TRABALHO
E PROSPERIDADE
TEXTO
ÁUREO = “A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não acrescenta
dores” (Pv 10.22).
VERDADE
PRÁTICA = A Bíblia condena a inércia e a preguiça, pois é através do
trabalho e da bênção de Deus que prosperamos.
LEITURA
BIBLICA = Prov. 3:9,10 = 22:13 = 24: 30-34
INTRODUÇÃO
A Bíblia apresenta o trabalho como fruto da vontade de Deus.
Desde o início Ele desejou que o ser humano trabalhasse e em Salmos 104,19-24;
Isaías 28,23-29 se diz que o trabalho é uma instituição da sabedoria divina. O
terceiro mandamento também mostra o trabalho como parte constituitiva do plano
divino para a humanidade.
O pecado muda a perspectiva do trabalho e sobretudo as suas
condições. Depois do pecado o trabalho não é mais alegria, mas fatiga (veja
Gênesis 3,16-19); é um peso e não uma bênção. Parece quase que perdeu, depois
do pecado, o seu valor, mesmo se em si não é um mal. Tornou-se ocasião de
pecado e, quando é finalizado em si mesmo, pode tornar-se até mesmo uma
idolatria (Eclesiastes 2,4-11.20-23; Lucas 12,16-22). Em alguns casos
transforma-se em instrumento de exploração e opressão (Êxodo 1,11-14; 2,23;
Juízes 5,4).
Com Cristo, graças à redenção, o trabalho é restabelecido
como uma benção divina, realização da pessoa na comunidade humana, um ‘fazer’ que
imita o ‘fazer criativo’ de Deus.
É importante lembrar como a Bíblia condena a preguiça, a
ausência de trabalho (1Tessalonicenses 4,11; Efésios 4,28; 1Timóteo 5,13). O
próprio Jesus trabalhou como carpinteiro. Paulo era orgulhoso de dizer que se
sustentava trabalhando com as suas mãos, até mesmo para servir como exemplo
(Atos dos Apóstolos 18,3). É célebre o que ele diz em 2Tessalonecenses 3,10:
Quem não quer trabalhar, não coma. Com isso o apóstolo das nações quer afirmar
um princípio de igualdade e de respeito do ser humano e da sua dignidade. A
este propósito também em Lucas 10,7 está escrito: O operário merece o seu
salário.
A Bíblia diz que Deus trabalhou por um período de tempo e
depois descansou da Sua obra de criação, e ao observar tudo quanto tinha feito,
viu que era muito bom (Gn 2.2; 1.81). Da mesma forma, o homem deve trabalhar e
sentir-se realizado na execução de seu trabalho diário.
O
ENSINO BÍBLICO ACERCA DO TRABALHO
Se analisarmos cuidadosamente as Escrituras Sagradas,
encontraremos, por certo, orientação para todos os nossos problemas, porquanto
Deus se preocupou com a vida do homem em todos os seus aspectos. Mesmo sem
trazer detalhes ou minúcias acerca das profissões que devem ser exercidas pelos
seus servos, Deus tratou do assunto de maneira que se pode compreender que Ele
se interessa também nesse sentido, dotando o homem de raciocínio, de poder, de
livre escolha.
Outro fato importante, também, é que Deus dotou o homem de
instintos de preservação e de aquisição; dessa forma o homem sente necessidade
de trabalhar para satisfazer suas múltiplas exigências de vida.
1. O
trabalho executado por Deus. O trabalho foi instituído pelo
próprio Deus quando Ele mesmo se propôs criar todas as coisas. Ele executou uma
obra grandiosíssima e a Bíblia diz que ao terminá-la, descansou das suas obras
(Gn 2.2).
Depois de tudo terminado viu Deus que toda a obra que havia
feito era muito boa. Nisso compreendemos que há dignidade no trabalho. Não foi
somente por ocasião da criação que Deus trabalhou. O próprio Jesus ao
referir-se ao assunto disse: “Meu pai trabalha até agora, e eu trabalho também”
(Jo .5.17).
2. O
homem e suas relações com o trabalho. E digno de observação o fato
de Deus ter concedido poder e senhorio ao homem para governar todas as coisas
na terra, isto é, deu-lhe função, trabalho a ser executado.
