A VINHA DE NABOTE
TEXTO ÁUREO
= “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear,
isso também ceifarã” (GI 67)
VERDADE PRÁTICA
= A trama orquestrada pela rainha Jezabel e o rei Acabe contra Nabote demonstra
quão danoso é render-se aos desejos da cobiça e de uma satisfação pessoal.
LEITURA BIBLICA = I Reis 21: 1-5; 15,16
INTRODUÇÃO
A história do rei Acabe é a
evolução de uma sequência de erros: Primeiramente ele trocou o Deus verdadeiro
por um falso. Isso ele fez quando tentou erradicar o culto ao Senhor e
implantar a adoração cananeia no deus Baal.
Em segundo lugar, ele tentou
substituir os profetas do Senhor pelos profetas de Baal. Para que seu intento
fosse alcançado, promoveu o extermínio dos profetas verdadeiros e pôs em seus
lugares os profetas de Baal e de Aserá.
Em terceiro lugar, ele tenta
transformar uma vinha em uma horta. O problema residia no fato de que a vinha
não era dele, mas de um dos seus súditos que como legítimo proprietário possuía
seu direito de posse. Em conluio com sua esposa, a famigerada Jezabel, esse rei
fraco e sem personalidade arquiteta uma das mais sórdidas tramas registradas nas
páginas Sagradas — a morte do inocente Nabote. E exatamente nesse último
episódio que Acabe recebe a visita do profeta Elias, que ao contemplá-lo
anuncia um duro julgamento sobre ele (1 Rs 21.1-29).
O episódio envolvendo o rei
Acabe e a vinha de Nabote é um dos mais tristes do registro bíblico. Uma grande
injustiça é cometida contra um homem inocente. Triste porque vemos até onde
pode chegar um coração cobiçoso. Por outro lado, esse fato é um dos que melhor
revela a manifestação da justiça divina ante as injustiças dos homens. Acabe matou
Nabote e apropriou-se de suas terras, todavia não pôde participar do fruto de
seu pecado porque o Senhor, através do profeta Elias, o denunciou e o
disciplinou.
Infelizmente a injustiça está
presente em todas as culturas e povos,me se manifesta das mais variadas formas,
como essa narrada na poesia de
Patativa do Assaré:
Seu moço, me escute uma
triste verdade,
Que até dá vontade
Da gente chorar;
Escute quem foi que azarou a
minha vida,
Nas terras querida
Do meu Ceará.
Eu era rendeiro do J. Veloso,
Um rico invejoso,
Malvado sem par,
Senhor de dinheiro e de
léguas de terras,
De baixa e de serra,
Disponível para arrendar.
Eu, vendo as terras daquele
ricaço,
Um certo pedaço
Com gosto arrendei,
Pois vi que o terreno para
tudo convinha,
A terra só tinha
Madeira de lei.
Joguei-me deveras na serra
fechada,
De foice Conrad,
Machado Collins
Jucá revirava, pau d’arco
caía,
E a cobra fugia
Com medo de mim.
Depois de algum tempo, no
dito baixio,
De carga de milho
Quebrei mais de cem.
Havia de tudo, melão,
macaxeira,
E muita fruteira
Vingando também
De tudo o tributo correto eu
pagava,
E sempre me achava
De bom a melhor.
Vivia contente, gostando da
vida,
Com minha querida
Maria Loló.
Então, seu moço, fugiu a
penúria,
Chegou a fartura
Me enchendo de fé;
Mas veio depois uma inveja
danada,
A filha gerada
Do monstro Lusbel.
O J. Veloso, me vendo arranjado,
Ficou afobado,
Pegou a invejar,
Falando zangado, com raiva e
com grito,
Dizendo que o sitio
Me vinha tomar.
Pedi a justiça com muito
respeito,
Meu justo direito
Naquela questão,
Porém ao matuto sem letra e
grosseiro,
Faltando dinheiro,
Ninguém dá razão.
Deixei minha terra, a querida
Mombaça,
Que grande desgraça
Seu moço, eu sofri!
Deixei as belezas da terra
adorada,
E triste e sem nada,
Cheguei por aqui.
Por causa de inveja, por esse
motivo,
Doente hoje eu vivo
No seu Maranhão.
Sofrendo saudade, tormento e
canseira,
Gemendo na esteira
Com febre e sezão.
