A Promessa de Salvação
TEXTO ÁUREO
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” (Jo 5.24)
Passou da morte para a vida. Isso desenvolve a verdade do v. 21, que Jesus dá vida a todo aquele a quem ele deseja dar. As pessoas que recebem essa vida são identificadas aqui com aquelas que ouvem a palavra e creem no Pai e no Filho. Essas são as pessoas que têm a vida eterna e jamais serão condenadas (Rm 8.1; Cl 1.1.3).
VERDADE PRÁTICA
A promessa da vida eterna é a maior bênção divina para todo aquele que crê em Jesus Cristo.
Entenda a Verdade Prática
A promessa da salvação abre as portas para o cumprimento de todas as demais promessas de Deus para nós. A promessa da vida eterna é encontrada na Bíblia, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, e revela o plano gracioso de Deus para a salvação do homem, o qual se encontra morto em seus delitos e pecados, concedendo-lhe a bênção da vida eterna: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados...” (Ef 2.1).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – João 3: 14-21
João 3.14-21
14. E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
Assim importa que o Filho do Homem seja levantado. Cf. 8.28; 12.32,34; 18.31-32. Essa é uma predição sublimar da morte de Jesus na cruz. Jesus referiu-se à história de Nm 21.5-9, onde o povo de Israel, quando olhava para a serpente levantada por Moisés, era curado. A importância dessa ilustração ou analogia está no "levantado". Assim como Moisés levantou a serpente na haste para que todos os que olhassem para ela vivessem fisicamente, assim aqueles que olham para Cristo, que foi "levantado" na cruz, viverão espiritual e eternamente.
15. para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Vida eterna. Essa é a primeira das dez referências à "vida eterna" no Evangelho de João. Outra palavra grega igualmente aparece no texto e que também é traduzida oito vezes por "vida eterna". As duas expressões aparecem no MT c. 50 vezes. Vida eterna refere-se não apenas à quantidade eterna, mas à qualidade divina da vida. Significa, literalmente, "vida do tempo por vir" e refere-se, portanto, à ressurreição e à existência no céu em perfeita glória e santidade. Essa vida para os crentes no Senhor Jesus é experimentada antes de alcançarem o céu. Esta "vida eterna" é, na essência, nada menos do que participar na vida eterna do Verbo vivo, Jesus Cristo. H a vida de Deus em cada crente, porém ainda não plenamente manifesta agora, mas que será manifesta na ressurreição (Rm 8 .19-23; Fp 3.20-21).
16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira. A missão do Filho está ligada de maneira inseparável ao supremo amor de Deus pelo "mundo" perverso e pecador da humanidade (cf. 6.32,51; 12.47; Mt 5.44-45), que está em rebelião contra Deus. A expressão "de tal maneira” enfatiza a intensidade ou grandeza do amor de Deus. O Pai deu o seu único e amado Filho para morrer em favor dos homens pecadores (veja 2Co 5.21).
17. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Não para condenar, etc. – Uma declaração de grande importância. Embora “condenação” seja para muitos a questão da missão de Cristo (Jo 3:19), não é o objetivo de Sua missão, que é puramente salvadora.
18. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
Crê no nome. Essa frase significa mais do que simples aceitação intelectual das afirmações do evangelho. Inclui confiança e comprometimento com Cristo como Senhor e Salvador, que resulta no recebimento de uma nova natureza (v. 7), que produz mudança no coração e obediência ao Senhor.
19. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
Esta é a condenação… – enfaticamente assim, revelando a condenação já existente, e selando sob ela aqueles que não serão libertos dela.
A luz vem ao mundo – na Pessoa Dele a quem Nicodemos estava ouvindo. amei as trevas, etc. – Isso só pode ser conhecido pela rejeição deliberada de Cristo, mas que o revela com medo.
20. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.
Para que suas obras não sejam reprovadas. A luz e a verdade do evangelho tornam o pecado odioso; e aqueles que amam o pecado, seja da carne ou da alma, não gostam da sua proximidade.
21. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
- pratica a verdade – cujo único objetivo na vida é ser e fazer o que levará a luz. Portanto, ele ama e “vem para a luz”, que tudo o que ele é e faz, sendo assim completamente testado, pode ser visto como tendo nada nele, a não ser o que é divinamente operado e divinamente aprovado. Este é o “israelita, de fato, em quem não há engano”. [Brown, aguardando revisão]
INTRODUÇÃO
A lição desta semana trata da mais importante de todas as promessas divinas: A Promessa da Salvação. Essa bendita e gloriosa dádiva é a fonte mediante a qual todas as bênçãos espirituais são comunicadas ao crente (Ef 1.3). Antes de ministrar a lição, ore a Deus pela conversão e salvação de seus alunos. Preocupe-se com a vida espiritual de cada um deles, até que todos cheguem “à unidade da fé e à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13). Que Deus o abençoe!
I. A PROMESSA DA SALVAÇÃO
1. Uma maravilhosa salvação. A promessa da salvação é, para os crentes, a mais preciosa de todas as promessas das Escrituras. Ela é a maior prova da misericórdia de Deus e de seu infinito amor para com o homem ao providenciar-lhe o meio eficaz para que este fosse redimido dos seus pecados e obtivesse a certeza da vida eterna (Jo 5.24; 6.47; Ap 22.17). Essa é a sublime promessa que abre a porta para o cumprimento de todas as demais promessas de Deus em nossa vida. A queda, como registrada em Gênesis, trouxe transtornos e males irreparáveis para a raça humana (Gn 3.17-19; Cl 3.21). Toda natureza passou a sofrer as consequências do pecado, que introduziu a morte no mundo e destituiu o homem de sua perfeita comunhão com o Criador (Gn 3.16-19). Entenda-se morte, aqui, não apenas como a separação física dos entes queridos, mas, sobretudo, a separação espiritual e eterna de Deus (Rm 5.12).
Esse é o efeito mais dramático da desobediência de nossos primeiros pais, já que Deus não os criou para a morte, mas para a vida. É tanto que a luta pela sobrevivência é algo inato em qualquer ser humano. Sua expulsão do Jardim do Éden, todavia, é o símbolo perfeito dessa perda (Gn 3.22-24).
2. A obra de salvação. Deus, em seu infinito amor, presciência e soberania, como Senhor da história, proveu o Cordeiro para remir a humanidade perdida (Ap 13.8; 1 Pe 1.20). Seu primeiro ato após a entrada do pecado no mundo foi imolar um animal, derramar seu sangue e com a pele providenciar vestes para o primeiro casal (Gn 3.21). Sangue fala do meio para a redenção e vestes dos resultados, isto é, o usufruto da salvação (cf. Is 61.10; Jó 29.14; Ap 19.8; 3.18).
Com isso, estava inaugurada a era dos tipos, no Antigo Testamento (Cl 2.17; Hb 8.1-3), que apontaram ao longo das Escrituras para o grande momento da encarnação de Cristo, tal qual descrito por Mateus, na leitura bíblica em classe: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Deus é bom e justo (Sl 145.17). Ao mesmo tempo em que, no Éden aplicou sua justiça aos culpados, também demonstrou seu amor, como se vêem Gênesis 3.15-21.
Por isso, o Cordeiro de Deus é exaltado na consumação dos séculos (Ap 5.6-14).
A promessa divina da salvação compreende:
a) a redenção do homem da escravidão do pecado
b) a restauração da sua comunhão com Deus; e
(c) a segurança da vida eterna com o Senhor na glória (Jo 5.24; 10.28,29; 6.37).
Qualquer pecador pode ser salvo aqui e agora. Basta apenas arrepender-se de seus pecados e crer na suficiência da graça manifestada em Cristo Jesus (Rm 10.8-10). É importante frisar esse ponto porque, infelizmente, há em alguns segmentos evangélicos uma mentalidade herética de que é preciso o pecador cumprir algum tipo de ritual para alcançar os benefícios da graça de Deus.
Alguns desses rituais são: listar todos os pecados conhecidos, confessá-los nome por nome a algum preposto sacerdotal, “queimar” esses pecados em fogueiras, quebrar as chamadas maldições hereditárias e passar por um processo de catarse emocional, como se este, sim, fosse o grande segredo guardado a sete chaves para a obtenção da salvação. Ora, a obra completa da salvação já foi consumada na cruz! É perfeita e não precisa de nenhum adendo! (1 Pe 2.24; Cl 1.20; Is 53.4,5,12)..
