O
CASAMENTO BÍBLICO
Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O casamento foi
instituído por Deus, na criação. "Criou Deus, pois, o homem à sua imagem,
à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e lhes
disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra esujeitai-a" (Gn
1.27,28). "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher,
tornando-se os dois uma só carne" (Gn 2.24).
O casamento foi instituído
por Deus para a felicidade do ser humano. Por intermédio dele ocorre a
"propagação da raça humana por uma sucessão legítima". Mas o seu
principal objetivo é o companheirismo entre os cônjuges. A procriação é uma
bênção adicional. Aliás, isso deve ficar bem claro. Nicolas Berdyaev, em seu livro
The Destiny of Man (O Destino do Homem), afirma "que a união conjugal com o
único propósito de procriação deve ser considerada imoral".
O casamento é uma
instituição divina, mas a forma como é feita a escolha dos cônjuges e a
celebração da cerimónia nupcial não foi determinada na instituição. E, por
isso, varia de um povo para outro, de uma época para outra. O primeiro processo
de escolha de cônjuge registrado no Antigo Testamento resultou no casamento de
Isaque e Rebeca. A história pode ser sintetizada assim: Abraão, já idoso,
encarregou seu mais antigo servo da escolha de uma esposa para Isaque.
"Tomou o servo dez camelos do seu senhor e, levando consigo de todos os
bens dele, levantou-se e partiu, rumo da Mesopotâmia, para a cidade de Naor."
(Gn 24.10).
E foi parar na casa
de Betuel, onde expôs o motivo da viagem, e conseguiu atrair Rebeca, com o
consentimento do pai e do irmão, para dirigir-se a Canaã e ser a esposa de
Isaque. "Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde; erguendo os
olhos, viu, e eis que vinham camelos. Também Rebeca levantou os olhos e, vendo
a Isaque, apeou do camelo, e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem
pelo campo ao nosso encontro? É o meu senhor, respondeu. Então tomou ela o véu
e se cobriu. O servo contou a Isaque todos as cousas que havia feito. Isaque
conduziu-a até à tenda de Sara, mãe dele, e tomou a Rebeca, e esta lhe foi por
mulher." (Gn 24.63-67). Os dois nunca se tinham encontrado antes; talvez
Isaque nem soubesse da existência de Rebeca. Não foi feita nenhuma cerimónia
nupcial. Simplesmente foram viver juntos... Mas estavam casados, segundo os
costumes da época.
Esse tipo de
casamento tinha tudo para ser um grande fracasso... mas funcionava. E
funcionava bem porque era protegido por um compromisso. O amor que unia os
cônjuges era fruto desse compromisso.
O casamento de
nossos dias é bem diferente. Os pretendentes têm amplas oportunidades de se
conhecer antes da decisão final. Teoricamente suas possibilidades de fazer um
bom casamento, de estabelecer uma união harmónica e duradoura são bem maiores.
Mas isso não tem acontecido porque eles têm feito deste sentimento emocional
subjetivo, denominado paixão, a base do seu casamento. E um sentimento, sujeito
a muitas vicissitudes, não pode garantir o êxito de uma instituição tão
importante.
Para
transformar o casamento que você tem no casamento que você quer, o ponto de
partida é a conscientização de que o verdadeiro fundamento do matrimónio é o
compromisso (amor). O amor é baseado no compromisso. Pois, como disse Erich
Fromm: "Amar alguém é uma decisão, um julgamento, uma promessa".
O
objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da
literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão sobre o
casamento bíblico. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de
dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e
ferramentas que poderão enriquecer sua aula.
I. O PRINCÍPIO DA MONOGAMIA
A
união monogâmica é considerada a forma ideal de vida matrimonial. O principal
fundamento é encontrado na própria constituição do casal original: um homem e
uma mulher. Deus não fez um Adão e várias Evas. Ele falou que o homem haveria
de deixar os pais para se unir à sua mulher, para serem os dois uma
só carne. Sendo esse episódio o ponto de partida da instituição matrimonial,
encerra, implicitamente, o propósito divino e seu modelo.