Me resta somente a feliz
sepultura,
E a vida futura
Que Nosso Senhor
Promete a quem sofre e padece
inocente;
A vida presente
Para mim acabou.
Eu hoje devia viver
sossegado,
No sitio arrendado,
No caro torrão:
Porém ao matuto sem letra e
grosseiro,
Faltando o dinheiro,
Ninguém dá razão!”
O direito à propriedade no
Antigo Israel
De acordo com o livro de
Levítico, a terra pertencia ao Senhor (Lv 25.23). Um israelita da Antiga
Aliança estava consciente de que o Senhor havia lhe dado o direito de explorar
a terra como uma concessão. Assim sendo, ele não poderia vender aquilo que lhe
fora dado como uma herança do Senhor. O livro de Números destaca esse fato:
“Assim, a herança dos filhos de Israel não passará de tribo em tribo; pois os
filhos de Israel se hão de vincular cada um à herança da tribo de seus pais”
(Nm 36.7,9). Com isso o Senhor queria proteger seu povo da cobiça, além de garantir-lhe
o direito de cultivar a terra para sua subsistência.
A herança de Nabote = Acabe queria a vinha de Nabote de qualquer jeito, mas
diante de sua insistência,
Nabote contra argumentou (1 Rs 21.3). Nabote era obediente ao Senhor e invocou o poder da lei para se proteger. Diante
desse fato o rei cobiçoso
ficou triste, pois sabia que até mesmo um monarca hebreu precisava se submeter à lei divina (1 Sm 10.25). Mas
Jezabel, sua esposa, que
viera de um reino pagão, ficou escandalizada com esse fato.
Entre os reinos pagãos os
governantes não eram apenas soberanos, eram também tiranos (1 Rs 21.5-7). Dessa
forma ela arquitetou um plano para se apossar da vinha de Nabote (1 Rs
21.8-14).
Os comentaristas Jamieson,
Fausset e Brown (1994, pp.288,289) destacam que: “Acabe estava desejoso, devido
à proximidade do seu palácio, de possuir esta vinha para fazer uma horta.
Propôs a Nabote dar-lhe uma melhor em troca, ou obtê-la por compra; mas o dono
se negou a se desfazer dela; e ao persistir em sua negativa, Nabote não foi
motivado por sentimentos de deslealdade ou por falta de respeito ao rei, senão
por uma consideração consciente da lei divina, a qual por razões importantes
havia proibido a venda de uma herança paterna; ou se por extrema pobreza ou
dívida, fosse inevitável a cessão dela, a transferência era feita sob a
condição de que fosse resgatada a qualquer momento; e em todo caso, que seria
devolvida a seu dono no ano do jubileu.
Enfim, não poderia ser
desanexada da família, e foi por esse motivo (v.3) que Nabote se negou a
cumprir a demanda do rei. Não foi, pois, alguma ignorância ou falta de respeito
que irou e desgostou a Acabe, senão seu espírito egoísta que não podia tolerar
ser frustrado em seu propósito.
A casa de campo de Acabe e sua horta = Como já ficou demonstrado, o livro de 1 Reis destaca
que Acabe possuía uma segunda
residência em Jezreel (1 Rs 18.45,46). Era uma casa de verão. Já vimos que a vinha de Nabote estava, pois,
localizada próxima a
residência de Acabe (1 Rs 21.1). Acabe possuía uma casa real, uma casa de campo, mas não estava satisfeito enquanto
não possuísse a pequena vinha
do seu súdito Nabote.
Há um grande número de pessoas, mesmos sendo ricas,
que não se satisfazem com o que tem. Estão
sempre querendo mais, todavia não conseguem encontrar satisfação verdadeira nesse processo.
Nenhum ser humano conseguirá se satisfazer
plenamente se o seu centro de satisfação não estiver em Deus.
Acabe estava dominado pelo
desejo de “ter”, de possuir. Somente a casa de verão, que sem dúvida era
majestosa, não lhe satisfazia. Queria agora construir ao seu lado uma horta
para que seus desejos pudessem ser realizados. Não se importava em quebrar o
mandamento divino: “Não cobiçarás” (Êx 20.17). Queria por que queria aquilo que
pertencia a outrem (1 Rs 21.1,2). Mais do que qualquer motivação externa, Acabe
estava totalmente dominado pelos desejos cobiçosos de seu coração. Acabe,
portanto, estava mais preocupado com questões estéticas do que éticas. Ele não
estava preocupado como agradar a Deus através de sua administração, mas como
desfrutar prazerosamente a vida.
