Os Gigantes
da Fé e o seu Legado para a Igreja
TEXTO ÁUREO
"Ora,
a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se
não veem." (Hb 11.1)
VERDADE
PRÁTICA
A
fé é a confiança irrestrita nas promessas de Deus.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda
- Hb 11.4: O sacrifício de Abel e a fé que ainda fala
Terça
- Hb 11.5: O testemunho de Enoque e sua trasladação
Quarta
- Hb 11.7: A confiança de Noé que o fez herdeiro da justiça
Quinta
- Hb 11.8: A obediência de Abraão em sair para um lugar desconhecido
Sexta
- Hb 11.22: A fidelidade de José e a ordem acerca de seus ossos
Sábado
- Hb 11.24,25: A determinação de Moisés em se recusar a ter o gozo do pecado
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE – Hebreus 11.1-8, 26,30-34
Hebreus
11.1-8, 22- 26,30 – 34
1
ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas
que se não vêem.
2
Porque por ela os antigos alcançaram testemunho.
3
Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados; de maneira
que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.
4
Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou
testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela,
depois de morto, ainda fala.
5
Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque
Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de
que agradara a Deus.
6
Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.
7
Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e,
para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e
foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé.
8
Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de
receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.
22
Pela fé José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu
ordem acerca de seus ossos.
23
Pela fé Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque
viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei.
24
Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,
25
Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de
tempo ter o gozo do pecado;
26
Tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito;
porque tinha em vista a recompensa.
30
Pela fé caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias.
31
Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os
espias.
32
E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de
Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas,
33
Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas,
fecharam as bocas dos leões,
34
Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram
forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.
HINOS
SUGERIDOS: 107,126, 459 da Harpa Cristã
OBJETIVO
GERAL
Apresentar
os gigantes da fé segundo Hebreus 11 e o seu legado para a Igreja.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Discutir
a respeito da fé que gera confiança em Deus;
Mostrar
que a fé nos faz ver o impossível;
Compreender
que a fé dá poder para avançar.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Prezado
(a) professaria (a), estudaremos um dos capítulos mais conhecidos da Epístola
aos Hebreus, a galeria dos heróis da fé que se encontra no capítulo 11. Esses
heróis e heroínas eram pessoas comuns, sujeitos as intempéries da vida, mas a
fé deles em Deus fez com que superassem grandes obstáculos, fazendo com que o
nome do Senhor fosse exaltado. O estudo dessa galeria nos mostra que a fé,
embora sendo algo subjetivo, traz sempre resultados práticos.
É
importante que você ressalte, no decorrer da lição, que estes heróis da fé, não
tinham as Escrituras Sagradas como temos hoje, o que tomava o conhecimento
deles a respeito de Deus, se comparado a nós, limitado.
INTRODUÇÃO
a
carta aos Hebreus, capítulo 11. Este capítulo foi escrito, sob a inspiração do
Espírito Santo, para ajudar algumas pessoas que talvez não compreendessem
completamente a salvação pela fé. Foi escrito para alguns judeus que
constituíram uma congregação em algum lugar de Israel. Eles chegaram à fé em
Cristo, mas talvez não entendessem completamente a realidade da fé e o papel
que a fé sempre desempenhou na salvação.
O
povo judeu viveu, por séculos, em uma perversão do judaísmo do Antigo
Testamento, num sistema de religião que lhes ensinou que a salvação era
resultado de algum mérito por obras. Mas, a salvação é apenas pela fé e não
pelas obras (Efésios 2:8-9). Ninguém vai comparecer perante Deus alegando ter
méritos de algo que tenha feito. O capítulo 10 de Hebreus termina dizendo que
“o justo viverá da fé” (v.38). A mesma afirmação que está em Romanos 1:17 e
Gálatas 3:11. Esta frase é uma citação de Habacuque 2:4.
Tão
claramente, o escritor de Hebreus nos diz que a Nova Aliança apresenta a
salvação pela fé e não pelas obras. E neste capítulo 11, ele mostra que esta
era também uma verdade no Antigo Testamento. Ele começa por Abel.
A FÉ QUE
GERA CONFIANÇA EM DEUS
O SACRIFICIO
DE ABEL. Aqui
encontramos Abel, o primeiro homem que veio a Deus pela fé. O objetivo deste
capítulo 11 é deixar bem claro aos judeus que a salvação pela fé não é algo
novo, é algo muito, muito antigo. Na verdade, o escritor volta no tempo até
Abel, pois ele foi o primeiro que exerceu a fé desta maneira.
Abel
foi concebido e nasceu fora do Éden, após a queda do homem. Sua família tinha
sido expulsa da presença de Deus, ele nunca viu uma manifestação do Deus
invisível. Adão e Eva tinham visto e creram e eu creio que foram salvos. Mas,
Abel não tinha visto e cria, e é por isso que ele é o primeiro na lista de
exemplos de fé, o primeiro homem de fé.
Agora,
olhamos para este único versículo, e aqui estão três identificações
progressivas ligadas a Abel. Em primeiro lugar, ele ofereceu um sacrifício mais
excelente do que Caim. Em segundo lugar, ele obteve testemunho de Deus que ele
era justo, pela aceitação de sua oferta. Em terceiro lugar, através da fé,
embora esteja morto, ele ainda fala. Então, ele é um modelo de fé no sacrifício
que trouxe. Ele é um modelo de fé na justiça que recebeu e ele é um modelo de
fé como um pregador da fé, mesmo que esteja morto, ele ainda fala. Você pode
chamar isso de sermão de um homem morto.
Porque
ele cria, ele ofereceu um sacrifício melhor. Porque ele ofereceu um sacrifício
melhor, Deus testificou que isso era uma prova de que ele tinha sido feito
justo. Por ter sido feito justo, declarado justo, ele é, para todas as eras,
uma voz viva, afirmando a grande verdade exposta no Novo e Velho Testamento: “O
justo viverá pela fé”.
Qual
lição nos ensina Hebreus 11? A salvação, a justificação, é pela fé e não pelas
obras. Isso é tudo que precisamos, é o suficiente. Se você não reconhecer o seu
próprio pecado e a dependência do sacrifício que Deus estabeleceu em Cristo,
como o único meio de salvação, você está sem esperança. Você não pode fazê-lo
pelo seu próprio esforço.
Há
um último comentário a fazer sobre Abel e está lá em Hebreus 11:4. E é
simplesmente que ele é um pregador do valor da fé, da necessidade da fé, da
excelência da fé. Através da fé, embora ele esteja morto, ele ainda fala. Em
que sentido ele fala? Ele nos fala sobre a necessidade da fé, crer em Deus.
O TESTEMUNHO
DE ENOQUE.
“Pela
fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o
trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado
a Deus. De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que
aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador
dos que o buscam.” (Hb 11.5,6).
Talvez
uma das figuras mais impressionantes da Bíblia seja Enoque. Ele estava vivendo
na terra entre as pessoas, comendo com elas, andando, conversando; e, de
repente, todos o procuraram e não o encontraram. Ele desapareceu completamente.
Deus o transladou. Deus o arrebatou.
Enoque
viveu em um tempo em que as pessoas não acreditavam em Deus. Elas podiam até
mesmo afirmar com a boca que acreditavam na existência dEle. Contudo, no dia a
dia, viviam como se Deus não existisse.
Enquanto
as pessoas relativizavam todas as coisas, mostrando com as suas práticas que
não acreditavam em Deus, Enoque continuava proclamando a existência de Deus.
Ele continuava vivendo segundo os padrões de Deus, sendo fiel à Palavra.
E
não somente isso. Enoque não apenas vivia segundo a Palavra de Deus, mas também
ele chamava as pessoas à mudança de conduta. Ele não ficou passando a mão na
cabeça das pessoas dizendo: “Deus é amor. Deus é cheio de graça. Pode continuar
vivendo da mesma maneira”. Não! Antes, Enoque anunciou a verdade. Ele tinha a
certeza da existência de Deus. Ele tinha a certeza da existência dos padrões
absolutos de Deus. Ele não abriu mão desses valores absolutos por causa da
sociedade. Ele se levantou cheio de ousadia e profetizou contra aquelas
pessoas.
A CONFIANÇA
DE NÓE.
Ora,
a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”
(Hebreus 11.1) “Pela fé Noé, quando avisado de coisas que ainda não se viam…”
(Hebreus 11.7) O homem de fé, segundo a Bíblia, faz escolhas para o futuro e
invisível e persevera nessas escolhas. Noé fez escolhas para o futuro e
invisível e perseverou nessas escolhas em contraste com as coisas transitórias
pertencentes ao mundo dos fenômenos. A fé não anda por vista (2º Coríntios
5.7), a pessoa de fé consegue olhar apenas um reflexo obscuro (1º Coríntios
13.12), no entanto é o suficiente para movê-la em conformidade com a vontade de
Deus.
E
foi exatamente isso que Noé fez, ele ajustou a sua vida a vontade de Deus.