A
monogamia é encontrada em várias civilizações e em alguns períodos da história
de Israel, sendo já prática prevalecente à época de Jesus, como se pode ver
pelos relatos referentes ao tema, assim como os exemplos de famílias
mencionadas. Paulo usa essa imagem para representar Cristo e a Igreja, como
prova do mais perfeito amor. À semelhança do que faz João no Apocalipse: "Vi
também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de
Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo". Husson aponta,
entre outros, os seguintes valores da monogamia: associação permanente
responsável, maior valorização da mulher, melhor ambiente para as crianças,
maior respeito mútuo, amor mais altruísta. Forel, citando Westermark,
"pensa que se o progresso da civilização continuar a tornar-se,
como até aqui, cada vez mais altruísta e o amor cada vez mais afinado,
os cônjuges tenderão a requintar-se de atenções um para com o outro,
acentuando sempre a monogamia". O cristianismo foi, sem dúvida, o
grande impulsionador da monogamia entre os povos e culturas onde se fez
presente.
A
legislação secular desses povos, mesmo após a diminuição da influência cristã,
consagra essa forma de união. Indiscutível que esse seja o alvo pastoral e
pedagógico do cristianismo.
A
monogamia tem sido defendida por estudiosos, cientistas e pensadores de
diversas correntes, assim como recebido apoio dos dois sistemas econômicos
contemporâneos: o capitalismo e o socialismo, por permitir uma melhor
canalização criativa das energias sexuais do homem, para o crescimento da
empresa ou para a edificação da nova sociedade, respectivamente.
II. O CASAMENTO POLIGÂMICO
Em
geral, condicionados por costumes presentes, os descrentes costumam querer
gozar os colegas crentes fazendo menção à poligamia na Bíblia. Condicionados
pelos mesmos costumes, e nem sempre conhecendo suficientemente as Escrituras,
os crentes ficam embaraçados, desconversam ou respondem que "aquilo foi
um pecado daquele tempo". A necessidade de se estudar o
assunto, fazendo justiça ao texto bíblico é inibida pelo temor de um
questionamento a valores e práticas sacralizadas pelo Ocidente e por nós
internalizadas. Como explicar o pensamento de Halley: "O fato
é que muitos santos do Antigo Testamento foram polígamos"?
O
primeiro polígamo, nos relatos bíblicos, foi Lameque, bisneto de Adão: "Lameque
tomou para si duas esposas: o nome de uma era Ada, a outra se chamava
Zilá". Essa prática tornou-se comum entre os judeus, tanto na
era patriarcal como na dos juízes e dos reis, com variação de
incidência. Pode-se dizer que era algo opcional, convivendo, na mesma
sociedade, famílias monogâmicas e poligâmicas. Pelo exemplo de outras civilizações,
acredita-se que a poligamia era mais comum entre as classes economicamente
mais favorecidas, pelos encargos financeiros que isso acarretava. Em um
manual de Ética Bíblica, usado em muitos seminários da América Latina, o
autor aponta três passagens bíblicas de condenação à poligamia: uma é um texto
isolado e duas são incidentes com grandes servos de Deus. Resolvemos
estudar os dois incidentes e mais um terceiro, para melhor compreensão
do assunto: Abraão, Davi e Salomão, que foram três dos principais dos
santos polígamos de que fala Halley. A conclusão é que nos três casos
não se encontra o propalado "pecado" da poligamia, mas
sim outros problemas.
a) Abraão:
Especialmente
para aqueles que acham indigna a atividade sexual para anciãos, Abraão foi pai
do filho da escrava aos oitenta e seis anos e um filho da esposa aos cem. Com
mais de um século de vida, fica viúvo, casa-se outra vez, gera seis filhos (sem
contar os das concubinas) e morre, finalmente, aos cento e setenta e cinco
anos. Mas foi esse homem – escolhido pelo autor da carta aos Hebreus como
exemplo de fé – que Deus chamou para ser fundador de seu povo escolhido, e de
cuja descendência nasceria o Salvador. Com esse homem Deus se comunicou,
diretamente ou por meio de seus enviados, os anjos, e com ele estabeleceu
concerto perpétuo. Teve sua conduta reprovada por Deus, porque, por duas vezes,
em momentos de fraqueza espiritual, negou ser Sara sua esposa, apresentando-a
como mera irmã, colocando-a em risco de adultério.