Uma excelente exposição sobre
o ato de “desejar”, tanto em seu aspecto positivo como negativo, foi feito pelo
reverendo J.A. MacDonald na obra The Pulpit Commentary (2011,
pp.520,521).
Em primeiro lugar, MacDonald
observa que o simples desejo não se configura como cobiça. Ele destaca que a
troca é um dos princípios naturais do comércio, visto que se as pessoas não
tivessem vontade de irem além do que já possuem, então não haveria motivos para
se fazer negócio algum. Todo comércio está fundamentado sobre o desejo de se fazer
intercâmbio.
Em segundo lugar, MacDonald
destaca que o comércio pode se configurar como uma fonte de bênçãos. Ele põe em
relevo os males que se juntam ao comércio como, por exemplo, quando práticas
desonestas se agregam a ele. Mas ele observa oportunamente que essas intrusões ilegítimas
devem ser vistas como exceções e não como se fossem a regra.
O fato é que o comércio
genuíno coloca os países e povos do mundo inteiro em intercâmbio. Dessa forma,
o comércio amplia o nosso conhecimento desses países, seus povos e produtos, o
que de outra maneira estimula a ciência. Ele também incentiva a filantropia.
Socorro é oferecido para angústias que vem através de: fomes, inundações,
incêndios, terremotos, e dessa forma missões religiosas são organizadas.
Em terceiro lugar, observa
MacDonald que o desejo ilícito se configura em cobiça. Assim sendo não devemos
desejar aquilo que Deus já proibiu. Nesse sentido, Acabe estava errado em
querer a vinha de Nabote.
Era herança de seus pais,
transmitida na família de Nabote, desde os dias de Josué, e que teria sido
ilegal se ele se desfizesse dela. (Lv 25.23; Nm 34.7). Acabe estava errado em
tentar fazer Nabote transgredir o mandamento do Senhor. Ele nunca deveria ter
incentivado o desejo, uma gratificação que teria uma consequência.
MacDonald conclui chamando a
atenção para o estudo sistemático da
Palavra de Deus como uma
forma de proteção contra toda prática errada.
Não podemos alegar ignorância quando temos a Bíblia em nossas mãos. Também
não podemos transferir agora a nossa responsabilidade para os outros. Fazemos
pouco uso de nossas Bíblias? Será que a lemos em oração? Não devemos vender a
herança moral que temos recebido do passado.
Falso testemunho, assassinato e apropriação indevida As atitudes de Acabe foram acontecendo como uma reação
em cadeia. Ê evidente que um
desejo pecaminoso não pode dar frutos bons.
O problema agora não era somente de Acabe, mas também da sua famigerada mulher, Jezabel (1 Rs 21.7).
Foi ela que arquitetou um plano sórdido
para se apossar da propriedade de Nabote. Diz o texto sagrado que ela envolveu várias pessoas
nesse intento, incluindo os nobres do
reino (1 Rs 21.8). Nobres sem nenhuma nobreza! Escreveu uma carta e selou com o anel de Acabe,
portanto, com o seu consentimento, para
que Nabote, o Jezreelita, fosse acusado de ter blasfemado contra Deus e contra o rei (1 Rs 21.10). Um
falso testemunho. Um simples desejo que
evoluiu para a cobiça e transformou-se em falso testemunho.
A trama precisava ser bem
feita para não gerar desconfiança, e por isso um jejum deveria ser proclamado,
como sinal de lamento por haver Nabote blasfemado contra Deus (1 Rs 21.9). Uma
prática religiosa foi usada para dar uma roupagem espiritual ao caso. Como foi
planejado, Nabote foi apedrejado e morto injustamente! (1 Rs 21.13). Quantas vezes
a Bíblia é usada para justificar práticas pecaminosas! Resolvido o problema,
agora o rei poderia se apoderar da vinha de Nabote (1 Rs 21.16). Um abismo
chama outro abismo. O pecado havia evoluído da cobiça para um assassinato!
Julgamento divino = Acabe e sua esposa Jezabel estavam convencidos de que
ninguém mais sabia dos seus
intentos. De fato ninguém dentre o povo soube dos bastidores desse estratagema diabólico, exceto Elias, o
Tesbita. Tão logo Acabe se
apossou da vinha de Nabote, a Escritura diz: “Falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o S e n h o r : Mataste e, ainda por
cima, tomaste a herança?
