A FAMILIA E A IGREJA
TEXTO ÁUREO = “E todos os dias, no templo e nas
casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo” (At 5.42).
VERDADE PRÁTICA = É possível existir família sem
igreja, isso precariamente e com graves prejuízos, mas igreja sem família, não.
LEITURA BIBLICA = ATOS
2.41- 47
INTRODUÇÃO
Conforme
vimos na primeira lição deste trimestre, a família é a obra-prima de Deus. Ele
a instituiu, visando a plena execução de seu plano redentor. Todas as
instituições humanas foram criadas a partir da família que, historicamente, é
definida como célula-mãe da sociedade. Aliás, até mesmo o povo de Deus, quer do
Antigo, quer do Novo Testamento, foi estabelecido e formado a partir da
família. A Igreja existiu primeiro no eterno plano e propósito de Deus (Ef
1.4), mas na história surgiu no Dia de Pentecostes. A Igreja aqui na terra é
chamada na Bíblia de “família de Deus” (Ef 2.19). Nesta lição, estaremos vendo
a relação entre a família e a igreja, como esta poderá auxiliar aquela e
vice-versa. Constataremos que ambas, como projetos de Deus, requerem plenamente
nossa atenção.
A ORIGEM DA FAMILIA
Com base nas
Escrituras Sagradas podemos afirmar que a família é uma instituição de origem
divina (Gn 5.1,2).
Após ter
criado o homem, Deus fez uma avaliação de toda a Sua Obra e “viu Deus tudo
quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31).
1. Os propósitos divinos. Deus não criou coisa alguma ao
acaso. Tudo Ele criou com um propósito previamente estabelecido.
a. A criação do homem. O homem foi criado à imagem e
semelhança de Deus (Gn 1.26) para que tivesse domínio sobre toda a terra. O
propósito divino incluía uma vida de felicidade e prazer. Mesmo com trabalho
(Gn 2.15), porém sem preocupações, medo ou ansiedade.
b. A criação da mulher. Tudo aquilo que Adão necessitava
para sua subsistência havia ali naquele jardim. Contudo, faltava-lhe algo. Deus
notou a sua solidão e então providenciou-lhe uma companheira. Deus reconheceu a
necessidade de Adão e disse “não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora
que esteja como diante dele”. (Gn 2.18). Em outra versão (ARA) diz “uma
auxiliadora que lhe seja idônea”.
2. Teorias errôneas. Muitos homens ilustres e estudiosos
criaram teorias acerca da origem do homem.
Podemos
afirmar, sem medo de errar, que tudo o que for escrito a esse respeito que
exceda ou se contraponha à Palavra de Deus, é falso e mentiroso. Por essa razão
não tem base para despertar credibilidade.
JESUS E A FAMÍLIA
Muitas cenas
do ministério de Cristo (pregação, ensino, milagres, refeições, descanso)
ocorreram em lares, envolvendo a família inteira, isto é, seus membros em
geral. Isto pode ser facilmente visto nos Evangelhos. Quando Ele, da destra do
Pai, enviou o Espírito Santo para formar a Igreja no Dia de Pentecostes, seus
discípulos estavam reunidos e assentados numa casa de família (At 1.13; 2.2).
1. A família cristã. Na célebre e instrutiva passagem
doutrinária sobre a família (Ef 5.22-33), vemos que num lar verdadeiramente
cristão, o marido e a mulher, no seu modo de viver e de agir, figuram para a
própria família, para a igreja e para o mundo, a união mística, perene e
profunda entre Cristo e sua Igreja. A clássica passagem trata da família
cristã, entretanto, o nome Igreja é mencionado seis vezes. Isto revela que a
família e a igreja são entidades não apenas associadas, mas entretecidas e
interdependentes.
2. A importância da família nos
planos divinos. Deus
deu origem a raça humana mediante uma família: Adão e Eva. Ele fundou a nação
escolhida utilizando uma família: Abraão e Sara. Trouxe o Salvador Jesus ao
mundo através de uma família: José e Maria, O primeiro ato de Deus após criar a
família foi abençoá-la: “E Deus os abençoou” (Gn 1.28). Deus continuou
dispensando esta bênção à família, como é patente em Gênesis 5.2; 12.3; 2 8.14,
e através de toda a Bíblia.