A
separação de Agar, por intervenção divina, deveu-se à necessidade de solucionar
um problema de relacionamento, e não uma condenação à poligamia em si, que ele
haveria de adotar até o fim. A essa Agar Deus protegeu, ouviu a voz de seu
filho e prometeu fazer dele uma grande nação. Desse herói da fé disse um
comentarista: "Abraão era amigo de Deus, glorioso protótipo de
obediência, de justiça, de fé, pai dos fiéis, fundador da raça hebraica,
o zeloso protagonista da religião de Jeová".
b) Davi:
Teve
Davi como esposas a Mical, filha de Saul, a Ainoã, Maaca, Hagite, Abital, Eglá,
Bate-Seba, além de outras mulheres e concubinas não mencionadas nominalmente.
Com esse tipo de vida conjugal, Davi foi escolhido por Deus para ser rei de
Israel, livre de seus adversários, vitorioso sobre as nações inimigas e sucesso
administrativo. "E Davi ia cada vez mais aumentando e crescendo, porque
o Senhor Deus dos exércitos era com ele". Usado por Deus para
edificar espiritualmente seu povo na posteridade, ele o inspirou nas sublimes e
profundas orações e cânticos dos salmos. "O espírito do Senhor falou
por mim e a sua palavra esteve em minha boca". Homem de grandes
qualidades pessoais teve Davi sua queda, pecando contra o sexto e o sétimo
mandamentos, tomando a mulher de seu fiel Urias e ordenando a sua morte.
Homicídio e adultério foram seus delitos. Em nenhum outro episódio bíblico fica
tão clara a diferença entre poligamia e adultério. Repreendido por Deus, por
meio do profeta Natã, é punido. Amargamente arrependido, é perdoado. Bate-Seba
permanece como sua esposa, e um seu filho, Salomão, é escolhido para sucedê-lo
no trono.
Quão
diferente a nossa maneira condicionada de analisar os homens, e a maneira de
Deus! Hoje, seria provável, Davi nunca chegaria a ocupar cargos eclesiásticos.
Para Deus, contudo, ele era um seu servo e um seu ungido, um homem segundo seu
coração.
c) Salomão:
Com
Salomão o reino de Israel atingiu seu apogeu material e espiritual, incluindo a
própria construção do templo. Sobre suas convicções espirituais sabemos que "amava
o Senhor". Deus por várias vezes se comunicou com ele, e lhe deu o dom
da sabedoria. Três dos livros canônicos do Antigo Testamento (Provérbios,
Eclesiastes e Cantares) foram escritos por sua instrumentalidade, além de alguns
salmos. E Salomão foi o maior polígamo da Bíblia (embora o número de suas
mulheres não seja considerado por alguns comentadores como literal, mas sim
hiperbólico), sem que isso lhe fosse imputado por mal. E o famoso pecado de
Salomão, responsável por sua decadência, não foi esse? Certos pregadores
moralistas tomam um texto isolado (I Reis 11:3) e constroem sermões que são
verdadeiros libelos contra a poligamia. Eis o texto: "E tinha Salomão
setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres
lhe perverteram o seu coração". E o contexto? O versículo 1 diz que
muitas dessas mulheres eram de povos adoradores de outros deuses: moabitas,
amonitas, edomitas etc., e o versículo 2 lembra a proibição de Deus a essas
uniões. O primeiro pecado de Salomão foi o casamento misto.
E a
tal perversão de seu coração, não foi a licenciosidade? Será? "Porque
sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram
o coração para seguir outros deuses..." (v.4) Salomão construiu
imagens e sacrificou a vários deuses estranhos: Astarote, Milcam, Quemós e
Maloque. O segundo pecado de Salomão foi ter deuses estranhos (primeiro
mandamento) e o terceiro, a idolatria (segundo mandamento).