Podemos ver a obediência de Noé ressaltada em Gênesis 6.22 que diz: “Noé fez
tudo exatamente como Deus lhe tinha ordenado”. Ele ajustou a sua própria vida
em função da revelação que receberá acerca do futuro. Os ajustes que ele fez
foram notados pelas pessoas de sua época, por seus amigos e por sua própria
família.
Quem
o entendeu e creu, entrou com ele na Arca e foram salvos, quem não o entendeu,
não creu nele, além de não entrarem na Arca, zombaram dele, e finalmente foram
mortos com o diluvio. “A fé é a completa certeza e a intima convicção que dá
aos homens o poder de arriscar suas vidas em realidades invisíveis”. A pessoa
que tem a fé bíblica, anda nesse mundo com os olhos no mundo invisível, anda
por fé (2º Coríntios 5.7), ele vive e ajusta toda a sua vida na esperança de
alcançar as promessas de Deus reveladas nas Escrituras, e tudo o que ele pensa
e faz reflete a sua fé no mundo invisível (2º Coríntios 4.18).
A FÉ QUE FAZ
VER O INVISIVEL
Quando
chamado por Deus, Abraão obedeceu imediatamente. Manifestou sua fé com a ação
de obediência à Palavra do Altíssimo. Por conta disso, tornou-se merecedor e
justo aos olhos de Deus.
Ele
teve que abandonar seus patrimônios, a parentela e a casa dos pais, o que era
no mínimo algo extremamente doloroso. Isso nos mostra que para obedecer à voz
Divina é preciso fé, coragem e determinação. O exercício da fé exige
sacrifício.
Deixar
a própria terra significava cortar laços e tradições, algo muito raro naqueles
dias. Somente pessoas fracassadas ou fugitivas deixavam tudo para trás e se
aventuravam em outros lugares.
Mas
o pior mesmo era deixar a casa dos pais. As propriedades certamente seriam
substituídas por outras em algum outro lugar. O crescimento da parentela também
obrigaria a separação de qualquer jeito.
A
renúncia da família, no entanto, afetaria não só a parte sentimental, mas,
sobretudo, implicaria o abandono de sua liderança patriarcal. Tera, seu pai,
lhe havia colocado na liderança da família.
Mas,
ignorando o destino final de sua peregrinação, além da direção a seguir, se
para o norte, sul, leste ou oeste, Abraão se aprontou para a partida sem volta.
A
herança patrimonial, os laços familiares e a liderança do clã perderam sentido
diante da plenitude das ofertas Divinas de, entre outras coisas, fazer dele uma
grande nação.
Abraão
deixou tudo para trás e, na mais absoluta certeza do seu cumprimento,
partiu…Esse é um dos maiores legados de Abraão para a humanidade: sua
obediência incondicional a Deus. É isso que faz a diferença na vida dos que
creem. Os sinais seguem apenas para esses, ou seja, aos que creem. Não aos que
querem crer e muito menos aos que apenas dizem crer. Abraão provou sua fé em Deus
porque obedeceu à Sua Palavra!
Muitas
pessoas confundem a fé com os sentimentos. Necessitam "sentir a fé"
para agir. Se isso fosse verdadeiro, certamente no caso de Abraão, ele não
serviria para ser o pai na fé. Porque sua ação em relação à obediência à
Palavra de Deus foi contrária a isso, ou seja, à emoção. A crença depositada em
Deus não pode ser movida a sentimentos, mas na certeza absoluta, na convicção!.
Confira no versículo bíblico a seguir e entenda esse posicionamento que
diferencia o homem natural daquele que realmente vive a fé que agrada e chama a
atenção de Deus. "Abraão esperando contra a esperança, creu."
(Romanos 4.18). Mas ele ainda não tinha chegado ao limite de sua fé.
EXEMPLO DE
FIDELIDADE A DEUS. A historia de Abraão que não negou a Deus o seu único filho e
iria sacrifica-lo como o Senhor pediu acredito eu que Abraão esmureceu ao ouvir
a ordem do Senhor, mas ao Abraão não negou, ele conforme Deus o havia mandado
fazer, querido foi pela fé. GENESIS 22, versiculos 07 e 08 deste capitulo são
versiculos que me chamam muito a atenção, quando Isaque pergunta ao seu pai
Abraão sobre o cordeiro, acredito que Abraão estava com seu coração apertado
pois era o filho da promessa, o filho que ele tanto esperou, que ele tanto
aguardou, o filho que ele amava, e
Abraão responde, com muita certeza no verso 08 Deus proverá para si o cordeiro
do holocausto meu filho! E você querido que talvez esteja passando por uma
grande adversidade, por um grande problema, será que você tem dito Deus proverá
a solução, lembre-se que a fé e a certeza das coisas que se esperam, Abraão
esperou no Senhor, esperou o cordeiro a providencia Divina, mas ele caminhou
mostrou que Deus é maior e representava muito mais do qualquer coisa na sua
vida, a fé é a prova das coisas que não se veem, Abraão não podia ver o
cordeiro, mas já via que iria sacrificar um cordeiro que o Senhor iria prover!
A FIDELIDADE
DE JOSE. Talvez
você não nunca tenha percebido, mas a história de José do Egito, filho de Jacó,
é a que mais espaço ocupa no livro de Gêneses. O relato sobre sua vida começa
no capítulo 37 e vai até o final do livro. E a razão é fácil de compreender.
José é um dos maiores exemplos de fidelidade a Deus independente de qualquer
situação.
José
teria todos os motivos para ser um adolescente revoltado, frustrado e
desanimado com vida: ele era invejado pelos irmãos mais velhos porque era o
filho predileto do pai; os irmãos que o odiavam eram filhos de outra mulher;
sua mãe já havia morrido; o pai já era velho; e ele ainda era o único que tinha
um contato pessoal com Deus, o que aumentava a inveja não só dos irmãos, mas
conquistou até mesmo a contrariedade do pai que não o compreendia.
José
teria todos os motivos do mundo para se tornar um jovem amargurado, mas ele
optou pela fidelidade, apesar das circunstâncias. E mesmo sendo escravo, ele
não abriu mão de seus princípios e executava suas funções com competência e
fidelidade. Ele foi uma benção para o seu dono e a recompensa foi tornar-se
mordomo de toda a casa. Porém, mais uma vez ele foi vítima de uma terrível
conspiração. Ao fugir da tentação do adultério, José foi tido por infiel ao seu
senhor e condenado à prisão. Ser preso por cometer um crime não é fácil,
imagine ser preso por fazer a coisa certa!
José
teria todos os motivos para ser um presidiário amotinado e violento, pois
estava preso injustamente. Mas ele compreendia a soberania e o poder de Deus,
pois tinha intimidade com ele desde a infância. Até mesmo na prisão ele se
destacou e tornou-se exemplo de serviço, ele foi uma benção naquele lugar
deprimente.
Porém,
a fidelidade a Deus é a única força capaz de realmente transformar uma vida de
derrotas em uma vida de vitórias. José não se tornou próspero e bem sucedido
depois que deixou de ser escravo e nem depois que saiu da prisão. Ele já era
próspero e bem sucedido mesmo antes de sua vida dar uma reviravolta total. Ele
foi um escravo fiel e um preso fiel. O segredo do sucesso de José e que serve
para todos nós é ser fiel, apesar das circunstâncias.
A
DETERMINAÇAO DE MOISES. Moisés nasceu quando Israel estava cativo no Egito, durante os
terríveis dias em que Faraó ordenou que todos os recém-nascidos israelitas do
sexo masculino fossem mortos (Êx 1.15,16). Casou-se com Zípora, filha de Jetro,
sacerdote de Midiã, descendente de Abraão (Gn 25.1,2).
Ele
teve uma comunhão especial com o Senhor e nas Escrituras Sagradas é
repetidamente chamado de “servo de Deus”, pois “foi fiel em toda a sua casa”
(Hb 3.5). No último livro do Antigo Testamento, Deus chama Moisés de “meu
servo” (Ml 4.4), e no último livro do Novo Testamento ele é chamado “Moisés,
servo de Deus” (Ap 15.3). Moisés é uma figura tipológica de Cristo.
Homem de
Deus.
No final de sua carreira, Moisés é chamado nas Escrituras de “homem de Deus”
(Dt 33.1). Ele é também pastor e líder do povo de Israel sob a mão de Deus (Sl
77.20). Assim, Homem de Deus é o homem a quem Deus usa como Ele quer.
Homem de
oração.
A vida de intensa oração de Moisés resultou em força, coragem, destemor,
sabedoria e humildade, pois o povo de Israel era na época muito desobediente,
murmurador e carnal. Moisés era um homem muito ocupado com seus encargos, mas
conseguia levar sempre muito tempo em oração intercessória pelo povo.
