O
SACRIFÍCIO QUE AGRADA A DEUS
TEXRO
ÁUREO = “Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o
teu nome, á Senhor, porque é bom” (SI 54.6).
VERDADE
PRATICA = Ajudando os nossos
irmãos, contribuímos para a obra de Deus, e, ao Senhor, oferecemos a mais pura
ação de graças.
LEITURA
BIBLICA = FILIPENSES 4; 14-23
INTRODUÇÃO
A porção didática da carta está completa. Agora, Paulo se
dedica ao tópico final, qual seja, a expressão de gratidão pela oferta que a
igreja em Filipos lhe enviou por Epafrodito. Algum tempo decorreu desde que
Paulo recebeu a oferta e ele não o mencionou especificamente até este ponto da
carta. Estes fatores levaram certos expositores a pensar que estes versículos
fazem parte de uma correspondência anterior do apóstolo com os crentes filipenses.
Mas tal conclusão não é necessária.
E bastante normal expressarmos gratidão ao fim de uma carta
altamente pessoal que passa informalmente de um tópico a outro. Quanto à demora
de Paulo agradecer a oferta, talvez esta seja a primeira oportunidade que ele
teve de responder. Além disso, não sabemos a extensão do tempo decorrido desde
a chegada de Epafrodito. Seja qual for nossa opção para considerarmos o cenário
desta passagem, o significado não é dificil.
A
PARTICIPAÇÃO DA IGREJA NAS TRIBULAÇÕES DE PAULO
Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a
vossa lembrança de mim (10). A imagem é a da planta que renasce na primavera
(reviver, “florescer”, BJ). Embora estivessem no finalmente, uma vez mais os
crentes filipenses demonstram seu amor por Paulo. O texto não dá pistas sobre a
razão de eles não terem enviado a oferta mais cedo. Talvez não tivessem ninguém
por quem enviá-la, ou encontravam-se em “profunda pobreza” (2 Co 8.1,2),
estando financeiramente impossibilita- dos de fazê-lo. Seja qual for o motivo,
Paulo, em contraste com o espírito aparente de alguns em Filipos, recusa-se a
ficar ofendido facilmente, e releva o que alguém de espírito menor
interpretaria como demora acintosa ou negligente. Pois já vos tínheis lembrado,
mas não tínheis tido oportunidade (10). O termo grego ephroneite (lembrado)
significa estar “pensativo” no sentido de preocupar-se, estar ansioso por algo
em particular (cf. BV; cf. tb. 1.7). Paulo usa o tempo imperfeito, o qual
sugere sua boa vontade em acreditar que, desde o princípio, os crentes filipenses
tiveram o desejo de supri-lhe as necessidades, mas foram impedidos.
Assegurando aos crentes filipenses que ele passa bem,
embora, até recentemente, não pudessem ter parte nesse bem-estar, Paulo declara:
Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que
tenho (11). No original grego, com o que tenho é “nas circunstâncias em que estou”,
indicando sua atual situação prisional. O termo grego autarkes (contentar) tem
o sentido de “renda suficiente para as necessidades”, “meios suficientes para a
subsistência”. O apóstolo se ajusta (cf. BJ, NVI) a toda e qualquer situação,
depois de ter aprendido que circunstâncias como estas não aumentam nem diminuem
sua felicidade maior.
Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a
maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter
fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade (12). Em toda a maneira
e em todas as coisas é, literalmente, é “em tudo e em todas as coisas” (cf.
BAB, RÃ), ou seja, em cada lance da vida e no total da soma de tudo da vida, O
termo grego tapeinousthai (abatido) era usado no grego clássico para referir-se
ap rio
que míngua (cf. BV; cf. tb. 2 Co 11.7).
Paulo sabe o que é ter grande quantidade, como o animal que
tem forragem mais do que suficiente (Mt 5.6), ou passar fome — possível alusão
ao seu trabalho com as mãos. O termo grego memuemai (estou instruído) vem da linguagem
dos cultos pagãos que iniciavam os candidatos em seus mistérios. Paulo enfrentava
todo tipo de experiência, quer agradável ou desagradável (2 Co 11.23ss.), e ele
não valorizava uma experiência acima da outra.
Posso todas as coisas naquele que me fortalece (13) pode ser
traduzido por “eu sou forte para todas as coisas no Cristo que me capacita”.
