Texto Áureo
Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
João 10.11
JESUS é o bom pastor (veja também Ezequiel 34.23; 37.24; Salmo 23; João 21.15-17). Um dos motivos pelos quais JESUS disse; Eu sou o bom Pastor, é porque certamente existem muitos maus pastores.
No hebraico a palavra usada para “PASTOR” é “Roeh” que vem da raiz hebraica “Raah”, o termo “Raah” tem o sentido de “governar”, “tornar-se um amigo”, “companheiro”, “guia ou orientador” “alguém que olha com muita atenção”, “que não deixa nada faltar”. Portanto o PASTOR deve ser um governante fiel, um amigo, um companheiro, um guia ou orientador, alguém que olha pelas ovelhas com muita atenção.
No grego a palavra usada para PASTOR é “Poimên”. No Novo Testamento esta palavra é usada de modo figurativo para se referir a JESUS, há líderes ou administradores.
Esta palavra é usada para se referir a líderes da “Igreja” primitiva apenas em Efésios 4.11 e Judas 1.12, no sentido de “Guia, governante, cuidador, administrador das “Igrejas” do SENHOR (em outros trechos do NT a palavra “pastor” faz referência a Cristo).
(As palavras PASTOR, PRESBÍTERO e BISPO podem ser sinônimos, veja 1 Pedro 2.25, a diferença básica é que PASTOR é “Dom Ministerial” enquanto que PRESBÍTERO e BISPO geralmente são cargos eclesiásticos, mas aprenderemos detalhadamente sobre isso nas próximas aulas).
Hernandes Dias Lopes observa que, “Como o bom PASTOR, JESUS deu a sua vida, como grande PASTOR, Ele vive pra cuidar das suas ovelhas e como Supremo PASTOR ele voltará para as suas ovelhas”.
JESUS o Sumo Pastor
1. JESUS é o Pastor Supremo.
Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas,
Hebreus 13.20
Este versículo 20, juntamente com o versículo 21 de Hebreus 13) contém os ensinamentos centrais do cristianismo; a paz com DEUS, a ressurreição de JESUS, o pastorado de Cristo, a expiação pelo sangue de JESUS e a nova aliança, a perfeição do crente mediante a transformação segundo a imagem de Cristo, o cumprimento da vontade divina para com os homens, o andar agradável diante de DEUS mediante a lealdade a Cristo, e a glória atribuída a DEUS Pai e a DEUS Filho para sempre.
O pastor Geziel Gomes observa que JESUS é:
1. Meu pastor (Salmo 23.1)
2. O bom pastor (João 10.11,14)
3. Grande pastor (Hebreus 13.20)
4. Sumo pastor (1 Pedro 5.4)
2. O Pastor conhece as suas ovelhas.
Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas (Pode haver aqui um “reflexo” de Números 16.5 “..O SENHOR fará saber quem é seu..”), e das minhas sou conhecido.
João 10.14
Além de “Bom” (João 10,11,14) o Pastor conhece as suas ovelhas uma a uma individualmente, tratando-as bondosamente como a indivíduos, é característico do Pastor verdadeiro que ele conheça suas ovelhas. isto fala da providencia de DEUS a nosso favor. JESUS Cristo (como disse John MacArthur) é a única base para nossa segurança espiritual, pois é o “Bom Pastor” enviado por DEUS para a salvação de todo aquele que crê e se sujeita a Ele.
3. O Pastor dá a vida pelas ovelhas.
Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
João 10.11
Frederick Fyvie Bruce diz que “o pastor prova ser bom porque se preocupa em primeiro lugar com o bem- estar das ovelhas, não com o seu. Ele até arrisca a sua vida para salvar a delas”.
Russel Norman Champlin diz que as palavras “o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” mostram a nobreza de Cristo em cumprir dedicadamente e apropriadamente o seu ofício de Pastor, em contraste com os falsos e maus pastores interessados apenas em tirar “vantagens das ovelhas”. Os falsos pastores retratados pela palavra “mercenários” (João 10.12), são os líderes religiosos que se interessam em tirar vantagens das ovelhas, ou até
cumprem seu “papel” em tempos bons, mas, quando a ovelha precisa de algum tipo de ajuda, tais líderes lhes dão as “costas” e nunca demonstram cuidado sacrificial pelas ovelhas, como bem observou MacArthur.
