6 de maio de 2024

As Nossas Armas Espirituais

 

As Nossas Armas Espirituais

TEXTO ÁUREO

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas” (2 Co 10.4)

Entenda o Texto Áureo

Nossa milícia. A ideia da vida cristã como uma milícia é comum no NT (cf. 6.7; Ef 6.10-18; 1Tm 1.18; 2Tm 2.3-4; 4.7). carnais. Humanas. fortalezas. A metáfora seria compreendida rapidamente pelos coríntios, visto que Corinto, como a maioria das cidades antigas, tinha uma fortaleza (no topo de uma colina, ao sul da cidade) na qual seus habitantes poderiam se refugiar. Essas fortalezas espirituais descomunais, preenchidas pelas forças do inferno, podem ser demolidas somente com as armas espirituais empunhadas pelos cristãos piedosos — de forma singular, a "espada do Espírito" (Ef 6.17), uma vez que apenas a Palavra de Deus pode derrotar as mentiras satânicas. Essa é verdadeira batalha espiritual. No AT, os cristãos não são instruídos a atacar os demônios ou Satanás, e sim, a atacar o erro com a verdade. Essa é a nossa batalha (Jo 17.17; Hb 4.12). sofismas. Pensamentos, ideias, especulações, raciocínios, filosofias e falsas religiões são as fortalezas ideológicas as quais os seres humanos usam como barricadas para se colocarem contra Deus e o evangelho (1Co 3.20).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Diante da batalha espiritual, temos poderosas armas espirituais à nossa disposição: a Palavra de Deus, a Oração e o Jejum.

Entenda a Verdade Prática

 

Muito se tem falado sobre batalha espiritual e muitos são os métodos usados nessa batalha. Diante dessa guerra, temos uma arma poderosa: a "espada do Espírito" (Ef 6.17), uma vez que apenas a Palavra de Deus pode derrotar as mentiras satânicas. Essa é verdadeira batalha espiritual. Somos instruídos não a atacar os demônios ou Satanás e todo o seu reino, mas sim, a atacar o erro com a verdade! Nossa principal arma é a verdade! Essa é a nossa batalha!

 

LEITURA BÍBLIA  = Lucas 4.1-4, 16-20

 

1. E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.

 

Cheio do Espírito Santo. Lucas frequentemente chama atenção especial para a obra do Espírito, Lucas 3:22, Lucas 4:14; Atos 6:3; Atos 7:55; Atos 11:24. A expressão alude ao derramamento do Espírito sobre Jesus em Seu batismo, João 3:34. A narrativa deve ser comparada com Mateus 4:1-11; Marcos 1:12-13. João, que narra principalmente o que ele próprio viu, omite a tentação. foi levado. Um impulso divino o levou a enfrentar sozinho a hora do perigo. Marcos usa a expressão mais intensa, “imediatamente o Espírito O impele adiante”. Ele dedica apenas dois versículos (Marcos 1:12-13) à Tentação, mas adiciona o toque gráfico de que “Ele estava com as feras” (comp. Salmo 91:13), e implica no ministério contínuo de anjos (diekonoun) para ele. pelo Espírito. Em vez disso, no Espírito, comp. Lucas 2:27. A frase enfatiza o “cheio do Espírito Santo” e tem o mesmo significado que “no poder do Espírito”, Lucas 4:14 […] no deserto. Em vez disso, em. Ele estava “no Espírito” durante todo o período. Supõe-se que o cenário da tentação seja a montanha perto de Jericó, daí chamada Quarantânia. A tradição não é antiga, mas o local é muito provável, por ser rochoso, sombrio e repelente […] A Escritura em todos os lugares reconhece a necessidade de solidão e meditação na véspera de uma grande obra para Deus (Êxodo 24:2; 1Reis 19:4; Gálatas 1:17), e isso seria necessário para a natureza humana de nosso Senhor também. [Cambridge, aguardando revisão]

 

2. E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome.

 

Durante quarenta dias, sendo tentado. Evidentemente a tentação de Cristo abrangeu todos os 40 dias do seu jejum (Mt 4.2). Tanto Mateus quanto Lucas fazem um relato condensado de apenas três tentações específicas. Lucas inverte a ordem das últimas duas tentações em relação ao texto de Mateus. Lucas ocasionalmente ordena o material de modo lógico em vez de cronológico. Lucas pode ter tido algum propósito em fazer isso aqui — talvez para que a finalização de seu relato sobre a tentação de Jesus se desse no templo de Jerusalém, um lugar muito importante na narrativa de Lucas.

 

3. E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.

 

Se tu és Filho de Deus. Sem dúvida, uma alusão à voz divina em Seu batismo (Lucas 3:22). As mesmas palavras foram dirigidas de forma provocante a nosso Senhor na cruz (Mateus 27:40). O grego significa estritamente “Supondo que és”, mas no grego helenístico as palavras e frases nem sempre são usadas com sua delicada precisão anterior. diz a esta pedra. O grego implica que a sugestão chamou a atenção direta para uma pedra particular. Neste deserto, existem fósseis em forma de pão, conhecidos pelos primeiros viajantes como lapides judaici e pelos geólogos como septaria. Alguns desses acréscimos siliciosos assumem a forma de frutas e são conhecidos como “melões de Elijah” (Stanley). Eles eram popularmente considerados frutos petrificados das Cidades da Planície. Essas aparências enganosas intensificariam as dores da fome e aumentariam a tentação a tortura adicional de uma imaginação excitada.

 

Que se transforme em pão. A sutil malignidade da tentação é indescritível. Foi uma tentação para “a concupiscência” (isto é, o desejo) “da carne”; uma tentação de satisfazer um apetite natural e irrepreensível; um apelo ao livre-arbítrio e à obstinação, intimamente análogo à primeira tentação da raça do diabo. ‘Você pode; você pode; será agradável: por que não? ‘(Gênesis 3:1-15). Mas não veio de uma forma indisfarçadamente sensual, mas com a sugestiva semelhança das sanções bíblicas (1Reis 19:8; Deuteronômio 8:16; Salmo 78:19).

 

4. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra de Deus.

 

Está escrito. O gegraptai perfeito significa “foi escrito”, está escrito como uma lição eterna. Jesus frustra o tentador como homem para homem. Ele não dirá ‘Eu sou o Filho de Deus’ e ‘não considera a igualdade com Deus um prêmio a ser agarrado’ (Filipenses 2:6), mas agarra “a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus ”(Efésios 6:17).

 

Que não só de pão viverá o ser humano. A citação é de Deuteronômio 8:3, onde Moisés diz ao povo que Deus os deixou passar fome e os alimentou com maná, para mostrar-lhes a dependência do homem de Deus e o fato de que a vida é algo mais do que o mero viver, e só pode ser sustentado por dons divinos do que aqueles que são suficientes para a natureza inferior do homem. O pão sustenta o corpo; mas, para que possamos viver, também a alma e o espírito devem ser mantidos vivos. Êxodo 16:4; Êxodo 16:15. “Todos comiam da mesma carne espiritual.” 1Coríntios 10:3. [mas de toda palavra de Deus] Essas palavras, embora implícitas, são provavelmente adicionadas neste lugar de Mateus 4:4, uma vez que são omitidas por א, B, D, L e várias versões. “Palavra” não está no hebraico original. O versículo transmite uma verdade mais profunda e, ao referir-se a ela, nosso Senhor quis dizer: ’Deus suprirá minhas necessidades à Sua própria maneira, e a vida inferior nada é em comparação com a superior.’ Há muitos mais valiosos e instrutivos paralelos; veja João 4:32-34: “Uma comida tenho para comer que vós não conheceis … A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”. Jó 23:12: “Tenho estimado as palavras de Sua boca mais do que o meu alimento necessário.” Jeremias 15:16: “Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e tua palavra foi para mim a alegria e alegria de meu coração” Sl 16:6, “A palavra de Deus nutre o homem” Os rabinos judeus tinham a expressão notável: “Os justos comem da glória da Shechiná”. Comp. João 6:27-63.

