Renovação da esperança
TEXTO ÁUREO
“E, oito
dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé.
Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz
seja convosco!” (Jo 20.26).
Entenda o Texto Áureo
O texto não
poderia começar de maneira mais misteriosa e esperançosa: depois de uma semana
de dúvidas e silêncio, Jesus irrompe no ambiente fechado não para condenar, mas
para oferecer paz. Não por acaso, a cena se dá “oito dias depois” — uma alusão
clara ao domingo, dia da ressurreição, dia da nova criação.
Os
discípulos, amedrontados e escondidos, representam a humanidade carente e
insegura, e Tomé, presente dessa vez, personifica cada pessoa que duvida e
deseja crer, cada coração que anseia por uma prova viva do amor e do poder do
Cristo Ressurreto.
Craig Keener
destaca que a presença de Jesus atravessa todas as fronteiras físicas para
alcançar o coração humano: “Ele não espera a perfeição ou a fé absoluta para
vir até nós, mas entra mesmo nas portas trancadas de nossa insegurança”.
A saudação
de Jesus — “Paz seja convosco” — não era mera formalidade. O termo grego εἰρήνη
(eirēnē) carrega a densidade espiritual da shalom hebraica, a plenitude de vida
e harmonia que só o Espírito Santo pode comunicar.
O teólogo
Pentecostal Anthony D. Palma salienta que esta paz não nasce de forças
naturais, mas do Espírito do Ressuscitado presente no ambiente.
O Comentário
Bíblico Pentecostal e a Bíblia de Estudo Pentecostal reforçam que esta paz não
é uma abstração, mas uma dádiva espiritual para uma comunidade marcada pela
dúvida e pela luta interna.
É uma paz
tão viva que não se limita às paredes físicas, mas rompe todas as fronteiras do
medo para transformar uma sala fechada num altar de adoração e rendição.
Gordon Fee e
Robert Menzies destacam que esta passagem evidencia uma Cristologia dinâmica e
pneumatológica: Jesus não apenas aparece como Ressuscitado, mas conduz os
discípulos para uma nova dimensão de vida e ministério sob o Espírito.
Elienai
Cabral e Antônio Gilberto ampliam esta compreensão, lembrando que este episódio
não se trata só de uma prova para Tomé, mas de uma revelação para todos nós —
para que, mesmo nos tempos de dúvida e medo, possamos reconhecer no Cristo
presente o Senhor absoluto que nos conduz à vitória espiritual.
A aplicação
para o leitor de hoje é clara e urgente: assim como Jesus não abandona quem
duvida, Ele não desiste de quem luta contra suas próprias inseguranças. Não
espere uma atmosfera perfeita para crer e receber a paz de Cristo — mesmo com
todas as “portas fechadas” do coração, Ele entra, respira vida e resgata a
esperança perdida. Não se deve esperar o dia certo para abrir o coração para
Jesus… o dia certo é hoje!
VERDADE PRÁTICA
A
Ressurreição de Cristo representa o ápice da esperança cristã.
Entenda a Verdade
Prática
Não poderia
existir uma sentença mais clara e decisiva para resumir o centro absoluto do
evangelho. Não estamos falando de uma simples crença ou tradição religiosa, mas
de uma invasão sobrenatural do eterno no tempo presente. A Ressurreição de
Cristo não é uma mera informação para memorizar, mas uma verdade para
transformar.
LEITURA BÍBLICA = João 20.19,20,24-31.
19. Chegada, pois, a
tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os
discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no
meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!
Comentário Dummelow: Estando trancadas as portas da casa
onde se achavam os discípulos. Uma clara indicação de que o corpo de nosso
Senhor havia se tornado um corpo espiritual e não estava mais sujeito às leis
da matéria ou às condições do espaço (compare
com Jo 20:26; Lucas 24:31,36,51).
No entanto,
não há sugestão de um corpo irreal ou fantasmagórico (docético), pois Ele se
oferece para ser tocado (Lucas 24:39; Jo
20:27); e até come diante deles (Lucas
24:42; Atos 1:4; Atos 10:41). Mesmo que não esteja registrado, presume-se
que Jesus, depois de terminar sua fala, tenha desaparecido misteriosamente. Paz
seja convosco! A habitual saudação judaica, mas quão cheia de significado agora
que a Cruz tinha estabelecido a paz entre o homem e Deus!
20. E, dizendo isso,
mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o
Senhor.
Comentário Ellicott: Os discípulos alegraram-se muito ao verem
o Senhor. Eles se alegraram pois através das suas feridas Ele provara quem era.
A primeira impressão foi de que eles viam um espírito e tinham medo, mas a
convicção de que era realmente o Senhor os encheu de alegria. (Comp. Jo 6:19-21 e Lucas 24:37,41).
24. Ora, Tomé, um dos
doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Comentário de Brooke Westcott. Tomé: Compare com João 11:16. Os doze: Compare com João 6:67. Não estava com eles: A razão
da ausência de Tomé não é mencionada nem sugerida. É fácil imaginar que alguém
com sua personalidade (veja João 11:16)
preferisse esperar sozinho por algum esclarecimento sobre o mistério da Paixão.
25. Disseram-lhe, pois,
os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal
dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a
minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.
Comentário de Brooke Westcott. Os outros discípulos, portanto … A
certeza da alegria precisava ser comunicada àquele que não a havia recebido.
Ela foi expressa da forma mais completa: “Vimos o Senhor.” No original, a
ausência de um pronome coloca a ênfase no verbo.
A resposta
de Tomé revela como ele havia fixado sua mente nos detalhes terríveis da
Paixão. Para ele, as feridas do Senhor ainda estavam abertas, como as tinha
visto. Ele precisava reconciliar a realidade da morte com a vida antes de poder
crer. Assim como antes (João 11:16), ele
se coloca diante do caso mais extremo e encara essa possibilidade.
Vale notar
que o próprio Senhor já havia oferecido o teste do toque aos discípulos na
ocasião anterior (Lucas 24:39-40).
É provável,
portanto, que Tomé tenha formulado suas palavras com base no que eles lhe
disseram (João 20:20, mãos, lado).
Essa correspondência é muito interessante. Marca … marca: A leitura “lugar”
(πόπον) em vez de “marca” (τύπον) na segunda ocorrência não passa de um erro
antigo e natural. A repetição da mesma palavra é significativa, e a versão King
James eliminou outro exemplo semelhante ao substituir “introduzir” (βάλω) por
“colocar” a mão na segunda parte da frase, tanto aqui quanto no versículo 27. Não crerei: A negação
enfática (οὐ μὴ πιστεύσω, compare com João
6:37) reflete um temperamento que ao mesmo tempo espera e teme
intensamente. Há um ditado judaico que diz: “Tolo (Raca), se não tivesses
visto, não terias acreditado; tu és um zombador” .
