ELIAS E OS PROFETAS DE ASERÁ E BAAL
Texto Áureo
Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.
1 Reis 18.38
A simplicidade do procedimento de Elias é impressionante. O profeta orou (1 Reis 18.36,37), e o sacrifício foi miraculosamente queimado.
Sobre a oração de Elias Champlin observa o fato da oração de Elias ter sido tão simples e sem ruído e frenesi. Há nisso, por certo, uma lição preciosa para alguns segmentos da Igreja cristã, que dependem tanto de cultos caracterizados pelo frenesi a fim de atrair o “Espírito Santo”.
Jimmy Swaggart diz que, o "fogo" era um tipo de juízo de Deus que cairia sobre Cristo, quando Ele foi pendurado na cruz, sofrendo a morte, e tudo em nosso lugar.
Donald Carrel Stamps diz que, esse milagre mostrou ao povo que Elias era um profeta de Deus (na direção de Deus), e comprovou que somente o Senhor Deus de Israel é o Deus vivo, a quem deviam servir.
1 – O Desafio no Monte Carmelo
1. O zelo de Elias o pôs diante de um confronto.
2. O problema de não saber a quem adorar.
3.O desafio do fogo.
2 – A Oração de Elias
1. Os preparativos de Elias.
2. Uma oração confiante.
3. A misericórdia de Deus.
Elias, homem de Deus, aprovado por Deus disse ao povo;
Então, Elias se chegou a todo o povo (Quando todos se reuniram no monte Carmelo) e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui- o; e, se Baal, segui-o (O objetivo de Elias era mostrar ao povo que somente o Deus de Israel era Deus, e não Baal).
Porém o povo lhe não respondeu nada (O povo estava espiritualmente confuso, isto é o que acontece quando não passamos a conhecer verdadeiramente o Deus que nós servimos).
1 Reis 18.21
Baal (que significa simplesmente “senhor”) era o nome da mais importante deidade (divindade) cananéia. Como deus da fertilidade no panteão (lista de deuses) cananeu, a esfera de influência de Baal incluía a agricultura, a criação de animais e a sexualidade humana. A palavra Baal ocorre no AT em combinação com outros termos, tais como nomes de lugares (Baal-Peor, Oséias 9.10; Baal-Hermom, Juízes 3.3), ou com outros adjuntos, como em Baal-Berite (Baal da aliança, Juízes 8.33).
O uso do nome em conexão com um nome de lugar pode indicar que ali havia adoração a esse deus. A adoração a Baal se tornou relevante no Reino de Israel durante os dias do rei Acabe (século 9 a.C.), quando ele se casou com Jezabel, de Tiro, uma cidade na Fenícia (1 Reis 16.29-33; 18.19-40). Os locais para adoração a Baal eram frequentemente lugares altos nas colinas, com um altar e uma árvore, uma pedra ou uma coluna sagradas. Os fenícios, predominantemente urbanos, construíram templos a Baal. No material épico “ugarítico” (Textos antigos descobertos em cerca de 1928, o “ugarítico” era uma língua semítica, o estudo do “ugarítico” é útil para os estudiosos do hebraico bíblico porque os textos ugaríticos fornecem um panorama sem paralelos da vida e do ponto de vista religioso dos antigos israelitas), Baal é retratado descendo ao mundo dos mortos, o domínio do deus Mot.
Essa descida era evidentemente parte de um ciclo que tinha por objetivo coincidir com o ciclo das estações. A fim de resgatar Baal do reino de Mot e assegurar assim o início da estação fértil das chuvas, os cananeus se envolviam em adoração orgíaca que incluía sacrifício humano e ritos sexuais (Jeremias 7.31; 19.4-6). Prostitutas sagradas participavam no ritual religioso outonal. A adoração a Baal era veementemente condenada no AT (Juízes 2.12-14; 3.7,8; Jerremias 19). - Dicionário Bíblico Tyndale (página 210).
Elias, como servo de Deus, viu-se na condição de lançar um grande desafio diante de todo o povo de israel:
Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do SENHOR; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.
1 Reis 18.24
Baal era considerado também o deus do céu. Se fosse verdadeiramente isso e estivesse vivo, interessado no bem-estar de seu povo e de seu culto, não seria demais para ele enviar fogo e queimar o sacrifício.