 

16. E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.

 

Indo para Nazaré. Lucas reconheceu no v. 23 que Cristo já havia ministrado em Cafarnaum. Contudo, ele propositalmente situa esse episódio no início do seu relato do ministério público de Cristo. Aqui está um exemplo do costume de Lucas de ordenar as coisas pela lógica, em vez de fazer um arranjo cronológico. segundo o seu costume. Nazaré era a sua cidade natal, de modo que ele era bem conhecido de todos que frequentavam regularmente essa sinagoga.

 

17. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:

- Não há base suficiente para supor que nosso Senhor escolheu a porção do dia. A linguagem usada antes implica o contrário – que era uma parte selecionada por Ele mesmo para a ocasião. [JFU, aguardando revisão]

 

18. O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a

 

pelo que me ungiu. Isto é, o próprio Espírito Santo o estava ungindo (vs. 1,14).

 

19. A apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a por em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.

 

O ano aceitável do Senhor. Ou "o ano do favor do Senhor". A passagem que Cristo leu foi Is 61.1-2. Ele parou na metade do v. 2. O restante do versículo profetiza juízo no dia da vingança de Deus. Uma vez que essa parte do versículo refere-se ao segundo advento, ele não a leu.

 

20. E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.

 

Sentou-se. Era costume de um mestre colocar-se respeitosamente em pé durante a leitura da Escritura (v. 16) e sentar-se humildemente para ensinar.

 

INTRODUÇÃO

 

Ao finalizar a Epístola aos Efésios, o apóstolo convoca a Igreja para lutar e resistir aos inevitáveis conflitos contra as forças espirituais da maldade. Nessa batalha, a fim de suportar os ataques e se manter firme na marcha contra o mal, os soldados de Cristo precisam revestir-se de toda a armadura de Deus. É o que veremos na presente lição”. Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 13, 28 Junho, 2020.

 

É interessante a abordagem desse assunto pelo autor sem citar Efésios. Chegando ao pináculo da carta aos Efésios, Paulo discorre acerca do viver cristão em meio as trevas – resulta em guerra. O ingresso na vida cristã na verdade, é um alistamento para uma guerra e o viver em Cristo, ao mesmo tempo que é um treinamento, é também uma batalha constante e precisamos ter e saber manejar as armas e equipamentos dados por Deus. Assim, Efésios 6.10-17 discorre sobre esta a batalha espiritual que o verdadeiro cristão que foi descrito nos capítulos 1 a 3, que vive a vida controlada pelo Espírito, como disposto nos capítulos de 4.1 a 6.9. Paulo encerra essa carta com uma advertência a respeito da batalha e com instruções sobre como vencê-la. A armadura necessária para combater o adversário e opor-se a ele é concedida aos santos pelo Senhor.

Aqui, o apóstolo relata, brevemente, as verdades básicas referentes à preparação espiritual necessária ao cristão, bem como as verdades referentes ao seu inimigo, sua batalha, e sua vitória. Temos também uma descrição específica das seis principais peças da armadura espiritual com a qual Deus equipa os seus filhos para que resistam e superem os ataques de Satanás.

 

I. AS ARMAS DO CRENTE

 

1. As armas. Encontramos a descrição de diversos equipamentos militares ao longo da Bíblia e o seu uso real não foi metafórico. A história de Israel, desde o chamado de Abraão, está repleta de conflitos e até aniquilação de povos. Israel, saído do Egito, não era uma nação preparada para a guerra, não possuía bons equipamentos nem treinamento militar. Israel contava somente com o auxílio do Senhor. No Novo Testamento, Paulo usa a armadura comum usada pelos soldados romanos como uma analogia para a defesa espiritual do cristão e afirma a necessidade dela caso alguém queira manter sua posição enquanto estiver sob ataque. Nosso adversário usa “ciladas”, “esquemas” (Ef 6.11), como armas de ataque, e o emprego dessa descrição carrega a ideia de inteligência, métodos astuciosos, destreza e engano. As armadilhas de Satanás são propagadas por meio do sistema do mundo ímpio sobre o qual ele governa, e são executadas pela sua legião de demônios. “Ciladas” inclui tudo, abrangendo todo pecado, prática imoral, falsa teologia, falsa religião e atração mundana. O agente destes esquemas é o diabo, referido nas Escrituras como “querubim da guarda ungido” (Ez 28.14), “o maioral dos demônios” (Lc 11.15), “o deus deste século” (2Co 4.4), e “o príncipe da potestade do ar” (Ef 2.2).

 

Encontramos esse inimigo retratado opondo-se à obra do Deus (Zc 3.1), pervertendo a Palavra de Deus (Ml 4.6), atrapalhando o servo de Deus (1Ts 2.18), impedindo o evangelho (2Co 4.4), enganando o justo (1Tm 3.7) e mantendo o mundo em seu poder (1Jo 5.19).

 

2. As estratégias do inimigo. A palavra grega traduzida por "diabo" significa "caluniador"; portanto, um inimigo maligno que maldiz os cristãos. Ele e suas forças estão sempre ativos, procurando uma oportunidade para devastar o cristão com a tentação, a perseguição e o desânimo (cf. SI 22.13; 104,21; Ez 22.25). Satanás semeia discórdia, acusa Deus para os homens, acusa os homens para Deus e acusa os homens para os homens.

Ele fará o que puder para arrancar o cristão da comunhão com Cristo e do serviço cristão (cf. Jó 1; Lc 22.3; Jo 13.27; 2Co 4.3-4; Ap 12). E ele constantemente acusa os cristãos diante do trono de Deus, tentando convencê-lo a abandoná-los (Jó 1.6-12; Ap 12.10).

 

3. O chefe de toda força do mal. A Escritura refere-se ao diabo como "querubim da guarda ungido" (Ez 28.14), "o maioral dos demônios" (Lc 11.15), "o deus deste século" (2Co 4.4), e "o príncipe da potestade do ar" (2.2). A Escritura retrata-o com opondo-se à obra do Deus (Zc 3.1), pervertendo a Palavra de Deus (Ml 4.6), atrapalhando o servo de Deus (1Ts 2.18), impedindo o evangelho (2Co 4.4), enganando o justo (ITm 3.7) e mantendo o mundo em seu poder (1 Jo 5.19).

 

Numa guerra, os exércitos inimigos empregam todos os meios para conhecer o potencial de seu opositor, para assim, planejar o combate a fim de obter a vitória. Não podemos lutar contra quem não conhecemos. Efésios 6.11,12 descreve as características desse inimigo; diz que o diabo, mesmo não sendo onipresente, onisciente e onipotente, tem seus agentes espalhados por toda parte, e esses seres caídos estão a seu serviço para guerrear contra o povo de Deus. Aqui Paulo usa um termo empregado para o combate corpo a corpo.

