6 de janeiro de 2022

A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA

 

A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA

 

Texto Áureo:

 

Toda Escritura divinamente inspirada ( A palavra “inspirada é uma tradução do termo grego “theopneustos” que literalmente, significa “soprado por Deus”) é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça,

2 Timóteo 3.16

John Norman Davidson Kelly (teólogo Britânico) explica que; “O termo “Toda Escritura” usado aqui pelo apóstolo Paulo é uma referência que abrange todos os escritos do Velho Testamento ou apenas alguma parte deles. Pois quando Paulo escreveu a Timóteo os crentes tinham apenas o Velho Testamento completo, o Novo Testamento ainda estava em formação”.

Augustus Nicodemus (pastor, teólogo e escritor presbiteriano) explica que; “Vemos em 2 Pedro 3.16, 17 que o apóstolo Pedro coloca os Escritos de Paulo como tendo o mesmo “peso” que os escritos do VT. Pois Pedro dizia que muitos indoutos e inconstantes estavam torcendo (ou distorcendo) os escritos de Paulo assim como as outras Escrituras”.

Este trecho de 2 Pedro mostra que Pedro colocou os escritos de Paulo como sendo de isnpiração divina, tendo o mesmo peso que os escritos do VT.

José Junior (exegeta, teólogo e historiador) explica que; A perfeita harmonização dos livros do VT e do NT que é comprovada pela história e a arqueologia não deixam dúvidas de que toda a Bíblia é inspirada por Deus. Mesmo um ateu convicto que analisar cuidadosamente a Bíblia através da história e a arqueologia,textos e contextos bíblicos, não poderá negar a prfeita harmonização deste maravilhoso livro escrito ao longo de 1600 anos, livro o qual a maioria de seus escritores não se conheceram e viveram em um tempo muito distante do nosso, mas mesmo assim, todos os seus escritos apontam para Cristo e mostram tudo o que está acontecendo ao redor do mundo séculos antes de acontecer (Mateus 24.5-14; 1 Timóteo 4.1; 2 Timóteo 3.1-5), nós não temos permissão para descartar nenhuma parte da Bíblia”.

Carl Ferdinand Howard Henry (teólogo americano) dizia que; “Há apenas

uma única coisa realmente inevitável, é necessário que as Escrituras se cumpram”

 

O que isto significa?

Simplesmente, que a Bíblia é infalível.

Norman L. Geisler (teólogo, historiador e filósofo) disse; “A Bíblia resistiu à crítica dos maiores céticos, agnósticos e ateístas por todos esses séculos, e ela pode resistir aos fracos esforços nesse sentido feitos pelos críticos incrédulos de hoje. Contrariamente a muitas outras religiões atuais que apelam a sentimentos místicos ou a uma fé cega, o Cristianismo diz: "antes que cases, vê o que fazes". Este é um livro para aqueles que acreditam que devemos pensar acerca do que cremos. Deus não premia a ignorância e nem mesmo recompensa aqueles que se recusam a olhar para a evidência. Pelo contrário, ele condenará aqueles que rejeitam a clara evidência que ele revelou (Romanos 1:18-20)”.

 

1 A Doutrina da Inspiração Bíblica

 

 

Veja abaixo uma breve explicação de Rodrigo Urccino (pastor, professor de teologia e filosofia) sobre a origem do termo “Bíblia”:

 

 

Etimologia do termo “Bíblia”; A etimologia da palavra “Bíblia” é muito interessante, por nos remeter a Fenícia, tendo em vista que uma de suas cidades mais importantes era chamada exatamente de “biblos” (atual Gebal, cerca de quarenta quilômetros ao norte de Beirute). Biblos foi uma cidade muito conhecida na época por ser uma cidade comercial, onde se vendia de tudo um pouco, madeiras, perfumes, tecidos, couros e papiro. E é pelo fato de o papiro ser um dos produtos mais procurados no comércio, que aos poucos foi sendo chamada de biblos, em homenagem e referência a cidade com o mesmo nome.

Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado "biblion" e vários destes eram uma "bíblia". Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer "coleção de livros pequenos". Com a invenção do papel, desapareceram os rolos, e a palavra biblos deu origem a "livro", como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc.

Aproximadamente no ano 400 d. C., é que os escritores cristãos gregos começaram a chamar a Bíblia de “Os livros”, no plural indicando uma série de escritos da revelação divina. Mais tarde, no século XIII, o plural foi mudado para o singular, concordando com a concepção de que a Bíblia é uma expressão vocal de Deus.

