JUSTIFICAÇÃO,
SOMENTE PELA FÉ EM JESUS CRISTO – LIÇÃO 03(2ºTRIM. 2016)
INTRODUÇÃO
Devido
a pecaminosidade humana é impossível ter um relacionamento com o seu Criador
por si só. Veremos nesta lição que existe apenas uma maneira de se ter paz com
Deus e voltar a relacionar-se com Ele, através da “Justificação por meio da fé”
em Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo(Jo1.29).
Rm
5.1 - Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor
Jesus Cristo;
Notemos
que Paulo, então, começa a explicar sobre e qual seja, a de que, mediante a
pessoa de Cristo Jesus, não só o homem se livra do poder do pecado, como também
pode serdeclarado justo diante de Deus. É esta declaração de justiça que se
denomina dejustificação, o cerne, o âmago, a essência do Evangelho.
JUSTIFICAÇÃO
Justificação
é a maneira pela qual Deus traz os pecadores para um novo relacionamento com
Ele. Esta aliança com Deus se torna possível através do perdão dos pecados.
Desde a Reforma
Protestante, quando Martinho Lutero declarou que a justificação vinha somente
pela fé (não pelas obras), essa idéia assumiu uma importância especial na
história da teologia. A igreja católica medieval enfatizava o papel do
comportamento do cristão na obtenção da salvação. Lutero, dando uma nova ênfase
às cartas de Paulo, afirmou que todos são pecadores, mas que somente pela fé na
obra expiatória de Cristo na cruz temos a salvação. Segundo ele, uma vez que
colocamos nossa fé em Cristo, estamos “justificados” diante de Deus, que não
nos vê mais como pecadores, embora continuemos a pecar. Para Lutero, o cristão
é ao mesmo tempo pecador e santo.
No grego, “justificação”
e “justificar” são também termos jurídicos, isto é, referem-se à corte da lei e
ao ato de absolver ou acusar alguém por crime. Tem a ver com inocência ou
virtude de uma pessoa. Porém, mais amplamente, se refere a qualquer
relacionamento.
I
– A JUSTIFICAÇÃO MANISFETADA
NO VELHO TESTAMENTO
Justiça se refere a
relacionamento e às obrigações desse relacionamento. Em alguns lugares, uma
pessoa é considerada justa porque mantém um “justo relacionamento” com outra.
Outras vezes alguém é justo porque faz certas coisas que são devidas para o
outro com quem se relaciona (Gênesis 38:26). Porém, mais importante, esses
termos são usados para descrever Deus, que é justo. Ele reina com justiça
(18:25) e seus julgamentos são verdadeiros e justos (Salmo 19:9). Tanto o
inocente quanto o culpado conhecem a justiça de Deus. Os inocentes sabem que
serão absolvidos e os culpados que serão punidos porque a lei de Deus
prevalece.
A justiça de Deus é
descrita de tal forma que dá maior ênfase à Sua intervenção em favor do seu
povo aliado. Por exemplo, Abraão é considerado “justo” porque responde com fé à
aliança oferecida por Deus (Gênesis 15:6). Abraão não podia se auto justificar,
mas pela aliança feita Deus o declarou “justo”. Para Deus ninguém se justifica
por si próprio (Salmo 143:2). A esperança da humanidade é que Deus se lembrará
de sua aliança. A justiça vem do favor ou graça de Deus, que lida com seu povo
de acordo com sua bondade amorosa (Isaías 63:7).
NO NOVO TESTAMENTO
Quase toda a discussão
sobre justificação no Novo Testamento se encontra nas cartas de Paulo,
principalmente Romanos e Gálatas, onde ele procura explicar o que a obra de
Cristo significa para a humanidade pecadora. Ele afirma que somos justificados
pela fé, não por observar perfeitamente a lei – de fato, Paulo olha essa última
idéia como uma mensagem anticristã que requer a maior condenação (Gálatas
1:6-9).
A palavra e obra de
Cristo deveriam nos lembrar que justificação é um dom de Deus através do sangue
de Jesus Cristo (Hebreus 13:20). A lei não é capaz de levar uma pessoa à
justiça, nem foi feita para isso. Justificação está separada da lei (Romanos
3:21). Gálatas 3:15-25 nos explica claramente a função da lei, que veio 430
anos depois da aliança de Deus com Abraão. Independente de qual tenha sido o
seu propósito, ela não foi dada para nos fazer justos. “Porque se fosse
promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na verdade seria procedente
de lei” (Gálatas 3:21).
