28 de agosto de 2013

CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO



CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO – Ev. José Costa Junior

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

            O assunto desta lição diz respeito aos inimigos da cruz de Cristo e como confrontá-los. O exemplo pessoal do apóstolo tornou-se a base para uma exortação geral aos Filipenses. Todos os crentes, até mesmo os maduros, jamais devem estar satisfeitos com seu nível presente de experiência e maturidade cristã. Acima de tudo, jamais devem sentir que já alcançaram o estado de perfeição.

            Alguns crentes confundem-se com o fato de a Bíblia falar de dois níveis de maturidade. Existe a maturidade suprema, o estado celestial final quando todos os crentes receberão corpos novos criados ã imagem de Cristo. A isto Paulo se referiu em Filipenses 3:12, 21.

            Mas também há um nível de maturidade reconhecível que pode ser alcançado enquanto na terra, uma maturidade que reflete certas características e qualidades. Provavelmente o perfil mais completo que reflete esta maturidade encontra-se em 1 Timóteo 3 e Tito 1, Paulo aqui apresenta qualidades dos anciãos. Um exame minucioso destas qualidades no contexto, entretanto, revela que estas características devem ser alvos para todos os crentes.

            Paulo também, uma vez mais, preveniu os crentes contra falsos mestres e pessoas com mentalidades mundanas. Com lágrimas a correr-lhe pelas faces, ele chamou a estes mundanos de "inimigos da cruz de Cristo" (Fp 3:18). Este é um lindo quadro das atitudes e ações de Paulo, até mesmo para com os não crentes que minavam sua obra se opondo a ela. Sua linguagem era forte, mas seu coração estava despedaçado. Enquanto chorava, ele especificou que "o destino deles é a perdição".

            Três coisas, disse Paulo, caracterizam os estilos de vida destes inimigos. Primeiro, "o deus deles é o ventre — eram glutões e beberrões; segundo, "a glória deles está na sua infâmia" —glorificavam a imoralidade e o procedimento sensual; e, terceiro, "só se preocupam com as coisas terrenas" —possuíam uma filosofia materialista de vida.

Este, dá a entender Paulo, é o "padrão deste mundo". Os crentes maduros e que crescem não permitem que sua vida se conforme com este padrão; antes, são "transformados" e "renovados". Então, disse Paulo, vocês poderão experimentar "qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2).

O objetivo deste estudo é trazer algumas informações, colhidas dentro da literatura evangélica, com a finalidade de ampliar a visão do sobre a presente lição. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e ferramentas que poderão enriquecer sua aula.



EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO

Alguns crentes de Filipos devem ter estado bem certos de haverem atingido um nível supremo de maturidade. Pensavam já serem perfeitos. Indubitavelmente é por isso que Paulo contava sua própria experiência. Os Filipenses amavam e respeitavam este grande homem. Para um gigante espiritual como Paulo contar a estas pessoas as suas próprias fraquezas e seus alvos para o desenvolvimento espiritual, exerceria um impacto significativo sobre a perspectiva que elas tinham de seu próprio estado espiritual. Assim. Paulo exorta: "Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós" (3:17). Isto é, não pensem já estarem perfeitos. Esqueçam-se das coisas que para trás ficam e prossigam para o alvo para ganhar o prêmio—a suprema santificação.

Paulo prossegue exortando-os a imitar o exemplo de outros que seguiam este padrão de vida, assim como Timóteo e Epafrodito. Paulo já havia apresentado estes dois homens como exemplos admiráveis de maturidade cristã (2:19-30), mas ambos possuíam fraquezas humanas. Ambos possuíam problemas físicos e psicológicos que interferiam em sua eficiência—ainda que fossem líderes cristãos maduros.

No versículo 16 Paulo faz uma afirmação que parece, à primeira vista, um tanto obscura: “Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos." Talvez ele estivesse exortando os Filipenses a não se desviarem, a não irem ao extremo oposto e praticar a licença em vez do legalismo. Mas parece mais lógico, pelo contexto, concluirmos que Paulo se referia ao que freqüentemente acompanha o perfeccionismo legalista e a atitude de "mais santo do que os outros". Os que acreditam ter um pedaço da santidade de Deus, muitas vezes são mais causadores de divisão e altercadores.

Muitas vezes são inalcançáveis e em conseqüência disso, violam a própria verdade que propagam. Em contraste, Paulo disse em outra ocasião que os crentes maduros devem "repelir as questões insensatas". Eles sabem que este tipo de diálogo só engendra "contendas". Pelo contrário, disse Paulo, o crente maduro deve "ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade" (2 Timóteo 2:23-25).

OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO

            O legalismo não é o único inimigo da justificação pela fé pregada por Paulo, mas muitas falsos crentes tinham regeitado ou distorcido a doutrina de outra maneira, de forma que interpretavam a justificação pela fé como uma licença para pecar com impunidade. Isso é “ilegalidade” ou antinomianismo. Aqueles que promoviam essa heresia raciocinavam falsamente: “Se a justificação depende da graça de DEUS e não das minhas obras e se a graça de DEUS vai sempre exceder a minha perversidade, então isso significa que eu posso pecar tanto quanto quiser, e ainda serei salvo”.  Os sentimentos desses falsos crentes pareciam ser de uma espiritualidade tão alta que menosprezavam a carne como sendo mal, entretanto, tal espiritualidade era espúria. 