Era com a
sabedoria do Alto que Moisés orava. Um exemplo disso está em Êxodo 33.13, quando
ele diz: “rogo-te que [...] me faças saber o teu caminho”. No versículo 18, ele
ora em continuação: “Rogo-te que me mostres a tua glória”. Essas duas orações não
devem ser invertidas pelo crente, como alguns fazem por imaturidade ou
fanatismo.
Moisés
intercedeu diante do Senhor pedindo para entrar na tão sonhada Terra Prometida,
mas Deus negou esse pedido (Dt 3.23-25).
Oremos
sempre uns pelos outros, inclusive pelos desconhecidos. Intercedamos “por todos
os homens” (1Tm 2.1), a fim de que alcancem a eterna Jerusalém.
Homem de fé. Moisés agia
por fé em Deus (Hb 11.24-29), daí, a quantidade de milagres realizados pelo
Senhor através dele. Seus pais foram campeões da fé (Hb 11.23), pois a fé em
Deus opera milagres (Mt 17.18-21; At 3.16; 6.8;). Aliás, um dos dons
espirituais é o da fé (1Co 12.9); fé para operar maravilhas.
Moisés e Arão realizaram muitos milagres
perante Faraó e seus oficiais no período que precedeu a saída de Israel do
Egito (Êx 4-12). Esses milagres em forma de catástrofes tinham por objetivo
demonstrar publicamente que os deuses do Egito nada eram diante do Deus
verdadeiro e único de Israel (Êx 12.12; Nm 33.4).
Moisés
cumpriu sua carreira com fé em Deus, coragem e determinação. Em tudo ele buscou
ser fiel ao Senhor. Sigamos o exemplo deste líder a fim de que possamos viver
com sabedoria e a agradar a Deus em toda a nossa maneira de viver.
A FÉ DÁ
PODER PARA AVANÇAR
A OUSADIA DE
JOSUÉ. Deus
encorajou Josué a ser vencedor e ajudar milhões de pessoas a vencer. Josué em
Jericó. “Ora, Jericó estava rigorosamente fechada por causa dos filhos de
Israel; ninguém saía, nem entrava” (Josué 6:1). “E sucedeu que, na sétima vez,
quando os sacerdotes tocavam as trombetas, disse Josué ao povo: Gritai, porque
o SENHOR vos entregou a cidade!” (Josué 6:16). “Gritou, pois, o povo, e os
sacerdotes tocaram as trombetas. Tendo ouvido o povo o sonido da trombeta e
levantado grande grito, ruíram as muralhas, e o povo subiu à cidade, cada qual
em frente de si, e a tomaram. A coragem e ousadia de Josué gerou bênçãos sobre
milhões de pessoas” (Josué 6:20). “Acabando, pois, de repartir a terra em
herança, segundo os seus territórios, deram os filhos de Israel a Josué, filho de
Num, herança no meio deles” (Josué 19:49).
Foi
preciso fé para que os guerreiros de Israel destruíssem os muros da cidade de
Jericó de maneira tão incomum. Seu ato de fé produziu os resultados que
desejavam; Deus deu-lhes a vitória sobre seus inimigos (Js 6). Os caminhos de
Deus nem sempre parecem ser os mais lógicos para a compreensão humana (Is
55.8), mas cumprem sempre os propósitos divinos.
A CORAGEM DE
RAABE.
Raabe
era uma jovem que vivia em Jericó, na época em que Israel se preparava para
conquistar Canaã, sob a liderança de Josué. As notícias das pragas que
destruíram o Egito, e também da maneira como o exército de Faraó se afogara no
Mar Vermelho, haviam chegado à sua cidade. Todo o povo de Jericó estava
amedrontado e em franco preparo para lutar contra Israel.
Raabe
tinha a sua casa construída sobre a larga muralha de Jericó. Ela era uma
prostituta cultual, o que era comum em sua época, nos países pagãos de Canaã.
Era a pior forma de prostituição, pois tinha a sanção religiosa. Homens e
mulheres se entregavam aos rituais imorais dos deuses pagãos da fertilidade
como forma de culto aceitável.
Os
pais entregavam com prazer suas filhas para sacrifícios ou para esses rituais
malignos e sensuais, crendo que estavam agindo da maneira mais correta e santa…
Era a vida em Jericó. Era a cultura em Canaã.
Em
contrapartida, a lei que o Senhor dera a Moisés proibia que o pai prostituísse
sua filha (Lv 19.29); que o sacerdote se casasse com mulher prostituta (Lv
21.7), mui especialmente o sumo-sacerdote (Lv 21.14). A penalidade imposta para
este pecado era a morte por apedrejamento, ou ser queimada em fogueira, no caso
de filha do sacerdote (Lv 21.9). O dinheiro ganho com prostituição era proibido
entrar no templo como oferta ao Senhor (Dt 23. 17-18).
Apesar
de tudo, a misericórdia de Deus alcançou o coração daquela jovem de Jericó. Sua
cidade estava condenada. O que ela fazia era abominável diante do santo Deus de
Israel…
Josué
mandara dois espias para observarem a cidade e trazerem seus relatórios para
ser montada uma estratégia de conquista. Dois guerreiros entraram em Jericó e
pernoitaram na casa de Raabe, citada no texto bíblico apenas como “uma mulher
prostituta” (Js 2.1). Ela, entretanto, os reconhece como israelitas e os
esconde entre as canas do linho que havia disposto em ordem no eirado.
Quando
os soldados de Jericó, a mando do seu rei, vieram à sua casa procurá-los, ela
lhes diz que eles tinham se retirado dali, e que deveriam já ter transposto o
vau do rio Jordão. Assim, ela livrou os espias da morte. E naquela noite
memorável, Raabe abriu seu coração àqueles dois israelitas, dizendo: “Bem sei
que o Senhor lhes deu esta terra, e que o pavor que infundis caiu sobre nós […]
Agora, pois, jurai-me, vos peço pelo Senhor que, assim como usei de
misericórdia para convosco, também dela usareis para com a casa de meu pai; e
que me dareis um sinal certo de que conservareis a vida de meu pai e minha mãe,
como também a meus irmãos e minhas irmãs, com tudo o que têm e de que livrareis
a nossa vida da morte.” (Js 2.9a,12-13.)
Podemos perceber o coração amoroso de Raabe.
Ela não pensava apenas em si, em sua salvação individual. Ela poderia ter
proposto um acordo de livramento pessoal, ou talvez até mesmo ter fugido com os
espias, deixando Jericó entregue à guerra e à destruição.
Mas
Raabe amava sua família. Seus pais e irmãos foram carinhosamente lembrados
naquele tenso momento.
Em
nosso mundo individualista e tremendamente egocêntrico, será que encontraremos
“Raabes”? Quando você, querida irmã, recebe um presente especial, um dom da
misericórdia do Senhor, se lembra da família? Pensa em dividir as dádivas que
Deus tem lhe concedido, levando junto consigo a família? Seu esposo, seus
filhos e familiares participam de suas vitórias, ou você come, sozinha, o
“maná” que Deus lhe tem proporcionado?
Percebemos
também que Raabe agiu por fé, arriscando a própria vida. Ela desceu os espias
por uma corda pela janela de sua casa construída na muralha. O acordo que
fizeram para a sua salvação e de toda a sua família, quando a cidade fosse
atacada, seria que ela atasse um fio escarlate em sua janela e recolhesse toda
a sua família dentro de casa. E assim aconteceu. Ela deixou aquele fio
escarlate atado em sua janela a partir de então, como um sinal, aguardando o
dia de seu livramento.
Creio
que Raabe não era mais a mesma pessoa a partir daquele encontro com os
representantes do povo de Deus. Ela agora tinha esperança. Ela tinha sonhos.
Iria fazer parte do povo de Israel e já amava o seu Deus invisível, que era
santo, justo e bom. Raabe não precisava mais se prostituir, pois isto não tinha
mais significado para si; pelo contrário, ela podia sonhar até mesmo com um
marido, um lar, uma família em Israel…
Os
jovens espias subiram até a sua casa e tiraram de lá, não só os pais e irmãos
da jovem, mas também toda a sua parentela com seus bens. A casa estava cheia.
Raabe era uma sábia “evangelista”. Ela levou a salvação a todos os seus
parentes. Saíram da condenação de Jericó para as promessas da “Terra Prometida”
de Israel.
Entretanto,
Raabe e sua parentela vieram morar “fora do acampamento” do povo de Deus (Js
7.23). Mas ela não ficou ali de fora da comunhão do Deus que abraçara e
aprendera a amar… Ela demonstra genuína fé, ardor e profunda gratidão por sua
salvação. E, por seu testemunho aprovado, ela veio a se casar com um dos
príncipes de Judá e recebeu a bênção de participar da genealogia de Jesus (Mt
1.5).
O
escritor da Carta aos Hebreus a colocou na galeria dos heróis da fé, mostrando
sua atitude corajosa como uma demonstração de sua fé no Deus Vivo de Israel (Hb
11.31). E o apóstolo Tiago, irmão de Jesus, menciona Raabe em sua Carta (Tg
2.25), reconhecendo a sua justificação ao esconder e salvar os espias.