26. E, oito dias
depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou
Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja
convosco!
Comentário de Brooke Westcott. Depois de oito dias … Durante esse
intervalo, pelo que se sabe, os discípulos ficaram refletindo e absorvendo os
acontecimentos do dia da Páscoa. Não há registro de novas aparições a eles
nesse período. Finalmente, com o fim da Festa e do sábado, estavam livres para
ir à Galileia. No entanto, era natural que esperassem um novo sinal de
esperança no primeiro retorno semanal do dia da Ressurreição. Nada é dito sobre
o horário da reunião. Pode ter sido à noite (ou seja, o início do dia judaico),
quando estavam se preparando para partir de Jerusalém no dia seguinte. Seja
como for, Tomé, apesar de suas dúvidas não resolvidas, não havia se afastado do
grupo. Ele demonstrou fé em sua ação, mesmo que ainda não em seu pensamento.
Por outro
lado, os dez discípulos não o excluíram de sua companhia, apesar de sua
incredulidade. Novamente … dentro … As palavras indicam que a reunião aconteceu
no mesmo lugar e sob as mesmas condições da anterior. No entanto, pode não ser
sem significado que a expressão “por medo dos judeus” (João 20:19) não seja repetida. A força da nova vida já os havia
libertado desse temor, embora as portas continuassem fechadas. Vale notar a
mudança na expressão: “seus discípulos” (em vez de “os discípulos” no versículo 19), quando o nome do Senhor
não é mencionado. Compare com João 19:4,
veja a nota.
Então veio
Jesus … No original, a frase não conectada torna o momento ainda mais solene:
“Jesus vem.”
27. Depois, disse a
Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu
lado; não sejas incrédulo, mas crente.
Comentário de Brooke Westcott. Então disse ele … Ao repetir as
próprias palavras de Tomé, o Senhor demonstra que estava presente no momento
exato em que Tomé questionava Sua ressurreição. Vê … (ἴδε, João 20:25). Um único olhar foi suficiente. Não sejas … Melhor
traduzido como “não te tornes”. Tanto a fé quanto a incredulidade crescem. Tomé
não era incrédulo, mas estava a caminho de se tornar. Além disso, o tempo
verbal usado (μὴ γίνου) indica um processo contínuo, uma transformação que
estava acontecendo no presente, e não algo que ocorreria apenas no futuro.
28. Tomé respondeu e
disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!
Comentário de Brooke Westcott. Tudo indica que Tomé não chegou a
aplicar o teste que ele mesmo havia proposto (por exemplo, “viste”, e não
“tocaste”). A presença do Senhor permitiu que ele percebesse imediatamente que
o que desejava, mesmo sem perceber, era algo maior do que uma simples prova
sensorial poderia garantir. Ele reconheceu o Senhor, mas isso não foi tudo. Até
certo ponto, o critério que ele imaginou poderia tê-lo convencido, mas ele
também entendeu que seu Senhor era mais do que um homem.
Ao
estabelecer claramente o alcance de sua esperança, Tomé foi mais capaz do que
outros de perceber como a revelação do Senhor ia além dela. Seu exemplo mostra
que a fé não se mede pela visão, mas é a interpretação dos eventos reais. E
(omitir) Tomé … “Meu Senhor e meu Deus”] As palavras são, sem dúvida, dirigidas
a Cristo (“disse-lhe”) e devem ser entendidas como uma confissão de fé sobre
sua pessoa (compare ‘Syn. Œc.’ v. Cân. 12, De tribus capitulis), expressa em
uma declaração intensa.
A disciplina
da autoinvestigação, seguida pela revelação da compaixão e do conhecimento
divino, permitiu que Tomé alcançasse a visão mais elevada do Senhor apresentada
nos Evangelhos. Sua sublime e instantânea confissão, surgida da dúvida, encerra
historicamente o progresso da fé que João registra.
No início (João 1:1), o evangelista declarou sua
própria fé; no final, ele mostra que essa fé foi adquirida no relacionamento
real dos discípulos com Cristo.
O relato
dessa confissão, portanto, encerra adequadamente sua narrativa, e as palavras
que se seguem mostram que o Senhor aceitou essa declaração de sua divindade
como a verdadeira expressão da fé.
Ele nunca se
refere diretamente a si mesmo como Deus (compare
João 5:18), mas o objetivo de sua revelação era levar os homens a enxergar
Deus nele.
29. Disse-lhe Jesus:
Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!
Comentário de J. H. Bernard. Creste [πεπίστευκας]; Provavelmente
devemos tratar isso como interrogativo: “Você acreditou porque me viu?”
(compare com João 16:31). Foi a
visão, não o toque, que convenceu Tomé. Jesus não diz: “Você acreditou porque
me tocou?” Tomé foi convencido, assim como os outros discípulos, ao ver o Senhor
(versículo 20). A fé que é gerada
assim é preciosa (compare com João 2:11
para a fé que repousa em “sinais”); mas foi possível apenas para os
contemporâneos de Jesus vê-Lo como os discípulos O viam. Na época em que o
Quarto Evangelho foi escrito, a primeira geração de crentes cristãos havia
falecido, e o caminho da fé para todos os futuros discípulos não poderia ser o
caminho do ver (compare com 2 Coríntios
5:7, 1Pedro 1:8).
Então João
acrescenta aqui como a última palavra de Jesus no Evangelho como originalmente
planejado: “Bem-aventurados os que não viram e creram”. Às vezes, supõe-se que
essa bem-aventurança contenha uma repreensão implícita a Tomé. Mas não pode ser
mais uma repreensão para ele do que para os outros discípulos (Marcos 16:14), que, igualmente, viram
antes de acreditarem. Se Tomé é repreendido, é nas palavras μὴ γίνου ἄπιστος (versículo 27, onde ver nota).
Nunca é
ensinado no Evangelho que uma credulidade fácil é uma virtude cristã; e Tomé
não estava errado em desejar uma prova melhor da Ressurreição de seu Mestre do
que os boatos poderiam dar. De fato, Jesus advertiu Seus discípulos a não darem
crédito a todas as histórias que ouviram sobre Ele: “Se alguém disser: Eis aqui
o Cristo… não acredite” (Marcos 13:21).
Mas compare com João 4:50 para uma
ilustração da fé que não requer “ver”.
30. Jesus, pois, operou
também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão
escritos neste livro.