Apalavra “Cristo” não ocorre em alguns manuscritos, mas está evidentemente
inclusa (consta em ACF, BV, NTLH). O fato de Paulo mencionar “abundância” nos
versículos 12 e 18 leva certos expositores a propor que ele havia herdado uma
propriedade. Isso lhe daria recursos para financiar os altos custos de seu
julgamento. Por isso, de acordo com a proposta, ele podia dizer: “Eu sou constante
em todas as coisas”.4 Mas não há base para tal especulação.
O significado é mais profundo. Paulo pode todas as coisas
para as quais foi chamado a desempenhar na linha do dever ou do sofrimento. O
versículo deve ser interpretado como resumo de Gálatas 2.20 (cf. Jo 15.5; 1 Tm
1.12). A princípio, temos a impressão que Paulo usou a linguagem do estoicismo
(11,12), que asseverava que o homem, por si só, pode vencer todas as pressões externas.
Mas esta não é a posição cristã. A suficiência vem de Cristo, que continuamente
infunde poder (dynamis). O apóstolo pode se grato por toda e qualquer circunstância,
por- que as circunstâncias são oportunidades para a revelação do poder de
Cristo.
Para que os filipenses não presumissem que a suficiência de
Paulo em Cristo tornou supérflua a oferta enviada e recebida, o apóstolo lhes
declara categoricamente sua apreciação genuína:
Todavia, fizestes bem em tomar parte na (“participar de”, CH,
NVI) minha aflição (14). A participação dos crentes filipenses nas suas
dificuldades é uma das muitas maneiras que Deus usava para torná-lo forte.
Quando parti da Macedônia (15; At 17.14, provavelmente 12 anos antes), que
estava no princípio do evangelho para os filipenses, nenhuma igreja comunicou
(“participou”, BAB; cf. CH, NVI) comigo com respeito a dar e a receber, senão
vós somente (15). Temos aqui linguagem comercial — créditos e débitos. De todas
as igrejas que estavam aos cuidados de Paulo, só Filipos pensou em manter uma
conta para ele. Eles lhe prestaram assistência material e ele devolvera os
préstimos com dádivas espirituais (cf. 1 Co 9.11; Fm 19).
Porque também, uma e outra vez (i.e., “duas vezes”, BV; cf.
AEC, CH, NVI, RA), me mandastes o necessário a Tessalônica (16). Tessalônica
era uma comunidade luxuosa que Paulo visitara depois de sair de Filipos,
distante uns 160 quilômetros. Lá, Paulo tinha se sustentado (1 Ts 2.9; 2 Ts
3.7-9), ao passo que os próprios tessalonicenses pouco haviam contribuído. Foi
nessa cidade que o apóstolo fora ajudado pelos filipenses vizinhos. Tais
expressões de generosidade não podiam ser esquecidas em tão pouco tempo.
As ofertas, entretanto, são de importância meramente
secundária. A tradução não que procure dádivas (ou “ofertas”, NVI; “donativos”,
RÃ), mas procuro o fruto que aumente a vossa conta (17) é literal. O termo
grego karpon (fruto) tem comumente o sentido de juros de um investimento. Sobre
as ofertas que deram a Paulo (2 Co 12.14), Deus acrescentou os juros ao
crédito. E deste modo que o apóstolo diz o que Jesus disse:
“Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35;
cf. Lc 6.39). Aquele que dá sempre recebe mais do que aquele que recebe. Por
terem sido generosos, os crentes filipenses acumularam para si tesouros no céu.
Referindo-se especificamente à oferta recente, Paulo diz:
Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi
de Epafrodito o que (talvez roupas ou outros artigos de primeira necessidade)
da vossa parte me foi enviado (18). O verbo grego apecho (tenho) é expressão
técnica usada na redação de um recibo (cf. Mt 6.2,5,16; Lc 6.24). O sentido é:
“Vossa dívida comigo está mais do que paga, da qual vou dou recibo”. A
consideração dos crentes filipenses dirigida a Paulo é reputada por ele como
cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus (18). Esta é
alusão óbvia à fragrância agradável no Templo produzida pela queima de incenso
a Deus (2 Co 2.15; Hb 13.16).
