devemos batizar em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.

 

2. Fórmula herética do Batismo. O movimento "Só Jesus", também conhecido como “unicista” ou “teologia da unidade”, ensina que há um só Deus, mas nega a tri-unidade de Deus. Em outras palavras, a teologia da unidade não reconhece as pessoas distintas da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Ela tem várias formas – alguns enxergam Jesus Cristo como o único Deus que às vezes se manifesta como o Pai ou o Espírito Santo. A doutrina central dos unicistas é que Jesus é o Pai e Jesus é o Espírito. Há um Deus que se revela em diferentes "modos".

 

“O Senhor Jesus Cristo ordenou claramente aos Seus discípulos que os mesmos deveriam batizar os convertidos em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. (Mt 28.19). Não obstante, nos Atos dos Apóstolos está escrito que os neoconversos eram batizados em nome de Jesus Cristo (2.38), em nome do Senhor (10.48) e em nome do Senhor Jesus. (8.16; 19.5). Como explicar esta discrepância ou aparente contradição?

 

Em nosso entender as expressões mencionadas em Atos não constituem fórmula batismal alguma, até porque todas elas são distintas. Além disso, seria improvável que os Apóstolos desobedecessem ao mandamento expresso de Cristo de se batizar em nome da triunidade divina.

 

Salvo melhor opinião, quando o escritor dos Atos dos Apóstolos descreve, numa perspectiva históri­ca, a gênese e desenvolvimento da Igreja do Senhor Jesus Cristo, usa as referidas expressões apenas para significar que os novos convertidos eram batizados segundo o rito cris­tão (em Cristo), e não segundo Moisés ou João Batista, por exemplo. Batizados em nome de Jesus quer dizer (de acordo com o original grego) batizados sobre o nome de Jesus, isto é, sobre a autoridade do Messias.

 

Acerca do assunto em análise escreveu o teólogo Myer Pearlman, que deixou o Judaísmo para abraçar a fé cristã: As palavras de Atos 2.38 não representam uma fórmula batismal, mas sim uma simples declaração afirmando que recebiam o batismo as pessoas que reconhe­ciam Jesus como Senhor e Cristo. Por exemplo, o ‘Didache’ um docu­mento cristão escrito cerca do ano 100 A.D., fala do batismo cristão celebrado no nome do Senhor Jesus, mas o mesmo documento, quando descreve o rito detalhadamente, usa a fórmula triunitária.

 

Quando Paulo fala que Israel foi batizado no Mar Vermelho ‘em Moi­sés’, ele não se refere a uma fórmula que se pronunciasse na ocasião; ele simplesmente quer dizer que, por causa da passagem milagrosa atra­vés do Mar Vermelho, os israelitas aceitaram Moisés como seu guia e mestre como enviado do céu. Da mesma maneira, ser batizado em nome de Jesus significa encomendar-se inteira e eternamente a Ele como Salvador enviado do Céu, e a aceitação da Sua direção impõe a aceitação da fórmula dada por Jesus no capítulo 28 de Mateus.

A tradução literal de Atos 2.38 é: ‘seja batizado sobre o nome de Jesus Cristo’. Isso significa, segundo o Léxico de Thayer, que os judeus haviam de ‘repousar sua esperança e confiança na Sua autoridade messiânica’. Note que a forma trinitária é des­critiva duma experiência. Aqueles que são batizados em nome do trino Deus, estão por esse meio testi­ficando que têm sido submergidos em comunhão espiritual com a Trin­dade. Desse modo pode-se dizer acerca deles: ‘A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos’. (II Cor. 13.13) (Co­nhecendo as Doutrinas da Bíblia, pgs. 351,352). Em resumo, os novos crentes sujeitavam-se ao batismo instituído por Cristo, reconhecendo-o publica­mente como Senhor das suas vidas.

 

Eles eram batizados em nome do Senhor Jesus ou para o nome do Senhor Jesus. Por consequência, não vemos difi­culdade em conciliar as palavras do Divino Mestre na grande comissão com as constantes nos já citados versículos do livro de Atos.

 

3. Imersão: o método bíblico do Batismo. De acordo com a maior parte dos eruditos cristãos, a palavra batizar, propriamente falando, é um termo grego (baptizo), adaptado para o idioma português por uma alteração em sua terminação. É o termo sempre empregado por Cristo e seus apóstolos para expressar e definir a ordenança:

 

- Scapula diz: "Mergulhar, imergir, como fazemos com qualquer coisa com o propósito de tingi-la;"

 

- Schleusner diz: "Significa, propriamente mergulhar, imergir, imergir em água."

 

- Parkhurst diz: "Mergulhar, imergir, ou meter em água."

 

- Stevens diz: "Imergir, submergir ou sepultar em água."

 

- Robinson diz: "Imergir, afundar." ...

 

O professor Moses Stuart, um dos de maior capacidade da América do Norte, declarou: "Batismo significa mergulhar, meter ou imergir em qualquer líquido.

 

Todos os lexicógrafos e críticos de qualquer nomeada concordam sobre isso."

Martinho Lutero, o fundador da Igreja Luterana, disse: "O termo batismo é grego; em latim pode ser traduzido por Mersio, uma vez que imergimos qualquer coisa em água, para que o todo seja coberto pela água". Works, V. I, pg. 77, 1582.

 

John Wesley, fundador da Igreja Metodista, diz: "Sepultados com Ele, alude à maneira antiga de batizar por imersão". Nota sobre Rom. 6,4;

 

João Calvino, fundador do presbiterianismo, escreveu: "Pelas palavras de João 3,23; pode-se inferir que o batismo era administrado por João e por Cristo, mediante mergulho do corpo inteiro sob a água." Com sobre Jo 3,23;

 

A conclusão que chegaram os homens acima mencionados é a mesma conclusão das grandes universidades, tanto dos Estados Unidos quanto da Inglaterra. Portanto, não fica dúvida nenhuma sobre o verdadeiro significado da palavra baptizo na Bíblia, o qual quer dizer uma só coisa: "Mergulho ou imersão". Em suma batizar significa mergulhar totalmente o candidato na água.

 

CONCLUSÃO

 

Chegamos ao fim desse estudo. Vimos o que é, o que representa, o modo, e quem pode receber e praticar o batismo cristão. Minha oração é que todos aqueles que lerem este estudo possa compreender que nosso objetivo não é a condenação desse ou daquele, mas a informação completa a respeito do batismo cristão. Considero que há muitas pessoas salvas nas igrejas denominadas de cristãs, pois a salvação é pela graça e não pelo batismo.

 

Mas o fato dessas pessoas serem sinceras e verdadeiras crentes, não supre a falta dos quesitos necessários ao batismo que é ser batizado por imersão, representando a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, mostrando ao mundo que morre e velho homem e nasce o novo, e que só uma pessoa autorizada por uma igreja verdadeiramente bíblica o pode realizar. Quer se aprofundar nesse tema?

 

Ótima aula