3. O Salvador. As Escrituras deixam claro que todas as pessoas precisam ser salvas, e aqui estão alguns motivos pelos quais essa salvação é necessária:
Precisamos ser salvos porque estamos totalmente perdidos no pecado. Não é que precisemos nos salvar - não podemos fazer isso - mas que precisamos ser salvos. A Bíblia ensina a depravação total da raça humana, ou seja, cada aspecto de nosso ser foi corrompido pelo pecado. "Não há justo, nem um sequer. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus.
Todos se desviaram; juntos se tornaram inúteis. Não há quem faça o bem, nem um sequer" (Romanos 3:10-12). Precisamos que o Bom Pastor busque as ovelhas perdidas e as leve para casa, regozijando-se (ver Lucas 15:3-6).
Precisamos ser salvos porque estamos sob a ira de Deus. Somos "por natureza filhos da ira" (Efésios 2:3). Sem a salvação, estamos condenados: "Quem nele crê não é condenado; mas quem não crê, já está condenado, pois não crê no nome do Filho unigênito de Deus" (João 3:18).
Precisamos de Jesus Cristo, o Justo, para propiciar a ira de Deus e receber nosso julgamento no nosso lugar.
Precisamos ser salvos porque corremos o risco de ir para o inferno. Depois da morte, vem o julgamento (Hebreus 9:27) e, se morrermos sem a salvação de Deus, teremos o mesmo destino do homem rico que levantou os olhos "no Hades, em tormentos" (Lucas 16:23).
Precisamos de um Salvador para nos resgatar de um destino literalmente pior do que a morte.
Precisamos ser salvos porque estamos espiritualmente mortos. Antes da salvação, estamos "mortos em [nossos] pecados" (Colossenses 2:13). Pessoas mortas não podem fazer nada por si mesmas. Precisamos da ressurreição. Precisamos do poder vivificante de Cristo, o único que pode vencer a morte.
Precisamos ser salvos porque nosso coração está endurecido pelo mal. "O coração é enganoso e incurável, mais que todas as coisas; quem pode conhecê-lo?" (Jeremias 17:9). Os não salvos são "obscurecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância e dureza do coração" (Efésios 4:18).
Precisamos de uma obra sobrenatural do Espírito Santo para consertar nosso coração e alinhá-lo com a vontade de Deus.
Precisamos ser salvos porque somos escravos do pecado e de Satanás. "Tanto judeus como gregos estão todos debaixo do pecado" (Romanos 3:9). Em nosso estado natural, somos mantidos na armadilha de Satanás e presos por sua vontade (2 Timóteo 2:26). Precisamos de um Redentor para nos libertar. Em Cristo, "fomos libertados do pecado" (Romanos 6:18).
Precisamos ser salvos porque estamos em desacordo com Deus. "A mentalidade da carne é inimiga de Deus, pois não está sujeita à lei de Deus, nem pode estar. Os que vivem na carne não podem agradar a Deus" (Romanos 8:7-8).
Precisamos de Jesus, o Príncipe da Paz, para nos reconciliar com Deus e nos trazer para a família de Deus como filhos e filhas adotivos.
Quando Jesus disse a Nicodemos: "Necessário vos é nascer de novo", Ele falou da necessidade (João 3:7). Ser salvo - receber o novo nascimento - não é apenas uma ideia agradável ou uma sugestão divina. É a necessidade mais profunda da alma humana: "Você precisa nascer de novo". A divina promessa da salvação não é um complexo conceito teológico que mais afasta o homem de Deus do que dEle o aproxima.
Essa promessa tem a ver com o recomeço do relacionamento com Deus desfeito pelo pecado e o recebimento de todas as bênçãos inerentes a ela nesta vida e no porvir. A salvação implica, portanto, viver continuamente na presença de Deus, experimentar a sua graça aqui e agora e permanecer desfrutando de comunhão perfeita quando chegarmos ao céu. Desse modo, o contínuo e crescente relacionamento com Deus é o ponto culminante da promessa da salvação. Este relacionamento começa a partir do momento em que livremente reconhecemos a promessa e aceitamos a Cristo como o meio de nossa reconciliação com Deus (Os 6.3; Rm 5.8-11; 2 Co 5.18,19).