A
própria Bíblia confirma essa interpretação. Quando Neemias (13:25-26)
repreendeu o povo contra os casamentos mistos, argumentou: "Porventura
não pecou nisto Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas gentes
rei semelhante a ele, e sendo amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei
sobre todo o Israel? E contudo as mulheres estranhas o fizeram
pecar". Tivesse ele tido por esposas apenas mulheres de seu povo,
servas do Deus verdadeiro, é quase certo que nada disso teria acontecido. Se o
propósito inicial de Deus foi monogâmico, por que, posteriormente, permitiu a
poligamia, inclusive a seu próprio povo, com quem se comunicava, ditava normas
e escolhia governantes? Por que ele não condenou explicitamente a poligamia,
impondo sanções aos praticantes? O plano de Deus para o homem no Éden era
perfeito. Veio a queda, e com ela a corrupção da terra, do homem e das
instituições. O homem se tornou de natureza pecaminosa, desencontrado com Deus
e sua vontade, impossibilitado de gozar as bênçãos do Éden, ou de viver, em
qualquer setor, à maneira original de Deus.
Nesse
primeiro sentido, de instituição pós-queda, a poligamia tem a ver com o pecado,
com a ruptura: vontade de Deus – vontade do homem. Não é o modelo original. Mas
nada, no pós-queda, é fiel ao modelo original. Deus expulsou o homem do
Paraíso, e seria irrealista exigir dele o cumprimento dos padrões edênicos. O
homem é agora – como degenerado – uma "nova criatura",
diferente do estado primitivo de Adão. Para restaurá-lo, parte Deus da situação
concreta, de como o homem se encontra, e providencia normas e instituições que
tornassem possível a vida em sociedade, que evitassem a destruição da criatura
pela criatura. Aí aparecem o Estado, as Leis, as Autoridades; aí se manifesta a
Lei Revelada, os profetas, o Salvador e a Igreja. Ele usa o próprio homem a seu
serviço, e toma forma de homem na salvação.
No
Antigo Testamento, alguns estudiosos entendem que a poligamia foi viável como
amparo social para as mulheres economicamente menos favorecidas, para a
garantia da sobrevivência social diante dos extermínios das populações
masculinas, dizimadas pelas guerras, e outras razões peculiares a cada situação
específica. No caso de Israel, o desequilíbrio demográfico (mais mulheres do
que homens), por diversas razões, não somente punha em perigo a sobrevivência
do povo eleito, a quem Deus tinha reservado um propósito histórico, mas
terminaria por levar ao desrespeito da proibição aos casamentos mistos, com
conseqüente enfraquecimento da vida religiosa. Além disso, possibilitou, não
apenas a reprodução, mas a satisfação das necessidades afetivas e sexuais
básicas, já que a mera repressão dessas necessidades, sem uma vocação ou um
propósito, nunca foi considerada pelo povo de Deus e por seu Criador como
virtude em si mesma. Vale recordar que a dimensão pactual do matrimônio é uma verdade
bíblica, representada à semelhança do pacto de Deus com seu povo.
Não
obstante, essa mesma imagem – lembram estudiosos – é empregada do profeta
Jeremias (cap.3) e pelo profeta Ezequiel (cap.23), no período dos dois reinos
(Judá e Israel), com estando ambos os reinos em pacto matrimonial com Deus. São
esposas irmãs que se prostituem, adulteram indo atrás de outros maridos (outros
deuses), e devem se arrepender e voltar à casa.
III. NO NOVO ISRAEL
À
época de Cristo e da igreja primitiva, as condições haviam mudado, não somente
em relação ao equilíbrio demográfico, mas em termos culturais. A influência da
cultura grega e do direito romano tinha sido fator importante na fixação do
modelo monogâmico das civilizações mediterrâneas. Um decréscimo da poligamia já
vinha se verificando em Israel desde o período pós-exílico até adquirir um
caráter bastante minoritário no início da era cristã.