O HEROÍSMO
DE GIDEÃO
Juízes
dão continuidade à história da conquista de Israel da terra que Deus prometera
a seus ancestrais. Enquanto o livro de Josué termina com a nação tomando uma
posição por Deus e pronta para experimentar todas as bênçãos da terra
prometida, na sequência os israelitas perderam seu comprometimento espiritual e
a motivação depois de se estabelecerem em Canaã. Após a morte de Josué, a nação
experimentou uma carência de liderança espiritual, que levou um período muito
sombrio. O livro de Juízes cobre mais de 325 anos, registra 6 períodos
sucessivos de opressões e livramento e descreve 12 libertadores (juízes),
usados por Deus para livrar seu povo e demonstrar seu amor e misericórdia.
Ainda
hoje muitos desistem da batalha, mas Gideão conservou a fé na palavra que o
Senhor lhe trouxe junto ao carvalho em Ofra. Manteve-se firme e fiel ao Deus de
Israel, ao contrário de muitos dentre o povo de hoje.
Mesmo
lhe restando 300 homens ele sabia que Deus estava com eles. Mas e agora o que
fazer. Deus disse que Gideão venceria os Midianitas, mas Deus não disse como
isso aconteceria. É aí que colocamos em prática algo que Deus nos dá em
momentos difíceis.
Gideão
sabia que precisava de uma estratégia e ele então conhecia o inimigo. Será que
nós aprendemos algo sobre quem realmente é nosso inimigo? Será que você sabe
quem é aquele que quer lhe matar? Você sabe algo sobre satanás?
Gideão
sabia que os Midianitas eram um povo supersticioso e então ele chama seus 300
homens e diz a eles: “Amigos, chegou a hora da vitória. Vocês crêem? E todos
disseram SIM, CREMOS!! Então cada um vote a sua casa e pegue um vaso e uma
tocha e voltem aqui.”
Assim
os 300 homens corajosos foram e trouxeram tudo conforme Gideão havia dito agora
cada homem tinha um vaso na mão esquerda e uma tocha na mão direita. Talvez
pensemos como eles usariam a espada?
Gideão
sabia que uma lenda Midianita contava que os inimigos outrora derrotados
voltariam para vingarem suas mortes e de seus entes, mas com uma fúria
incontrolável eles teriam no lugar da cabeça uma tocha de fogo. Assim Gideão
mandou que os seus 300 homens cercassem o arraial dos inimigos e todos no mesmo
momento iriam gritar e quebrando os vasos acenderiam as tochas.
Precisamos
ainda hoje achegarmos a fonte das águas de Gideão. Dobre seus joelhos ainda
hoje e peça para o Senhor te fazer beber das águas da FONTE DE GIDEÃO
CONCLUSÃO
A
fé é conquistada à medida que você se dedica a aprender a Palavra de Deus. Deus
permitiu ao homem registrar a Sua Palavra para que todos possam conhecê-lo e
reconhecer as maravilhas que Ele realizou durante toda a história: a criação de
todas as coisas, a nossa criação, o resgate do povo de Israel, os milagres nas
batalhas contra os povos inimigos, os livramentos concedidos àqueles que creram
Nele e, principalemente, a obra redentora de Jesus na cruz para nos livrar de
todo pecado e dar-nos a salvação.
Deus
é tão maravilhoso que também nos ensina o que a fé permite alcançar. Lendo essa
frase você pode pensar que existe um limite, mas você verá nas passagens
seguintes que não há limites para aquele que tem fé.
Por:
Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Bibigrafia
1. O
Significado da Fé (11.1)
O
autor inicia com uma proposição geral em relação à natureza da fé. Ora, a fé é
o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não
vêem. A palavra fé (pistis) pode significar crença, confiança, fidelidade,
persuasão firme ou convicção firme. Mas na Bíblia ela sempre encontra seu
propósito em Deus. Fé bíblica não é crer em si mesmo ou no homem, mas em Deus.
O uso constante do dativo de instrumento (“pela fé”) neste capítulo não atribui
nenhum poder mágico à fé, mas simplesmente mostra que a fé é o meio pelo qual
recebemos de Deus, a fonte do nosso serviço para Deus e a única base aceitável
de um relacionamento satisfatório com Deus.
Portanto,
a proposição do versículo 1, embora não defina fé exatamente, mostra a) sua
relação com a esperança e b) sua relação com o invisível. A palavra fundamento,
no grego hypostasis, traz a idéia de “colocar por baixo”. Neste caso, esta
palavra traz a idéia da confiança de que as nossas esperanças são válidas e o
fundamento para que se realizem.
A
fé fica na base das coisas que se esperam e as preserva para nós. Se perdermos
a nossa fé, nossas esperanças não se materializarão. Alguém disse: “Fé é o
documento de propriedade ou a escritura definitiva”. O mero sentimento de
segurança, no entanto, pode não ser uma escritura definitiva, mas sim esta
segurança plena na promessa de Deus, independentemente do sentimento pessoal.
A
proposição também indica a relação entre a fé e a ordem invisível da realidade.
Mais uma vez, a tradução da palavra prova pode ser enganosa, porque a fé em si
não prova nada. Estritamente, é verdade, a palavra elengchos significa prova.
Mas
aqui ela é usada no sentido de uma “persuasão completa”, tão completa que não é
necessária uma prova complementar. Vemos as coisas pela fé e não com os olhos
naturais. Phillips capta o sentido na sua simplicidade. “Ela [a fé] significa
estar certo das coisas que não podemos ver”. Fé, portanto, é muito mais do que
um pensar desejoso ou um esperar anelante.
2. A Certeza
da Fé (11.2-3)
Foi
com esse tipo de fé que os antigos (os pais antigos) alcançaram testemunho,
i.e., “obtiveram afirmação” (v. 2).
A
atestação mais básica recebida pela fé (por eles, mas compartilhada por nós) é
nossa compreensão de que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de
maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente (3). Está inferido
aqui o princípio epistemológico de que a fé é uma forma de alcançar
conhecimento.
Muito
do nosso conhecimento vem pela fé em uma pessoa ou fonte autorizada de
informação, em vez de por uma presença e prova pessoal. Estamos certos da
criação divina, mas não estávamos lá para vê-la. Ainda mais ligado à defesa da
fé do autor está o fato metafísico expresso não somente de que o “universo foi
formado pela palavra de Deus” (NVI), mas que neste ato criativo o “o visível
foi feito a partir do invisível” (NEB).
Portanto,
o mundo real, o sentido máximo de realidade, não está na ordem dos fenômenos,
mas na ordem invisível. O que parece real para o nosso sentido físico é, na
verdade, somente um produto daquilo que parece irreal em nossos sentidos. A fé,
portanto, não é um pensamento ilusório em um mundo imaginário, mas exatamente o
oposto; ela penetra através do mundo superficial da aparência para apoderar-se
da realidade fundamental e eterna por trás das aparências. A fé, portanto, não
é um assentimento da religião no nível de jardim de infância, mas é um
integrante da religião madura e está no coração de uma filosofia saudável.
3. A Justiça
da Fé (11.4,5)
a) O caminho
da fé da justiça (11.4). Não somente obtemos conhecimento por meio da fé, mas a fé também
é o meio de recebermos certeza da aprovação divina. Abel ilustra a obtenção da
justiça pela fé e do testemunho de Deus, enquanto Enoque ilustra a preservação
pela fé deste relacionamento com Deus até o fim da vida. Pela fé, Abel ofereceu
a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era
justo, dando Deus testemunho dos seus dons (4).
O
testemunho de Deus para Abel de que ele era justo foi uma evidência
(testemunho) da aceitabilidade das suas ofertas. Pelo qual refere-se não à fé
mas ao sacrifício. Era o maior sacrifício que se tornou a base da aceitação.
Por este ato, depois de morto, ainda fala; assim somos lembrados que a fé
simplesmente na bondade de Deus não justifica ninguém. A fé justifica
indiretamente, não diretamente.
Ela
se achega a Deus por meio de um sacrifício. A fé é ativa em sua percepção de
Deus e do pecado, e na sua convicção de que Deus está ávido por ser propiciado.
A fé está, portanto, depositada no sacrifício como um acesso válido e também na
disposição de Deus de aceitar o sacrifício; mas a fé não supõe que Deus é
indiferente ao modo de acesso.