A obra expiatória de
Cristo para a justificação das pessoas tem a ver com aliança, não com lei.
“Justiça” é, portanto, uma palavra relacional – nós nos tornamos justos pela fé
e somos trazidos para um justo relacionamento com Deus. A lei traz julgamento,
ela nos confronta com nossa incapacidade de suportar o pecado (Atos 13:39,
Romanos 8:3). Através da justificação o crente está livre da condenação
(Romanos 8:1). Paulo menciona Abraão em Romanos e Gálatas para mostrar que a aliança
tem sido sempre a única esperança da humanidade. Deus mantém sua aliança,
embora seu povo a viole todos os dias.
A lei, portanto, não tem o poder de fazer com que o
homem volte a ter comunhão com Deus,
volte a ter vida, motivo por que o apóstolo diz que “nenhuma carne será
justificada diante d’Ele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento
do pecado” (Rm.3:20). A lei não salva pessoa alguma, a lei não consegue pôr uma
pessoa em comunhão com Deus, porque não elimina o pecado, que é a causa da
separação, da divisão entre Deus e os homens (Is.59:2). Este é o motivo pelo
qual não podemos adotar a postura legalista e judaizante de alguns segmentos
religiosos, que proliferam nos últimos tempos (a começar pelos sabatistas),
porquanto, se confiarmos na lei para a nossa própria salvação, estaremos nos
condenando à perdição, pois a lei a ninguém salva. Aliás, o apóstolo Paulo é
claríssimo ao afirmá-lo na sua epístola aos gálatas, um texto que, por ser
oportuno, transcrevemos: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão
debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não
permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para
fazê-las.”(Gl.3:10).
Mas,
então, existe salvação para o homem? O apóstolo responde afirmativamente, ao
dizer que a essência da mensagem evangélica é a de que “agora se manifestou,
sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas, isto é,
a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem,
porque não há diferença.” (Rm.3:21,22).
A boa nova da salvação é de que, apesar de o homem
não ter condições de, por seus próprios meios, obter um meio de se reconciliar
com Deus, visto que nem a consciência e a revelação de Deus pela natureza, nem
a lei o podem libertar do pecado, Deus providenciou uma forma de que isto se
faça, mediante a fé em Jesus Cristo.
Se é verdade que o pecado se estendeu a todos os homens, sejam judeus, sejam
gentios, e que, por causa dele, todos os homens estão destituídos da glória de
Deus (Rm.3:23), também é verdade que os homens podem, agora, ser justificados
gratuitamente por Deus pela Sua graça e pela redenção que há em Cristo Jesus
(Rm.3:24).
II
- JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (PELA FÉ E NÃO PELAS OBRAS)
Para Paulo, então, a
justificação vem somente pela graça de Deus. Tornou-se acessível pela obra de
Cristo, presente de Deus. Assim, podemos confessar que Cristo morreu “por nós”
(Romanos 5:8; I Tessalonicenses 5:10), ou “pelos nossos pecados” (I Coríntios
15:3). Recebemos essa graça somente através da fé (Romanos 3:22; 5:1). O
entendimento básico da pessoa justificada é que seu relacionamento com o Deus
vivo nada tem a ver com boas obras. É tão somente um presente do amor infinito
de Deus.
A justificação vem pela
fé. Mas o livro de Tiago nos lembra que a fé sem obras é morta (Tiago 2:17). O
Novo Testamento sempre afirma que os verdadeiros seguidores de Cristo são
conhecidos pelos seus “frutos”, isto é, o resultado de sua fé. Esta é a razão
pela qual católicos, ortodoxos e alguns grupos protestantes consideram a
justificação uma ideia perigosa: alguns crentes tendem a acreditar tão
fortemente na sua justificação pela fé que se esquecem de seguir os mandamentos
de Jesus. Assim, devemos estar alertas para não enfatizar tanto a ideia da
justificação pela fé de tal modo que falhemos em atender o chamado de Deus para
renovação dos nossos corações. Uma pessoa justificada deve mudar seu
comportamento para com os outros e com Deus. Justificação deve sempre ser
seguida de santificação.