O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá (lit.,
“encherá completamente”) todas as vossas necessidades em glória, por (lit.,
“em”, AEC, BJ, CH, NVI, RÃ) Cristo Jesus (19). As ofertas dos filipenses são um
empréstimo, que capitalizou juros compostos. Paulo não pode pagá-los, mas o
Deus a quem ele serve e que recebe o sacrifício, lhes “proverá magnificamente”
(BJ) as necessidades materiais e espirituais (2 Co 9.8), em seu favor. Deus
fará isso segundo as suas riquezas (cf. Ef 3.16), ou seja, não só proveniente
de suas riquezas, mas também na proporção digna de suas riquezas. Certos
expositores ligam em glória com riquezas, ao passo que outros ligam com
suprirá. Provavelmente a última opção é melhor, pois assim glória denota “o
elemento e o instrumento da provisão”. O comentário de Maclaren é elucidativo:
“Quando Paulo diz ‘riquezas [...] em glória’, ele as coloca muito acima de
nosso alcance, mas quando ele acrescenta ‘em Cristo Jesus’, ele as traz para baixo,
colocando-as entre nós”.
Contemplando os recursos ilimitados de Deus, Paulo irrompe
em louvor arrebatador: Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o
sempre. Amém! (20). Para todo o sempre talvez seja mais bem traduzido por “pelas
incontáveis eras da eternidade”. Paulo já não se refere a “meu Deus”, como no
ocorre no versículo 19, mas a nosso Deus e Pai, indicando o vínculo comum entre
ele e os crentes filipenses.
REMIBNISCÊNCIA:
O ATO DE DAR E RECEBER
Nesses versículos, encontramos o reconhecimento agradecido
do apóstolo. Ele reconhece a bondade dos filipenses por lhe enviarem um
presente para sustentá-lo, agora que era prisioneiro em Roma. E aqui:
Ele
aproveita a oportunidade para reconhecer a bondade anterior deles e para
mencioná-los (vv. 15,16). Paulo tinha um coração agradecido; porque,
embora o que os seus amigos fizeram por ele não fosse nada em comparação com o
que ele merecia deles e as obrigações que ele tinha colocado sobre eles, no
entanto, ele fala da bondade deles como se tivesse sido uma amostra de caridade
generosa, quando, na verdade, não passava de uma obrigação justa.
Se cada um deles tivesse contribuído com a metade dos seus
bens, não teriam dado demais a ele, uma vez que deviam suas próprias almas a
ele; e, mesmo assim, quando enviam um pequeno presente, ele o aceita
cordialmente, e o menciona com gratidão, inclusive nessa epístola que seria
deixada como registro e lida nas igrejas ao longo dos séculos. Assim, em
qualquer lugar onde essa epístola fosse lida, aquilo que eles fizeram a Paulo
deveria ser relatado em memória deles. Certamente, nunca um presente foi tão
bem retribuído. Ele relembra aos filipenses que “. .. no princípio do
evangelho.., nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber
senão vós somente” (v. 15). Eles não somente o mantiveram confortável enquanto
esteve com eles, mas quando partiu da Macedônia enviaram amostras da sua
bondade para ele; e isso ocorreu quando nenhuma outra igreja o fazia. Ninguém,
além deles, enviou alguma coisa material ao apóstolo, como consideração ou
recompensa do que tinham ceifado das suas coisas espirituais. Quando se trata
de obras de caridade, estamos prontos a perguntar o que outras pessoas fizeram.
Mas a igreja dos filipenses nunca levou isso em conta. O que
contribuiu muito mais para a honra deles foi o fato de eles serem a única
igreja justa e generosa para com ele. Também em Tessalônica (depois de ter
partido da Macedônia), “. . uma e outra vez, me mandastes o necessário...” (v.
16).
Observe: 1. Eles enviaram apenas o suficiente para suprir a
sua necessidade, ou seja, somente as coisas que precisava; talvez fosse de
acordo com a capacidade deles, e ele não desejava coisas supérfluas nem
regalias. 2. Como é precioso observar as pessoas a quem Deus deu dons da sua
graça em abundância devolverem em abundância ao seu povo e ministros, de acordo
com a capacidade e necessidade deles: uma e outra vez, me mandastes. Muitas
pessoas se desculpam dizendo que já contribuíram uma vez; por que deveriam
contribuir novamente? Mas os filipenses enviaram uma e outra vez; eles o
aliviaram e o reanimaram nas suas necessidades com freqüência. Ele faz menção
dessa bondade anterior deles, não somente por causa da sua gratidão, mas para o
encorajamento deles.