A
fé do humanismo entende que o sacrifício não é necessário, mas ela não traz a
paz. Esta é a fé do orgulho e da presunção. A fé evangélica se aproxima de Deus
por meio do Calvário. A superioridade do sacrifício de Abel8 estava
fundamentada tanto no seu espírito humilde quanto no conteúdo que foi oferecido
(Gn 4.3,4). Os “Cains” de hoje também precisam saber que as ofertas sem derramamento
de sangue realizadas por homens farisaicos, o trabalho de mãos humanas e as
realizações da cultura humana não compram o acesso ao Pai. O pecado tornou tudo
isto inválido como base para a “unidade” divino-humana. Deve haver sangue, e
somente o sangue do Cordeiro santo de Deus é válido. Vamos oferecê-lo pela fé e
nós também conheceremos o testemunho interior da justiça.
b) O caminho
da fé da justiça (11.5). De Enoque aprendemos que é possível e necessário manter este
relacionamento de fé ao longo da experiência terrena. Pela fé, Enoque foi
trasladado para não ver a morte.9 A palavra trasladado (metetethe) significa
literalmente “transpor”, de um nível mais baixo para um mais alto (mesma
palavra usada em 7.12). Em Atos 7.16, esta palavra é usada referindo-se à
transferência dos ossos de Jacó do Egito para Siquém, em Canaã. A afirmação de
que não foi achado sugere que por dias sua família e amigos procuraram por ele,
mas em vão, porque Deus o havia trasladado para uma posição celestial.
Mas
a transposição exterior foi justificada pela transformação interior. Por trás
do “dom das asas” havia um caminhar devoto (Gn 5.24). Este não era o
arrebatamento de um pecador, mas de um santo, que, antes da sua trasladação,
alcançou testemunho de que agradara a Deus.
O
Espírito de Deus testemunhou que tudo estava bem; nenhum ajuste de última hora
foi necessário. Aqui novamente o papel da fé foi indireto — a fé, em si mesma,
não pode transladar ninguém para o céu. Mas o caminhar de Enoque com Deus foi
por fé e a trasladação foi a recompensa soberana de Deus pela sua fidelidade
nessa caminhada.
4. A
Essência da Fé (11.6)
Agora
um grande princípio da fé está claramente expresso. Primeiramente, vemos este
princípio exposto de forma negativa: Ora, sem fé é impossível agradar-lhe. Se
Enoque não continuasse crendo, ele não teria recebido a certeza contínua de que
estava agradando a Deus. Esta é uma lei simples, mas inescapável do Reino. Deus
deve ter súditos que confiam nEle como Deus — e isto inclui sua sabedoria, sua
bondade e seu poder. Duvidar é difamar. Confiar é honrar. Todos os outros
tributos são insultos se o tributo da fé está faltando. Não somos guardados
pelo sentimento, mas pela fé, porque somente ao crermos em Deus podemos
agradar-lhe.
O
princípio é então ampliado de forma positiva: porque é necessário que aquele
que se aproxima de Deus creia que ele existe — este é um ponto de vista
intelectual do teísmo. E um teísmo personalista — aquele que, não “o ser” que.
Mas o homem pode acreditar que Deus existe e não ter comunicação nem comunhão
com Ele. Portanto, o teísmo teórico deve tornar-se a confiança humilde de que ele
existe e [...] é galardoador dos que o buscam.
Aqui
está uma confiança dupla: primeiro, na atenção de Deus em buscar o homem, e,
segundo, na integridade e benevolência do caráter de Deus. Ele vai galardoar
aquele que o busca, e o galardão vai ser de acordo com a necessidade (Lc
11.9-13). Somente esta confiança torna possível um relacionamento significativo
e pessoal. Mas esta confiança está vinculada a um busca diligente. Os galardões
de Deus da graça divina não são espalhados de maneira promíscua e indiscriminada.
O
relacionamento deve ser interpessoal — de duas vias. O homem deve querer Deus,
não somente seus dons, mas para o seu próprio bem, e querê-lo a ponto de
procurá-lo. O homem também deve tomar a iniciativa, como evidência de um desejo
sincero.
No versículo
6, vemos “Como Obter Algo de Deus”:
1)
Pureza de motivo: o buscam — sua presença, sua vontade, sua glória.
2)
Deve haver sinceridade de propósito. Esta busca deve ser diligente — sincera,
aberta e persistente.
3)
Deve haver simplicidade de fé: creia que ele existe e que é galardoador — uma
fé refletida na busca diligente, uma fé que aposta tudo na integridade de Deus,
uma fé que se afirma a si mesma.
5. A Obra da
Fé (11.7)
Pela
fé Noé [...] preparou a arca (Gn 6.8,9,13-22; 7.1). No entanto, a iniciativa
não foi humana, mas divina: divinamente avisado. O nome de Deus não é citado,
mas inferido pelo particípio, kramatistheis, “tendo sido divinamente avisado e
advertido” (cf. 8.5). Temeu indica a motivação interior.
De
que maneira a fé é compatível com o temor? Simplesmente, pelo fato de que o
temor foi gerado pela sua confiança implícita na Palavra de Deus. Ele creu que
uma enchente viria e foi estimulado a agir por causa da perspectiva assustadora
de ser apanhado despreparado. O resultado da sua fé-ação foi a salvação da sua
família. Quando o homem crê em Deus e age de acordo, obtém a salvação, tanto
física quanto espiritual, na vida dos outros.
6. A
Obediência da Fé (11.8)
Quando
o “pai da fé” foi chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber
por herança. Isto também ocorreu pela fé visto que a) havia um pano de fundo de
fé-familiaridade com Deus; 6) ele cria que esta impressão (este chamado) era a
voz de Deus; c) ele cria que existia este lugar se Deus havia dito; d) ele cria
que Deus o protegeria durante a viagem e depois da sua chegada; e) ele cria que
Deus identificaria o lugar à sua maneira e a seu tempo e f) ele cria que a
promessa de Deus de dar a ele a terra certamente se cumpriria (Gn 12.1-4). Este
é o tipo de fé que instiga a obediência e é provada por ela. Atuar pela fé,
realizando grandes coisas para Deus, sempre é uma simples questão de
obediência, em que Deus toma a iniciativa. Mas a fé deve ser forte o suficiente
para obedecer mesmo quando Deus mantém em segredo alguns detalhes que
gostaríamos de saber. Abraão não sabia para onde estava indo. Ele conhecia
apenas a direção.
Nenhum
mapa topográfico foi-lhe apresentado, somente a promessa: “Eu te mostrarei” (Gn
12.1). Algumas pessoas nunca alcançam nada para Deus porque não querem obedecer
um passo por vez; elas querem muita informação adiantada. Elas querem eliminar
da obediência todo mistério, incerteza e risco aparente. Mas isto também
significaria a eliminação da própria fé.
7. A
Peregrinação da Fé (11.9,10)
Depois
que Abraão chegou, habitou na terra da promessa (9); literalmente, “ele
tornou-se um peregrino”. Ele instalou-se na terra, não como dono ou
conquistador, mas como estrangeiro, como em terra alheia; i.e., não sua própria
terra, mas como pertencendo a alguém outro.
Ele
não brandiu a espada e proclamou o seu governo; ele não tomou nada em suas
próprias mãos. Este também é o caminho da fé: deixar Deus cumprir suas
promessas no seu tempo e à sua maneira. Não precisamos forçar as coisas ou
provocar guerras para cumprir a sua vontade. Uma fé fraca sempre rói as unhas.
Exigiu-se
de Abraão uma confiança calma e paciente por um longo tempo, e não somente
dele, mas do seu filho e do neto, Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma
promessa. Três gerações de herdeiros, vivendo em cabanas (tendas), não cidades
ou casas, mas como estrangeiros em sua própria terra! Será que eles foram
tentados a questionar se não haviam se enganado, ou se Deus tinha esquecido, ou
estava demorando demais? Na ordem das coisas de Deus, a verdadeira situação
muitas vezes está oculta. Davi era rei na “mente” de Deus muitos anos antes que
se tornou rei na mente das pessoas. Mas a fé sabe esperar, porque vê os fatos
por trás das circunstâncias.
Ela
não precisa gritar; também não tem necessidade de abandonar a esperança e
entrar no desespero. O exemplo de Abraão talvez foi apresentado para
envergonhar estes cristãos hebreus que estavam entrando em pânico porque nem
todas as promessas de Cristo haviam se concretizado.
Abraão
talvez tenha admirado as cidades cananéias, mas não as invejou — Porque
esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus
(10). “Pois ele esperava a cidade que tem alicerces [de realidade eterna], cujo
arquiteto (.mestre de obras) e edificador (empreiteiro) é Deus” (NVI). Ele
podia esperar; porque muito tempo depois que as cidades cananéias tivessem se
transformado em pó, a cidade de Deus permaneceria em pé. Nós também podemos nos
dar o luxo de esperar.
8. A
Descendência da Fé (11.11,12)
A
fé também era a chave para a concepção miraculosa de Sara: porquanto teve por
fiel aquele que lho tinha prometido (11). É verdade, quando ouviu pela primeira
vez a predição, “riu-se Sara consigo” (Gn 18.12), porque na sua idade avançada
ela sabia que no mundo natural a idéia era absurda.
Mas
seu riso dócil de deleite se transformou em uma fé firme quando o Senhor a
repreendeu e no final tornou-se um riso de alegria santa (Gn 21.6). Sua
confiança em Deus capacitou-a a receber uma força sobrenatural para esta
experiência.