Ao criar o Jardim do Éden, o Senhor colocou ali o primeiro
casal, Adão e Eva, para cuidar daquela imensa propriedade, ordenando-lhe
lavrá-lo e guardá-lo (Gn 2.15), dando assim as profissões de lavrador e vigia
ao primeiro homem criado.
a. O
que diz o Antigo Testamento acerca do assunto.
Constatamos no Antigo Testamento que desde o principio da existência do homem
ele sempre foi levado a ocupar-se em trabalhos diversos, de acordo com a sua
época, porquanto está ligado à sua própria natureza instinto de sobrevivência.
b. O
ensino de Jesus. Jesus não somente deu ensinos acerca do
assunto, como podemos notar em suas parábolas que sempre falavam de homens
ocupados nesse ou naquele trabalho (por exemplo: Mt 18.23- 35; 20.1-14;
25.15-30), como também deu exemplo com a sua própria vida diária. O Senhor
sempre estava ocupado: quer ensinando à multidão (Mc 9.11-13; Lc 5.15) ou ao
aos seus discípulos (Mt 24) ou mesmo a uma só pessoa (Jo 4), quer libertando os
oprimidos (Mc 5.1.14) ou curando enfermos (Mt 9.1,2); sempre Jesus estava
executando algum trabalho que o dignificasse não só como homem, mas também como
Filho de Deus.
c. O
pensamento do apóstolo Paulo. Ele deixou um grande exemplo
de homem que não gostava de abusar dos benefícios alheios (At 18.1-3; 1 Ts 2.9;
1 Co 4.12). Paulo trabalhava como tecelão (fazia tendas) e com o seu trabalho
ganhava o suficiente para se manter. Não que ele achasse errado rêceber ofertas
de irmãos pelo seu trabalho na Obra do Senhor, porque ele mesmo ensinou ás
igrejas a cuidarem dos seus pastores cujo trabalho é realizado unicamente em
prol do Evangelho (1 Tm 5.18) mas que assim praticava porque, como ele mesmo
disse, queria dar o bom exemplo (2 Ts 3.7-9).
OS
PROPÓSITOS DO TRABALHO
Tudo o
que Deus faz tem propósitos definidos. Quando Ele criou o homem e
deu-lhe tarefas que deveriam ser cumpridas com satisfação, é porque o Senhor
achava oportuno e necessário que assim acontecesse para o bem do próprio homem.
Muitos pensam que o trabalho foi instituído depois da queda do homem, em
conseqüência do pecado, o que não é correto. Deus não criou o homem para viver ocioso ou preguiçoso. Ele
ordenou a Adão que trabalhasse no Jardim do Éden (Gn 2.15); no entanto esse
trabalho tornou-se penoso, difícil e até mesmo às vezes insuportável em
conseqüência do pecado, que trouxe dificuldades para o homem (Gn 3.16-19).
Os homens devem trabalhar com o fim de satisfazer suas
necessidades físicas e espirituais.
I. O
trabalho dignifica o homem. O trabalho tem por finalidade principal
dignificar o homem, pois no trabalho o individuo alcança várias formas de
satisfação de suas necessidades, daí sentir-se realizado na vida.
a. O
trabalho dá condições de sobrevivência. O homem precisa de trabalhar
para sobreviver. Isso é uma necessidade de sua própria natureza humana. Por
esse motivo há uma constante competição entre as pessoas e um constante
aprimoramento por parte de cada indivíduo.
b. O
trabalho usado como expressão de amor ao próximo. Quando
a pessoa consegue satisfazer suas necessidades, isto é, quando consegue manter
um padrão de vida mais adequado, começa também a ter um relacionamento humano
menos conflitante, sente necessidade de ajudar mais ao seu próximo e, tendo
condições de fazê-lo, certamente sentirá satisfação, pois a Bíblia ensina que
“mais coisa é dar do que receber” (At 20.33)
c. O
trabalho promove a realização pessoal. Uma das necessidades primárias
do homem é sentir-se seguro. A verdadeira segurança vem através de um encontro
pessoal com Jesus. Em seguida, o bom
cristão procura sempre ser um profissional exemplar, sendo cumpridor dos seus
deveres, honesto, pontual, amigo de todos, pronto para executar suas tarefas,
podendo, assim; contar com a garantia de um emprego que lhe dá segurança de
sobrevivência (Pv 10.9)
2. O
trabalho promove o equilíbrio da sociedade. O que faz uma
sociedade organizada e equilibrada é, entre outras coisas, a diversidade de
profissões. E dessa for- tua que, não só as necessidades de toda a comunidade
são satisfeitas corno também as necessidades pessoais. Essa diversidade também
vai contribuir para o despertar das vocações, porquanto os jovens precisam de
fazer suas opções de acordo com a sua personalidade e também com as
oportunidades que o progresso vem trazendo para a sociedade.