2- As Características do Verdadeiro Pastor
1. Um caráter íntegro
2. Exemplo para os fiéis e infiéis.
3. Exemplo para a família.
1. Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado (O episcopado é um ministério, e não um cargo), excelente obra deseja. Do ponto de vista divino, o episcopado é um chamado, um ministério, uma vocação, concedido pelo ESPÍRITO SANTO.
Do ponto de vista humano, o episcopado pode ser desejado com legitimidade. O chamado divino, mediante a convicção interna, observada pelo testemunho externo atesta a legitimidade do ministério. Ninguém deve exercer a liderança no meio do povo de DEUS (seja pastoral ou não) sem ter a convicção de que foi chamado por DEUS para tal, nenhuma pessoa pode exercer a liderança
espiritual na “Igreja” por constrangimento (1 Pedro 5.2).
A palavra “Episcopado” é um tanto “enganosa” para os leitores de hoje, por que geralmente se enxerga esta palavra como tendo uma
conotação de “cargo eclesiástico”, mas o que o apóstolo está dizendo é que “a ambição digna pelo episcopado é almejar um lugar de serviço e não de “ser visto”, não se deve de forma alguma enxergar o episcopado como uma
“promoção ministerial”, um meio de “subir de cargo”.
O episcopado é uma obra e não um “posto de privilégio”.
Ser pastor é uma obra, um trabalho, e não um lugar de destaque para ser reconhecido ou bajulado pelos homens.
2. Convém, pois, que o bispo (o supervisor da “igreja” ou “pastor” da “igreja” local) seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
Não é obrigatório o pastor ser casado, mas é muito necessário, um pastor solteiro terá de enfrentar maiores provas e lutas do que um que é casado. O apóstolo Paulo certamente tinha o “Dom ministerial de Pastor”, não é difícil perceber isso pelo conteúdo de seus escritos, Paulo não tinha esposa (não sabemos se teve ou não antes de sua conversão, como alguns gostam de supor), mas ele alertou, “convém que o bispo
seja.. marido de uma mulher”.
3. não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, mas moderado, não contencioso, não avarento;
4. que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia
5. ( porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? );
6. não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo.
7. Convém, também, que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e no laço do diabo.
De todas estas qualificações exigidas para que um homem ocupe uma posição de liderança na “Igreja” (como bispo, presbítero, pastor, evangelista ou mestre), apenas uma qualificação se refere a habilidade de ensino (..apto para ensinar, 1 Timóteo 3.2), todas as outras qualificações são morais, e apenas uma é intelectual (..apto para ensinar.. 1 Timóteo 3.2).
1 Timóteo 3.1-7
3 – O Ministério Pastoral
1. A missão do pastor.
É importante entender qual o conceito de “Pastor” que os israelitas tinham.
Muitas vezes, dentro da casa do “Pastor” havia um “espaço” para as ovelhas, as ovelhas estavam (geralmente) bem próximas do “Pastor”, o
“Pastor” era o responsável por alimentar as ovelhas, limpar, cuidar, guiar e proteger. Quando Davi disse: O SENHOR é o meu pastor; nada me faltará (Salmo 23.1), Davi estava dizendo que DEUS o protegia, guiava, cuidava, alimentava, conduzia e jamais estaria longe de sua “ovelha” (ou seja, de Davi).
Trazendo para o Novo Testamento podemos dizer que, a missão do
“Pastor” do Novo Testamento tem o mesmo sentido da missão do “Pastor” do Velho Testamento. O “Pastor do NT deve ter as “ovelhas” por perto, cuidar, guiar, conduzir, orientar, alimentar, vigiar pelo cuidado das
“ovelhas”, o “Pastor” deve ter um amor genuíno pelas ovelhas, se não tiver, não é “Pastor”.
2. Uma missão polivalente.
O pastor deve estar apto para aconselhar, pregar, ensinar, evangelizar, fazer missões. O pastor deve ter “visão espiritual” e pleno conhecimento sobre os “Dons Ministeriais” para que, em hipótese alguma venha a chamar ou permitir pessoas no ministério sem a aprovação de DEUS. Pois, o que mais existe na “Igreja” contemporânea são pessoas ocupando “cargos
eclesiásticos” ou sendo reconhecidas como pastores, evangelistas, profetas e mestres da Palavra sem terem sido chamadas por DEUS. Grande é o número de pessoas que foram chamados para “Evangelistas” sem ser
“Evangelistas”, para “Pastores”, sem ser “Pastores”, para “Presbíteros” sem ser “Presbíteros” e por aí vai.