A Bíblia também é conhecida por Escrituras, que é um termo usado no N.T. para os livros sagrados do A.T., que eram considerados inspirados por Deus. (2 Timóteo 3.16; Romanos 3.2). Este termo também é usado no N.T. com referência a outras porções do N.T. (2 Pedro 3.16). A Bíblia também é conhecida por “Palavra de Deus”, este termo é usado em relação a ambos os testamentos em sua forma escrita (Mateus 15.6; João 10.35; Hebreus 4.12).

 

1.  A inspiração bíblica é divina.

 

 

Inspiração se refere a forma como Deus moveu os escritores humanos a registrar as revelações de Deus.

A Bíblia é a revelação de Deus a humanidade, ela expressa a vontade de Deus. Ignorar a Bíblia é ignorar a vontade de Deus.

A Bíblia é Deus falando ao homem, é Deus falando através do homem, é Deus falando a favor do homem, mas é sempre Deus falando. Milhões de pessoas estão buscando uma voz de autoridade que mereça confiança, a Bíblia Sagrada é a voz que todos precisam ouvir. É na Bíblia que encontramos respostas para as questões fundamentais da vida, De onde vim? Por quê estou aqui? Qual o propósito da minha existência?

A Bíblia tem as respostas para estas e muitas outras perguntas.

A Bíblia é um livro único, porque contém indubitavelmente a INSPIRAÇÃO DIVINA.

Gordon R. Lewis (professor de teologia sistemática, pastor e filósofo americano) diz que; “A razão pela qual a Bíblia é capaz de atrair tão eficazmente as pessoas a Cristo deve-se a inerrância de seus ensinamentos”.

 

2.  A inspiração bíblica é verbal.

Verbal - cada palavra é inspirada. Toda palavra dos autógrafos (os manuscritos originais) é inspirada. Isso era necessário, pois a revelação escrita de Deus consiste de proposições que são comunicadas por meio de palavras.

Cada palavra foi inspirada pelo Espírito Santo (1 Coríntios 2.13). Não somente as palavras, mas também as ideias são de origem divina :“porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pedro 1.21).

 

3.  A inspiração Bíblica é plenária.

Plenária - a Bíblia como um todo é inspirada. A palavra plenária significa "plena, cheia" ou "completa" e refere-se ao fato de que a “Escritura” é inspirada em todas as suas partes, em todos os diferentes tipos de literatura que ela contem e em todos os assuntos que aborda.

É interessante notar que Jesus se refere ao Antigo Testamento como “um todo, ou seja, Jesus se refere a todo o Velho Testamento como sendo uma revelação plenária de Deus, veja;

Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras (Aqui Jesus se refere a todos os escritos do VT como sendo “Escrituras”, ou seja a “Palavra de Deus”): A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isso e é maravilhoso aos nossos olhos?

Mateus 21.42

 

 

E com relação ao Novo Testamento, podemos observar que Jesus e os apóstolos sempre trataram os escritos do Velho Testamento e os escritos uns dos outros (isto é, os escritos do NT) como sendo de autoridade e origem divina.

Os escritores Bíblicos nunca assumiram uma postura crítica em relação aos Escritos Bíblicos (Mateus 13.14; 22.43). Não vemos no Novo Testamento os escritores Bíblicos dizendo algo do tipo, “Não acreditem nas cartas que Pedro escreveu” ,ou, “Os ecritos de Lucas não merecem confiança”, ou ainda, “Paulo está permitindo que Timóteo filho de pai grego lidere igrejas, isto é inaceitável e etc.”

O que quero dizer é que, pelo fato de a “Inspiração Bíblica” ser completamente “Divina” não há discordância entre os autores com relação “Autoridade dos Escritos Sagrados”.

 

Charles Alfred Davis (bispo e teólogo anglicano) dizia que; “As pessoas mudam de ponto de vista, e jamais chegam a um consenso absoluto, mas a Palavra de Deus não muda de ponto de vista” (Malaquias 3.6; 2 Timóteo 3.16,17; Hebreus 13.8) - Grifo pessoal.

O pastor Antonio Gilberto da Silva (teólogo, jornalista e escritor) observou que ; “A inspiração plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo Testamento”. Ou seja, ninguém pode acrescentar nada as Sagradas Escrituras (Apocalipse 22.18,19).