Inclusive é um direito adquirido e assegurado por lei que
todo o cidadão ocupe um cargo condizente com suas qualificações, passando assim
a colaborar também para o bem- estar da sociedade em que vive, porque sé o
homem pensa apenas em si próprio, nos seus interesses pessoais, está violando
sua própria natureza, que foi criada para viver em sociedade, dela participando
e dela recebendo.
3.
Relações existentes entre a fé o trabalho diário.
Algumas pessoas são radicais em afirmar que o trabalho ou o viver diário não
tem nada a ver com a sua fé. Esse é um engano que tem princípio no próprio
Satanás.
Jesus disse: “Vós sois o sal da terra”, “Vós sois a luz do
mundo” (Mt 5.13,14). O apóstolo Paulo faz recomendações no sentido de que o
viver do cristão seja diferente (Tt 2.12; GI 2.20; GI 5.16-22).
O apóstolo Pedro também faz recomendações no mesmo sentido,
admoestando os cristãos a viverem em retidão (1 Pe 1.15; 4.2) e a serem santos
em todos os aspectos. Isso inclui no trabalho também.
a. A
opção do cristão. O crente, como todo cidadão, tem direitos
adquiridos na sociedade, e um desses direitos é o de ter liberdade de optar por
uma profissão, contanto que esta esteja de acordo com a sua vida de cristão, e
com a fé que abraçou.
É bom que o apóstolo Paulo seja imitado, consoante o que ele
disse: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convém” (1 Co
6.12). E existem muitos tipos de empregos que não convêm ao servo de, Deus, e
por essa razão devem ser evitados.
b. A
influência dos pais. A influência dos pais e de pessoas idôneas é de
grande valia para os jovens no que se refere à escolha de uma profissão.
Contudo, é de se notar que muitas vezes os pais, que por qualquer motivo
sentem-se frustrados neste aspecto da vida, querem de alguma forma realizar na
vida dos filhos os sonhos irrealizados da sua própria vida. Isso tem trazido
sérios problemas no seio de algumas famílias.
Outros pais ainda se preocupam demasiadamente com o futuro
dos filhos e passam o tempo fazendo planos, e, muitas vezes rejeitam
oportunidades que são condizentes com a sua situação, para alimentarem sonhos
irrealizáveis e até fora do plano de Deus, desejando somente para os filhos
profissões rendosas, que tragam rápida estabilidade financeira e invejável
“status” social.
Para estes, o apóstolo Tiago recomenda que não sejam
presunçosos, mas que contem com a ajuda do Senhor para os dias futuros (Tg
4.14,15).
A atitude correta dos pais deve ser a de orientadores e de
ajudadores a fim de que os jovens façam opções acertadas e sintam-se realizados
com o decorrer do tempo.
A
CHAMADA PARA O MINISTÉRIO
Outro aspecto muito importante quanto à opção profissional é
a que se refere à chamada para o ministério eclesiástico.
1. A
chamada geral. Todo o cristão tem uma chamada divina para
pregar o Evangelho. (Mc 16.15). Ele deve testificar da sua fé em Jesus em todos
os lugares por onde andar e estar sempre preparado para responder acerca de sua
esperança de vida eterna por Cristo Jesus (1 Pe 3. 15).
2. A
chamada específica. Desde os tempos mais antigos Deus tem chamado
pessoas para ocuparem cargos específicos. Assim foi com Moisés, Samuel, Davi,
com os diversos profetas e também com os discípulos, que até deixaram suas
profissões seculares para se ocuparem no serviço do Mestre. Podemos citar também
o grande apóstolo Paulo de quem o próprio Senhor falou ser um vaso escolhido
para levar a mensagem aos gentios (At 9.15).
Muitos jovens atualmente fazem opção pelo Ministério da
Palavra, o que não é errado, desde que sintam deveras a chamada divina e a mesma
seja comprovada.