É o instante em que somos justificados (Rm 5.1; 16-19), regenerados (Tt 3.5) e nos tornamos santos segundo Deus (1 Co 1.2; Fp 1.1) e, ao mesmo tempo, buscamos, segundo a Palavra, a santificação diária pelo poder da graça de Deus (Rm 6.1-22; 2 Co 6.14-18; 7.1; 1 Tm 5.22).
Fujamos, portanto, de todo e qualquer movimento que retira a eficácia da maravilhosa promessa da salvação em Cristo para pô-la em ritos que nada mais são do que fruto de corações vaidosos e arrogantes.
II. A NATUREZA DA PROMESSA DE SALVAÇÃO
Podemos compreender a natureza da Promessa de Salvação estudando alguns aspectos salvíficos dessa grande obra.
1. Justificação. Justificação é um termo jurídico, oposto à condenação. Quanto à sua natureza, é o ato judicial de Deus, pelo qual ele perdoa todos os pecados daqueles que creem em Cristo, e os considera, aceita e trata como justos aos olhos da lei, isto é, conforme todas as suas exigências. Além do perdão do pecado, a justificação declara que todas as reivindicações da lei são satisfeitas em relação ao justificado.
É o ato de um juiz e não de um soberano. A lei não é abrandada ou deixada de lado, mas é declarada cumprida no sentido mais estrito; e assim a pessoa justificada é declarada como tendo direito a todas as vantagens e recompensas decorrentes da perfeita obediência à lei (Rm 5.1-10).
A justificação vem da imputação ou creditação ao crente pelo próprio Deus da perfeita justiça, ativa e passiva, de seu Representante e Fiador, Jesus Cristo (Rm 10.3-9).
Justificação não é o perdão de um homem sem justiça, mas uma declaração de que ele possui uma justiça que satisfaz perfeitamente e para sempre a lei, isto é, a justiça de Cristo (2Co 5.21; Rm 4.6-8).
A única condição sobre a qual esta justiça é imputada ou creditada ao crente é a fé no Senhor Jesus Cristo. A fé é chamada de “condição”, não porque possua qualquer mérito, mas somente porque é o instrumento, o único instrumento pelo qual a alma se apropria de Cristo e de sua justiça (Rm 1.17; 3.25-26; 4.20,22; Fp 3.8-11; Gl 2.16).
O ato de fé que assim assegura nossa justificação assegura também ao mesmo tempo nossa santificação; e assim a doutrina da justificação pela fé não conduz à licenciosidade (Rm 6.2-7). Boas obras, embora não sejam a base, são a consequência certa da justificação (Rm 6.14; 7.6).
2. Regeneração. O termo regeneração é encontrado somente em Mt 19.28 e Tt 3.5. Esta palavra significa literalmente um “novo nascimento”. A palavra grega assim traduzida (palingenesia) é usada pelos escritores clássicos com referência às mudanças produzidas pelo retorno da primavera.
Em Mateus 19.28 a palavra é equivalente à “restituição de todas as coisas” (At 3.21). Em Tito 3.5, denota que a mudança de coração é outra forma de passagem da morte para a vida (1Jo 3.14); tornando-se uma nova criatura em Cristo Jesus (2Co 5.17); nascer de novo (Jo 3.5); uma renovação da mente (Rm 12.2); uma ressurreição dos mortos (Ef 2.6); um ser vivificado (2.1,5).
Essa mudança é atribuída ao Espírito Santo. Não se origina com o homem, mas com Deus (Jo 1.12,13; 1Jo 2.29; 5.1,4).
Quanto à natureza da mudança, consiste na implantação de um novo princípio ou disposição na alma; a transmissão da vida espiritual para aqueles que são por natureza “mortos em delitos e pecados”. A necessidade de tal mudança é enfaticamente afirmada nas Escrituras (Jo 3.3; Rm 7.18; 8.7-9; 1Co 2.14; Ef 2.1; 4.21-24).