Por
meio da fé de Sara e Abraão, Deus foi capaz de fazer suas promessas, dadas
antes de Isaque nascer e então reafirmadas depois que Abraão foi provado no
monte Moriá (Gn 15.5; 22.17). Pelo que também de um, e esse já amortecido
(lit., já impotente), descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu,
e como a areia inumerável que está na praia do mar (12).
Mas
não somente a raça hebraica é a descendência da fé, mas os crentes gentios
também, visto que “os que são da fé são filhos de Abraão” (Rm 4.9-25; G1
3.7-9).
9. A
Confissão de Fé (11.13-16)
A
fé bíblica sempre olha para frente bem como para cima, e abrange a eternidade,
bem como o tempo. O autor descreveu de maneira sucinta a vida de fé dos
patriarcas, a quem as promessas foram dadas. Agora ele nos lembra que eles não
abandonaram a fé só porque as promessas não se materializaram da noite para o
dia. Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas (13).
Naturalmente,
a forma muda de pistei, “pela fé”, para kata pistin, “na fé”. Eles não morreram
pela fé, mas na fé, crendo em Deus até o seu último respirar. Eles receberam as
promessas, mas não haviam recebido o cumprimento (a mesma palavra usada em
10.36). A promessa de um filho (Isaque) havia sido cumprida; evidentemente,
portanto, as promessas nas quais mantinham os seus olhos e pelas quais viviam e
morriam eram maiores do que esta promessa específica. O nascimento de Isaque
era apenas um símbolo da plenitude futura.
Nos
versículos 13-16, vemos que “A Confissão de Fé” inclui:
a) A posse
da visão — mas, vendo-as de longe. Este era o discernimento do profeta ou
vidente em relação ao futuro. Eles sentiam que a visão que Deus tinha dado era
para um dia distante. Mas eles eram grandes o suficiente para ver o todo, não
apenas as
partes
e ver adiante, não apenas o presente; eles estavam dispostos em ser pequenas
peças no plano maior de Deus. Eles sabiam que o Deus que tinha dado a visão não
iria morrer quando eles morressem.
b) Uma
persuasão de valor — e crendo nelas, e abraçando-as. Eles não só
estavam convencidos de que as promessas eram “boas”, mas entregaram-se
completamente aos valores superiores que representavam.
As
duas frases são uma tradução dupla de uma palavra, aspasamenoi, “tendo
saudado”, e significa neste caso “tendo abraçado mentalmente”, tendo recebido
“no coração ou no entendimento”.
c) Uma
profissão de peregrinação — confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Aqui
estão reveladas a profundidade e a grandeza da visão dos patriarcas, nem sempre
reconhecidas. Sua visão ia além de Canaã. Eles não eram apenas viajantes na
terra prometida da Palestina, mas estrangeiros e peregrinos na terra. Porque os
que isso dizem claramente mostram que buscam uma pátria (14) e, obviamente,
eles não têm em mente Canaã ou a terra dos seus ancestrais, a Mesopotâmia,
quando se referem a esta verdadeira pátria. Certamente, se lembrassem daquela
de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar (15).
O
significado do tempo imperfeito nos dois verbos principais não é observado na
KJV (a idéia do subjuntivo não faz parte do texto grego).
A
tradução deveria ser a seguinte: “E se eles realmente tivessem lembrado daquela
(terra) de onde tinham saído, eles teriam tido continuamente a oportunidade de
voltar”.10 O olhar crônico para trás produz também pés voltados para trás.
Quando o homem deseja voltar atrás (anakampsai), seus olhos descobrirão uma
série de maneiras e razões. Lembrassem significa “fixar os pensamentos em algo”,
referir-se, falar de. Se as pessoas não querem apostatar, é melhor manter o seu
passado fora da sua imaginação e conversa. Se Deus está disposto a esquecer, é
melhor que também estejamos.
Os
santos do AT, no entanto, não tinham nenhum interesse em olhar para trás; eles
estavam enamorados demais com o futuro. Mas, agora, desejam uma melhor, isto é,
a celestial (16). Literalmente, “eles se esticam”, tão intensa é a sua devoção.
Que os patriarcas tinham uma idéia do céu — ou pelo menos uma teocracia espiritual
— é claramente expresso, porque o contraste não é somente com a terra antiga,
mas com a pátria onde agora estavam caminhando como nômades. Canaã era
agradável, mas não preenchia a revelação interior que Deus tinha dado a eles.
Eles
podem ter visto na terra um tipo de Reino, como viram em Isaque um tipo do
Messias e uma expectativa da bênção que deveria vir sobre todas as famílias da
terra. Possivelmente, esta é a razão por estarem dispostos a ser contados como
estrangeiros na terra; eles de qualquer maneira nunca se sentiram em casa
jeito.
E
triste que seus descendentes perderam a visão (o mesmo perigo que estes
cristãos hebreus estavam correndo), e se acomodaram com esse apego intenso a
esta terra.
Peregrinos
não estão demasiadamente preocupados com posses e possuidores avarentos logo
deixam de ser peregrinos. Como C. S. Lewis diz: “Muitas pessoas pensam que
estão encontrando seu lugar no mundo, quando, na realidade o mundo está
encontrando seu lugar nelas”.
Por
causa da atitude espiritual deles, Deus não se envergonha deles, de se chamar
seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade. Alguns que professam crer em Deus
são uma desonra para Ele devido às suas almas miseravelmente presas à terra.
Mas este não era o caso de Abraão, Sara, Isaque e Jacó (Ex 3.3-16); deles Ele
recebia com alegria o título Deus. Ele, em Cristo, preparou a cidade — uma
moradia eterna e segura (Jo 14.1-4; Ap 21.2).
Visto
que olhavam para o futuro com fé, eles são tão favorecidos por Cristo como nós
que também olhamos para o futuro com fé, embora nossa fé seja reforçada com o
conhecimento adicional do Calvário, que nos deixa sem desculpa para deixar
escapar a Cidade Santa.
10. O Teste
da Fé (11.17-19)
Há
uma confiança sublime e ao mesmo tempo pungente na fé perfeita, como é revelada
em Abraão quando ele, sendo provado (colocado à prova), ofereceu [...] a Isaque
(17). O autor deliberadamente ressalta a severidade intensa deste teste: aquele
que recebera (acolhera, recebera com alegria) as promessas ofereceu (estava no
ato de oferecer) o seu unigénito — de quem foi dito: Em Isaque será chamada a
tua descendência (18).
Para
alguém com menos fé, isto poderia parecer um completo despedaçar de esperanças.
Mas o equilíbrio de Abraão tinha uma simples explicação: Considerou que Deus
era poderoso para até dos mortos o ressuscitar. E daí também, em figura, ele o
recobrou (18-19). Isto é, figuradamente falando, Isaque era um dom da vida a
partir da morte; o Deus que fez um milagre quanto ao cumprimento da promessa
poderia realizar mais um. A expressão era poderoso não atribui a Abraão a
certeza de que Deus faria mas que Ele poderia fazer.
Esta
era a única solução que Abraão conseguia enxergar; mas a sua confiança era tão
grande na integridade de Deus que sentiu-se perfeitamente seguro de obedecer
absolutamente e deixar os caminhos e meios para Deus. E importante observar que
Abraão venceu esta prova porque Isaque nunca havia se tornado um ídolo.
Nesta
passagem vemos “A Fé Testada e Triunfante”. 1) A fé é testada (a) quando os
sacrifícios exigidos parecem excessivos, (b) quando os mistérios da providência
permanecem insolúveis, (c) quando a promessa de Deus parece irrealizável. 2) A
fé triunfa porque (a) ela acredita na grandeza de Deus, apesar das
dificuldades, (b) confia na bondade de Deus apesar das aparências, (c) obedece
às ordens de Deus apesar das conseqüências.
11. A
Confiança da Fé (11.20-22)
A
fé dá ao seu possuidor os olhos de um vidente (profeta), e uma confiança no
futuro do povo de Deus. Isto é demonstrado em Isaque, que pela fé [...]
abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras (20; cf. Gn 27.27-29,
39,40). Ela também é vista em Jacó que abençoou cada um dos filhos de José no
leito da morte (21; cf. Gn 48.11-20).11 José amplia este aspecto ainda mais:
Pela fé, José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel e deu
ordem acerca de seus ossos (22; cf. Gn 50.24,25). Ele não queria que seus
restos mortais ficassem no Egito. Nos três exemplos, a confiança no futuro era
baseada na fé acerca da integridade das promessas de Deus. Aqui era a visão que
transcendia seu próprio destino e sua própria geração. Eles se enxergavam
fazendo parte de um grande plano, como elos da corrente da história divina.12
Sua fé não foi alterada pelo não cumprimento durante a vida deles. Isto também
servia de repreensão para estes cristãos hebreus hesitantes!