A Bíblia diz que “se alguém deseja o episcopado, excelente
obra deseja” (1 Tm 3.1).
Deus quer encontrar pessoas desejosas e preparadas para
executarem a sua Obra. Para isso Ele chama “uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas e outros para pastores e doutores” (Ef
4.11). A Igreja não pode sofrer solução de continuidade por falta de pessoas
que entreguem totalmente sua vida para o trabalho do Senhor.
O jovem que se sente vocacionado para o serviço do Mestre
deve ser incentivado e orientado a se preparar, estudando a Bíblia
sistematicamente e, com afinco, e buscando o poder do Espírito Santo para sua
vida, sem precipitações, vanglórias, orgulho ou altivez de espírito.
Não se mostrando ansioso, nem querendo aparentar que só ele
é capaz de realizar a obra, fazendo tudo certinho, porém, esperando o tempo
determinado por Deus (Ec 3.1), porque se Deus chama, Ele também se preocupa em
providenciar todas as coisas que venham a concorrer para o bom cumprimento da chamada,
pois Ele sabe o que é melhor para cada um de nós e o tempo próprio para a
execução do Seu plano na vida de cada servo Seu.
A
preguiça leva à miséria
Preguiça: Aversão ao trabalho; negligência, indolência,
ociosidade, inatividade.
O
preguiçoso envergonha os pais:As mãos preguiçosas empobrecem
o homem, porém as mãos diligentes lhe trazem riqueza. - Aquele que faz a
colheita no verão é filho sensato, mas aquele que dorme durante a ceifa é filho
que causa vergonha. Provérbios 10.
4,5 (nvi)
O filho sábio, que alegra a seu pai e a sua mãe (vs.1),
terá, entre as suas boas características, a diligência no trabalho, de modo que
possa sustentar a si mesmo, e não precise depender de seus pais. Ele terá seu
próprio lar; sua própria família; seu próprio trabalho; seu próprio salário.
Metafórica ou literalmente, ele colherá a sua própria colheita, tendo
trabalhado arduamente durante a primavera e o verão em sua plantação. Ou talvez
seja um agricultor, mas aja como fazendeiro diligente. (ati)
O
preguiçoso é irritante: Como vinagre para os dentes, como fumaça
para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam. Provérbios 10. 26 (arc)
Cada dia tem 24 horas repletas de oportunidades para
crescer, servir e ser produtivo. Ainda assim é muito fácil desperdiçar tempo,
deixando a vida escapar de nós. Rejeite a preguiça, a ociosidade e fique longe
de alguém que desperdiça as horas designadas para o trabalho. Veja o tempo como
um presente de Deus, e aproveite suas oportunidades para viver diligentemente
para Ele. (beap)
O
preguiçoso e suas desculpas: O preguiçoso diz: ?há um leão
lá fora!? ?Serei morto na rua!? Provérbios
22.13 (nvi)
Este provérbio contem a maior desculpa ?e se...? de todos os
tempos. ?Se eu sair, talvez encontre um leão na rua e seja morto por ele!?. Que
probabilidade haveria de alguém encontrar um leão nas ruas de uma cidade
antiga? Praticamente nenhuma. Seria o mesmo que ser atropelado por um elefante
nas ruas de alguma cidade hoje -possível, mas bastante improvável. Até mesmo a
distante possibilidade é tudo que o preguiçoso precisa como desculpa para
evitar qualquer trabalho.
Você às vezes é tentado a usar a possibilidade do perigo
como desculpa para a preguiça? Em caso positivo, o que Deus desejaria que você
fizesse em vez disso?
O
preguiçoso é desperdiçador: O preguiçoso não assará a sua
caça, mas o bem precioso do homem é ser diligente. Provérbios 12. 27 (arc)
O diligente faz um sábio uso de seus recursos materiais e de
seus dons; o preguiçoso os despreza. O desperdício se tornou um estilo de vida para
muitos que vivem em uma terra abundante. Não seja escravo do comodismo e não
despreze o que tem. Faça bom uso e valorize tudo aquilo que Deus lhe deu!
(beap)
O
preguiçoso é atribulado: O caminho do preguiçoso é cheio de
espinhos, mas o caminho do justo é uma estrada plana. Provérbios 15. 19 (nvi)
O homem preguiçoso permite que os espinhos cubram o seu
caminho e, assim, sente-se constantemente vexado por eles. Mas ele é por demais
preguiçoso para limpar o caminho dos espinhos.