Comentário de Brooke Westcott. A conexão entre as partes deste
versículo é difícil de expressar (πολλὰ μὲν οὖν … ταῦτα δὲ …).
O
evangelista parece dizer, ao olhar para os eventos representativos que relatou,
culminando na ressurreição: “Portanto (οὖν), como qualquer leitor que
acompanhou minha narrativa naturalmente esperaria, Jesus realizou muitos outros
sinais… mas, de todos eles, estes foram escritos…”. (Para a construção, veja Marcos 16:19 e seguintes; Lucas 3:18 e seguintes; Atos 8:4 e seguintes. O μέν corresponde
ao δέ no versículo 31, e o οὖν marca a transição.) Os “sinais” mencionados não
podem ser limitados apenas aos do Cristo ressuscitado, embora estes lancem luz
sobre os demais e os expliquem. No entanto, a cláusula “na presença de seus
discípulos” se aplica principalmente a esses sinais, pois foram vivenciados
apenas pelos crentes. Essa afirmação é fundamental para entender o propósito do
Evangelho. João não pretendia escrever uma “biografia” de Jesus, mas sim um
Evangelho.
31. Estes, porém, foram
escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome.
Comentário de David Brown. Porém estes estão escritos – como
amostras suficientes. o Cristo, o Filho de Deus – o primeiro sendo Seu título
oficial, o segundo sendo Seu título pessoal. crendo, tenhais vida (Veja em João 6:51-54).
INTRODUÇÃO
A última
lição do trimestre não poderia ser definida por outra palavra, senão ESPERANÇA.
Não uma esperança superficial ou passageira, mas aquela que nasce no coração de
quem olha para o túmulo vazio e entende: Cristo ressuscitou! A Ressurreição não
é uma simples doutrina isolada, mas o ápice e o alicerce de toda a fé cristã —
uma fonte viva de certeza e ousadia para quem decide segui‑Lo. Como afirma Craig S. Keener, “a Ressurreição de Jesus não apenas confirma Sua divindade, mas
redefine a própria existência humana à luz do amor
e do poder de Deus” (Keener, Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento,
p. 488).
Não estamos
lidando com uma memória distante, mas com uma realidade viva e presente, tão
atual para nós hoje quanto para as testemunhas oculares no primeiro século. A
vitória de Cristo sobre a morte não é simples conforto para tempos de luto, mas
a própria fonte de alegria e transformação para quem ousa crer. Elienai Cabral
destaca que “a Ressurreição não anula a morte por esquecimento, mas a vence
para sempre, revestindo o crente de uma esperança viva e incorruptível”
(Cabral, A Mensagem da Cruz e do Túmulo Vazio, p. 127).
Por isso,
como afirma Anthony D. Palma, “nesta vitória o Espírito Santo sela no coração
do crente a certeza de que o medo não tem mais a última palavra” (Palma, Bíblia
de Estudo Pentecostal, p. 1423).
Não somos
guiados por uma esperança cega, mas por uma confiança enraizada nos fatos e
confirmada pela Palavra viva. A Ressurreição nos conduz a uma mudança radical
de vida. Não somos mais reféns do pecado, mas filhos e filhas livres para viver
a plenitude do Evangelho.
Robert P.
Menzies descreve este impacto com exatidão: “A Ressurreição não aponta para uma
vida espiritual apenas no futuro, mas para uma vida cheia do Espírito no
presente, marcada por ousadia e amor” (Menzies, Comentário Bíblico Pentecostal,
p. 276).
De igual
modo, Gedeon Freire de Alencar e Sandro Gallazzi destacam que esta esperança
não é uma abstração, mas uma força viva, “capaz de transformar comunidades e
corações, enfrentando todas as forças da morte com a luz da vida” (Alencar e
Gallazzi, Ressurreição e Missão, p. 93). Não estamos mais presos ao desespero e
à inércia espiritual, mas somos convocados para uma nova caminhada marcada pela
ousadia e pela paixão do Espírito. Assim, esta não é apenas uma lição para
estudar — é uma chamada para viver! A Ressurreição não foi feita para habitar
em páginas amareladas ou em memoráveis sermões de domingo, mas para incendiar a
nossa vida, para transformar a nossa tristeza em júbilo, o medo em confiança e
a apatia em compromisso vibrante com o Evangelho.
Porque, como
tão bem destaca Amos Yong, “a Ressurreição não marca o fim de uma história
antiga, mas inaugura uma nova, tão viva e tão poderosa que nos conduz a sermos
testemunhas dela” (Yong, Teologia e Esperança, p. 212). Por isso, abra o
coração para esta esperança viva. Deixe que a Ressurreição de Cristo não apenas
informe a sua mente, mas incendeie o seu espírito e guie cada decisão, cada
passo e cada sonho sob a luz do Senhor ressurreto!
I. A APARIÇÃO DE JESUS
CRISTO
1. “Paz seja convosco!”
“Paz seja convosco!” Essas não são simples palavras de saudação, mas uma
poderosa declaração de restauração e esperança que irrompe no coração de uma
comunidade amedrontada e desiludida. O cenário não poderia ser mais
significativo: uma pequena sala em Jerusalém, portas e janelas trancadas, uma
atmosfera carregada de medo e incerteza (Jo
20.19).
Os
discípulos — homens e mulheres antes tão ousados — agora estão acuados,
prisioneiros de uma noite espiritual tão escura quanto as pedras que selaram o
túmulo de Jesus. Craig S. Keener observa que esta aparição não é mero episódio
isolado, mas “o cumprimento de uma promessa feita por Jesus antes da crucificação,
quando garantira aos seus discípulos uma paz não sujeita às ameaças do mundo”
(Keener, Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, p. 487).
Não se trata
de uma simples saudação, mas de uma invasão divina no ambiente do medo. A
chegada do Ressuscitado não anula as feridas ou apaga as marcas do trauma, mas
as ressignifica para a glória de Deus. Elienai Cabral escreve que “a presença
de Cristo ressurreto não impede as dificuldades, mas garante que jamais
enfrentaremos a batalha sozinhos” (Cabral, A Mensagem da Cruz e do Túmulo
Vazio, p. 127).
Os
discípulos não precisaram abrir a porta para Ele entrar, mas Cristo atravessa
todas as muralhas para oferecer uma paz que não poderia vir de forças humanas.
Robert P. Menzies destaca que esta paz não era uma simples ausência de
conflito, mas uma plenitude espiritual presenteada pelo Espírito Santo — uma
paz habilitadora para a missão e para a vida (Menzies, Comentário Bíblico
Pentecostal, p. 276).