3. Santificação. A santificação envolve mais do que uma mera reforma moral do caráter, trazida pelo poder da verdade: é obra do Espírito Santo, colocando cada vez mais toda a natureza sob a influência dos novos princípios graciosos implantados na alma em regeneração. Em outras palavras, a santificação é a continuação até a perfeição da obra iniciada na regeneração, e se estende a todo o homem (Rm 6.13; 2Co 4.6; Cl 3.10; 1Jo 4.7; 1Co 6.19).
É o ofício especial do Espírito Santo no plano da redenção continuar esta obra (1Co 6.11; 2Ts 2.13).
A fé é fundamental para assegurar a santificação, visto que
(1) garante a união com Cristo (Gl 2.20), e
(2) traz o crente ao contato vivo com a verdade, pela qual ele é levado a submeter-se “aos mandamentos, tremendo diante das ameaças, e abraçando as promessas de Deus para esta vida e a que há de vir”.
A santificação perfeita não é atingível nesta vida (1Rs 8.46; Pv 20.9; Ec 7.20; Tg 3.2; 1Jo 1.8).
Vejamos o relato de Paulo sobre si mesmo em Romanos 7.14-25; Filipenses 3.12-14; e 1 Timóteo 1.15; também as confissões de Davi (Salmo 19.12-13; 51), de Moisés (Salmo 90.8), de Jó (Jó 42.5-6) e de Daniel (Daniel 9.3-20).
Quanto mais santo é o homem, mais humilde, renunciante, abominável a si mesmo, mais sensível a cada pecado que se torna, e mais apegado a Cristo. As imperfeições morais que se apegam a ele, ele sente ser pecados, que ele lamenta e se esforça para superar.
Os crentes acham que a sua vida é uma guerra constante e precisam de conquistar o reino dos céus através de tempestades e vigiar enquanto oram. Estão sempre sujeitos ao constante castigo da mão amorosa do seu Pai, que só pode ser destinado a corrigir as suas imperfeições e a confirmar as suas graças. E tem sido notoriamente o fato de que os melhores cristãos têm sido aqueles que têm sido menos propensos a reivindicar o alcance da perfeição para si mesmos”.
III. PROMESSA E PERSEVERANÇA NA SALVAÇÃO
1. A base da promessa de salvação é Cristo. A promessa da salvação foi feita indistintamente a todos. Esta é a razão pela qual o evangelho precisa ser pregado a todos os povos (Mt 28.16-20). A universalidade da promessa não significa, todavia, que todos serão salvos ao acaso.
A vontade de Deus é que todos obtenham a salvação e cheguem ao conhecimento da Verdade (1 Tm 2.3,4). O importante é que tudo já está pronto e preparado por Deus, mediante a encarnação do Verbo Divino e seu perfeito sacrifício expiador, que não exige de nós nada em troca a não ser a nossa convicta fé nEle, para a salvação, e como resultado desse ato, vivermos em novidade de vida (2 Co 5.17; Rm 6.4).
A promessa da vida eterna é encontrada na Bíblia, tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, e revela o plano gracioso de Deus para a salvação do homem, o qual se encontra morto em seus delitos e pecados, concedendo-lhe a bênção da vida eterna: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados...” (Ef 2.1).
No livro do profeta Daniel, um dos livros do Antigo Testamento, no capítulo 12, versículo 2, encontramos essa gloriosa promessa divina: “Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno.”
E em todo o Novo Testamento encontramos essa bendita promessa, conforme podemos ver no ensino de Jesus sobre o grande julgamento no Juízo Final: “E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mt 25.46).
Neste texto Jesus estabelece a diferença entre o destino eterno do ímpio e o do justo no dia do juízo final, onde todos os homens serão julgados.
2. A Apostasia Individual. “Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3.18). Esta afirmação forte por si mesma adquire um novo peso de advertência quando consideramos o tempo dos dois verbos: está condenado e não crê. No grego, ambos estão em tempo passado perfeito, apresentando um estado presente que é o resultado de uma ação passada. Assim, nesta vida, a condenação é um fato porque quem não crê já foi julgado. A condenação é um estado presente porque o que não crê se recusou a crer.