Esse versículo, além de ter a vereda do homem preguiçoso
coberta de espinhos, também a apresenta como cheia de covas e armadilhas. O
homem cultiva esse tipo de vida por sua inação e em breve se vê avassalado por
tribulações, obstáculos e ansiedades, tudo auto-infligido.
O
preguiçoso mendigará: O preguiçoso não lavrará por causa do
inverno, pelo que mendigará na sega e nada receberá. Provérbios 20. 4 (arc)
Você já deve ter ouvido advertências semelhantes a essas. Se
não estudar, será reprovado no teste; se não economizar, não terá dinheiro
quando precisar. Deus quer que fiquemos precavidos contra as necessidades
futuras, a fim de que possamos evitá-las. Não podemos esperar que o Senhor nos
resgate quando causamos nossos problemas por falta de planejamento e ação. Ele
nos ajuda, mas também espera que sejamos responsáveis. (beap)
O
preguiçoso morre desejando: O desejo do preguiçoso o mata,
porque as suas mãos recusam-se a trabalhar.
Provérbios 21. 25 (arc)
O desejo avassalador do homem preguiçoso, que quer descanso
e lazer e só deseja o caminho fácil de saída, para evitar o trabalho,
finalmente o matará; por causa de sua imensa inércia, ele deixará até de comer,
para, finalmente desaparecer. Vários filósofos estóicos antigos, para mostrar
quão desinteressados (apáticos) se sentiam a respeito da vida, simplesmente
paravam de comer e deixavam a natureza tomar o seu curso. Assim sendo, um
preguiçoso apático pode seguir o caminho do suicídio. (ati)
Conclusão:
A preguiça consiste na indisposição para fazer qualquer
esforço, na indolência, no ócio. A pessoa preguiçosa é um dos casos humanos
mais lamentáveis que existem. Ela não se deixa inspirar por qualquer idéia;
ameaças de nada adiantam para torná-la ativa.
O preguiçoso não se envolve em qualquer ocupação, e
olvida-se de qualquer propósito na vida. Com freqüência, o preguiçoso é apenas
um parasita que pensa que outros precisam sustentá-lo. Ele se queixa quando
suas acomodações não são de primeira classe, e critica a outros de egoísta
quando não é servido como pensa que deveria. Quando algum trabalho precisa ser
feito, ele se ausenta naquele dia. Mas, quando há qualquer festa e há alimentos
gostosos em abundância, o preguiçoso está sempre presente.
Algumas pessoas preguiçosas são forçadas a trabalhar, ou
pela simples pressão social, ou, então, por grave necessidade econômica. O
indivíduo preguiçoso chega tarde ao trabalho; sai cedo de seu emprego; faz
longas interrupções somente para tomar o cafezinho; entrega-se muito à
maledicência; goza os feriados um dia antes e um dia depois dos mesmos, acaba
adoecendo de tanto comer, mas fica bom miraculosamente, quando alguém fala em
levá-lo a passeio; pensa que a terra é um lugar de lazer e prazer; pensa que o
céu é um lugar fácil de ser obtido, porque sempre poderá aplicar o seu famoso
?jeitinho?.
O indivíduo preguiçoso nem se inspira por nada e nem inspira
a outros. Paulo mostrava-se definidamente avesso à preguiça. Disse ele: ?Se
alguém não quer trabalhar, também não coma? (2 Tes. 3.10).
Elaboração
pelo:- Evangelista Isaias Silva de Jesus
Igreja Evangélica Assembléia de Deus Ministério Belém Em
Dourados – MS
BIBLIOGRAFIA
Bíblia - A Rocha
Lições bíblicas CPAD 1988
Antigo Testamento Interpretado (ati)
Bíblia - Almeida Revista Corrigida (arc)
Bíblia - Nova Versão Internacional (nvi)
Bíblia - de Estudo Aplicação Pessoal (beap)
O
Cristão e o Emprego
Quando Deus criou Adão no jardim do Éden, deu-lhe um
trabalho para realizar: cultivar e cuidar do jardim. Isso foi antes do homem
pecar e mostra que Deus pretendia que o homem trabalhasse mesmo que o pecado não
tivesse entrado no mundo. Apocalipse 7:15 mostra que os fiéis no céu
"servem" a Deus. O céu não deve ser encarado como uma folga
infindável, mas sim como um período em que "trabalhamos" para o
Senhor. Esse é o ideal do homem.