 

Lutar retrata trapaça e engano, como Satanás e sua legião quando atacam. Confrontar a tentação enganosa requer a verdade e a justiça. Nesta batalha, a luta “não é contra o sangue e a carne”, mas contra as “forças espirituais do mal”, designando as mais abomináveis depravações, incluindo coisas como extremas depravações sexuais, ocultismo e a adoração a Satanás. O campo de batalha localiza-se “nas regiões celestiais”, que como nos capítulos 1.3; 3.10, diz respeito a toda esfera de seres espirituais.

 

II. AS TRÊS ARMAS ESPIRITUAIS DO CRISTÃO

 

1. Palavra de Deus. - 1Pe 5.9 nos exorta a combatermos esse adversário - resisti-lhe firmes na fé. "Resisti" significa "manter-se firme contra". Uma das maneiras de resistir ao diabo não é com fórmulas especiais, ou palavras dirigidas a ele, mas permanecendo firme na fé cristã. Isso significa continuar a viver de acordo com a verdade da Palavra de Deus (2Co 10.3-5). Na medida em que conhece a sã doutrina e obedece à verdade de Deus, o cristão resiste a Satanás (Ef 6.17).

Paulo nos encoraja, ainda, afirmando que nossos irmãos experimentam sofrimentos iguais. Todos os irmãos na fé, toda a comunidade cristã, estão sempre passando por provações semelhantes causadas pelo leão rugidor que nunca deixa de tentar devorar os cristãos (cf. 1 Co 10.13). Não atoa Jesus em sua oração sacerdotal clama em Jo 17.17: Santifica-os na verdade. A ideia de santificação é separar alguma coisa para uso particular e de acordo com isso, os crentes são postos à parte para Deus e seus propósitos, de modo que fazem somente o que Deus quer e odeiam tudo o quo Deus odeia (Lv 11.44-45; 1 Pe 1.16). A santificação é realizada por meio da verdade, que é a revelação que o Filho proporcionou de tudo que o Pai lhe ordenou comunicar, e agora está contida nas Escrituras deixadas pelos apóstolos (Ef 5.26; 2Ts 2.13; Tg 1.21; 1 Pe 1.22-23). Por tanto, o estudo e a vivência em obediência à Escritura, é tanto arma de ataque quanto de defesa para o cristão!

 

2. A Oração. O cristão tem duas armas muito poderosas à sua disposição, além da palavra de Deus que penetra os lugares mais profundos e tem poder para transformar vidas. Na batalha espiritual, as palavras da Bíblia são sua espada, que lhe ajuda a derrotar os inimigos espirituais. A outra arma poderosa é a oração! Quando você ora, você dá o controle a Deus. Você já não luta sozinho. A oração coloca você junto de Deus, que tem todo o poder para derrotar o inimigo. Não é você que vai vencer a batalha, é Deus. A oração ajuda em todas as batalhas: na tentação, no sofrimento, quando você está confuso ou debaixo de ataque… Por isso, ore em todo tempo! Nada é pequeno demais nem difícil demais para Deus, mas Ele espera que você venha ter com Ele. E a oração aproxima você de Deus.

 

3. O Jejum. O jejum e a oração devem fazer parte da natureza do cristão, pois a bíblia é bem clara no tocante a estas duas práticas. Se fizermos uma análise bíblica sobre os temas, veremos que homens, mulheres, e até mesmo nações inteiras, alcançaram respostas favoráveis da parte de Deus, por terem praticado o jejum e a oração. Não é de se admirar que até o próprio Cristo praticou a combinação do jejum com a oração em seu ministério terreno. Certamente Jesus deve ser o nosso maior exemplo bíblico de prática cristã. Se Ele sentiu a necessidade de tais práticas, quem somos nós para não acatá-las. É necessário resgatar os princípios bíblicos que foram tão eficazes para aqueles que assim como nós, professaram uma fé firme e sincera no Deus Todo Poderoso, e que em nossos dias infelizmente está bastante escasso.

Creio que estamos num tempo de grandes realizações da igreja, porém estas dependem única e exclusivamente de nós nos sujeitarmos totalmente a vontade de Deus. O jejum nos quebranta. O jejum não muda Deus, mas nos muda. Ele faz com que a vontade de Deus seja feita em nós. Quando conseguimos alcançar um nível alto de quebrantamento, nós alcançamos o ponto do milagre, e a manifestação de Deus se faz presente (Is 57.15; Sl 51.17). O jejum nos deixa vulneráveis diante de Deus e Ele nos dá um cheque em branco se tivermos um coração totalmente voltado para Sua vontade (2Cr 7.14). Jejum nos deixa desapegado e disposto a largar o que for se Deus assim quiser. Quanto menos apegados estamos as coisas, mais apto estamos para tê-las, pois isso não irá nos corromper.

 

III. JESUS CRISTO: O NOSSO MAIOR MODELO

 

1. Vencendo o Diabo com a Palavra. Calçados os pés na preparação do evangelho da paz (Ef 6.15). Os soldados romanos usavam sandálias com pregos nelas para que se prendessem ao chão durante o combate. O evangelho da paz pertence às boas-novas que, por meio de Cristo, os cristãos estão em paz com Deus e ele está do lado deles (Rm 5.6-10). É essa confiança do apoio divino que permite ao cristão permanecer firme, sabendo que, uma vez que ele está em paz com Deus, Deus é a sua força (Rm 8.31,37-39); A Palavra de Deus nos sustenta!

 

O pastor John Piper sugere outra maneira que foi altamente eficaz para ele em sua jornada cristã. "Memorizar as Escrituras torna a meditação possível. Nas vezes em que você não pode ler a Bíblia, a meditação é o caminho para uma compreensão mais profunda", diz Piper. "Se você vai meditar sobre a lei do Senhor dia e noite, você precisa ter algo em sua cabeça".

 

Além disso, isso muda a forma como vemos o mundo, argumenta Piper. "Quando medito sempre nas Escrituras, isso muda minha mente de acordo com o ponto de vista de Deus em relação a tudo", ressalta. "Memorizar as Escrituras torna a Palavra de Deus mais fácil de alcançar para vencer a tentação do pecado. Porque as advertências e as promessas de Deus são a maneira como obtemos conquistas sobre as enganosas mentiras do Diabo", pontuou. "Memorizar as Escrituras me permite vencer o Diabo, batendo em sua cara com uma força na qual ele não pode resistir. Para proteger a mim e a minha família de suas investidas.

Com o que você está batendo nele?", questiona o líder. "Ele é milhões de vezes mais forte que você. Ele odeia você, seu casamento e sua família, a Igreja e Deus. Como alguém atravessa este mundo governado pelo diabo sem uma espada nas mãos?", indaga. O pastor afirma que ter as Escrituras na mente fortalece a fé, pois a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus. Além disso, nos ajuda a detectar falhas em nossas vidas de forma mais rápida e eficaz.

 

2. Vivendo em oração. Embora isto seja importante e necessário, não é o bastante. A oração nunca foi designada por Deus para eximir-nos de nossas responsabilidades e incentivar a indolência. Não basta orar para vencermos as investidas do inimigo, mas é preciso estar debaixo da obediência à Palavra.

 

3. Vivendo em jejum. Importante que se diga, o efeito do jejum não tem a ver com Deus ou o mundo espiritual, mas conosco e a nossa percepção dele, porém, essa poderosa disciplina espiritual nos afeta de forma abrangente. Em Romanos 12.1-2 Paulo faz uma associação entre sacrifício e culto e fala do corpo como um sacrifício vivo, não matando o corpo literalmente, mas fazendo morrer a natureza pecaminosa (Cl 3.5).