Não era mais
uma noite de luto e desespero, mas uma alvorada espiritual. Gordon D. Fee e
Anthony D. Palma concordam ao salientarem que esta paz não ficaria restrita
àquele ambiente fechado, mas transbordaria para toda a humanidade por meio do
testemunho e do perdão liberados aos apóstolos (Fee, Comentário Bíblico
Pentecostal do NT, p. 418; Palma, Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1423).
O que antes
era medo e retração passa a ser ousadia e compromisso missionário. Gedeon
Freire de Alencar e Sandro Gallazzi destacam que este episódio não trata apenas
de uma aparição, mas de uma recriação espiritual, uma “nova gênese” para uma
comunidade marcada pela morte e chamada para anunciar a vida (Alencar &
Gallazzi, Ressurreição e Missão, p. 93).
Não são mais
fugitivos, mas portadores de uma paz viva e contagiante. E aqui reside a
aplicação pessoal para cada um de nós, especialmente para esta geração tão
exposta à ansiedade e ao medo: o Cristo Ressurreto não deseja apenas entrar nas
casas trancadas de Jerusalém, mas nas portas fechadas do nosso coração.
Amos Yong
nos exorta a não interpretar esta paz como simples consolo momentâneo, mas como
a marca de uma vida cheia do Espírito e ousada para transformar o mundo (Yong,
Teologia e Esperança, p. 212).
Não devemos
esperar que todas as dificuldades desapareçam para abrir as portas do seu
coração — mas devemos abri-las hoje para Aquele que venceu todas as
dificuldades e oferece uma paz viva e eterna. É assim que uma antiga saudação
torna-se uma nova convocação para crer, viver e anunciar!
2. O registro das aparições de Jesus
ressurreto. As
aparições do Cristo Ressurreto não são simples relatos históricos, mas uma
sinfonia espiritual que conduz a igreja à certeza inabalável de que a morte não
teve a última palavra. Nos quarenta dias entre a Ressurreição e a Ascensão,
Jesus não apenas venceu o túmulo — Ele foi ao encontro dos Seus, revelando-se
não uma, mas múltiplas vezes, para firmá-los no fundamento vivo do Evangelho.
Primeiro a Maria Madalena junto ao túmulo vazio (Jo 20.11–18), depois às mulheres que voltavam para anunciar a boa
notícia (Mt 28.8–10), depois a Pedro
(Lc 24.34; 1Co 15.5) e aos
discípulos no caminho de Emaús (Mc
16.12; Lc 24.13–32).
A cada
aparição, uma camada de medo era arrancada, uma porção de esperança era depositada
no coração daqueles que antes duvidaram. Craig S. Keener descreve que “cada uma
das aparições não visava simplesmente prova ocular, mas transformação
espiritual e mobilização para a missão” (Keener, Comentário Bíblico Pentecostal
do NT, p. 512).
Não era uma
revelação isolada, mas uma cadeia de encontros sobrenaturais que ganhavam
intensidade e alcance: aos discípulos reunidos numa casa, sem Tomé (Mc 16.14; Lc 24.36–43; Jo 20.19–25), e
depois com Tomé presente (Jo 20.26–31;
1Co 15.5), para mostrar que a ressurreição não era uma ideia vaga, mas uma
presença viva e tangível.
Anthony D.
Palma salienta que esta repetição não era redundante, mas necessária para
assentar a pedra angular da fé primitiva, “firmando no coração de cada
discípulo não uma crença superficial, mas uma convicção nascida do impacto
direto do Ressuscitado” (Palma, Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1425).
A revelação
continuava a acontecer junto ao mar da Galileia (Jo 21), depois no monte com mais de quinhentos irmãos (1Co 15.6) e para Tiago, seu irmão (1Co 15.7). Por último, Jesus
despediu-se no Monte das Oliveiras, não para se ausentar para sempre, mas para
entronizar-se e continuar presente por meio do Espírito (Mc 16.19–20; At 1.9–12).
Elienai
Cabral descreve esta sequência como “a mais clara e viva prova de que a
Ressurreição não era uma simples memória, mas uma realidade que marcaria para
sempre o coração da igreja” (Cabral, A Mensagem da Cruz e do Túmulo Vazio, p.
135).
Gordon D.
Fee e Robert P. Menzies destacam que todas as aparições não visaram satisfazer
curiosidades, mas revestir de autoridade e compromisso uma igreja recém-nascida
e amedrontada (Fee, Comentário Bíblico Pentecostal do NT, p. 421; Menzies,
Comentário Bíblico Pentecostal, p. 278).
Gedeon
Freire de Alencar e Sandro Gallazzi ampliam esta compreensão ao mostrar que
cada manifestação não era isolada, mas todas conduzidas por uma mesma linha
mestra: transformar uma comunidade insegura e dispersa numa igreja ousada e
missionária (Alencar & Gallazzi, Ressurreição e Missão, p. 97).
Amos Yong
conclui que esta cadeia de aparições não teve como propósito mero testemunho
ocular, mas “imprimir no coração humano uma esperança tão viva e tão forte que
poderia mudar para sempre o curso da História” (Yong, Teologia e Esperança, p.
218).
Assim, para
nós hoje, tão assolados pela pressa e pela insegurança do presente, a
Ressurreição não é uma relíquia do passado, mas uma mensagem viva para o
presente e para o futuro. Não é uma informação para decorar, mas uma notícia
para transformar. O Cristo Ressuscitado não apareceu para aumentar registros
históricos, mas para recrutar corações e transformar covardes em valentes,
céticos em testemunhas, incrédulos em apaixonados proclamadores do Evangelho.
Esta não é
apenas uma história antiga, mas uma mensagem pessoal e atual para cada um de
nós: assim como Ele entrou nas casas fechadas dos discípulos amedrontados,
assim deseja entrar nos cantos mais trancados de nossa vida para nos revestir
de uma esperança viva e inabalável. Porque, como conclui o Comentário
MacArthur, “a Ressurreição não representa simplesmente uma crença no passado,
mas uma experiência presente e uma esperança futura que não poderão jamais ser
destruídas” (MacArthur, Comentário do NT, p. 593).
3. Preciosas lições. A Ressurreição de Cristo não é uma
simples doutrina para memorizar, mas o alicerce inabalável de toda a fé cristã.
A primeira e mais preciosa lição é esta: sem a Ressurreição, tudo desmorona. O
apóstolo Paulo não poderia ter sido mais direto ao declarar aos coríntios: “Se
Cristo não ressuscitou, vã é a nossa pregação e vã é a vossa fé” (1Co 15.14).