Dir-lhe-ás mais: Assim diz o S e n h o r : No lugar em que os cães lamberam o sangue de
Nabote, cães lamberão o teu sangue, o teu
mesmo” (1 Rs 21.17-20).
Deus, portanto, envia o seu
julgamento como punição
contra a desobediência (Lv 26.14-16; 2 Co 7.19,20); desprezo às advertências divinas (2 Cr
36.16; Pv 1.24-31; Jr 44.4-6); murmuração
contra Deus (Nm 14.29); idolatria (2 Rs 22.17; Jr 16.18); iniquidade
(Is 26.21; Ez 24.13-14); pecados
dos líderes (1 Cr 21.2,12).
Arrependimento e morte = Duas atitudes podem ser tomadas diante de uma sentença
divina de julgamento: arrepender-se
ou rejeitar a correção. No caso de Acabe o
texto sagrado destaca que logo após receber a profecia sentenciando a sua morte, ele: “rasgou as suas vestes,
cobriu de pano de saco o seu corpo e jejuou; dormia em panos de saco e andava
cabisbaixo. Então, veio a palavra do
S e n h o r a Elias, o tesbita, dizendo:
Não viste que Acabe se humilha perante
mim? Portanto, visto que se humilha perante mim, não trarei este
mal nos seus dias, mas nos
dias de seu filho o trarei sobre a sua casa” (1 Rs 21.27-29). Acabe
arrependeu-se, mas mesmo assim não teve como se livrar das consequências de
suas ações (1 Rs 22.29-40; 2 Rs 1.1-17). O pecado sempre tem seu alto custo!
Mesmo no caso de Acabe, a
graça de Deus superabunda! A graça de
Deus é de fato algo
surpreendente! A graça faz com que um julgamento iminente seja adiado! É,
contudo, no Novo Testamento que encontramos quão maravilhosa é a graça de Deus.
Vejamos alguns fatos sobre
essa graça:
1. A graça é salvadora — “Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). A nossa salvação tem
origem na graça de Deus; não foi fruto de méritos pessoais! Todos pecaram (Rm
3.23), mas a graça foi estendida a todo pecador. Onde deveria haver o
julgamento, a graça trouxe o perdão! Onde deveria haver morte, a graça trouxe a
vida. O texto do capítulo 27 de Atos dos Apóstolos ilustra o poder dessa graça.
Esse capítulo revela que o apóstolo Paulo, com muitos outros detentos, era
conduzido a Roma para ser julgado. No total estavam no navio 276 pessoas. O texto
não diz, mas podemos imaginar que havia no meio dos detentos aqueles que haviam
sido presos por roubo, homicídios, etc.
Quando o navio ameaçou
afundar, os soldados eram de opinião que os presos, inclusive o apóstolo Paulo,
deveriam ser mortos!
Todavia Paulo já havia sido
revelado que Deus, por sua graça, não permitiria que ninguém daquele navio
morresse naquele naufrágio.
Deus poupou a vida não
somente da tripulação do navio, mas de todos os demais presos (At 27.22-44)!
2. A graça impede que o passado nos machuque —- ‘Porque eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo
não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus.10Mas,
pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se
tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas
a graça de Deus comigo” (1 Co 15.9-10). Paulo disse que não merecia ser um
apóstolo e, se dependesse do seu passado jamais teria sido. Mas a graça foi
muito além disso, ela não levou em conta o seu passado e não permitiu que ele
machucasse o apóstolo. Não havia mais passado!
3. A graça nos faz operantes — “Trabalhei mais do que todos eles”
(1 Co 15.10). Sem dúvida, Paulo foi o mais ativo dos apóstolos. Por
quê? A resposta está no poder da graça de Deus na vida dele. A graça nos tira
de uma vida sem sentido e inoperante para nos dar um sentido para viver. A
graça nos fortalece!
4. A graça nos ajuda a conviver com as adversidades — “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza
das revelações, foi me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me
esbofetear, a fim de que não me exalte.8Por causa disto, três vezes pedi ao
Senhor que o afastasse de mim.9 Então, ele me disse: A minha graça te basta,
porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me
gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.
Pelo que sinto prazer nas
fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por
amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte (2 Co
12.7-10).