Tenha em mente que;
“Você não pode entrar no ministério porque alguém acha que o ministério combina com você”.
“Você não pode chamar alguém para o ministério porque você acha que o ministério combina com este alguém”
“Você não pode entrar ou pôr alguém no ministério por prestígio ou por tempo de “Igreja”.
“Não é por que alguém é Evangelista que este alguém deve obrigatoriamente ser colocado como Pastor em algum momento da sua vida ministerial”
“Evangelista e Pastor não são a mesma coisa”.
O Pastor é responsável por estar fisicamente presente (próximo), das
“ovelhas”, conduzir, cuidar, alimentar, zelar pelo rebanho (ou parte do rebanho), o Pastor deve ser acessível as ovelhas, o Pastor legítimo não é itinerante, fica próximo das suas ovelhas (a não ser que tenha outros “Dons Ministeriais”, mas se seu “Dom” principal for o de Pastor, ele estará sempre próximo de suas ovelhas).
O Evangelista (a não ser que tenha também o “Dom Ministerial de Pastor), tem o objetivo principal de anunciar o Evangelho e a Cristo de forma
peculiar e não estará tão próximo das “ovelhas” como o Pastor deve estar.
É bom lembrar também das palavras de David Martin lloyd- Jones:
“Necessidade não é vocação”
Ou seja, para a liderança de um ministério colocar alguém pra pastorear uma igreja, é preciso ter a certeza absoluta de que esse alguém tem o “Dom Ministerial” de Pastor.
Pois a “Igreja” sozinha não dá a vocação, mas JESUS é quem escolhe e dá o “Dom”. O papel da “Igreja” é examinar para ver quem tem ou não cada “Dom”.
3. O cuidado contra os falsos pastores.
“O cuidado com os falsos pastores deve ser muito mais das ovelhas do que dos verdadeiros pastores”.
1- Os falsos pastores pregam o que a “ovelha quer ouvir”.
2- Se interessam pelos bens da “ovelha” e não pelo cuidado da “ovelha”.
3- Amam a posição de “destaque” que o pastorado traz.
4- O verdadeiro pastor é um “servo” que trabalha em prol da obra de DEUS, o falso pastor se vê como um rei (não como um servo).
5- O falso pastor se preocupa com valor mensal que recebe da “Igreja”, e não com o cuidado das “ovelhas”.
6- O falso pastor não permite que alguém que pregue melhor do que ele tenha espaço para pregar.
7- O falso pastor odeia pregações expositivas. 8- O falso pastor distorce as Escrituras.
9- O falso pastor deseja ardentemente uma vida luxuosa e lutará para que as “ovelhas” sustentem sua vida de luxo.
10- O falso pastor inventa campanhas visando o lucro financeiro com a venda de indulgências.
(estas são apenas algumas das características de falsos pastores).
Você conhece algum falso pastor?
Você está preparado para identificar falsos pastores?
Conclusão
O Dom Ministerial de Pastor é concedido aqueles a quem DEUS chama e não aqueles a quem os homens chamam. O Dom ministerial de Pastor é
aquele Dom que deixa o seu possuidor mais próximo das “ovelhas” do que os possuidores de outros Dons Ministeriais. É talvez o Dom mais combatido por satanás. Ore por seu pastor constantemente.
Fontes
Enciclopédia Bíblica Russel Norman Champlin,
Revista Cristão Alerta 2º Trimestre de 2021,
A Unidade Cristã – D. M. Lloyd-Jones,
Comentários Expositivos Hagnos,
Bíblia para pregadores e Líderes – Geziel Gomes,
Bíblia de Estudo pentecostal, Bíblia de Estudo Explicada,
Bíblia de Estudo Holman, Bíblia de Estudo MacArthur,
Comentário Bíblico Beacon,
Comentário Judaico do Novo Testamento, Série Cultura Bíblica AT e NT, Apontamentos teológicos professor José Junior.
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