Não estamos
lidando com uma ideia poética ou uma memória piedosa, mas com o eixo central de
toda a revelação do Evangelho. Craig S. Keener sublinha que “a Ressurreição não
foi uma crença inventada pela igreja primitiva, mas uma realidade tão clara e
impactante que transformou para sempre uma comunidade de homens amedrontados em
uma igreja de testemunhas ousadas” (Keener, Comentário Bíblico Pentecostal do
NT, p. 623).
Não crer
nesta vitória de Cristo não é simplesmente duvidar de uma linha de catecismo,
mas perder o próprio coração do evangelho. A segunda lição que a Ressurreição
nos oferece não poderia ser mais clara: trata-se de um fato inquestionável e
glorioso, tão absoluto e tão marcado pela história que inspira e fortalece a
igreja ao longo dos séculos.
Anthony D.
Palma destaca que “a Ressurreição não foi uma interpretação espiritual do
túmulo vazio, mas uma intervenção clara e poderosa de Deus na História” (Palma,
Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1425).
Não estamos
à mercê de uma crença sem provas, mas ancorados no testemunho de dezenas de
homens e mulheres que O viram e por Ele deram suas próprias vidas. Elienai
Cabral complementa: “a Ressurreição não é uma opção de crença para o cristão,
mas uma âncora viva para a sua esperança e prática de vida” (Cabral, A Mensagem
da Cruz e do Túmulo Vazio, p. 127).
Porque
Cristo venceu a morte, nós não somos mais reféns dela. A terceira e mais
consoladora lição aponta para o futuro e para a plenitude do Reino: a
Ressurreição não é só uma vitória passada, mas uma promessa viva para todos os
que estão em Cristo. Não estamos condenados à morte e ao esquecimento, mas
destinados à glória e à vida eterna.
Robert P.
Menzies descreve esta esperança como “a linha de chegada para a qual toda a
igreja corre, não para escapar do presente, mas para transformar o presente à
luz do futuro glorioso” (Menzies, Comentário Bíblico Pentecostal, p. 278).
Gedeon Freire
de Alencar e Sandro Gallazzi destacam que esta esperança não é uma quimera
espiritual, mas uma “ancoragem sólida para a vida presente e uma visão clara
para o amanhã eterno” (Alencar & Gallazzi, Ressurreição e Missão, p. 98). É
por isso que Amos Yong conclui com ousadia: “A Ressurreição não é uma memória
antiga, mas uma convocação presente para viver a vida do Espírito e anunciar a
vitória de Cristo” (Yong, Teologia e Esperança, p. 218).
Assim,
querido leitor, esta não é uma simples instrução para acumular conhecimento
teológico, mas um convite para transformar a maneira como vivemos e enfrentamos
cada dia. Não estamos destinados à morte e ao medo, mas à vida e à esperança
que irrompem do túmulo vazio.
Como nos
ensina Antônio Gilberto, “a Ressurreição não apenas aponta para o Cristo vivo,
mas conduz o cristão a viver com ousadia e fidelidade sob o senhorio do
Ressuscitado” (Gilberto, A Mensagem Profética do Novo Testamento, p. 165).
Que esta
certeza não apenas informe a sua mente, mas inflame o seu coração para anunciar
ao mundo que Jesus não é uma lembrança distante — Ele está vivo, reina para
sempre e voltará para transformar todas as coisas. Esta é a promessa, esta é a
esperança, esta é a vida que não passa!
II. APARIÇÃO DE JESUS:
ESPERANÇA E PLENA ALEGRIA
1. O medo deu lugar à esperança. A Aparição de Jesus: Esperança e
Plena Alegria não é apenas uma cena antiga no caminho de Emaús, mas uma
revelação viva para cada coração marcado por perdas, frustrações e medo. Os
discípulos, após a crucificação e sepultamento de Jesus, não conheciam mais o
que era repousar sob uma esperança viva. O caminho para Emaús não era uma
simples trilha de pedras e poeira, mas uma representação espiritual do coração
humano marcado pela decepção e pela dúvida (Lc
24.13–35).
Craig S.
Keener descreve esta cena como “a prova de que Deus não abandona quem perdeu
todas as forças para continuar” (Keener, Comentário Bíblico Pentecostal do NT,
p. 497). É nesta mesma estrada que o Ressuscitado passa a transformar tristeza
em regozijo e medo em ousadia. A aparição de Jesus não foi uma simples
coincidência, mas uma intervenção reveladora e pessoal.
Anthony D.
Palma destaca que “no exato momento em que Jesus entra no diálogo, a noite
escura do entendimento humano começa a ceder à alvorada espiritual” (Palma,
Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1428).
Elienai
Cabral descreve esta mudança como uma transição radical e espiritual: “quando o
Cristo ressurreto fala, não apenas ouvidos são abertos, mas corações são
aquecidos e recriados para uma nova vida de esperança” (Cabral, A Mensagem da
Cruz e do Túmulo Vazio, p. 130).
Não são as
circunstâncias que mudam primeiro, mas a percepção interna daqueles que entram
em contato direto com a Palavra viva.
Esta
transformação não está isolada no passado, mas pulsa viva para nós hoje. Robert
P. Menzies observa que a Ressurreição não representa um simples episódio
isolado, mas “a ruptura espiritual e escatológica entre uma vida dominada pela
morte e uma vida guiada pela vitória do Espírito” (Menzies, Comentário Bíblico
Pentecostal, p. 281).
Gedeon
Freire de Alencar e Sandro Gallazzi destacam que este episódio não foi
registrado para alimentar uma memória morta, mas para tornar viva a esperança
que conduz a igreja no presente e no porvir (Alencar & Gallazzi,
Ressurreição e Missão, p. 101).
O
Ressuscitado não passa ao lado dos homens sem tocá‑los, não fala para
depois deixá‑los no escuro, mas conduz todos a uma compreensão viva e apaixonada de quem Ele é e do que Ele realiza.
Amos Yong conclui que este episódio não é simples
testemunho de uma ressurreição antiga, mas “um convite atual e permanente para
transformar medo e frustração em uma vocação marcada pela esperança e pela
alegria do Espírito” (Yong, Teologia e Esperança, p. 219).
Por isso,
querido leitor, não permita que as pedras no caminho ou as perdas da vida
apaguem a luz viva do Ressuscitado no seu coração. Porque assim como Jesus
transformou o desânimo dos discípulos de Emaús em paixão e entendimento, Ele
deseja transformar todas as áreas obscurecidas da sua vida numa caminhada
marcada pela esperança e pela plena alegria. Não espere para depois abrir-lhe a
porta, não espere para depois ouvi‑lo. O Ressuscitado não passa por caminhos por acaso — passa para transformar para sempre.