 

2 Inspiração Divina e os Autores da Bíblia

 

1.  A inspiração dos autores.

Certos homens foram escolhidos por Deus para a responsabilidade de receber a Palavra e passá-la para a forma escrita. Pedro em 2 Pedro1:21, faz referência aos homens como sendo: Homens {santos} (esta palavra santos”Pode ser explicada como urna alteração que copistas trataram de fazer porque dá maior destaque à ideia de santidade. Ou, pode ser resultado de confusão entre letras de formato semelhante) de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”(o termo grego pherô - movidos ou conduzidos- é uma referência aos escritores escolhidos por Deus, por questões particulares de Deus).

 

A “Igreja” primitiva perseverava “na doutrina dos apóstolos”(Atos 2.42), ou seja, não tinha dúvidas sobre a “Inspiração dos escritores Bíblicos”, a qual foi registrada nas páginas do Novo Testamento e era considerada junto com o Antigo Testamento, como sendo de “Inspiração Divina” (2 Pedro 3.15,16; 1 Timóteo 5.18).

 

2.  As limitações dos autores.

Os escritores bíblicos tinham suas falhas e limitações humanas, foram escolhidos por Deus não por serem “sem pecados”, mas por questões particulares de Deus.

Mesmo sendo falhos e limitados o “Tom moral dos escritos dos escritores Bíblicos, sua preocupação com a verdade, e a circunstância de seus registros indicam que não eram enganadores intencionais, mais sim homens honestos”. O testemunho destes homens colocou em risco seus interesses materiais, posição social, além é claro de suas próprias vidas. Por que razões inventariam uma estória que condena a hipocrisia e é contrária a suas crenças herdadas, pagando com suas próprias vidas? A única resposta possível a esta pergunta é que eles eram pessoas comprometidas com a moral e a honestidade de seus escritos, pois, uma testemunha falsa jamais agiria assim em defesa de seus ensinamentos.

 

3.  Os diferentes gêneros literários e figuras de linguagem.

Percebemos vários gêneros literários na Bíblia, em outras palavras, vemos textos que falam sobre momentos históricos, sobre sentimentos, temos narrativas, afirmações, informações e etc.

Isto se pelas diferentes origens, cultura e profissão dos escritores bíblicos.

Por exemplo: Josué era soldado, Neemias era mordomo, Esdras era escriba, Daniel era político, Davi era rei, Pedro era pescador, Lucas era médico, Mateus era cobrador de impostos, Paulo era fariseu.

Mas o “estudo e recursos fianceiros” ou a “falta deles”, não impediu inspiração de Deus sobre a vida dos escritores Bíblicos.

 

4.  A linguagem do senso comum.

Os escritores Bíblicos não tinham o conhecimento aprofundado que temos sobre a natureza, o espaço, estações e etc. O conhecimento que temos graças aos avanços tecnológicos e o fácil acesso a todo esse conhecimento graças a internet é algo que os escritores Bíblicos jamais imaginaram, por isso a “linguagem” dos autores bíblicos buscava facilitar a compreenção dos leitores de suas gerações, a linguagem que usavam era para facilitar a compreenção de seus contemporâneos, por isso é tão importante estudar a fundo e com muita atenção as Sagradas Escrituras (e, é claro, ter vida de oração).

 

3 O Espírito Santo e a Bíblia

 

1.  A inspiração do Antigo Testamento.

A Bíblia reitera sua inspiração Divina. Vejamos:

Em Deuteronômio 18.18 Deus diz a Moisés ::“Porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar”.

No seu leito de morte, Davi também testificou ::“O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca (2 Samuel 23.2).

Deus falou a Isaías sobre as “minhas palavras, que pus m tua boca. (Isaías 59.21) O segundo livro de Crônicas, no capítulo 34 versículo 14 cita o livro da Lei do SENHOR, dada pelas mãos de Moisés”.

O profeta Zacarias escreveu a respeito de “As palavras que o SENHOR dos Exércitos enviara pelo seu Espírito, mediante os profetas precedentes (anteriores)” (Zacarias 7.12).

De maneira semelhante, em Mateus 22.43 Jesus perguntou :“Como é, então, que Davi, em espírito, lhe chama Senhor (Salmo 110.1).

 

Pedro se referiu a Deus nos seguintes termos Tu que disseste pela boca de Davi, teu servo

[[....... ]”]”(Atos 4.24,25).

O autor de Hebreus ainda acrescenta que “[ determina, outra vez dizendo por Davi,

muito tempo depois [[........ ]”]”(Hebreus 4.7).