Nos
ensinamentos de Cristo percebe-se a continuidade do pensamento bíblico (que não
pode ser contraditório), na colocação da monogamia como modelo ideal, como
vemos na citação de Gênesis 2:24 em Marcos 10:7, 8. Paulo se ocupa dos
problemas de família, respondendo às situações das igrejas. Usa o modelo
monogâmico como exemplo e o requer da liderança (presbíteros e diáconos). A
exigência do comportamento dos líderes poderia servir de exemplo para as
comunidades.
A
expansão das comunidades cristãs, e a posterior transformação do ocidente em
uma "cristandade", fizeram desaparecer – ao menos teoricamente
– a necessidade da poligamia. O pensamento medieval, que achava o solteiro mais
santificado do que o casado, haveria de encarar a distância da santificação
pelo número de esposas...
Dentre
os Pais, Crisóstomo, Jerônimo e Justino Mártir admitiram, em seus
escritos, o fato da presença – excepcional – de polígamos nas igrejas
primitivas; Atenágoras e Tertuliano já representavam um período
de aberta condenação. Tomás de Aquino a condenou na Summa Teologiae.
Entre os judeus na diáspora do Ocidente, a prática subsistiu até o século XI, quando
uma reforma levada a cabo pelo rabino Metz passou a admiti-Ia apenas
excepcionalmente. Entre os judeus do Oriente a prática continuou até o século
atual, sendo ainda encontrada em comunidades que habitam países árabes.
Durante
a época da Reforma Religiosa do século XVI, vemos uma manifestação isolada no
cristianismo ocidental, entre os anabatistas de Munster, onde as condições
sociológicas se assemelhavam às de Israel em certo tempo. Entre os teólogos da
época Bullinger escreveu fortemente contra, e Teodoro Beza, em
seu Tractation de Polygamia, foi o mais extremado opositor,
identificando a poligamia como sendo sempre adultério, mesmo no Velho
Testamento. Bernardino Ochino terminou sendo expulso do país pela
publicação do Diálogo sobre a Poligamia, considerada uma das obras mais
bem escritas sobre o assunto, porém igualmente a de posição mais avançada. Ele
achava que havia aspectos positivos e negativos tanto na monogamia quanto na
poligamia, e que a opção era uma questão de conveniência.
Peter
Martyr – dentre outros – ficou em uma posição intermediária: a poligamia
não era a mesma coisa que adultério; os convertidos previamente polígamos
deveriam continuar nesse estado, pois haviam contraído núpcias de boa fé e
tinham compromissos para com as esposas e os filhos; a poligamia foi permitida
ao povo eleito para a sua propagação até a vinda de Cristo; sendo a poligamia
uma forma inferior de matrimônio, não deveria ser permissível entre os
cristãos.
De
qualquer maneira, é patente que as condições históricas, nos aspectos sociais,
econômicos e culturais, fizeram do casamento monogâmico a forma ideal de vida
matrimonial, tanto na doutrina, como na liturgia e na disciplina do
protestantismo contemporâneo.
IV. O
PRINCÍPIO DA HETEROSEXUALIDADE
O
maior sonho das pessoas é claro e praticamente universal: ter alguém que possa
amar e que devolva o amor que lhe foi dedicado na mesma medida. Logo após ser
criado pelo Senhor Deus, Adão já sentia queimando dentro de si o desejo de ter
uma companheira para dividir os dias e estar nos seus braços durante todas as
noites. Ele estava só, e ansiava por uma mulher com quem pudesse compartilhar o
que sentia no fundo da alma.
O
próprio Senhor viu essa carência no homem, e disse: “Então o Senhor declarou:
‘Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe
corresponda’” (Gn 2.18). Adão estava só, e ansiava por uma mulher com quem
pudesse compartilhar o que sentia no fundo da alma. Percebemos aqui que DEUS
criou homem e mulher para unir-se como uma só carne. A queda trouxe o pecado
expressado de diversas formas. Uma delas é a homosexualidade.