Nos Evangelhos, a ideia
de justificação aparece na parábola do fariseu e do cobrador de impostos que
foi ao templo orar. O fariseu chamava atenção para os seus atos piedosos e sua
superioridade moral. O cobrador de impostos, humilhado por um profundo senso de
seu próprio pecado e indignidade, somente chorava por perdão. Este homem, de
acordo com Jesus, voltou para sua casa justificado (Lucas 18:14). Esta parábola
deveria lembrar-nos da oposição de Jesus às pessoas que superestimam sua
piedade, que pensam de si mesmas como “as melhores” dentre as pecadoras.
(7:36-50). Somente o que se humilhar diante de Deus será exaltado (Mateus 18:4;
23:12). Somente o pecador ouve a palavra de graça (Lucas 5:32; 15:7, 10; 19:7).
Os que se julgam indignos encontram cura (Mateus 8:8).
É importante lembrar que
a justificação vem pela fé, porque o homem tende a se apoiar no seu próprio
comportamento para se salvar. Mas o cristão deve lembrar que o justo vive pela
fé (Romanos 1:17; Hebreus 10:38; 11:7).
III
– A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ EM CRISTO JESUS (CONSIDERAÇÕES PECULIARES)
Os
homens, por causa do pecado, estavam condenados à morte, ou seja, à separação
de Deus, estavam impedidos de desfrutar da glória de Deus, da qual haviam sido
excluídos, mas, como Jesus morreu em lugar dos homens, fez-Se propiciação dos
nossos pecados, ou seja, permitiu que recebêssemos o favor divino, pois, ao
crermos em Cristo, nossos pecados são perdoados, pois o castigo que merecíamos
é atribuído a Jesus e, em virtude disto, não mais somos condenados, mas somos
absolvidos, ou seja, declarados justos diante de Deus. Esta declaração de
justiça, esta mudança de posição que ocorre, pois de perdidos e excluídos da
presença de Deus, passamos a ser salvos e a ter comunhão com Deus novamente, é
o que denominamos de justificação.
-
Esta justificação não se dá por causa das obras que tenhamos praticado, nem
tampouco é fruto da lei concedida a Israel por intermédio de Moisés, mas, única
e exclusivamente, resultado do sacrifício de Jesus que, sem pecado, fez-Se pecado
pelos homens, morrendo em nosso lugar, pagando o preço da morte para nos
libertar do pecado. Como alcançamos a justificação? Diz o apóstolo: pela fé em
Jesus (Rm.3:24,28).
ü A Justificação diante de Deus é
uma dádiva(Rm 3.24; Ef 2.8,9). Ninguém pode justificar-se diante de Deus
guardando toda a lei ou fazendo boas obras (Rm4.2-6; Ef 2.8,9), “porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus “(Rm 3.23).
ü A Justificação diante de Deus se
alcança mediante a “redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Ninguém é
justificado sem que antes seja redimido por Cristo, do pecado e do seu poder.
ü A justificação diante de Deus
provém se “sua graça”, sendo obtida mediante a fé em Jesus Cristo como Senhor e
Salvador (Rm 3.22,24; cf. Rm 4.3,5).
ü A Justificação diante de Deus
está relacionada ao perdão dos nossos pecados (Rm 4.7). Os pecadores são
declarados culpados diante de Deus (Rm 3.9-18,23), mas por causa da morte
expiatória de Cristo e da sua ressurreição são pedrdoados.
ü Uma vez justificados diante de
Deus, mediante a fé em Cristo, estamos crucificados com Ele, o qual passa a
habitar em nós (Gl 2.16-21). Essa obra transformadora de Cristo em nós,
mediante o Espírito (2Ts 2.13; 1Pe 1.2), não se pode separar da sua obra
redentora a nosso favor. A obra de Cristo e a do Espírito são de mútua
dependência.
IV
– A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA NA VIDA ABRAÃO
Paulo,
portanto, após ter apresentado o problema do pecado e ter mostrado que ele é
comum tanto a judeus quanto a gentios, apresentou a boa nova, o evangelho, qual
seja, a de que o homem, mediante a fé em Jesus Cristo, pode voltar a ter
comunhão com Deus, pode se libertar do pecado.
