O VALOR DOS BONS CONSELHOS – Ev. José Costa Junior
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O
assunto desta lição diz respeito ao valor dos bons conselhos dentro do contexto
da sabedoria de DEUS para uma vida vitoriosa.
A sabedoria prática
dos antigos resumia-se, em princípio, a máximas de caráter popular (Heb.
mashal, no plural meshalim) a exprimirem em termos expressivos
certos fenômenos observados ("Um céu vermelho à noite faz as delícias
do pastor". "Não há ninguém tão surdo como aquele que não quer
ouvir" -e outros mais). Uma forma mais desenvolvida é a das parábolas,
e até dos enigmas. Neste caso podemos citar o enigma de Sansão (Jz 14.12 e
segs.), as parábolas de Jotão (Jz 9.7 e segs.) e de Jeoás (IIRs 14.9), e,
sobretudo, as parábolas dos Evangelhos, que atingem a sua perfeição.
Deu-se, porém, o caso
que a pouco e pouco se foi refletindo sobre os fenômenos da natureza e da vida,
chegando-se à conclusão de que as generalizações populares não abrangem todos
os fatos observados. O sofrimento dos justos, por exemplo, e o significado da
vida preocupavam os espíritos, como os autores dos livros de Jó, do Eclesiastes
e de alguns Salmos.
A verdadeira sabedoria (heb. hokhmah)
para os pensadores hebreus, não era unicamente um raciocínio intelectual, mas
acima de tudo prático, e em sentido moral e religioso. Sendo o "temor
do Senhor o princípio da sabedoria", o verdadeiro sábio (heb.
hakham) era aquele que encarava a vida num espírito de reverência a Deus.
Pelo contrário, o insensato (heb. nabal) era insensível em matéria
religiosa, ao afirmar solenemente no seu íntimo: "Não há Deus",
ou pelo menos ao comportar-se como se Deus não existisse.
O objetivo deste
estudo é trazer algumas informações e textos, colhidos dentro da literatura
evangélica, com a finalidade de ampliar
a visão do valor dos bons conselhos dentro do contexto da sabedoria de DEUS
para uma vida vitoriosa. Não há nenhuma pretensão de esgotar o assunto ou de
dogmatizá-lo, mas apenas trazer ao professor da EBD alguns elementos e
ferramentas que poderão enriquecer sua aula.
JOIAS DA LITERATURA SAPIENCIAL
Uma das joias citadas é o livro de Provérbios. O título geral é
"Provérbios de Salomão, filho de Davi". Em diversos pontos do livro,
entretanto, ocorrem passagens que denotam a autoria de diferentes seções.
Assim, há seções atribuídas a Salomão em (Pv 10.1) e aos "sábios", em
(Pv 22.17 e Pv 24.23). Em (Pv 25.1) existe uma interessante passagem: "provérbios
de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá";
o capítulo 30 é introduzido como: "palavras de Agur, filho de Jaque";
e o capítulo 31 com os seguintes termos: "palavras do rei Lemuel",
ou melhor, de sua mãe.
Os rabinos diziam:
"Ezequias e seus homens escreveram Isaías, Provérbios, Cantares e
Eclesiastes" (Baba Bathra 15a); em outras palavras, editaram ou
publicaram esses livros. No que tange ao livro de Provérbios é duvidoso que
essa declaração rabínica esteja baseada em outra coisa além da passagem de Pv
25.1.
O ceticismo que desde
o século 1 tem reduzido ao mínimo o elemento salomônico, atualmente parece
estar desaparecendo. Quanto a uma revisão de algum criticismo moderno sobre
Provérbios, que faça algum exame pesquisador no mesmo, consultar “An
Introduction to the Old Testament”,
de E. J. Young. Anteriormente, a literatura de Sabedoria, como um todo,
era geralmente atribuída a uma data pós-exílica. Agora o devido reconhecimento
está sendo dado à poesia de Sabedoria, não apenas nos escritos proféticos, mas
também nos escritos pré-proféticos (cf. Jz 9.8 e segs.). Por exemplo, escreve
W. Baumgartner:
"Portanto, visto
que não pode ter surgido simplesmente como sucessor da Lei e da Profecia, em
tempos pós-exílicos, uma data tão posterior exige cuidadoso reexame" (The
Old Testament and Modern Study,
editado por H. H. Rowley, 1951, pág. 211). O resultado desse reexame,
por parte de eruditos críticos, tem levado, geralmente falando, a uma
conceituação mais séria sobre as passagens e seus autores.