A
prática homossexual é muito antiga. Muito se tem, propositadamente, debatido
sobre isto de forma condescendente, promovendo a repetição prolongada do
assunto, que em pricípio chocava o público em geral, para que, gradualmente,
consiga sua aceitação. A contínua repetição é a explicação porque as Marchas do
Orgulho Gay estão sendo realizadas nas grandes cidades e, rotineiramente,
mostram tanta devassidão em público. É muito previsível que os homossexuais e
lésbicas queiram condicionar toda a sociedade a finalmente aceitar o
relacionamento sexual entre adultos do mesmo sexo, adolescentes e crianças.
Essa não é apenas a extensão lógica dos seus planos, mas o Senhor Jesus Cristo
disse que a sociedade nos últimos dias seria "como nos dias de
Sodoma". Lc 17:29-30.
Seja
quem for que se interponha entre a liberdade de expressão dos homossexuais, tem
sido duramente combatido. Muitos "pastores e líderes" tem feito vista
grossa e não combatido esta abominação. É triste ver o pecado ser tolerado
abertamente, e muitas vezes defendido com unhas e dentes. Há sérios problemas
com a pratica homossexual e sua variantes. Nestes últimos tempos a palavra
tolerância tem sido a mais usada na imprensa a cerca do homossexualismo; não
havendo o mesmo tratamento de tolerância com os cristãos.
A
Bíblia está cheia de passagens condenando tal prática. Os homens de Sodoma
queriam conhecer os anjos que se hospedaram na casa de Ló. Daí vem a palavra "sodomita"
que é o homem que procura outro homem para possuí-lo como a uma mulher. Tanto o
que faz o papel de homem como o que faz o papel de mulher estão pecando e
cometendo uma abominação: "Não haverá prostituta dentre as filhas de
Israel; nem haverá sodomita dentre os filhos de Israel. Não trarás o salário da
prostituta nem preço de um sodomita à casa do SENHOR teu Deus por qualquer
voto; porque ambos são igualmente abominação ao SENHOR teu Deus.... Com homem
não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é... Quando também um homem
se deitar com outro homem, como com mulher, ambos fizeram abominação" Dt
23.17; Lv 18:22; 20:13. Em Gênesis 19:1-3, lemos como os anjos de Deus
foram a Sodoma, tendo a forma de homens. Eles entraram na casa de Ló, que
imediatamente reconheceu quem de fato eles eram. Ele os instou a fazer uma
refeição e passar a noite em sua casa. Logo em seguida, todos os homens de
Sodoma cercaram a casa de Ló. Veja o que diz a Bíblia: "Mas antes que
se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma,
assim os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados; e chamaram
por Ló, e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua
casa? Traze-os fora a nós, para que abusemos deles."
A
população homossexual de Sodoma incluía homens velhos e jovens. Percebemos,
horrorizados, que aqueles homens queriam copular com os estrangeiros em
público! Eles não tinham receio de serem presos simplesmente porque as leis em
Sodoma e Gomorra permitiam sexo em locais públicos! Para isso acontecer, os
cidadãos tiveram que aprovar a homossexualidade.
Você
vê isto acontecendo no mundo ocidental hoje? Freqüentemente, lemos nos jornais
que homens começam a manter relações homossexuais em locais públicos e a
polícia precisa intervir e fechar os parques ou fazer batidas, removendo os
travestis das ruas. No entanto, se um dia o sexo em locais públicos for legalizado,
então os homossexuais poderão ter sexo em público, sem medo de serem detidos,
exatamente como os homens de Sodoma e Gomorra faziam. Considerando-se a
liberdade que os homossexuais têm de simular atos sexuais em público durante as
Marchas do 'Orgulho Gay', podemos imaginar que acham que essa mudança nas leis,
para legalizar a homossexualidade em público, será obtida em breve.
A
Bíblia chama a pratica homossexual de "PAIXÕES INFAMES", ela não diz
que é amor, e deixa claro que não pode haver qualquer tipo de amor na pratica
homossexual. Aqui vale uma advertência, a Bíblia condena TODO tipo de
relacionamento homossexual, seja masculino ou feminino, ou seja entre dois
HOMENS, ou entre duas MULHERES, interessante é que não existe identidade homossexual
por mais que tentem provar isto. Só existem homens ou mulheres. Deus não criou
outro ser de outro sexo a não ser estes dois: HOMEM ou MULHER.