A graça de Deus fez com que o
apóstolo encontrasse até mesmo no sofrimento razão para se alegrar! Isso soa
muito diferente das mensagens pregadas hoje em dia por aqueles que se intitulam
“apóstolos”. Esses apóstolos de hoje pregam uma vida abastada e livre de
sofrimento. Todavia é um evangelho desprovido da graça de Deus.
5. A graça nos faz vitoriosos — “Graça a Deus, que nos dá a vitória por intermédio
de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 15.57). A graça nos faz vitoriosos! O
relato da vinha de Nabote revela que o pecado não compensa.
Todas as nossas ações terão
consequências, e algumas delas extremamente amargas. Deveríamos medir nossas
intenções primeiramente pela Palavra de Deus e somente assim evitaríamos dar vazão
aos nossos instintos. Nossas ações glorificariam [a Deus em vez de satisfazer
nossos egos. Acabe fracassou porque se esqueceu da Palavra de Deus, preferindo
ouvir e seguir a orientação de uma pagã que nada sabia sobre a Lei do Senhor.
Quando alguém quebra a
Palavra de Deus, na verdade é ele quem está se quebrando! O texto nos mostra
que o nosso Deus é em primeiro lugar onisciente. Acabe fez suas ações
sem o conhecimento do povo, mas não de Deus. Ele inspeciona todas as ações dos
homens.
Ele é um Deus que perscruta
todas as nossas motivações. Isso nos leva à conclusão que nada está oculto aos
seus olhos. Por outro lado, o relato nos mostra que o Senhor é grande juiz. Ele
faz com que experimentemos o amargor de nossas ações quando elas estão erradas.
Essa passagem também demonstra que todo julgamento atende ao propósito de Deus.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
BIBLIOGRAFIA
1 -A obra The Pulpit
Commentary, relaciona os sete pecados de Acabe: 1 O pecado da divisão —
mantendo a adoração falsa em Dã e Betei; 2. O pecado de seu casamento — uma
clara violação da lei (Dt 7.1-3); 3. O pecado da idolatria — ele cometeu
abominação seguindo os ídolos; 4. O pecado da impureza — ele seguiu a impureza
da adoração Cananeia; 5. O pecado de perseguir os profetas — ele também
concordou com as ações de sua esposa; 6. O pecado de se relacionar com o
perseguidor do povo de Deus — quando poupou Bem-Hadade, rei da Síria; 7. O
pecado de assassinar Nabote e seus filhos (vol. 5, Kings, pp.517,518).
2 - Todas as poesias de Patativa
do Assará foram compiladas na íntegra no livro: Cante Lá que eu Canto
Cá—filosofia de um trovador nordestino. Nessa excepcional obra a editora Vozes
optou por manter a fonética do trovador.
3 - JAMIESON, Roberto,
FAUSSET, A.R, BROWN, David. Comentário
Exegetico Y Explicativo de La
Biblia - tomo I: El Antiguo Testamento. Casa Bautista de Publicaciones. El
Paso, Texas, USA.
4 - “Kimchi informa-nos que
era costumeiro às pessoas mais ricas ocupar-se de pequenos projetos agrícolas,
próximo de suas casa, a fim de embelezá-las, além de dar-lhes um suprimento de
verduras frescas. Acabe ofereceu uma vinha melhor, ou dinheiro, se Nabote assim
preferisse: mas esse homem não queria fazer nenhum tipo de negócio. Isso lhe
custaria a própria vida. A oferta de Acabe, pois, foi “cortês e liberal
(ellicott, in loc). Mas era contrária à herança dos hebreus.” (CHAMPLIN,
Russel N. O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo,
CPAD).
5 - MACDONALD, J.A. in The
Pulpit Commentary, vol V, Kings. Hendrickson, USA. Tradução e
adaptação do autor.
6 - (berakta) é literalmente “tem abençoado.” Porque era considerado
blasfêmia mencionar uma maldição contra Deus (cf. Jó 1.5; 2.5, 9; SI 10.3), os
judeus empregavam um eufemismo para mencionar essa prática. A NVI coloca a mensagem
no discurso indireto e dá o sentido pretendido: “amaldiçoado” (The Expositors
Bible Commentary - 1 & 2 Kings, 1 & 2 Chronicles, Ezra, Nehemiah,
Esther,Job. Vol. 4. Zondervan, 1988.
7- Enciclopédia
Temática da Bíblia. São Paulo: Shedd Publicações.
8 - Livro Porção Dobrada -
Casa Publicadora das Assembleias de Deus - José Gonçalves – 2012
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