 

Para essa transformação é preciso uma mudança de mentalidade em três passos: refrear a carne, quebrar o molde de comportamento mundano e renovar a mente. O jejum é um grande exercício do domínio próprio, e também é um promotor tanto do sacrifício vivo quanto da contenção da carne. Não há remédio para natureza carnal, a não ser a mortificação. O jejum e o domínio próprio são ferramentas para conter a força da velha natureza e nos impedem de tentar adaptar o evangelho aos padrões da carne.

 

CONCLUSÃO

 

Não há filho de Deus que não seja tentado. Não é pecado ser tentado. Pecado é ceder à tentação. Resistir ao diabo não é aprender uma meia dúzia de gírias evangélicas. Resistir ao diabo inclui submissão a Deus, vida de oração e santificação. É renúncia ao pecado, arrependimento e consagração a Cristo Jesus!

 

Boa Aula. Amem

 

30 de abril de 2024

Os Inimigos do Cristão

 

Os Inimigos do Cristão

TEXTO ÁUREO

 

“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros” (Gl 5.25,26)

Entenda o Texto Áureo

- Todo o cristão tem a presença do Espirito Santo que habita nele (Rm 8.9; 1Co 6.19-20) como a força individual para viver de maneira a agradar a Deus. A forma do verbo grego traduzido por "andemos" indica uma ação continua, ou um estilo de vida habitual. Andar também implica progresso; quando um cristão se submete ao controle do Espirito - ou seja, responde em obediência aos verdadeiros mandamentos da Escritura — ele se desenvolve em sua vida espiritual (Ef 5.18; G 3.16). Uma nota sobre a segunda parte do versículo: Carne. Não é simplesmente o corpo físico, mas inclui a mente, a vontade e as emoções que estão todas sujeitas ao pecado. Diz respeito, de maneira geral, a nossa humanidade não redimida (Rm 7.5; 8.23; cf. v. 1 3).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Na jornada da fé há inimigos que tentam nos atrapalhar: o Diabo, a Carne e o Mundo; mas em Cristo somos mais que vencedores.

Entenda a Verdade Prática

 

Em nenhum lugar da Bíblia temos a promessa de que a pessoa que vive segundo os princípios do cristianismo tem uma vida imune a lutas e dificuldades. Pelo contrário, o texto sagrado está repleto de passagens que confirmam que o cristão, enquanto estiver vivendo na terra, estará sempre sujeito a ataques provenientes de três fontes inimigas: o mundo (Hb 12.1), a carne e o diabo.

 

LEITURA BÍBLIA EM CLASSE Romanos 6.11-14; 1 João 2.15-17

 

Romanos 6

 

11. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.

 

Assim também. Implica a importância de o seu leitor saber o que ele acabou de explicar. Sem esse fundamento, o que ele está prestes a ensinar não fará sentido. A Escritura sempre identifica o conhecimento como a base para a prática de uma pessoa (cf. Cl 3.10). considerai-vos. No original, apesar de significar, simplesmente, contar ou numerar algo, essa palavra foi mui ousada de maneira metafórica para se referir a uma certeza absoluta e sem reservas no que a mente de uma pessoa sabe ser verdadeiro — o tipo de confiança sincera que afeta as suas ações e decisões. Paulo não está se referindo aos jogos da mente, nos quais nós nos enganamos ao pensar de determinada maneira. Mais precisamente, ele está nos persuadindo a aceitar pela fé o que Deus revelou ser verdade, mortos para o pecado. Veja vs. 2-7. em Cristo. A expressão favorita de Paulo a respeito da nossa união com Cristo. Essa é sua primeira ocorrência em Romanos (Ef 1.3-14).

 

12. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;

- corpo mortal. O único depósito restante onde o pecado encontra o cristão vulnerável. O cérebro e seus processos do pensamento são parte do corpo, e assim, tentar a nossa alma com seus desejos pecaminosos (Rm 8.22-23; 1Co 15.53; 1Pe 2.9-11).

 

13. Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade, mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.

- ofereçais. Refere-se à uma decisão da vontade. Antes que o pecado possa ter poder sobre um cristão, ele deve, primeiramente, passar pela vontade dele (cf. I:p 2.12-13). os membros. As partes de seu corpo físico, lugares a partir das quais o pecado opera no cristão (Rm 7.18,22-25; cf. 12.1; 1Co 9.27). instrumentos de iniquidade. Aqueles usados para fazer o que viola a vontade e a lei santas de Deus.

 

14. Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.

- o pecado não terá domínio. O pecado deve poder exercer controle sobre o nosso corpo, pois se não fosse assim, a admoestação de Paulo seria desnecessária (v. 13). Porém, o pecado não tem de reinar nele; então, o apóstolo expressa a sua confiança de que aqueles que estão em Cristo não permitirão que isso aconteça; não estais debaixo da lei, e sim da graça. Não significa que Deus tenha abolido a sua lei moral (Rm 3.31; cf. Mt 5.17-19). A lei é boa e justa (Rm 7.12; cf. 1Tm 1.8); entretanto, como não pode ser cumprida, ela amaldiçoa. Uma vez que não pode ajudar uma pessoa a manter o padrão moral de Deus (Rm 7.7-11), ela pode apenas mostrar o padrão e, assim, repreender e censurar aqueles que deixam de cumpri-la. Mas o cristão não mais está debaixo lei como uma condição para ser aceito por Deus - uma condição impossível de cumprir e elaborada apenas para mostrar ao ser humano a sua pecaminosidade (Rm 3.19-20; cf. Gl 3.10-13) - e sim, da graça, que permite a ele cumprir, por completo, as justas exigências da lei (Rm 7.6; 8.3-4). O capítulo 7 é o comentário final de Paulo a respeito dessa expressão crucial.

 

1 João 2

 

15. Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.

 

Não ameis o mundo. Embora muitas vezes repita a importância do amor e que Deus é amor (Rm 4.7-8), João também revela que Deus odeia um determinado tipo de amor: o amor ao mundo (Jo 15.18-20). Nessa passagem, João expressa um tipo particular da quarta prova (ou seja, a prova do amor). No sentido positivo, o cristão ama a Deus e aos outros cristãos. No sentido negativo, uma ausência de amor ao mundo deve ser a característica habitual da vida de amor daqueles que são considerados genuinamente nascidos de novo. "Amor" aqui significa afeto e devoção. É Deus, e não o mundo, que deve ter o primeiro lugar na vida do cristão (Mt 10.37-39; Fp 3.20). o mundo. Não é uma referência ao mundo físico e material, mas ao sistema espiritual invisível do mal dominado por Satanás (2Co 10.3-5) e tudo o que ele oferece em oposição a Deus, à sua Palavra e ao seu povo (Rm 5.19; Jo 12.31; 1Co 1.21; 2Co 4.4; Tg 4.4; 2Pe 1.4). o amor do Pai não está nele. Ou ele é um cristão genuíno cuja marca é o amor e a obediência a Deus ou um não cristão em rebelião contra Deus, ou seja, apaixonado e escravizado pelo sistema mundano controlado por Satanás (Ef 2.1-3; Cl 1.13; Tg 4.4). Não há meio-termo entre essas duas alternativas para alguém que se diz nascido de novo. Os falsos mestres não tinham esse tipo de amor singular, mas se dedicavam à filosofia e à sabedoria do mundo, revelando, com isso, o seu amor pelo mundo e a sua condição de não salvos (cf. Mt 6.24; Lc 16.13; ITm 6.20; 2Pe 2.12-22).

16. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.