A bíblia diz que "mudaram o uso natural" portanto Deus diz que o homossexualismo não é natural. Segundo diz que é "contrário a natureza"; ou seja não é correto falando em termos de biologia e sociologia.
A bíblia diz que "mudaram o uso natural" portanto Deus diz que o homossexualismo não é natural. Segundo diz que é "contrário a natureza"; ou seja não é correto falando em termos de biologia e sociologia.
Diz
que isto é pura "sensualidade", quando falamos sobre não se natural,
muitos defensores do comportamento homossexual diz: "mas nós nos satisfazemos
muito mais que um casal , um homem e uma mulher"; primeiro, creio que não
estejam sendo honestos, mas segundo a Bíblia diz que eles estão se
inflamando em sua sensualidade, assim, compreendemos que eles podem
satisfazerem-se com seu pecado, mas não se tornam felizes. A Bíblia deixa claro
que este tipo de relacionamento é torpe, distorcido. Ser sodomita é ser
contrário a Sã doutrina, ou seja os que aprovam as praticas homossexuais serão
julgados por isto. Nós pregamos que Jesus pode salvar e transformar qualquer
pessoa, veja:
I Tm 1:15 “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. Ele faz daquele que o recebe, uma nova Criatura:
2
Co 5:17 “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.
Homossexualismo é uma prática aprendida e pode ser apagada e a pessoa pode deixar de ser um homossexual, há vários testemunhos de ex-homossexuais. O pecado gera escravidão, mas Jesus quer dar libertação:
Jo 8:36 “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Jo 8:32 “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Deus tem um grande e infinito amor e tem o poder de libertar das drogas, dos vícios, do homossexualismo.
V. A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO
Uma
aliança é um pacto ou acordo entre duas pessoas e faz com que estas fiquem
amarradas em um relacionamento profundo e duradouro. Realmente significa que
não são mais duas vidas separadas, mas agora compartilham uma vida juntos. Na
Bíblia vemos que DEUS fez aliança com várias pessoas, sendo uma das mais
notáveis foi a que realizou com Abraão, estabelecendo a nação judaica (Gn
12:1-3).
Depois
da morte e ressurreição do SENHOR JESUS, aqueles que recebem JESUS como SENHOR
e SALVADOR, são parceiros na Nova Aliança com DEUS (Hb 8; 6-13). O amor de
aliança é forte. DEUS diz: “Dou a minha vida por você” (I Co 13:1-8). Através
das Escrituras vemos que DEUS permaneceu fiel às SUAS promessas de aliança,
mesmo quando o homem, SEU parceiro na aliança, falhou em guardar o seu lado do
trato. O amor da aliança é fiel a despeito do que o outro parceiro esteja
fazendo. A razão para isso é que cada aliança contem dentro de si promessas e
termos ou condições. Quando as pessoas entram em aliança, elas prometem certas
coisas umas as outras e declaram as condições sob as quais manterão as suas
promessas. Se um parceiro da aliança é infiel a sua promessa, isso não força o
outro a sê-lo também. Através de todo o Velho Testamento vemos DEUS, fiel
parceiro da aliança, chamando Israel, o parceiro infiel da aliança. A
infidelidade de Israel não mudou o coração de DEUS em relação a ela. ELE
continua sustentando-a, amando-a e chamando-a de volta para ELE até este dia.
A
Bíblia trata o casamento como um relacionamento de aliança: “…sendo ela a tua
companheira, e a mulher da tua aliança” (Ml 2:14). O pensamento correto sobre a
natureza do casamento dá o alicerce para sabermos o que Deus pensa do divórcio.
Se o nosso Deus é um Deus de aliança, e Ele não quebra nem permite quebra de
aliança, também não permite que o casamento seja quebrado. Como Deus não se
divorcia do seu povo, assim ele não permite que marido e mulher se divorciem.