3. A igreja do lar. Em termos humanos e terrenos, a
igreja depende do lar, assim como o lar é dependente da igreja. Uma igreja não
pode ser forte, viva e santa com famílias fracas na fé, amortecidas
espiritualmente e sem santificação, por adotar o modo de viver do mundo.
4. Cada lar cristão uma igreja. “Lar” vem do latim “lare” que
significa parte da cozinha onde se acendia fogo para preparar os alimentos e
aquecer o ambiente; daí vem o termo “lareira”. O lar, pois, é o ambiente onde
vive a família; ele deve ser aquecido não só pelo “amor do Espírito”, mas
também do coração humano o “calor humano”, hoje tão raro, e que tanto ameaça a
família. Cada lar cristão deve ser aqui e agora uma igreja do Senhor em
miniatura, onde Deus seja conhecido, refletido, visto, obedecido e amado, a
piedade seja cultivada e o cristianismo bíblico, praticado.
A FAMÍLIA NA IGREJA
PRIMITIVA
1. A Igreja nasceu em um lar. A igreja na sua expressão visível e
local nasceu em um lar, como já vimos em Atos 1.13; 2.2 (o cenáculo era um
compartimento amplo, acolhedor, mobiliado e arrumado para a ceia). Nos três
primeiros séculos da era cristã, provavelmente por razões financeiras, já que
era difícil comunidades pequenas e pobres — que normalmente compunham as igrejas
locais construírem templos, os irmãos reuniam-se nas casas particulares para
partir o pão e comê-lo com alegria e singeleza de coração (At 2.46). Um exemplo
disso era a Igreja em Roma: os crentes romanos congregavam-se em casas
espalhadas pela cidade, por isso a expressão “a igreja que está em sua casa”
(Rm 16.5; 1 Co 16.19; Cl 4.15; Fm v.2).
2. A família no Novo Testamento:
quase sinônimo de Igreja. Havia uma perfeita integração entre a família e a igreja. Tão perfeita,
que era difícil saber onde terminava a igreja e começava a família. Ambas
achavam-se engajadas na expansão do Reino de Deus. E, assim, a igreja caía na
graça do povo e crescia diariamente (At 2.47). Não fosse tal integração, a
Igreja não teria chegado tão cedo à capital do Império Romano. Além do livro de
Cantares de Salomão, que aborda o relacionamento conjugal, a Bíblia não contém
mais livros completos sobre a família porque, como já vimos no Novo Testamento,
tal instituição é quase sinônimo de igreja, e nos primeiros séculos, as igrejas
não tinham templos; congregavam-se em casas de famílias abastadas. A doutrina
da família não era apenas ouvida; era vista ao vivo, no lar.
Que este
exemplo possa ser seguido rigorosamente! Só pode haver uma igreja forte
espiritualmente se as famílias também estiverem fortes, e entre ambas houver
perfeita harmonia. Se é verdade que a igreja local e visível procede do lar,
logo, o que ocorre diuturnamente na família refletirá na igreja.
A HARMONIA NA FAMÍLIA
(Fp 2.2,3)
1. A família comparada à Igreja. Paulo ressaltou a grande importância
da família comparando-a à Igreja. Na Igreja existe a cabeça — Cristo, donde
emana toda a autoridade e liderança. Da mesma forma deve acontecer com a
família.
Assim como a
Igreja está sujeita a Cristo voluntariamente, da mesma forma a mulher deve, por
amor, estar sujeita ao seu marido.
a. Jesus e a Igreja — um modelo de vida. O homem é
chamado a amar sua esposa da mesma forma como Cristo amou a sua Igreja.
Cristo amou
a sua Igreja ao ponto de entregar-se por ela. É um amor que significa uma
entrega de si mesmo.
2. Como manter uma família feliz (Sl 119.11; At 2.28; Pv 31.30).
Viver para Deus é o segredo da felicidade. Ninguém pode sentir-se totalmente
realizado se de fato não tem o coração mudado pelo amor de ,Jesus.
a. O crescimento de todos os membros. A família é considerada como um
organismo vivo e como tal deve haver um notado crescimento por parte de todos
os seus membros.
Este
crescimento integral implica na satisfação das necessidades fundamentais e na
concretização e realização dos desejos indispensáveis à vida, cumprindo-se
assim o propósito divino.