 

- tudo que há no mundo. Cf. Tg 4.4. Embora as filosofias e ideologias do mundo, assim como muitas coisas que ele oferece, possam parecer atrativas e interessantes, isso é ilusão. Sua natureza verdadeira e comum é maligna, nociva, destrutiva e satânica. Suas teorias mortais levantam-se contra o conhecimento de Deus e mantêm cativa a alma humana (2Co 10.3-5). concupiscência. Aqui, João usa o termo de maneira negativa como referência a um forte desejo por coisas más. came. O termo refere-se à natureza pecaminosa do ser humano; o ser rebelde que é dominado pelo pecado em oposição a Deus (Rm 7.15-25; 8.2-8; Gl 5.19-21). Satanás usa o sistema maligno do mundo para incitar a carne; olhos. Satanás usa os olhos corno uma via estratégica para incitar desejos incorretos (Js 7.20-21 2Sm 11.2; Mt 5.27-29). A tentação de Eva por parte de Satanás consistiu em atraí-la com algo belo na aparência, mas o resultado foi a morte espiritual (Gn 3.6, "agradável aos olhos"); a soberba da vida. A expressão tem a ideia de arrogância por causa das circunstâncias que produzem altivez ou exagero, levando a pessoa a ostentar o que possui para impressionar outras pessoas (Tg 4.16). não procede do Pai. O mundo é o inimigo do cristão porque está em rebelião e oposição a Deus, e sob o controle de Satanás (Rm 5.19; Ef 2.2; 2Co 4.4 10.3-5). As três aberturas apresentadas, se permitirem acesso ao pecado, resultam em tragédia. O cristão não somente deve rejeitar o mundo pelo que ele é , mas também pelo que ele faz.

 

17. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.

 

o mundo passa. O cristão também não deve amar o sistema satânico do mundo por causa da natureza temporária desse sistema. Ele está num processo contínuo de desintegração, seguindo para a destruição (Rm 8.18-22). aquele... que faz a vontade de Deus permanece eternamente. Em contraste com o mundo passageiro, a vontade de Deus é permanente e imutável. Aqueles que obedecem à vontade de Deus permanecem eternamente como seu povo. Enquanto Deus oferece a vida eterna aos seus filhos, a era presente está condenada (1Co 7.31; 2Co 4.18).

 

 

INTRODUÇÃO

 

A carne, o mundo e o diabos são as fontes de tentações para o homem. Estes inimigos que serão estudados a partir de agora, nos darão uma visão bem clara de suas características. Além disso, e o que é mais importante, buscar as estratégias bíblicas para a guerra da qual todo cristão está obrigado a participar. Vamos com atenção e cuidado, analisar cada um destes inimigos, e assim, poderemos vislumbrar as reais possibilidades de vitória em nossa luta contra o mundo, a carne e o diabo.

 

I. O PRIMEIRO INIMIGO DO CRISTÃO: O DIABO

 

1. O Diabo é real. A Concordância de James Strong afirma que a palavra hebraica para SATANÁS é “SATAN (H7854)” e significa “ADVERSÁRIO” e aparece 27 vezes no Antigo Testamento. Encontramos hoje muitos ensinando a inexistência de Satanás no Antigo Testamento, no entanto, podemos encontrar passagens bíblicas do Antigo Testamento que falam de Satanás como ser pessoal, tais como alguns textos de Jó (1.6-9,12; 2.1-4,6-7), de Zacarias (3.1,2) e de 1 Crônicas (21.1). Além desses textos, é preciso incluir aqui a narrativa da Serpente do Éden em Gênesis 3 (Leia Is 14.12-15; Ez 28.12-19).

 

A concepção popular de um diabo com chifres, pés de cabra, e de aparência horrível teve sua origem na mitologia pagã e não na Bíblia. De acordo com as Escrituras, Satanás era originalmente Lúcifer (literalmente, “o que leva luz”), o mais glorioso dos anjos. Mas ele, orgulhosamente, aspirou a ser “como o Altíssimo” e caiu na “condenação” (1Tm 3.6). Satanás perturba a obra de Deus (1Ts 2.18); opõe-se ao Evangelho (Mt 13.19; 2Co 4.4); domina, cega, engana e laça os ímpios (Lc 22.3; 2Co 4.4; Ap 20.7, 8; 1Tm 3.7). Ele aflige (Jo 1.12) e tenta (1Ts 3.5) os santos de Deus. Ele é descrito como presunçoso (Mt 4.4, 5); orgulhoso (1Tm 3.6); poderoso (Ef 2.2); maligno (Jo 2.4); astuto (Gn 3.1 e 2Co 11.3); enganador (Ef 6.11); feroz e cruel (1Pe 5.8).

 

2. A descrição de Satanás. Em Ezequiel 28.12-14, o Senhor levou Ezequiel a dirigir ao rei como aquele que receberia o castigo divino, mas claramente o poder por trás dele era Satanás. Essa frase deve ser associada a Satanás como tendo sido perfeito em beleza angélica antes que se rebelasse contra Deus.

Porém, ela também pode estar associada à "perfeição" do mesmo contexto do empreendimento de Tiro, mais elevada em sua área de atuação comercial no mundo antigo, gloriosa em seus empreendimentos marítimos (27.21 e como uma cidade distribuidora de coroas (ls 23.8), ou seja, "perfeita" como Jerusalém também é dita ser (16.14; Lm 2.15). O texto ainda afirma a sabedoria de Satanás como um anjos à sabedoria de Tiro (habilidade) para os negócios (cf. 27.8-9; 28.1- 28.13 Estavas no Éden. Isso pode se referir a Satanás no jardim do Éden (Gn 3.1-15). Também retrata a riqueza que Satanás possuía (Gn 2.12).

 

É mais provável que Satanás tivesse toda essa riqueza e beleza, sabedoria e perfeição quando da sua criação, do que esse rei terreno no seu nascimento. Ele foi o querubim... ungido, isso diz respeito a Satanás em seu exaltado privilégio como um anjo guardião (ou seja, alguém que cobre) do trono de Deus, como um querubim que guardava o Éden (Gn 3.24). Originalmente, Satanás tinha acesso livre e permanente à gloriosa presença de Deus. Foi estabelecido pela soberana permissão de Deus, no monte santo. Um alto privilégio está em vista, seja referindo-se a Satanás que se acha na presença de Deus em seu reino ou ao monarca de Tiro, descrito numa analogia pitoresca, assim como a Assíria pode ser descrita como sendo um cedro do Líbano (Ez 31.3) para transmitir a imagem de alguém que está numa posição elevada.

 

O versículo 15 afirma: “Perfeito eras nos teus caminhos”, esse versículo não pode ser perfeitamente aplicado ao rei de Tiro, mas é exato a respeito de Satanás antes de sua queda em pecado, até que se achou iniquidade em ti. O pecado do orgulho de Satanás (Is 14.14; 1Tm 3.6) está em vista aqui.

 

- “O mais próximo que a Bíblia chega de descrever a aparência de Satanás e os demônios é em 2 Coríntios 11:14: “o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” Os versículos ao redor referem-se aos servos humanos de Satanás disfarçando-se de "apóstolos de Cristo" e "servos da justiça". No contexto, essas descrições estão se referindo a falsos mestres. Mas o princípio certamente se aplica aos demônios também. Um problema - e é um grande problema - ao tentar descrever como Satanás e os demônios se parecem é que eles são espíritos.