Consideremos os
autores:
a) Salomão
No livro de
Provérbios, a sabedoria não é simplesmente intelectual, mas envolve o homem
inteiro; e dessa sabedoria Salomão, no zênite de sua fama. Ele amava ao Senhor
(IRs 3.3); ele orou pedindo um coração entendido pala discernir entre o bem e o
mal (IRs 3.9,12); sua sabedoria foi-lhe proporcionada por Deus (IRs 4.29), e
era acompanhada por profunda humildade (IRs 3.7); foi testada em questões
práticas, tais como administração justa (IRs 3.16-28) e diplomacia (IRs 5.12).
Sua sabedoria tornou-se famosa no oriente (IRs 4.30 e segs.; Pv 10.1-13); ele
compôs provérbios e cânticos (IRs 4.32) e respondeu "enigmas" (IRs
10.1); e muito de sua coletânea de fatos foi tirado da natureza (IRs 4.33).
Consideramos que as
coleções em Pv 10-22.13 e 25-29 vieram substancialmente dele. Existem,
naturalmente, outros elementos salomônicos em outras porções do livro. Mas
mesmo assim, essas coleções podem ser apenas uma seleção inspirada dentre sua
sabedoria, pois não existem cerca de 3.000 provérbios em todo o livro de
Provérbios (cf. IRs 4.32).
b) Os sábios
As nações do oriente
antigo tinham os seus "sábios", cujas funções iam desde a política do
estado até a educação. (Quanto ao Egito, cf., por exemplo, Gn 41.8; quanto a
Edom, cf. Ob 8). Em Israel, onde era reconhecido que "o temor do Senhor
é o princípio da ciência", os "sábios" também ocupavam uma
função mais importante. Jr 18.18 demonstra que, no tempo daquele profeta, os
sábios estavam no mesmo nível com o profeta e com o sacerdote como órgão da
revelação de Deus. Porém, assim como os verdadeiros profetas tiveram de entrar
em luta com profetas e sacerdotes movidos por motivos indignos,
semelhantemente, muitos dos "sábios" transigiram em sua função que
era de declarar o "conselho de Jeová" (Is 29.14; Jr 8.8-9).
Existem pelo menos
duas coleções de "palavras dos sábios" no livro de Provérbios; estas
se encontram em Pv 22.17-24.22 e em Pv 24.23-34. Talvez que os capítulos 1-9,
que contêm uma exposição do alvo e do conteúdo do "conselho dos
sábios", venham da mesma origem. É virtualmente impossível datar essas coleções.
Provavelmente representam a sabedoria destilada de muitos indivíduos que temiam
a Deus e viveram dentro de um considerável período de tempo. Porém muito desse
material é de data antiga. E. J. Young sugere que pode ser até pré-salomônico
(op. cit., pág. 302).
c) Os homens de Ezequias
Por IICr 29.25-30
aprendemos que Ezequias providenciou para restaurar a ordem davídica no templo,
bem como os instrumentos davídicos e os salmos de Davi e de Asafe. Não há
dúvida que um reavivamento de interesse na sabedoria "clássica" de
Salomão foi outra conseqüência dessa reforma, um reavivamento motivado, não
pelo amor às coisas antiquadas, mas pelo desejo de explorar novamente a
sabedoria de alguém que havia amado supremamente a Jeová. E assim, a coleção
salomônica dos capítulos 25-29 foi editada e publicada. A. Bentzen (Introduction
to the Old Testament, Copenhague,
1949, Vol. II, pág. 173) apresenta a interessante sugestão que essa coleção até
aquele tempo tinha sido preservada exclusivamente em forma oral.
d) Agur, filho de Jaque
Não sabemos quem foi
Agur. É possível que devêssemos traduzir a palavra que aparece como
"oráculo", em Pv 30.1, como "de Massá". Massá era uma tribo
árabe que descendia de Abraão por meio de Ismael (Gn 25.14), e as tribos
orientais eram famosas por sua sabedoria (IRs 4.30). Mas isso de modo algum
pode ser mantido com certeza.
e) Rei Lemuel
A mãe desse rei
aparece como a originária da seção de Pv 31.1-9, mas ela é igualmente uma
personagem desconhecida, embora também se possa traduzir como "de
Massá" a palavra que aqui surge como "profecia". Não precisamos
supor que ele tenha sido o autor do magnífico poema da Esposa Perfeita (Pv
31.10-31), que forma um apêndice ao livro de Provérbios.