Segundo sua filosofia, não haveria necessidade de se obedecer à lei naquilo que diz respeito à carne, porque o espírito é tudo. Na verdade, ao espírito competia dominar seu contaminado sócio, o corpo. Tal atitude, no entanto, para com esse, ora descamba para o ascetismo, ora resvala para o libertinismo. Lá em Filipos, evidentemente, a inclinação foi para a última alternativa, ou seja, grosseira sensualidade. Tais idéias usadas como um caminho de vida são absolutamente alheias à verdade cristã. Paulo exorta os filipenses a seguirem seu exemplo (17) e a evitarem o dos antinomistas, em seu meio, porque os tais fazem deuses de seus apetites (19). O evangelho de Jesus Cristo, pregado pelo apóstolo aos filipenses, põe ênfase no que é espiritual e não no que é carnal, sobre as coisas celestiais e não sobre as terrenas.

            Na carta aos Romanos, Paulo antecipa esse abuso e responde: “Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! (Rm 6:1,2). Mas porque não? Ele explica: “Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?”(v.2). Então isso é o que faz o antinomianismo incoscistente com a justificação pela fé – algo acontece conosco em nossa conversão que torna impossível para nós continuarmo em uma vida de pecado. As Escrituras dizem que fomos “regenerados” (Tt 3:5), e que fomos “nascidos de novo” (Jo 3:3). João escreve: “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado (habitualmente); porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus.”(I Jo 3:9).

            Paulo diz que o cristão deve morrer “para o pecado”, e que “o pecado não os dominará” (Rm 6:14). Ele explica que visto que a graça nos libertou de sermos escravos do pecado, devemos parar de obedecer a ele. Mas a graça não nos deixa ser os nossos próprios senhores, porque ela nos fez “escravos da justiça” (Rm 6:18). Portando, ele diz:”pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação” (Rm 6:19). Ao invés de levar ao antinomianismo, a justificação pela fé leva a um estilo de vida correto e torna impossível o antinomianismo.

            Quando DEUS salva uma pessoa, ELE a regenera pela mudança de sua disposição, de amor à maldade para amor à retidão, de amor ao egoísmo para amor por Cristo e de desafio contra DEUS para obediência à DEUS. DEUS concede a essa pessoa fé no evangelho de Cristo e sobre essa base DEUS a justifica em Cristo. Nossa regeneração e justificação não somente muda nosssa posição diante de DEUS, mas nos muda até o mais profundo nível do nosso consciente, produzindo uma mente e um estilo de vida piedoso. Não há modo de chegar ao céu como a nossa casa, senão por meio de Cristo, nosso Caminho. Os crentes verdadeiros, ao buscarem esta seguridade e ao glorificá-lo, procurarão mais de perto tentar parecer-se com Ele em seus padecimentos e morte, morrendo para o pecado e crucificando na carne suas paixões e concupiscências.

O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO

"Não", disse Paulo, "não podemos jamais ser perfeitos enquanto vivermos nesta terra.
Mas podemos nos tomar mais e mais como Cristo se tivermos seu estilo de vida como nosso alvo, lutando por este ideal, segundo bons exemplos em vez de maus, e sempre mantendo uma atitude de aprendizado."

Mas a história não acaba aí. Algum dia todos os crentes estarão com Cristo e terão corpos "como o seu corpo glorioso". Esta foi a palavra final de Paulo aos Filipenses acerca de perfeição e santificação.

Paulo lembra aos Filipenses, uma vez mais, que sua cidadania realmente encontrava-se no céunão em Filipos como membros de uma colônia romana (1:27). O seu salvador não era o imperador romano, que, desde a época de Júlio César, era proclamado por alguns seguidores como "o salvador da humanidade"; pelo contrário, o Senhor Jesus Cristo era o seu Salvador. E verdade.

Cristo já os havia salvo de seus pecados; mas algum dia ele viria para tirá-los totalmente do mundo. O mesmo poder que capacitava a Cristo a "levar tudo sob seu controle" os transformaria em sua imagem. Este, disse Paulo, será nosso prêmio final e de maior valor ao término da corrida. Neste sentido, não haverá perdedores.

CONCLUSÃO

Os inimigos da cruz de Cristo não se importam de nada, senão de seus apetites sensuais. O pecado é a vergonha do pecador, especialmente quando se gloria nisso. O caminho dos que se ocupam das coisas terrenas pode parecer agradável, porém a morte e o inferno estão no final. Se escolhermos o caminho deles, partilharemos seu final.

A vida do cristão está no céu, onde está sua Cabeça e seu lar, e aonde espera chegar daqui a pouco; coloca seus afetos nas coisas de cima e onde estiver seu coração, lá estará seu tesouro.

Há glória reservada para os corpos dos santos, glória que se fará presente na ressurreição. Então o corpo será feito glorioso; não só ressuscitado para a vida, senão ressuscitado com maior vantagem. Note-se o poder pelo qual será efetuada esta mudança. Estejamos sempre preparados para a vinda de nosso Juiz; esperando ter nossos corpos vis mudados por seu poder todo-poderoso, e recorrendo diariamente a Ele para que faça uma nova criação de nossas almas para a piedade; para que nos livre de nossos inimigos e que utilize nossos corpos e nossas almas como instrumentos de justiça a seu serviço.

            Concluindo, espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em tão precioso ensino e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada ao SENHOR JESUS. 


Ev. José Costa Junior




  





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