Ele controlava ou não as condições atmosféricas? Yahweh, por outra parte, era o tradicional Deus de Israel, operador de milagres, que lhes dera as terras e a vida. Teria Ele o poder de enviar fogo e consumir o sacrifício?
Presumivelmente, aquele que fosse o verdadeiro Deus enviaria a chuva e poria fim à seca. Baal era o deus que, alegadamente, controlava as condições atmosféricas. Por que ele teria permitido que seus adoradores sofressem tão grande seca e fome?
Vejamos o que aconteceu:
Matthew Henry diz que, muitos dentre o povo vacilaram em seus juízos e mudaram a sua prática. Elias os chamou para que conhecessem quem era o verdadeiro Deus, que existe por si mesmo; que é o Criador, Rei e Juiz deste mundo, e que somente a Ele deveriam seguir. É perigoso titubear entre servir a Deus e ao pecado, entre o domínio de Cristo e o de nossa concupiscência. Uma vez que Jesus Cristo é o único Salvador, apeguemo-nos somente a Ele para todas as coisas; por ser a Bíblia Sagrada a Palavra de Deus, reverenciemo-la, recebamo-la e submetamos o nosso entendimento ao seu ensinamento divino. Elias propôs-se a levar o assunto a juízo. Baal tinha todas as vantagens externas; porém, o sucesso estimula todos os que são testemunhas e defensores de Deus, para que não temam o rosto do homem. o que respondesse com fogo seria o verdadeiro Deus. Deus jamais requer que os seus adoradores o honrem da maneira que faziam os seguidores de Baal.
25. E disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós um dos bezerros, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do vosso deus, e não lhe metais fogo.(Havia ali um grande número de servos de Baal, infelizmente no mundo, e até dentro das “igrejas” existem muitos que servem a satanás com seu modo de se vestir, falar e se comportar, muitos servem a satanás quando se alimentam com as imoralidades da TV e internet em geral, estes são os adoradores de Baal dos tempos modernos, que sacrificam seu tempo, sua vida com coisas que lhes afastam cada vez mais de Deus).
26. E tomaram o bezerro que lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que se tinha feito.
27. E sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; porventura, dorme e despertará. (Estas eram as idéias absurdas e degradantes que os pagãos atribuíam aos seus deuses. Segundo algumas fábulas que surgiram ao longo dos séculos, os deuses muitas vezes estão em viagens ou expedições. Podemos perceber que os deuses inventados pelos homens são tão cheios de falhas quanto os homens).
28. E eles clamavam a grandes vozes e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme o seu costume, até derramarem sangue sobre si ( Champlin diz que muitos escritores pagãos falam sobre o costume dos golpes como parte do culto religioso. Eles mostravam a estupidez da sua fé religiosa através do absurdo de seus atos. "... eram “pobres tolos" como disse Adam Clarke, “teólogo metodista”)
29. E sucedeu que, passado o meio-dia, profetizaram (a versão bíblica inglesa “Revised Standard Version (RSV)” diz que eles “deliravam”, esta parece ser a tradução mais correta da palavra “profetizaram”) eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.
30. Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do SENHOR, que estava quebrado (Este altar do SENHOR provavelmente foi construído na época dos juízes. Era conhecido entre os pagãos pelo nome de altar do Carmelo. Tácito “historiador romano” e Suetônio “escritor romano” mencionam um altar no monte Carmelo, o qual Vespasiano “imperador romano” foi consultar. Não havia ali templo ou estátua, simplesmente um altar, venerável por sua antigüidade.
31. E Elias tomou doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do SENHOR, dizendo: Israel será o teu nome (Para o profeta, Israel ainda era formado por doze tribos, tal como acontecera no império unificado de Israel. Por meio desse ato, Elias queria dizer que Yahweh continuava sendo o Deus de todo o Israel, as nações do norte (Israel) e do sul (Judá).
32. E com aquelas pedras edificou o altar em nome do SENHOR; depois, fez um rego em redor do altar, segundo a largura de duas medidas de semente.
33. Então, armou a lenha, e dividiu o bezerro em pedaços, e o pôs sobre a lenha,
34. e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez,
35. de maneira que a água corria ao redor do altar, e ainda até o rego encheu de água.(Russel Shedd observa que, nota-se a calma sustentada pela fé do profeta, verdadeiro dom de Deus, que simplesmente deixa o Senhor agir em lugar da incapacidade humana (2 Coríntios 12.9). Vê-se como o profeta fez os preparativos, sem sequer sombra de dúvida da resposta divina, possuindo uma fé que, se necessário, poderia esperar horas sem temor e já sentindo o júbilo da vitória. A água aqui mencionada, teria, segundo Shedd, vindo de um poço ou do mar que fica perto do monte Carmelo.
36. Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas.
37. Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu, SENHOR, és Deus e que tu fizeste tornar o seu coração para trás (A oração do homem de Deus é simples, o homem de Deus não precisa mudar a voz, usar palavras difíceis e nem usar gestos para chamar a atenção da “Igreja”).
38. Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego (O fogo foi eficaz e consumiu a tudo: o sacrifício, a lenha, a poeira que havia sobre o altar, a água que estava nas trincheiras e sobre o próprio altar. A água evaporou-se e foi transformada em nada. O fogo, como é claro, deve ser considerado aqui algo sobrenatural. O fogo e a luz são associados à aparição de Yahweh. A resposta de Deus a oração de Elias foi também um ato de misericórdia para com todos que ali estavam presentes, pois ao mostrar a todos que Baal falhara, Deus dá ao povo a oportunidade de se arremder, quando fracassamos por estar fora da direção de Deus, podemos dizer que o fracasso é uma benção de Deus disfarçada, nos mostrando que precisamos voltar pra Deus urgentemente).
39. O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus! ( Matthew Henry diz que, Elias não procurou a sua própria glória, mas pediu que a glória fosse dada a Deus, para o bem do povo. o povo está completamente de acordo, convencido e satisfeito: somente o Senhor é Deus. É possível que alguns dentre aquele povo tenham tido uma transformação em seus corações, porém, a maioria somente se convenceu, e não se converteu. Bem- aventurados os que não viram as coisas que estes contemplaram e, contudo, creram,e se converteram).
1 Reis 18.25-39
3- Elias em Horebe
1. Os feitos e a exaustão do profeta.
2. O pedido para morrer.
3. A resposta de Deus.
4. E ele se foi ao deserto (o pastor Geziel Gomes menciona 5 homens de Deus que aprenderam muito no “deserto”; Moisés (Êxodo 3.1), Davi (1 Samuel 26.3), Elias (1 Reis 19.4), João Batista (Mateus 3.1), Paulo (Gálatas 1.17) , caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais (Como os israelitas consideravam o suicídio uma afronta a Deus, Elias jamais cogitaria realizar tal ato, mas, pediu a Deus a morte.
Seus feitos grandiosos e o óbvio poder manifestado por Yahweh no monte Carmelo nada tinham operado de visível em Israel, exceto o fato de que Baal, pelo menos temporariamente, perdera 450 profetas (ver 1 Reis 18.40). Uma das piores coisas para um homem de Deus é ver que a pregação ou a mensagem que Deus lhe deu foi desprezada pelo povo.No deserto, cansado e sedento, o profeta sentou-se por um pouco à sombra de um zimbro. Esse arbusto era comum nos desertos da Judéia, atingindo cerca de 3 metros de altura. Bloqueava fracamente a luz do sol, mas era melhor do que nada).
5. E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come.
6. E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se.
7. E o anjo do SENHOR tornou segunda vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho.(em respostas aos lamentos de Elias, Deus lhe deu alimento e comida, lhe mostrando que Deus não desejava recolher-lhe a vida, mas Deus desejava sim continuar usando a vida do profeta, é importante observar que, quando Deus chama, Ele capacita e cuida de tudo, tenha isso em mente).
1 Reis 19.5-7
Conclusão:
Com a história de Elias aprendemos que, mesmo que todas as pessoas a sua volta estejam entregues a idolatria e aos desejos da carne, permaneça fiel a Deus, pois o Deus que chama é o mesmo que capacita e providencia todo o necessário para a sua vida. Glória a Deus por isso.
Fontes
Bíblia Para Pregadores e Líderes – Geziel Gomes,
Revista Cristão Alerta 3º Trimestre de 2021,
Bíblia de Estudo Holman,
Bíblia de Estudo MacArthur,
O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo – Russel Norman Champlin, Comentário Bíblico Russel Shedd,
Bíblia de Estudo do Expositor,
Dicionário Bíblico Tyndale,
Concordância Exaustiva do Conhecimento Bíblico,
Comentário Bíblico Matthew Henry,
Apontamentos teológicos professor José Junior.
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