Eclesiastes ou
Pregador é, em muitos aspectos, um livro enigmático. De construção um tanto
desconexa, de vocabulário obscuro, com estilo freqüentemente complicado,
desafia o entendimento do leitor. Contém certo número de palavras que não se
encontram no resto do Antigo Testamento, e cujo significado é difícil de determinar
com precisão. Faz alusão a incidentes, costumes e dizeres que teriam sido
facilmente entendidos por seus primeiros leitores, mas sobre os quais não
possuímos indicação alguma. Contém incoerências aparentes, o que torna difícil
precisar qual o ponto de vista do próprio autor. Esses contrastes têm levado
alguns a supor que o livro original foi reescrito e "expurgado" por
diversas mãos. O modo pelo qual o escritor arrumou seu material sugere que não
houve a preocupação de dar qualquer seqüência ligada de pensamento a correr
livro afora. O livro pode ser antes uma coleção de fragmentos ou anotações, à
semelhança do Pensées, de Pascal, com a qual tem sido freqüentemente comparado.
A SABEDORIA DOS
ANTIGOS
Sabe-se, que surgiu
entre os judeus uma classe de sábios, encarregados de transmitir a sua
sabedoria de geração em geração, e que para isso possuíam escolas, onde os
discípulos entravam em contato com as doutrinas dos mestres (Pv 1.6; Pv 22.17;
cfr. Pv 24.23; Ec 9.17; Ec 12.11). Estes formavam um grupo aparte, como parece
inferir-se de Jr 18.18: "Não perecerá a lei do sacerdote, nem o
conselho do sábio, nem a palavra do profeta", onde se alude a três
classes diferentes. Cada uma delas tinha uma missão diferente: o sacerdote
interpretava a Lei, anunciava a vontade de Deus; quanto ao sábio, esse dava
conselhos práticos sobre os problemas da vida quotidiana. Um era ritualista,
outro teólogo e o terceiro moralista. É grande a diferença, pelo menos entre o
segundo e o terceiro. Enquanto os profetas eram reformadores práticos e
irradiavam a mensagem divina no âmbito da conduta individual e social, agindo
deste modo, partiam dum nível de altos princípios para descerem à expressão de
ideais de conduta moral. Os sábios, esses eram mais vulgares e partiam de princípios
menos elevados, como eram os que se relacionavam com a vida de todos os dias.
Aqueles eram críticos, estes moralistas. Uns divulgavam a mensagem de Deus;
outros, perante os acontecimentos da vida, e servindo-se da sabedoria humana,
formulavam máximas e aforismos de grande profundidade moral.
Assim poderíamos resumir as funções
destes sábios ou autores da sabedoria:
a) Transcendem os
limites do nacionalismo. Eram, por assim dizer, os humanistas do povo hebraico.
Ao contrário dos sacerdotes e dos profetas não nutriam tendências para um
particularismo racial. Somente nos livros de Sabedoria pós-canônicos começa a
aparecer esta idéia, e a Sabedoria quase sempre identificada com a Lei.
b) Tornam-se autores,
desenvolvendo os seus conhecimentos literários e condensando-os em obras de
notável valor.
c) Eram sobretudo
práticos; filósofos, mas não por amor à filosofia; pensadores, mas visando
sempre à vida de todos os dias; realizadores, não meros especuladores.
d)
Continuaram
a função da revelação, quando se calou a voz dos profetas e dos sacerdotes de
Israel.
di)
O movimento que
originou os livros da Sabedoria hebraica estava intimamente ligado ao nome de
Salomão, o rei-sábio por excelência. A probabilidade histórica combina-se com a
tradição fidedigna, ao atribuir ao período do reinado de Salomão um notável
desenvolvimento da vida nacional, que se manifestou no comércio, na arte, na
literatura, e em tudo aquilo, enfim, que chamamos civilização.