 

2.  A inspiração do Novo Testamento.

Vejamos algumas testemunhas da Inspiração Divina do Novo Testamento.

1.   O APÓSTOLO PEDRO. Os autores do Novo Testamento também consideravam os seus escritos como Escritura inspirada por Deus Pedro, referindo se às epístolas de Paulo, declarou que elas também eram Escrituras (2 Pedro 3.15,16 : 2 Timóteo 3.16).

2.   O APÓSTOLO PAULO cita o Evangelho de Mateus como sendo Escritura, juntamente com o livro de Deuteronômio do Antigo Testamento, afirmando “Porque diz a Escritura (em Deuteronômio 25.4) Não ligarás Aboca ao boi que debulha.

E em Mateus 10.10 “Digno é o obreiro do seu salário” (l Timóteo5.18). Paulo declarou, em 1 Coríntios, que as suas palavras “são as que o “Espírito Santo ensina” (1 Coríntios 2.13) pois “Deus no las revelou pelo seu Espírito”(1 Coríntios 2.10) O apóstolo concluí a sua exortação, dizendo:“Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor” (1 Corínitos 14 37). Ele também inicia a epístola aos Gálatas lembrando-os de que a sua pregação vem da parte de Deus ::"Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo"Cristo"(Gálatas 1.12).

O SENHOR JESUS CRISTO também ensinou que a Escritura é a inspirada Palavra de Deus até em seus mínimos detalhes (Mateus 5.18) Afirmou, também, que tudo quanto Ele disse foi recebido da parte do Pai e é verdadeiro (João 5.19,30,31;7. 16; 8.26). Ele falou da revelação divina ainda futura (isto é, a verdade revelada do restante do Novo Testamento), da parte do Espírito Santo através dos apóstolos (João 14.16,17;15.26,27; 16.13).

 

3.  A obra da regeneração e iluminação.

A regeneração (restaurar; organizar novamente; fazer a reconstituição) é uma mudança radical. Assim como o nascimento físico resultou em um novo indivíduo entrando no reino da terra, o nosso nascimento espiritual resultou em uma nova pessoa entrando no reino celestial (Efésios 2:6). Após a regeneração, começamos a ver, ouvir e buscar coisas divinas; começamos a viver uma vida de fé e santidade.

A iluminação espiritual é (em suma) o poder influenciador do Espírito Santo agindo nas e através das Escrituras para dar luz e entendimento espiritual às mentes e corações do povo de Deus, o que os capacita a crer, receber e obedecer voluntariamente à verdade da Palavra de Deus. A iluminação espiritual não é o Espírito fortalecendo as Escrituras (como se fossem meras palavras mortas), mas o Espírito iluminando as mentes e os corações dos crentes pelas palavras da Escritura. O problema não está em nenhuma deficiência da Palavra escrita, mas nas trevas e rebelião de nossos corações (Efésios 4:18). Neste sentido, a iluminação é o Espírito de Deus falando em, por e através das Escrituras para trazer luz às mentes cegas e aos corações mortos para que eles possam receber e entender corretamente as Escrituras.

 

Conclusão:

A Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Ela foi inspirada verbalmente, e seus autores a escreveram inspirados pelo Espírito Santo.

A inspiração da Bíblia é plena, todos os livros e palavras da Bíblia têm total e completa autoridade. Esse ensino concorda com a nossa Declaração de Fé que professa crer “na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de e prática para a vida e 0 caráter cristão”.

 

 

Fontes:

Bíblia de Estudo Pentecostal,

Bíblia de Estudo Explicada,

Bíblia Dake, Bíblia do Expositor,

Bíblia de Estudo Holman,

Bíblia de Estudo MacArthur,

O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Russel Norman Champlin, Revista Crsitão Alerta 1º Trimestre de 2022,

Comentários Expositivos Hagnos,

Comentário Bíblico Moody,

Os Tesouros de Davi – Charles Haddon Spurgeon,

Bíbliologia – Professor Rodrigo Urccino,

Bibliologia – Instituto de Teologia Logos,

Hebraico O Poder das Palavras em Suas Mãos – Professora Karla Damasceno,

Manual Popular de Dúvidas,

Enigmas e "Contradições" da Bíblia -Norman Geisler - Thomas Howe,

Série Cultura Bíblica,                                                                                           

Variantes Textuais do Novo Testamente Roger L. Omanson,

Apontamentos teológicos professor José Junior.