Existe uma "porta aberta para a vida", a vida de Deus para os homens. Ela tem três características:
1. É o presente de Deus que vem de cima (3.16);
2. Só vem para aqueles que têm fé (15-16);
3. A alternativa para a vida é o julgamento de Deus (18). Com o versículo 19, o exemplo passa da vida para a luz, e da falta de fé para as trevas.
A razão pela qual os homens passam pelo julgamento e pela condenação é: “Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (19; cf. Jo 1.4-9-11; 8.12; 9.4-5).
A descrença e a fé têm as suas consequências naturais e inevitáveis, que estão cuidadosamente descritas nos versículos 20,21. A falta de fé resulta em atos iníquos.
3. A Promessa e a Segurança da Salvação. Como posso saber se sou mesmo cristão? Posso ter certeza da minha salvação? Se você é cristão, então já se fez essas perguntas. A resposta reside na certeza, a certeza que vem da fé. Mas o que é essa certeza? “É a convicção de que pertencemos a Cristo e de que desfrutaremos da salvação por toda a eternidade.”
As Escrituras nos ordenam: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2Co 13.5).
Nós precisamos de um conhecimento prático, experiencial, e bem testado, para a nossa condição espiritual. Cristo expôs esta questão aos Seus ouvintes, em Suas parábolas (Mt 7.24-27; 13.1-9,18-23; 25.1-13).
João nos concede testes através dos quais um Cristão pode conhecer, com segurança, que ele é salvo por Cristo, particularmente a obediência e o amor (1Jo 2.3-5; 3.10,14).
A segurança da salvação é uma certeza alegre e firme da salvação presente e futura de uma pessoa. Nós não devemos confundir a segurança da salvação com presunção, que é uma ilusão baseada em amor por si mesmo, auto-justificação, e auto-bajulação (Pv 16.2).
Nós também precisamos ter o cuidado de não confundir a fé e a segurança da salvação. Alguém pode estar justificando a fé sem a segurança. A segurança da salvação é um efeito da fé, ou cresce à partir da fé (Ef 3.12).
A fé é um ato direto da alma em direção a Cristo, tomando-o e se agarrando ou se apegando a Ele. A segurança da salvação é um ato de reflexão da alma, na percepção da própria fé através do poder do Espírito Santo.
É possível, para um Cristão, ter uma segurança da sua salvação. Nós vemos nas Escrituras que o povo de Deus tem desfrutado dela. Davi chamou a Deus de “seu” Deus, e O agradeceu pelo perdão dos seus pecados (Salmos 31.14; 32.1).
Paulo mostrou a sua segurança da salvação, e a baseou não em uma revelação especial de Deus, mas em motivos ou razões que pertencem a todo o povo de Deus (Rm 8.31-39).
O Cristão pode ter certeza e segurança da salvação, porque as promessas de Deus são o sim e o amém, em Cristo (2Co 1.20), e o Espírito de Deus, que renova o coração, também pode testificar que somos filhos de Deus (Rm 8.16).
CONCLUSÃO
A Queda não foi o fim, mas o início do plano salvífico de Deus. O grande amor do Senhor foi inicialmente demonstrado quando o homem pecou. É fácil amar àqueles que são justos e santos. O vulgar é apreciar os que praticam a justiça; o raro é amar o transgressor. Ironicamente, Adão e Eva só compreenderam o sacrossanto e imensurável amor do Eterno quando, pela primeira vez, desobedeceram. O amor do Senhor superou o pecado deles.
A bondade do Altíssimo foi mais altissonante do que suas desculpas vazias. Adão e Eva foram corrigidos como filhos amados, mas não ficaram sem a promessa salvífica (Hb 12.6-11). Deus os amou ao corrigi-los e ao prover meios pelos quais poderiam desfrutar da comunhão com Ele. Ainda hoje, o teu pecado não é maior do que o nosso Deus. As tuas desculpas não calam a justiça e o incomensurável amor do Eterno. Ele o ama incondicionalmente (Jo 3.16).
Tudo já valeu a pena, mas a maior recompensa ainda está por vir.
Que o mundo saiba que Jesus Cristo é o seu Senhor!
Dele seja a glória!
Amem