E seja qual for a
extensão das obras de Salomão e dos Provérbios "que transcreveram os
homens de Ezequias, rei de Judá" (Pv 25.1), o certo é que a partir
dessa data começou a tomar incremento a doutrina que costuma designar-se pelo
nome de "Sabedoria". Podemos, pois, considerar Salomão como o pai da
literatura de sabedoria dos hebreus, se bem que não faltem exemplos
fragmentários anteriores ao seu reinado.
AS FONTES DA
SABEDORIA
Convém frisar, antes
de mais, que os livros da Sabedoria do Velho Testamento não constituem um caso
à parte; são antes a expressão dum movimento intelectual e moral que data dos
primeiros tempos da história da religião hebraica. Os livros da Sabedoria
registram a história de honestos investigadores da verdade, que se vêem a
braços com problemas antigos e modernos, o que aliás sucedia com pensadores de
outros povos, dado que a orientação da mentalidade humana não era apanágio do
povo de Israel. Diz-se da sabedoria de Salomão, que "era superior à de
todos os orientais e egípcios, mais sábio que todos os homens, mesmo que Etã, o
Ezraíta, e Hemã, Calcal e Darda, filhos de Maol" (IRs 4.30-31). Em
Obadias, versículo Ob 8, podemos ler: "E não acontecerá naquele dia,
diz o Senhor, que farei perecer os sábios de Edom, e o entendimento na montanha
de Esaú?" Com este compare-se o texto de (Jr 49.7): "Acaso não
há mais sabedoria em Temã? Já pereceu o conselho dos entendidos? Corrompeu-se a
sua sabedoria?" Por isso a sabedoria dos hebreus e dos povos orientais
tem sido comparada à filosofia das outras nações.
É certo que não
surpreende o fato de se encontrarem generalizações da experiência quotidiana
repetidas na sabedoria proverbial de muitos povos. "Até o tolo, quando
se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios por entendido"
(Pv 17.28). Quem não vê aqui um provérbio, que se encontra em quase todos os
países e todas as línguas? Vejamos o correspondente a este na literatura
sânscrita: "Até o tolo, que use rico vestuário, é bem visto em público;
sim, é bem visto o tolo que não diz palavra".
Mas, não é só nestes
casos que a Sabedoria bíblica se pode comparar à dos outros povos orientais,
pois até no Egito, na Mesopotâmia e mais tarde na Grécia vamos encontrar
exemplos paralelos. Tal como sucede noutras formas literárias do Velho
Testamento, também os livros da Sabedoria não constituem um caso à parte, mas
encontram casos paralelos na literatura da antigüidade. No Egito, por exemplo,
sabe-se dum sacerdote, médico e arquiteto, chamado Imhotep, famoso como autor
de provérbios, que podem remontar à Terceira Dinastia (2700 a.C.), enquanto que
dois ou três séculos mais tarde as máximas de Ptah-hotep constituem as mais
antigas normas de conduta que se encontram escritas. A queda do Império Antigo,
(2200 a.C.), inspirou outros sábios que começaram a ter da vida uma concepção
mais pessimista, a julgar pelo modo como consideram as riquezas materiais,
embora um deles, Ipuwer, veja nos males presentes um indício da vinda dum rei
justo, que será para o seu povo, o que um pastor é para as suas ovelhas, rei
esse descrito em termos idênticos aos do Sl 72 e aos outros passos messiânicos
do Velho Testamento.
Uma aproximação mais
íntima com a literatura bíblica vai descobrir-se ainda nas obras do sábio
Amenémope (1150-930 a.C.), contemporâneo de Salomão, e cuja doutrina se
aproxima, por exemplo de Pv 22.17-23.12. Há um caso até em que a sabedoria de
Amenémope parece que vem explicar o texto bíblico de Pv 22.20. Aquela obra do
sábio egípcio consta de 30 capítulos, conforme se diz algures: "Considera
estes trinta capítulos". No caso do texto dos Provérbios há quem leia a
palavra hebraica sh-l-sh-m como sheloshim ("trinta") e
não shalishim ("excelentes coisas"); e, nesse caso, estaríamos
em presença dum exemplo paralelístico dos dois livros. Mesmo que esta leitura
seja inadmissível, são freqüentes os casos de paralelismo.