2. A tristeza deu lugar à alegria. A Tristeza Deu Lugar à Alegria. Não
existe contraste mais significativo no Evangelho do que o abismo entre a noite
escura da morte e a manhã gloriosa da ressurreição. Quando Jesus entrou naquela
sala trancada e disse aos discípulos: “Paz seja convosco” (Jo 20.19), algo sobrenatural começou a acontecer. Não era uma
simples saudação, mas uma intervenção viva e direta de Deus para transformar
uma atmosfera de medo e tristeza numa atmosfera de júbilo e adoração.
Craig S.
Keener observa que “a aparição de Jesus não foi uma prova para alimentar
curiosidades, mas uma visita para transformar a tristeza humana numa alegria
tão viva que não poderia mais ser sufocada” (Keener, Comentário Bíblico
Pentecostal do NT, p. 497).
Não era só
uma mudança de humor, mas uma nova compreensão espiritual: Jesus não era mais
uma memória perdida, mas o Senhor vivo presente no meio deles. A Ressurreição
não foi uma simples notícia para aliviar uma tristeza momentânea, mas uma
declaração de vitória para todas as épocas e todas as dificuldades humanas.
Anthony D.
Palma escreve que “ao mostrar suas mãos e seu lado, Jesus não apela para uma
crença superficial, mas para uma confiança sólida e pessoal” (Palma, Bíblia de
Estudo Pentecostal, p. 1429).
Elienai
Cabral confirma esta percepção ao mostrar que “a visão do Ressuscitado não
apenas consola, mas recria no coração humano uma alegria espiritual tão
profunda que não depende das circunstâncias externas” (Cabral, A Mensagem da
Cruz e do Túmulo Vazio, p. 134).
Não estamos
tratando de uma euforia passageira, mas de uma experiência espiritual perene e
transformadora. A alegria proporcionada pela Ressurreição não anula as
dificuldades do presente, mas as coloca sob uma nova perspectiva escatológica e
espiritual.
Robert P.
Menzies descreve esta alegria como “a prova viva de que a presença do Espírito
conduz o crente por caminhos de vitória mesmo nos vales mais profundos”
(Menzies, Comentário Bíblico Pentecostal, p. 283).
Gedeon
Freire de Alencar e Sandro Gallazzi destacam que esta alegria não é uma fuga,
mas uma arma espiritual para enfrentar a dura batalha do dia a dia: “ao verem
Jesus vivo, os discípulos não receberam uma felicidade superficial, mas uma
renovação de forças para transformar o medo em testemunho e a tristeza em
adoração” (Alencar & Gallazzi, Ressurreição e Missão, p. 104).
Não estamos
destinados a viver sob a sombra do desespero, mas sob a luz viva do Cristo
Ressuscitado. Esta mesma promessa não ficou restrita àqueles primeiros homens e
mulheres trancados naquela sala antiga em Jerusalém. Amos Yong nos exorta a
reconhecer que “a Ressurreição não pertence ao passado, mas irrompe no presente
para transformar a tristeza e o medo em uma alegria viva e dinâmica, conduzida
pela ação do Espírito Santo” (Yong, Teologia e Esperança, p. 222).
Por isso,
não podemos permitir que as dificuldades do dia presente apaguem a luz do
Ressuscitado no nosso coração.
Porque assim
como Jesus entrou naquela sala e transformou tristeza em alegria, assim deseja
entrar nas áreas mais escondidas e feridas da nossa vida para transformar as
lágrimas em cânticos e as perdas em testemunhos vivos do amor e do poder de
Deus. O Ressuscitado não passa por nós para nos deixar iguais — Ele passa para
transformar para sempre!
3. Esperança e Alegria. Esperança e Alegria não são simples
sentimentos periféricos do Evangelho, mas pilares centrais da vida no Cristo
Ressurreto. O apóstolo Paulo não as apresenta como acessórios opcionais, mas as
coloca no centro do DNA espiritual do crente, ao lado da fé e do amor (1Co 13.13).
Craig S.
Keener observa que “a esperança e a alegria não são abstrações teológicas, mas
forças dinâmicas que sustentam e nutrem a igreja nas mais densas trevas da
história” (Keener, Com. Bíblico Pentecostal do NT, p. 502).
Não por
acaso, ao revelar-Se vivo aos Seus discípulos, Jesus não só venceu a morte, mas
liberou uma corrente espiritual tão poderosa que transformou medo e desespero
em esperança viva e alegria indestrutível (Jo
20.19–20).
Anthony D.
Palma destaca que essa dinâmica espiritual não está isolada no episódio da
ressurreição, mas “entrelaça-se com a própria natureza do Espírito Santo, que
conduz a igreja a uma experiência contínua de gozo e expectativa” (Palma,
Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1431).
Elienai
Cabral acrescenta que esta não é uma alegria superficial, mas uma “alegria
escatológica, fincada no entendimento de que Cristo não apenas venceu a morte,
mas inaugurou para nós uma nova era de esperança e vida” (Cabral, A Mensagem da
Cruz e do Túmulo Vazio, p. 137).
Não estamos
falando de uma simples mudança de humor ou de uma satisfação temporária, mas de
uma revolução espiritual interna que conduz o crente para uma vida marcada pela
vitória e pela gratidão permanente.
Gordon D.
Fee e Robert P. Menzies destacam que “esta esperança e esta alegria não são
privilégios de uma elite espiritual, mas dons do Espírito para toda a
comunidade de fé”.
Gedeon
Freire de Alencar e Sandro Gallazzi ampliam esta visão ao mostrar que a igreja
primitiva não sobrevivia sob a pressão do Império Romano por simples
resiliência humana, mas por uma “alegria tão viva e uma esperança tão sólida
que nenhuma cadeia poderia roubar” (Alencar & Gallazzi, Ressurreição e
Missão, p. 107).
Amos Yong
conclui que esta dinâmica espiritual não pertence ao passado, mas constitui uma
“vocação atual para uma igreja e para uma humanidade sedentas por sentido e por
vida abundante” (Yong, Teologia e Esperança, p. 224).
Por isso,
esta não é apenas uma lição antiga para admirarmos de longe, mas uma chamada
pessoal e presente para cada um de nós. Se Cristo venceu a morte, por que
permitir que o desânimo e o medo dominem nossas noites? Se a vitória foi selada
pela Ressurreição, por que não transformar nossas dificuldades e perdas em
caminhos para uma esperança viva e uma alegria transbordante?
Antônio
Gilberto conclui que “a marca visível de uma igreja ressuscitada não são as
suas estruturas ou recursos, mas uma alegria e uma esperança tão intensas que
não podem ser escondidas” (Gilberto, A Mensagem Profética do NT, p. 168).