ü “…A
doutrina de Paulo sobre a salvação tem na justificação seu ponto de referência
básico. Sua
crença a respeito da justificação é a fonte da qual fluiu sua visão do
cristianismo como a religião mundial de graça e fé, onde gentios e judeus
aparecem em igual privilégio…” (PACKER, J.I., op.cit., p.897). Com efeito, daí
porque se considerar que a epístola aos romanos tenha sido a mais profunda
reflexão do apóstolo sobre o significado da vida cristã, a síntese do propósito
divino na sua vida, que era a de levar o nome de Cristo diante dos gentios, e
dos reis, e dos filhos de Israel (cf. At.9:15 “in fine”).
ü Mas,
ao receber a inspiração do Espírito Santo, para demonstrar o caráter universal
da obra de Cristo,
algo até então não devidamente alcançado pelos demais apóstolos, Paulo recorreu
às Escrituras, a fim de que elas pudessem testemunhar o seu pensamento. Que linda
lição a de Paulo! Mesmo cheio do Espírito, mesmo consciente de sua chamada
ministerial e do significado da vida com Cristo, não ousou trazer aos crentes
de Roma uma exposição da doutrina sem que, para tanto, tivesse o respaldo das
Escrituras (na época, apenas o Antigo Testamento). Quantos, hoje em dia, em
nome de sua chamada ministerial genuína, em nome da sua experiência com Deus,
não têm o atrevimento de falar e expor doutrinas sem se preocuparem em ser
corroborados pela Palavra de Deus… Se estes assim procedem, nós, se somos
verdadeiramente servos de Deus, devemos, sempre, fazer como os judeus de Bereia
(At.17:11) e conferir nas Escrituras se as coisas se sucedem como afirmam estes
ensinadores.
ü Paulo,
entretanto, não era destes “aventureiros” dos nossos dias, dias repletos de falsos
mestres. Paulo foi buscar nas Escrituras o fundamento
para o que havia dito e explanado aos romanos, até porque já havia afirmado que
a justiça de Deus se manifestara com “o testemunho da lei e dos profetas”
(Rm.3:21b).
Esta afirmação de Paulo, aliás, é
uma mostra clara de que não há qualquer incompatibilidade entre o Antigo
Testamento e o Novo Testamento, como chegou a alegar o falso ensinadorMarcião,
ainda no início da história da Igreja e como muitos, inadvertidamente, repetem
nos nossos dias aqui e ali, inclusive alguns segmentos ditos “evangélicos”. A
Bíblia é uma unidade, é a Palavra de Deus e, como ensinava o saudoso pastor
Severino Pedro da Silva, “combina-se em cada detalhe”.
ü Para comprovar que a justificação
se faz pela fé em Cristo Jesus e não pela lei ou pelas obras humanas, o
apóstolo toma como exemplo o caso que, em tese, lhe seria o mais desfavorável,
qual seja, o caso de Abraão,
de cuja descendência biológica o judeu se orgulhava e que simbolizava o próprio
símbolo da comunhão de Deus com Israel, algo, a propósito, que se repetiu,
posteriormente, com o islamismo, pois os muçulmanos, embora considerem Maomé
como o último e maior profeta de Alá, não cessam de se dizer, também, a exemplo
dos judeus, filhos de Abraão, o “primeiro islâmico”.
ü Com
efeito, caso a justificação venha pela fé e não pelas obras ou pelas leis, é preciso que Paulo enfrente a
questão atinente a Abraão, cujo conceito judaico era de que Abraão havia
conquistado o favor de Deus por causa de suas boas obras, pensamento que até
hoje vigora no judaísmo, como, por exemplo, neste comentário de Menahem Mendel
Disendruck: “…o Midrash compara o patriarca Abrão a um frasco de delicioso e
precioso perfume. Mas desde que este cheiroso perfume é transportado por
diversos lugares, todos se deleitam com seu aroma. E o Midrashcontinua:’Abrão,
que estava cheio de boas ações e belíssimas virtudes, tinha que abandonar a sua
pátria para que a sua fama e seus ensinamentos se tornassem conhecidos no mundo
inteiro.’ É este ‘frasco de perfume’ — a fé monoteísta, com seus preceitos
éticos — que Israel vem transportando através do mundo.” (Torá: a lei de
Moisés, nota a Gn.12:1, p.29).