Quando Adão caiu, mudou a natureza de seu trabalho. Deus
amaldiçoou o solo, de modo que produzisse espinhos e abrolhos (Gênesis
3:17-19). O trabalho do homem ficou mais difícil e laborioso. Dali em diante, o
homem ganha o pão com o suor do seu rosto. Como em todo aspecto da vida do
homem, Deus deu instruções claras sobre o homem e o seu trabalho. Vamos
examinar essas instruções com cuidado.
Qual
a razão de trabalhar?
A Bíblia oferece várias razões por que o homem deve
trabalhar. Primeiro, é a ordem de Deus. Paulo deixou isso bem claro em 2
Tessalonicenses 3. É óbvio que alguns dos tessalonicenses não estavam
trabalhando. Paulo os repreendeu fortemente e os exortou para que todos
trabalhassem. "Porque, quando ainda convosco, vos ordenamos isto: se
alguém não quer trabalhar, também não coma. Pois, de fato, estamos informados
que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes,
se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no
Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio
pão" (2 Tessalonicenses 3:10-12). Em segundo lugar, o homem deve trabalhar
para sustentar a si e aos que dele dependem. "Contudo, vos exortamos,
irmãos, a progredirdes cada vez mais e a diligenciardes por viver
tranqüilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como
vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e nada
venhais a precisar" (1 Tessalonicenses 4:10-12).
Devemos ganhar o próprio
pão sem contar com a ajuda das outras pessoas. "Ora, se alguém não tem
cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior
do que o descrente" (1 Timóteo 5:8). Deve ficar claro que o trabalho não é
uma opção deixada a nosso critério; Deus nos manda trabalhar. Em terceiro
lugar, devemos trabalhar para podermos ajudar as outras pessoas. "Aquele
que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que
é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado" (Efésios 4:28).
Há, obviamente, exceções à ordem de trabalhar. Quem é esposa
e mãe tem uma tarefa especial a desempenhar no lar (1 Timóteo 5:14; Tito 2:5).
A Bíblia não sugere que as mulheres devam trabalhar fora além de trabalharem em
casa. O papel de esposa e mãe geralmente é um trabalho de tempo integral. Há
aqueles cuja saúde não permite que trabalhem.
Há circunstâncias especiais em que alguém pode não estar
apto para trabalhar ou em que alguém que trabalha ainda precisa de auxílio.
Muitas dessas situações são mencionadas na Bíblia (veja Atos 2:44-45; 4:34-35;
6:1-6; 11:27-30; 2 Coríntios 8:13-15).
De modo geral, porém, devemos trabalhar e nos sustentar. Há
quem não ache que isso seja necessário. Às vezes, os jovens que têm idade
suficiente para se sustentar preferem ficar sem fazer nada e deixar que o papai
e a mamãe cuidem deles. Alguns não trabalham
simplesmente porque não encontram o emprego que lhes agrade, ou porque
ninguém lhes veio oferecer um emprego. O desemprego é um fato de vida, mas o
cristão que está se esforçando para agradar a Deus pode fazer da procura de um
emprego um trabalho de tempo integral.
No
emprego
Devemos ser aplicados em tudo o que fazemos (Eclesiastes
9:10). O livro de Provérbios trata muito do ocioso, o homem que se recusa a
trabalhar. O preguiçoso faz tudo o que deseja, menos trabalhar. "O
preguiçoso morre desejando, porque as suas mãos recusam trabalhar"
(Provérbios 21:25). Inventa desculpas para evitar o trabalho: "Diz o
preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas"
(Provérbios 22:13). Está sempre precisando de descanso, de relaxamento e de
folga: "Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para
encruzar os braços em repouso" (Provérbios 6:10). O escritor compara uma
porta que abre e fecha com o preguiçoso que vira na cama. O trabalho necessário
para levar a mão do prato à boca para se alimentar o deixa completamente
exausto, e ele precisa então descansar de novo (Provérbios 26:13-16).