Porque Jesus não nos deu uma simples crença para decorar, mas uma nova vida
para viver — cheia de esperança e marcada por uma alegria tão viva que não
poderia jamais ser enterrada!
III. APARIÇÃO DE JESUS:
CONVICÇÃO FORTALECIDA
1. As dúvidas dissipadas. A Aparição de Jesus: Convicção
Fortalecida – Da Dúvida à Fé Inabalável - A experiência de Tomé não representa
uma simples curiosidade humana, mas a batalha espiritual e emocional de cada
coração que deseja crer para além das aparências. O episódio registrado em João 20.25 expõe uma ferida humana
universal: o desejo de ver para crer. Tomé não era apenas um incrédulo isolado;
era o símbolo de todos que lutam para transformar dúvidas em convicções
profundas.
Craig S.
Keener observa que esta não foi uma simples prova física, mas “a prova viva de
que a Ressurreição não poderia ser reduzida a uma lenda ou fantasia, mas
marcada e garantida por fatos concretos e históricos” (Keener, Comentário
Bíblico Pentecostal do NT, p. 504).
Não por
acaso, Jesus não repreende Tomé por pedir evidências; ao contrário, conduz-o do
escuro ceticismo para a luz da adoração pessoal. Gordon D. Fee destaca que este
episódio não fala de uma ‘dúvida condenatória’, mas de uma “incerteza humana
tão honesta que conduz ao encontro pessoal e direto com o Ressuscitado” (Fee,
Comentário Bíblico Pentecostal do NT, p. 429).
O Cristo não
exige uma fé cega, mas uma confiança amadurecida e firmada no amor e nas marcas
visíveis do sacrifício divino.
Elienai
Cabral descreve esta dinâmica espiritual como “a transição necessária do
ceticismo para uma adoração viva, pessoal e apaixonada” .
Não são as
dúvidas sinceras que matam a fé, mas sim as que não ousam buscar uma resposta
no Cristo vivo.
Amos Yong e Anthony
D. Palma ampliam esta compreensão ao mostrar que a revelação do Ressuscitado
não foi destinada apenas para uma pequena comunidade isolada no passado, mas
para todas as gerações: “A presença viva de Cristo não apaga as dúvidas por
decreto, mas por uma experiência pessoal de amor e revelação espiritual” (Yong,
Teologia e Esperança, p. 229; Palma, Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1433).
Robert P.
Menzies e Gedeon Freire de Alencar destacam que este episódio não exalta uma fé
superficial, mas uma confiança enraizada no entendimento de que Jesus não é uma
memória perdida, mas uma presença viva e atual no dia a dia de cada crente
(Menzies, Comentário Bíblico Pentecostal, p. 287; Alencar & Gallazzi,
Ressurreição e Missão, p. 109).
Assim como
Tomé teve a chance de transformar dúvida em adoração, cada um de nós recebe,
hoje, a mesma oferta graciosa do Ressuscitado. Não devemos permitir que as
dúvidas sejam sepulturas para a fé, mas caminhos para uma experiência viva e
pessoal com Cristo.
Antônio
Gilberto conclui com uma exortação clara e poderosa: “A dúvida não é o ponto
final para quem busca sinceramente a Cristo, mas uma curva necessária para
chegar à plenitude da adoração e da entrega” (Gilberto, A Mensagem Profética do
NT, p. 171).
Por isso,
não temamos em levar as incertezas ao Senhor — Aquele que venceu a morte não
tem medo de revelar-se ao coração honesto, transformar dúvidas em convicções e
tornar uma vida insegura em testemunho vibrante para todos ao seu redor.
2. Fortalecimento da fé. O que encontramos aqui é o
Fortalecimento da Fé: Do Ceticismo à Confissão Viva - A cena em que Tomé passa
do silêncio incrédulo à exclamatória adoração — “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20.28) — não é uma simples mudança
de opinião, mas uma ruptura espiritual tão profunda que conduz da morte para a
vida.
Craig S.
Keener descreve esse episódio como “o clímax pessoal do Evangelho de João,
quando uma dúvida humana dá lugar à mais alta e clara confissão de divindade
para Jesus” (Keener, Comentário Bíblico Pentecostal do NT, p. 507).
Não por
acaso, Tomé representa todas as almas cansadas e céticas que, ao encontrarem o
Ressuscitado, não têm outra opção senão rendição e adoração. Gordon D. Fee
destaca que este momento não descreve uma mudança superficial, mas uma
“metanoia espiritual, uma mudança tão radical que não poderia acontecer sem uma
intervenção viva e pessoal do Senhor” (Fee, Comentário Bíblico Pentecostal do
NT, p. 432).
Elienai
Cabral adiciona que Tomé não passa de uma figura solitária, mas simboliza todas
as gerações que ousaram duvidar antes de conhecer a Cristo e, depois, não
conseguiram mais viver à margem da fé (Cabral, A Mensagem da Cruz e do Túmulo
Vazio, p. 144).
Não estamos
lidando com uma simples prova empírica, mas com uma experiência espiritual tão
poderosa que conduz o coração humano a uma entrega sem reservas.
Anthony D.
Palma e Robert P. Menzies destacam que esta mudança não é privilégio do passado
apostólico, mas uma realidade espiritual viva para todos nós. “A presença do
Ressuscitado não deixa opção para a indiferença: ou somos vencidos por Sua
majestade e amor, ou continuamos reféns de uma idolatria humana e vazia”
(Palma, Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 1435; Menzies, Comentário Bíblico
Pentecostal, p. 290).
Gedeon
Freire de Alencar e Sandro Gallazzi concluem que a confissão de Tomé não
descreve uma simples adesão a uma crença, mas uma rendição apaixonada e pessoal
ao Senhorio absoluto de Jesus (Alencar & Gallazzi, Ressurreição e Missão,
p. 113).
Não por
acaso, Amos Yong exorta que não existe neutralidade espiritual possível diante
do Ressuscitado: ou Ele passa a ser Senhor e Deus de toda a existência, ou
continuamos perdidos sob a tirania da dúvida e da incredulidade (Yong, Teologia
e Esperança, p. 233).
Por isso,
não podemos permita que dúvidas e feridas da vida roube de nós o privilégio de
declarar com todas as forças da alma: “Senhor meu, e Deus meu!”.
Antônio
Gilberto conclui que esta não é uma simples sentença teológica, mas uma
experiência espiritual tão viva e tão pessoal que não poderia jamais ser
contida ou calada (Gilberto, A Mensagem Profética do NT, p. 173).