Divorciar-se é quebrar o matrimônio da Aliança - Lemos em Ml 2:16 “Porque o
Senhor Deus de Israel diz que odeia o divórcio …” Precisamos compreender o
texto de Mt. 19:1-7 em que Jesus diz que o divórcio é proibido, mas que foi
permitido por causa da dureza do coração. Deus nunca intencionou o divórcio,
pois este contraria a essência do casamento como uma aliança que nunca deverá
ser quebrada, anulada. Você então pergunta: Por que foi dada a permissão para o
divórcio conforme Mt. 19:7? Não foi dada uma permissão. No verso seis JESUS
termina sua explicação sobre o que lhe foi perguntado “É lícito ao homem
repudiar sua mulher por qualquer motivo?” (Mt 19:3) de forma bem
categórica: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que
Deus ajuntou não o separe o homem” Mt 19:6. Quando lhe é questionado
sobre a Lei mosaica (Antiga Aliança) Jesus responde em 19:9 - “Quem repudiar
sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra
comete adultério …“. Note bem que sua explicação é referente à Lei mosaica
e diante do que lhe foi perguntado. Nós vivemos sob Nova Aliança, conforme
Paulo exorta em sua carta aos Coríntios: “Se, porém, se apartar, que fique
sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.”
(1 Co 7:10-11).
Malaquias
lembra-nos que a vontade de Deus, a respeito do casamento, sempre foi a
mesma. Enquanto alguns podem procurar justaficativas baseadas nos abusos
que eram tolerados durante a era patriarcal, ou sob a lei de Moisés, Jesus nos
diz que a vontade básica de Deus sempre foi a mesma: “Não tendes lido
que o Criador, desde o princípio os fez homem e mulher, e que disse: Por
esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os
dois uma só carne? . . . Portanto o que Deus ajuntou, não o separe
o homem” (Mateus 19:4-6).
CONCLUSÃO
As
Escrituras dizem que DEUS projetou e criou o casamento para ser algo bom. Ele é
um presente lindo e inestimável. DEUS usa o casamento para nos ajudar a acabar
com a solidão, multiplicar nossa eficiência, construir famílias, criar filhos,
curtir a vida e nos abençoar com o relacionamento íntimo. Além disso, o
casamento também nos mostra a necessidade de crescer e de lidar com nossas
próprias dificuldades e com o egocentrismo, através da ajuda de um companheiro
para toda a vida. Se somos “ensináveis”, iremos aprender a fazer aquilo que é
mais importante no casamento - amar. Esta poderosa união lhe mostra o caminho
para amar incondicionalmente outra pessoa imperfeita. Isto é maravilhoso. É
difícil. É uma mudança de vida. Gálatas 5:22 descreve a obra do Espírito de
Deus na vida do crente. Na medida em que ele se submete ao Espírito Santo,
começa a desenvolver, de maneira crescente, amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, fé e domínio próprio.
Jesus
salienta o princípio universal de que a pessoa ceifa o que semeia; por
conseguinte, o amor (ou qualquer outro atributo) que é dado será constantemente
devolvido ao doador. Segue-se, então, que aquele que dá e recebe atributos
espirituais terá, sem dúvida, um casamento agradável e satisfatório.
Eu
particularmente não acredito que existam casamentos perfeitos, mas, sim,
casamentos saudáveis. E para conseguirmos isto, não é fácil. E, nessa busca, o
casamento enfrenta, a todo o momento, situações desafiadoras que precisam ser
superadas para que ele alcance santificação e vitórias. A verdade é que em
direção ao alvo (CRISTO), permeamos um percurso cheio de obstáculo. Mas, com o
empenho pessoal, e na força que Deus supre, “Em todas estas coisas,
porém, somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou”. Rm. 8:37.
Na
confecção deste pequeno estudo, buscamos consultar literatura que mais se
aproxima com o pensamento de nossa denominação, tentando não perder a coerência
teológica. Evitamos expressar conceitos e opiniões pessoais sem o devido
embasamento na Palavra, pois a finalidade é agregar conhecimentos, enriquecer a
aula da escola dominical e proporcionar ao professor domínio sobre a matéria em
tela. Caso alcance tais finalidades, agradeço ao meu DEUS por esta grandiosa
oportunidade.
Ev. JOSÉ COSTA JUNIOR
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