12. A
Coragem da Fé (11.23)
Foi
a fé que capacitou Anrão e Joquebede a esconder Moisés, já nascido [...] três
meses [...] porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento
do rei (Ex 2.2ss). A ordem era que cada infante masculino fosse lançado no rio
(Ex 1.22).
Mas
os pais perceberam que este menino era formoso, i.e., bonito. O adjetivo
principesco ou magnífico transmite melhor a idéia do original. Todos os pais
têm orgulho de seus filhos e acham que são especiais; há uma dica aqui, no
entanto, de uma percepção profética de que esta criança tinha um destino
especial.
Esta
visão e fé deram aos pais a coragem de crer que Deus os ajudaria a frustrar a
ordem do rei. Eles não temeram (lit., não estavam apavorados ou intimidados).
Quando
o bebê se tornou tão barulhento aos três meses que se tornou impossível manter
a sua presença em segredo, prepararam um berço flutuante e designaram sua irmã
maior a cuidar do menino. Em vez de lançá-lo no rio, eles o colocaram sobre o
rio, crendo que se Deus tinha um plano especial para Moisés, Ele poderia de
alguma forma preservá-lo. E Ele o fez, de tal forma que se tornou uma história
mais interessante do que as melhores histórias de ficção.
13. A
Escolha da Fé (11.24-26)
Os
primeiros anos, normalmente, são mais importantes do que os anos posteriores na
vida da criança. Felizmente, a mãe de Moisés esteve com ele quando ele era mais
moldável e deve tê-lo educado bem no conhecimento do único e verdadeiro Deus.
Como jovem, ele ponderou cuidadosamente a vida do povo simples e temente a Deus
da sua mãe e a vida resplandecente, mas corrupta da corte. Pela fé, Moisés,
sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó (24).
Foi
um repúdio claro e definitivo, como o tempo aoristo sugere. Ele rompeu com a
realeza egípcia de uma vez por todas, escolhendo (lit., tendo escolhido),
antes, ser maltratado com o povo de Deus (25). A rejeição exterior foi o
resultado de uma decisão interior prévia.
A
habilidade de tomar decisões e de escolher sempre o lado certo é a marca do
caráter forte. Outra vez, o autor está envergonhando estes cristãos hebreus em
virtude da forma vacilante e indecisa de eles se comportarem.
Moisés
conhecia bem a opressão cruel e a privação sofridas por este povo; ele não era
ignorante ou ingênuo. Mas ele pesou o sofrimento deles com o gozo do pecado,
porque percebeu que aqueles que sofriam eram o povo de Deus, portanto,
interiormente superiores, e se sairiam melhor no final, porque o gozo do pecado
era apenas por um pouco de tempo. Assim, as vantagens da corte egípcia eram
vistas como sendo superficiais e temporárias. Sua escolha, portanto, era
inspirada pelo seu modelo de valores: tendo, por maiores riquezas, o vitupério
de Cristo (“o estigma que está sobre o Ungido de Deus”, NEB) do que os tesouros
do Egito. O estigma continua presente!
Muitos
estudiosos modernos tentam de todas as maneiras possíveis desfazer e
desacreditar o caminho cristão, mas podemos estar certos de que na medida em
que tiverem êxito em tornar Cristo palatável ao homem natural, nessa mesma
medida moldaram um Cristo falso e imaginário.
Que
conceito Moisés tinha de Cristo (lit., o Cristo)? Provavelmente o seu conceito
não era claro, mas seu conhecimento de que os hebreus eram o povo de Deus
indubitavelmente incluía um conhecimento vago de um Ungido prometido (1 Co
10.1-4). Embora sua mente possa ter estado nebulosa quanto a detalhes, sua fé
estava segura, tão segura que por causa dela ele estava disposto a arriscar seu
presente e seu futuro.
O
autor continua mostrando que o sistema de valores de Moisés estava baseado em
grande parte na sua habilidade de olhar para o futuro: porque tinha em vista a
recompensa (26). Literalmente, a palavra apeblepen, “ele estava olhando”,
significa “desviar o seu olhar de todos os outros objetos e olhar para um
único”. O tempo imperfeito indica que este não era um interesse romântico ou
caprichoso, mas um olhar fixo. Ele continuou olhando com uma atenção fixa e
séria; inevitavelmente o resplendor egípcio dissipou-se completamente de sua
mente. O segredo de escapar do encanto sedutor do mundo é olhar tão longe para
o futuro para perceber duração e conseqüência.
Pela
fé, portanto, Moisés foi capaz de perceber os verdadeiros problemas da vida. Na
superfície parecia que ele estava escolhendo entre dor e prazer, mas, na
realidade, era entre piedade e pecado. Superficialmente, parecia ser uma
escolha entre sua mãe e a filha de Faraó, mas, na realidade, era uma escolha
entre Cristo e o mundo.
Parecia
que ele estava escolhendo entre pobreza e os tesouros do Egito; mas, na
verdade, era uma escolha entre céu e terra. Parecia uma escolha entre o deserto
e o trono; mas, na realidade, era entre a imortalidade e o esquecimento.
Além
disso, pela fé, ele foi capaz de distinguir o passageiro do permanente. O
passageiro incluía 1) o sofrimento do povo de Deus, 2) o gozo do pecado, 3) os
tesouros do Egito, 4) o vitupério de Cristo. O permanente incluía 1) o povo de
Deus, 2) a pessoa de Cristo, 3) o pagamento da recompensa.
Nos
versículos 24-26, vemos “As Qualidades da Fé Duradoura”. 1) Ela percebe a
superioridade dos valores morais e espirituais sobre os prazeres temporais e
carnais, vv. 25,26. 2) Ela está certa de que os valores duradouros estão do
lado de Cristo e do povo de Deus, vv. 24,26. 3) Ela escolhe renunciar a uma
vantagem passageira para obter um ganho permanente, w. 25,26.
14. A
Persistência da Fé (11.27)
Pela
fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei (27). De acordo com Êxodo 2.11-15,
o êxodo juvenil de Moisés foi, na verdade, uma fuga, instigada pelo medo.
Portanto, é mais provável que Hebreus esteja se referindo aqui à saída
dignificada e deliberada 40 anos mais tarde. A palavra katelipen, deixou,
simplesmente significa deixar para trás e não necessariamente sugere fuga. Em
sua mocidade, a fé que Moisés tinha era forte o suficiente para fazer a escolha
básica e final, mas ela precisava da maturação do deserto e da sarça ardente
para tornar-se à prova de pânico.
O
segredo do seu equilíbrio foi que ele ficou firme, como vendo o invisível. Ele
suportou resolutamente as ameaças e a duplicidade de um Faraó colocado contra a
parede e foi fortalecido porque a fé vê o invisível; não somente a ordem
invisível como tal, mas o “Invisível” (masculino singular). Afé tem um radar espiritual
que a descrença não tem (2 Rs 6.16-17; Dn 3.23- 25). Mas a grande marca
distinta da fé bíblica é que ela está firmada num Deus pessoal, não numa lei ou
poder impessoal.
15. O Êxodo
da Fé (11.28-31)
A
verdadeira fé sempre sai do Egito. Ela nunca fica. Na verdade, o versículo 27 é
tanto um prefácio como uma apresentação prévia desta seção, que consiste em
esboçar os pontos altos da migração do Egito para Canaã. A história aqui não é
de todo brilhante; uma descrença vergonhosa tornou a história acidentada, com
conseqüências trágicas.
Os
cristãos hebreus têm sido lembrados deste fato com muita intensidade. Mas a
atenção agora está no fato de que a nação nunca teria sido liberta da
escravidão, e nunca teria entrado em Canaã, se não fosse por aqueles que
tiveram fé. Cada passo importante era uma vitória da fé. Mas a dúvida nunca
registrou avanços.
a) A Páscoa
(11.28).
O primeiro passo preparatório essencial no Êxodo foi a Páscoa. Pela fé,
celebrou a Páscoa e a aspersão do sangue. O objetivo era escapar da espada do
destruidor dos primogênitos.
Este
ato de julgamento divino não era somente necessário e justificado pela teimosia
egípcia, mas foi simbólico da morte eterna que é endêmica do Egito espiritual.
Semelhantemente, o cordeiro morto era simbólico do futuro Cordeiro de Deus, que
tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29). Não há escape, quer da escravidão egípcia
ou da escuridão ou morte egípcia, sem o aspergir do sangue. Mas note bem, a
vida não depende apenas do sangue derramado, mas do sangue aplicado. Somente o
derramar do sangue não teria protegido ninguém. Havia salvação somente à medida
que o sangue era aspergido individualmente na verga da porta e em ambas as
ombreiras das casas (Ex 12.23). A verdade aplica-se igualmente ao sangue do
Cordeiro de Deus. Somente quando a fé toma posse e o Espírito opera que o
Sangue salva.
b) O mar
Vermelho (11.29). Pela fé, passaram o mar Vermelho, como por terra seca. Para
maiores detalhes, leia Êxodo 14.22-27. A fé agora é atribuída ao povo, bem como
a Moisés. Neste acontecimento, vemos a diferença entre fé e presunção. A fé não
depende do que é feito, mas com que autoridade. Israel agiu de acordo com a
ordem divina, mas o intentar (lit., tentar) dos egípcios em fazer a mesma coisa
causou o seu afogamento. A mesma ação pode ser apropriada e bem-sucedida ou
presunçosa, fanática e desastrosa, dependendo da presença ou ausência de Deus.