Os espíritos são, por definição, não físicos e é impossível atribuir características físicas a uma entidade não física. Como seres espirituais, os demônios não têm nariz, olhos, mãos, pés, cauda ou qualquer outra coisa que possamos procurar ao esboçar uma descrição. Essa é uma razão pela qual a Bíblia nunca descreve a aparência de Satanás. Mesmo a descrição do “anjo de luz” em 2 Coríntios 11:14 não pretende ser um esboço de sua aparência; antes, significa enfatizar a natureza enganosa de Satanás. O diabo quer que acreditemos que ele é a verdade, quando na realidade ele é a mentira. Agora que estabelecemos que Satanás é um anjo, um ser espiritual, sem nenhuma semelhança física que possa ser apreendida por nossos sentidos, podemos fazer algumas suposições. Se Satanás decidir fazer uma aparição física - se ele se manifestar a nós visivelmente - ele o fará de maneira enganosa. O retrato comum da cultura pop de Satanás como uma besta de aparência assustadora e parecida com uma cabra com chifres não é encontrado na Bíblia. Antes de sua rebelião contra Deus, Satanás era um ser lindo e glorioso (veja Ezequiel 28:12–15).

 

Como Satanás “se parece” agora é um mistério. Com base em 2 Coríntios 11:14, porém, podemos ter certeza de uma coisa: Satanás engana as pessoas fazendo-as pensar que ele é um anjo de luz. Satanás se revelando como o ser mau e assassino que realmente é seria, na verdade, contraproducente. A maioria das pessoas não seguiria o maníaco odioso e malicioso das representações convencionais. Assim como o pecado geralmente parece atraente no início - só mais tarde revelando que leva à morte - Satanás tentaria nos enganar aparecendo como algo diferente do mal. O mesmo é provavelmente verdadeiro para os demônios. Como se parecem os demônios? Ninguém na Bíblia jamais chegou a ver um fora das visões divinas de Micaías e João; Micaías não forneceu detalhes visuais, e João, usando simbolismo apocalíptico, escreveu sobre espíritos “semelhantes a rãs” (veja 1 Reis 22:21–22 e Apocalipse 16:13). Se os demônios assumissem uma forma visível, eles escolheriam o que quer que aumentasse seu engano. Como anjos caídos, os demônios são seres inteligentes e poderosos. E eles são guiados por talvez a mais poderosa das criaturas (Judas 1:9), Satanás, cujo exemplo seguem. Os demônios aparecendo como os seres malignos que realmente são impediria sua missão de engano e tentação. Qual é a aparência de Satanás? Como os demônios se parecem? Não há como saber com certeza. Se aparecessem a nós hoje, eles fariam um baile de máscaras. A decepção sempre usa uma máscara. Satanás e os demônios tentam se apresentar como servos, guias e “luz” para as pessoas. Mas, não se engane, “o ladrão vem somente para roubar, matar e destruir” (João 10:10). Não importa o que Satanás gostaria que pensássemos sobre ele, sabemos a verdade: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8). E sabemos o seu fim: “E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos” (Apocalipse 12:9).” https://www.gotquestions.org/Portugues/Satanas-demonios-parece.html.

 

3. A identidade do Inimigo. A serpente em Gênesis capítulo 3 era Satanás. Satanás ou estava aparecendo como uma serpente, ou possuindo o corpo da serpente, ou enganando Adão e Eva ao levá-los a acreditar que era a serpente que estava falando com eles. Serpentes/cobras não possuem a capacidade de falar. Apocalipse 12.9 e 20.2 ambos descrevem Satanás como uma serpente. "Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos" (Ap 20.2). "E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos" (Ap 12.9)."Diabo" vem do verbo grego que significa "difamar" ou "acusar falsamente". Ele é mentiroso e maligno (Jo 8.44; 1Jo 3.8). Suas acusações contra os crentes (v. 10) não são bem-sucedidas por causa de Cristo, o nosso Advogado (1Jo 2.1). Satanás, que significa "adversário" ou "inimigo", aparece especialmente em Jó e nos Evangelhos. Sedutor de todo o mundo. Assim como fez durante toda a história da humanidade, Satanás também seduzirá pessoas durante a tribulação (cf. Ap 13.14; 20.3; Jo 8.44). Após ser solto temporariamente do poço do abismo no final do milênio, ele retomará por um breve tempo suas atividades sedutoras (Ap 20.8,10). O acusador. Satanás não mais acusará os crentes diante do trono de Deus porque não terá mais acesso ao céu. Satanás se tornou o governante deste mundo que funciona longe de Deus, e o príncipe das potestades do ar (Jo 12.31; 2Co 4.4; Ef 2.2). Ele é um acusador (Ap 12.10), um tentador (Mt 4.3; 1Ts 3.5) e um enganador (Gn 3; 2Co 4.4; Ap 20.3). Seu próprio nome significa adversário ou “o que se opõe”.

 

II. O SEGUNDO INIMIGO DO CRISTÃO: A CARNE

 

1. Conceito bíblico de carne. Carne no Antigo Testamento designa:

 

 (1) uma parte particular do corpo do homem e dos animais (Gn 2.21; 41.2; Sl 102.5);

(2) todo o corpo (Sl 16.9);

 

(3) todos os seres vivos tendo carne, e particularmente a humanidade como um todo (Gn 6.12-13);

 

(4) mutabilidade e fraqueza (2Cr 32.8; compare com Is 31.3; Sl 78.39). Como sugerindo a ideia de maciez, ela é usada na expressão “coração de carne” (Ez 11.19). A expressão “minha carne e osso” (Jz 9.2; Is 58.7) significa relacionamento.

 

2. A Carne no Novo Testamento. A palavra grega para "carne" no Novo Testamento é sarx, um termo que pode muitas vezes nas Escrituras referir-se ao corpo físico. No entanto, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature (léxico grego-inglês) descreve a palavra desta forma: "o corpo físico que funciona como uma entidade; no pensamento de Paulo especialmente, todas as partes do corpo constituem uma totalidade conhecida como carne, a qual é dominada pelo pecado a tal ponto que onde quer que a carne esteja, todas as formas de pecado estão igualmente presentes e nenhuma coisa boa pode viver." A Bíblia deixa claro que a humanidade não começou assim.

 

O livro de Gênesis diz que a humanidade foi criada originalmente boa e perfeita: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.... Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gênesis 1:26-27). Porque Deus é perfeito, e porque um efeito sempre representa a sua causa em essência [isto é, um Deus totalmente bom só pode criar coisas boas, ou como Jesus disse: "Uma árvore boa não pode dar maus frutos" (Mateus 7:18)], Adão e Eva foram criados bons e sem pecado. Entretanto, quando Adão e Eva pecaram, sua natureza foi corrompida e repassada aos seus descendentes: "Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete" (Gênesis 5:3, ênfase adicionada).

 

O fato da natureza pecaminosa é ensinado em muitos lugares na Escritura, como a declaração de Davi: "Eis que eu nasci em iniquidade, e em pecado me concedeu minha mãe" (Salmo 51:5). Davi não quer dizer que foi o produto de um caso de adultério, mas que seus pais passaram uma natureza pecaminosa para ele.

Na teologia, isso é às vezes chamado da visão "traduciana" (do termo latino que significa "de um ramo") da natureza humana. A visão traduciana é que a alma de uma pessoa é criada através de seus pais, com a criança herdando a sua natureza pecaminosa no processo. A visão bíblica da natureza humana difere da filosofia grega em que a Escritura diz que a natureza física e espiritual da humanidade era originalmente boa. Por outro lado, filósofos como Platão viram um dualismo ou dicotomia na humanidade.