O apóstolo, porém, consultando as
Escrituras Sagradas, mostra que Abraão não foi justificado por causa de suas
obras. Não foi porque tivesse boas obras que foi chamado por Deus para sair de
Ur dos caldeus e iniciar a formação de um novo povo, que fosse propriedade
peculiar do Senhor, nem tampouco porque teria observado mandamentos recebidos
de Deus quando ainda estava em Ur dos caldeus, como ensinam os muçulmanos (algo
que, evidentemente, não era do conhecimento do apóstolo, mas que seus ensinos,
inspirados pelo Espírito Santo e que fazem parte da sempiterna Palavra de Deus
já refutam antes mesmo que fossem criados pela imaginação humana). Abraão foi
justificado diante de Deus porque creu em Deus e isto lhe foi imputado por
justiça, como nos afirma Gn.15:6.
Depois de ter retornado da guerra
contra o rei de Sinar e seus aliados, o mais bem equipado exército daquele
tempo, Abrão parecia estar em dúvida ante a promessa divina que recebera há
alguns anos sobre sua descendência. Vivia só, pois Ló, quem ele imaginara
constituir seu herdeiro, o havia deixado e, mesmo depois da guerra empreendida,
havia preferido manter-se em Sodoma a tornar a conviver com o tio. Por causa
disto, pensara mesmo constituir como herdeiro o mordomo de sua casa, Eliezer,
que, entretanto, era damasceno, ou seja, não pertencia sequer a sua nação
caldeia. Diante deste impasse, o Senhor aparece ao patriarca e proclama ser o
seu escudo, o seu grandíssimo galardão (Gn.15:1,2). Abrão, então, relata toda a
sua apreensão ao Senhor e como que “cobra” a promessa divina de que teria
descendência. A esta “cobrança”, o Senhor responde com uma ordem para que Abrão
saísse da sua tenda e olhasse o céu, que estava estrelado, tendo, então, prometido
ao patriarca que a sua descendência seria tão numerosa quanto as estrelas que
ele contemplava. Abrão, então, diz-nos a Escritura, creu na palavra do Senhor
e, por causa disto, foi justificado, foi considerado e declarado justo por
Deus. Não foram, portanto, as obras que fizera até então que o justificou, mas
o ato de ter crido na palavra do Senhor, ou seja, a sua fé em Deus foi o motivo
pelo qual foi justificado diante de Deus.
ü
Abraão foi
justificado porque creu em Deus,
porque deu crédito à Sua Palavra, crença que não tinha qualquer respaldo nos
fatos então vividos por ele. Com efeito, como crer que sua descendência seria
tão numerosa quanto as estrelas do céu ou como a areia do mar, se Abraão não
tinha sequer um filho e, o que é mais grave, sua mulher era estéril e já fora
da idade fértil? Entretanto, apesar de tudo isto, Abraão creu, não foi
incrédulo e, assim agindo, deu glória a Deus (Rm.4:19-22). Este é o mesmo
comportamento que devem ter os “filhos de Abraão”, ou seja, aqueles que creem
na Palavra de Deus, no Verbo, em Cristo Jesus. Por isso, Jesus disse aos judeus
que se eles fossem filhos de Abraão, creriam na verdade, na palavra que Ele
lhes estava a dizer (Jo.8:45-47). O verdadeiro filho de Abraão é aquele que crê
em Jesus e que, por isso, escuta as palavras do Senhor e, por conseguinte, é
justificado diante de Deus.
CONCLUSÃO
Concluímos
nesta lição que é evidente a necessidade da Justificação para ter uma vida em
plena comunhão com Deus e fazer parte dos escolhidos que em breve habitarão nas
mansões celestiais.
Nenhuma
carne deve gloriar-se pois essa Justificação não baseia-se em obras humanas
para salvação, é por graça e baseia-se no princípio da fé. Deus justifica o
pecador pela fé. Ele imputa a justiça ao que crê e isto é pela graça de Deus.
Como
Abraão não possuía mérito algum para ser justificado diante de Deus, da mesma
forma nessa Nova Aliança, pela graça de Deus somos justificados pela fé em
Cristo Jesus Nosso Senhor.
Referência
(THOMSON, J.G.S.S.. Salmos, livro dos. In: DOUGLAS,
J.D. (org.). O novo dicionário da Bíblia, v.II, p.1461).
(PACKER,
J.I., op.cit., p.896-7) (negrito original)
(BÍBLIA
DE JERUSALÉM, nota f, p.1971)
Donald
C. Stamps - Bíblia de Estudo Pentecostal/CPAD
Portal Escola Dominical - Colaboração para o
Portal Escola Dominical – Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco
Elaborado
pelo Pb. Mickel Souza
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
Ministério Belém Em Dourados – MS
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