O preguiçoso recebe a instrução de ser aplicado: "O
preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser ele
diligente" (Provérbios 12:27). Ele deve olhar para o futuro e planejar o
seu sustento. "O que ajunta no verão é filho sábio, mas o que dorme na
sega é filho que envergonha" (Provérbios 10:5). O padrão apresentado é a
formiga: "Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos
e sê sábio. Não tende ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio, prepara
o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento" (Provérbios 6:6-8). A formiga
trabalha sem ser mandada, e se prepara para os dias de escassez. Algumas
pessoas pensam somente nas necessidades momentâneas, esquecendo-se de que
precisarão comer amanhã também.
Provérbios é claro sobre as conseqüências da preguiça: a
pobreza e a necessidade (Provérbios 6:10-11). Apresenta-se uma descrição
completa do campo de um preguiçoso: "Passei pelo campo do preguiçoso e
junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo estava cheio de
espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em
ruínas. Tendo-o visto, considerei; vi e recebi instrução.
Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco
para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um
ladrão, a tua necessidade, como um homem armado (Provérbios 24:30-34). O ocioso
acabará sendo dominado pelo diligente, e ainda assim não terá nada (Provérbios
12:24; 13:4).
Vários textos dão instruções específicas ao servo (em nossa
sociedade, o empregado o equivale em muitas situações). "Quanto a vós
outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na
sinceridade do vosso coração, como a Cristo, não servindo à vista, como para
agradar a homens, mas como servos de Cristo, fazendo, de coração, a vontade de
Deus; servindo de boa vontade, como ao Senhor e não como a homens, certos de
cada um, se fizer alguma cousa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer
seja servo, quer livre" (Efésios 6:5-8). "Servos, obedecei em tudo a
vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão
somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao Senhor.
Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o
Senhor e não para homens, ciente que recebereis do Senhora recompensa da
herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo; pois aquele que faz
injustiça receberá em troco a injustiça feita; e nisto não há acepção de
pessoas" (Colossenses 3:22-25). "Quanto aos servos, que sejam, em
tudo, obedientes ao seu senhor, dando-lhe motivo de satisfação; não sejam
respondões, não furtem; pelo contrário, dêem prova de toda a fidelidade, a fim
de ornarem, em todas as cousas, a doutrina de Deus, nosso Salvador" (Tito
2:9-10).
Basicamente, as instruções de Deus para os que trabalham
para outra pessoa são as seguintes: Œ Devem submeter-se ao patrão, obedecendo
às suas instruções (a exceção a essa regra acha-se em Atos 5:29); 1. Não devem
reclamar nem ser briguentos (veja Lucas 3:14); 2. Devem ser pacientes ainda que
tratados injustamente; 3. Devem trabalhar esforçadamente, mesmo longe da
supervisão do chefe; 4. Devem trabalhar como se estivessem servindo ao Senhor;
' Jamais devem roubar daqueles para quem trabalham, porque a vida deles deve
ostentar a doutrina de Cristo.
As Escrituras também fornecem o padrão de conduta para os
senhores (na sociedade atual, esses princípios podem ser aplicados aos que
supervisionam os que trabalham). "E vós, senhores, de igual modo procedei
para com eles, deixando as ameaças, sabendo que o Senhor, tanto deles como
vosso, está nos céus e que para com ele não há acepção de pessoas"
(Efésios 6:9). "Senhores, tratai os servos com justiça e com eqüidade,
certos de que também vós tendes Senhor no céu" (Colossenses 4:1). Os
patrões devem tratar com justiça aqueles que trabalham para eles e devem evitar
fazer ameaças.
Os
perigos
Há certas áreas relacionadas ao trabalho em que se deve
tomar um cuidado especial para evitar as armadilhas de Satanás. É importante
que a necessidade de trabalhar e de se sustentar não se corrompam tornando-se
ganância e cobiça. Há pessoas que ficam possuídas pelo trabalho e pelo dinheiro
e agem desonestamente para conseguirem mais. Outras fazem do trabalho um deus
que lhes domina todo o ser. Deus deve ser a prioridade máxima. Jesus descreveu
um rico fazendeiro que usou toda a sua energia em seu trabalho; o fim dele foi
muito triste (veja Lucas 12:15-21). Jesus concluiu a história desta forma:
"Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus"
(Lucas 12:21). Outros textos falam do contentamento e do grande perigo de amar
o dinheiro (veja Mateus 6:19-21; 1 Timóteo 6:6-10). O cristão deve trabalhar
com diligência, mas jamais deve fazer do trabalho um deus.
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