3. A preservação de problemas na
família (1 Co 14.40;
Rm 12.2; Mt 6.10). Muitos problemas podem ser resolvidos e até mesmo evitados,
se cada membro da família se propuser a servir ao Senhor de todo o coração,
entregando-se totalmente a Ele, deixando de fato que Ele oriente.
Essa entrega
total deve começar cedo, isto é, desde a escolha do cônjuge, e continuar pela
vida afora em todas as situações.
Fazer da
Bíblia o manual de estudos da família, ter cuidado em cultivar o culto
doméstico, saber utilizar o tempo, podendo, dessa forma, reservar momentos
agradáveis para reuniões em família, e ainda, que cada membro se conscientize
da sua posição na família e cumpra os propósitos de Deus a seu respeito.
O PAPEL DA FAMILIA NA
EXPANSÃO DA IGREJA
A Igreja de
Cristo nasceu dentro da estrutura familiar no oriente. Estes viviam em
comunidades de pessoas que eram ligadas por vínculos de matrimônio e parentesco
e regida pela autoridade do pai. Esse sistema foi colocado a serviço de Deus
para a edificação da igreja do Novo Testamento (At 10.24-48; 16.15, 31-33). A
Escritora Dorothy Flory de Quijada em seu escrito sobre “A Família na missão de
Deus” diz o seguinte: “o apóstolo Paulo menciona freqüentemente a família em
seus escritos e usa termos de carinho para expressar suas próprias relações com
o corpo de Cristo (Gi 1.2,3; 1 Tm 1.2) incluindo a imagem de uma mãe nutrindo e
cuidando dos filhos (1 ‘Es 2.7)”. Essa declaração demonstra o quanto a igreja
através dos seguidores de Cristo nutre a importância e a referência de uma
família na configuração e desenvolvimento da Igreja de Cristo.
O PAPEL DA IGREJA COMO
AUXILIADORA DA FAMILIA
A igreja
atua como uma auxiliadora tanto na preparação quanto na preservação da família
para o cumprimento de seus elevados propósitos e objetivos. Ela deve levar os
pais a conscientizarem-se de sua responsabilidade na formação moral e
espiritual de seus filhos.
Para que
isso aconteça a igreja promove, o batismo (Mt 28.19; At 10.47, 48), a santa
ceia (1 Co 11.23-27), a apresentação de recém-nascidos (Lc 2.22), cerimônias
religiosas de casamento, que são precedidas de alguns encontros de orientação
pastoral, curso e estudos com ênfase sobre a educação da família e seus
aspectos primordiais, encoraja à prática da devoção e adoração no lar, promove
a integração entre as famílias que compõem a igreja local. Essas e outras
funções visam ao reconhecimento da salvação por intermédio de Jesus Cristo, da
vida como um dom de Deus (Ef 1.3), traz à compreensão da natureza religiosa do
matrimônio e da instituição da família (1 Co 7.10-17), e promove ações sociais
(2 Co 8.1-7).
De acordo
com o dicionário da língua portuguesa sociedade é o agrupamento de seres que
convivem em estado gregário e em colaboração mútua. Dentro de uma concepção
bíblica, Paulo procura resgatar através da igreja as condições saudáveis para
se ter uma sociedade irrepreensível e sincera (Pp 2.15).
Podemos
definir sociedade e seus aspectos sociedade como uma estrutura composta de
famílias, cujas peculiaridades sáo descritas em termos das relações familiares
nela existente. A estrutura social é formada por grupos que ligados entre si,
são considerados como uma unidade onde todos participam e compartilham de uma mesma
cultura com leis comuns.
A FAMÍLIA COOPERANDO
COM A IGREJA
1. A família coopera eficazmente com
a Igreja: através do
seu bom testemunho perante o mundo, de uma vida no santo temor de Deus, da
obediência às doutrinas bíblicas e observância das normas da igreja local
através do seu pastor, uma vez que tudo esteja “conforme a sã doutrina”.
2. A freqüência normal e regular da
família aos cultos e a outras atividades da igreja. A família deve apoiar os projetos e
trabalhos da igreja não só orando e jejuando, mas também de várias outras
formas, de acordo com o que for estabelecido pelo pastor.