Passando agora às
obras da literatura da Mesopotâmia, havemos de notar que em muitas, como por
exemplo na Ludlul bel nemeqi ("Louvarei o Senhor da
sabedoria") se encontra já a alusão ao problema do sofrimento dos justos,
descrevendo-se um caso idêntico ao de Jó, embora essa descrição seja inferior à
da Bíblia.
O suposto pessimismo
do Eclesiastes encontra eco em passos do poema épico Gilgamesh, e ainda do
"Diálogo do Pessimismo", em que um professor e um escravo da
Babilônia chegam à conclusão que tudo é vaidade.
Tal pessimismo, no
entanto, não se restringe a uma época ou a uma nação; por isso não admira, que
muitos pensamentos tenham paralelos nas obras dos filósofos gregos, em especial
Teógnis (500 a.C.). Note-se, todavia, que tais casos não implicam qualquer
dependência literária daquelas obras. E isto, porque as mesmas causas produzem
os mesmos efeitos sempre e em toda a parte.
As obras de
Sabedoria, tanto do Egito como da Mesopotâmia, remontam a épocas anteriores às
obras congêneres da Bíblia. Os escritores hebraicos partilharam da literatura
comum aos povos orientais, deixando-se influenciar pelas produções literárias
dos países circunvizinhos, sem que, por isso, se possam chamar plagiários.
Trata-se de composições originais que, sendo inspiradas por Deus,
atingem um plano de pensamento e de expressão mais elevado que o das congêneres
dos outros povos.
Apesar de numerosas
semelhanças, os livros de Sabedoria dos hebreus apresentam características
inconfundíveis, que os distinguem dos livros idênticos dos outros países;
porque, sendo inspirados, têm a garantia dum Deus vivo e verdadeiro. A
sabedoria da Bíblia é a sabedoria Divina. Nos mais variados aspectos da vida
humana brilha uma luz, clara e segura, que vem da nação que Deus escolheu para
Se manifestar ao mundo.
O PROPÓSITO DA
SABEDORIA
O livro dos
Provérbios vem comprovar, que os escritores inspirados da Sabedoria do Velho
Testamento visavam, antes de mais, à vida prática, sem qualquer vislumbre de
especulação filosófica.
O autor do
Eclesiastes, por exemplo, corrige, na sua doutrina, o materialismo, o fatalismo
e o pessimismo daquele tempo, frisando os três elementos que contribuem para a
felicidade relativa deste mundo: a ciência, os prazeres e o dinheiro. O
verdadeiro, porém, é o da Sabedoria.
Ao procurar
solucionar os mais urgentes problemas da vida, os livros da Sabedoria
limitam-se quase só aos problemas da vida terrena presente. Só relativamente
mais tarde aparecem doutrinas mais profundas como a da imortalidade.
O conceito da divina
Sabedoria tem ainda outra finalidade: a de preparar a vinda de Cristo. Além da
doutrina do Logos no prólogo de João, por exemplo, não será difícil descobrir a
Sabedoria personificada, sobretudo em (Pv 8.22 e segs.), onde a Sabedoria
assiste à criação do mundo. Por este e outros processos se preparou a vinda de
Quem havia de ser a Sabedoria de Deus e a nossa Sabedoria. Quando iluminados
pela encarnação de Jesus Cristo, os livros da Sabedoria do Velho Testamento
apresentam-nos a Sabedoria de Deus em pessoa, Aquele que, ao proclamar-se
"O Caminho, a Verdade e a Vida" vai ser a solução final para todos os
problemas do homem e do mundo.
CONCLUSÃO
Concluindo,
espero em DEUS ter contribuído para despertar o seu desejo de aprofundar-se em
tão difícil tema e ter lhe proporcionado oportunidade de agregar algum
conhecimento sobre estes assuntos. Conseguindo, que a honra e glória seja dada
ao SENHOR JESUS.
Ev. José
Costa Junior
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