 

Tal pensamento eventualmente produziu uma teoria de que o corpo (o físico) era ruim, mas o espírito de uma pessoa era bom. Este ensinamento influenciou grupos como os gnósticos, os quais acreditavam que o mundo físico foi erroneamente criado por um semi-deus chamado de "Demiurgo". Os gnósticos se opuseram à doutrina da encarnação de Cristo porque acreditavam que Deus nunca tomaria uma forma física, já que o corpo era mal. O apóstolo João encontrou uma forma de este ensino em seus dias e advertiu contra ele: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.

 

Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é de Deus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que havia de vir; e agora já está no mundo" (1 João 4:1-3). Além disso, os gnósticos ensinavam que não importava o que uma pessoa fazia em seu corpo, uma vez que o espírito era tudo que importava. Este dualismo platônico teve o mesmo efeito no século primeiro como tem hoje - leva ao ascetismo ou à licenciosidade, ambos os quais a Bíblia condena (Colossenses 2:23; Judas 4).

 

Assim, ao contrário do pensamento grego, a Bíblia diz que a natureza da humanidade, tanto no plano físico quanto no espiritual, era boa, mas ambos foram prejudicados pelo pecado. O resultado final do pecado é uma natureza muitas vezes mencionada como a "carne" na Escritura - algo que se opõe a Deus e busca a satisfação pecaminosa. O pastor Mark Bubek define a carne desta forma: "A carne é uma lei embutida para o fracasso, o que torna impossível que o homem natural agrade ou sirva a Deus. É uma força interior compulsiva herdada da queda do homem, a qual se expressa em rebelião geral e específica contra Deus e Sua justiça.

A carne nunca pode ser reformada ou melhorada. A única esperança para escapar da lei da carne é a sua execução total e substituição por uma nova vida no Senhor Jesus Cristo." Continue lendo em: https://www.gotquestions.org/Portugues/a-carne.html.

 

3. A perspectiva doutrinária da palavra carne.  Viver segundo a natureza físico-material a fim de satisfazer os impulsos que parecem ao próprio ser humano. A dualidade do bem e do mal, nas regiões celestiais, no mundo, nas dimensões espirituais e até mesmo em cada ser humano é uma grande realidade. Para obtermos a vitória devemos estar em contato com o Espírito do Deus vivo, sendo esse o único meio de obter a santidade nessa luta. E devemos ainda lançar mão de vários outros meios como o: "Estudo das Escrituras, a oração e a meditação, mas tais coisas desacompanhadas do poder pessoal do Espírito Santo, nunca conseguirão propiciar-nos a vitória sobre o pecado". As obras da carne são claramente definidas, sendo tão bem conhecidas como são os diversos aspectos do fruto do Espírito. Sendo esse o caso, todos deveriam facilmente tomar consciência do que deve ser evitado e do que deve ser cultivado. Não é mister nenhuma pesquisa elaborada para que fique demonstrado o que significa cumprir as concupiscências da carne. Continue lendo em: https://auxilioebd.blogspot.com/2017/01/licao-3-o-perigo-das-obras-da-carne_12.html.

 

III. O TERCEIRO INIMIGO DO CRISTÃO: O MUNDO

 

1. Perspectivas bíblicas da palavra “mundo”. Na Bíblia, o termo ""mundo"" pode ser entendido de várias maneiras: Mundo físico: Refere-se à criação material, incluindo a terra, os céus, os animais e a natureza em geral. Mundo humano: Refere-se à humanidade como um todo, incluindo todas as pessoas que habitam a terra. o estudarmos o tema mundo, é muito importante que entendamos os vários usos dessa palavra na Bíblia. Há, pelo menos, três usos principais.

 

1.O universo: - Este é o mundo bonito criado por Deus – “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe” (At 17.24). “O Verbo (Jesus) estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele” (Jo 1.10).

 

2.Todos os seres humanos: - Sendo o homem a parte mais importante do universo, a palavra “mundo” é mais usada para significar “a humanidade”. Foi este mundo de homens e mulheres de carne e sangue que “Deus amou” (Jo 3.16) e para o qual “enviou seu filho” … “para que o mundo creia…” (Jo 17.21).

 

3. O mundo em oposição a Deus: - O mundo que Deus criou para refletir a Sua glória está em rebelião contra Deus; pelo pecado de um só homem, o pecado entrou no mundo com as suas consequências desastrosas. Agora é um mundo desordenado – confuso – e licencioso que jaz no Maligno (1Jo 5.19). Por causa disso, no Novo Testamento, frequentemente a palavra mundo (kosmos) tem um significado sinistro. É dito que Paulo recebeu uma revelação especial a respeito da Igreja, enquanto o evangelista João recebeu uma revelação especial a respeito da natureza do mundo. Kosmos é uma palavra peculiar de João, que a emprega 105 vezes nos seus escritos.

“Mundo

 

Este é o termo costumeiro usado na tradução do termo grego kósmos em todas as ocorrências nas Escrituras Gregas Cristãs, exceto em 1 Pedro 3:3, onde é vertido “adorno”. “Mundo” pode significar (1) a humanidade como um todo, à parte da sua condição moral ou modo de vida, (2) a estrutura das circunstâncias humanas em que a pessoa nasce e em que vive (e, neste sentido, é às vezes bastante similar ao termo grego aión, “sistema mundial”), ou (3) as massas da humanidade à parte dos servos aprovados de Deus.

 

A King James Version (Versão Rei Jaime) usa a palavra “world” (“mundo”) não só para traduzir kósmos, mas também mais três palavras gregas, em algumas das suas traduções destas (ge; aión; oikouméne) e cinco diferentes palavras hebraicas (’érets; hhédhel; hhéledh; ‛ohlám; tevél). Isto resulta numa mistura ofuscante e confusa de sentidos, que torna difícil obter o entendimento correto dos textos envolvidos. Traduções posteriores serviram para elucidar consideravelmente esta confusão.

 

A palavra hebraica ’érets e a grega ge (da qual derivam as palavras “geografia” e “geologia”) significam “terra; chão; solo” (Gên 6:4; Núm 1:1; Mt 2:6; 5:5; 10:29; 13:5), embora, em alguns casos, talvez representem em sentido figurado as pessoas da terra, como no Salmo 66:4 e em Apocalipse 13:3. Tanto ‛ohlám (hebr.) como aión (gr.) se relacionam basicamente com um período de duração indefinida. (Gên 6:3; 17:13; Lu 1:70) Aión pode também significar o “sistema mundial” que caracteriza determinado período, era ou época. (Gál 1:4) Hhéledh (hebr.) tem um sentido algo similar e pode ser traduzido por termos tais como “duração da vida” e “sistema de coisas”. (Jó 11:17; Sal 17:14) Oikouméne (gr.) significa “terra habitada” (Lu 21:26), e tevél (hebr.) pode ser traduzido por “solo produtivo”. (2Sa 22:16) Hhédhel (hebr.) ocorre apenas em Isaías 38:11, e na versão Almeida é traduzido por “mundo” na expressão “moradores do mundo”. The Interpreter’s Dictionary of the Bible (O Dicionário Bíblico do Intérprete; editado por G. Buttrick, 1962, Vol. 4, p. 874) sugere a tradução “habitantes de (o mundo de) cessação”, salientando que a maioria dos peritos são a favor do texto de alguns manuscritos hebraicos em que ocorre hhéledh em lugar de hhédhel. A visão nessa tradução reza “habitantes da [terra da] cessação”.” https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/09/significado-da-palavra-mundo-na-biblia.html#google_vignette.