Ele
perdoa a negligência recente deles. Parece que por um determinado
período eles não buscaram informações sobre dele, nem enviaram alguma dádiva;
mas,finalmente, reviveram a sua lembrança dele novamente (v. 10), como uma
árvore na primavera, que parecia totalmente morta durante todo o inverno. De
acordo com o exemplo do seu grande Mestre, em vez de reprová-los por causa da
sua negligência, ele encontra uma justificação: “. . pois já vos tínheis
lembrado, mas não tínheis tido oportunidade”. De que forma não podiam ter tido
oportunidade, se já tinham decidido a esse respeito? Eles poderiam ter enviado
um mensageiro de propósito. Mas o apóstolo está disposto a presumir, a favor
deles, que o teriam feito se uma oportunidade tivesse sido oferecida. Esse
comportamento é contrário ao comportamento de muitos em relação aos seus
amigos, por cujas negligências, aquelas que realmente são desculpáveis, se
ressentem tremendamente, quando Paulo estava disposto a perdoar aquilo que
seria razão suficiente para que ficasse ressentido.
Ele
elogia a generosidade presente deles: “Todavia, fizestes bem em
tomar parte na minha aflição” (v. 14). E uma boa obra socorrer e ajudar um
verdadeiro ministro em dificuldades. Veja aqui qual é a natureza da verdadeira
compaixão cristã: não somente estar interessado nos nossos amigos em suas
dificuldades, mas fazer o que for possível para ajudá-los. Eles tomaram parte
da sua aflição, ao socorrê-lo no meio dela. Tiago questiona a validade da fé se
não vier acompanhada de obras. São aqueles que dizem: “Ide em paz, aquentai-vos
e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo que proveito
virá daí?” (cap. 2.16). Ele se regozijou grandemente nisso (v. 10), porque era
uma evidência do carinho deles por ele e do sucesso do seu ministério entre
eles.
Quando o fruto da caridade deles se tornou abundante para o
apóstolo, parece que o fruto do seu ministério se tornou abundante no meio
deles.
Ele
cuida para que não seja mal-interpretado o fato de ele ressaltar tanto aquilo
que foi enviado a ele. Isso não foi decorrência de
descontentamento e desconfiança (v. 11) ou da cobiça e amor pelo mundo (v. 12).
1. Não foi decorrência de descontentamento ou desconfiança da Providência: “Não
digo isto como por necessidade” (v. 11); não em relação a qualquer necessidade
que sentisse, nem de alguma necessidade de que tivesse medo. Ele estava
contente com o pouco que tinha e isso o satisfazia; ele dependia da providência
e Deus para prover por ele dia após dia, e isso o satisfazia. “...porque já
aprendi a contentar-me com o que tenho”.
Temos aqui um relato do aprendizado de Paulo, não daquilo
que recebeu aos pés de Gamaliel, mas daquilo que recebeu aos pés de Cristo. Ele
aprendeu a estar contente. Essa lição ele tinha tanta necessidade de aprender
quanto a maioria das pessoas, levando em conta as privações e sofrimentos pelas
quais foi exercitado. Ele esteve freqüentemente em cadeias, em prisões e
necessidades; mas em todas essas situações ele aprendeu a estar contente, isto
é, no seu interior ele aceitava essa condição e procurava tirar o máximo de
proveito dela. “Sei estar abatido e sei também ter abundância” (v. 12).
Esse é um ato especial da graça: ajustar-nos de acordo com
cada condição de vida e ter uma disposição mental e espiritual constante em
todas as variedades do nosso estado. (1) Para ajustar-nos a urna condição
angustiante — aceitar ser humilhado, estar com fome, sofrer necessidade, e não
ser dominado pelas tentações que vêm com ela, perdendo nosso conforto em Deus
ou desconfiando da sua providência, ou encontrando um caminho próprio para
suprir as necessidades. (2) Para uma condição próspera — saber ter em
abundância, saber ser cheio sem ser orgulhoso, seguro ou luxurioso. E essa é
uma lição tão difícil quanto a outra; porque as tentações em relação à
abundância e prosperidade não são menores do que as que temos em relação à
aflição e à necessidade. Mas de que maneira devemos aprender essa lição? “Posso
todas as coisas naquele que me fortalece” (v. 13). Temos a necessidade de obter
forças de Cristo, para sermos capacitados a realizar não somente as obrigações
puramente cristãs, mas mesmo aquelas que são frutos da virtude moral.