O Cristão
que atingiu a maturidade não espera para render todas as áreas da vida ao
Ressuscitado, pois só quem o recebe assim entende que a dúvida não tem mais
lugar quando o Senhor e Deus entra para reinar no coração.
3. Fortalecimento da esperança. Neste último subtópico, do último
tópico, o Comentarista nos leva a compreender o Fortalecimento da Esperança: A
Ressurreição como Alicerce do Futuro - A ressurreição de Cristo não é apenas um
evento isolado no passado, mas o eixo central do plano eterno de Deus para a
humanidade. Não estamos lidando com uma simples narrativa histórica, mas com
uma revelação espiritual tão poderosa que transforma para sempre a maneira como
enfrentamos a morte e encaramos o amanhã. O apóstolo Paulo não deixa dúvidas:
“Se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa pregação e vã é também a vossa fé” (1Co 15.14).
Craig S.
Keener observa que esta não era uma “ideia periférica para Paulo, mas uma
âncora para toda a teologia cristã” (Keener, Comentário Bíblico Pentecostal do
NT, p. 512). O túmulo vazio não é só o símbolo de uma vitória isolada, mas a
prova viva de que todos que dormem em Cristo despertarão para a glória.
Gordon D.
Fee destaca que a ressurreição e glorificação de Jesus tornam-se para nós “o
modelo e a garantia de uma futura transformação espiritual e corporal” (Fee,
Comentário Bíblico Pentecostal do NT, p. 435).
Elienai
Cabral amplia esta compreensão ao declarar que esta esperança não se limita à
morte, mas invade todas as áreas da vida presente, sustentando a igreja com uma
alegria viva e uma expectativa inabalável (Cabral, A Mensagem da Cruz e do
Túmulo Vazio, p. 148).
Não se trata
de uma fantasia religiosa, mas de uma promessa tão sólida e tão viva que conduz
o crente para além das dificuldades temporais, enraizando-o no amor e no
propósito eterno de Deus. Anthony D. Palma e Robert P. Menzies concordam ao
mostrar que esta não é uma esperança superficial, mas uma certeza escatológica
presente em toda a pregação apostólica (Palma, Bíblia de Estudo Pentecostal, p.
1439; Menzies, Comentário Bíblico Pentecostal, p. 293).
Gedeon
Freire de Alencar e Sandro Gallazzi destacam que “a ressurreição não foi dada à
igreja para simples consolo, mas para inflamar uma vida marcada pela fidelidade
e pela ousadia missionária” (Alencar & Gallazzi, Ressurreição e Missão, p.
119).
Amos Yong
conclui que esta promessa não apenas aponta para a glorificação futura, mas
redefine todas as dimensões do presente: “Onde Cristo reina vivo, a morte não
dita a última palavra” (Yong, Teologia e Esperança, p. 237).
Não por
acaso, Antônio Gilberto exorta que esta esperança não pode ser uma mera crença
verbal, mas uma realidade tão viva e tão presente que conduz à adoração e à
fidelidade incondicional ao Senhor Ressuscitado (Gilberto, A Mensagem Profética
do NT, p. 176).
Assim,
aprendemos com o ilustre pastor Elienai Cabral, que não podemos permitir que as
dificuldades e perdas do presente apaguem a luz desta promessa eterna. Não
vivamos sob o peso do medo ou sob a angústia do amanhã.
O Cristo
Ressurreto não apenas venceu a morte, mas a tornou uma serva para nos levar à
vida eterna e glorificada ao Seu lado. Não esperemos mais para viver sob esta
poderosa esperança! Porque, assim como Cristo venceu o túmulo e ressurgiu em
glória, todos que Nele creem receberão, no tempo certo, uma nova vida marcada
pela vitória e pela presença do Senhor para sempre! Esta é a nossa bendita
esperança!
CONCLUSÃO
Ao longo
deste trimestre, fomos conduzidos por uma jornada espiritual para contemplar e
assimilar a grandeza de Cristo. Não estamos lidando com uma simples figura
religiosa, mas com Aquele que “era no princípio com Deus” e “era Deus” (Jo 1.1).
Antônio
Gilberto descreve esta realidade com exatidão: “Jesus não é apenas enviado por
Deus, mas é Deus revelado, o Verbo eterno feito carne para tornar-se fonte de
toda salvação e vida espiritual” (Gilberto, Comentário Bíblico Pentecostal do
NT, p. 83).
Elienai
Cabral reforça esta compreensão ao declarar que Jesus não é uma criatura
elevada à divindade, mas “a própria expressão exata do Pai, digno de toda
adoração e reverência” (Cabral, A Mensagem de João, p. 127).
O apóstolo não
escreveu para informar curiosos, mas para transformar adoradores. Esta
revelação não foi preservada para alimentar uma simples teologia conceitual,
mas para incendiar uma vida prática e espiritual. O evangelista conclui seu
texto com uma proposta clara e direta: “para que, crendo, tenhais vida em seu
nome” (Jo 20.31).
Não estamos,
portanto, diante de uma narrativa antiga e distante, mas frente a uma decisão
presente e pessoal. O Ressuscitado não deseja admiradores ocasionais, mas
seguidores rendidos e apaixonados, cuja existência respire e exale esta vida
que não passa e não morre.
O Cristo
eterno não morreu para deixar uma memória, mas para oferecer uma vida cheia de
esperança e significado. Por isso, esta compreensão não deve permanecer isolada
nas páginas do texto sagrado, mas transformar-se em uma nova maneira de viver,
marcada pela realidade espiritual da ressurreição.
Se “fomos
ressuscitados com Cristo” (Cl 3.1),
somos convocados a:
(1) Buscar
as coisas do alto, não nos conformando com uma espiritualidade superficial e
vazia, mas perseguindo uma vida elevada, ancorada nas promessas do Senhor.
(2) Pensar nas coisas do alto, alinhando nossa
mente e desejos à vontade de Cristo, para não sermos arrastados pelas forças
efêmeras deste mundo.
(3) Viver escondidos com Cristo em Deus,
cultivando uma identidade espiritual tão profunda que as dificuldades e
tentações não poderão roubar a paz e a alegria que só o Ressuscitado oferece.
Assim, não
podemos concluir esta jornada como quem fecha um livro e passa para o próximo,
mas como quem recebe uma semente viva para cultivá-la todos os dias.
Não permita
que a grandeza do Cristo eterno e ressuscitado se apague no horizonte do seu
coração. Faça dela o centro absoluto da sua vida, viva sob a luz do túmulo
vazio e experimente a plenitude de quem foi chamado para viver para a glória Daquele
que reina para sempre!
OTIMA AULA