2. Três níveis de vícios infames. As concupiscências da carne, dos olhos e a soberba da vida são níveis de vícios infames que todo cristão encontrará diante de sua jornada:

 

a) A concupiscência da carne. A cobiça da carne. A concupiscência da carne é a falta de domínio sobre os desejos carnais. As pessoas que se entregam à cobiça da carne tornam-se escravas de pecados, como por exemplo, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias (Gl 5.19,20). Porém, “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (Gl 5.24). O cristão deve ter domínio sobre a natureza humana, caída e pecaminosa. Algumas pessoas atribuem suas condutas imorais somente à ação de Satanás, mas o apóstolo Tiago deixa bem claro que elas cometem pecados motivadas pelos próprios pecados: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1.14).

 

b) A concupiscência dos olhos. A cobiça dos olhos. Os olhos são considerados as janelas da alma. Se controlados e conduzidos pelos interesses individuais e egoístas, podem levar o ser humano a uma cobiça desenfreada e ao afastamento da vontade de Deus. A Bíblia narra alguns episódios de pessoas que, devido à cobiça dos olhos, atraíram para si resultados desastrosos. Observe:

 

a) Adão e Eva. A narrativa da criação apresenta a entrada do pecado no mundo tendo sua origem na cobiça dos olhos. A ambição dos olhos conduziu à desobediência (Gn 3.6,7);

b) Acã. Durante a conquista liderada por Josué, Acã avista entre os despojos de guerra uma linda capa babilônica, vindo a cobiçá-la e tomá-la para si. Toda a comunidade foi prejudicada (Js 7.20,21);

 

c) Davi. Quando estava em um lugar que não deveria estar, vê uma formosa mulher (casada) tomando banho. Ele a cobiça, comete adultério e depois um assassinato (2Sm 11.1-4). Esses exemplos têm-se repetido na vida de muitas pessoas que não estão atentas ao risco da cobiça dos olhos.

 

c) A soberba da vida.  Pessoas famosas acabam influenciando outras, em especial a juventude. Jovens também querem, a todo custo, fama, dinheiro e prestígio. Aquele que não tem o temor de Deus busca a ostentação pretensiosa a qualquer preço, se precisar renuncia à prática da honestidade, da integridade para buscar “poder” e “glamour”. O mundo consumista da atualidade, que valoriza o ter em detrimento do ser, tem grande influência no comportamento das pessoas. Mas o maior e melhor modelo a ser seguido é Jesus, que mesmo sendo Deus, viveu neste mundo e jamais pecou, tendo uma vida simples e humilde, amando e indo ao auxílio das pessoas desfavorecidas (Fp 2.6-11).

 

3. Vencendo o mundo.  1 João 5.4–5 diz: “porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?”. Por “vencer o mundo”, João não está dizendo conquistar as pessoas deste mundo, ganhando batalhas de poder acima de nossos colegas, ou dominando o próximo.

 

Nem estaria João dizendo que nos retiramos do mundo, como os monges ou as pessoas Amish (grupo religioso anabatista) tendem a fazer, estabelecendo suas próprias comunidades. O cristão é chamado a lutar neste mundo, ainda que não seja deste mundo. Fugir do mundo seria como o soldado evitar ser ferido, fugindo do campo de batalha.

 

A fuga não é vitória. Vencer também não quer dizer santificar tudo do mundo por Cristo. Algumas partes do mundo poderão ser redimidas por Cristo, mas as atividades pecaminosas não podem ser santificadas. Para João, vencer significa lutar pela fé contra o fluxo deste mundo presente e mau. Quer dizer subir acima do pensamento desse mundo e seus costumes pecaminosos.

Significa perseverar na liberdade em Cristo, longe da escravidão mundana. Significa lutar por aliança com Deus e não com o mundo. Quer dizer encontrar a liberdade somente em Cristo e no seu serviço, de modo que cantemos com o salmista: Sou, ó Senhor, teu servo, atado, mas livre, filho de tua serva, cujas correntes tu quebraste. Redimido pela graça, renderei como sinal de minha gratidão, meu constante louvor a ti. Significa ser levantado acima das circunstâncias deste mundo, para que, como Paulo, aprendamos a viver contentes em toda situação em que nos encontramos, sabedores de que todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28).

 

Significa ancorar nossa vida em Cristo e nas coisas eternas, em vez de neste mundo e nas coisas temporais — viver por Cristo, acima das ameaças e subornos e piadas do mundo. Significa seguir o Senhor como Calebe (Nm 14.24) no meio de gente que só faz reclamações. Significa permanecer em paz quando amigos ou colegas de trabalho nos desprezam por servirmos ao Senhor. Vencer o mundo pela fé significa viver uma vida de negar a si mesmo. Uma vida de autonegação, muitas vezes, significa que morreremos muitas mortes agora, enquanto servimos a Deus neste mundo.

 

Vencer o mundo pela fé significa suportar pacientemente todas as perseguições que o mundo lança contra nós. Spurgeon advertiu: “Vença o mundo suportando pacientemente toda a perseguição que vier em seu caminho. Não fique zangado; não desanime. A zombaria não quebra os ossos; se por acaso tiver algum osso quebrado por amor de Cristo, este será o osso mais honrado de todo seu corpo”. “Nós cristãos devemos considerar como grande alegria o sermos perseguidos por amor de Cristo”. Texto extraído e adaptado do livro: Lutando contra Satanás, págs. 133 a 135, escrito por Joel R. Beeke. Editora Fiel.

 

CONCLUSÃO

 

Estudamos um pouco sobre nossos três inimigos. Destes três, a maioria de nós acredita ser o diabo o maior. No entanto, gostaria de contrapor esse pensamento. Pedro fala de Satanás como o nosso “inimigo” e um “leão que ruge” (1 Pedro 5.8), e Paulo escreve sobre nossa batalha contra as “forças espirituais” (Efésios 6.12), mas quando Adão nos colocou em rebelião contra Deus, sua desculpa de que “o diabo me fez fazer isso” não colou. Adão e Eva deixaram de se deleitar em Deus. Claro, havia um inimigo externo, mas foi a fé deles, sua vida interior, que foi mais importante, levando-os à queda. Se quisermos saber quem é o pior inimigo (aquele que poderia nos destruir eternamente, se não fosse a graça sustentadora de Deus), então temos de olhar no espelho.

 

Fazer isso não será fácil; será desconfortável. Mas uma boa olhada em nossas próprias almas e no pecado que habita em nós pode identificar este câncer enquanto há tempo. E, se isto acontecer, podemos louvar a Deus por termos o evangelho para nossa cura.

 

Susana Wesley, mãe de John e Charles Wesley, dois grandes pregadores e escritores de hino, descreveu o pecado e a carne desta forma: "Tudo que enfraquece o seu raciocínio, prejudica a ternura de sua consciência, obscurece o seu sentido de Deus ou tira o seu prazer por coisas espirituais, em suma - se qualquer coisa aumenta a autoridade e o poder da carne sobre o Espírito, isso para você se torna pecado independentemente de quão bom seja em si." Um dos objetivos da vida cristã é a vitória do Espírito sobre a carne e uma mudança de vida que se manifesta na vida justa diante de Deus. Embora a luta seja muito real (o que a Bíblia deixa claro), os cristãos têm a garantia de Deus de que Ele vai eventualmente dar vitória sobre a carne. "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1.6).

 

AMEM BOA AULA

FONTE: https://auxilioebd.blogspot.com