Precisamos da força dele para nos ensinar a como ficar contente em cada
condição. Parecia que o apóstolo tinha se vangloriado quanto à sua própria força:
“Sei estar abatido” (v. 12); mas aqui ele transfere todo o
louvor a Cristo. “O que posso dizer acerca de saber estar abatido e saber ter
em abundância? Somente em Cristo, que me fortalece, posso fazê-lo, não na minha
própria força”. Assim, requer-se de nós que sejamos “...fortalecidos no Senhor
e na força do seu poder (Ef 6.10), e “.. fortalecidos na graça que há em Cristo
Jesus” (2 Tm 2.1).
Somos “...corroborrados com poder pelo seu Espírito no homem
interior” (Ef 3.16). A palavra no original é um particípio presente, en to
endynamounti me Christo, e denota um ato presente e contínuo; como se ele
tivesse dito: “Por meio de Cristo, que está me fortalecendo e continua me
fortalecendo; é por meio da sua força constante e renovada que sou capacitado a
agir em cada situação; dependo completamente dele para todo o meu poder
espiritual”. 2. Não provinha de cobiça ou de uma atração pela riqueza mundana:
“Não que procure dádivas (v. 17); ou seja, recebo a bondade de vocês, não
porque acrescenta algo ao meu gozo, mas porque acrescenta na conta de vocês”.
Ele não desejava essa dádiva tanto para o seu próprio bem,
mas para o bem deles: “...procuro o fruto que aumente a vossa conta, isto é,
que vós sejais capacitados a fazer um uso tão bom das vossas posses terrenas
para que deis um relato delas com alegria. Não falo isso com o intento de tirar
mais de vós, mas para animar-vos a um exercício de beneficência tal que
redundará em uma recompensa gloriosa no futuro”. Ele diz então: “... bastante
tenho recebido e tenho abundância (v. 18). O que uma pessoa pode desejar mais
se tem o suficiente?
Não desejo uma dádiva por causa da dádiva, porque bastante
tenho recebido e tenho abundância. Eles lhe enviaram uma pequena lembrança, e
ele não desejava mais do que isto; ele não era solicito por coisas supérfluas
ou por um suprimento futuro: “... cheio estou, depois que recebi de Epafrodito
o que da vossa parte me foi enviado”. Observe: Uma boa pessoa logo terá o
suficiente deste mundo; não somente devi- ver nele, mas de receber dele. Quanto
mais uma pessoa mundana cobiçosa tem mais ela quer; mas um cristão verdadeiro,
embora tenha pouco, tem o suficiente.
O
apóstolo assegura que Deus aceitou a bondade feita a ele e que a recompensará. 1. Ele
a aceitou como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus”.
Não um sacrifício de expiação, porque ninguém faz expiação pelo pecado, senão
Cristo; mas um sacrifício de reconhecimento e aprazível a Deus. Esse sacrifício
foi mais agradável a Deus por ser o fruto da graça deles do que o foi a Paulo
por ser o suprimento das suas necessidades. “... com tais sacrifícios, Deus se
agrada” (Hb 13.16). 2. Ele a recompensará: “O meu Deus, segundo as suas
riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (v.
19). Ele saca um título do tesouro do céu e deixa que Deus retribua a bondade
que tinham mostrado a ele. “Ele o fará, não somente como seu Deus, mas como meu
Deus, que toma aquilo que foi feito a mim como se fosse feito a Ele mesmo.
Vocês supriram minhas necessidades, de acordo com sua pobreza; e Ele suprirá a
de vocês, de acordo com riquezas dele”. Mas esse ato ocorre por meio de Cristo
Jesus; por meio dele temos a graça de fazer aquilo que é bom, e por meio dele
devemos esperar a recompensa disso. Não como dívida, mas como graça; porque
quanto mais fazemos para Deus mais estamos em dívida com Ele, porque tanto mais
recebemos dele.
A
OBLAÇÃO DE AMOR E SAUDAÇÕES FINAIS
1. Com
louvores a Deus: “Oro, a nosso Deus e Pai seja dada glória para
todo o sempre. Amem!” (v. 20). Observe: (1) Deus deve ser considerado por nós
como nosso Pai: Ora, a nosso Deus e Pai. E uma grande condescendência e favor
de Deus reconhecer a relação de Pai com pecadores e permitir que digamos a Ele:
Nosso Pai; e esse é um título comum na dispensação do evangelho. Também é um
grande privilégio e encorajamento tê-lo como nosso Pai, como alguém que está
tão intimamente relacionado conosco e que tem um amor tão grande por nós.