3. A família contribuindo para a
igreja. Os dízimos e
ofertas da família devem ser entregues igreja como expressão da sua adoração,
do seu amor e gratidão a Deus.
4. A freqüência normal e regular à
Escola Bíblica Dominical. A principal agência de ensino da igreja é fundamental para toda a
família: da criança ao idoso.
IV. A IGREJA COOPERANDO
COM A FAMILIA
No capítulo
16 de sua Epístola aos Romanos, Paulo cita diversas famílias que muito o
ajudaram em seu ministério, O apóstolo deixa bem patente que sem elas o seu
trabalho seria infrutífero. Aliás, a mesma preocupação é manifestada em suas
outras epístolas.
Por isto,
deve a igreja ter um cuidado especial com as famílias, porque se estas forem
bem constituídas, aquela também o será; se as segundas forem avivadas, a
primeira haverá de experimentar um grande crescimento.
A igreja, por conseguinte, pode
ajudar:
1. Orando pelas famílias. A família sofre os mais impiedosos
ataques de Satanás. Por isto devem as igrejas estabelecer cultos de oração e
intercessão pelos lares, a fim de que estes sejam fortes e espiritualmente
sadios.
2. Aconselhando as famílias. É urgente que as igrejas, através de
seu ministério, se dediquem ao aconselhamento das famílias. Desta forma,
estaremos evitando conflitos e separações entre os cônjuges.
3. Visitando as famílias. As famílias devem ser visitadas
regularmente por seus pastores, para que elas se sintam inseridas e engajadas
no Reino de Deus. Receber o anjo da igreja, em casa, é sempre uma bênção.
4. Marcando reuniões específicas para
as famílias. Nessas
reuniões, o pastor da igreja terá oportunidade de dispensar um tratamento
especial às famílias, ajudando-as a superar dificuldades e a solucionar
problemas, Os temas serão específicos: conflitos conjugais, criação de filhos,
finanças etc.
O LUGAR DA FAMÍLIA NA
IGREJA
1. Cooperação nos cultos (Hb
10.19-25). Ao que
tudo indica os crentes hebreus estavam negligenciando a assistência ao culto.
Há muitos pais que se descuidam e não dão muita importância ao fato de levar
seus filhos à Igreja.
2. Cooperação nos trabalhos. Todas as famílias da Igreja devem
estar envolvidas nos trabalhos. E tempo de todo o crente estar ativo. Há muito
trabalho para ser realizado (Rm 12.11).
3. Completando a vida espiritual do
lar. (1 Co 16.
15-16). Os pais são os responsáveis diretos pelo bem estar espiritual de seus
filhos, mas Deus instituiu a Igreja para os ajudar a cumprir esta árdua tarefa.
CONCLUSÃO
Portanto,
não podemos separar a igreja da família, nem esta daquela; ambas fazem parte do
grande projeto de Deus para a humanidade. Estava tão consciente disso o
apóstolo Paulo que, em sua Epístola aos Efésios, explica ele mistério da
Igreja, fazendo um belíssima alegoria com o casamento (Ef 5.22-32).
Esforcemo-nos,
pois, a fim d que o nosso lar seja realmente um perfeita simbologia da Igreja.
Somente assim, haveremos de glorificar a Deus através de nossa pie dosa
atitude.
A família é
o principio norteador da sociedade a igreja opera pelo equilíbrio espiritual
sendo fonte para a família e referencial para a sociedade. Entendemos que a
comunidade cristã tem tarefas que ultrapassam as fronteiras das famílias que a
compõem. Por isso estas famílias são chamadas a vivenciar sua vocação cristã e
influenciar a sociedade. A família está sendo desafiada nos dias atuais para
ser igreja e viver as funções básicas da vida comunitária entre si, crescer
espiritualmente, ou ouvir a palavra bíblica orar e cantar, bem como apoiar-se,
ajudar-se, aconselhar-se e com isso alcançar o crescimento que é proposto pelo
exercício da fé em amor no meio a uma geração corrompida.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja
Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Lições
bíblicas BETEL 2010
LIÇÕES
BIBLICAS CPAD 2004
LIÇÕES
BIBLICAS CPAD 1990
LIÇÕES
BIBLICAS CPAD 1985
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