“Com Deus, ando sobre o mar; sem Ele, nem saio pela porta”.
c) Os muros
de Jericó (11.30). Moisés está morto; os israelitas já não podem mais depender da fé
dele. Mas esta fé foi compartilhada pelo seu “afiliado” Josué e, até certo
ponto, por toda a nação. Esta era uma nova geração, que tinha se beneficiado,
pelo menos em parte, da ruína dos seus pais. Apesar do rio Jordão ter sido
atravessado, Jericó bloqueava o caminho para o portão de entrada da Terra
Prometida, na realidade mais temível do que os medos de Cades-Barnéia. Mas,
pela fé, caíram os muros de Jericó.
De
que maneira a fé pode derrubar muros? Efeitos psicológicos e subjetivos da fé
são explicáveis, mas a fé não envia ondas de pensamentos contendo um poder real
e físico. A fé alcança seu objetivo indiretamente, por intermédio da 1)
obediência humana e 2) do poder de Deus. Os muros, portanto, ruíram somente
depois que se marchou em volta deles sete dias.13 “A fé sem obras é morta” (Tg
2.26). Mas as “obras” devem ser determinadas por Deus, não pelo homem.
d) A
convertida Raabe (11.31). De acordo com o próprio testemunho dos espias enviados por Josué
(Js 2.1-21), seu povo conhecia a história recente dos israelitas, e por causa
disso o seu coração ficou paralisado de medo. O que no seu medo foi
transformado em fé? 1) Ela percebeu o plano de Deus; 2) ela aceitou o plano de
Deus e se ajustou a ele; 3) ela agiu de acordo com a sua nova lealdade, mesmo
arriscando a própria vida; 4) ela reuniu sua família e amarrou o cordão de fio
de escarlate (Js 2.18; 6.25). No fio de escarlate que foi dado a Raabe podemos
ver um tipo do “fio de escarlate” mais longo que corre desde o Gênesis até o
Apocalipse, ou seja, o símbolo do povo de Deus. Tiago cita Raabe como um
exemplo de justificação “pelas obras” (Tg 2.25). Não há a menor incongruência
aqui. Todo aquele que verificar a verdadeira natureza da fé bíblica chegará a
esta conclusão. O princípio de ação na fé é ilustrado aqui como no versículo
30.
16. A
Conquista da Fé (11.32-35a)
E
que mais direi? Será que é necessário continuar detalhando os grandes homens da
fé para reforçar estes cristãos hebreus? Provavelmente, devido ao espaço desta
epístola, o autor condensa as façanhas do AT em um resumo compacto. Sem se
delongar, ele menciona Gideão [...] Baraque [...] Sansão [...] Jefté [...] Davi
[...] Samuel e os profetas (32). Todos eram heróis de Israel. Nem todos foram
igualmente dignos de honra, mas todos alcançaram a imortalidade porque na hora
da crise se levantaram como homens de fé.
Deus
pode fazer mais com 300 homens de fé (o bando de Gideão) do que com 32.000
homens cujos corações tremiam de medo e dúvida. Tendo enumerado alguns nomes
famosos, o autor enumera alguns dos atos poderosos praticados pela fé: venceram
reinos, praticaram a justiça (elaboraram soluções justas), alcançaram promessas
(33). Neste caso, intenta-se o cumprimento das promessas (mesma palavra em
6.15; Rm 11.7).
As
mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos (35a). Era a fé
triunfando sobre a morte.15 Os versículos 336-34 registram algumas das façanhas
mais dramáticas e sensacionais, mas facilmente omitida está a conquista de fé
mais importante: da fraqueza tiraram forças (“fortalecidos com poder” —
Mueller). Mas o leigo, o pregador, o missionário, a igreja e a nação devem
primeiro sentir e reconhecer sua fraqueza, então olhar resolutamente e
exclusivamente para Deus.
Neste
ponto, Ele pode inspirá-los com poder (1 Sm 14.6; Tg 4.6-10), e usar um
“bichinho” para esmigalhar os montes (Is 41.14-15). Mas, sem dúvida, a fraqueza
mais profunda e a montanha mais elevada estão na área moral. Quando um caráter
fraco é transformado em um gigante espiritual e moral pelo poder da fé — esse é
o grande milagre.
17. O
Triunfo da Fé (11.35-38)
No
meio do versículo 35, ocorre uma mudança brusca por meio das seguintes
palavras: uns foram torturados, não aceitando o seu livramento. O autor tem
relatado os feitos heróicos da fé; agora ele se volta aos seus sofrimentos
pacientes. Este é um acorde-chave na sinfonia da fé, embora o tom seja
silencioso e reverente. A alusão nestes versículos é a homens e mulheres da
história do povo de Deus que poderiam ter salvado suas vidas ao renunciar à sua
fé.
Eles
preferiam renunciar a suas próprias vidas, mesmo diante de muita agonia, para
alcançarem uma melhor ressurreição. Esta é a marca suprema da fé autêntica: ela
está mais preocupada com o que acontece do outro lado do que o que acontece
deste lado da morte. A verdadeira fé vai além de toda negação presente e
atravessa toda barreira terrena. Sua força não está em provas visíveis e
libertações miraculosas, mas é fruto da comunhão com Deus.
Portanto,
ela transcende a necessidade de auxílio sensorial. Porque a fé em Deus por meio
de Cristo está segura do resultado final. Somente a fé fraca não crerá a não
ser por meio de sinais e milagres (Jo 4.48).
Muitas
vezes acabamos falando: “As coisas estão melhorando, minha fé está crescendo”.
A verdadeira fé se apóia na integridade de Deus quando as coisas pioram em vez
de melhorar. O teste supremo é o momento de agonia quando sabemos que Deus
poderia nos libertar se lhe aprouvesse, mas não o faz; quando o chicote atinge
as costas desnudas, quando as portas da prisão são trancadas, quando a serra
dilacera a carne macia — e Deus permite.
A
fé em tempos prósperos logo desaparece diante do assalto violento das
tempestades que abalam a alma. Se a fé é relevante somente para ser feliz e
próspera neste mundo, ela não passa de uma muleta débil e inútil de um
mundanismo egoísta. A verdadeira fé cristã, por outro lado, encontra seu maior
triunfo, não nos feitos visíveis, mas numa confiança e equilíbrio interior
quando não existem circunstâncias encorajadoras.
A
fé mais brilhante é uma fé que é brilhante quando o certo é derrotado e o
errado está no trono, quando a vida parece completamente irracional.
Certamente, é isto que se pode dizer destes santos do AT: dos quais o mundo não
era digno (38).
18. O
Testemunho da Fé (11.39,40)
Todos
os nobres vitoriosos, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa
(39). O NT Amplificado traduz: “Embora herdassem a aprovação divina pela [ajuda
da] sua fé, [eles] não receberam o cumprimento da promessa”. A mesma afirmação
foi feita acerca dos primeiros patriarcas no versículo 13. O motivo para o
atraso é então expresso: provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito,
para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados (40). Esta coisa melhor não
pode referir- se ao céu, porque eles vão compartilhá-lo conosco numa base
igual.
A
coisa melhor pode referir-se somente à provação e privilégio. Nossas vantagens
pós-Pentecostes estão no “repouso”, “perfeição”, “santificação” e acesso ao
Santo dos Santos que o autor descreveu. A epístola é inequivocamente clara no
ensino de que um nível e qualidade da salvação pessoal se tornam possíveis
pelos acontecimentos da Sexta-Feira Santa, Páscoa e Pentecostes, que não
estavam disponíveis antes. A dispensação do Espírito Santo é um avanço real,
não somente no método da obtenção da redenção e na revelação da verdade, mas na
área do alcance espiritual acessível. Tal profundidade de redenção, obtida no
novo concerto, foi predita debaixo do antigo regime, mas agora é desfrutada.
Isto
foi, evidentemente, o preço da sua fé. Mas, de forma simultânea, com nossas bênçãos
espirituais atuais, eles agora nos alcançaram e desfrutam delas no céu. Neste
sentido, eles agora são aperfeiçoados; a libertação das suas almas está agora
consumada. Mas, enquanto a fé deles buscava obter bênçãos além túmulo, nossa fé
deve se apossar pelos menos da seriedade dessas bênçãos agora, ainda em vida.
Tem sido o alvo de toda epístola estimular estes cristãos hebreus a fazê-lo.
Por:
Evangelista Isaias Silva de Jesus (auxiliar)
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
Bibigrafia
Comentario
Biblico Hebreus a Apocalipse
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