Deveríamos nos apoiar em Deus, diante das nossas fraquezas e medos, não como um
tirano ou inimigo, mas como Pai, que está inclinado a compadecer-se de nós e
nos ajudar. (2) Devemos dar glória a Deus como Pai, a glória da sua própria
excelência e de toda a sua misericórdia para conosco. Devemos reconhecer com
gratidão que tudo que recebemos vem dele e dar todo louvor a Ele. E nosso
louvor deve ser constante e perpétuo; deve ser glória para todo o sempre.
2. Com
saudações aos seus amigos em Fiipos: “Saudai a todos os santos em
Cri sto Jesus (v. 21); transmiti meu amor sincero a todos os cristãos nessa
região”. Ele manda lembranças não somente aos bispos e diáconos, e à igreja em
geral, mas a cada santo em particular. Paulo tinha um carinho especial por
todos os cristãos sinceros.
3. Ele
envia saudações das pessoas que estavam em Roma: “Os
irmãos que estão comigo vos saúdam; os ministros, e todos os santos daqui,
enviam suas lembranças calorosas a vós. Principalmente os que são ela casa de
César; os convertidos cristãos que pertencem à corte de César”. Observe: (1)
Havia santos na casa de César Embora Paulo estivesse preso em Roma por ordem do
imperador, pelo fato de pregar o evangelho, havia alguns cristãos na própria
família dele. O evangelho no início alcançou alguns ricos e famosos. Talvez o
apóstolo tenha recebido alguns favores por meio dos seus amigos na corte. (2)
Principalmente os etc. Considere isso: Eles, sendo educados na corte, eram mais
corteses do que os outros. Veja que adorno à religião é a civilidade
santificada.
4. A
bênção apostólica, como de costume: “A graça de nosso Senhor Jesus
Cristo seja com vós todos. Amém! Que o favor e a boa vontade de Cristo sejam
vossa porção e felicidade”.
A
OBLAÇÃO DE AMOR E SAUDAÇÕES FINAIS - 01
A
BÊNÇÃO DA GRAÇA, 4.21-23 = Existem intérpretes que conjeturam que, em
vez de serem ditados a um escriba, estes versículos conclusivos foram escritos
pelo apóstolo de próprio punho. Em uma carta pessoal como esta, esperaríamos
encontrar vários nomes nas saudações finais. Mas, como fez em outras cartas,
nesta Paulo não menciona nenhum nome (cf. Romanos, Colossenses, 2 Timóteo).
Levando em conta os partidos em
evolução em Filipos, é possível que ele os omita a fim de evitar dar destaque a
alguns e não a todos. Saudai a todos os santos (“crentes”) em Cristo Jesus
(21). Certos expositores ligam gramaticamente saudai com em Cristo Jesus, como
ocorre em outras epístolas, por exemplo: “Eu [...] vos saúdo no Senhor” (Rm
16.22; cf. 1 Co 16.19). Mas tendo em vista 1.1, é melhor entendermos o
versículo como está traduzido.
Os
irmãos que estão comigo vos saúdam (21) é frase traduzida literalmente. Não
são somente os associados de Paulo (inclusive Timóteo e outros) que enviam
saudações, mas todos os santos (22), significando obviamente, os cristãos da
própria igreja romana, principalmente os que são da casa de César (22). Sabemos
que a casa de César era um termo geral para designar os indivíduos empregados
em vários tipos de serviço público. Eles residiam por toda a parte do império,
e muitos eram escravos. A referência pode ser aos soldados que guardavam Paulo,
alguns dos quais, talvez, ele ganhara para Cristo. E concebível que alguns
deles fossem naturais de Filipos, e tivessem interesse em sua cidade natal.
Isto explicaria o uso de principalmente.
A
bênção final sugere que Paulo tencionava que a carta fosse lida à congregação
reunida. Ele pronuncia uma bênção de despedida: A graça de nosso
Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém! (23). Em vez depanton (todos)
alguns manuscritos têm pneumatos (singular), “com o vosso espírito” (AEC; cf.
BV, CH, NVI, RA), talvez um pedido final, mas sutil, em prol da unidade. A
epístola fechou o círculo. Começou com “graça” (1.2) e agora termina com graça.
Somente esta graça pode criar a comunhão que é compartilhada tão ternamente por
Paulo e os seus amados filipenses.
Elaboração pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério
Belém Em Dourados – MS
Comentário Bíblico
Beacon
Comentário Bíblico
Mathew Henry - Novo Testamento Edição
Completa
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